Professional Documents
Culture Documents
Operação “Verão”
Marinha intensifica ações
de Inspeção Naval
Editorial
book, flickr, twitter e youtube.
Em meio às comemorações dos 50 anos da Comunicação Social
na Marinha, completados no dia 5 de abril deste ano, lançamos a nova
edição da revista que apresenta, como matéria de capa, as atividades
desenvolvidas pela Marinha do Brasil durante a Operação “Verão”, que
ocorre em todo o Brasil, com a finalidade de orientar e educar os con-
dutores de embarcações, principalmente as de esporte e recreio.
A revista também conta com uma reportagem especial, produzida
pelo Centro de Comunicação Social da Marinha, sobre a situação do
Haiti e das tropas de fuzileiros navais, um ano após o terremoto ocor-
rido no país. Outras matérias de destaque são: os apoios prestados
pela Marinha ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, por ocasião
da pacificação do Complexo do Alemão e das enchentes ocorridas na
Região Serrana do Estado; a Operação “ASPIRANTEX 2011”, em
que os Aspirantes da Escola Naval embarcam em meios da Esquadra
com a finalidade de aprofundarem os conhecimentos adquiridos ao
longo dos anos de estudo na mais antiga instituição de ensino superior
do Brasil; as atividades do Comando da Força de Minagem e Varredu-
ra, neste ano que completa 50 anos de existência; e o 1º Torneio Inter-
nacional de Pentatlo Naval, realizado no Centro de Educação Física
Almirante Adalberto Nunes (CEFAN).
Apresenta, ainda, entrevista com o Diretor do Centro de Comu-
nicação Social da Marinha, sobre os 50 anos da Comunicação Social
na Força; na editoria Gente de Bordo, o ponto de vista da primeira
Oficial paraquedista militar, a Capitão-de-Corveta (Md) Fátima Te-
resinha Luz Vieira; e, na coluna História Naval, uma matéria sobre
dois conjuntos arquivísticos da Marinha que foram nominados na
UNESCO para o Registro Nacional da Memória do Mundo.
Graças a boa receptividade de nossos leitores e ao grande incen-
tivo que recebemos de diversos segmentos de nossa sociedade, esse
número terá sua tiragem ampliada para 40 mil exemplares, buscando
aumentar, ainda mais, a abrangência da divulgação das atividades de
nossa Força. Uma boa leitura a todos!
Comandante da Marinha
Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto
MARINHA Revista
Ano 02 • Número 04 • Abril 2011 www.mar.mil.br
em
Operação “Verão”
Marinha intensifica ações
Diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha de Inspeção Naval
Contra-Almirante Paulo Mauricio Farias Alves
22
Homens de ferro Contra-Almirante Paulo
em navios de madeira 14 Mauricio Farias Alves 40
Carreira Naval Artigo
“ASPIRANTEX 2011” 18 Navio de Assistência Hospitalar
Reportagem “Soares de Meirelles” 42
Haiti – um ano após História Naval
o terremoto 29 Conjuntos Arquivísticos
nominados na UNESCO 43
Enchentes no Rio de
Tarefas Especiais
Janeiro: os desafios
da Marinha em
Nova Friburgo
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Fayga Cruz Soares Pinto e
Primeiro-Tenente (RM2-T) Karla Nayra Fernandes Pereira
Fotos: Comando do 1º Distrito Naval / Comando da Força de
Fuzileiros da Esquadra
A
previsão meteorológica em ja-
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e fuzileiros navais. neiro indicava fortes chuvas para
Uma tropa unida e preparada para ajudar pessoas a Região Serrana fluminense,
atingidas pela mesma fatalidade. A tragédia castigou mas o que não se imaginava era que
uma das regiões mais belas do Rio de Janeiro. Naquele os estragos seriam tão grandes. Se-
gundo dados da Defesa Civil, o gran-
momento, militares da Marinha do Brasil levaram um
de volume de águas deixou quase 35
pouco de alívio à população. mil pessoas desabrigadas. Petrópolis,
4
Teresópolis e Nova Friburgo foram e devastada pela tragédia retratava o (ComFFE) mobilizou o primeiro des-
os municípios mais devastados com as desespero coletivo da população local. tacamento de militares para a cidade.
inundações e os deslizamentos de en- Nova Friburgo transformou-se em Dois dias depois dos deslizamentos,
costas que destruíram casas, levaram um verdadeiro cenário de guerra. o Hospital de Campanha da Marinha
pessoas e arrasaram áreas de lavoura. (HCamp) começou a ser montado na
As enchentes começaram na ma- A PARTICIPAÇÃO DA MARINHA Prefeitura da cidade de Nova Fribur-
drugada do dia 11 de janeiro de 2011. No dia seguinte, o Comando da go, com capacidade para atender cer-
O desenho de uma região desolada Força de Fuzileiros da Esquadra ca de 400 pacientes por dia. Mesmo
6
“A Medicina Operativa Marinha já possui um histórico con-
siderável de adestramentos. Estamos
da Marinha do Brasil sempre prontos para o pior”.
está escrevendo uma Desde o momento em que se é con-
importante história, vocado para uma operação como essa,
no momento em que até a mobilização das equipes, o que
realiza atendimentos em ocorre é uma verdadeira corrida contra
o tempo. O médico revela que ele foi
situações de grandes chamado às 9h30 do dia 12 de janei-
catástrofes”. ro e no dia seguinte já estava em Nova
Diretor do HCamp de Nova Friburgo com o comboio que levou o
Friburgo, Capitão-de-Fragata Distribuição de doações à população
primeiro destacamento de pessoal.
(Md) Carlos Eduardo Ferreira Ao fazer uma comparação entre o
de Mesquita Eduardo Ferreira de Mesquita, mé- terremoto ocorrido no Chile, no ano
dico que já esteve no Haiti e no Chi- passado, e as enchentes em Nova Fri-
Durante as distribuições de dona- le, quando a Marinha se mobilizou burgo, o Capitão-de-Fragata (Md)
tivos, que chegavam à região vindos por ocasião dos terremotos ocorri- Carlos revela que o impacto foi mui-
de todo o Brasil, havia um controle dos no ano passado. to maior na Região Serrana do Rio.
rigoroso para que nenhum material Para ele, a Medicina Operativa da “Aqui, o nível de desespero das pes-
fosse desperdiçado. Desse modo, o Marinha é tão bem adestrada que as soas foi muito maior. Além do serviço
Comandante do GptOpFuzNav, Capi- situações de dificuldades não o sur- para o qual estamos capacitados, nós
tão-de-Mar-e-Guerra (FN) Yerson de preendem, são condições normais acabamos dando um apoio psicológi-
Oliveira Neto, acompanhava, periodi- de trabalho. “Não é a primeira nem co. Em anos de carreira militar, nunca
camente, as ações de distribuição. Para a segunda vez que atuamos em ca- vi nada parecido com o que aconteceu
ele, era importante saber se as tarefas tástrofes. A Medicina Operativa da nessa região”, declarou
estavam sendo cumpridas com eficácia.
