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x ∈ A ∪ (B ∩ C) ⇔ x ∈ A ou x ∈ (B ∩ C) ⇔ x ∈ A ou (x ∈ B e x ∈ C)
⇔ (x ∈ A ou x ∈ B) e (x ∈ A ou x ∈ C) ⇔ x ∈ (A ∪ B) e x ∈ (A ∪ C) ⇔
⇔ x ∈ (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)
(b) Queremos mostrar que A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C). Como em (a), é fácil ver que esta
igualdade é verdadeira se A = ∅, B = ∅ ou C = ∅.
Podemos então supor A 6= ∅, B 6= ∅ e C 6= ∅. Temos
x ∈ A ∩ (B ∪ C) ⇔ x ∈ A e x ∈ (B ∪ C) ⇔ x ∈ A e (x ∈ B ou x ∈ C)
⇔ (x ∈ A e x ∈ B) ou (x ∈ A e x ∈ C) ⇔ x ∈ (A ∩ B) ou x ∈ (A ∩ C) ⇔
⇔ x ∈ (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
3. Demonstre que A ∪ B = B ⇐⇒ A ⊂ B ⇐⇒ A ∩ B = A
Para provarmos as equivalências propostas, basta provarmos que
Como no exercı́cio anterior, é fácil ver que as implicações acima são verdadeiras se A = ∅ ou
B = ∅. Podemos então supor que A e B são não vazios.
(i) Mostremos que A ∪ B = B ⇒ A ⊂ B.
Suponhamos A ∪ B = B. Como A ⊂ A ∪ B = B, temos A ⊂ B.
(ii) Mostremos que A ⊂ B ⇒ A ∩ B = A.
Suponhamos A ⊂ B. Para provarmos que A∩B = A, temos que mostrar as inclusões A∩B ⊂ A
e A ⊂ A ∩ B. Como a primeira inclusão é óbvia, mostremos a segunda. Seja x ∈ A. Como, por
hipótese, A ⊂ B, temos, x ∈ B. Portanto, x ∈ A e x ∈ B, ou seja, x ∈ A ∩ B, como querı́amos.
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(iii) Mostremos que A ∩ B = A ⇒ A ∪ B = B.
Suponhamos A ∩ B = A. Para provarmos que A ∪ B = B, temos que mostrar que B ⊂ A ∪ B
e A ∪ B ⊂ B. Como a primeira inclusão é óbvia, mostremos a segunda. Seja x ∈ A ∪ B: então,
x ∈ A ou x ∈ B. Se x ∈ B, a prova termina aqui. Se x ∈ A, então como, por hipótese. A ∩ B = A,
temos x ∈ A ∩ B e como A ∩ B ⊂ B, temos x ∈ B.
4. Dados A, B ⊂ U , demonstre as relações de De Morgan:
(a) (A ∪ B)c = Ac ∩ B c ; (b) (A ∩ B)c = Ac ∪ B c ;
Solução: É fácil ver que estas igualdades são verdadeiras se A = ∅ ou B = ∅. Podemos então
supor A e B não vazios.
(a) Temos
x ∈ (A ∪ B)c ⇔ x ∈
/ A∪B ⇔ x∈ / B ⇔ x ∈ Ac e x ∈ B c ⇔ x ∈ Ac ∩ B c .
/Aex∈
(b) Temos
x ∈ (A ∩ B)c ⇔ x ∈
/ A∩B ⇔ x∈ / B ⇔ x ∈ Ac ou x ∈ B c ⇔ x ∈ Ac ∪ B c .
/ A ou x ∈
x ∈ (A − B) − C ⇐⇒ x ∈ (A − B) e x ∈
/ C ⇐⇒ x ∈ A e x ∈
/B ex∈
/C;
assim (A − B) − C consiste dos elementos que pertencem a A e não pertencem a B nem a C, isto
é, pertencem apenas a A.
Por outro lado,
x ∈ A − (B − C) ⇐⇒ x ∈ A e x ∈ / (B − C) ⇐⇒ x ∈ A e x ∈ / B ou x ∈ C ;
assim A − (B − C) consiste dos elementos que pertencem a A e não pertencem a B mas podem
pertencer a C, ou seja, elementos que pertencem apenas a A ou pertencem a A ∩ C. Para que os
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conjuntos (A − B) − C e A − (B − C) sejam iguais, devemos ter A ∩ C = ∅, isto é devemos ter A
e C disjuntos.
As figuras abaixo mostram os conjuntos (A − B) − C e A − (B − C): na figura da esquerda, a
parte hachurada é (A − B) − C e na da direita é A − (B − C)
A B A B
C C
7. Dê exemplos de implicações, envolvendo situações do ensino médio, que sejam: verdadeiras
com recı́proca verdadeira, verdadeiras com recı́proca falsa, falsas com recı́proca verdadeiras, falsas
com recı́proca falsa.
√
8. Escreva as implicações lógicas que correspondem à resolução da equação x + x = 2, veja
quais
√ são reversı́veis e explique o aparecimento de raı́zes estranhas. Faça o mesmo com a equação
x + 3 = x.
√ (1) √ (2) (3) (4)
x + x = 2 =⇒ x = 2 − x =⇒ x = x2 − 4 x + 4 =⇒ x2 − 5 x + 4 = 0 =⇒ x = 1 ou x = 4.
Aparece a raiz estranha x = 4. Isto ocorre pois a implicação (2) não é reversı́vel.
