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A formação do império inca ocorre nos Andes no qual estendia-se por mais de 4.300km
entre a fronteira sul da Colômbia até o rio Maule no chile. Sua população era próxima de
10 milhões de pessoas e seu território era administrados em quatro cantões que se
dividiam em várias províncias, seus governantes eram escolhidos pelo imperador a partir
da nobreza inca. Cada região era divida em três porções: para o Inca, para a religião e
para uso da população, os homens adultos trabalhavam no campo, mas também se
dedicavam ao exercito imperial em uma determinada época do ano.
Apesar de um império vasto e complexo os Incas não detinham escrita, usavam o quipu
um sistema baseado em cordas e nós que transmitia histórias, mitos e censos estatísticos.
O território era recortado por uma rede de estradas que funcionavam para expansão e
unificação do império inca.
Com essa base administrativa e estrutural os incas detinham um método após a conquistas
dos territórios para incorporar ao império, após a conquista o estado promovia uma ampla
reorganização, fazia um levantamento dos recursos, da topografia, redistribui-a a
população local, escolhia uma capital, implantavam o quéchua como língua e um
administrador da nobreza Inca para aquela região sendo assim uma incorporação ao
império multicultural.
Sua forma expansionista se devia a um conceito chave naquela sociedade que era a
herança dividida, um sistema que transmitia bens e direitos aos sucessores do imperador,
esse era motor de conquista do império, pois quem sucedia o poder não poderia receber
as riquezas materiais do antigo governante. Quando havia morte de um imperador um de
seus filhos homens recebia o direito de governar, declarar guerras, fazer paz e cobrar
imposto, contudo nenhuma propriedade do antigo governante poderia ser deixada para
esse filho.
Todo o legado material do antigo governante era passado para geração de seus
descendentes masculinos esse grupo se denominava panaca, suas principais atribuições
eram a preservação e mumificação do Inca morto. Assim era o motor expansionista Inca
no qual aquele que governa precisava começar do zero e trazer conquistas ampliando
assim o império Inca.
Fausto conclui com a desmistificação do “império que nasceu do nada”, os incas por seu
caráter expansionista anexaram várias regiões e vários povos já existentes na américa
latina incorporando seus territórios que já haviam sido explorados tornando em alicerces
para o império.
O Nosso Nilo
Um dos percussores para destituir esse molde de pensamento vigente foi Donald Lathrap
que defendia a idade de uma Amazônia central como polo de desenvolvimento cultural,
sendo assim uma população que domesticou plantas e do sistema produtivo da mandioca
amarga, local onde se desenvolveu a primeira produção em larga escala de cerâmica e
dos estilos sofisticados. Seu território por ser tão rico sempre teria uma densidade
demográfica extremamente alta, e ocasionando várias ondas migratórias para toda a
América do Sul.
A outra visão é derivada de Anna Roosevelt que meados da década de oitenta e noventa
se destaca quebrando o paradigma vigente da época sobre a Amazônia pré-conquista.
Roosevelt propõe que nas planícies inundadas do amazonas surgiu uma civilização com
muita complexidade social, a partir do adensamento demográfico na região e atrelado a
uma nova cultura agrícola que era o plantio de milho.
Mesmo sua tese não ter sido comprovada em sua totalidade a autora conclui que o motor
de desenvolvimento dessas populações eram: o incremento demográfico, especialização
da produção artesanal, intensificação da produção, especialização da produção artesanal,
extensão de redes de comércio, estratificação social e centralização política.