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I JUAG
Garanhuns – Pernambuco, 29 a 31-10-2007
Garanhuns – 2007
ÍNDICE
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1. A atividade avícola em climas quentes
A avicultura tem se consolidado, ano após ano, como uma das mais importantes
fontes de proteína animal para a população mundial. No Brasil, o processo de
desenvolvimento avícola, tanto no número de frangos abatidos como no de ovos
produzidos, possibilitou à industria um notável potencial para oferecer aos consumidores,
uma fonte protéica saudável e com um custo mais baixo.
Nos países de clima tropical, um dos desafios de produção são os fatores ambientais
de alta temperatura e alta umidade dentro das instalações, as quais são limitantes para o
bem-estar e uma alta produtividade. O conceito de ambiente é amplo, uma vez que inclui
todas as condições que afetam o desenvolvimento dos animais. Hoje, ao considerar o
ambiente de produção animal leva-se em conta, o ambiente térmico (temperatura, umidade,
velocidade do vento e outros), o ambiente acústico (ruídos), o ambiente aéreo (gases e
poeiras) e o ambiente social (hierarquia do grupo, tratador).
O ambiente físico pode abranger os elementos meteorológicos que afetam os
mecanismos de transferência de calor, a regulação e o balanço térmico entre o animal e o
meio, exercendo forte influência sobre o bem-estar e desempenho do animal. Na maioria
dos sistemas de produção de aves, no Brasil, os fatores climáticos, ou seja, o ambiente
térmico são pouco gerenciados, o micro ambiente para a produção e bem-estar das aves,
nem sempre é compatível com as necessidades fisiológicas das mesmas.
O micro clima gerado dentro de uma instalação é definido pela combinação de
elementos como as variáveis psicrométricas do ar ambiente, chuva, luz, som, poluição,
densidade animal, equipamentos e manejo. Os fatores estressores do ambiente podem estar
também vinculados: velocidade do ar, temperatura radiante, disponibilidade de água e
umidade da cama.
Comparando-se a temperatura interna das aves com a dos mamíferos, observa-se
que, além de ser mais alta, é mais variável, podendo, quando adultas variar de 41oC a 42oC.
Tais variações se dão de acordo com sua idade, peso corporal, sexo, atividade física,
consumo de alimentos e o ambiente térmico do galpão.
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Portanto, para obtermos melhor bem-estar na avicultura em climas quentes devemos
estar atentos à interação entre o animal e o ambiente, a fim de que o custo energético dos
ajustes fisiológicos sejam os menores possíveis.
2. Termorregulação
Para manter a temperatura fisiológica, as aves possuem um centro termorregulador,
localizado no sistema nervoso central. A Figura 1 mostra esquematicamente o princípio de
ação do sistema termorregulador das aves no processo de manter a homeotermia.
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Figura 2 – Representação esquemática simplificada das temperaturas críticas
efetivas (ABREU, 2003)
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continua por muito tempo ou se nenhuma providência é tomada, o nível letal D, é atingido e
o animal morre por Hipotermia.
A temperatura efetiva ambiental do ponto B’ é denominada Temperatura Crítica
Superior (TCS). Acima dessa temperatura o animal aciona seus mecanismos
termorregulatórios para auxiliar a dissipação do calor corporal para o ambiente, uma vez
que, nessa faixa, a taxa de produção de calor metabólico normalmente aumenta, podendo
ocorrer, também, aumento da temperatura corporal. Nessa faixa, entram em ação
mecanismos de defesa física contra o calor, como a vasodilatação e a ofegação. Quando a
temperatura ambiental atinge o ponto C’, por mais que esses mecanismos funcionem, não
conseguem obter o resfriamento necessário para a manutenção do equilíbrio homeotérmico
e a temperatura corporal aumenta cada vez mais. Na temperatura ambiental do ponto D’, a
ave morre por Hipertermia. Na Zona de Hipertermia, os mecanismos de controle da
temperatura não são capazes de providenciar suficiente resfriamento para manter a
temperatura corporal em seu nível normal.
