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RESUMO
ABSTRACT
This article describes a scientific research work on the teaching practice related to deaf
children, observing how the teachers, when they come across deaf students, assume their
practice, focusing on interaction and language, specifically related to the use of the Brazilian
Sign Language . Through this investigation we can understand the difficulties of the teachers
in front of deaf students and for this a qualitative research was carried out in which the whole
processs of observation happened in two schools: municipal and state public school in the
agreste
greste of Pernambuco. Two teachers participated in this study, in a class with a total of 13
students. In order to analyze the data, we used dialogues and discussions with the teachers in
order to understand teachers' pedagogical methods about deaf children. We can understand
that many obstacles are faced by teachers of deaf students, such as the lack of resources and
1
Pedagoga pela UNINASSAU – Caruaru – PE. naamathais20@gmail.com
2
Pedagoga pela UNINASSAU – Caruaru – PE. meirianyjoana@hotmail.com
3
Professora Titular do Curso de Pedagogia da UNINASSAU – Caruaru – PE. Doutora em Psicanálise Aplicada
à Educação e Saúde – UNIDERC. ann_psicopedagogia@hotmail.com
4
Professora Titular do Curso de Pedagogia da UNINASSAU – Caruaru – PE. Doutoranda em Psicologia
Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco. daniele.veras@gmail.com
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equipment, and therefore an analysis should be made to determine the appropriate conditions
for the teaching-learning process to take place in the best possible way.
1 INTRODUÇÃO
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A Secretaria de Educação Especial/MEC (BRASIL, 2003, p. 34) enfatiza que “se
realize a adequação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às
peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não um novo currículo, mas um
currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os
educandos” e para isso é imprescindível a colaboração de toda a comunidade escolar, que
deve estar comprometida com todos os processos que acontecem no ambiente escolar,
optando, quando houver necessidade, em melhorias para que a escola se torne de fato um
espaço para todos. O professor tem um papel fundamental na escola inclusiva no que diz
respeito ao processo de ensino-aprendizagem dos educandos. Cabe a ele planejar suas
atividades de maneira que estimule os seus discentes constantemente, dando ênfase as suas
potencialidades. Costa afirma que:
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sabe de tudo e o bom profissional pode ser considerado aquele que procura mecanismos e
novas técnicas para aprimorar o seu trabalho.
Para desenvolver um trabalho em sala de aula com alunos com deficiência sabe-se que
é preciso haver algumas reformulações tanto no ambiente físico da instituição quanto nas
metodologias e recursos utilizados pelos docentes, pois cada uma desses alunos poderá fazer
uso de recursos que os auxiliem conforme as suas dificuldades. Tratando disso, Machado
(2009, p. 35) afirma que “conhecer a deficiência é possibilitar conhecer um pouco mais o
aluno com quem se pretende trabalhar, estabelecendo metas adequadas para cada situação, ou
seja: propor ações para cada criança que deve ser vista como um ser individual com
características e ritmo próprios”.
De acordo com Mantoan (2005), há alguns obstáculos que podem dificultar a
educação de pessoas com deficiência; são eles:
A partir disso pode-se entender que a prática docente para uma educação inclusiva
precisa, principalmente, da responsabilidade e compromisso do professor; neste sentido, além
de valorizar o que o aluno já sabe, buscar compreender suas dificuldades possibilitando o
aprendizado do mesmo.
Por volta do século XII os gregos e romanos acreditavam que os surdos não eram
sujeitos em decorrência da sua ausência de fala. Consequentemente, agia-se acreditando que
os surdos não tinham pensamento. Nesta mesma época os surdos eram privados de ter acesso
à escolarização, de frequentar a igreja e de receberem heranças. Na Idade Média os senhores
feudais ricos e donos de muitas terras, que moravam nos castelos, com ganância e medo de
dividirem suas heranças optavam para casar os seus filhos e herdeiros com parentes e
familiares, ou seja, sobrinhas com tios, primos com primos e outros. Dessa forma, era natural
que os respectivos filhos nascessem com deficiências. Honora (2014) concorda que,
Este fato provocou uma revolta entre os surdos, pois a proibição de sua própria
língua prejudicava suas identidades, cultura e educação. Foi observado que os surdos
não apresentavam progresso no desenvolvimento linguístico, cognitivo, afetivo e de
linguagem por meio deste método. (LIMA: CAMPOS, 2014, p. 39).
As línguas de sinais possuem uma estrutura gramatical própria, através das mesmas é
possível dialogar qualquer assunto, de política, economia, educação e outros temas que fazem
parte de debates importantes no cotidiano de todos. As línguas de sinais não são universais,
cada país tem a sua, dessa forma existem maneiras específicas de realizar as letras do alfabeto.
