You are on page 1of 24

Pneumo Atual Pediatria Ginecologia Oncologia ISSN 1980-7716 - Volume

• Efetuar login
• Cadastro
• Recuperar senha
• Fale conosco
• + especialidades

• Espaços doenças
• Espaços produtos
• Fluxogramas e tabelas


Artigos
Consensos
Vacinação em crianças » P Tweetar


• Web aulas / Simpósios
&R
• Dispositivos inalatórios
• Clube de revista
• Visita virtual
• e-Studo

• Revisão expressa
Perguntas e respostas
• Vídeo boletim
• Método clínico
• Imagem
• meu Medicina Atual Fluxogramas e tabelas

• BR Medicamentos
• Links
• CID 10 Artigos
• Tabela AMB
• Central de certificados
Consensos
Vacinação em crianças
Lucia Ferro Bricks
Gabriel Wolf Oselka
Liberado/Revisado
Listar perguntas
1 - Como são constituídas as vacinas?
As vacinas são formuladas com substâncias capazes de estimular a
imunidade específica (humoral e celular) e podem conter um ou mais
agentes ou partículas imunizantes em diferentes formas biológicas:
bactérias ou vírus vivos atenuados; vírus inativados; bactérias mortas;
componentes purificados e/ou modificados dos agentes causadores das
doenças contra as quais a vacina é dirigida. Além das substâncias
imunogênicas, as vacinas podem conter outras, como líquido de
suspensão, conservantes, estabilizantes e adjuvantes, com funções de
evitar a contaminação, proteger os imunobiológicos de condições
adversas (frio, calor, alterações do pH) ou aumentar o estímulo à
produção de anticorpos.

Nos últimos 20 anos, os avanços nos conhecimentos em diversos


campos da ciência permitiram o desenvolvimento de novas vacinas que
vêm sendo gradativamente incorporadas aos calendários de vacinação.
Devido a seu alto custo, as novas vacinas disponíveis para prevenção
de doenças em crianças previamente saudáveis não são rapidamente
incorporadas ao calendário básico de rotina, mas os profissionais de
saúde devem conhecê-las para orientar a população sobre os benefícios
da prevenção das doenças. A seguir serão apresentadas as questões
mais comuns sobre imunização de crianças.

2 - O que se entende por calendário vacinal?


Calendário vacinal é a sequência cronológica de vacinas que se
administram sistematicamente às crianças de determinada área ou
região.

3 - Quais as vacinas incluídas no calendário nacional de


imunização proposto pelo Ministério da Saúde para crianças?
Atualmente, são recomendadas as vacinas contra tuberculose, hepatite
B, poliomielite (vacina oral), rotavírus, difteria, tétano, coqueluche
(vacina de células inteiras), Haemophilus influenzae do tipo b,
pneumocócica conjugada 10-valente, meningocócica conjugada C,
sarampo, caxumba, rubéola e, em regiões de risco, febre amarela. A
partir de 2011, crianças com idade entre 6 e 24 meses passaram a ser
vacinadas contra influenza nas campanhas de vacinação (tabela 1).
Algumas particularidades de cada uma dessas vacinas serão
comentadas nas perguntas seguintes.

Tabela 1 - Esquema de vacinação do Ministério da Saúde, 2011.

Idade Vacinas

Ao nascer BCG intradérmico + vacina contra hepatite B (VHB)

1 mês VHB

2 meses DPT-Hib + oral poliomielite (Sabin)+ oral rotavírus


(Rota)+ conjugada contra pneumococo 10 (Pn10)

3 meses Conjugada meningococo C (MenC)


4 meses DPT-Hib + Sabin + ROTA + Pn10

5 meses MenC

6 meses DPT-Hib + Sabin + VHB + Pn10

9 meses Febre amarela (FA)

12 meses Tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola)+ Pn10

15 meses DPT + Sabin + MenC

4 anos DPT + tríplice viral

10 anos Dupla adulto (dT)+ FA

4 - Quais as particularidades da vacina BCG dentro do calendário


nacional de imunização proposto pelo Ministério da Saúde para
crianças?
O BCG é a vacina disponível contra tuberculose. Caso a vacina BCG
não tenha sido administrada na maternidade, aplicar na primeira visita
ao serviço de saúde, juntamente com a VHB (vacina contra hepatite
B). Bebês prematuros (<36 semanas) ou com menos de 2 Kg devem
ser vacinados após completar um mês de vida e atingir 2 Kg. Crianças
menores de cinco anos que não apresentam cicatriz vacinal devem
receber uma dose da vacina BCG. Contatos domiciliares de pessoas
com hanseníase devem receber duas doses de BCG, com intervalo
mínimo de seis. Os menores de um ano com vacinação comprovada
somente serão revacinados após completarem um ano. Para criança
filha de mãe portadora do HIV, recomenda-se que a vacina BCG seja
administrada ao nascimento ou o mais precocemente possível; se a
criança portadora do HIV não tiver sido vacinada, avaliar condição
imune e, caso tenha sinais e sintomas de imunodeficiência, a BCG é
contra-indicada.

5 - Quais as particularidades da vacina contra hepatite B (VHB)


dentro do calendário nacional de imunização proposto pelo
Ministério da Saúde para crianças?
A vacina contra hepatite B deve ser administrada nas primeiras 12
horas de vida, ainda na maternidade. Quando não tiver sido
administrada nas primeiras horas de vida, deve ser administrada na
primeira visita a Unidade Básica de Saúde, simultaneamente com o
BCG. O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose da vacina
contra a hepatite B é de 30 dias; portanto, se a vacina foi administrada
ao nascer, a segunda dose da VHB pode ser administrada a partir de
um mês. Prematuros (<36 semanas) e recém-nascidos de baixo peso
(<2 Kg), devem receber quatro doses: 0, 1, 2 e 6 meses de vida. Na
prevenção da transmissão vertical em recém-nascidos (RN) de mães
portadoras da hepatite B, administrar a vacina e a imunoglobulina
humana anti-hepatite B (HBIG), disponível nos Centros de Referência
para Imunobiológicos Especiais – CRIE, nas primeiras 12 horas ou no
máximo até sete dias após o nascimento. A vacina e a HBIG
administrar em locais anatômicos diferentes. A amamentação não traz
riscos adicionais ao RN que tenha recebido a primeira dose da vacina e
a imunoglobulina.

6 - Quais as particularidades da vacina DPT-Hib (vacina adsorvida


difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b – conjugada)
dentro do calendário nacional de imunização proposto pelo
Ministério da Saúde para crianças?
Deve ser administrada aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60
dias (mínimo 30 dias). Em relação à vacina adsorvida difteria, tétano e
pertussis – DTP – são indicados dois reforços. O primeiro reforço deve
ser administrado aos 15 meses de idade e o segundo aos 4 anos. A
idade máxima para administrar esta vacina é aos 6 anos 11meses e 29
dias.