√
Tratemos agora da equação√ x + 3 = x. Em primeiro lugar, notemos que pela equação vemos
que x deve satisfazer x = x + 3 ≥ 3.
√
√ (1) √ (2) (3) (4) 7 + 13
x + 3 = x =⇒ x = x − 3 =⇒ x = x2 − 6 x + 9 =⇒ x2 − 7 x + 9 = 0 =⇒ x1 =
√ 2
7 − 13
ou x2 = .
2
Pela observação acima x1 é raiz da equação original e x2 não é. Como no caso da equação
anterior, o aparecimento da raiz √ estranha x2 se deve ao fato que a implicação (2) não é reversı́vel.
Outro modo: chamemos √ z = x;√então x = z 2 e a equação dada fica z + 3 = z 2 , que tem as
1 + 13 1 − 13 √
soluções z1 = e z2 = (aparece a raiz estranha z2 porque elevamos z = x ao
2 2 √
7 + 13
quadrado; o correto seria escrever: “a equação fica z + 3 = z 2 e z ≥ 0”). Logo x = z 2 = .
2
9. Considere as seguintes (aparentes) equivalências lógicas:
x = 1 ⇐⇒ x2 − 2 x + 1 = 0 ⇐⇒ x2 − 2 · 1 + 1 = 0 ⇐⇒ x2 − 1 = 0 ⇐⇒ x = ±1
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Recı́procas
(a) Todos os animais que têm rabo são gatos ;
(b) Sempre que eu saio de guarda-chuva ou fico em casa, chove;
(c) Todas as bolas redondas e brancas são de ping pong;
(d) Sempre que eu vou ao cinema, é terça feira e o dia do mês é um número primo;
(e) Todas as camisas que têm manga comprida são amarelas ou vermelhas;
(f) Todas as coisas amarelas e vermelhas são quadradas ou redondas.
Contrapositivas
(a) Todos os animais que não têm rabo não são gatos ;
(b) Sempre que eu saio sem guarda-chuva ou fico em casa, não chove;
(c) Todas as bolas que não são redondas ou brancas não são de ping pong;
(d) Sempre que eu não vou ao cinema, ou não é terça feira ou o dia do mês não é um número
primo;
(e) Todas as camisas que não têm manga comprida não são amarelas nem vermelhas;
(f) Todas as coisas que não são amarelas nem vermelhas não são quadradas nem redondas.
Negações matemáticas
(a) Nem todos os gatos têm rabo (Existe ao menos um gato que não tem rabo);
(b) Nem sempre que chove, eu saio de guarda-chuva ou fico em casa (Existem instantes em que
chove e eu saio de casa sem guarda-chuva);
(c) Nem todas as bolas de ping pong são redondas e brancas (Existem bolas de ping pong que não
são redondas ou brancas);
(d) Nem sempre que é terça feira e o dia do mês é um número primo, eu vou ao cinema (Existem
terças feiras em que o dia do mês é um número primo, eu não vou ao cinema);
(e) Nem todas as camisas amarelas ou vermelhas têm manga comprida (Existem camisas amarelas
ou vermelhas que não têm manga comprida;
(f) Nem todas as coisas quadradas ou redondas são amarelas e vermelhas (Existem coisas quadra-
das ou redondas que não são amarelas e vermelhas).
A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ C
vemos que devemos ter A ∪ C = C, ou seja A ⊂ C (veja o Exercı́cio 3, página 2). Mostremos que
essa condição é necessária e suficiente para que A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ C.
Se A ⊂ C temos A ∪ C = C e portanto
A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) = (A ∪ B) ∩ C.
Reciprocamente, se A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ C, temos
A ⊂ A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ C ⊂ C .
2. Expressões tais como “para todo”e “qualquer que seja”são chamadas de quantificadores e
aparecem em sentenças dos tipos:
(1) “Para todo x, é satisfeita a condição P (x)”
(2) “Existe algum x que satisfaz a condição P (x)”, em que P (x) é uma condição envolvendo a
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variável x.
a) Sendo A o conjunto de todos os objetos x (de um certo conjunto universo U ) que satisfazem a
condição P (x), escreva as sentenças (1) e (2) acima, usando a linguagem de conjuntos.
b) Quais são as negações de (1) e (2)? Escreva cada uma destas negações usando conjuntos e
compare com as sentenças obtidas em a).
c) Para cada sentença abaixo, diga se ela é verdadeira ou falsa e forme sua negação:
• Existe um número real x tal que x2 = −1.
• Para todo número inteiro n, vale n2 > n.
• Para todo número real x , tem-se x > 1 ou x2 < 1.
• Para todo número real x existe um número natural n tal que n > x.
• Existe um número natural n tal que, para todo número real x, tem-se n > x.
3. Considere os conjuntos abaixo:
F = conjunto de todos os filósofos
M = conjunto de todos os matemáticos
C = conjunto de todos os cientistas
P = conjunto de todos os professores
a) Exprima cada uma das afirmativas abaixo usando a linguagem de conjuntos:
1) Todos os matemáticos são cientistas: M ⊂ C
2) Alguns matemáticos são professores: M ∩ P 6= ∅
3) Alguns cientistas são filósofos: C ∩ F 6= ∅
4) Todos os filósofos são cientistas ou professores: F ⊂ (C ∪ P ).