Para que o mecanismo de homeostase seja eficiente, é necessário que a temperatura
ambiente esteja dentro de certos limites (Tabela 1). Nesse sentido, o aperfeiçoamento das
instalações com adoção de técnicas e equipamentos de condicionamento térmico ambiental
devem atuar no sentido de superar os efeitos prejudiciais de alguns elementos climáticos,
possibilitando alcançar bom desempenho produtivo das aves.
Tabela 1 - Faixas de temperatura de conforto para aves de corte em diferentes idades
Idade Faixas de temperaturas confortáveis
1 semana 35 - 32
2 semana 32 - 29
3 semana 29 - 26
4 semana 26 - 23
5 semana 23 - 20
6 semana 20
Adaptado por VIGODERIS (2006)
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3. Mecanismos de transferência de calor
A transferência de calor do corpo do animal para o meio pode ocorrer pelos
processos sensíveis e pelos processos latentes (Figura 3). As formas sensíveis consistem
dos processos de condução, radiação e convecção e as formas latentes, condensação e
evaporação. Só há transferência de calor sensível se houver gradiente de temperatura entre
dois corpos, e para que as formas latentes ocorram, há necessidade de existir uma diferença
de potencial de vapor entre as superfícies envolvidas. No processo de condução a
transferência de calor é realizada de molécula a molécula, por meio do contato. A troca de
calor por radiação ocorre por meio de ondas eletromagnéticas. A convecção ocorre por
meio do movimento de massa de ar e a evaporação, pela mudança de estado da água, de
líquido para vapor. Ao evaporar um litro de água, são retiradas 590 kcal da superfície.
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mesma, diminui a diferença de temperatura entre a superfície do animal e o meio,
comprometendo a eficiência de dissipação de calor através formas sensíveis, aumentando a
fração do calor dissipado através das formas latentes (sudorese e trato respiratório).
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taxa de fertilidade tanto de machos quanto de fêmeas. O problema se agrava à medida que a
ave se desenvolve, pois existe uma correlação negativa da dissipação de calor com o peso
corporal (TINOCO, 2001).
De uma maneira geral, um ambiente é tido como confortável para aves adultas
quando apresenta temperaturas de 15-18ºC a 22-25ºC e umidade relativa do ar de 50 a 70%.
Esses valores, especialmente no que tange à temperatura, dificilmente são obtidos nas
condições do clima brasileiro, sobretudo no verão. Considerando-se que o Brasil encontra-
se localizado até a latitude de 30º sul, ou seja, na faixa mais quente do planeta, com médias
de temperatura oscilando entre 20 a 25ºC ao longo do ano, verifica-se que o país inspira
uma situação de maior cuidado com o estresse por calor do que propriamente por frio,
(embora se deva também contemplar as prerrogativas necessárias ao conforto térmico no
inverno e nas fases iniciais da vida da ave). Caso não se atente para esse fato ao se planejar
uma instalação avícola, fatalmente ocorrerá uma situação de desconforto térmico por calor
que comprometerá substancialmente o desempenho das aves (TINOCO, 2001).
Ao se adequar uma edificação ao clima de um determinado local e exploração,
deve-se atentar aos espaços interior e exterior, para que proporcionem aos hospedeiros
condições mínimas de bem-estar, além de suprir suas necessidades, pois as instalações
devem agir no sentido de amenizar extremos impostos pelos climas locais, como excessivo
calor ou frio.
É necessário afirmar que não existe um tipo de instalação avícola que seja ideal no
combate ao estresse por calor ou frio que possa ser adotado em todas as regiões do mundo,
porque cada região climática impõe uma exigência própria de arranjos com vistas ao
conforto térmico.
As instalações avícolas brasileiras, na maneira com que são concebidas, se
apresentam predominantemente abertas, sem o controle do ambiente. Com isso, para se
atingir um ambiente adequado de criação, as ações devem se adequar a essa realidade, que
têm como conseqüência, priorizar o acondicionamento térmico natural, como a ventilação
natural e o paisagismo circundante e os recursos dos materiais de construção e da
concepção arquitetônica.