Diante de um caso suspeito de difteria, deve-se avaliar a situação


vacinal dos comunicantes:

• não vacinados menores de 1 ano: iniciar esquema com DTP+


Hib;
• não vacinados na faixa etária entre 1 a 6 anos: iniciar esquema
com DTP;
• comunicantes menores de 1 ano com vacinação incompleta:
completar o esquema com DTP + Hib;
• crianças na faixa etária de 1 a 6 anos com vacinação
incompleta: completar esquema com DTP;
• crianças comunicantes que tomaram a última dose há mais de 5
anos e que tenham 7 anos ou mais: antecipar o reforço com dT.

7 - Quais as particularidades da vacina Sabin (vacina oral contra


poliomielite – vírus vivos atenuados - VOP) dentro do calendário
nacional de imunização proposto pelo Ministério da Saúde para
crianças?
Devem ser administrada três doses (2, 4 e 6 meses), com intervalo
entre as doses de 60 dias, mínimo de 30 dias. O reforço deve ser dado
aos 15 meses de idade, considerando para o mesmo um intervalo
mínimo de 6 meses após a última dose.

8 - Quais as particularidades da vacina oral contra rotavírus


(rotavírus humano G1P1 – vírus vivos atenuados) dentro do
calendário nacional de imunização proposto pelo Ministério da
Saúde para crianças?
Deve-se administrar duas doses seguindo rigorosamente os limites de
faixa etária:

• primeira dose: 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias.


• segunda dose: 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias.

O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é de


30 dias. Nenhuma criança poderá receber a segunda dose sem ter
recebido a primeira. Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a
vacinação, não se deve repetir a dose.

9 - Quais as particularidades da vacina pneumocócica 10


(conjugada) dentro do calendário nacional de imunização proposto
pelo Ministério da Saúde para crianças?
No primeiro semestre de vida, deve-se administrar 3 doses, aos 2, 4 e 6
meses de idade. O intervalo entre as doses é de 60 dias e, no mínimo,
de 30 dias. Fazer um reforço, preferencialmente, entre 12 e 15 meses
de idade, considerando o intervalo mínimo de seis meses após a 3ª
dose.

Se a vacinação iniciar-se entre 7 e 11 meses de idade, o esquema de


vacinação consiste em duas doses com intervalo de pelo menos 1 (um)
mês entre as doses. O reforço é recomendado preferencialmente entre
12 e 15 meses, com intervalo de pelo menos 2 meses após a última
dose.

10 - Quais as particularidades da vacina meningocócica C


(conjugada) dentro do calendário nacional de imunização proposto
pelo Ministério da Saúde para crianças?
Administrar duas doses aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo entre
as doses de 60 dias, e mínimo de 30 dias. O reforço é recomendado
preferencialmente entre 12 e 15 meses de idade.

11 - Quais as particularidades da vacina contra febre amarela


(atenuada) dentro do calendário nacional de imunização proposto
pelo Ministério da Saúde para crianças?
Deve ser administrada aos 9 meses de idade. Durante surtos, antecipar
a idade para 6 (seis) meses. Indicada aos residentes ou viajantes para as
áreas de risco, de acordo com situação epidemiológica da doença.
Viajantes devem receber a vacina pelo menos dez dias antes da data da
viagem. Recomenda-se dose de reforço, a cada dez anos, se o risco
persistir.

12 - Quais as particularidades da vacina contra sarampo, caxumba


e rubéola dentro do calendário nacional de imunização proposto
pelo Ministério da Saúde para crianças?
São recomendadas duas doses, a primeira aos 12 meses de idade e a
segunda aos quatro anos. Em situação de circulação viral, antecipar a
administração de vacina para os 6 (seis) meses de idade, porém deve
ser mantido o esquema vacinal de duas doses e a idade preconizada no
calendário. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.

13 - Quais as particularidades da vacina dupla adulto (dT) dentro


do calendário nacional de imunização proposto pelo Ministério da
Saúde?
Deve administrada como reforço a cada 10 anos, por toda a vida. Em
caso de gravidez e na profilaxia do tétano após alguns tipos de
ferimentos, deve-se reduzir o intervalo das doses da dT para cinco
anos.

14 - Que outras vacinas são recomendadas para crianças


previamente saudáveis?
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda as vacinas contra:

• influenza: para crianças com idade entre 6 e 60 meses,


• pneumococo: vacina conjugada 13-valente, licenciada para
crianças com idade entre 2 e 60 meses;
• varicela: esquema de duas doses, sendo a primeira após um ano
e a segunda, com intervalo mínimo de 3 meses;
• hepatite A: esquema de duas doses, sendo a primeira após um
ano e a segunda, após 6 meses
• HPV: vacina contra papilomavírus humano, esquema de 3
doses, indicada para meninas após 9 anos
• dTap ou dTap-IPV: vacina acelular pertussis combinada com
difteria e tétano ou com difteria, tétano e poliomielite, devem
ser preferidas em substituição à dupla adulto (dT) para
adolescentes.

A SBP recomenda que as crianças sejam vacinadas, preferencialmente,


com vacinas acelulares contra coqueluche e com a vacina injetável de
vírus inativados contra pólio, em substituição, respectivamente, às
vacinas DPT-Hib, DPT e vacina oral contra pólio. (tabela 2).

Tabela 2. Vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de


Pediatria

Idade Vacinas

Ao nascer BCG intradérmico¹ + Vacina contra Hepatite B


(VHB)²

2 meses DTP ou DTaP³; VIP ou VOP4; HB; Hib


Vacina conjugada contra S. pneumoniae5
Vacina oral contra rotavírus6

3 meses Vacina conjugada contra meningococo C7

4 meses DPTa ou DTP; VIP ou VOP; Hib


ROTA

5 meses Vacina conjugada contra meningococo C

6 meses DPT ou DTaP; VIP ou VOP; HB; Hib


Vacina contra influenza8

9 meses Vacina contra Febre amarela (FA)9

12 meses Vacina tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola)


Vacina contra varicela10
Vacina contra hepatite A11

15 meses DTP ou DTaP-Hib12; VIP ou VOP


Vacina conjugada contra S. pneumoniae

18 meses Vacina contra hepatite A


4 - 6 anos DTPa; VIP ou VOP
Vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)

11 - 12 anos Tríplice acelular adulto (dTaP)5, 6 + FA5

1. BCG pode ser administrado na primeira visita ao serviço.


2. Quando a mãe tiver sorologia negativa para hepatite B, pode-se
administrar a primeira dose da vacina contra hepatite B aos 2
meses, na forma de vacina combinada hexavalente (DTaP-HB-
IPV-Hib).
3. Preferir as vacinas acelulares (menor risco de eventos
adversos).
4. Preferir o uso de vacina inativada contra pólio (VIP), para
evitar os raros casos de pólio associada à vacina de vírus vivos
atenuados (VOP).
5. A vacina conjugada é recomendada para todas as crianças com
idade entre 2 e 60 meses. O esquema depende da idade de
início da vacinação.
6. Vacina contra rotavírus só deve ser iniciada se a criança tiver
idade entre 6 e 12 semanas.
7. Vacina conjugada contra meningococo C é preconizada a partir
de 6 semanas até a adolescência nas áreas de risco.
8. Vacina contra influenza é indicada prioritariamente para
crianças com idade entre 6 e 60 meses. Na primovacinação de
crianças com idade entre 6 meses e 9 anos, são recomendadas
duas doses. A vacinação é anual, devendo ser realizada no
outono, entretanto, devido à grande variação na circulação dos
vírus nas diversas regiões do país, a vacina pode beneficiar as
crianças mesmo após o período de maior sazonalidade
(outono/inverno).
9. Febre amarela nas áreas de risco. Pessoas que viajarão para
áreas de risco devem ser vacinadas pelo menos 10 dias antes de
viajar.
10. Varicela indicada em esquema de duas doses com
intervalo de 4 a 8 semanas.
11. Hepatite A. Duas doses com intervalo de 6 meses.
Adolescentes não vacinados devem receber formulação tipo
adulto (dobro da dose)
12. dTaP é vacina formulada especificamente para uso em
adolescentes (não utilizar as vacinas acelulares indicadas para
uso em crianças).