“Eu queria identificar se as ações que
estávamos executando estavam ocor-
rendo como planejamos: chegando
longe do centro da cidade, ou seja,
nos locais onde realmente precisa-
vam”, explicou.
Em busca
da pacificação
Tropas de fuzileiros navais apoiam o
Governo do Estado do Rio de Janeiro
em ações de pacificação na cidade
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Fayga Cruz Soares Pinto
Fotos: Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra
A
Marinha não atuou diretamente
no combate às ações violentas dos
Tarefas Especiais
Fuzileiros navais e militares do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da PMERJ definem a estratégia da operação
10
perigosos da cidade do Rio de Janeiro Blindadas sobre Rodas “Piranha III” Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) Carlos
foi retomado e ocupado pela polícia, e quatro Carros Lagarta-Anfíbios Chagas “a Marinha atuou dentro da
que hasteou as bandeiras do Brasil e do (CLAnf), além de duas Viaturas Blinda- estratégia traçada pela Polícia Mili-
Estado do Rio de Janeiro, simbolizando das de Socorro, de carretas, caminhões tar. Todo apoio foi realizado por meio
o retorno da presença e do controle do e viaturas leves. de viaturas blindadas e equipamentos,
Estado na comunidade. As barricadas usadas pelos trafican- como óculos de visão noturna”. Fato
tes foram facilmente transpostas pelos vivenciado por um policial do Bata-
TRANSPONDO OBSTÁCULOS blindados da Marinha do Brasil, que lhão de Operações Especiais (BOPE),
Para essa operação, a Marinha dis- possuem mecanismos de tração ro- segundo ele, sem os blindados da Ma-
ponibilizou 15 blindados operacio- dando em cima de uma esteira de aço. rinha seria impossível vencer os obstá-
nais, sendo seis Viaturas Blindadas so- A blindagem dos carros facilitou a culos: “Muitas vezes demoramos horas
bre Lagartas (M-113), cinco Viaturas proteção das tropas. De acordo com o ou até mesmo dias para avançar alguns
“A Marinha atuou dentro da estratégia traçada pela Polícia Militar. Todo apoio foi
realizado por meio de viaturas blindadas e equipamentos, como óculos de visão noturna”.
Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) Carlos Chagas
12
“Fica muito claro que
estamos numa mudança
de paradigma”.
Ministro da Defesa,
Nelson Jobim
ocupação das comunidades do Com-
plexo de São Carlos, Mineira e adja-
cências, na operação denominada “Rio
II”. Na ocasião, foi ativado um Grupa-
Elementos do BOPE em blindado da Marinha
mento Operativo de Fuzileiros Navais
(GptOpFuzNav-RIO II), envolvendo
O Ministro da Defesa, Nelson Grande parte do efetivo do Corpo de 150 militares e 17 viaturas blindadas
Jobim, afirmou que a mudança de pa- Fuzileiros Navais enviado para a Opera- pertencentes à FFE
radigma que vem ocorrendo foi fun- ção “Rio 2010” já possuía conhecimento
damental para o sucesso da operação. adquirido em missões no Haiti, onde as
“Fica muito claro que estamos numa tropas atuam em conjunto com forças de
mudança de paradigma no que diz res- segurança locais e internacionais, o que
peito às relações entre o Ministério da facilitou o trabalho no Rio de Janeiro.
Defesa e os governos estaduais. E, tam-
bém, uma mudança de paradigma nas SÃO CARLOS, MINEIRA E ADJACÊNCIAS
relações entre as forças militares fede- No dia 6 de fevereiro de 2011, a
rais com a força civil do Ministério da Marinha do Brasil prestou, novamente,
Justiça, que é a Polícia Federal, junto apoio logístico de transporte blindado
com as forças militares e civis dos Esta- ao BOPE e ao Batalhão de Polícia de
dos federados”, defendeu. Choque da Polícia Militar (BPChq) na
navios de madeira
Conheça um pouco das atividades de Minagem e Varredura, de
fundamental importância para a proteção de nossa Esquadra
Por Capitão-de-Fragata Rogerio da Rocha Carneiro Bastos e
Primeiro-Tenente (RM2-T) Karla Nayra Fernandes Pereira
Fotos: Antonio Netto
“A simples disseminação de que um país tenha plantado uma
mina obriga o oponente a realizar operações de contramedida
de minagem, interditando o fluxo marítimo na área”.
Comandante da Força de Minagem e Varredura, Capitão-de-
Fragata Claudio da Costa Reis de Sousa Freitas
A
o embarcarmos em um Navio- sido minadas pelo inimigo, fazendo
Varredor (NV), logo percebe- com que as minas marítimas sejam
mos que se trata de um navio neutralizadas ou destruídas.
diferente. Primeiramente, pelos inú- A Força de Minagem e Varredura
meros equipamentos de cores distin- está sediada na BNA. O lema “Onde a
tas dispostos em seu convés. Ao cru- Esquadra for, nós estivemos” exprime
zarmos a prancha, do cais para bordo, a tarefa desses meios que é proteger
observamos que toda a estrutura é os navios da Esquadra. Em uma área
de madeira: casco, convés, anteparas, em que há suspeita da presença de mi-
quilha e cavernas. Essas característi- nas, os navios da Esquadra só podem
cas são inerentes ao tipo de tarefa que passar depois dos Navios-Varredores,
o navio desempenha. pois são eles que vão eliminar as mi-
A atividade de um varredor requer nas que possam ameaçar os navios de
que o mesmo atenda a requisitos mui- grande porte.
to rigorosos quanto ao magnetismo e Segundo o Comandante da Força
ruídos emitidos, a fim de evitar que a de Minagem e Varredura, Capitão-
passagem do mesmo sobre uma mina de-Fragata Claudio da Costa Reis de
de influência acústica ou magnética Sousa Freitas, uma única mina pode
cause o acionamento do artefato. Para parar o tráfego marítimo em uma área.
que a unidade seja protegida, toda a “A simples disseminação de que um
estrutura é feita em madeira e, sempre país tenha plantado uma mina obriga o
que possível, os equipamentos metáli- oponente a realizar operações de con-
cos são amagnéticos. Seus eixos, héli- tramedida de minagem, interditando o
ces, lemes, ferro e amarra são fabrica- fluxo marítimo na área”, explicou.
dos em aço inox; seus balaústres, em
bronze; e seus equipamentos de var- “HOMENS DE FERRO EM
redura, em fibra de vidro e alumínio. NAVIOS DE MADEIRA”
No caso dos motores de combus- Ao fazer-se ao mar, o característico
tão e máquinas auxiliares, que só são ranger do madeirante faz do Navio-
fabricados em materiais magnéticos, -Varredor uma paixão para quem nele
antes de serem instalados a bordo, serve. As fainas marinheiras realizadas
passam por um processo de desmag- a bordo exigem grande empenho, es-
netização realizado na Base Naval de forço e atenção da tripulação. Daí a
Aratu (BNA), em Salvador. expressão “homens de ferro em na-
Discreto, esse tipo de navio realiza vios de madeira”. Ela reflete a difi-
ações de contramedida de minagem, culdade e a peculiaridade do trabalho
ou seja, varre áreas que possam ter desses militares.