Existe, também, o regionalismo da língua de sinais, ou seja, é a maneira diferenciada de cada
estado, região ou grupos de pessoas de fazer alguns sinais. De acordo com o MEC:
A aquisição da Libras desde a mais tenra idade possibilita às crianças surdas maior
rapidez e naturalidade na exposição de seus sentimentos, desejos e necessidades.
Possibilita a estruturação do pensamento e da cognição e ainda uma interação social,
ativando consequentemente o desenvolvimento da linguagem. (BRASIL, 2005, p.
26).
Dessa maneira é de fundamental importância que as crianças com surdez possam usar
a Língua Brasileira de Sinais para se comunicar desde cedo, dentro do seio familiar, na qual
todos possam incentivar o uso da mesma, no meio social e no âmbito da escola facilitando
assim a socialização e a aprendizagem.
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5 O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE A INCLUSÃO
Vale ressaltar que existe também a lei da acessibilidade (Lei nº 10.098), criada em 19
de dezembro de 2000, que em seu parágrafo I do Art. 2º informa que:
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Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida. (BRASIL, 2000b, p. 1).
Tudo isso com o intuito de dar às pessoas com deficiência mais mobilidade para que
elas consigam se locomover com menos dificuldade. É importante lembrar que a Declaração
de Salamanca (BRASIL, 1994, p. 1) relata que “toda criança tem o direito fundamental à
educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de
aprendizagem”. E ainda argumenta que “aqueles com necessidades especiais devem ter acesso
à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer a tais necessidades” (BRASIL, 1994, p. 1). Segundo os diálogos realizados
com as duas docentes, vimos que a pedagogia centrada na criança é dificilmente trabalhada,
pois quando um professor recebe em sua sala de aula alunos com deficiência e não possui
auxílios de outros profissionais capacitados para essa área, ele não consegue dar os subsídios
que o discente precisa para aprender, levando em consideração que existe uma turma com
muitos alunos e apenas um professor pode não conseguir suprir essas necessidades.
Conforme a Constituição Federal do Brasil (2000a, p. 107) em seu “Art. 7º Os Estados
Partes tomarão todas as medidas necessárias para assegurar às crianças com deficiência o
pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, em igualdade de
oportunidades com as demais crianças”.
Se todas as legislações correspondentes às pessoas com deficiência fossem postas em
prática, talvez esses indivíduos não passassem por tantos constrangimentos na vida cotidiana;
por isso é importante que cada sistema de ensino busque estar em conformidade com as leis
que asseguram os direitos dessas pessoas para que o processo de inclusão aconteça na prática
como acontece na teoria.
O estudo foi realizado em uma escola da rede municipal de uma cidade do agreste de
Pernambuco e em outra escola da rede pública estadual de Pernambuco. Foram realizadas
entrevistas com duas professoras, uma de cada escola. Inicialmente foi realizado o primeiro
contato com as duas professoras e questionado se elas aceitavam participar da pesquisa, que
foi aceito. Posteriormente, foram realizadas as observações nas escolas e as entrevistas sobre
os aspectos que envolvem o ensino de alunos surdos. Para termos de registro dessas
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observações, as pesquisadoras utilizaram um diário de campo onde anotavam todos os
momentos realizados na escola nas seis observações realizadas.
É importante saber que a professora da escola municipal ministra suas aulas em uma
sala especial, isto é, em sua sala de aula possui apenas alunos com algum tipo de deficiência e
com faixa etária divergente uns dos outros e esses alunos, no contraturno de suas aulas
“regulares”, frequentam a escola estadual onde lhes é oferecido o atendimento educacional
especializado, pois a escola municipal não possui suportes e equipamentos necessários para
atender as necessidades de cada discente, portanto, fizeram uma parceria com essa escola
estadual para atendê-los.
Foram feitas algumas observações nas escolas, três encontros em cada uma delas, e
nas entrevistas com as docentes foi perguntado a respeito de como eram ministradas as suas
aulas e se as escolas possuíam os equipamentos necessários para trabalhar com esses alunos,
questionou-se a respeito da escola municipal não oferecer um ensino regular e sim um ensino
típico de uma sala de aula especial onde encontram-se alunos com os mais variados tipos de
deficiências e com faixa etária diversificada, e como está sendo a parceria feita entre a escola
municipal e a estadual, se elas acreditam que o estudo da educação especial nos cursos de
licenciatura (na formação do professor) realmente dá o suporte adequado para os profissionais
da educação, além de se a quantidade elevada de alunos por turma pode dificultar o trabalho
docente.
