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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste caso, a presente lição visa mostrar que o exercício do ofício divino é
incompatível com o alcoolismo e os maus costumes devem ser evitados.
Pois bem, sem ser advogado do diabo de alguma beberagem qualquer, e sem
fazer apologia aos enófilos, o vinho desde tempos longínquos era utilizado como a
mais comum de todas as bebidas – mas era digerida com moderação.
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Note-se a expressão: “consumido de forma regular e moderada,
acompanhando as refeições”, portanto, nada de exageros desenfreados e
irresponsáveis. E ele continua: “A combinação entre polifenóis e álcool é perfeita
para a saúde, desde que seguidas as recomendações de consumo. São mais de
200 tipos dessa substância antioxidante encontradas nos vinhos, em especial nos
tintos”.
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5. Aumento da resistência e elasticidade da parede vascular.
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Além disso, é um vasodilatador, o que favorece a redução da pressão
sanguínea. Essas duas características fazem do vinho um importante aliado contra o
infarto.
Estudos mais recentes indicam que o vinho pode ter também ação
anticancerígena, devido a alguns compostos como o resveratol. Propriedades desse
tipo, entretanto, ainda são objetos de pesquisa.
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1 – Os que usam a bebida precisam estar atentos aos seus riscos: vício e
embriaguez (Ef.5.18);
2 – O vicio leva os recursos financeiros da família;
3 – O beberrão perde a responsabilidade, o emprego, a saúde, o nome e a
perspectiva de vida;
4 – A embriagues leva à perda do controle. Como visto, Noé ficou nu em sua tenda;
5 – O vicio e a embriagues fazem a pessoa perder o respeito da família ou até a
família; Cão desrespeitou seu pai, embora não tivesse tal direito.
(v.12) “Então disse Davi a Urias: Fica ainda hoje aqui, e amanhã te
despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia e o seguinte. (v13) E Davi o
convidou a comer e a beber na sua presença, e o embebedou; e à tarde saiu Urias a
deitar-se na sua cama com os servos de seu senhor, porém não desceu a sua
casa.”
Como visto acima, Davi de forma inescrupulosa arquiteta um plano vil para
culpar a Urias, e ainda, vergonhosamente, embebeda-o. Contudo, temos que o
pecado traz dois resultados – separa o homem de Deus e produz maus efeitos no
mundo. O primeiro pode ser cancelado pelo perdão, mas o segundo permanece. A
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tragédia da história humana é que os maus efeitos do pecado não são sempre, nem
totalmente, sofridos pelo pecador. Pois Deus ainda usa de misericórdia.
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1. No Antigo Testamento.
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E ele acrescenta:
Além dessas duas palavras para “vinho”, há outra palavra hebraica que
ocorre 23 vezes no Antigo Testamento, e frequentemente no mesmo
contexto – shekar, geralmente traduzida por “bebida forte” (e.g., I Samuel
1:15; Neemias 6:3). Certos estudiosos dizem que shekar, mais comumente,
refere-se à bebida fermentada, talvez feita de suco de fruto de palmeira, de
romã, de maçã, ou de tâmara. A Enciclopédia Judaica (1901) sugere que
quando yayin se distingue de shekar, aquele era um tipo de bebida
fermentada diluída em água, ao passo que esta não era diluída.
Ocasionalmente, shekar pode referir-se a um suco doce, não-fermentado,
que satisfaz (Robert P. Teachout: “O Uso de Vinho no Velho Testamento”,
dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teológico Dallas, 1979).
Shekar relaciona-se com shakar, um verbo hebraico que pode significar
“beber a vontade”, além de “embriagar”. Na maioria dos casos, saiba-se que
quando yayin e shekar aparecem juntos, formam uma única figura de
linguagem que se refere às bebidas embriagantes.
Pois bem, diante do exposto; a Bíblia declara de modo inequívoco que para
evitar ais e pesares e, em lugar disso, fazer a vontade de Deus, os justos não devem
admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que possa embriagar e viciar, (Pv.
