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Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

CAPÍTULO 7 - PROJETO DAS OBRAS CIVIS


E DOS EQUIPAMENTOS

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS


7.1 - 2

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 7 - PROJETOS DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS


Página

7.1 OBRAS CIVIS 7.1 - 6

7.1.1 BARRAGEM 7.1 - 6

7.1.1.1 Barragem de Terra 7.1 - 6

7.1.1.2 Barragem de Enrocamento 7.1 - 11

7.1.1.3 Barragem de Concreto 7.1 - 15

7.1.2 VERTEDOURO 7.1 - 19

7.1.3 TOMADA D’ÁGUA 7.1 - 24

7.1.4 CANAL DE ADUÇÃO 7.1 - 32

7.1.5 TUBULAÇÃO DE ADUÇÃO EM BAIXA PRESSÃO 7.1 - 34

7.1.6 CÂMARA DE CARGA 7.1 - 37

7.1.7 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO 7.1 - 39

7.1.7.1 Verificação da Necessidade de Instalação de Chaminé


de Equilíbrio 7.1 - 39

7.2.7.2 Dimensionamento de uma Chaminé de Equilíbrio do


Tipo Simples e de Seção Constante 7.1 - 39

7.1.8 CONDUTO FORÇADO 7.1 - 46

7.1.9 TÚNEL DE ADUÇÃO 7.1 - 56

7.1.9.1 Arranjos com Túnel de Adução 7.1 - 56

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Sumário


7.1 - 3

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7.1.9.2 Critérios Gerais para o Projeto do Túnel 7.1 - 56

7.1.9.3 Critérios para o Dimensionamento Hidráulico do Túnel 7.1 - 58

7.1.9.4 Premissas para o Dimensionamento do Revestimento 7.1 - 59

7.1.9.5 Métodos Construtivos 7.1 - 61

7.1.10 CASA DE FORÇA 7.1 - 62

7.1.11 CANAL DE FUGA 7.1 – 63

7.1.12 INSTRUMENTAÇÃO 7.1 – 64

7.2 DETERMINAÇÃO FINAL DA QUEDA LÍQUIDA E DA POTÊNCIA INSTALADA 7.2 - 1

7.2.1 ESTIMATIVA DAS PERDAS DE CARGA 7.2 - 1

7.2.2 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA INSTALADA 7.2 - 4

7.3 EQUIPAMENTOS ELETROMECÂNICOS 7.3 - 1

7.3.1 TURBINA HIDRÁULICAS 7.3 - 1

7.3.1.1 Seleção do Tipo de Turbina 7.3 - 1

7.3.1.2 Turbina Pelton 7.3 - 3

7.3.1.3 Turbina Francis com Caixa Espiral 7.3 - 5

7.3.1.4 Turbina Francis Caixa Aberta 7.3 - 6

7.3.1.5 Turbina Francis Dupla 7.3 - 7

7.3.1.6 Turbina Tubular “S” 7.3 - 7

7.3.1.7 Turbina Bulbo com Multiplicador 7.3 - 8

7.3.1.8 Outros Tipos de Turbina 7.3 - 9

7.3.1.9 Volante de Inércia 7.3 - 9

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Sumário


7.1 - 4

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7.3.1.10 Sistema de Regulação 7.3- 10

7.3.2 EQUIPAMENTOS HIDROMECÂNICOS 7.3 - 10

7.3.2.1 Comportas 7.3 - 10

7.3.2.2 Grades 7.3 - 11

7.3.2.3 Válvula de Segurança 7.3 - 11

7.3.3 EQUIPAMENTOS DE LEVANTAMENTO 7.3 - 12

7.3.3.1 Ponte Rolante e Talha 7.3 - 12

7.3.4 GERADORES 7.3 - 13

7.3.4.1 Determinação da Potência Nominal 7.3 - 13

7.3.4.2 Sistema de Resfriamento 7.3 - 13

7.3.4.3 Proteção Contra Sobretensões 7.3 - 14

7.3.4.4 Estimativa do Peso 7.3 - 14

7.3.4.5 Tensão de Geração 7.3 - 15

7.3.4.6 Classe de Isolamento 7.3 - 16

7.3.4.7 Valores de Impedância 7.3 - 16

7.3.4.8 Aterramento do Neutro 7.3 - 16

7.3.4.9 Geradores de Indução 7.3 - 17

7.3.4.10 Sistemas de Excitação 7.3 - 18

7.3.5 TRANSFORMADORES ELEVADORES 7.3 - 19

7.3.6 SISTEMA DE PROTEÇÃO 7.3 - 25

7.3.7 SISTEMA DE SUPERVISÃO E CONTROLE 7.3 - 31

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Sumário


7.1 - 5

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7.3.8 SISTEMAS AUXILIARES ELÉTRICOS 7.3 - 32