15 - Por que existem diferentes calendários de vacinação?


Os diferentes calendários de vacinação são montados levando-se em
conta os riscos e os benefícios de cada vacina frente à situação
epidemiológica de determinado país ou região, assim como a
disponibilidade de recursos para a imunização em massa. Novas
vacinas, em geral, têm preço superior às desenvolvidas com
tecnologias mais antigas e sua incorporação aos calendários básicos
nacionais pode demorar anos ou décadas. Além do preço, existem
outras dificuldades para incorporar uma nova vacina no calendário
nacional, como, por exemplo, a necessidade de milhões de doses, que
nem sempre estão disponíveis, pois a produção requer planejamento.
As recomendações das Sociedades Médicas visam oferecer à criança o
maior grau de proteção possível; nesse sentido, o preço das vacinas é
fator secundário. Assim que se comprovam a eficácia e segurança das
novas vacinas, elas passam a ser recomendada pelas Sociedades
Médicas.

16 - Por que as vacinas são recomendadas principalmente para


lactentes jovens?
Os recém-nascidos são parcialmente protegidos contra muitas doenças
infecto-contagiosas, de forma passiva, pelos anticorpos maternos da
classe IgG, que cruzam a placenta. A meia vida desses anticorpos é
curta e, em geral, se esgota a partir do terceiro mês de vida, quando a
criança se torna muito vulnerável às infecções. As vacinas são
administradas precocemente com o intuito de estimular desde cedo as
defesas da criança. Embora os lactentes jovens apresentem uma
imaturidade imunológica, na maioria das vezes eles são capazes de
produzir anticorpos em títulos protetores contra diversos agentes,
especialmente quando os antígenos vacinais são de natureza proteica.

17 - Existe idade mínima para iniciar a vacinação?


Sim. A idade varia de acordo com as vacinas. As vacinas BCG e contra
hepatite B são recomendadas logo após o nascimento, enquanto outras
só podem ser administradas após seis semanas (DPT-Hib, conjugadas
contra S. pneumoniae e meningococo C) ou após o segundo ou terceiro
semestre de vida (influenza, sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela
e varicela). A vacina HPV esta recomendada para maiores de 9 anos de
idade.

A idade preconizada para as vacinas pode ser modificada de acordo


com o risco epidemiológico. Geralmente, as vacinas contra sarampo,
caxumba, rubéola e varicela são recomendadas após o primeiro ano de
vida, para evitar a possível interferência de anticorpos maternos na
replicação viral; entretanto, nas epidemias de sarampo, a vacina é
recomendada a partir de seis meses de idade, mesmo correndo-se o
risco de menor soroconversão. A vacina de varicela pode ser
administrada em crianças com mais de 9 meses de idade durante
surtos, mas essa dose não é contada como válida, devendo a criança ser
revacinada com duas doses após completar um ano. Não se recomenda
administrar vacinas não testadas em crianças de baixa idade.

18 - Os recém-nascidos prematuros podem receber as vacinas nas


mesmas doses recomendadas para as outras crianças?
A vacinação é recomendada de acordo com a idade cronológica, não
sendo recomendado reduzir as doses das vacinas. A única exceção a
esta regra é o BCG, que, por dificuldades técnicas, deve ser aplicado
apenas após a criança atingir o peso de 2.000 g. Algumas vacinas
induzem menor resposta em prematuros e crianças de baixo peso. O
exemplo clássico é a vacina contra a hepatite B, que induz menor
resposta de anticorpos quando administrada a crianças com menos de
2.000 g. Nesta situação, não se conta a primeira dose e a criança deve
receber quatro doses da vacina. Em relação à vacina conjugada contra
o H. influezae tipo b (Hib), a produção de anticorpos também é mais
baixa e os prematuros devem receber uma dose de reforço.

19 - Existem intervalos mínimos entre as doses das vacinas?


Sim. Os intervalos entre as doses de uma mesma vacina são variáveis,
devendo-se seguir as recomendações dos fabricantes, pois antes de sua
aprovação, as vacinas são testadas em diferentes doses e esquemas,
sendo recomendados os que melhor estimulam a reposta imune (tabela
3). Os intervalos entre vacinas diferentes também variam. Em geral,
recomenda-se que as vacinas que contêm agentes vivos sejam
administradas simultaneamente ou com um mês de intervalo entre elas
(tabela 4).

Tabela 3. Idade mínima e intervalos entre as doses de vacinas

Vacina Idade Idade Intervalo Intervalo


(dose) mínima com a mínimo
próxima
dose

Hepatite B¹

• Dose 0 – 2 meses Nascimento 1 – 4 meses 4 semanas


1 1 – 4 meses 4 semanas 2 – 17 8 semanas
• Dose 6 – 18 meses 6 meses meses –
2 –
• Dose
3

DPT² e
DTPa³
2 meses 6 semanas 2 meses 4 semanas
• Dose 4 meses 10 semanas 2 meses 4 semanas
1 6 meses 14 semanas 6 – 12 6 meses
• Dose 15 – 18 meses 12 meses meses 6 meses
2 4 – 6 anos 4 anos 3 anos –
• Dose –
3
• Dose
4
• Dose
5

Hib4

• Dose 2 meses 6 semanas 2 meses 4 semanas


1 4 meses 10 semanas 2 meses 4 semanas
• Dose 6 meses 14 semanas 6 – 9 meses 8 semanas
2 12 – 15 meses 12 meses – –
• Dose
3
• Dose
4

OPV5 e
IPV6
2 meses 6 semanas 2 meses 4 semanas
4 meses 10 semanas 2 a 14 4 semanas
• Dose 6 meses 14 semanas meses 4 semanas
1 4 – 6 anos 18 semanas 3,5 anos –
• Dose
2
• Dose
3
• Dose
4

Pn
conjugada7
2 meses 6 semanas 2 meses 4 semanas
• Dose 4 meses 10 semanas 2 meses 4 semanas
1 6 meses 14 semanas 6 meses 8 semanas
• Dose 12 – 15 meses 18 semanas – –
2
• Dose
3
• Dose
4

Tríplice
viral8
12 – 15 meses 12 meses 3 – 5 anos 4 semanas
• Dose 4 – 6 anos 13 meses
1
• Dose
2