As manobras com cabos de aço e Capitão-Tenente Ricardo do Nascimento “Essa é uma atividade que
equipamentos de varredura, alguns Leira, para executar as operações de mina-
chegando a pesar mais de uma tonela- gem e varredura é preciso muita atenção.
envolve muitos detalhes e
da, aliadas ao jogo do navio ao sabor do “Essa é uma atividade que envolve equipamentos pesados. Para
mar, tornam o dia a dia de bordo extre- muitos detalhes e equipamentos pesa- que a manobra seja executada
mamente desgastante. Mesmo o Co- dos. Para que a manobra seja executada com perfeição, é necessário o
mandante que, nessa classe de navios, com perfeição, é necessário o máximo
máximo de atenção”.
acompanha toda a manobra do tijupá de atenção”.
Comandante do Navio-Varredor
– convés mais alto do navio -, fica sujei-
“Araçatuba”, Capitão-Tenente
to às variações climáticas, pois a área é A ATIVIDADE DE VARREDURA
coberta, em parte, apenas por um toldo.
Ricardo do Nascimento Leira
Em meio aos inúmeros equipa-
De acordo com o Comandante mentos dispostos em berços pelo con-
do Navio-Varredor “Araçatuba”, vés principal, as cores diferenciam as características e empregos dos mes-
mos. Cada tipo de varredura faz uso
de diferentes itens que são responsá-
veis pelas eficiência e eficácia da lim-
peza de um campo minado.
Existem três tipos de varredura:
mecânica, acústica e magnética. Na
varredura mecânica, peças conhecidas
como tesouras, presas a dois cabos de
aço, são lançadas ao mar, associadas
a dispositivos que garantem a flutu-
abilidade, abertura e profundidade da
varredura. Dessa forma, no momento
em que as tesouras passam pela mina,
elas cortam o cabo que a prende ao
Recolhimento de boia de demarcação de canal varrido
fundo, fazendo com que a mesma
16
FORÇA DE MINAGEM E VARREDURA COMPLETA 50 ANOS
Operações
ao Comando do Primeiro Distri- trução de seis novos Navios-Varre-
to Naval, contava com os Navios- dores à Alemanha. Entre 1971 e 1972,
-Varredores “Javarí” (M-11) e “Jutaí” foram recebidos os quatro primeiros,
(M-12), então recebidos da Marinha batizados com os nomes de “Aratu”
norte-americana. Dois anos depois, (M-15), “Anhatomirim” (M-16), “Ata-
passou à subordinação da Esquadra, laia” (M-17) e “Araçatuba” (M-18).
contando também, com os Navios- Em fevereiro de 1976, chegaram os
-Varredores “Juruá” (M-13) e “Jurue- dois últimos, “Abrolhos” (M-19) e
na” (M-14) e com os Navios-Patrulha “Albardão” (M-20).
“Piranha”, “Piraquê” e “Pirapiá”. Em Em 1977, foi alterada sua deno-
1967, passou a chamar-se Esquadrão minação para Força de Minagem e
de Minagem e Varredura. Varredura.
“ASPIRANTEX 2011”
Preparando os futuros Oficiais da Marinha do Brasil
Por Capitão-de-Corveta (T) Carla Cristina Daniel Bastos de Pointis
Fotos: Suboficial (CN) Edson Tenório Silva e Primeiro-Sargento (CP)
Edmilson Coelho Auto
A
A Marinha do Brasil realiza, anualmente, a Operação té o final da viagem, fruto das
experiências e dos ensinamentos
“ASPIRANTEX” com o propósito de orientar os futuros
colhidos, os 170 Aspirantes do
Oficiais na cuidadosa tarefa de escolherem a carreira que segundo ano puderam optar por um
desejam seguir dentro da Força. Embarcados nos navios dos três Corpos: Armada, Fuzileiros
da Esquadra, 253 Aspirantes da Escola Naval (EN) Navais ou Intendentes da Marinha.
Os Aspirantes do terceiro ano da
partiram da Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ), no dia
Armada aproveitaram para aprofun-
7 de janeiro de 2011, a bordo dos navios componentes do dar os conhecimentos acerca de suas
Grupo-Tarefa (GT), para acompanhar e Habilitações: Eletrônica, Mecânica
participar de exercícios no mar. ou Sistema de Armas e ratificar suas
18
“Os efeitos desejados em
relação à ‘ASPIRANTEX’
são que ela seja um
fator decisivo para os
Aspirantes do segundo
ano fazerem suas
escolhas; e que contribua
de forma plena no
aprimoramento e no
preparo dos Aspirantes do
terceiro ano”.
Contra-Almirante Wagner Lopes
de Moraes Zamith
20
monta é realizada, aproveita-se a “Os Oficiais se empenharam
oportunidade para realizar Ações Cí-
vico-Sociais (ACISO). Na ocasião,
ao máximo para mostrar
foi realizada doação voluntária de o melhor dos navios e da
sangue e de itens de vestuário. Em Marinha no mar”.
cerimônia oficial, no convoo do Contra-Almirante Zamith
NDCC “Almirante Saboia”, foi assi-
nado o termo de doação do material AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO
que foi entregue ao Secretário de A “ASPIRANTEX 2011” foi finali-
Ação Social e Cidadania do Municí- zada no dia 28 de janeiro, após comple-
pio de Rio Grande, Leonardo Salum. tar sua 3ª fase de mar, perfazendo um
O Secretário, ao conceder entrevista total de 21 dias. O Contra-Almirante
às emissoras de televisão da região e Zamith concluiu, no balanço final da
à TV Marinha na web, emocionou- comissão, que ela atingiu plenamente
-se ao falar do apreço que sente pela os efeitos desejados que nortearam o
Marinha do Brasil. “Reconheço o seu planejamento, tanto em relação ao
grande compromisso social da Insti- adestramento dos meios, quanto ao do
tuição com seu povo”, disse. pessoal envolvido, que ele estima em,
se revezaram no acompanhamento Essa percepção da interação que aproximadamente, 1.800 militares.