7.3.8.1 Serviços Auxiliares - Corrente Alternada 7.3 - 32

7.3.8.2 Serviços Auxiliares - Corrente Contínua 7.3 - 34

7.3.9 SUBESTAÇÃO 7.3 - 34

7.3.10 INTERLIGAÇÃO GERADOR-TRANSFORMADOR 7.3 - 36

7.3.11 ATERRAMENTO 7.3 - 37

7.3.12 LINHA DE TRANSMISSÃO 7.3 - 37

7.3.13 SISTEMA DE TELECOMUNICAÇÕES 7.3 - 38

7.4 PLANEJAMENTO DA CONSTRUÇÃO E MONTAGEM 7.4 - 1

7.4.1 DESVIO DO RIO E SEQÜÊNCIA CONSTRUTIVA 7.4 - 1

7.4.2 CANTEIRO E ACAMPAMENTO 7.4 - 2

7.4.3 ESQUEMAS E MONTAGEM 7.4 - 4

7.4.4 ESTRADAS DE ACESSO 7.4 - 4

7.5 OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO 7.5 - 1

7.5.1 OPERAÇÃO DE USINAS HIDRELÉTRICAS 7.5 - 1

7.5.2 MANUTENÇÃO DE USINAS HIDRELÉTRICAS 7.5 - 1

7.6 CUSTOS 7.6 - 1

7.6.1 METODOLOGIA 7.6 - 1

7.6.2 CUSTOS DAS OBRAS CIVIS 7.6 - 3

7.6.2.1 Composição de Preços Unitários para Execução de Obras Civis 7.6 - 3

7.6.2.2 Cálculo de Custos nos Itens Diversos


7.6 - 4

7.6.3 CUSTOS DOS EQUIPAMENTOS ELETROMECÂNICOS 7.6 - 5

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Sumário


7.1 - 6

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CAPÍTULO 7

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS

7.1 OBRAS CIVIS

7.1.1 BARRAGEM No projeto, devem ser observadas as


recomendações contidas no Capítulo 6.2 - Estudos
A barragem é a estrutura que tem a função de Geológicos e Geotécnicos.
represar a água, visando, com a elevação do nível
d’água do rio, possibilitar a alimentação da tomada b) Adequabilidade do Local
d’água. No caso de locais de baixa queda, a
barragem tem também a função de criar o desnível Um local considerado adequado para
necessário à produção da energia desejada. implantação de uma barragem de terra, além dos
aspectos anteriormente citados, deverá possuir as
A prática atual em projetos de aproveitamentos seguintes características:
hidrelétricos tem adotado, preferencialmente, os
seguintes tipos de barragem: - áreas de empréstimo e pedreiras localizadas em
cotas superiores às da barragem, visando facilitar o
- de terra, em seção homogênea em solo; transporte de materiais;

- de enrocamento; - as fundações devem ter resistência e


estanqueidade suficientes, de acordo com as
- de concreto, convencional ou compactado a rolo recomendações para Preparo e Tratamento das
(CCR), em seção tipo gravidade. Fundações apresentadas, mais adiante, neste
capítulo;
7.1.1.1 Barragem de Terra
- o eixo deve ser posicionado no local mais estreito
a) Considerações Sobre o Tipo do rio, visando-se reduzir o volume da barragem;

Como descrito anteriormente no Capítulo 6.5 - - as margens do reservatório devem ser estáveis,
Arranjos e Tipo das Estruturas, esse tipo de visando-se minimizar escorregamentos.
barragem é apropriado para locais onde a topografia
se apresente suavemente ondulada, nos vales pouco A correta utilização das condições topográficas
encaixados, e onde existam áreas de empréstimo de na definição do posicionamento do vertedouro é
materiais argilosos/arenosos suficientes para a importante. Essa estrutura, quando situada fora do
construção do maciço compactado. corpo da barragem, como, por exemplo, nas
ombreiras, facilita as condições de contorno do
Destaca-se que, no projeto, deve ser escoamento de aproximação, o que é desejável.
obrigatoriamente, analisado o balanceamento de Correntes com alta velocidade junto ao talude da
materiais, no que diz respeito à utilização dos barragem no contato com o vertedouro devem ser
materiais terrosos provenientes das escavações evitadas.
exigidas para a execução da obra, como, por
exemplo, as do canal de adução, se houver, e das c) Seções Típicas
fundações das estruturas de concreto.

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Obras Civis - Barragem


7.1 - 7

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Como citado anteriormente, o tipo de barragem eixo da barragem, e do vento que sopra sobre a
é escolhido em função das características superfície da água.
topográficas e geológico-geotécnicas do sítio,
considerando-se, ainda, a disponibilidade de Para barragem com altura menor que 10 m, os
materiais naturais de construção e o processo valores da borda livre constam da tabela 7.1.1. Para
construtivo a ser utilizado. barragem com altura maior que 10 m, a borda livre
deve ser estimada utilizando-se os critérios do USBR
O regime hidrológico da região, períodos (Saville / Bertram).
chuvosos e secos, a intensidade das chuvas, etc. são
aspectos que devem ser bem caracterizados. Em  Inclinação dos Taludes
regiões com alto índice de pluviosidade, como a
Amazônica, a baixa produtividade dos trabalhos de A inclinação dos taludes da barragem é
compactação afeta os prazos e custos do caracterizada pelo coeficiente de inclinação “m”, que
empreendimento. indica quantas vezes a projeção horizontal é maior
que a projeção vertical. Esse coeficiente depende do
Em função desses aspectos, tem-se utilizado tipo de barragem, do material empregado, da altura
barragens com seções homogêneas em solo e de da barragem e do material da fundação. A tabela
enrocamento, cujos detalhes típicos são 7.1.2 apresenta os valores usuais para os casos nos
apresentados nas Figuras 7.1.1 e 7.1.7 mais adiante. quais o material de fundação não condiciona a
Caso o balanceamento de materiais mostre que estabilidade do talude (as fundações são mais
existe volume de rocha excedente, a seção da resistentes que os maciços compactados das
barragem deve ser mista (terra-enrocamento), uma barragens).
vez que, certamente, significará economia para o
empreendimento. Para barragens com alturas maiores que 10 m
podem ser utilizados os mesmos coeficientes
d) Dimensões Básicas (inclinações), porém a estabilidade dos taludes
deverá ser verificada para os casos correntes de
 Largura da Crista (a) carregamento (“Final de Construção”, “Operação
Normal” e “Esvaziamento Rápido”), utilizando-se, por
Para todas os tipos de barragem de terra, a exemplo, a metodologia consagrada de cálculo, do
largura mínima da crista deverá ser de 3,0 m. Se a “US Corps of Engineers - Engineering and Design
barragem for utilizada como estrada, a largura Manual EM 1110-2-1902” - April 1970 - Stability of
mínima será de 6,0 m, como especificado no Earth and Rockfill Dams (Instruções para Estudos de
Capítulo 7.4.4 - Estradas de Acesso. Viabilidade, da ELETROBRÁS /DNAEE).