Varicela9

• Dose 12 – 15 meses 12 meses 3 -5 anos 12


1 4 – 6 anos 15 meses – semanas
• Dose –
2

Influenza10

• Dose 6 meses 4 semanas


1
• Dose
2

Hepatite A11

• Dose 12-23 meses 12 meses 6-18 meses 6 meses


1 18-41 meses 18 meses
• Dose
2

Td12 11 anos 7 anos 10 anos 5 anos


Tdap/Tdap1 11 anos 10 anos – –
2

HPV13

• Dose 11–12 anos 9 anos 2 meses 4 semnas


1 11– 4 meses 12
• Dose 12 anos (+2 m) semanas
2 11–
12 anos (+6 m)
• Dose
3

Rotavirus14

• Dose 2 meses 6 semanas 2 meses 4 semanas


1 4 meses 10 semanas 2 meses 4 semanas
• Dose 6 meses 14 semanas – –
2
• Dose
3

1. Hepatite B: intervalo mínimo entre as doses 1 e 3 é de 16


semanas; a terceira dose não deve ser administrada antes de 6
meses
2. DPT = vacina contra difteria, tétano e coqueluche de células
inteiras
3. DTPa = vacina contra difteria, tétano e acelular contra
coqueluche
4. Hib = vacina contra Haemophilus influenzae do tipo b
5. OPV = vacina oral contra poliomielite (vírus vivos)
6. IPV = vacina contra poliomielite contendo vírus inativados
7. Pn10 valente = vacina conjugada contra Streptococos
pneumoniae que contém 10 sorotipos ou Pn13 = vacina
conjugada que contem 13 sorotipos
8. Tríplice viral = vacina contra sarampo, caxumba e rubéola
9. Vacina contra varicela: recomendam-se duas doses após os 13
anos e em imunocomprometidos
10. Vacina contra influenza: atualmente recomendada para
crianças com idade entre seis e 24 meses, além de pessoas
pertencentes a grupos de risco para complicações, como
imunocomprometidos, gestantes e seus familiares. Em crianças,
a primo-vacinação requer duas doses.
11. Vacina contra hepatite A: nos EUA, a idade mínima
recomendada é 24 meses. Na Europa e no Brasil, existem
vacinas licenciadas para uso a partir de 12 meses de idade.
12. As vacinas acelulares para adolescentes (Tdap e Tdap-
IPV) licenciadas no Brasil podem ser utilizadas em idades mais
precoces e com intervalos menores do que o recomendado nos
EUA. Recomendamos consultar a orientação dos fabricantes.
Sempre que possível, substituir a vacina dT pela Tdap.
13. HPV – existem duas vacinas licenciadas contra HPV,
com diferentes composições e esquemas (uso no sexo
masculino?)
14. Rotavírus – esquema recomendado para a vacina
tetravalente. A monovalente utilizada na rotina é recomendada
em esquema de duas doses.

Tabela 4. Intervalos recomendados entre as doses de vacinas que


contêm vírus vivos atenuados e vacinas que não contém vírus
vivos atenuados

Tipo de Antígenos Intervalo entre as doses

Não vivo – Não vivo Nenhum.


Podem ser administradas simultaneamente
ou com qualquer intervalo entre as doses

Vírus vivos Nenhum.


atenuados – Não Podem ser administradas simultaneamente
vivo ou com qualquer intervalo entre as doses

Vírus vivos Se não forem administradas


atenuados – Vírus simultaneamente, recomenda-se intervalo
vivos atenuados mínimo de 28 dias entre as vacinas*

Nota: A vacina oral contra poliomielite pode ser administrada com


qualquer intervalo entre outras vacinas contendo agentes vivos ou não;
exceto a vacina oral contra rotavírus. Quando não for administrada no
mesmo dia, deve-se respeitar o intervalo de 15 dias entre essas duas
vacinas.

20 - A administração de diversas vacinas às crianças sobrecarrega


o sistema imunológico?
Não. O sistema imunológico é capaz de responder a milhares de
antígenos e as vacinas contêm menos antígenos do que os agentes
infecciosos. A vacinação simultânea (aplicação de diversas vacinas em
diferentes pontos, numa mesma ocasião) e a vacinação combinada
(aplicação de diversas vacinas num mesmo ponto de aplicação) não
somente é recomendada, como ainda facilita a aderência ao calendário
e aumenta a cobertura vacinal.

21 - Todas as vacinas podem ser administradas simultaneamente?


As vacinas incorporadas ao calendário nacional de vacinação podem
ser administradas simultaneamente, de acordo com a idade e
respeitando-se os intervalos recomendados entre as doses de cada uma.
Quando novas vacinas são introduzidas nos calendários de imunização,
é preciso verificar se não há interferência na imunogenicidade ou
aumento de eventos adversos caso sejam administradas de forma
simultânea ou combinada com outras. No caso da vacina oral contra
rotavírus, a maioria dos estudos realizados foi feita com intervalo de
15 dias entre esta e a vacina oral contra poliomielite; por isso, quando
as vacinas não forem administradas na mesma data, recomenda-se um
intervalo de 15 dias entre as mesmas.

22 - Quais as diferenças entre vacinação simultânea e combinada?


Vacinação simultânea é a administração de diferentes vacinas em
diferentes pontos de aplicação. As vacinas combinadas são formuladas
com mais de um imunógeno, que é administrado no mesmo ponto de
aplicação. As vacinas combinadas podem conter mais de um tipo do
mesmo agente (por exemplo, a vacina oral contra poliomielite contém
os poliovírus tipo 1, 2 e 3); diferentes agentes (vacina combinada
contra sarampo, caxumba e rubéola) ou diferentes partículas
imunogênicas (DTP-Hib é composta pelos toxoides tetânico e diftérico
combinados com a célula inteira e inativada da Bordetella pertussis e o
polissacarídeo da cápsula do Hib conjugado a uma proteína
carreadora).

23 - Vacinas recomendadas numa mesma idade podem ser


misturadas no momento de sua aplicação?
Não. Somente são recomendadas as vacinas combinadas previamente
testadas, pois além das partículas imunogênicas, as vacinas contêm
diferentes substâncias que podem interferir na resposta imune.

24 - Quais as principais contra-indicações às vacinas?


A principal contra-indicação ao uso de uma vacina é o antecedente
positivo de reação de caráter anafilático à dose prévia da mesma ou aos
seus componentes. Nesta situação, que se caracteriza pela ocorrência
de edema, urticária, broncoespasmo ou choque, imediatamente ou nas
primeiras horas após a vacinação, pode haver risco de morte em caso
de nova vacinação. Essa situação é extremamente rara (menos de 1
caso para 100.000 doses) e deve ser notificada.

Além dessa contra-indicação, recomenda-se evitar as vacinas que


contêm microorganismos vivos (bactérias atenuadas ou vírus vivos
atenuados) nas seguintes situações:

• pessoas que apresentam imunodeficiência congênita ou


adquirida, como:
• portadores de neoplasias malignas,
• submetidos a transplante de medula ou de órgãos
sólidos,
• infectados pelo HIV,
• em tratamento com corticoides em dose alta
(equivalente a prednisona na dose de 2 mg/kg/dia ou
mais, para crianças, ou de 20 mg/dia ou mais, para
adultos, por mais de duas semanas),
• submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras
(quimioterapia antineoplásica, radioterapia etc).