5) Nem todo professor é cientista: P − C 6= ∅ (isto é, P ∩ C c 6= ∅)
b) Faça o mesmo com as afirmativas abaixo:
6) Alguns matemáticos são filósofos: M ∩ F 6= ∅
7) Nem todo filósofo é cientista: F − C 6= ∅ (isto é, F ∩ C c 6= ∅)
8) Alguns filósofos são professores: F ∩ P 6= ∅
9) Se um filósofo não é matemático, ele é professor: (F − M ) ⊂ P (isto é, F ∩ M c ⊂ P )
10) Alguns filósofos são matemáticos: F ∩ M 6= ∅
(c) Tomando as cinco primeiras afirmativas como hipóteses, verifique quais das afirmativas do
segundo grupo são necessariamente verdadeiras.
Nenhuma das afirmativas (6)-(10) é consequância das afirmativas (1)-(5). Tomemos, por exem-
plo, U = {a, b, c, d, e, x} e M, C, P, F ⊂ U dados por
Temos M ⊂ C, M ∩ P 6= ∅, C ∩ F 6= ∅, F ⊂ (C ∪ P ) e P ∩ C c 6= ∅, mas M ∩ F = ∅,
F ∩ C c = {e} ∩ {d, x} = ∅, F ∩ P = ∅, F ∩ M c = {e} ∩ {c, d, e, x} = {e} 6⊂ P e F ∩ M = ∅.
4. Considere um grupo de 4 cartões que possuem uma letra escrita em um dos lados e um número
do outro. Suponha que seja feita, sobre estes cartões, a seguinte afirmação : Todo cartão com
uma vogal de um lado tem um número ı́mpar do outro. Quais dos cartões abaixo você precisaria
virar para verificar se essa afirmativa é verdadeira ou falsa?
A 1 B 4
A afirmação sobre os cartões relaciona vogais a números ı́mpares. Assim, não importa o verso
das cartas B e 1 . Precisamos saber apenas o verso dos cartões A e 4 . Logo, basta virar
estas cartas.
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6. O conjunto das partes de A é o conjunto formado por todos os subconjuntos do conjunto A.
Prove o teorema de Cantor: se A é um conjunto e P (A) é o conjunto das partes de A, não existe
função f : A → P (A) que seja sobrejetiva.
Suponhamos, por absurdo, que existe uma função sobrejetiva f : A → P (A). Seja X = {x ∈
A : x∈ / f (x) } (é claro que X ⊂ A). Como f é sobre, existe a ∈ A tal que f (a) = X (pois
X ⊂ A).
Se a ∈ X, então pela definição de X temos a ∈ / f (a) = X, uma contradição.
Se a ∈ / X, então, pela definição de X temos a ∈ f (a) = X, novamente uma contradição.
Estas contradições mostram que não pode existir tal função.
As igualdades acima estão trivialmente verificadas se algum dos conjuntos é vazio. Vamos
então supor que todos os conjuntos são não vazios. Como em (a) e (b) as demonstrações são
semelhantes, faremos apenas o caso da reunião.
(a) Temos
x ∈ A ∪ (B ∪ C ) ⇐⇒ x ∈ A ou x ∈ B ∪ C ⇐⇒ x ∈ A ou (x ∈ B ou x ∈ C) ⇐⇒
⇐⇒ (x ∈ A ou x ∈ B) ou x ∈ C ⇐⇒ x ∈ A ∪ B ou x ∈ C ⇐⇒
⇐⇒ x ∈ (A ∪ B) ∪ C
(b) Temos
x ∈ A ∪ B ⇐⇒ x ∈ A ou x ∈ B ⇐⇒ x ∈ B ou x ∈ A ⇐⇒ x ∈ B ∪ A
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Espaço”, (Coleção do Professor de Matemática, S.B.M.) pág. 83 uma utilização deste fato com
n = 8.
4.A. Sejam X1 , . . . , Xn , Y1 , . . . , Yn ⊂ U tais que X1 ∪ . . . ∪ Xn = U e Yi ∩ Yj se i 6= j. Mostre
que se X1 ⊂ Y1 , . . . , Xn ⊂ Yn , então X1 = Y1 , . . . , Xn = Yn .
Mostremos que Y1 ⊂ X1 (as outras inclusões são provadas de modo análogo).
Como Xi ⊂ Yi , ∀i 6= 1, temos x ∈ / X1 , para todo i 6= 1. Como X1 ∪ . . . ∪ Xn = U , temos
necessariamente x ∈ X1 .
5. Ainda no tema do primeiro exercı́cio, seria válido substituir as implicações P1 → Q1 e P2 → Q2
na hipóteses por suas recı́procas Q1 → P1 e Q2 → P2 ?
A conclusão é falsa. Vamos enunciar nosso problema na linguagem de conjuntos.
Tomemos X1 o conjunto dos núneros naturais pares e X2 o conjunto dos números naturais
ı́mpares, Y1 = {2} e Y2 = {3}. Temos X1 ∪ X2 = N e Y1 ∩ Y2 = ∅, mas não é verdade que X1 = Y1
nem que X2 = Y2 .
√
8A. Mostre que para todo m > 0 a equação x + m = x tem exatamente uma raiz.√
Em primeiro lugar, notemos que pela equação vemos que x deve satisfazer x = x + m ≥ m.
Procedendo como no Exercı́cio Recomendado 8
√ (1) √ (2) (3)
x + m = x =⇒ x = x − m =⇒ x = x2 − 2 m x + m2 =⇒ x2 − (2 m + 1) x + m2 = 0
Como o discriminante desta equação é positivo (∆ = 4 m + 1), ela tem duas raı́zes reais distintas
x1 , x2 Estas raı́zes devem satisfazer x1 x2 = m2 ; assim, uma deve ser > m e a outra < m. Logo, a
equação original tem exatamente uma raiz (como no exercı́cio 8, a implicação (2) não é reversı́vel).