 Cota da Crista Ainda em função da altura da barragem, e


dependendo de cada caso, esses cálculos poderão
A cota da crista da barragem é fixada ser realizados de forma simplificada, utilizando-se os
considerando-se uma folga, denominada “borda tradicionais Ábacos de Estabilidade de Talude de
livre”, acima da elevação do NA máximo normal de Morgestern e Price, encontrados em diversos livros
operação do reservatório, o qual corresponde ao de Mecânica dos Solos.
nível que ocorrerá por ocasião da passagem da
descarga de projeto pelo vertedouro (ver Capítulo  Largura da Base da Barragem (b)
7.1.2).
A largura da base (b) é calculada em função da
A borda livre é função da profundidade da água geometria da barragem, utilizando-se a fórmula:
junto à barragem, da extensão (L) da superfície do
reservatório (“fetch”), medida perpendicularmente ao b = a + (m1 + m 2) H, onde:

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7.1 - 8

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a = largura da crista da barragem (m); m2 = inclinação do talude de jusante;

m 1 = inclinação do talude de montante; H = altura da barragem (m).

Tabela 7.1.1 - ALTURA DA BORDA LIVRE (m), PARA BARRAGENS COM ALTURA £ 10 m (*)

Profundidade da Água Extensão do Espelho d’Água do Reservatório (**) - L (km)

Junto à Barragem (m) 0,20 0,50 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00

P £ 6,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,05 1,15 1,25


6,00 < P £ 10,00 1,00 1,00 1,00 1,05 1,15 1,25 1,35

(*) Para barragem com altura > 10 m a borda livre deve ser estimada utilizando-se os critérios do USBR (Saville /
Bertram), como citado anteriormente.

(**) Na cota do NA máximo

TABELA 7.1.2 - INCLINAÇÃO DOS TALUDES (*)

Material do Corpo Talude Altura da Barragem - H (m) (**)

da Barragem H £ 5,00 5,00 < H £ 10,00

SOLOS ARGILOSOS Montante (m1) 2,00 2,75

Jusante (m2) 1,75 2,25

SOLOS ARENOSOS Montante (m1) 2,25 3,00

Jusante (m2) 2,00 2,25

AREIAS E CASCALHOS Montante (m1) 2,75 3,00

Jusante (m2) 2,25 2,50

PEDRAS DE MÃO (Barragens Montante (m1) 1,35 1,50

de enrocamento) Jusante (m2) 1,30 1,40

(*) Valores usuais considerando-se que o material de fundação não condiciona a estabilidade do talude (casos
nos quais as fundações são mais resistentes que os maciços compactados das barragens).

(**) Para barragens com altura > 10 m podem ser usadas as mesmas inclinações dos taludes para as barragens
de terra, desde que a estabilidade da barragem seja verificada, como citado anteriormente. Para as barragens
de enrocamento convencionais (como apresentado mais adiante) os taludes devem ter, no mínimo, uma
inclinação de 1(V) : 1,65 (H).

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Obras Civis - Barragem


7.1 - 9

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det. 2
borda livre a
pavimento flexível

proteção com grama


NA máx. m2
1 det. 3
m1
H aterro
h 1
compactado
0,3h

det. 1

5,00 m1H a m2H 5,00


0,3hm2

BARRAGEM HOMOGÊNEA (H10m)

Figura 7.1.1-a

borda livre a
pavimento flexível

NA máx. m2
1 proteção com grama
m1 aterro
H 1
h compactado filtro vertical aterro
compactado dreno de pé

tapete drenante det. 3

5,00 m1H a m2H 5,00


0,3hm2

BARRAGEM HOMOGÊNEA (H10m)

Figura 7.1.1-b

e) Detalhes Construtivos Principais compactado com trator de esteira. A compactação


deverá consistir de 10 (dez) passadas do trator de
 Preparo da Fundação e das Ombreiras esteiras por toda a área da fundação, incluindo as
ombreiras.
- As recomendações deste item são decorrentes do
tipo de fundação, como descrito no item 6.2. - Após a r egulariz aç ão do t er ren o, eventuais
surgências de água na fundação (olho d’água)
- A área sob a barragem, mais uma faixa de 5,0 m deverão ser convenientemente tratadas, como
para montante e para jusante, deverá ser limpa, descrito a seguir:
incluindo o desmatamento, o destocamento e a
remoção de terra vegetal até a profundidade que . instalar tubos de concreto ou cerâmica na
for necessária. O material removido deverá ser posição vertical sobre a surgência, com diâmetro
transportado para área de “bota-fora”, fora do superior ao olho d’água, e registrar a altura que o
canteiro de obras e do futuro reservatório. nível d’água alcança no interior do tubo;