Como existem diversos tipos e graus de comprometimento


da resposta imunológica, há recomendações específicas
para cada uma dessas situações.

• Gestantes (salvo em situações de alto risco de exposição a


algumas doenças virais com possibilidade de prevenção
imunológica, como, por exemplo, febre amarela).

25 - Em que situações é recomendável adiar a aplicação de


vacinas?
Recomenda-se adiar as vacinas nas seguintes situações:

1. Quando a criança apresenta doença aguda com


comprometimento do estado geral, para evitar que sinais e
sintomas da doença de base sejam confundidos com eventos
adversos da vacina. Resfriado comum, rinite alérgica,
broncoespasmo e diarreia leve não são motivos para adiar a
vacinação.
2. Vacinas que contêm agentes vivos devem ser adiadas por pelo
menos três meses após uso de tratamentos capazes de
prejudicar a resposta imune, tais como: uso de
imunossupressores, radioterapia, quimioterapia, uso de
corticosteróide em dose alta.
3. Deve-se adiar a vacinação contra sarampo, caxumba, rubéola e
varicela após uso de imunoglobulina, sangue e derivados, para
evitar que os anticorpos presentes nesses imunobiológicos
neutralizem os vírus vacinais.
4. Recomenda-se adiar a aplicação do BCG em recém-nascidos de
baixo peso, até que atinjam o peso de 2.000 g.

26 - O que são as falsas contra-indicações às vacinas?


São situações em que se protela a vacinação sem que haja bases
científicas para essa conduta, perdendo-se a oportunidade de vacinar as
crianças. As principais falsas contra-indicações às vacinas são:

• Doenças leves, tais como resfriado comum, diarreia leve,


impetigo, escabiose, manifestações leves de rinite e
broncoespasmo.
• Tratamento com antibióticos, desde que a criança já esteja na
fase de recuperação.
• Antecedente e/ou diagnóstico prévio da doença que se pretende
prevenir.
• Administração simultânea de mais de uma vacina.
• Desnutrição.
• Ter recebido a vacina contra a raiva.
• Presença de doença neurológica estável ou antecedente familiar
de convulsão.
• Tratamento sistêmico com corticosteróide nas seguintes
situações:
• Curta duração (inferior a duas semanas),
independentemente da dose;
• Doses baixas ou moderadas, independentemente do
tempo;
• Tratamento prolongado, em dias alternados, com
corticosteróide de ação curta;
• Doses de manutenção fisiológica.
• Alergia de caráter não anafilático, como reação local após uso
tópico de timerosal.
• Prematuridade ou baixo peso ao nascimento. As vacinas devem
ser administradas de acordo com a idade cronológica, não
sendo necessário adiar o início da vacinação.

27 - Quais as vantagens do uso de vacinas combinadas?


A administração de vacinas combinadas reduz o número de injeções,
aumenta a adesão aos calendários de vacinação e, consequentemente,
as coberturas vacinais. Além disso, reduz gastos com a vacinação, por
diminuir a necessidade de retornos para administração de novas doses
e os custos da aplicação.

28 - As vacinas podem ser misturadas no momento de sua


aplicação para reduzir o número de injeções?
Não. Somente devem ser utilizadas as formulações de vacinas
previamente testadas e licenciadas, pois a mistura de antígenos (e
outros componentes vacinais) pode levar à interferência na resposta
imunológica ou a um aumento na incidência de eventos adversos.

29 - Quando a criança não recebeu as vacinas na época


recomendada, é preciso reiniciar o esquema de vacinação?
Não. A memória imunológica não se perde. Portanto, não é necessário
reiniciar o esquema, mas sim completar o número de doses
recomendadas para cada vacina.

30 - Por que existe preferência pelo uso do BCG intradérmico, se a


aplicação percutânea da vacina causa menos reações locais?
Existem poucos estudos comprovando a efetividade do BCG
percutâneo. Estudos recentes indicam que a dose inoculada por via
percutânea é baixa, induzindo menor produção de interferon gama e
interleucinas associadas à proteção específica contra a tuberculose em
comparação com o BCG intradérmico.

31 - Qual a proteção conferida pelo BCG intradérmico?


O BCG intradérmico protege principalmente contra formas graves da
doença, conferindo mais de 70% de proteção contra tuberculose miliar
e meningite tuberculosa. A proteção contra formas pulmonares de
tuberculose é bem mais baixa (50%) e parece diminuir com o tempo.

32 - A revacinação com BCG aumenta a proteção contra


tuberculose pulmonar?
Estudos recentemente publicados revelaram que a segunda dose da
vacina BCG não foi capaz de aumentar a proteção contra a tuberculose
em crianças brasileiras. A partir de 2006, o Ministério da Saúde deixou
de recomendar a segunda dose do BCG aos seis anos de idade.

33 - Por que a vacina contra hepatite B é recomendada nas


primeiras 12 horas de vida?
Os recém-nascidos de mães portadoras do antígeno HBs apresentam o
mais alto risco de desenvolver infecção crônica pelo vírus da hepatite
B (até 90%). Como muitas mães não realizam pré-natal e, entre as que
o fazem, muitas não têm sorologia para hepatite B, a vacinação ainda
na maternidade é considerada como a estratégia mais efetiva para
prevenir a doença e suas sequelas crônicas (cirrose e
hepatocarcinoma).

34 - Até que idade a vacina contra hepatite B pode ser


administrada?
A vacina contra hepatite B pode ser administrada a pessoas
pertencentes aos grupos de risco de qualquer faixa etária. Atualmente,
a vacina contra hepatite B é recomendada para toda a população com
menos de 24 anos. Adolescentes e adultos devem receber o dobro da
dose recomendada para crianças.

35 - Quais são os grupos de risco para hepatite B?


Os grupos de risco para hepatite B são:

• Recém-nascido de mãe portadora do antígeno HBs


(principalmente se for portadora também do antígeno HBe).
• Indivíduos que recebem produtos derivados de sangue ou
plasma com frequência, como hemofílicos, portadores de
anemia falciforme e outras anemias hemolíticas.
• Indivíduos em programa de hemodiálise.
• Indivíduos sujeitos a risco profissional: médicos, dentistas,
laboratoristas, trabalhadores de creches ou instituições para
crianças com retardo mental.
• Usuários de drogas por via injetável.
• Parceiros heterossexuais que tenham tido mais de um parceiro
nos últimos seis meses, ou que tenham tido um episódio recente
de doença sexualmente transmissível.
• Contatos familiares ou parceiros sexuais de portadores do
antígeno HBs.
• Familiares de crianças adotadas provenientes de países onde a
hepatite B é endêmica.
• Populações residentes em locais de alta endemicidade da
hepatite B.
• Viajantes internacionais que ficarão por mais de seis meses em
regiões de alta endemicidade.