√
outro modo: Chamando z √ = x (notemos que z ≥ 0) a equação fica z+m = z 2 , ou 2
√ z −z−m = 0,
1 − 4m + 1 1 + 4m + 1
que tem as raı́zes z1 = (que não interessa, pois z1 < 0) e z2 = . então
√ 2 2
x = z22 = 2m + 1 + 4m + 1.
Funções
0.4 Exercı́cios Recomendados - unidade 3
1. Em cada um dos itens abaixo, defina uma função com a lei de formação dada (indicando
domı́nio e contradomı́nio). Verifique se é injetiva, sobrejetiva ou bijetiva, a função
(a) que a cada dois números naturais associa seu mdc;
(b) que a cada vetor do plano associa seu módulo;
(c) que a cada matriz 2 × 2 associa sua matriz transposta;
(d) que a cada matriz 2 × 2 associa seu determinante;
(e) que a cada polinômio (não nulo) com coeficientes reais associa seu grau;
(f ) que a cada figura plana fechada e limitada no plano associa a sua área;
(g) que a cada subconjunto de R associa seu complementar;
(h) que a cada subconjunto finito de N associa seu número de elementos;
(i) que a cada subconjunto não vazio de N associa seu menor elemento;
(j) que a cada função f : R → R associa seu valor no ponto x0 = 0.
Soluções:
(a) f : N × N → N dada por f (m, n) = m d c (m, n)
(i) f não é injetiva; de fato, f (6, 8) = f (6, 10) = 2.
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(ii) f é sobre; de fato, dado n ∈ N, temos f (n, n) = n.
(b) Denotemos por V o conjunto de todos os vetores no plano: fixado um sistema de vetores
mutuamente ortogonais {i, j} em V, cada vetor v = x i + p y j ∈ V pode ser identificado com o par
ordenado (x,py) de números reais; o seu módulo é kvk = x2 + y 2 . Definimos então f : V → R
por f (v) = x2 + y 2 .
(i) f não é injetiva; de fato, f (1, 0) = f (0, 1) = 1.
(ii) f não é sobre, pois f (x, y) ≥ 0, para todo (x, y).
p
Se definirmos f : R2 → [0, ∞[ por f (x, y) = k(x, y)k = x2 + y 2 , então f é sobre; de fato,
dado z ∈ N, temos f (z, 0) = z.
(c) Denotemos
por M2 (R) o conjunto de todas as matrizes 2 × 2. Lembremos que se A =
a1 1 a1 2 a 11 a 21
, então At =
a2 1 a2 2 a1 2 a2 2
f : M2 (R) → M2 (R) por f (A) = At .
(i) f é injetiva;
a1 1 a1 2 b1 1 b1 2 t a1 1 a2 1 t b1 1 b2 1
Dadas A = eB= , temos A = eB =
a2 1 a2 2 b2 1 b2 2 a 1 2 a2 2
b1 2 b2 2
a1 1 a2 1 b1 1 b2 1
Se f (A) = f (B), isto é, At = B t , então = e portanto
a1 2 a2 2 b1 2 b2 2
a1 1 = b 1 1 , a 2 1 = b 2 1 , a 1 2 = b 1 2 , a 2 2 = b 2 2 ,
ou seja A = B. Logo, f é injetiva.
(ii) f é sobre; de fato, dada M ∈ M2 (R), a matriz A = M t satisfaz At = (M t )t = M , ou seja
f (A) = M .
De (i)e (ii), temos que f é bijetora.
(d) f : M2 (R) → R por f (A) = det(A).
1 0 0 1
(i) f não é injetiva; de fato se A = eB= , temos f (A) = f (B) = 0.
0 0 0 0
1 0
(ii) f é sobre; de fato, dado r ∈ R, a matriz M = satisfaz f (A) = r.
0 r
(e) Denotemos por P (R) o conjunto de todos os polinômios não nulos com coeficientes reais.
Definamos
f : P (R) → N por f (p) = gr(p) (em que gr(p) denota o grau de p)
(i) f não é injetiva; de fato f (x2 + 1) = f (x2 + x + 1)
(ii) f é sobre; dado n ∈ N, n ≥ 1 o polinômio p(x) = xn satisfaz f (p) = n. Se n = 0, o polinômio
p(x) = 1 satisfaz f (p) = 0.
(f ) Denotemos por F o conjunto de todas as figuras fechadas limitadas no plano. Definamos
f : F → [0, ∞[ por f (A) a área de A.
(i) f não é injetiva; de fato, se A é quadrado de lado 4 e B é o retângulo de lados 2 e 8, então
f (A) = f (B) = 16.
(ii) f é sobre; dado r ∈ [0, ∞[, o retângulo B de lados 1 e r satisfaz f (B) = r.
(g) Denotemos por P(R) o conjunto de todos os subconjuntos de R. Definamos
f : P(R) → P(R) por f (A) = Ac .
(i) f é injetiva; de fato se f (A) = f (B), isto é, se Ac = B c , então, tomando complementares,
temos A = B.
(ii) f é sobre; dado A ∈ P(R), o conjunto B = Ac satisfaz f (B) = (Ac )c = A.
(h) Denotemos X = {A ⊂ N : A é finito }. Definamos
f : X → N por f (A) = #A, o número de elementos de A.
(i) f não é injetiva; de fato se f ({3}) = f ({4}), mas {3} =
6 {4}.