- Após a limpeza, o terreno deverá ser regularizado e

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7.1 - 10

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. preencher o tubo com brita até pelo menos 1,0 m toneladas, rebocado por trator de esteiras. As
acima do nível d’água estabilizado; faixas compactadas paralelas deverão ter uma
superposição mínima de 20% da largura da faixa.
. quando o aterro, em torno do tubo, atingir o nível
da brita, deverá ser lançada pasta de cimento - Nos locais onde não for possível o acesso desses
sobre a brita até cobrir o seu nível. equipamentos, a compactação deverá ser
realizada utilizando-se placas vibratórias (sapos
O detalhe dessa instalação é apresentado na mecânicos) ou manualmente, por apiloamento.
Figura 7.1.2, a seguir.
 Proteção dos Taludes das Barragens
lançamento da pasta
de cimento

nível de lançamento O talude de montante das barragens de terra


da brita (final)
1,00
homogêneas deverá ser protegido contra a ação de
camadas
NA estabilizado ondas e contra a variação do nível d’água do
compactadas
da barragem
reservatório (se houver).
tubo de concreto ou
cerâmica (manilha)

A proteção deverá ser executada com materiais


abertura do fundação
granulares, rocha proveniente das escavações
olho d`água infiltração
obrigatórias ou cascalho, se disponível na região,
TRATAMENTO DE OLHO D`ÁGUA NA FUNDAÇÃO
cujas dimensões mínimas são mostradas no detalhe
apresentado na Figura 7.1.4. Essa proteção deverá
Figura 7.1.2
ser executada acompanhando o alteamento do
aterro.
- Se a fundação for mais permeável que o
aterro da barragem, ou do núcleo central no caso de
Evidentemente, o diâmetro de cada material
seção mista, constatado nos ensaios realizados
deverá ser menor que a espessura da camada,
durante a execução das sondagens, deverá ser
medida normalmente ao talude, a qual poderá variar
prevista uma trincheira de vedação, cujos detalhes e
de acordo com o material disponível (proveniente de
dimensões são mostrados na Figura 7.1.3 a seguir.
pedreira, escavação obrigatória ou da central de
britagem).

aterro compactado

1,5 1,5
1 1 h filtro de areia
até o pé do talude
material mais de jusante
impermeável b
m1
B=b+3h nota: b>=3m 1 transição
(brita)
DETALHE 1 - TRINCHEIRA EM FUNDAÇÃO 0,20
MUITO PERMEÁVEL 0,40
areia
pedra de mão 0,20
(enrocamento) aterro compactado
Figura 7.1.3

 Lançamento, Espalhamento e Compactação nota: dimensões em metro

DETALHE 2 - PROTEÇÃO DO TALUDE


- O material da barragem deverá ser lançado com DE MONTANTE

caminhão basculante e espalhado, em camadas de


20 cm de espessura, com trator de esteira Figura 7.1.4
equipado com lâmina ou moto-niveladora.

- A compactação deverá ser realizada através de 6


(seis) passadas de rolo compactador de 4

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7.1 - 11

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O talude de jusante deverá ser protegido contra O método de execução deverá acompanhar o
a flutuação do nível d’água de jusante (se houver) e alteamento do aterro da barragem. Após o
contra a ação de chuvas. A proteção deverá ser igual lançamento, a camada de solo-cimento deverá ser
a do talude de montante até uma altura mínima de compactada com, no mínimo, 4 passadas do
h/3, sendo h a profundidade de água do reservatório. equipamento de compactação. O trabalho deverá
Se o NA de jusante ultrapassar essa altura, a estar finalizado até 60 minutos após o lançamento.
proteção deverá ser executada até a elevação Durante a elevação do aterro, deverão ser tomados
correspondente. Acima dessa altura, o talude deverá cuidados com a umidade adequada para a cura das
ser protegido, sempre que possível, através do camadas executadas anteriormente.
plantio de grama.
A mistura de cimento com o solo deverá ser
Os detalhes dessa proteção são mostrados na realizada em betoneiras ou no próprio local. Poderá
Figura 7.1.5, a seguir. ser adicionada água à mistura, se necessário, para
melhorar a trabalhabilidade.

grama O talude de jusante deverá ser protegido como


especificado anteriormente.
transição (brita)
pedra de mão
areia
(enrocamento)
0,3h mínimo A Figura 7.1.6, a seguir, apresenta os detalhes
filtro de areia da proteção e do alteamento de solo-cimento.