23.29-35).
William Barclay em sua obra The First Letter to Timothy diz que “no mundo
antigo se usava o vinho continuamente. Em condições em que a provisão de água
era inadequada e algumas vezes perigosa, o vinho era a bebida mais natural de
todas. É o vinho aquele que alegra o coração de Deus e do homem (Juízes 9:13).
Na restauração, Israel plantará seus vinhedos e beberá seu vinho (Amós 9:14). Aos
que estão desfalecendo devem receber cidra, e vinho aos amargurados de ânimo
(Provérbios 31:6).”
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A vida Diária nos Tempos de Jesus, 3ª Edição, Vida Nova, São Paulo, 2008.
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parte do esquema religioso do mundo: desde os tempos de Noé até os Tratados de
Kethuboth e de Tartarin de Tarascon, que enaltecem a produção de barris de vinho
produzidos pelos seus cachos, bem como uma grande produção de vinhos que
chegavam aos tornozelos. Além disso, a Bíblia (que fala de vinho 141 vezes) referiu-
se ao suco da uva nos termos mais cordiais. O famoso “vinum laetificat cor hominis”3
está no versículo 15 do Salmos 104.
“O vinho era considerado o símbolo de Israel e uma videira dourada podia ser
vista no Templo. Quando Jesus falou de si mesmo como sendo a videira, e quando
consagrou o vinho a ponto de dizer, ‘Este é o meu sangue’, ele estava falando como
um filho de Israel, inteiramente envolvido na tradição do seu povo”, acrescenta
Rops.
“Isto não quer dizer que o mundo antigo não tivesse consciência dos perigos
que provêm da bebida. Provérbios fala do desastre que sobrevém ao homem que
olha ao vinho quando avermelhado (Provérbios 23:29-35). O vinho é escarnecedor e
a cidra é alvoroçadora (Provérbios 20:1)”, alerta-nos William Barclay. E ainda, o
Testamento dos Doze Patriarcas – um fragmento de literatura judaica apócrifa do
primeiro século antes de Cristo – diz contundentemente: “O espírito da prostituição
tem o vinho como servo”, contudo, prostituição, aqui, não tem apenas o seu sentido
denotativo, ipsis verbis, mas também a ideia figurada, conotativa, de apostasia.
2. No Novo Testamento.
A palavra grega para “vinho”, em Lucas 7: 33, é oinos. Oinos pode referir-se
a dois tipos bem diferentes de suco de uva: (1) suco não fermentado, e (2)
vinho fermentado ou embriagante. Esta definição apoia-se nos dados
abaixo.(1) A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e
religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em
referência ao suco fresco da uva (ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-
13). (a) Anacreontes (c. de 500 a.C.) escreve: “Esprema a uva, deixe sair o
vinho [oinos]” (Ode 5). (b) Nicandro (século II a.C.) escreve a respeito de
espremer uvas e chama de oinos o suco daí produzido (Georgica,
fragmento 86). (c) Papias (60-130 d.C.), um dos pais da igreja primitiva,
3
“O vinho alegra o coração do homem”. (N.T).
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menciona que quando as uvas são espremidas produzem “jarros de vinho
[oinos]” (citado por Irineu, Contra as Heresias, 5.33. 3-4). (d) Uma carta em
grego escrita em papiro (P.Oxy. 729; 137 d.C.), fala de “vinho [oinos] fresco,
do tanque de espremer” (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary of the
Greek Testament, p.10) (e) Ateneu (200 d.C.) fala de um “vinho
[oinos]doce”, que não deixa pesada a cabeça” (Ateneu, Banquete, 1.54).
Noutro lugar, escreve a respeito de um homem que colhia uvas “acima e
abaixo, pegando vinho [oinos] no campo”(1.54). Para considerações mais
pormenorizadas sobre o uso de oinos pelos escritores antigos, ver Robert P.
Teachout: “O Emprego da Palavra Vinho no Antigo Testamento”.