(ii) f é sobre; dado n ∈ N, n ≥ 0, o conjunto A = {1, 2, . . . , n} satisfaz #A = n, ou seja,
f (A) = n. Se n = 0 tomamos A = ∅: é claro que f (∅) = 0.
8
(i) Denotemos X = {A ⊂ N : A 6= ∅}. Definamos
f : X → N por f (A) o menor elemento de A.
(i) f não é injetiva; de fato se f ({2, 3}) = f ({2, 4, 15}).
(ii) f é sobre; dado n ∈ N, n ≥ 0, o conjunto A = {n} satisfaz f (A) = n.
(j) Denotemos por F(R, R) o conjunto de todas as funções f : R → R. Definamos
F : F(R, R) → R por F (f ) = f (0).
(i) f não é injetiva; de fato se f, g : R → R são dadas por f (x) = x e g(x) = x2 , para todo x ∈ R,
temos F (f ) = 0 = F (g), mas f 6= g.
(ii) f é sobre; dado r ∈ R, a função f : R → R tal que f (x) ≡ r satisfaz f (0) = r, ou seja,
F (f ) = r.
2. Mostre que a função inversa de f : X → Y , caso exista, é única, isto é, se existem g1 : Y → X
e g2 : Y → X satisfazendo f ◦ g1 = f ◦ g2 = IY e g1 ◦ f = g2 ◦ f = IX , então g1 = g2 . (Sugestão:
Lembre-se que duas funções são iguais se e só se possuem mesmos domı́nios e contradomı́nios e seus
valores são iguais em todos os elementos do domı́nio. Assim, procure mostrar que g1 (y) = g2 (y),
para todo y ∈ Y .)
Tomemos y ∈ Y arbitrário. Como f é bijetora, existe um único x ∈ X tal que f (x) = y.
Portanto
g1 (y) = g1 [f (x)] = x e g2 (y) = g2 [f (x)] = x.
Assim, g1 (y) = g2 (y), ∀y ∈ Y . Como g1 e g2 têm mesmo domı́nio, Y , e mesmo contra domı́nio,
X, e verificam g1 (y) = g2 (y), ∀y ∈ Y , segue-se que g1 = g2 .
3. Seja f : X → Y uma função. Mostre que:
(a) f é sobrejetiva se, e somente se, existe g : Y → X tal que f ◦ g = IY (isto é, f admite uma
função inversa à direita).
(b) f é injetiva se, e somente se, existe g : Y → X tal que g ◦ f = IX . (isto é, f admite uma
função inversa à esquerda).
Soluções:
(a) Antes de resolver o exercı́cio, mostrar como as coisas se processam no exemplo: tome X =
{a, b, c, d, e}, Y = {1, 2, 3} e f : X → Y , dada por f (a) = 1, f (b) = f (c) = 2 e f (d) = f (e) = 3;
uma tal g : Y → X é g(1) = a, g(2) = b e g(3) = e (alternativamente poderı́amos definir g(2) = c
e g(3) = d).
(⇐=) Suponhamos que existe g : Y → X tal que f (g(y)) = y para todo ∈ Y . Vamos mostrar que
f é sobrejetiva.
Dado y ∈ Y tomando x = g(y) temos f (x) = f (g(y)) = y. Logo f é sobrejetiva.
(⇐=) Suponhamos f é sobrejetiva. Vamos definir g : Y → X tal que f (g(y)) = y para todo y ∈ Y .
Dado y ∈ Y existe ao menos um x ∈ X tal que f (x) = y. Escolhemos um tal x e definimos
g(y) = x. Com isto fica definida uma função g : Y → X. É claro que temos f (g(y)) = f (x) = y
para todo y ∈ Y .
(b) f é injetiva se, e somente se, existe g : Y → X tal que g ◦ f = IX . (isto é, f admite uma
função inversa à esquerda).
Antes de resolver o exercı́cio, mostrar como as coisas se processam no exemplo: tome X =
{a, b, c}, Y = {1, 2, 3, 4, 5} e f : X → Y , dada por f (a) = 1, f (b) = 2 e f (c) = 3; uma tal
g : Y → X é g(1) = a, g(2) = b e g(3) = c; podemos atribuir a g(4) e g(5) qualquer valor: por
exemplo g(4) = g(5) = a, ou g(4) = g(5) = b, ou g(4) = a, g(5) = c, etc. Temos g(f (a)) = g(1) =
a, g(f (b)) = g(2) = b e g(f (c)) = g(3) = c (observe não importa quais são os valores g(4) e g(5)).
(⇐=) Suponhamos que existe g : Y → X tal que g(f (x)) = x para todo x ∈ X. Vamos mostrar
que f é injetiva.
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Suponhamos que x1 , x2 ∈ X são tais que f (x1 ) = f (x2 ); então x1 = g(f (x1 )) = g(f (x2 )) = x2 .
Logo f é injetiva.
(⇐=) Suponhamos f é injetiva. Vamos definir g : Y → X tal que g(f (x)) = x para todo x ∈ X.
Seja y ∈ f (X); então existe x ∈ X tal que f (x) = y. Como f é injetiva, tal elemento x é único
(com efeito, se existisse x1 ∈ X, x1 6= x, tal que f (x1 ) = y terı́amos f (x1 ) = f (x) contrariando a
hipótese de f ser injetiva).
Definimos g : Y → X do seguinte modo:
se y = f (x) ∈ f (X) pomos g(y) = x. Se y ∈ Y − f (X), escolhemos x0 ∈ X e definimos
g(y) = x0 .