0,40
0,20
0,20 camada de 1,00
nota: dimensões em metro solo-cimento

DETALHE 3 - PROTEÇÃO DO TALUDE


DE JUSANTE m1
1 aterro
compactado
Figura 7.1.5

Caso não existam materiais granulares em


abundância na região, o talude de montante deverá
ser protegido com uma camada de solo-cimento,
com 1,0 m de espessura, medido normal ao talude, talude da barragem
obedecendo à dosagem especificada na Tabela
7.1.3, a seguir. camadas compactadas
camadas de proteção da barragem
de solo-cimento
Tabela 7.1.3
0,20
DOSAGEM DO SOLO-CIMENTO linha de escavação do
talude para junção
das camadas
1,00 nota: dimensões em metro

MATERIAL DO ATERRO TEOR DE CIMENTO


SEQUÊNCIA DE ALTEAMENTO

Cascalho, Areia Grossa/Fina 6 a 9 % em peso


Figura 7.1.6
Solo Arenoso 7 a 9 % em peso
7.1.1.2 Barragem de Enrocamento
Solo Argiloso 10 a 12 % em peso
a) Considerações Sobre o Tipo

Esse tipo de barragem, com espaldares de


rocha e núcleo impermeável, é apropriado para os

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7.1 - 12

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vales medianamente encaixados em regiões - possibilidade de utilização direta do material, sejam


rochosas, nas quais o capeamento de solo muitas os mesmos provenientes da escavação das
vezes não existe ou é pouco espesso, onde existam fundações das outras estruturas ou das pedreiras;
condições adequadas de fundações e pedreiras
facilmente exploráveis a custo competitivo e/ou - a largura do vale, na cota da crista da barragem,
excesso de escavações obrigatórias em rocha. A deve ser a mais estreita no trecho aproveitável do
inexistência de áreas de empréstimo de solos rio, visando-se reduzir o volume da barragem;
argilosos torna antieconômica a adoção de barragem
de terra nesses locais. - as fundações e as ombreiras devem ser resistentes
e estanques;
b) Adequabilidade do Local
- facilidade de construção e de acessos.
Um local considerado adequado para a
implantação de uma barragem de enrocamento c) Seções Típicas
deverá possuir as seguintes características:
c.1 Barragens de Enrocamento Convencional
- disponibilidade de material rochoso em quantidade
A seção típica recomendada para as barragens
suficiente. Normalmente é necessário desmontar
de enrocamento convencional é apresentada na
100 m3 de rocha para cada 130 m 3 lançado no
Figura 7.1.7 a seguir.
corpo da barragem. As pedreiras devem estar
localizadas preferencialmente em cotas superiores
às da área de construção da barragem, visando
facilitar o transporte de materiais;

a
a - 2,00
det. 4
NA máx.

m1
1
H m2
h 0,5 núcleo 1 0,75h
1 1
impermeável
enrocamento 0,5 enrocamento

trincheira (eventual)

0,5H 0,5H
m1H a m2H

BARRAGEM DE ENROCAMENTO CONVENCIONAL

Figura 7.1.7

O talude a jusante do núcleo impermeável da A execução da proteção deverá ser realizada


barragem de enrocamento convencional deverá ser concomitantemente ao alteamento da zona
protegido como indicado na Figura 7.1.8, visando impermeável.
evitar a fuga do material impermeável através dos
vazios dos materiais granulares do espaldar de
jusante.

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7.1 - 13

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7.1 - 14

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0,5 m2
1 1

enrocamento
(pedra de mão)
areia
0,50 0,75h mínimo
0,50
transição
(brita)

nota: dimensões em metro

DETALHE 4 - PROTEÇÃO INTERNA DO CORPO


DA BARRAGEM DE ENROCAMENTO
Figura 7.1.8

c.2 Barragens de Enrocamento Vertedouras

As seções típicas recomendadas para as


barragens de enrocamento vertedouras são dos tipos
I e II. Os detalhes típicos são mostrados nas Figuras
7.1.9 e 7.1.10. Para os dois tipos, o tirante d’água
máximo sobre a crista da barragem deve ser inferior
a 1,0 m.

As seções são semelhantes, diferindo, apenas,


no processo executivo.

Na barragem Tipo I, lançam-se dois cordões de


rocha (pioneiros) inicialmente. A parte central deve
ser construída com material menos permeável,
visando cortar o fluxo e possibilitar o enchimento do
reservatório. Esse material é constituído por mistura
de pedra, brita, areia e pó de pedra/solo, não
selecionado, proveniente da pedreira.

A crista e o talude de jusante devem ser


protegidos com pedras de diâmetro suficiente para
suportar a velocidade do fluxo. O dimensionamento
da estabilidade das pedras é apresentado no item
7.1.2 - Vertedouro.

Na barragem Tipo II, lança-se inicialmente um


cordão parte central, menos permeável.

Tipo I - 3,0 m < Alturas £ 8,0 m

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tirante d`água
sobre a crista
(máx. = 1,00m) crista da barragem
NA máx.

vedação central
última camada, com pedra
selecionada e embricada

área de limpeza
trincheira
(eventual) cordões pioneiros
de pedras lançadas

Figura 7.1.9

Tipo II - Alturas < 3,0 m

tirante d`água
sobre a crista crista da barragem
NA variável (máx. = 1,00m)
brita (próximo dos
taludes do cordão)
pedras maiores, selecionadas
e arrumadas

cordão central área de limpeza


trincheira
(eventual)

Figura 7.1.10

d) Dimensões Básicas No caso da barragem do tipo II ser construída


em água corrente, a inclinação do talude de
 Largura da Crista (a) montante, incluindo a camada de vedação, pode
alcançar 1:3 (vertical : horizontal).
A largura da crista mínima deverá ser de 3,0 m.
Se a barragem for utilizada como estrada, a largura O talude de jusante deve possuir uma
mínima será de 6,0 m, como especificado no inclinação mínima igual a 1:8 (vertical : horizontal),
Capítulo 7.4.4 - Estradas de Acesso. tanto para o tipo I como para o tipo II.