das visitas, o que lhes permitiu tra- a Marinha possui com a sociedade Em relação ao mote principal da
var contato com a população local e também pôde ser observada pelos operação - o preparo dos Aspirantes -,
partilhar da experiência de apresen- Aspirantes que tiveram oportunidade ele afirmou estar convicto de que foi
tar o navio e representar o Brasil em de participar da ACISO, conforme de grande proveito. “Os Oficiais se
um país estrangeiro. falou o Aspirante Millôr de Borbore- empenharam ao máximo para mostrar
No dia 17 de janeiro, o GT ini- ma Espírito Santo. “A ACISO foi de o melhor dos navios e da Marinha no
ciou o regresso ao Brasil. A UT de extrema importância na nossa forma- mar. Pelo que foi apresentado, é de se
Buenos Aires partiu para Rio Grande ção, mostrando que a Marinha não se esperar que os Aspirantes, ao retorna-
(RS) e a de Montevidéu para Itajaí preocupa somente com a defesa do rem à Escola Naval, sintam-se convictos
(SC), dando início, assim, à 2ª fase de território nacional, mas também em e orgulhosos com a opção que fizerem
mar da comissão, finalizada no dia 21 ajudar a população do Brasil”. pela carreira naval”, acrescentou
com a atracação dos navios nas res-
pectivas cidades.
AÇÕES CÍVICO-SOCIAIS
E VISITAÇÃO PÚBLICA
A recepção nos portos nacio-
nais foi bastante calorosa. Em Rio
Grande, o GT foi saudado com uma
apresentação de danças folclóricas
e, em apenas dois dias, cerca de 2
mil pessoas visitaram as instalações
dos navios, com o acompanhamen-
to dos Aspirantes.
Seguindo as tradições navais, toda
vez que uma operação de grande Aspirantes adestram-se em navegação visual no peloro
Operação “Verão”
Marinha intensifica ações de Inspeção Naval
Por Primeiro Tenente (RM2-T) Allessandra Cintra de Paiva S. M. Barreto
Fotos: Cabo (MO) Bruno Percut e Cabo (ES) Iuri Lordelo Gouveia Caetano
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Allessandra Cintra de Paiva S.M. Barreto
Fotos: Cabo (MO) Bruno Percut e Cabo (ES) Iuri Lordelo Gouveia
Capa
Chega o verão e, com ele, aumenta o número de Inspeção Naval, entre eles: habilita-
ção dos condutores; documentação
embarcações navegando em todo o litoral brasileiro,
das embarcações; material de sal-
principalmente as de esporte e recreio e as de vatagem - como coletes e boias sal-
transporte de passageiros. va-vidas; extintores de incêndio; lu-
zes de navegação; lotação; e estado
das embarcações.
D
e dezembro de 2010 a março da navegação, a salvaguarda da vida Para registrar essas atividades, uma
de 2011, foi realizada a Ope- humana no mar e a prevenção da equipe do Centro de Comunicação
ração “Verão” 2010/2011, poluição hídrica foram os princi- Social da Marinha acompanhou as
que fiscalizou embarcações em todo pais aspectos abordados durante a ações em Salvador (BA) e Angra dos
o País e contou com a participação operação. Dessa forma, foram veri- Reis (RJ). Em Salvador, a Capita-
de dois mil militares. A segurança ficados diversos itens nas ações de nia dos Portos da Bahia (CPBA) e as
24
Organizações Militares subordinadas OPERAÇÃO “VERÃO” EM SALVADOR “As principais infrações
(Delegacia da Capitania dos Portos Segundo o Capitão dos Portos
em Ilhéus e Agência da Capitania dos da Bahia, Capitão-de-Mar-e-Guerra
encontradas foram a falta de
Portos em Porto Seguro) intensifi- Paulo Fernandes Baltoré, a atividade habilitação dos condutores
caram suas ações de fiscalização e de baseou-se nos pontos focais, principal- e a falta de equipamentos
presença em toda a área de jurisdição. mente nas embarcações de transporte de salvatagem”.
Para a Operação “Verão”, a CPBA de passageiros, onde as irregularidades Capitão-de-Mar-e-Guerra Paulo
também contou com o apoio de navios são mais recorrentes. “As principais Fernandes Baltoré
e de militares do Grupamento de Pa- infrações encontradas foram a falta de
trulha Naval do Leste (GptPatNavL) habilitação dos condutores e a falta de como exemplo um barco de esporte e
e da Força de Minagem e Varredura equipamentos de salvatagem”, decla- recreio que estava exercendo uma ati-
(ForMinVar). Ao todo, 130 militares, rou. Nesse e em outros casos, a embar- vidade de mergulho amador, mas que
14 lanchas e botes e três viaturas. cação pode ser apreendida. “Tivemos não tinha a bandeira de sinalização
de mergulho, o que é um fato grave. e, posteriormente, emitir a notifica- “Isso ocorre, às vezes,
Além disso, faltavam alguns documen- ção”, explica.
tos. Dessa forma, apreendemos a em- Nos meses de verão, também foram
pelo fato do condutor
barcação para, primeiramente, educar ampliados os serviços de inscrição de não observar as dicas de
embarcações e habilitação de amado- segurança no mar”.
res, entre outros. Na área do Coman- Capitão-de-Corveta André Luís
do do 2º Distrito Naval, a CPBA ins- de Oliveira Silva
Nos rios e lagos da Região Centro- talou, na região de Valença e Morro
Oeste e em parte dos rios dos Estados do de São Paulo, um posto avançado para
Tocantins e do Maranhão, a Operação atendimento ao público. “As pessoas Portos em Angra dos Reis (DelAReis)
“Verão” cumpre um calendário diferente, estão tendo mais consciência da im- também intensificou suas ações de
ocorrendo nos meses de agosto a portância de se ter uma embarcação Inspeção Naval nesse verão. Segundo
outubro, nas localidades de abrangência regularizada. O posto trouxe facilida- o Delegado, o Capitão-de-Corveta
do Comando do 6º Distrito Naval de aos moradores da região. Antiga- André Luís de Oliveira Silva, a in-
(Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), e mente, tínhamos que ir de Camamu a fração mais comum é a falta de itens
nos meses de junho a agosto na área do Salvador para executar qualquer ser- de salvatagem nas embarcações de
Comando do 7º Distrito Naval (Distrito viço, o que levava cerca de três horas e esporte e recreio. “Isso ocorre, às
Federal, Goiás, Tocantins e parte do meia”, informou o despachante marí- vezes, pelo fato do condutor não
Maranhão). É com a seca nos rios da timo José Dias da Soledade. observar as dicas de segurança no
região que surgem centenas de praias
mar. Mas, de uma forma geral, os
e, consequentemente, aumenta-se o OPERAÇÃO “VERÃO” EM ANGRA DOS REIS frequentadores da região de Angra
número de embarcações navegando. Outro exemplo ocorreu no lito- respondem bem às observações da
ral sul do Estado do Rio de Janeiro, Marinha, que têm o mote de orientar
onde a Delegacia da Capitania dos e fiscalizar”.