36 - Há necessidade de doses de reforço da vacina contra hepatite


B após completar o esquema de três doses?
Na maioria dos casos não. Mesmo com a queda dos títulos de
anticorpos, a memória imunológica está preservada e, como o vírus da
hepatite B apresenta período de incubação longo, não há necessidade
de doses de reforço para pessoas previamente saudáveis. Entretanto,
alguns grupos de alto risco para infecção pelo vírus da hepatite B,
como pessoas submetidas a hemodiálise ou diálise peritoneal devem
realizar sorologia anual, recomendando-se a revacinação quando os
títulos de anticorpos caírem abaixo de 10 mUI/ml.

37 - Há necessidade de realizar sorologia para verificar a


soroconversão após vacina contra hepatite B?
Estima-se que mais de 95% das crianças previamente saudáveis e mais
de 90% dos adultos apresentem resposta adequada após receberem três
doses da vacina contra hepatite B, sendo desnecessária a realização de
testes sorológicos para verificar a soroconversão. Entretanto, grupos
com alto risco de exposição à doença (incluindo profissionais de
saúde) devem realizar a sorologia um mês após completar o esquema.
Quando não houver soroconversão, recomenda-se repetir o esquema de
vacinação.

38 - Até que idade está indicada a vacina combinada contra DPT-


Hib?
No calendário básico, a vacina DPT-Hib é recomendada em esquema
de três doses (2, 4 e 6 meses); enquanto os reforços dos 15 meses e 4 a
6 anos, são feitos com a vacina DPT. Entretanto, na maioria dos países
do mundo, recomenda-se a dose de reforço da vacina contra Hib após a
criança completar um ano de idade, tendo em vista que ela propicia
maior proteção na faixa etária de maior risco para doenças invasivas
por Hib. Portanto, a vacina DPT-Hib pode ser aplicada até os cinco
anos de idade. No mercado privado, estão disponíveis diversas vacinas
combinadas contendo diferentes antígenos (pertussis, difteria, tétano,
Hib, hepatite B), recomenda-se seguir as orientações dos fabricantes
quanto ao esquema e idade ideal para uso.

39 - Quais as contra-indicações para uso de vacinas contra


coqueluche?
As vacinas contra coqueluche (DPT, DPT-Hib e vacinas acelulares) são
contra-indicadas para crianças que apresentaram encefalopatia de
causa desconhecida nos primeiros sete dias após terem recebido essas
vacinas ou quadro neurológico instável.

40 - Por que a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda


preferencialmente o uso de vacinas acelulares contra coqueluche?
Por que as vacinas acelulares apresentam menor reatogenicidade em
comparação com as de células inteiras, causando menos febre, dor,
irritabilidade e eventos neurológicos após sua utilização. A
disponibilidade de vacinas acelulares contra coqueluche combinadas
com as vacinas inativada de pólio, hepatite B e contra Hib facilita a
adesão ao esquema vacinal proposto, sendo muito mais confortável,
por reduzir o número de injeções.

41 - Em que situações a criança pode receber as vacinas acelulares


nos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais
(CRIES)?
As vacinas acelulares são fornecidas nos CRIES para:

1. crianças que apresentaram convulsão dentro de 72 horas após


uso da vacina de células inteiras;
2. crianças que apresentaram episódio hipotônico hiporresponsivo
dentro de 48 horas após uso de vacinas celulares;
3. crianças que apresentam condição hemodinâmica instável
(doença cardíaca ou respiratória grave);
4. crianças que apresentam doenças convulsivas crônicas.

42 - A dose de reforço da vacina contra o Haemophilus influenzae do


tipo b é necessária?
Embora o esquema de vacinação adotado no Brasil não preconize a
quarta dose da vacina contra Hib, atualmente se sabe que grande parte
da proteção conferida por vacinas conjugadas em lactentes jovens está
relacionada à imunidade coletiva que ocorre logo após a implantação
de novas vacinas, levando à redução da circulação do agente na
comunidade. Estudos realizados no Reino Unido revelaram que a
produção de anticorpos e a duração da proteção após a vacinação
contra o Hib em menores de um ano é inferior à observada em crianças
que receberam a dose de reforço ou que foram vacinadas após
completar um ano de idade. O risco de falha vacinal é particularmente
alto quando a vacina contra Hib é administrada concomitantemente
com a vacina acelular pertussis, no esquema acelerado (2, 3 e 4 meses)
e em crianças prematuras. Além disso, a dose de reforço induz altos
títulos de anticorpos, necessários para eliminar o estado de portador.
Portanto, acreditamos que a dose de reforço é necessária, lembrando
que apesar da redução do número de casos de doenças invasivas por
Hib, o agente continua a circular na comunidade e pode causar doenças
graves com altas taxas de complicações e óbitos.

43 - Como é constituída a vacina contra rotavírus?


A vacina contra rotavírus introduzida no calendário nacional é uma
vacina monovalente, constituída por vírus vivos atenuados da cepa
G1P[8], originalmente isolada de humanos. No mercado privado está
disponível outra vacina que contem 5 sorotipos, recomendada em
esquema de 3 doses no primeiro ano de vida.

44 - Qual o esquema de vacinação contra rotavírus?


A vacina monovalente G1P[8] é recomendada em esquema de duas
doses, administradas por via oral, aos dois e quatro meses de idade,
simultaneamente com a vacina oral contra poliomielite.

45 - Até que idade é possível iniciar o esquema de vacinação contra


rotavírus?
A primeira dose da vacina contra rotavírus pode ser administrada a
partir de seis semanas até, no máximo, três meses e uma semana.
Crianças maiores não devem receber a vacina. Crianças que receberam
a primeira dose podem receber a segunda dose até completar cinco
meses e quinze dias de vida.

46 - A vacina contra rotavírus previne todas as diarréias?


Não. A vacina contra rotavírus é capaz de prevenir 85% dos casos de
diarreia grave causadas por rotavírus e espera-se que reduza em mais
de 40% as hospitalizações por diarreia de qualquer etiologia. É
importante ressaltar que essa vacina não terá impacto na prevenção de
diarreias leves, pois existem dezenas de vírus e de bactérias que podem
causar esta enfermidade em lactentes.

47 - A vacina contra rotavírus não irá aumentar o risco de


intussuscepção em lactentes?
De acordo com estudos realizados em mais de 60.000 crianças de
diversos países (incluindo o Brasil), a vacina contra rotavírus incluída
no calendário básico é extremamente segura e não está associada à
intussuscepção. Deve-se ressaltar que nos estudos de fase II e III, a
vacinação foi iniciada antes de a criança completar 12 semanas de
vida, tendo em vista que a intussuscepção em crianças não vacinadas
ocorre com maior frequência dos 3 aos 12 meses de vida. Para evitar
confusão entre a ocorrência de intussuscepção por outras causas e
possíveis eventos adversos da vacina, o esquema de vacinação só
poderá ser iniciado em crianças com idade entre 6 e 12 semanas
(máximo 3 meses e 7 dias de vida).

48 - Quais as contra-indicações da vacina contra rotavírus?