 Cota da Crista  Largura da Base e Dimensões dos Cordões


Pioneiros
A cota da crista da barragem deve ser igual à
elevação do NA normal do reservatório. A largura da base e as dimensões dos cordões
pioneiros, indicadas nas Figuras 7.1.9 e 7.1.10 para
 Inclinação dos Taludes os tipos I e II, é calculada com base na geometria da
barragem, como exposto anteriormente para a
A inclinação dos taludes da barragem de
barragem de terra.
enrocamento convencional está indicada na Tabela
7.1.2.  Espessura das Camadas Externas

No caso da barragem ser construída a seco, a As camadas superficiais da crista e dos taludes,
inclinação do talude de montante deve ser igual a 1:2 principalmente o de jusante, deverão ter uma
(vertical : horizontal). espessura mínima igual a 2D, sendo D o diâmetro
mínimo da pedra calculado segundo a metodologia
apresentada no item 7.1.2.

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7.1 - 16

Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

- O material do corpo da barragem, exceto as


camadas finais dos taludes e da crista, deve ser
e) Detalhes Construtivos Principais lançado com caminhões basculante e espalhado
com trator de esteiras ou moto-niveladora.
 Preparo da Fundação e das Ombreiras
- Na barragem de enrocamento convencional e na
- O preparo das fundações da barragem e de uma barragem de enrocamento vertedoura do Tipo I, a
faixa de 5,0 m, a montante e a jusante, consiste na compactação da parte externa deverá ser feita em
limpeza, incluindo o desmatamento, o camadas de 60 cm, através de trator de esteiras
destocamento e a remoção de terra vegetal até rebocando um rolo compactador com 10 t, ou mais,
uma profundidade de 20 cm na área dos cordões e ou caminhões carregados, com, no mínimo, 2
50 cm na área central. O material removido deverá passadas em cada faixa no sentido paralelo ao eixo
ser transportado para locais de bota-fora pré- da barragem. Na parte central, do material mais
determinados, fora do canteiro de obras e do futuro fino e menos permeável, deverão ser dadas 6
reservatório. passadas. No caso de trincheira, a compactação
será feita manualmente (apiloamento), ou com
- Nas margens ou ombreiras, deverão ser removidos
placas vibratórias (sapos), em camadas de 10 a 15
o solo coluvionar e o material solto.
cm de espessura.

- Caso o material da f un da çã o se j a mais


- Na barragem do Tipo II, a parte central deverá ser
permeável que o material vedante da parte central
constituída de pedras com dimensões não
da barragem, deverá ser escavada uma trincheira
superiores a 20 cm, misturadas com a fração do
na fundação, como indicado anteriormente para a
material - brita, areia e pó de pedra/solo. O material
barragem de terra (Figura 7.1.3).
deverá ser lançado em camadas de 30 cm e a
compactação poderá ser manual.
- Após a limpeza, o terreno deverá ser regularizado e
a área da base da barragem deverá ser
 Reforço da Crista e dos Taludes da Barragem
compactada com um trator de esteiras rebocando
um rolo compactador de 4 t, pelo menos. Deverão As últimas camadas da crista e dos taludes
ser dadas 10 passadas por toda a área da deverão ser colocadas de forma cuidadosa, visando
fundação e no trecho das ombreiras com inclinação reduzir os vazios entre as pedras. Após a colocação,
acessível ao trator. os vazios deverão ser preenchidos com pedras
menores. A compactação dessa camada de reforço
 Lançamento, Espalhamento e Compactação
deverá ser feita por duas passadas de trator de
esteira rebocando um rolo compactador com 10 t, ou
- O corpo dos prismas deve ter mais 50% de pedras
de caminhão carregado, ao longo do talude/crista.
com tamanho superior a 20 cm. As pedras maiores,
com diâmetro mínimo definido no item 7.1.2 -
7.1.1.3 Barragem de Concreto
Vertedouro, devem ser colocadas nos taludes,
sobretudo no de jusante. As partículas menores a) Considerações Sobre o Tipo
devem ser deixadas no centro da seção, durante o
espalhamento. A barragem de concreto considerada nestas
Diretrizes é a do tipo muro-gravidade, capaz de
- O cuidado na colocação deve aumentar do centro resistir, com seu peso próprio, à pressão da água do
do aterro para a parte externa. O material da parte reservatório e à subpressão das águas que se
central deve ser proveniente de pedreiras, sem infiltram pelas fundações.
seleção, ou seja, contendo a fração de materiais
mais finos de brita, areia e pó de pedra/solo.

PROJETO DAS OBRAS CIVIS E DOS EQUIPAMENTOS - Obras Civis - Barragem


7.1 - 17

Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

Esse tipo de barragem é recomendado para correspondente à da lâmina d ‘água máxima


vales estreitos, encaixados, em maciço rochoso vertente.
pouco fraturado e com boas condições de fundação.
Na crista da barragem, no trecho não vertente,
A seção da barragem pode incorporar o deverá ser construída uma mureta de proteção
vertedouro quando as condições topográficas do contra ondas, em concreto ou em alvenaria de tijolos
local dificultarem a concepção de vertedouro lateral. maciços.

mureta eventual
b) Adequabilidade do Local 1,00
0,30

Um local considerado adequado para o projeto NA máx.


