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ABSTRACT: The Brazilian energy policies implemented between the mid-1970s, aiming to
promote the use of biofuels as sources of renewable and clean energy, represent a huge progress in
regard of the insertion, at first of alcohol and decades after, the biodiesel, in the Brazilian energy
matrix. However, the analysis of the National Biodiesel Program (PNPB) permitted to identify that the
program had results below expectations. The objectives of the inclusion of familiar agriculture,
regional diversification and raw materials for the biodiesel production were not fully achieved. Under
that perspective, this article aims to identify the problems faced by the program and assess its impact
on the current Brazilian scenario.
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Artigo submetido à área de Economia Agrícola, Meio-Ambiente e Energia do V Encontro de Economia do Espírito Santo.
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Professora da Universidade Federal do Espírito Santo. Doutora em Planejamento Energético pelo PPE/COPPE/UFRJ. E-
mail: afiorotti@yahoo.com.
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Professora da Universidade Federal do Espírito Santo. Mestre em Economia pela UFES. E-mail: jqcarolino@yahoo.com.br.
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Aluno do curso de Administração da Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: luantolentino@hotmail.com.
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Aluno do curso de Administração da Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: victor_hugodesouza@hotmail.com
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Aluna do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: sabrina.fiorotti@yahoo.com.br
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Vitória, 3 e 4 de novembro de 2014
1. Introdução
O PNPB foi criado em 2004 com o intuito de inserir o biodiesel na matriz energética
brasileira, o que, de certa forma, atendia ao proposto pelas políticas internacionais de redução
de emissão de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, o objetivo do Governo Federal8 era
promover a inclusão social, garantir preços competitivos, qualidade e suprimento do
biodiesel, e produzir tal biocombustível a partir de diferentes fontes oleaginosas e em regiões
diversas (MME, 2014), estimulando, dessa maneira, a agricultura familiar. Na Figura 1,
observa-se o mapa das potencialidades brasileiras de produção e consumo de combustíveis
vegetais.
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O Art. 6º, inciso XXIV da Lei nº 11.097/2005 define Biodiesel como “biocombustível derivado de biomassa
renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou conforme regulamento, para
geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.
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“Ao lançar o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), em 06.12.2004, o Governo Federal
apoiou-se na crescente demanda por combustíveis de fontes renováveis e no potencial brasileiro para atender
parte expressiva dessas necessidades, gerando empregos e renda na agricultura familiar, reduzindo
disparidades regionais e contribuindo para a economia de divisas e melhorar as condições ambientais.”
(EMBRAPA, s/d, p. 2).
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Para uma melhor análise de resultados do PNPB, este item será dividido por temas, a
saber: (1) criação de mercado; e (2) inclusão social, diversificação de matéria-prima e
desconcentração regional da produção de oleaginosas.
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Segundo Daniel Furlan, gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
(ABIOVE), o aumento do percentual da mistura de biodiesel no diesel de 5% para 7%, esperado para o ano de
2014, promoveria a absorção do atual excesso da oferta, aumentando o consumo em 1,2 bilhões de litros por ano,
equilibrando assim, a relação entre a oferta e a demanda e contribuindo para a economia de R$ 2,3 bi para a
Petrobras (PORTAL DO AGRONEGÓCIO, 2014).
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Ainda com a finalidade de gerar mercado e estimular a sua produção, desde 2005
têm sido realizados leilões de biodiesel. Entretanto, várias críticas são feitas
especialmente quanto ao descompasso entre a oferta e a demanda, uma vez que há uma
capacidade ociosa setorial muito grande. De acordo com dados da Agência Nacional de
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) (2014), a produção efetiva do biodiesel,
no Brasil, não conseguiu alcançar ao menos 50% da capacidade produtiva entre os anos
de 2007 e 2012, fato que pode ser observado no Gráfico 3.
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O Selo Combustível Social é concedido ao produtor de biodiesel que promover a inclusão social dos
agricultores familiares enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF), que lhes forneçam matéria-prima e, também, que comprovar regularidade perante o Sistema de
Cadastramento Único de Fornecedores (SICAF). O Selo Combustível Social poderá conferir ao produtor direito
a benefícios de políticas públicas específicas, e ser utilizado para fins de promoção comercial de sua produção
(CAMPOS; MORAES, 2008).
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A Resolução nº 1.135/2004 do BNDES instituiu o Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em
Biodiesel. Neste documento ficou estabelecido que aqueles empreendimentos com Selo Combustível Social
teriam até 90% de seu projeto financiado pelo banco, enquanto que para aqueles sem tal característica o
financiamento seria restrito a 80% do valor total.
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“A competição direta ocorre quando culturas que servem para finalidades tanto energéticas quanto
alimentícias passam a alternar o seu destino de acordo com os preços dos dois mercados. Já a competição
indireta refere-se à luta que os mercados energético e alimentício travam entre si pelos fatores de produção.”
(ALVARENGA, 2012, p. 22).
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Os subsídios dados mediante o Selo Combustível Social não foram suficientes para
viabilizar a produção de óleo de mamona e outras oleaginosas, que têm pouca viabilidade
econômica com a tecnologia atual. Tal selo, que deveria beneficiar os produtores familiares de
mamona, etc., na prática, somente permitiu às indústrias de soja a isenção de tributos e
menores taxas de juros nos empréstimos. Isto possibilitou que críticas pertinentes fossem
feitas a tais subsídios direcionados aos produtores familiares de soja, uma vez que estes
possuem uma logística adequada e não precisariam ter subsídios governamentais para ampliar
a sua margem operacional. Na tabela 2, mostra-se que grande parte das aquisições da
agricultura familiar no PNPB provém da soja.