26
trabalham. É importante porque traz Vice-Almirante Carlos Autran de
segurança para todos, condutores e Oliveira Amaral.
turistas”, declarou ele, que transporta No primeiro mês da Operação “Ve-
cerca de 50 passageiros por dia. rão” na Bahia, iniciada em 18 de de-
Capa
zembro de 2010, a CPBA abordou cer-
“ORIENTAR E EDUCAR, ANTES ca de 1.500 embarcações. Dessas, 300
DE NOTIFICAR” foram notificadas e 15 apreendidas.
Segundo dados da Seção de Se- “Esse número tem sido reduzido em
gurança do Tráfego Aquaviário do decorrência das campanhas de cons-
Comando de Operações Navais, de cientização que realizamos, até mesmo
2008 a 2009, houve um aumento de porque os condutores da região já co-
4% no número total de embarcações nhecem as regras de navegação”, de-
de esporte e recreio inscritas nas Or- clarou o Capitão dos Portos da Bahia,
ganizações Militares da Marinha e um Capitão-de-Mar-e-Guerra Baltoré.
acréscimo de 11% no número de car- No Estado, as ações de Inspeção
teiras de arrais-amadores inscritos, no Naval são ampliadas, todos os anos,
mesmo período. com a realização da Campanha “Legal
Com o lema “Orientar e educar, no Mar - Navegue com Segurança”,
antes de notificar”, a Marinha do que está em sua 15ª edição. “A campa-
Brasil tem constatado uma redu- nha consiste em palestras educativas,
ção no número de notificações nos distribuição de material informativo,
Antônio Adolfo Campos, que tra- últimos anos. “Em 2009, tivemos além da realização de um mutirão da
balha há 15 anos transportando pas- um decréscimo de notificações e CPBA, com o apoio de outras Orga-
sageiros da cidade de Angra dos Reis apreensões e o intuito é que, a cada nizações Militares da área, para facili-
para as ilhas da região, aprova as ações ano, tenhamos mais embarcações tar a missão de habilitações de condu-
de fiscalização da Marinha. “Para a dentro da legalidade”, declarou o tores e os registros de embarcações”,
gente fica bom, porque os ilegais não Comandante do 2º Distrito Naval, explica o Almirante Autran.
28
Reportagem
Haiti – um ano
após o terremoto
Equipe de reportagem do Centro de Comunicação Social
da Marinha acompanhou o trabalho dos fuzileiros navais no
país, no período de 17 a 21 de janeiro de 2011
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Juliana Amaral Rodrigues
Fotos: Cabo (MR) Edilton Adamor Caramurú e Grupamento
Operativo de Fuzileiros Navais no Haiti
Tensões políticas, indefinições e carências insistem em atormentar o povo haitiano,
mas uma certeza permanece: a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no
Haiti (MINUSTAH) continua a apoiar o país.
Reportagem
U
m ano após o terremoto que Nações Unidas (ONU), no ano de Capitão-Tenente (FN) Fabrício Gua-
devastou o Haiti, ocorrido 2004, de pacificar e manter a esta- rino Barroso, componente da missão
no dia 12 de janeiro de 2010, bilidade e a segurança da região. brasileira. Segundo ele, antes da en-
300 fuzileiros navais da Marinha do “Nós, fuzileiros navais, viemos para trada das tropas na região, existia um
Brasil seguem fieis ao compromisso o Haiti muito bem preparados. Os alto índice de furto e violência. “A po-
assumido com a Organização das desafios que enfrentamos depois da pulação sentia muito medo e se tran-
cava em casa. Hoje em dia, a gente já
vê um número maior de pessoas nas
ruas, crianças brincando, inclusive no
período noturno”, constata.
30
“Os haitianos nos fornecem uma rela- paralelo. Mas, segundo os organi-
ção de animadores infantis, barbeiros, zadores do evento, os haitianos são
músicos e enfermeiros da própria co- muito vaidosos: a barraca de corte
munidade”, detalha o Oficial. A etapa de cabelo é sempre a mais procurada
seguinte é ensinar noções de higiene pela comunidade.
no preparo de alimentos, prevenção à
cólera e higiene bucal, para que a equi- UM POUCO DE EDUCAÇÃO,
pe repasse tal conhecimento às 550 fa- SAÚDE E CULTURA
mílias beneficiadas pela ação. O compromisso do Brasil e da
No dia do evento, que acontece Marinha com o Haiti vai além de
uma vez por mês, cerca de 50 civis manter a estabilidade, a segurança do
voluntários se unem aos militares na país e auxiliar em sua reconstrução.
expectativa de fazer o bem. Durante Na atual conjuntura, o envolvimen-
quatro horas, a animação da música to social com a população, desenvol-
Outra difícil tarefa dos fuzileiros du- e a dança vibrante do país contagiam vendo ações comunitárias, tornou-se
rante as eleições foi organizar a logística a todos. Enquanto brindes e cestas uma prática habitual.
de transporte das urnas até a Ilha de La básicas são distribuídos ao povo, au- Em frente ao portão de uma casa,
Gonâve e fazer a segurança da popula- las de higiene bucal, doação de esco- ainda com reboco, no bairro de Cité
ção. “Como a localidade não possuía a vas e pastas de dente acontecem em Militaire, em Porto Príncipe, era
mesma infraestrutura da capital, todos
os recursos materiais necessários tive-
ram que ser transportados por helicóp-
teros e balsas”, recordou o Comandante
do GptOpFuzNav-Haiti, Capitão-de-
Fragata (FN) Adriano Lauro. Graças
a essa ação, 60 mil eleitores pude-
ram votar.
32
“Eu posso até dizer, como
observador externo das
Forças Armadas, que elas
são muito admiradas
por vários governos
internacionais”.