(Dissertação de Th. D. no Seminário Teológico de Dallas, 1979).(2) Os
eruditos judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego c. de 200
a.C. empregaram a palavra oinos para traduzir varias palavras hebraicas
que significam vinho.Noutras palavras, os escritores do Novo Testamento
entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem
fermentação.(3) Quanto à literatura grega secular e religiosa, um exame de
trechos do Novo Testamento também revela que oinos pode significar vinho
fermentado, ou não fermentado. Em Efésios 5:18, o mandamento: “não vos
embriagueis com vinho [oinos] “ refere-se ao vinho alcoólico. Por outro lado,
em Apocalipse 19:15 Cristo é descrito pisando o lagar, O texto grego diz:
“Ele pisa o lagar do vinho [oinos]”: o oinos que sai do lagar é suco de uva
(ver Isaías 16:10, Jeremias 48:32,33). Em Apocalipse 6.6 oinos refere-se às
uvas da videira como uma safra que não deve ser destruída. Logo, para os
crentes dos tempos no Novo Testamento, “vinho” (oinos) era uma palavra
genérica que podia ser usada para duas bebidas distintivamente diferentes,
extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.(4) Finalmente, os
escritores romanos antigos explicam com detalhes vários processos usados
para tratar o suco de uva recém-espremido, especialmente as maneiras de
evitar sua fermentação. (a) Columela (Da Agricultura, 12.29), sabendo que o
suco de uva não fermenta quando mantido frio abaixo de 10 graus C.) e
livre de oxigênio, escreve da seguinte maneira: “Para que o suco de uva
sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas instruções:
Depois de aplicar a prensa às uvas, separe o mosto mais novo [i.e., suco
fresco], coloque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o bem e revista-o
muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água
entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não
deixe nenhuma parte de ânfora ficar acima da superfície. Tire a ânfora
depois de quarenta dias. O suco permanecerá doce durante um ano” (ver
também Columela: Agricultura e Árvores; Catão: Da Agricultura). O escritor
romano Plínio (século I d.C.) escreve: “Tão logo tiram o mosto [suco de uva]
do lagar colocam-no em tonéis, deixam eles submersos na água até passar
a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala” (Plínio,
História Natural, 14.11.83). (b) Outro método de impedir a fermentação das
uvas é fervê-las e fazer um xarope.(2). Historiadores antigos chamavam
esse produto de “vinho” (oinos). O Cônego Farrar (Smith’s Bible Dictionary,
p. 747) declara que “os vinhos assemelhavam-se mais a xarope; muitos
deles não eram embriagantes”. Ainda, O Novo Dicionário da Bíblia (p.1665),
observa que “sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o ano
inteiro”.
“O vinho era considerado o símbolo de Israel e uma videira dourada podia ser
vista no Templo. Quando Jesus falou de si mesmo como sendo a videira, e quando
consagrou o vinho a ponto de dizer, ‘Este é o meu sangue’, ele estava falando como
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um filho de Israel, inteiramente envolvido na tradição do seu povo”, acrescenta
Rops.
A Bíblia nos adverte quanto ao uso inadvertido do vinho, bem como do suco
de uva:
Provérbios 20. 1: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e
todo aquele que neles errar nunca será sábio”.
Provérbios 23.31, 32,35: “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho,
quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No seu fim, morderá como a
cobra e, como o basilisco, picará…”“…e dirás: Espancaram-me, e não me doeu;
bateram-me, e não o senti; quando virei a despertar? Ainda tornarei a buscá-la outra
vez”.
Provérbios 31.4-5: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber
vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam
do estatuto, e pervertam o juízo de todos os aflitos”.
Isaías 28: 7: “Mas também estes erram por causa do vinho e com a bebida forte se
desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são
absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados
na visão e tropeçam no juízo”.
Lucas 1. 15: “porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem
bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe”.