As docentes afirmaram que, como a escola municipal não possui os equipamentos
adequados para o trabalho com esses alunos, a parceria com a escola estadual conseguiu
suprir muitas dificuldades anteriormente enfrentadas pela escola municipal, que não poderia
realizar o atendimento educacional especializado na escola. A docente da escola municipal
afirma que o ensino regular (que na verdade é um ensino em sala de aula especial) acontece
pela escassez de profissionais para a educação especial e por isso todos os alunos com alguma
deficiência precisam frequentar a mesma sala de aula. Segundo a docente da escola estadual,
há uma falha na formação acadêmica nos cursos de licenciatura para a educação especial e
por isso os professores, ao se depararem com alunos surdos, por exemplo, sentem-se
frustrados em muitos casos, por não dominarem a LIBRAS. E ambas as docentes afirmaram
que uma grande quantidade de alunos com algum déficit em sala de aula pode dificultar
muito, tanto o trabalho docente quanto o aprendizado dos alunos.
Nas observações percebeu-se que há uma grande dificuldade por parte dos professores
de surdos, pois o sistema educacional oferece pouco apoio aos docentes e, ao discutirmos
sobre as maiores dificuldades enfrentadas em sala de aula com tais alunos, muitos obstáculos
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foram elencados, como: a falta de recursos para trabalhar com esses discentes; a falha na
formação acadêmica para a educação especial nos cursos de licenciatura; a enorme
quantidade de alunos, em muitos casos; e a escassez de professores ou profissionais
(intérpretes e instrutores de LIBRAS) para auxiliá-los e mediar o conhecimento de todos.
É visto que para os professores incluírem esses alunos em suas salas de aulas seria
necessário que, ao invés dos discentes estudarem em uma sala especial, estudassem em uma
sala de ensino regular, como está na legislação, junto com as outras crianças sem deficiência
e, principalmente, que as autoridades governamentais se comprometessem em contratar
profissionais especializados para auxiliar os professores regentes, oferecendo os recursos
adequados para que o aprendizado dessas crianças aconteça, como jogos bilíngues, vídeos
legendados e com interpretação de LIBRAS, materiais didáticos voltados para o ensino de
língua portuguesa como L2 – segunda língua, entre outros.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das pesquisas realizadas foi observado que os docentes, ao se depararem com
crianças com surdez, sentem-se frustrados, muitas vezes por ter que se “multiplicar” em
vários para darem conta do aprendizado de toda a turma. As legislações acerca da educação
especial são importantíssimas, porém em muitas escolas essas leis encontram-se apenas na
teoria como, por exemplo, na Lei nº 13. 146 (BRASIL, 2015, p. 8), que discorre em seu
parágrafo XII do Art. 28 que deve haver a “oferta de ensino da LIBRAS, do Sistema Braille e
de uso de recursos de tecnologias assistivas, de forma a ampliar habilidades funcionais dos
estudantes, promovendo sua autonomia e participação”. Todavia, sabe-se que isso não
acontece em todas as escolas que possuem tais estudantes surdos.
Ao se investigar o cotidiano de duas professoras de alunos surdos e por meio das
entrevistas podemos compreender que a prática docente relacionada a crianças com
deficiências auditivas passa por muitas dificuldades e os maiores obstáculos enfrentados pelos
professores ao se depararem com esses estudantes são: a falta de recursos para trabalhar com
esses discentes, a falha formação acadêmica para a educação especial nos cursos de
licenciatura, a enorme quantidade de alunos, em muitos casos, e a escassez de professores
para auxiliá-los e mediar o conhecimento de todos. Consequentemente, os alunos com déficits
auditivos e visuais passam por grandes dificuldades como: a incompreensão dos conteúdos
por falta de instrutores e intérpretes, a exclusão por parte dos colegas de classe e,
posteriormente, a evasão de muitos desses alunos.
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Podemos perceber que para a inclusão desses alunos não é preciso apenas integrá-los
em uma sala de aula regular e matriculá-los em uma sala de recursos multifuncionais, deve-se
fornecer os mecanismos necessários para as necessidades educacionais de cada criança e estes
mecanismos referem-se a equipamentos, estrutura física até as práticas pedagógicas que, ao
estarem em conformidade com cada integrante, podem suprir ou então amenizar as
dificuldades em sala de aula. Para isso é de grande importância que as crianças surdas tenham
desde bem pequenas a vivência com a Língua Brasileira de Sinais, cabendo às autoridades
governamentais fornecer aos docentes formação continuada para que os mesmos consigam
utilizar-se desses instrumentos e incluir, de fato, esses alunos em sala de aula, valorizando a
capacidade de cada um.
REFERÊNCIAS
______. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, Subchefia
para Assuntos Jurídicos, 2002.
______. Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília: Presidência da República,
Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2015.
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COSTA, Verônica de Fátima. Inclusão sem risco de excluir. Olinda, PE: Babecco, 2009.
LIMA, Mariana de; CAMPOS, Issac Leandro. Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução
à Libras e educação dos surdos. São Carlos: EDUFSCAR, 2014.
HONORA, Márcia. Inclusão Educacional de alunos com surdez. São Paulo: Cortez, 2014.
MANTOAN, Maria Tereza Égler. A hora da virada. Inclusão - Revista da Educação Especial,
ano 1, n. 01, p. 24-28, out. 2005.
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