Embaixador brasileiro no Haiti,
Igor Kipman
MISSÃO CUMPRIDA
Em fevereiro desse ano, o 13º
Contingente de Fuzileiros Navais
encerrou sua missão no Haiti e re-
menos na imaginação de dezenas de governo, ONG e organismos inter- tornou ao País, sendo substituído por
crianças, moradoras da Rua Magnólia, nacionais. “Eu posso até dizer, como uma nova tropa da Marinha do Brasil.
no bairro de Pelè, que aguardam, ansio- observador externo das Forças Ar- Ao final da missão, o Comandante do
samente, as tradicionais exibições de fil- madas, que elas são muito admiradas GptOpFuzNav-Haiti concluiu - “Pas-
mes infantis promovidas pelos militares. por vários governos internacionais. samos por um crescimento pessoal
As sessões de cinema tornaram-se um Eles não conseguem entender por- e profissional ímpar. Creio que nos-
importante evento cultural na região. que os brasileiros são tão próximos sas famílias serão beneficiadas, como
Uma hora antes do início da sessão, a do povo haitiano”. Bem-humorado, também a Força que, com certeza, pas-
fila no portão de entrada do Ponto For- o Embaixador revelou que sempre sa a ter melhores profissionais”
te (base avançada dos fuzileiros navais
localizada em local central da cidade,
próximo à comunidade) já é longa. Aos
poucos, as quase 100 crianças, muito
bem arrumadas, vão entrando e se aco-
modando, cheias de expectativa. En-
quanto os lanches são distribuídos, um
líder comunitário e um militar assumem
o papel de mestres de cerimônia, em
mais uma noite especial e inesquecível.
Instalações aprovadas
1º Torneio Internacional de Pentatlo Naval confirma que as instalações
do CEFAN para a modalidade estão entre as melhores do mundo
Por Capitão-Tenente (T) Felipe Picco Paes Leme
Fotos: Segundo-Sargento (RM1-FN-IF) Vicente
Paulo de Carvalho
34
I “Treino de segunda à
naugurada para a competição, pista de atletismo, por exemplo,
a pista de obstáculos é a que do Estádio Olímpico João Have-
mais impressionou, revestida lange, o “Engenhão”, que também
sábado, de manhã e à
com o piso esportivo “mondo”, recebe competições internacionais tarde. É muito esforço
o mesmo utilizado nas principais de atletismo. mesmo, mas vale a pena”.
pistas credenciadas pela Federação “A pista é, com certeza, a me- Cabo (FN-IF) Alex Barreto
Internacional de Atletismo. Com lhor do mundo. Estou envolvido no
isso, o CEFAN credenciou-se a Pentatlo Naval desde 1981. Já viajei
sediar competições de nível in- muito e posso afirmar que é, sim, a torneio realizado no CEFAN, com-
ternacional. É o mesmo piso da melhor”. As palavras são do técnico pareceu a uma competição na Suécia.
da equipe brasileira, Capitão-de- Era a 9ª competição entre países. Na
Mar-e-Guerra (RM1) Cyro Carlos volta, trouxe farta documentação e
Dias Coelho. Os elogios, no entan- detalhes sobre o esporte. Segundo
to, não são somente para a pista de ele, em seis meses, a Marinha do Bra-
obstáculos, mas sim para toda a es- sil já tinha pessoal convocado para
trutura esportiva do CEFAN. Em treinamento. “No início, achavam
breve, será inaugurada a piscina muito complicado (os atletas), mas
olímpica, que passou por reformas. a coisa foi fluindo. A maior dificul-
“Além da pista de obstáculos e das dade foi conseguir os obstáculos e
piscinas, de nível internacional, te- os locais de competição. Em 1964, já
mos bastante espaço para as compe- tínhamos um equipe pronta. Fomos
tições de corrida e remo”. Durante competir pela primeira vez em 1965,
os 5º Jogos Mundiais Militares, que na Noruega. Na ocasião, nos saímos
ocorrerão no mês de julho, na ci- razoavelmente bem, com muitas ze-
dade do Rio de Janeiro, o CEFAN bras. No ano seguinte, começamos
sediará as competições de Pentatlo a competir normalmente”, recorda.
Naval e Taekwondo.
Atleta brasileira durante a prova
de pista de obstáculos
POR DENTRO DO PENTATLO NAVAL
A modalidade foi criada em 1949,
quando a Marinha italiana, preocu-
pada com a aptidão física de seus
marinheiros, estabeleceu um pro-
grama de treinamento que culmi-
nou em uma competição com cinco
provas de técnica naval, realizada
em 1951. Atualmente, são disputa-
das as provas de pista de obstácu-
los, natação de salvamento, natação
utilitária, habilidade naval e cross-
country anfíbio.
No Brasil, o esporte começou a
ser praticado em 1963, quando o
Contra-Almirante (RM1) Heitor
Alves Barreira Junior, presente ao
RESULTADOS POSITIVOS
A presença de diversos brasilei-
Natação Utilitária
ros no pódio marcou a cerimônia de
encerramento do torneio. A equipe
masculina do Brasil conquistou o
AS PROVAS DO PENTATLO NAVAL primeiro lugar, com destaque para
o Cabo (FN-IF) Alex Barreto, que
Na pista de obstáculos, são percor-
ficou na segunda colocação, e para
ridos 305 metros (masculino) e 280
o Cabo (AM) Vinicius Moraes, que
metros (feminino), em que são simu-
ficou em terceiro no individual.
ladas diversas situações do dia a dia do
marinheiro e do combatente anfíbio.
Na natação de salvamento, é simulado
um salvamento aquático, no qual o atleta
“Estou satisfeita,
nada 50 metros e resgata um boneco de Na habilidade naval, o atleta parte consegui subir ao pódio
1,5 kg, a 3 metros de profundidade. sobre um flutuante, realizando diver- competindo com as
Na natação utilitária, os pentatle- sas atividades marinheiras. melhores do mundo. Para
tas nadam 125 metros, em 6 etapas: Por último, o cross-country anfíbio é
a primeira competição
saída em mergulho na piscina; trans- composto por corrida de 2.500 metros,
porte do fuzil; passagem sob a rede; intercalada com tiro de rifle calibre 22
do ano está muito bom.
passagem sobre um tonel; trabalho a uma distância de 50 metros, remada Estamos nos preparando
submerso; e natação de velocidade, em bote pneumático e lançamento de muito para os Jogos
finalizando a prova. granada ao nível do mar. Mundiais Militares”.
Marinheira Simone Lima
36
“Foram três dias de competição, tudo correu
bem. As instalações foram testadas, faltando
apenas inaugurar a piscina olímpica e o ginásio
poliesportivo”.
Contra–Almirante (FN) Fernando
de Bordo
A Marinha do Brasil tem a pri- operativa, em virtude do apoio às ati-
Capitão-de-Corveta (Md) Fátima
meira Oficial paraquedista militar. vidades de submarinistas, mergu- Teresinha Luz Vieira
A Capitão-de-Corveta (Md) Fátima lhadores e mergulhadores de com-
Teresinha Luz Vieira, do Centro de bate, no âmbito do Comando da
Instrução e Adestramento Almiran- Força de Submarinos. em dezembro de 1997 e ingressei na
te Áttila Monteiro Aché (CIAMA), A qualificação obtida permitirá o Marinha em janeiro de 1998, como
formou-se no dia 25 de fevereiro de acompanhamento completo dos Cur- RM-2 (temporária). Fiz concurso para
2011, em cerimônia militar realizada sos de Operações Especiais ministra- o Corpo de Saúde da Marinha, no mes-
no Centro de Instrução Pára-quedista dos pelo CIAMA, uma vez que, ante- mo ano, e me apresentei no Centro de
General Penha Brasil, Organização riormente, a fase de saltos dependia Instrução Almirante Wandenkolk, em
Militar do Exército Brasileiro. do apoio de médicos paraquedistas de março de 1999.