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4. A concepção arquitetônica e o conformo termo-
ambiental
Segundo Curtis (1983) existem duas classes de modificações ambientais: as
primárias e as secundárias. Modificações ambientais primárias são aquelas relacionadas à
instalação animal, ou seja, aquelas relacionadas com o abrigo, com o galpão avícola
propriamente dito e que permitem proteger a ave durante períodos em que o clima se
apresenta extremamente quente ou frio, ajudando-a a aumentar ou reduzir sua perda de
calor corporal. Podem-se citar como principais as coberturas para sombra, os quebra-
ventos, os elementos que interferem na ventilação natural, os fechamentos, ou seja, as
cortinas, as alvenarias e também o paisagismo circundante. As modificações primárias
correspondem ao acondicionamento térmico natural.
Já as modificações secundárias correspondem ao manejo do microambiente interno
das instalações. Geralmente envolvem um nível mais alto de sofisticação e compreendem
processos artificiais de ventilação, aquecimento e refrigeração. Há aspectos positivos nessa
classe de modificações, tais como um melhor aproveitamento de espaço físico e de mão-de-
obra, apesar do consumo de energia e maior custo de implantação do projeto. Recomenda-
se que as modificações secundárias, contudo, devem vir apenas após esgotados todos os
recursos das modificações primárias e quando se pretende aumentar a densidade de
alojamento de animais.
4.1.1 Localização
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obstruções podem ser desejáveis, contudo, do ponto de vista sanitário ou no caso de regiões
com ventos dominantes muito intensos e perigosos.
Já em relação ao isolamento sanitário, na Tabela 2 são observadas distâncias
mínimas sugeridas para um melhor isolamento das instalações.
4.1.2 Orientação
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Figura 4 – Orientação de uma instalação no sentido leste-oeste na latitude da linha
do Equador (0o), nos equinócios
O afastamento entre galpões deve ser suficiente para que uns não atuem como
barreira à ventilação natural nos outros. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a
altura da construção para os primeiros galpões a barlavento, sendo que do segundo galpão
em diante o afastamento deverá ser de 20 a 25 vezes essa altura (Figura 5).
Nem sempre será possível atender a essa recomendação por razões relativas à área
disponível, topografia ou fluxograma de trabalho, mas deve-se, ao máximo, tentar se
aproximar dessa situação. Na pior das hipóteses, deve-se possibilitar afastamentos entre
galpões de no mínimo 35 a 40 metros.
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4.1.4 Influência da radiação solar no desconforto térmico
4.1.5 Oitões
No caso das paredes laterais (oitões) que recebem frontalmente o sol de nascente e
poente, a proteção pode ser feita pintando-as com cores claras, sombreando-as por meio de
vegetação ou beirais, adotando paredes de grande inércia térmica, como as dos tijolos
maciços de barro ou blocos furados com no mínimo 15 cm de espessura, visando o
desejável amortecimento das variações da temperatura externa.
4.1.6 Coberturas
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4.1.7 Propriedades térmicas dos materiais de cobertura
A cobertura exposta aos raios solares sofre aumento de temperatura cuja grandeza
depende do coeficiente de absorção e da quantidade de radiação recebida. Alguns valores
de coeficiente de absorção podem ser visualizados na Tabela 3.
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observadas como a condutividade térmica, resistência térmica, capacidade de
amortecimento e retardo térmico.
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Os valores de eficiência relativa, em termos de redução de calor radiante nos
animais, para os materiais utilizados na cobertura, são apresentados na Tabela 5.
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Pode-se melhorar a eficiência relativa de alguns materiais utilizados na cobertura
com o emprego de pintura sobre o telhado (principalmente fibro-cimento). A cobertura
deve ser pintada, de branca na face superior e de preta na face inferior. Antes da pintura
deve ser feita lavagem do telhado para retirar o limo ou crostas que estiverem aderidos à
telha e facilitar assim, a fixação da tinta.
A proteção contra a radiação recebida e emitida pela cobertura ao interior do
aviário, pode ser feita com uso de forro. Este atua como segunda barreira física, a qual
permite formação de camada de ar junto à cobertura, que contribui na redução da
transferência de calor para o interior da construção. Há referências de que esta redução é de
62%, ao se passar de abrigo sem forro para abrigo com forro simples de Duratex de 6 mm
não ventilado, e de 90% no caso de forro com ventilação.
