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E.T.E.T.

MARTINS PENNA
Matéria: Artes Visuais
Profª: Carla Gracinda
Aluna: Giuliana Melito Pecora

Resenha Crítica
Filme: O mordomo da Casa Branca

A ficção maquiada de biografia


The Butle (O Mordomo da Casa Branca), filme dirigido
por Lee Daniels, o mesmo diretor de Preciosa, conta atráves
da voz de Cecil Gaines (Forest Whitaker), a difícil
caminhada do mordomo negro que serviu a Casa Branca
(Estados Unidos) por mais de 3 décadas. Por trás de sua
história, recortes do desenvolvimento social nos Estados
Unidos da América nos são jogados em curto tempo,
paralelos aos de Cecil que viveu a vida inteira na Casa
Branca e sua relação romantizada com os presidentes de
cada época.
" A escuridão não pode sair da escuridão, somente a
luz", Martin Luther King.
Lee Daniels até acerta no início do filme. A frase de
King, a impactante imagem de dois homens negros
enforcados e por trás a "bela" bandeira americana, Cecil
ainda jovem vendo sua mãe ser levada diretamente por um
homem branco (a caminho de um estupro) e seu pai sendo
morto pelo mesmo homem. Entretanto, ao conectar as
lembranças do mordomo com a história dos EUA, Lee
exagera trazendo inúmeras informações romantizadas
através de recortes rápidos que distorcem a verdadeira
história americana.
"Tudo é um presente do universo", K Keyes Jr.
(Referência do filme Preciosa)
Como foi? Quem foi? Biográfico?
A narrativa através da voz do próprio ator (Forest
Whitaker), dá um sentindo biográfico, mas algumas
contradições colocam o filme quase numa "ficção". Cecil
Gaines, na verdade chamava-se Eugene Allen, nascido em
Virgínia e não em Georgia, seu filho Louis (David Oyelowo)
chamava-se Charlles Allen e não foi um ativista político nem
sequer Pantera Negra (Black Panther). Charlles acaba
sendo utilizado no filme como ferramenta de conexão entre
alguns períodos marcantes dos Estados Unidos e África,
através do contato com grandes nomes como Marthin
Luther King, Malcon X, Mandela e o próprio movimento dos
Pantera Negra, porém mostrados na trama de forma raza,
com uma visão distorcida.
Malcom X e Mandela são citados na velocidade da luz.
Essa é a real visão que devemos ter de Marthin Luther
King? Uma persona breve, colocada no filme sem
aprofundamento, como se houvesse tido pouca importância
para a luta do movimento negro, para a tão necessária
segregação? E os Panteras Negras citados como rebeldes
mal educados? Ao percebermos a relação de Cecil com os
presidentes vemos o quão romantizado o filme se torna.
Homens brancos que durante o diálogo parecem ser
tocados com as duras histórias do mordomo, seguidas de
discursos na televisão a favor do povo negro.

Servir: A herança aos "pretos de casa".


Servir é o destino de Cecil? Preocupado com a famlía
ele serviu aos brancos desde cedo até o final de sua vida. A
bela atuação de Forest da peso à rotina, combinada com a
herança do racismo latente americano. As frases ditas pelo
pai de Cecil, presidente Reagan, e do próprio mordomo,
comprovam claramente isso.
"É o mundo dele, só vivemos nele."
"Você é da família"
“Apertei as mãos de todos os presidentes para quem já
trabalhei”.

Do início ao fim -
O diretor tenta costurar a história iniciando o filme com
a imagem do mordomo mais velho, repetindo a mesma cena
para finaliza-lo no momento atual da época das eleições de
Obama (2008). Como se tudo que tivesse acontecido
fizesse parte da mente do mordomo. Será que por isso a
história é tão distorcida? Lee peca em sua ousadia, e o
filme, apesar do bom elenco construído por Forest Whitaker
(Cecil), Oprah Winfrey (Glória Gaines), Cuba G Jr (Carter
Wilson), acaba se tornando essa "ficção" da história, com
pinceladas da essência de uma verdadeira história
americana.

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