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Segundo as estimativas do Governo Federal, o potencial de criação de inclusão social da soja pode chegar a 1
emprego a cada 100 hectares, dependendo do grau de mecanização e do tamanho da propriedade (GTI. In:
ALVARENGA, 2012).
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A soja, em 2010, ainda representava 94,06% do total de aquisições da agricultura familiar, e as demais
oleaginosas representavam menos de 6% da aquisição de matérias-primas (MDA, s/d, p.15).
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Não obstante, apesar dos problemas citados, há dois importantes aspectos positivos
dessa inovação no campo da produção de biocombustíveis, a saber: (1) a diminuição do
volume de importações de óleo diesel, contribuindo para o equilíbrio da balança comercial
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Por fim, observa-se que o PNPB formou a indústria de biodiesel no Brasil, como pode
ser visto na Figura 2, apesar de vários aspectos a serem resolvidos.
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“[...] analisando-se apenas as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo ciclo de vida do insumo álcool
(desconsiderando as emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida da matéria graxa), o uso do biodiesel
metílico reduz a emissão de gases causadores do citado efeito em 95%. Quanto ao biodiesel etílico, a redução é
de 96,2%, havendo, portanto, diferença pouco significativa (1,2%) entre os dois ésteres.” (GTI, 2003, p.11).
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Apesar do foco ser a análise da produção de biodiesel a partir de oleaginosas, ele pode
ser obtido mediante outras matérias-primas16 (Tabela 3). Assim, deve-se ao menos comentar a
importância de recursos privados e/ou públicos destinados ao desenvolvimento de tecnologias
de produção de biodiesel a partir de resíduos agrícolas, industriais (esgoto de um modo geral)
e óleos de fritura. No caso dos resíduos, o benefício ambiental proveniente deste reuso é
inegável, indo além das emissões de gases do efeito estufa (GEE) evitadas com o
biocombustível.
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Segundo LIMA et al. (2013, p. 447), “o biodiesel pode ser obtido a partir de óleos vegetais, gorduras animais
ou óleos residuais por meio de reação com etanol ou metanol”.
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dos agentes envolvidos por meio da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel. As políticas
públicas nesta área são fundamentais, especialmente por conta do baixo interesse do setor
privado na utilização de biodiesel, motivados pelos altos custos envolvidos na sua produção,
se comparados aos custos do óleo diesel mineral.
Até o momento, grande parte do sucesso do PNPB advém do uso da soja. Todavia,
para que ocorra uma mais ampla diversificação da produção de oleaginosas, tem-se que
conseguir a viabilidade econômica da produção de mamona, pinhão manso, girassol dentre
outras oleaginosas depende de pesquisas e avanços tecnológicos. Mas como conseguir tal
diversificação se o ritmo de P&P ainda é muito lento, como pode ser visto no Gráfico 1017.
Além disso, para que a exportação de biodiesel cresça e permita ampliar a produção brasileira
de biodiesel, tal biocombustível terá que atender às especificações estrangeiras. Neste sentido,
por exemplo, há pesquisas em andamento para estudar misturas de biodiesel para atender às
especificações europeias.
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"Na relação completa dos pedidos de patente selecionados para este Alerta (Tabela 2) há, 17 pedidos com
prioridade brasileira, cujos depositantes são: Petrobrás, Almir Gonçalves Pereira, Paulo Roberto de Oliveira,
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai/Ba e Universidade Federal da Bahia – UFBA com 2
pedidos cada e Alexandra dos Santos Machado, Biotechnos Projetos Autosustentáveis Ltda, Ciência e
Tecnologia da Bahia, Companhia Petroquímica do Nordeste, Darci Humberto Fracari, Departamento Regional
da Bahia, Emily Karle dos Santos Conceição, Fundação de Ciência e Tecnologia, Glykem Plásticos Ambiental
Ltda, IFBA - Instituto Federal de Educação, João Ferreira Bezerra de Souza, José Sérgio Pereira Brito, Laila
Nogueira dos Santos, Luiz Fernando Lopes de Souza, Luiz Guilherme da Costa Marques, Marcelo Gonçalves
Martins, Marcos Vinicios Marques Fagundes; Luciano Bastos Oliveira, Rogério da Conceição Rodrigues, Steen
Hedetoft, Storck do Brasil Ltda, Sylvio Luiz de Souza Wanderley, Universidade Estadual de Campinas -
Unicamp, Universidade Federal de Sergipe, Universidade Federal do Paraná, Walmor Almeida Barreto Filho,
com 1 pedido cada" (MENDES, 2012, p. 10).
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5. Considerações Finais
6. Referências Bibliográficas
DORNELLES, R.G. Visão Geral do Programa de Biodiesel. In: 16ª Reunião Ordinária da
Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel. Brasília, 24 de abril de
2013 (Apresentação).
FÉRES, J. Análise Setorial – Biocombustíveis. Parte 1 – Biodiesel. Rio de Janeiro: EPE, 2012
(Apresentação).
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PRATES, C.P.T.; PIEROBON, E.C. & COSTA, R.C. Formação do Mercado de Biodiesel no
Brasil. In: BNDES. BNDES Setorial - Biocombustíveis. Rio de Janeiro: BNDES, 2007.
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