4.1.10 Beiral
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Por exemplo, para região que possui latitude de 21o 30’ Sul, o aviário deve ter na
face norte, beiral que cubra as inclinações dos raios solares, de 44o 57’ e, na face sul, beiral
que cubra os raios solares com inclinação de 1o 57’ (Figura 6). No hemisfério sul, à medida
que se desloca para maiores latitudes maior será o beiral na face norte. O material para o
beiral da face norte pode ser o mesmo da cobertura, porém tem-se utilizado sombrites que
são mais econômicos, leves e permitem boa ventilação.
4.1.11 Lanternim
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resultando em ambiente confortável. Deve ser em duas águas, disposto longitudinalmente
na cobertura. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura do aviário, com
sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura do aviário ou 40 cm no
mínimo (Figura 8). Deve ser equipado, com sistema que permita fácil fechamento e com
tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros.
4.1.13 Sombreiro
O emprego de árvores altas produz micro clima ameno nas instalações, devido a
projeção de sombra sobre o telhado. Para as regiões onde o inverno é mais intenso as
árvores devem ser caducifólias. Assim, durante o inverno as folhas caem permitindo o
aquecimento da cobertura e no verão a copa das árvores torna-se compacta sombreando a
cobertura e diminuindo a carga térmica radiante para o interior do aviário. Para regiões
onde a amplitude térmica entre as estações do ano não é acentuada e a radiação solar
constitui em elevado incremento de calor para o interior do galpão o ano todo, as árvores
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não precisam ser necessariamente caducifólias. Devem ser plantadas nas faces norte e oeste
do aviário e mantidas desgalhadas na região do tronco, preservando a copa superior. Dessa
forma a ventilação natural não fica prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para
evitar entupimento com folhas
4.2.2 Ventiladores
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utilizados ventiladores de hélice de polietileno. Os ventiladores podem ser combinados de
acordo com a capacidade e número:
- um ou mais ventiladores pequenos são operados durante períodos frios e esses são
suplementados durante períodos quentes por grandes ventiladores;
- outra alternativa para modificar a taxa de ventilação é o uso de duas velocidades.
É importante que eles sejam capazes de movimentar certa quantidade de ar ao nível
das aves, entretanto, a localização e o espaçamento dos ventiladores mostram ser
determinantes para o bom desempenho do sistema.
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exemplificar esse processo de seleção. De preferência deve-se conhecer a curva de
rendimento do ventilador.
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fluxo de ar que o ventilador D. Nunca assuma que dois ventiladores de igual tamanho terão
o mesmo desempenho. Ventiladores de diferentes fabricantes podem ter desempenhos
diferentes. Boa qualidade dos ventiladores é essencial para propiciar bom desempenho da
ventilação mecânica nos aviários. Ventiladores que são ineficientes podem adicionar ao
custo de produção. O mais comum é o gasto com energia elétrica que é maior com a
utilização de um ventilador de baixo desempenho. O outro custo está associado à baixa
qualidade de ar nas instalações. Ventiladores que não movimentam o ar eficientemente
predispõem as aves ao estresse. O estresse pode conduzir ao aparecimento de doenças bem
como ao menor desempenho animal.
Se não forem utilizados ventiladores suficientes no interior do aviário para dar uma
cobertura de ar de alta velocidade na maior parte do piso, as aves se agruparão em áreas
perto dos ventiladores. Alternando-se ventiladores direcionados horizontalmente, ou em
ângulo levemente inclinado para baixo, criam-se áreas de formato oval de 12-21 m de
comprimento e 6-9 m de largura, próximas ao piso, nas quais as velocidades do ar são de 1
m/s ou mais. Desse modo, na maioria dos aviários, seria necessário um grande número de
ventiladores para cobrir completamente o piso com velocidades de ar elevadas.
A capacidade dos ventiladores pode variar amplamente (<10-30% de suas
especificações), de acordo com o estado em que se encontram e das condições em que
operam.