0,50
de uma barragem de concreto deverá possuir as 1,00 lâmina vertente
NA normal
seguintes características:

- a largura do vale na crista da barragem deve ser a


0,10
mais estreita do trecho aproveitável do rio, visando- H 1 0,70
se reduzir o volume da barragem; Hv 1

- disponibilidade de pedreiras para obtenção da brita


e jazidas de areia facilmente exploráveis nas
proximidades do local; superfície do
terreno natural

- facilidade d e c onseguir ci m e nt o em quantidade


suficiente na região;
b1=0,10H
b1 b2
b2=0,70H
B
- as f und aç ões e a s o m b r e ir as dev e m ser
nota: dimensões em metro
resistentes. O maciço rochoso deve ser pouco
fraturado (1 a 3 fraturas/metro). A camada BARRAGEM DE CONCRETO
aluvionar na região das fundações, caso exista, não Figura 7.1.11
deverá ser muito espessa (£ 2,0 m), visando não
O paramento de jusante da barragem, no
onerar o custo da obra com o serviço de remoção
trecho vertente, atualmente, é construído com
da mesma;
degraus para dissipar parte da energia do
escoamento vertente. O restante da energia é
- facilidade de construção e de acessos.
dissipado a jusante por sobre o maciço rochoso,
c) Seção Típica quando este é são, resistente e não fraturado.
Quando o maciço é resistente, mas fraturado,
A seção típica recomendada para a barragem normalmente, escava-se uma bacia (tanque) de
de concreto é apresentada na figura 7.1.11 a seguir. dissipação a jusante, para amortecer o impacto da
Registra-se que, na maioria dos casos, adota-se uma escoamento vertente. Quando o maciço é fraturado e
seção com paramento de montante vertical, em pouco resistente, deve-se protegê-lo com laje de
função dos cálculos de estabilidade (ver item concreto.
Dimensões Básicas mais adiante).
d) Dimensões Básicas
A barragem deverá ser construída em blocos,
entre os quais deverão ser previstas juntas verticais  Cota da Crista da Barragem
de dilatação vedadas contra vazamentos. O trecho
Para barragem com altura menor que 10 m, a
do vertedouro deverá ser rebaixado em altura
cota mínima da crista deverá estar 1,0 m acima da
elevação do NA normal do reservatório. A mureta de

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7.1 - 18

Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

proteção contra ondas deverá ter uma altura mínima rocha apropriada a que apresente boas condições
de 30 cm e largura de 20 cm. Para barragem com de impermeabilidade, pouco fraturada, que possa
altura maior que 10 m, deve-se estimar a borda-livre suportar o peso da barragem sem deformações.
utilizando-se os critérios do USBR - SAVILLE T.,
McCLENDON E. W. e COCHRAN A. L. Freeboard  Escavação da Fundação
Allowances for Waves in Inland Reservoirs. Journal of
Hydraulic Engineering - ASCE, Vol. 88, No 2, May, - A escavação em rocha será de preferência “a frio”,
1962. através de cunhagem, procurando-se evitar o uso
de explosivos, uma vez que trata-se, normalmente,
 Dimensões da Barragem de pequenos volumes.

Para barragens com altura menor a 10 m, as - A escavação deverá ser conduzida de tal forma que
dimensões da base são calculadas com base na a superfície da rocha, após concluída a escavação,
geometria, como indicado na Figura 7.1.11. se apresente bem rugosa e plana.

Para barragens com altura maior que 10 m, a - Os trabalhos de escavação só deverão ser dados
estabilidade da estrutura deverá ser verificada de por concluídos depois que o local estiver limpo e
acordo com os critérios apresentados na publicação desimpedido de fragmentos de rocha, lama ou
United States Department of Interior, Bureau of detritos de qualquer natureza. A limpeza deverá
Reclamation – USBR. Design Criteria for Concrete ser executada utilizando-se jato de água/ar.
Arch and Gravity Dams. Engineering Monograph no
19, Denver, 1970.  Tratamento da Fundação

 Distâncias entre as Juntas - Deverão ser drenados os olhos d’água porventura


encontrados na área da fundação, de forma
As juntas entre os blocos da barragem devem semelhante à apresentada no item 7.1.1.1 -
estar espaçadas entre si de no máximo 15 m, para Barragem de Terra.
evitar fissuras no corpo da estrutura.
- Todas as irregularidades da superfície rochosa que
formem taludes negativos ou balanços deverão ser
crista da barragem
crista do trecho vertedouro
eliminadas; o espaço deverá ser preenchido com
concreto.
superfície
da rocha
juntas
15,00 - Se o maciço for fraturado, deverá ser executada
VISTA DE JUSANTE
(DISTÂNCIA ENTRE JUNTAS)
uma cortina de injeção de impermeabilização
típica, com furos primários a cada 3 m. Se
necessário executar furos secundários.
Figura 7.1.12

e) Detalhes Construtivos Principais - Para reduzir a subpressão deverá ser executada


uma cortina de drenagem típica.
 Preparo da Fundação e das Ombreiras
 Concretagem das Estruturas
- O preparo das fundações sob a barragem e de uma
faixa de 5,0 m, a montante e a jusante, consiste na Para efeito destas Diretrizes, considera-se que
limpeza, incluindo o desmatamento e o o concreto será produzido na central do canteiro de
destocamento. Deverá ser removido, para bota- obras. Essa central deverá ter capacidade
fora, todo e qualquer material terroso ou rocha compatível com o volume de concreto previsto e o
decomposta, até ser atingida, em toda a área, a prazo para execução.
rocha apropriada para fundação. Entende-se por