A vacina não deve ser administrada em crianças imunocomprometidas,
mas poderá ser administrada a filhos de mães HIV-positivas sem
sintomas da doença.
49 - A vacina contra rotavírus pode ser administrada
simultaneamente com outras vacinas do calendário básico?
Sim. A vacina pode ser administrada simultaneamente com as vacinas
DPT, Sabin, DTPa, IPV, Hib, pneumococo conjugada. Apesar de não
existirem estudos do uso concomitante dessa vacina com a conjugada
contra meningococo, espera-se que não haja interferência entre as
mesmas, porém, se possível, recomenda-se respeitar um intervalo de
pelo menos 15 dias entre elas. Em relação à vacina oral contra pólio,
quando a vacina não for administrada no mesmo dia, recomenda-se
respeitar um intervalo de 15 dias.

50 - A vacina conjugada contra pneumococo pode ser utilizada em


menor número de doses do que o recomendado pela Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP)?
Embora alguns países preconizem menor número de doses de vacinas
conjugadas, recomenda-se seguir as recomendações dos fabricantes
quanto ao número de doses indicada para cada faixa etária,
considerando-se que a vacina Pn10 foi introduzida muito recentemente
no pais (2010) apenas para crianças menores de dois anos de idade.
Grande parte do impacto da vacinação observado nos EUA e em outros
países se deve à imunidade coletiva, observada quando a vacina é
introduzida em maior número de coortes (até 5 anos), propiciando
redução mais rápida na transmissão da doença na comunidade (herd
immunity). Lembramos que a dose de reforço após um ano tem grande
importância para que a criança persista com títulos de anticorpos
protetores na faixa etária de maior risco para doenças pneumocócicas
invasivas.

51 - Por que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) passou a


recomendar a vacina contra influenza para crianças com idade
entre 6 e 60 meses e para seus contatos?
Estudos epidemiológicos apontam que todos os anos a influenza
acomete 10% a 40% da população, causando grande número de
complicações e mortes. Atualmente se reconhece que o risco de
complicação e hospitalização após influenza em lactentes jovens é tão
alto quanto o observado em idosos; que 2/3 das complicações ocorrem
em crianças sem doenças de base e que as crianças infectadas são fonte
de disseminação do vírus na comunidade, transmitindo a doença para
seus pares e familiares. A vacinação de crianças confere proteção
contra as formas graves de influenza, reduz o risco de adoecimento em
pais e irmãos, devido à proteção indireta, e também o impacto
econômico associado às faltas dos pais ao trabalho para cuidar das
crianças doentes. Como os lactentes jovens (< 6 meses) não podem ser
vacinados, a melhor forma de protegê-los contra a influenza é vacinar
todos os contatos próximos dessas crianças: pais, irmãos, outros
parentes, profissionais de saúde e cuidadores. Lembramos que a partir
de 2011, gestantes, profissionais de saúde e crianças com idade entre 6
e 24 meses foram incluídos nos grupos que recebem gratuitamente a
vacina durante a campanha de vacinação de gripe; entretanto, como os
vírus continuam circulando fora do período sazonal, crianças não
vacinadas na campanha podem se beneficiar da vacinação em qualquer
época do ano.

52 - A vacina contra influenza é efetiva em crianças?


Sim, mas a produção de anticorpos é mais baixa em crianças menores
de nove anos do que em adultos. Por esse motivo, crianças não
vacinadas previamente devem receber duas doses da vacina com
intervalo não inferior a um mês.

A proteção conferida pelas vacinas inativadas contra influenza em


crianças varia de acordo com a semelhança entre as cepas contidas na
vacina e as cepas circulantes. Além de reduzir a incidência da doença,
a vacina reduz também a gravidade, taxa de complicações e uso de
antibióticos. A falsa impressão de que a vacina não protege bem se
deve ao grande número de agentes virais que causam quadro clínico
semelhante ao da influenza e ao fato de haver um período de latência
de aproximadamente um mês entre a administração das vacinas e a
produção de anticorpos específicos em títulos protetores.

53 - A vacina contra-influenza induz crises de asma?


Não, pelo contrário, essa vacina reduz em mais de 60% as crises de
sibilância e as hospitalizações em pessoas asmáticas, na época de
maior circulação dos vírus da influenza. Após a pandemia por
influenza A H1N1-2009, ficou claro que a asma é um dos principais
fatores de risco para complicações da influenza pandêmica e sazonal.
Crianças (acima de 6 meses de idade), adolescentes e adultos com
asma devem receber a vacina de influenza todos os anos.

54 - Por que vacinar contra a varicela?


Apesar de a varicela ser considerada uma doença relativamente
benigna, 5% a 10% das crianças previamente saudáveis apresentam
complicações como otite média, sinusite, impetigo; 0,1% a 1,5% são
hospitalizadas por complicações de maior gravidade, como pneumonia,
complicações neurológicas, abscesso e sepse, e seis por milhão podem
morrer. As complicações graves e óbitos são proporcionalmente mais
comuns em lactentes jovens, adolescentes e adultos e pessoas que
apresentam comprometimento da resposta imunológica; entretanto, em
números absolutos, a maioria das complicações e mortes atribuídas à
varicela ocorre em crianças previamente saudáveis, tendo em vista que,
na ausência de vacinação, mais de 90% dos casos da doença ocorrem
antes dos dez anos de idade.

55 - A vacina contra varicela é efetiva?


A vacina contra varicela confere proteção superior a 90% contra as
formas graves da doença e reduz em aproximadamente 80% o risco de
a criança vacinada adoecer.

56 - Há necessidade de uma segunda dose da vacina contra


varicela?
Sim, com a redução da circulação dos vírus na comunidade, está clara
a necessidade de uma segunda dose da vacina, tanto para crianças,
como para adolescentes e adultos.

Nos EUA, a vacina contra varicela foi introduzida em 1995 e, devido


às elevadas coberturas vacinais, a oportunidade de exposição aos vírus
selvagens na comunidade atualmente é baixa. Em estudo caso-
controle, verificou-se que a segunda dose da vacina de varicela reduziu
em 95% as chances de falha vacinal, em comparação com dose única.
A segunda dose da vacina pode ser administrada de forma isolada, 3
meses após a primeira dose, ou na forma de vacina combinada
quadrivalente (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), aos 4-6 anos de
idade.

57 - A vacina contra varicela é efetiva após contato?


A vacina pode proteger indivíduos expostos à varicela quando
administrada até 96 horas após a exposição, mas o ideal é vacinar a
criança antes, pois nem sempre é fácil identificar a fonte de contato.
Lembramos que a maior excreção do vírus da varicela zoster ocorre
desde dois dias antes do surgimento do exantema, até dois dias após,
persistindo até todas as lesões estarem na fase de crostas.

58 - Por que recomendar a vacina contra hepatite A em crianças, se


na maioria das vezes a doença é oligossintomática em menores de
seis anos?
Apesar de na maioria das vezes a hepatite A causar poucos sintomas na
criança, essa doença pode evoluir com formas graves (hepatite
fulminante) e desencadear hepatite auto-imune. A vacina é muito
segura e efetiva, sendo recomendada para crianças a partir de um ano
de idade, em esquema de duas doses, com intervalo de seis meses entre
elas. Adolescentes devem receber dose dupla e aqueles não vacinados
previamente com a vacina contra hepatite B podem receber a vacina
combinada contra hepatite A e hepatite B.