Pela definição de g, temos g(f (x)) = x para todo y ∈ Y .
4. Seja f : X → Y uma função. Mostre que se existem g1 : Y → X e g2 : Y → X tais que
f ◦ g1 = IY e g2 ◦ f = IX , então g1 = g2 (portanto, neste caso, f será invertı́vel).
Seja y ∈ Y . Da igualdade g2 ◦ f = IX (isto é, g2 (f (x)) = x, ∀x ∈ X) com x = g1 (y), temos
g1 (y) = g2 (f (g1 (y))). De f ◦ g1 = IY , temos f (g1 (y)) = y, ∀y ∈ Y . Combinando estas duas
igualdades obtemos g1 (y) = g2 (y), ∀y ∈ Y . Logo, g1 = g2 .
5. Podemos garantir que a inversa à esquerda e a inversa à direita (definidas como no Exercı́cio
3), caso existam, são únicas? Justifique sua resposta.
Quando a função não é bijetiva, pode existir mais de uma inversa lateral.
Por exemplo, a função f : R → [0, ∞[, f (x) = x2 é sobre. As funções g1 , g2 : [0, ∞) → R dadas
√ √
por g1 (y) = y e g2 (y) = − y são inversas à direita de f
√ √ √ √
f ◦ g1 (y) = f ( y) = ( y)2 = y e f ◦ g2 (y) = f (− y) = (− y)2 = y
g1 ◦ f (n) = g1 (n + 2) = n + 2 − 2 = n e g2 ◦ f (n) = g2 (n + 2) = n + 2 − 2 = n
6. Dê exemplos de funções não invertı́veis. Para cada um dos exemplos que você der, determine
a relação inversa, a função inversa à direita e a função inversa à esquerda, caso existirem.
7. Seja f : X → Y uma função e seja A um subconjunto de X. Define-se f (A) = {f (x); x ∈ A} ⊂
Y . Se A e B são subconjuntos de X, mostre que f (A ∪ B) = f (A) ∪ f (B).
Neste e em alguns outros exercı́cios usaremos o seguinte fato: A ⊂ B, temos f (A) ⊂ f (B),
cuja demonstração é imediata: se y ∈ f (A), então existe x ∈ A tal que f (x) = y; como A ⊂ B,
temos x ∈ B. Logo, f (x) ∈ f (B).
(i) Mostremos que f (A) ∪ f (B) ⊂ f (A ∪ B). Como A ⊂ A ∪ B, temos f (A) ⊂ f (A ∪ B);
analogamente como B ⊂ A ∪ B, temos f (B) ⊂ f (A ∪ B). Logo f (A) ∪ f (B) ⊂ f (A ∪ B).
(ii) Mostremos que f (A∪B) ⊂ f (A)∪f (B). Se y ∈ f (A∪B), então existe ao menos um x ∈ A∪B
(ou seja, x ∈ A ou x ∈ B) tal que f (x) = y. Se x ∈ A, temos y = f (x) ∈ f (A) ⊂ f (A) ∪ f (B);
se x ∈ B, temos y = f (x) ∈ f (B) ⊂ f (A) ∪ f (B). Assim, em qualquer um dos casos, temos
y ∈ f (A) ∪ f (B). Como y é arbitrário, temos f (A ∪ B) ⊂ f (A) ∪ f (B).
8. Seja f : X → Y uma função e sejam A e B subconjuntos de X.
(a) Mostre que f (A ∩ B) ⊂ f (A) ∩ f (B).
(b) é possı́vel afirmar que f (A ∩ B) = f (A) ∩ f (B), para todos A, B ⊂ X? Justifique.
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(c) Determine que condições deve satisfazer f para que a afirmação feita no item (b) seja verda-
deira.
Soluções:
(a) Como A∩B ⊂ A, temos f (A∩B) ⊂ f (A); analogamente, como A∩B ⊂ B, temos f (A∩B) ⊂
f (B). Logo, f (A ∩ B) ⊂ f (A) ∩ f (B).
(b) Não é possı́vel. Tomemos, por exemplo, f : R → R, dada por f (x) = x2 , A = [−2, 1] e
B = [0, 3]. Temos A ∩ B = [0, 1] e portanto f (A ∩ B) = [0, 1] enquanto que f (A) ∩ f (B) =
[0, 4] ∩ [0, 9] = [0, 4].
(c) Uma condição suficiente é que f seja injetiva, isto é, se f é injetiva, então f (A ∩ B) =
f (A) ∩ f (B), para todos A, B ⊂ X.
Como vale sempre a inclusão f (A ∩ B) ⊂ f (A) ∩ f (B), só falta mostrar que f (A) ∩ f (B) ⊂
f (A ∩ B).
Se f (A) ∩ f (B) = ∅, é claro que vale a inclusão. Vamos então supor f (A) ∩ f (B) 6= ∅. Dado
y ∈ f (A)∩f (B), existem x1 ∈ A, x2 ∈ B tais que y = f (x1 ) e y = f (x2 ). Como f é injetiva, temos
x1 = x2 , que, portanto, pertencem a A e a B e assim pertencem a A ∩ B. Portanto y ∈ f (A ∩ B).
Logo, f (A) ∩ f (B) ⊂ f (A ∩ B).
Obs.: Na verdade, a condição acima é necessária e suficiente. Vamos mostrar que se f (A ∩ B) =
f (A) ∩ f (B), para todos A, B ⊂ X, então f é injetiva.