4.2.4 Localização
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4.2.5 Controles Automáticos
Para manter o ambiente interno adequado, um aviário deve ter controles adequados.
Isso é conseguido pela mudança na capacidade do ventilador e área de entrada e saída de ar.
Pode-se também conseguir o controle do sistema de ventilação por meio:
- de termostatos, que captam a temperatura do ar em determinado ponto e ativam ou
desativam os ventiladores;
- de umidostatos, que fazem o controle dos ventiladores por meio da umidade do ambiente;
- de timer, que permitem a marcação do tempo de ação do sistema;
- da conexão paralela termostato/cronômetro;
- de pressóstatos ou manóstatos que permitem o controle dos ventiladores em função da
pressão. Esses evitam que os ventiladores trabalhem forçados. O desempenho do ventilador
diminui quando a pressão estática através do ventilador é grande. Se as aberturas de entrada
do ar são pequenas (para o número de exaustores em uso) a pressão estática subirá
excessivamente, e como conseqüência, os ventiladores promoverão menos ar que sua
capacidade nominal e o ritmo de renovações será insuficiente. Por outro lado, se as
aberturas de entrada são demasiadamente grandes para o número de exaustores em uso, a
pressão estática cairá e, como conseqüência, o ar exterior tenderá a entrar somente pelas
aberturas mais próximas dos exaustores, criando um fluxo de ar não uniforme.
O controle automático, quando utilizado, elimina trabalhos monótonos, como
monitoramento das condições psicrométricas do ar, elimina erro de leitura, diminui o
número de horas com mão-de-obra para a mesma produção e melhor uso da energia
elétrica.
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A forma de se chegar à melhor condição, sem dúvida, é tratar cada caso, macro-
clima, micro-clima e ático de forma bastante diferenciada (Tabela 8).
Tabela 8 – Velocidades do ar para a ave, macroclima e microclima
Local Velocidade (m/s)
Ideal para a ave ≈ 0,7*
Macroclima 1,5 à 2,3
Ático Convecção natural + vazão e velocidade artificial
*Varia de acordo com a quantidade de calor que se deseja trocar e com as perdas existentes
no aviário.
A manutenção (ou falta dela) afeta o desempenho tanto quanto a seleção inicial do
ventilador. O acúmulo de poeira e o afrouxamento das correias (para um ventilador
tracionado por correias) podem reduzir o fornecimento do fluxo de ar do ventilador em
mais de 40%. Também, o desgaste das correias faz com que percorram menos o ventilador
e as roldanas do motor, reduzindo a velocidade dos ventiladores e o fluxo de ar (cfm). A
medida da velocidade do ventilador, usando-se tacômetros, pode prontamente diagnosticar
problemas de ventilação, devido à operação lenta do ventilador. A manutenção do
ventilador, incluindo a substituição periódica das correias, manutenção da tensão da correia,
e limpeza da poeira acumulada nas diversas partes do ventilador são cruciais.
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4.2.8 Aquecimento
Aquecimento central
O primeiro grupo é do aquecimento central, que, para alcançar temperaturas
adequadas nos aviários, se baseia no aquecimento relativamente homogêneo de todo o
volume dos mesmos. Esse processo é bastante utilizado em aviários climatizados e em
regiões muito frias. Para reduzir o volume de ar a ser aquecido é providenciado o
alojamento das aves em 2/3 do aviário por meio de divisórias de lona plástica e de forro
facilitando o manejo das aves e diminuindo o consumo de energia ou de gás.
Nesse sistema é comum suplementar o aquecimento das campânulas com fontes de
aquecimento à carvão. Dessa forma, o ambiente dentro do aviário é aquecido.
Aquecimento local
O segundo grupo é o de aquecimento local, que se baseia no aquecimento somente
da superfície do local onde se alojam os pintos, em relação ao ambiente do aviário. É um
processo bastante eficiente em termos de economia de energia ou de gás, uma vez que o
aquecimento é fornecido somente no local onde ficam as aves. Para melhorar a eficiência
do sistema, são utilizados estufas ou forros com uso de círculos de proteção, que têm a
finalidade de proteger as aves de correntes de ar e demarcar a área de aquecimento. Essa
prática é muito comum em aviários convencionais, sem muita tecnologia empregada para o
condicionamento ambiental e em regiões onde as condições climáticas não são rigorosas no
período de inverno.