59 - Quais os grupos de risco para hepatite A?


Os principais grupos de risco são:

• adolescentes e adultos não imunes;


• militares;
• usuários de drogas injetáveis;
• pessoas com comportamento sexual promíscuo;
• crianças que frequentam creches e indivíduos que trabalham
nelas;
• indivíduos que manipulam alimentos;
• indivíduos que trabalham em esgotos;
• clientes e trabalhadores de instituições para deficientes mentais;
• portadores de hepatopatias crônicas (incluindo portadores do
vírus C);
• pessoas que serão submetidas a transplantes;
• indivíduos que viajam para locais de alta endemicidade (países
em desenvolvimento ou regiões com saneamento precário);
• hemofílicos;
• pessoas expostas à hepatite A.

60 - Por que vacinar adolescentes contra coqueluche?


Ao contrário do que se acreditava, hoje se sabe que a proteção
conferida após infecção/doença ou vacinação (DPT e DTaP) não é
permanente e que muitos quadros de tosse prolongada em adolescentes
são causados pela coqueluche (formas atípicas da doença). Quando a
cobertura vacinal contra coqueluche é baixa, as crianças são o principal
reservatório da doença; quando a cobertura vacinal contra coqueluche
é alta, os adolescentes e adultos jovens são as principais fontes de
contágio para lactentes jovens. A vacinação de adolescentes contra
coqueluche é feita com vacinas específicas para essa faixa etária, que
além de seguras, conferem proteção superior a 90% contra coqueluche.
A vacinação de adolescentes deverá reduzir a morbidade da
coqueluche nesse grupo, assim como a morbidade e letalidade em
lactentes jovens. Em diversos países, a vacina acelular contra
coqueluche é recomendada em substituição à dupla adulto (dT) e, a
partir de 2011, o ACIP recomenda que gestantes não vacinadas contra
coqueluche recebam uma dose da vacina dTap a partir do segundo
trimestre de gestação. A vacina também é recomendada para
adolescentes e adultos, incluindo profissionais de saúde e cuidadores
de lactentes jovens, particularmente, crianças menores de seis meses de
idade, para evitar que transmitam a doença às crianças
incompletamente vacinadas, que constituem o grupo mais vulnerável
às complicações.

61 - Por que vacinar adolescentes contra HPV?


Já esta comprovada a forte associação entre infecção por HPV e câncer
do colo do útero. As vacinas licenciadas contra HPV são seguras e
protegem contra infecção persistente por HPV, sendo recomendadas
para mulheres a partir de 9 anos de idade, em esquema de 3 doses.
Mais recentemente a ANVISA licenciou a vacina quadrivalente para
homens, dos 9 aos 27 anos.

62 - Qual a duração da proteção conferida pelas vacinas HPV?


Como ainda se desconhecem os títulos de anticorpos protetores contra
HPV, não é possível estimar a duração da proteção dessas vacinas.

63 - Existe proteção cruzada contra sorotipos não incluídos nas


vacinas HPV?
Existem algumas evidências de que as vacinas podem proteger contra
alguns sorotipos relacionados aos contidos nas vacinas, mas ainda não
se pode afirmar qual o grau de proteção.

64 - Leitura recomendada
American Academy of Pediatrics. Pickering LK ed. Red Book 2009.
Report of the Committee on Infectious Diseases, 28 ed., Elk Groove
Village. American Academy of Pediatrics, 2009

Brasil. Ministério da Saúde. Calendário básico de vacinação da


criança.Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=2146
2. Acesso em :08 de julho de 2011

Brasil. Imunobiológicos especiais e suas indicações. Disponível em:


http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/imuni/unid_imunobi.htm. Acesso
em: 08 de julho de 2011

Bricks LF. Crianças saudáveis devem receber a vacina contra


influenza? Pediatria (S. Paulo) 2004;26:49-58.

Bricks LF. Vacina BCG: via percutânea ou intradérmica? J Pediat (Rio


J.) 2004;80:93-98.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Direct and indirect
effects of routine vaccination of children with 7-valent pneumococcal
conjugate vaccine on incidence of invasive pneumococcal disease -
United States, 1998-2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep
2005;54:893-897.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC).General


Recommendations on Immunization.MMWR 2011;60(2).

Centers for Disease Control and Prevention (CDC).Transmission of


yellow fever vaccine virus through breast-feeding - Brazil, 2009.
MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2010;59:130-2.

Fiore AE, Uyeki TM, Broder K et al. Prevention and control of


influenza with vaccines: recommendations of the Advisory Committee
on Immunization Practices (ACIP), 2010. MMWR Recomm Rep
2010;59:1-62.

Fischer Walker CL, Black RE. Rotavirus vaccine and diarrhea


mortality: quantifying regional variation in effect size. BMC Public
Health 2011;11(suppl 3):s16.

Lu B, Kumar A, Castellsaqué X, Giuliano AR. Efficacy and safety of


prophylactic vaccines against cervical HPV infection and diseases
among women: a systematic review & meta-analysis. BMC Infect Dis
2011;11:13.

Lucero MG, Dulalia VE, Nillos LT et al. Pneumococcal conjugate


vaccines for preventing vaccine-type invasive pneumococcal disease
and X-ray defined pneumonia in children less than two years of age.
Cochrane Database Syst Rev. 2009 Oct 7;(4):CD004977.

Plotkin SA, Orenstein WA, Offit PA. ed. Vaccines. 5 ed, Philadelphia:
WB Saunders; 2008.

Rodrigues LC, Pereira SM, Cunha SS et al. Effect of BCG


revaccination on incidence of tuberculosis in school-aged children in
Brazil: the BCG-REVAC cluster-randomised trial. Lancet
2005;366:1290-5.

Shapiro ED, Vazquez M, Esposito D et al. Effectiveness of 2 doses of


varicella vaccine in children. J Infect Dis 2011;203:312-5.

Nascimento Silva JR, et al. Mutual interference on the immune


response to yellow fever vaccine and a combined vaccine against
measles, mumps and rubella. Vaccine (2011),
doi:10.1016/j.vaccine.2011.05.019

Susan Kuhn MD MSc, Loreto Twele-Montecinos MD, Judy


MacDonald MD MCM, et al.Case report: probable transmission of
vaccine strain of yellow fever virus to an infant via breast milk. CMAJ,
March 8, 2011, 183(4).

Vieira SCRF, Gurgel RQ, Kirby A et al. Acute diarrhoea in a


community cohort of children who received an oral rotavirus vaccine
in Northeast Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol.
106(3), May 2011.
Patel MM., Collada VRP., Bulhões MM., Intussusception risk and
health benefits of rotavirus vaccination in Mexico and Brazil. N Engl J
Med 2011;364:24.

Quem Somos | Editoria | Política Comercial | Política de Privacidade | Fale Conosco

Acessar a versão mobile


Desenvolvimento: Otimize Ltda - Copyright © 2000-2015 Otimize Ltda.

You might also like