A Capitão-de-Corveta (Md) outras Organizações Militares. Sempre quis ser médica? E militar?
Fátima também possui o Cur- Como entrou para a Marinha? Sempre quis ser médica, mas pelo
so Especial de Medicina de Sub- Cursei a Faculdade de Medicina fato de haver muitos militares na mi-
marino e Escafandria para Oficiais na Pontifícia Universidade Católi- nha família ... pai, tio, avôs e primos
(MEDSEK), além de ampla experiência ca do Rio Grande do Sul, me formei da Brigada Militar no Rio Grande do
38
Sul (RS), sempre tive muita afinidade
pela vida militar.
Encontrou dificuldades no iní-
cio da carreira? E como iniciou as
atividades operativas?
Não encontrei dificuldades. A mi-
nha afinidade pela atividade opera-
tiva foi despertada no meu contato
com os fuzileiros navais, durante o
ano em que servi no Batalhão Logís-
tico, onde participei de várias mano-
bras como Comandante da Compa-
nhia de Saúde.
Que outros cursos possui?
Cursei a especialização em cirurgia
cardíaca no Hospital Naval Marcílio
Dias, no Rio de Janeiro. Foram 4
anos, sendo um ano na clínica de ci-
rurgia geral. Fiz pós-graduação em
cardiologia no Instituto de Pós-gra-
duação Médica do Rio de Janeiro e
Formatura da turma de paraquedistas
cursei o MEDSEK no CIAMA. Ain-
da possuo título de especialista em
cardiologia pela Sociedade Brasileira
de Cardiologia. Quais as dificuldades? Tem algum hobbie?
Quais as principais dificuldades O mais difícil são os longos períodos Praticar “agility” com meu cachorro
encontradas durante o curso de fora de casa, uma vez que apoio as ativi- ... é uma atividade com pista de obstá-
paraquedista? dades práticas dos cursos, que ocorrem culos. Também gosto de ler, correr na
A dificuldade maior é física, uma fora do CIAMA. Mas o excelente cli- praia e viajar.
vez que o treinamento é bastante in- ma de trabalho, o profissionalismo da
tenso. As primeiras semanas foram as equipe de mergulho e o fato de gostar
mais difíceis. Porém, o psicológico muito do que faço dão uma amenizada.
fez toda a diferença. Eu estava focada Por que se formar como
no objetivo de concluir o curso. paraquedista?
O que faz um MEDSEK? Agora, como paraquedista, tenho
O MEDSEK me habilita a apoiar condições de ser lançada de uma ae-
atividade de mergulho e submarinos ronave para prestar socorro, caso as
e a atuar nos casos de complicações circunstâncias exijam, uma vez que
decorrentes. Além disso, juntamen- acompanho as atividades de Opera-
te com a equipe de enfermagem da ções Especiais. Além disso, já é possível
Divisão de Medicina Submarina, sonhar em formar um grupo de salva-
participo das atividades práticas mento e socorro.
dos diversos cursos ministrados no
CIAMA e atuo como instrutora, mi-
nistrando aulas referentes à Medici-
na do Mergulho.
Para registrar as diversas ativida- de Comunicação Social da Marinha Marinha, para, a partir daí, alcançar-
des desenvolvidas durante essa traje- (CCSM) e, em 23 de novembro de mos novos patamares na divulgação
tória, foi lançado o livro “50 Anos da 2009, o cargo de Diretor do CCSM das atividades da Força.
Comunicação Social na Marinha”, passou de Capitão-de-Mar-e-Guerra Para a elaboração do conteúdo, fi-
convidando-nos a visitar a memória para Contra-Almirante. zemos um trabalho de pesquisa docu-
institucional, sob o enfoque dessa área Nesse período, destacam-se o in- mental, incluindo um extenso acervo
de atuação. formativo NoMar; a Operação “Cis- fotográfico e relatos fornecidos por
ne Branco”; os filmetes; as campanhas ex-diretores do antigo SRPM e do
institucionais; a divulgação do con- CCSM, bem como a participação da-
ceito “Amazônia Azul”; as páginas da queles que labutam ou atuaram nessa
Marinha na internet e intranet; os pe- área. O livro serve de acervo histórico
riódicos “Âncora Social” e “Marinha e cultural, bem como fonte de inspi-
em Revista”; a TV Marinha na Web; ração para as futuras singraduras da
o sítio de notícias “NoMar online”; a Comunicação Social na Marinha.
“Rádio Marinha”; e a participação nas Na opinião do senhor, qual a im-
Redes Sociais. portância da Comunicação Social
Dessa forma, nessa data tão sig- para a Marinha do Brasil?
nificativa para a Comunicação So- É de fundamental importância.
cial, a Marinha em Revista conver- A Comunicação Social na Marinha,
sa com o atual Diretor do CCSM, sob o enfoque estratégico, busca, de
Contra-Almirante Paulo Mauricio forma contínua, dinâmica e sustenta-
Capa do Livro Farias Alves. da, difundir nossas atividades, valores
O livro busca resgatar a história e rica tradição, tanto para o público
Da criação do Serviço de Rela- da Comunicação Social na Mari- interno, de modo a fortalecer suas
ções Públicas da Marinha (SRPM), nha, apresentando os principais convicções e auto-estima, quanto
em 5 de abril de 1961, à recém- fatos históricos da Força. Fale um para o público externo, para que pos-
-lançada Rádio Marinha, o livro pouco sobre o livro. sa melhor conhecer a Marinha.
enumera diversos produtos, servi- 50 anos é uma data marcante. A ideia Apesar do lançamento de novos
ços e campanhas elaboradas ao lon- do livro é aprendermos com o passado produtos e serviços, o NoMar se
go desse cinquentenário. Em 30 de para compreendermos o papel das mantém como um dos mais impor-
maio de 2006, o SRPM teve a sua transformações por que passam os tantes instrumentos de comunica-
denominação alterada para Centro veículos de comunicação e a nossa ção da Instituição. Após todo esse
40
tempo, como explicar a manuten- Como é o relacionamento da Consideramos esses índices expres-
ção do status do NoMar? Marinha com a Imprensa? sivos, o que nos motiva ainda mais.