Tomemos A = {x1 }, B = {x2 }, com x1 6= x2 arbitrários em X. Como A ∩ B = ∅, temos
f (A ∩ B) = ∅. Por hipótese, f ({x1 }) ∩ f ({x2 }) = f (A ∩ B) = ∅. Com isso mostramos que, dados
arbitrariamente x1 , x2 ∈ X, com x1 6= x2 , temos f (x1 ) 6= f (x2 ). Logo, f é injetiva.
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(a) Como A ⊂ A ∪ B, temos f −1 (A) ⊂ f −1 (A ∪ B); analogamente, como B ⊂ A ∪ B, temos
f −1 (B) ⊂ f −1 (A ∪ B). Portanto f −1 (A) ∪ f −1 (B) ⊂ f −1 (A ∪ B).
Mostremos agora que f −1 (A ∪ B) ⊂ f −1 (A) ∪ f −1 (B). Seja x ∈ f −1 (A ∪ B); existe x ∈ X tal
que f (x) ∈ A ∪ B, ou seja f (x) ∈ A (isto é, x ∈ f −1 (A)) ou f (x) ∈ B (isto é, x ∈ f −1 (B)): assim
x ∈ f −1 (A) ∪ f −1 (B).
(b) Como A ∩ B ⊂ A, temos f −1 (A ∩ B) ⊂ f −1 (A); analogamente, como A ∩ B ⊂ B, temos
f −1 (A ∩ B) ⊂ f −1 (B). Portanto f −1 (A ∩ B) ⊂ f −1 (A) ∩ f −1 (B).
Mostremos agora que f −1 (A) ∩ f −1 (B) ⊂ f −1 (A ∩ B). Seja x ∈ f −1 (A) ∩ f −1 (B); então
f (x) ∈ A e f (x) ∈ B, donde f (x) ∈ A ∩ B, ou seja x ∈ f −1 (A ∩ B).
3. Seja f : X → Y uma função.
(a) Mostre que f (f −1 (B)) ⊂ B, para todo B ⊂ Y ,
(b) Mostre que f (f −1 (B)) = B, para todo B ⊂ Y se, e somente se, f é sobrejetiva.
Soluções:
(a) Para todo y ∈ f (f −1 (B)), existe x ∈ f −1 (B) tal que f (x) = y. Mas, dizer que x ∈ f −1 (B)
significa que f (x) ∈ B, ou seja y ∈ B. Logo, f (f −1 (B)) ⊂ B.
(b) Mostremos que se f é sobrejetiva então B ⊂ f (f −1 (B)) para todo B ⊂ Y (a outra inclusão,
B ⊃ f (f −1 (B)), vale sempre).
Como f é sobrejetiva, dado y ∈ B, existe x ∈ X tal que f (x) = y. Pela definição de imagem
inversa, temos x ∈ f −1 (B) e portanto y = f (x) ∈ f (f −1 (B)). Logo B ⊂ f (f −1 (B)).
Mostremos agora que se f −1 (f (B)) = B para todo B ⊂ Y então f é sobrejetiva.
Dado y ∈ Y , temos {y} = f (f −1 ({y})), isto é, y ∈ f (f −1 ({y})) e portanto y = f (x) para
algum x ∈ f −1 ({y}): assim todo y ∈ Y é imagem de algum x. Logo f é sobrejetiva.
4. Seja f : X → Y uma função.
(a) Mostre que f −1 (f (A)) ⊃ A, para todo A ⊂ X,
(b) Mostre que f −1 (f (A)) = A, para todo A ⊂ X se, e somente se, f é injetiva.
Soluções:
(a) Para todo x ∈ A, temos f (x) ∈ f (A) e, pela definição de imagem inversa, temos x ∈ f −1 (f (A)).
Logo, A ⊂ f −1 (f (A))
(b) Mostremos que se f é injetiva então f −1 (f (A)) ⊂ A para todo A ⊂ X (a outra inclusão,
f −1 (f (A)) ⊃ A, vale sempre).
Dado x ∈ f −1 (f (A)), pela definição de imagem inversa, temos f (x) ∈ f (A). Pela definição de
f (A), existe z ∈ A tal que f (z) = f (x). Como f é injetiva, temos z = x. Portanto, x ∈ A. Logo
f −1 (f (A)) ⊂ A.
Mostremos agora que se f −1 (f (A)) = A, para todo A ⊂ X, então f é injetiva.
Se f não fosse injetiva, existiriam x1 6= x2 ∈ X tais que f (x1 ) = f (x2 ). Tomando A = {x1 }
terı́amos f −1 (f (A)) ⊃ {x1 , x2 } =
6 A, contrariando a hipótese. Logo, f é injetiva.
outro modo: Dados x1 6= x2 ∈ X, temos {x1 } = f −1 (f ({x1 })) e {x2 } = f −1 (f ({x2 })). Como
x1 6= x2 , temos f −1 (f ({x1 })) 6= f −1 (f ({x2 })), que implica f ({x1 }) 6= f ({x2 }), isto é, f (x1 ) 6=
f (x2 ). Logo, f é injetiva.
5. Mostre que existe uma injeção f : X → Y se, e somente se, existe uma sobrejeção g : Y → X.
Suponha que f : X → Y é injetiva. Vamos definir uma função g : Y → X do seguinte modo.
Fixemos x0 ∈ X.
Seja y ∈ Y . Se y ∈ f (X), então existe (um único, pois f é injetiva) x ∈ X tal que f (x) = y.
