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Sobre os fascistas na UERJ: como combatê-los?

MCP-UERJ

Um grupo de direita com menos de 5 pessoas, no dia 25 de outubro, entrou


fortuitamente em um evento do Programa de Pós-graduação em História da UERJ sobre os 100
anos da Revolução Russa vestindo camisas fazendo alusão ao militarismo e pedindo
intervenção militar enquanto ameaçavam professores e estudantes presentes. A pergunta que
os pós-graduandos estão se fazendo é como combater esse tipo de prática. Apesar de serem
poucos, desestabilizaram o evento e causaram o impacto midiático que queriam para atrair em
torno deles mais sádicos violentos saudosistas de métodos de tortura dispostos a formar
grupos de milícia fascista prontos para desestabilizar eventos com temáticas socialistas,
assembleias estudantis e espaços de organização.

A ação violenta e hostil foi um sucesso para os agressores. Mas como grupos tão
pequenos podem agir com tanta ousadia? Em parte, porque sabem que suas ações não terão
uma resposta imediata, ou seja, vão conseguir intimidar e fazer a propaganda de sua política
do início até o fim. E o fizeram, pois saíram da UERJ a pé e caminharam tranquilamente até
suas casas contando vitória. Em outra parte, porque, posteriormente ao ato, grupos ligados à
esquerda reformista amedrontada farão agitação política gratuita para estes grupelhos
fascistas divulgando notas de repúdio em seus canais de mídia, e tudo isso sem dar sequer
uma orientação sobre como organizar os estudantes e os pós-graduandos contra essas ações.
Adicionalmente, a instituição UERJ também decidiu tornar o incidente público, juntando-se ao
mantra que repete a afirmação de que vivemos em tempos sombrios. Portanto, os fascistas
atingem um duplo objetivo: implodem o espaço e ganham publicidade gratuita, o que
impulsiona a crença dos espectadores em sua infalibilidade, traz medo aos trabalhadores,
estudantes e organizadores de atividades políticas que o contradigam, e atrai simpatizantes do
fascismo a se juntarem em mais ações desse tipo.

A universidade passa pela sua pior crise histórica, em muitos sentidos. A segurança
terceirizada em baixo número e a guarda patrimonial despreparadas para ações desse tipo
têm pouco ou nada a oferecer para proteger os trabalhadores e estudantes contra esses
grupos de jovens violentos e decididos a atuar pela força. Mesmo contando que a polícia seja
chamada, e que ela não vá de alguma maneira colaborar com os agressores, até que ela
chegue, o evento já terá sido destruído.

Como o evento ocorreu em uma pós-graduação, a Associação de Pós-graduandos da


UERJ é quem mais deve ser capaz de dar uma resposta imediata ao ocorrido, e essa resposta
deve ser com a organização. Agora que a ação de grupos fascistas se faz iminente, a direção da
APG precisa organizar uma comissão de segurança com pessoas de confiança em diversos
programas de pós-graduação, e levar essa proposta para debate aos diversos movimentos
sociais que existem na UERJ. Somente uma força organizada de defesa e ataque será capaz de
em momentos como esse mobilizar pós-graduandos, estudantes e trabalhadores liderando-os
para enfrentar ocorrências como essa de maneira sensata e enérgica, preservando assim o
evento e mostrando como é que historicamente a classe trabalhadora lida os fascistas:
colocando-os para voar.

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