Isso demonstra a força do periódico. O melhor possível. O CCSM pos- Além do Navio-Veleiro “Cisne
O fato é que ele faz um registro histó- sui uma Assessoria de Imprensa prepa- Branco”, todos os navios da Ma-
rico de todas as atividades da Marinha rada para responder as solicitações da rinha são importantes instrumen-
do Brasil. Ao longo dos anos, o No- Imprensa, 24 horas por dia. O mesmo tos de divulgação da Instituição,
Mar produziu um acervo respeitável, acontece nos nove Distritos Navais e assim como as Bandas Marcial e
que foi, por exemplo, fonte inquestio- em diversas Organizações Militares Sinfônica do Corpo de Fuzileiros
nável de consulta para a publicação do distribuídas por todo o Brasil. Sabemos Navais. Qual a importância deles
livro. Posso afirmar que o conteúdo de que é por meio da Imprensa que alcan- para a Comunicação Social?
suas páginas baliza a construção sim- çamos uma parcela maior da sociedade Sabemos que todos ficam curio-
bólica da imagem da Instituição. na divulgação de nossas atividades. sos para saber como funcionam
Em 2010, o CCSM realizou uma os navios. Assim, todos os meios
pesquisa de Opinião Pública para navais da Marinha do Brasil agem
identificar a percepção da popula- como canal de divulgação da Ins-
ção brasileira em relação à imagem tituição e da mentalidades maríti-
da Instituição. Quais os resultados? ma. Sempre que possível, os navios
Foram ouvidas 2017 pessoas, em atracados em portos ficam abertos à
123 municípios de todas as Unidades visitação pública.
da Federação. A pesquisa mostrou As Bandas Marcial e Sinfônica
que 80,9% dos brasileiros confiam funcionam como instrumentos de di-
na Marinha do Brasil e que a atua- vulgação da Marinha e do Corpo de
ção da Força foi considerada posi- Fuzileiros Navais, com suas apresen-
tiva por 82,8% dos entrevistados. tações no Brasil e no exterior
Edições do NoMar
Para muitos brasileiros, os rios mais carentes, conhecidas como às populações, em parceria com o
que formam nossas gigantescas ba- ACISO (Ações Cívico-Sociais). Ministério da Saúde; Secretarias
cias fluviais nada mais são do que No final do ano passado, os NAsH Estaduais de Saúde dos Estados do
linhas em um mapa ou nomes que “Oswaldo Cruz”, “Carlos Chagas” e Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Ro-
aprenderam na escola. Mas para “Doutor Montenegro” receberam a raima e Rondônia; e Secretarias Mu-
nós, da Marinha do Brasil, eles são companhia do NAsH “Soares de Mei- nicipais de Saúde. Com tripulação
prioridade. Nossos navios singram relles”, adquirido em parceria com o composta por 44 militares, o NAsH
as águas das principais artérias das Ministério da Saúde, para também “Soares de Meirelles” ficará direta-
bacias Amazônica e do Rio Paraguai, atuar na Região Amazônica. Antes de mente subordinado ao Comando da
provendo a defesa territorial e o iniciar suas comissões, ele passa por Flotilha do Amazonas, em Manaus
apoio às populações ribeirinhas. um processo de adaptação ao servi- (AM), e contribuirá, também, para
Foi num afluente do Rio Paraná, ço naval e às atividades de assistência a realização de atividades de Defesa
o Riachuelo, que nossos antepassados médico-hospitalar, por não ter sido Civil (assistências humanitárias e ca-
fizeram história ao combater na maior projetado para ser um navio-hospital. tástrofes naturais).
batalha naval do continente. E é, tam- Foi denominado NAsH “Soares de Trata-se de um trabalho silencioso
bém, nos rios que os marinheiros de Meirelles” em homenagem a Joaquim que muito nos orgulha, no qual ab-
hoje lutam contra inimigos igualmen- Cândido Xavier Soares de Meirelles, negadas tripulações se empenham,
te ferozes: a pobreza e a doença. Cirurgião-Mor da Armada e Patro- diuturnamente, para levar conforto
Tripulado por homens e mulhe- no do Corpo de Saúde da Marinha. a uma parcela da população. O que
res, cuja missão é levar o alento e o No Pantanal, a Marinha atua com o mais nos entusiasma e a qualquer vi-
progresso à Região Amazônica e do NAsH “Tenente Maximiano”. sitante que acompanha uma dessas
Pantanal, os Navios de Assistência O processo de aquisição do novo comissões é o olhar de alívio e de
Hospitalar (NAsH) dividem-se em navio partiu de uma necessidade agradecimento daqueles brasileiros
comissões anuais que cobrem milha- premente, identificada pelo Plano simples e necessitados, cujas vidas
res de milhas náuticas, visitando pe- de Articulação e Equipamento da foram, de alguma forma, melhoradas.
quenas vilas e aldeias, nas quais, mui- Marinha (PAEMB), de aumentar a Naqueles locais distantes, a Mari-
tas vezes, não há médicos, dentistas quantidade de NAsH de três para nha, com seus “Navios da Esperança”,
ou agentes de saúde. Além desses, to- cinco na Amazônia. O propósito representa a presença do Estado brasi-
das as unidades da Força que operam é ampliar, de forma quantitativa e leiro. Para os ribeirinhos, cada uma des-
no ambiente fluvial participam de ati- qualitativa, a capacidade de prover sas unidades, que surge na curva do rio,
vidades assistenciais às comunidades atendimento médico e odontológico significa a certeza de apoio e ajuda
42
Conjuntos Arquivísticos
História Naval
nominados na UNESCO
Por Vice-Almirante Armando de Senna Bittencourt
O
“Arquivo Tamandaré” contém no século XIX, a unidade do terri- navegar com segurança no Brasil. As
a correspondência passiva do tório nacional e sua soberania. Esse cartas náuticas, geradas a partir dos le-
Almirante Joaquim Marques conjunto, que está sob a guarda da vantamentos hidrográficos da DHN,
Lisboa, o Marquês de Tamandaré DPHDM, foi publicado em 2007, servem como referência para a con-
- Patrono da Marinha, sendo uma ano em que se comemorou o cen- fecção das cartas da costa brasileira
importante fonte para a História do tenário do Patrono da Marinha, e produzidas por todos os outros países.
Brasil. Tamandaré foi uma das pes- possui um catálogo que facilita o Eles não vêm aqui fazer seus levanta-
soas de destaque que, durante um trabalho de pesquisadores. mentos, simplesmente confiam nelas.
período fundamental para a forma- O conjunto documental apresen- A MOW registra conjuntos no-
ção do País, participou da maioria tado pela DHN é o levantamento táveis do patrimônio documental, à
dos acontecimentos que garantiram, cartográfico da costa, que possibilita semelhança da “Lista do Patrimônio
44
Centro de Comunicação Social da Marinha
www.mar.mil.br