Pomos g(y) = x. Se y ∈ / f (X), então pomos g(y) = x0 . Com isto fica definida uma função
g : Y → X. Para mostrar que g é sobre notemos que dado x ∈ X, o elemento y = f (x) ∈ Y é tal
que g(y) = x.
Suponha que g : Y → X é sobre. Vamos definir uma função f : X → Y do seguinte modo.
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Seja x ∈ X. Como g é sobre, existe ao menos um y ∈ Y tal que g(y) = x. Escolhemos um tal y
e pomos f (x) = y. Com isto fica definida uma função f : X → Y com a propriedade: g(f (x))) =
x, ∀x ∈ X. Vamos mostrar que f é injetiva. Dados x1 , x2 ∈ X, sejam y1 = f (x1 ) , y2 = f (x2 ):
se f (x1 ) = f (x2 ), então y1 = y2 e portanto g(y1 ) = g(y2 ), que implica g(f (x1 ))) = g(f (x2 ))), ou
seja x1 = x2 . Logo, f é injetiva.
f −1 ({n}) = {2n , 2n 3, 2n 5, 2n 7, . . . }
Esta igualdade de conjuntos implica que f é sobre e que f (x) = n possui uma infinidade de raı́zes.
2. Prove, por indução, que se X é um conjunto finito com n elementos então existem n! bijeções
f : X → X.
O resultado é verdadeiro para n = 1. Se X = {x} então a identidade é a única bijeção X → X.
Suponhamos que o resultado seja verdadeiro para k, isto é, existem k! bijeções de Xk =
{x1 , . . . , xk } em si mesmo. Vamos mostrar que ele é verdadeiro para k + 1. Denotemos Xk+1 =
Xk ∪ {xk+1 } em si mesmo
Cada bijeção f : Xk → Xk determina (k + 1) bijeções Xk+1 → Xk+1 :
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o de L, então xn+1 é o mais leve dos n + 1 objetos e P o mais pesado dos n + 1 objetos. Se o
peso de xn+1 for maior que o de L, então L o mais leve dos n + 1 objetos. Na próxima pesagem
determinamos: se xn+1 é mais leve do que P , então P é o mais pesado dos n + 1 objetos; se xn+1 é
mais leve do que P , então xn+1 é o mais pesado dos n + 1 objetos. Com isto efetuamos no máximo
2 n − 3 + 2 = 2 (n + 1) − 3 pesagens.
Logo, a afirmação P (n) é verdadeira para todo n.
6. Prove que, dado um conjunto X com n elementos, é possı́vel fazer uma fila com seus subcon-
juntos de tal modo que cada conjunto da fila pode ser obtido a partir do anterior pelo acréscimo
ou pela supressão de um único elemento.
Consideremos a afirmação:
P (n): dado um conjunto com n elementos, é possı́vel fazer uma fila com seus subconjuntos de
tal modo que cada conjunto da fila pode ser obtido a partir do anterior pelo acréscimo
ou pela supressão de um único elemento.
É claro que P (1) é verdadeira.
Suponhamos que P (n) seja verdadeira. Assim, se X é um conjunto com n elementos todos os
seus subconjuntos estão dispostos em uma fila, de modo que cada um desses subconjuntos difira do
anterior pelo acréscimo ou retirada de um elemento. Denotemos P(Xn ) = {A1 , . . . , A2n −1 , A2n }.
Tomemos o (n + 1)−ésimo elemento e estendemos a fila acrescentando-o na ordem inversa a
cada subconjunto da fila anterior, começando com o último, ou seja,
P(Xn+1 ) = {A1 , . . . , A2n −1 , A2n , A2n ∪ {xn+1 } , A2n −1 ∪ {xn+1 } , . . . , A1 ∪ {xn+1 }.
Desta maneira obteremos todos os subconjuntos de X dispostos como está prescrito no enun-
ciado.
outro modo: Denotemos Xn = {x1 , . . . , xn }
É claro que a afirmação é verdadeira para X1 : de fato P (X1 ) = {∅, {x1 } }
H.I. P(Xn ) = {A1 , . . . , A2n } é ordenado como desejado
Seja Xn+1 = {x1 , . . . , xn , xn+1 }. Vamos mostrar que P(Xn+1 ) = {A1 , . . . , A2n+1 } é ordenado
como desejado.
Escrevemos
se k é ı́mpar, escrevemos
se k é par, escrevemos
Ak , Ak+1 , Ak+1 ∪ {xn+1 }
7. Todos os quartos do Hotel Georg Cantor estão ocupados, quando chegam os trens
T1 , T2 , . . . , Tn , . . .
(em quantidade infinita), cada um deles com infinitos passageiros. Que deve fazer o gerente para
hospedar todos?
Considere a seguinte decomposição: N = X1 ∪ X2 ∪ X3 ∪ X4 ∪ · · · , em que X1 = {3, 5, 7, . . .},
X2 = {2 · 3, 2 · 5, 2 · 7 . . .}, X3 = {22 · 3, 22 · 5, 22 · 7, . . .}, X4 = {23 · 3, 23 · 5, 23 · 7, . . .}. O
gerente manda os atuais hóspedes para os quartos 3, 5, 7, . . . e hospeda os passageiros do trem
T1 nos quartos 2 · 3, 2 · 5, 2 · 7, . . . , os passageiros do trem T2 nos quartos 22 · 3, 22 · 5, 22 · 7, . . . ,
e assim por diante. Note que ainda ficam vagos os quartos de números 2, 4, 8, 16, . . .
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