Nos dois sistemas pode se adotar sobrecortinas fixadas na parte interna do aviário
para auxiliar à cortina propriamente dita.
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4.2.8.2 Tipos de aquecimento
Vários tipos de aquecedores foram desenvolvidos, buscando melhor forma de
fornecer calor e proporcionar conforto térmico às aves com menor consumo de energia.
Esses equipamentos estão cada vez mais aperfeiçoados, funcionais e eficientes. O
esquema abaixo representa as diferentes categorias de aquecedores:
Aquecedores a lenha
Esses foram uns dos primeiros métodos utilizados para o aquecimento de aves e
caracterizam-se por utilizar a lenha como combustível. O calor é transmitido às aves
principalmente por meio da condução, através do ar. O uso de lenha, como fonte de calor
em uma campânula ou fornalha, no interior de aviários, não produz temperatura constante e
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que muitas vezes excede ao necessário, requer maior mão-de-obra e é de difícil controle da
temperatura. Como a combustão geralmente não é completa, devem ser providos de filtros
nas entradas de ar com o objetivo de minimizar a passagem de gases tóxicos,
principalmente o CO2, para o interior do aviário. É prática comum no sul do Brasil,
principalmente no inverno, o uso de queimadores a lenha para suplementar o aquecimento
proporcionado pelas campânulas a gás (Figura 9). Esse sistema consiste de tanques de óleo
vazios produzidos artesanalmente. As funilarias normalmente fornecem esses
equipamentos. Tem a função de amenizar as condições ambientais não propriamente
atender as exigências das aves. Os tanques têm capacidade de 200 litros podendo ser
soldados de acordo com o pedido do produtor. Consistem de chaminé, suporte e tanques.
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consiste de fornalha, chaminé, ventilador, termostato, alarme e tubos distribuidores de ar
quente. Os queimadores podem estar localizados externamente ou internamente ao aviário.
O ar quente é impulsionado da câmara de ar quente por meio de exaustores de 2 CV, aos
tubos perfurados, distribuídos no comprimento do aviário. Essa alternativa diminui os gases
tóxicos com melhor controle da temperatura. O consumo de lenha é de aproximadamente 1
m3 para um aviário de 100 m de comprimento, dependendo das condições climáticas.
Aquecedores elétricos
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Figura 11 — Sistema de aquecimento por meio de lâmpadas infravermelhas
Aquecedores a gás
São os mais utilizados e que apresentam o menor custo com a geração da energia
térmica, pois utilizam tanto o gás natural quanto o gás liqüefeito de petróleo (GLP).
Existem no mercado vários tipos desses aquecedores, com diversas concepções quanto a
forma de transmitir calor, maneiras de instalação e meios de controle da temperatura de
operação.
Os aquecedores chamados comumente de campânulas a gás possuem um queimador
de gás convencional, onde o calor é transmitido às aves por condução e convecção. São
instalados a pouca altura do chão e, conseqüentemente, das aves, o que ocasiona uma
distribuição não uniforme da temperatura em seu raio de ação.
Com a baixa altura de instalação, os gases provenientes da combustão se alojam
abaixo da campânula, podendo atingir os pintos, prejudicando o aparelho respiratório.
Possuem duas regulagens de temperatura, alta e baixa, feitas manualmente e uma
capacidade reduzida de aquecimento, sendo recomendados para, no máximo, 500 pintos.
São bastante funcionais devido a sua resistência, baixo índice de manutenção e mobilidade,
podendo ser reinstalados com facilidade e rapidez.
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Os aquecedores a gás com placa cerâmica são uma evolução dos aquecedores de
campânula, onde se adicionou uma placa de cerâmica refratária para que se pudesse fazer
uso do efeito da radiação. A chama do queimador incidente na placa de cerâmica faz com
que a mesma se torne incandescente e, dessa forma, transfira calor por meio da radiação.