Isaías 16.10: “E fugiu o folguedo e a alegria do campo fértil, e já nas vinhas se não
canta, nem há júbilo algum; já o pisador não pisará as uvas nos lagares. Eu fiz
cessar o júbilo”.
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III – MINISTROS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO
Na sua obra The First Letter to Timothy, William Barclay nos presenteia com
ensinamentos enriquecedores, mormente o assunto em apreço. Vejamos.
Que no caso em tela, todo líder cristão deve ser sóbrio (Gr. nefalios), e
também não deve ser dado ao vinho, não deve ser paroinos. Existem histórias
terríveis a respeito do que aconteceu a várias pessoas por ser muito indulgentes
com o vinho. Como já estudado, temos o caso do Noé (Gênesis 9.18-27); o de Ló
(Gênesis 19.30-38); o de Amom (2 Samuel 13.28, 29). O interessante é o duplo
significado que têm ambas as palavras nesta seção. Nefalios significa sóbrio, mas
também quer dizer atento, vigilante. Paroinos significa viciado no vinho, mas também
significa briguento e violento.
Assim, o ensino das Pastorais assinala aqui que o cristão não deve permitir-
se nem prazeres nem indulgências que diminuam sua vigilância cristã ou manchem
sua conduta cristã. Logo seguem duas grandes palavras gregas que descrevem
duas importantes qualidades que devem caracterizar o líder cristão. O líder cristão
deve ser prudente (sofron) e decoroso (kosmios). A palavra sofron se traduziu por
prudente, mas em realidade não é esta a única tradução. Pode ser traduzida com
variações como cabal, discreto, prudente, controlado, casto, que tem domínio
completo sobre os desejos sensuais. Os gregos a derivaram de duas palavras que
significam manter um juízo cabal e seguro. O substantivo que lhe corresponde é
sofrosune, e os gregos escreveram e pensaram muito a respeito dela. É o oposto da
intemperança e falta de domínio próprio. Vejamos o que disseram alguns
destacados personagens sobre esta palavra:
Aristóteles como “esse poder por meio do qual os prazeres do corpo se utilizam
como mandatos da lei”.
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Filo como “uma certa limitação e ordenação dos desejos, que elimina aqueles que
são externos e excessivos, e que adorna aqueles que são necessários com a
oportunidade e a moderação”.
Barclay continua:
O homem que é sofron é aquele que tem cada parte de sua natureza sob um
perfeito domínio, o que quer dizer que o homem que é sofron é aquele em cujo
coração Cristo reina de maneira suprema. A palavra que a acompanha é kosmios,
que se traduz como decoroso. Se um homem for kosmios em sua conduta exterior
deve-se a que é sofron em sua vida interior. Esta palavra kosmios significa
ordenado, honesto, decoroso. Em grego tem dois usos muito especiais. E é muito
comum para descrever ao homem que num bom cidadão. Platão define o homem
que é kosmios como "o cidadão que age com tranquilidade, que ocupa seu lugar
devidamente, e ordena os deveres que lhe incumbem como tal". Esta palavra implica
mais que simplesmente um bom comportamento. Descreve o homem cuja vida é
formosa e em cujo caráter se combinam e integram todas as coisas
harmoniosamente. É o homem em que se unem a força e a beleza. O líder da Igreja
deve ser um homem sofron, um homem que controle todos seus instintos, paixões e
desejos; também deve ser kosmios, um homem cujo controle interno se transforme
em beleza externa; o líder deve ser um homem em cujo coração reine o poder de
Cristo, e em cuja vida resplandeça a beleza de Cristo.
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2. Recomendações à Igreja (Ef 5.15-21).