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7.1 - 19

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O procedimento industrial de fabricação do - o concreto deverá ser dosado na central de acordo


concreto deverá atender a uma Especificação com as especificações anteriormente referidas, em
Técnica (ET) preparada por especialistas no assunto função da resistência a ser obtida. Da central o
(engenheiro estrutural e tecnologista de concreto). concreto deverá ser transportado diretamente para
Esse documento incluirá, para todas as fases do o local de aplicação, procurando-se evitar a
processo (seleção e aceitação dos materiais segregação dos agregados, a perda de água de
componentes, fabricação, transporte, lançamento e amassamento ou a variação da trabalhabilidade da
cura dos concretos), os controles a serem mistura;
obedecidos.
- o lançamento do concreto só deverá ser
A título apenas de informação, registra-se que: realizado sobre superfícies previamente preparadas e
liberadas;
- a resistência do concreto deverá ser especificada
em função do dimensionamento estrutural;

- os agregados m i úd os ( ar eia ) e graúdos (brita - a colocação dev er á se r, em princípio, contínua;


e/ou cascalho) deverão ser de boa qualidade, ter quando houver necessidade de juntas de
partículas sólidas e duráveis, livres de impurezas construção, por qualquer motivo, devem ser
orgânicas de qualquer natureza e de materiais observadas as instruções especificadas para
pulverulentos; tratamento das mesmas na ocasião da retomada
da concretagem;
- o cimento dev er á ser armazenado na ob ra de
modo adequado, visando protegê-lo contra - todo concreto deverá ser adensado por vibração;
deterioração, em pilhas de no máximo 10 sacos,
durante um período nunca superior a 90 dias, em - a superfície concretada não po d er á ser exposta à
galpões fechados e convenientemente ventilados. A ação de água de cura antes que tenha endurecido
data de chegada de cada lote na obra deverá ser o suficiente, para que não seja danificada pelo
rigorosamente controlada; umedecimento;

- a água destinada à preparação do concreto deverá - todo concreto deverá ser lançado de uma altura
ser limpa e não deverá conter sais, óleos, ácidos, inferior a 2,0 m para evitar a segregação de seus
álcalis e substâncias orgânicas; componentes;

- o agregado graúdo (brita) deverá ser proveniente, - cada bloco da ba rr ag e m ser á concretado, em
preferencialmente, de pedreira ou de cascalheira princípio, por faixas de 2,0 m de largura, paralelas
do leito do rio; o agregado miúdo (areia) deverá ser ao eixo, e em camadas de 40 cm de espessura,
proveniente de bancos situados no próprio leito do até perfazer 1,5 m de altura;
rio;
- os lançamentos serão sucessivos; c a d a camada
- em f u n ç ã o d a r e a l i d a d e d o l o c a l e d a s deverá ser concretada e compactada antes que a
necessidades da obra, os agregados poderão ser camada anterior tenha iniciado a pega, a fim de
adquiridos de empresas comerciais da região, caso evitarem-se juntas horizontais; as superfícies
isso seja atrativo economicamente; deverão ser deixadas rugosas a fim de se obter
sempre uma boa ligação com a camada seguinte;
- os agregados dev er ão ser estocados e m pilhas
com sistema de drenagem eficiente. A - no caso do emprego de vibrador de imersão, este
contaminação por materiais estranhos e misturas deverá penetrar na parte superior da camada
com modificação da granulometria deve ser subjacente, colocada na mesma concretagem;
evitada;

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7.1 - 20

Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

- as camadas qu e f o r e m concluídas num dia de - a superfície d o concreto ser á protegida


trabalho ou que tiverem sido concretadas pouco adequadamente da ação direta do sol e da chuva,
antes de se interromperem temporariamente as de águas em movimento e de agentes mecânicos,
operações, serão limpas logo que a superfície tiver e deverá ser mantida úmida desde o lançamento
endurecido o suficiente, retirando-se toda a nata de até, pelo menos, 14 dias após; a água para cura
cimento, bem como todos os materiais soltos ou deverá ser potável;
estranhos;
- as superfícies de concreto destinadas a ficarem
- quando a concretagem for suspensa por período aparentes e que não estiverem em contato com
de tempo superior àquele em que se iniciou a pega, fôrmas durante a concretagem deverão ser
será caracterizada uma junta de concretagem. A alisadas enquanto o concreto ainda estiver fresco;
localização das juntas de concretagem deverá ser
planejada antecipadamente e a concretagem será - a desforma só poderá ser iniciada depois de 14
contínua de junta a junta; dias.

- para unir concreto fresco com outro já endurecido,


a superfície da parte já endurecida deverá ser
raspada para retirar a argamassa superficial, o
material solto e eventuais corpos estranhos; essa
superfície, lavada e limpa com escovas de aço,
deverá ser molhada e conservada assim até a
concretagem;

- as juntas verticais en tr e os blocos serão do tipo


“junta seca” e deverão ser construídas de modo a
permitir absoluta liberdade entre os blocos; essas
juntas de dilatação deverão ser vedadas, para
minimizar as perdas de água, de acordo com o
detalhe apresentado na figura a seguir;

fluxo

junta de concreto

0,50

material de
vedação
pré-fabricado

junta

0,15
nota: dimensões em metro

Figura 7.1.13

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