Devido à utilização relativa do efeito de radiação esses aquecedores podem ser
instalados a uma altura um pouco superior aos anteriores, sendo que a distribuição da
temperatura é relativamente melhorada. Apresentam como desvantagem a fragilidade da
placa cerâmica, que pode quebrar-se no manuseio do aquecedor. Possuem uma capacidade
mediana de aquecimento, sendo recomendados para aquecer entre 700 a 800 pintos. Os
aquecedores a gás tipo infravermelhos foram desenvolvidos para utilizar plenamente o
princípio de transmissão de calor por meio da radiação.
A combustão do gás se dá diretamente em queimadores metálicos de alta
capacidade de suportar o calor, tornando sua superfície totalmente incandescente e desta
forma transferindo o calor principalmente pela radiação. No aquecimento por radiação,
a temperatura mais elevada se situa na zona de "habitat" do animal, enquanto no
aquecimento por convecção o ar quente de menor densidade escapa para as zonas mais altas
do aviário, produzindo mais estratificações ou camadas de ar de diferentes temperaturas. O
objetivo dos sistemas de aquecimento radiante é manter a ave aquecida e o piso seco,
contudo os sistemas primeiro aquecem o ar que depois é repassado aos animais e à cama.
Esses equipamentos produzem radiação concêntrica desde o eixo da campânula,
perdendo eficiência com a distância do mesmo. A eficiência também varia em função da
altura de trabalho da campânula em relação ao piso. Assim, a temperatura de radiação não é
uniforme, pois descreve círculos de maior e menor temperatura, permitindo que o animal se
situe segundo suas necessidades em uma zona mais próxima ou mais afastada do eixo da
campânula.
VIGODERIS (2006), em experimento com fêmeas leves realizado em Videira (SC)
no período de inverno, verificou que em condições de temperatura ambiente abaixo de
18oC, o calor gerado por esses sistemas foi insuficiente, havendo necessidade de se
providenciar calor suplementar para manter a temperatura ambiente em torno de 32oC, nos
primeiros dias de idade dos pintos. Sua instalação se dá geralmente a uma altura
considerável do chão, podendo variar entre 0,90 a 1,20 m. Essas características, aliadas ao
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fato de que todo o ar necessário para a combustão provém de um filtro ou tomada de ar
localizados na parte superior traseira do aquecedor, fazem com que os gases provenientes
da combustão não atinjam as aves, sendo rapidamente retirados do ambiente pelo efeito da
convecção. A área atingida também é bastante grande, chegando de 3,60 a 4,00 m de
diâmetro. Isso faz com que a capacidade de aquecimento atinja 1.000 pintinhos, ou mais,
por aquecedor. Atualmente, há grande variedade de modelos com regulação termostática,
individual ou centralizada, providos de campânula maior ou menor, entre outros. O
importante é dispor de potência calorífica adequada. A razão da popularidade do sistema
vem da comodidade de sua regulação termostática, porém é um dos sistemas mais caros em
consumo (Figura 12).
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Figura 13 — Representação da distribuição da temperatura de diversos tipos de
aquecedores em relação ao eixo central das campânulas
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Figura 15 — Distribuição de aquecedores com maior capacidade calorífica
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preconiza a utilização da energia solar para aquecimento de aviários por meio de fluxo de
ar quente, ou água quente em tubos instalados no piso. No entanto, essa tecnologia e a
eólica ainda não estão disponibilizadas para o avicultor.
Dentre as formas de aquecimento, o aquecimento central é recomendado para as
regiões em que ocorrem invernos rigorosos e em instalações climatizadas. Em aviários
convencionais e em regiões de temperaturas amenas deve ser adotado o aquecimento local.
Quanto aos tipos de aquecedores recomenda-se preferencialmente a adoção de aquecedores
a gás e a lenha.
5. Bibliografia consultada
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aquecimento para criação de aves. Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1998. 35p.
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
635X2001000100001&lng=en&nrm=iso Acesso em: 15 de Outubro de 2007
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