Em Efésios 5.18, assim está escrito: “E não vos embriagueis com vinho, no qual
há devassidão, mas enchei-vos do Espírito”
Em sua obra The Letter to the Ephesians, Barclay nos ensina que a
admoestação geral de Paulo conclui com uma exortação para que seus conversos
vivam uma vida sensata. Os tempos que se vivem são maus; deve-se recuperar todo
o tempo possível do mau uso do mundo. Paulo continua sublinhando o contraste
entre dois tipos de reuniões: a reunião pagã e a reunião cristã. A reunião pagã é
propensa a derivar em libertinagem. É significativo que ainda usemos a palavra
simpósio para a discussão de um tema por um grupo de pessoas. A palavra grega
symposion significa literalmente um encontro em que se bebe. Quando certa vez A.
C. Welch pregava sobre o texto: “Enchei-vos do Espírito”, começou com uma
sentença inoportuna: “Têm que encher a um homem de alguma coisa.” Os pagãos
encontravam sua felicidade enchendo-se de vinho e dos prazeres do mundo; o
cristão encontrava sua felicidade no fato de que estava cheio do Espírito. Desta
passagem podemos deduzir alguns fatos sobre as reuniões cristãs da época
primitiva.
A Igreja primitiva era uma Igreja que cantava. Caracterizava-se por seus
salmos, hinos e cânticos espirituais. A felicidade da Igreja primitiva fazia com
que os homens cantassem.
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(3) A Igreja primitiva era uma Igreja em que os cristãos se honravam e
respeitavam mutuamente. Paulo dá a razão para esta honra e respeito
mútuos; era porque reverenciavam a Cristo. Não se apreciavam à luz de
suas ocupações, profissões e estado social; apreciavam-se à luz de Cristo e
por isso descobriam a dignidade de cada um, e se respeitavam e honravam
mutuamente com facilidade.
Ainda em sua magistral obra The Acts of the Apostles, William Barclay
destaca, aqui, que não devemos pensar que o Espírito Santo começou a operar
poderosamente somente no dia de Pentecostes. Não mesmo. Sabemos muito bem
que o Espírito Santo falava e agia através de Davi (Atos 1.16); falou através de
Isaías (Atos 28.25); Estêvão em seu discurso acusa os judeus de terem-se oposto
ao Espírito através de toda sua historia (Atos 7. 51). Nesse sentido o Espírito é Deus
revelando sua verdade e sua vontade aos homens em toda era e em toda geração.
Mas, não podemos negar de que, ao mesmo tempo, algo especial aconteceu no dia
de Pentecostes. Logo ele acrescenta:
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cristã que era independente das circunstâncias: tudo isto se atribui à obra
do Espírito. Finalmente, em Atos 5:32 há uma frase muito sugestiva. O
versículo fala do Espírito “que Deus outorgou aos que lhe obedecem”. Isto
encerra a grande verdade de que a quantidade de Espírito que um homem
pode possuir está condicionada pela classe de homem que é. Significa que
o homem que sinceramente está buscando fazer a vontade de Deus
experimentará mais e mais a maravilha do Espírito. Significa que viver uma
vida cristã traz consigo seu próprio poder. Nos primeiros treze capítulos de
Atos há mais de quarenta referências ao Espírito Santo. A Igreja primitiva
estava cheia dEle e precisamente ali descansava seu poder.
CONCLUSÃO
Pois bem, por tudo que estudamos nesta rica lição, sabemos que “Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são
lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (I Co 6. 12). Que certas
coisas não são pecados, mas podem vir a ser grandes embaraços. Que muitas das
vezes julgamos os outros, sem conhecimento de causa, pois, nesse caso, até Jesus
foi mal interpretado: “Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um
homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores” (Lc
7.34). Nesse caso, o que o apóstolo Paulo nos recomenda é que devemos ser
pessoas temperantes, moderados, sóbrias, “maître de soi”4 (Gl 5.23), não só em
coisas visíveis, mas nas coisas ocultas também; não apenas nas grandes, mas nas
pequenas também. Assim, “fujamos das bebidas alcoólicas e de outros vícios
igualmente graves, a fim de que possamos ministrar ao Senhor com todo zelo e
cuidado”.
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Locução francesa que significa, ipsis litteris: “Mestre de si mesmo, controlado, temperante”.
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