ECONOMIA POLÍTICA B

QUESTÕES – MARX

1) O que significa dizer que o Marxismo é uma concepção de mundo?

Para entender o que significa dizer que o Marxismo é uma concepção de mundo, antes
precisamos entender o que é concepção de mundo. Concepção de mundo é o modo que as
pessoas aceitam e veem o mundo. Existem três tipos principais de concepções de mundo, a
primeira é do tipo Hierárquica, que consiste na ideia de que o mundo é resultado de um ser
superior que estabelece como a sociedade deve funcionar, e que cabe a cada pessoa
desempenhar um papel já pré-estabelecido na sociedade (Ex.: Casta - Índia). A segunda é do
tipo Individualista, neste tipo de concepção cada ser humano é responsável pelos seus próprios
atos, e cada individuo age de acordo com sua natureza, que é primordialmente egoísta, racional
e livre. A sociedade, nesta concepção, nada mais é que a somatória de todos os indivíduos.
(Adam Smith). E a terceira, é a concepção Marxista, que é uma critica a concepção hierárquica
e individualista, pois não acredita que existe ser superior regendo uma ordem já pré-
estabelecida. E antagoniza a ideia individualista dizendo que não existe natureza humana, que
somos concebidos historicamente a partir das relações sociais que tivemos. Para Marx, o que
existe não é uma sociedade, mas sim relações sociais, e ainda diz que o ser humano age de
acordo com ideologias.

2) Explique a idéia de que o ser humano é um ser social.

Todo ser humano, ao nascer, já encontra um meio social já estabelecido (tradições, utensílios,
organização do trabalho, etc), sofrendo assim uma influencia de condições que ele não criou,
portanto, não fazem a historia dentro das condições que eles mesmos escolheram. Dizer que o
ser humano é um ser social, por ainda não ter capacidade de viver isolado, é dizer que todo ser
humano, dentro das possibilidades de seu meio social, interage e forma sua consciência de
acordo com o que já era estabelecido antes mesmo de ele nascer. Por exemplo, um camponês
possui ideias e consciência de camponês, e assim vai agir como um camponês. Ou seja, a
consciência de cada ser humano é encadeada a seus relacionamentos e por eles é determinada.

3) “As relações fundamentais de toda sociedade são, portanto, as relações de produção.” Explique.
Para os Marxistas, existem relações que formam o alicerce de toda a sociedade. Os
relacionamentos fundamentais para toda sociedade são seus relacionamentos com a natureza,
 não para que ele permaneça sendo um ser da natureza, mas, ao contrario, porque ele luta contra
ela. No decorrer dessa luta, o ser humano tira da natureza o que necessita para manter sua
existência e para superar uma vida simplesmente natural e faz isso através do trabalho, dos
instrumentos de trabalho e da organização do trabalho.

4) Defina “forças produtivas”

O conceito de forças produtivas corresponde à combinação da força de trabalho humana com os
meios de produção. Meio de produção que se revelam a partir da analise de três fatores ou
elementos: as condições naturais, que são modificadas pelo ser humano através de um estudo
geográfico que analisa o solo, os rios, e sua influencia sobre o povoamento. Em seguida, o
estudo analisa as técnicas e os instrumentos, através do domínio da ciência, geralmente
chamada de tecnologia. A descrição tecnológica da maquinaria implica uma divisão e
organização do trabalho. Cada um desses elementos pode se aperfeiçoar e se desenvolver. Os
recursos naturais podem ser cada vez mais explorados, novos recursos naturais podem ser
descobertos, do mesmo modo, implementos se aperfeiçoam, resolvendo problemas
apresentados pela técnica existente em uma época determinada. Assim, com o avanço
tecnológico, novos utensílios surgem a fim de suprir uma necessidade apresentada. Tais avanços
interferem nas relações sociais, muitas vezes até modificando a organização social do trabalho.
São, portanto, forças produtivas, o modo em que todas as forças são usadas para dominar e
transformar a natureza visando a produção de bens materiais. Vale resalvar que a principal força
produtiva é a força do trabalho humano, o dispêndio de força intelectual e física de cada ser
humano.

5) Defina “modo de produção”.

Define-se como modo de produção, o conjunto das forças produtivas e o conjunto de relações
de produção. O desenvolvimento das forças produtivas em níveis mais elevados que
proporcionou a divisão social do trabalho, proporcionou também o surgimento da propriedade
privada. Os instrumentos e os meios de produção, ao se diferenciarem, caem em poder de
grupos ou de indivíduos. A terra e o território, sendo meios de produção, seguem o mesmo
destino. Além disso, a divisão do trabalho significa desigualdades de trabalho, existindo assim,
trabalhos superiores e inferiores. As funções superiores permitem o monopólio dos meios de
produção, se tornam hereditárias. Já os trabalhos inferiores, se encontram excluídos da
propriedade. Os indivíduos ascendem as funções intelectuais, política e administrativa em
 razão da riqueza que dispõem, surgindo assim as classes sociais. A estrutura social assim é
encarada a partir da organização da propriedade, das funções sociais e das classes sociais.

6) Explique o que é superestrutura e qual o seu papel

Para o materialismo de Marx, o elemento primordial da realidade social é o modo como os
homens produzem suas condições de existência, ou seja, a base econômica da sociedade. A
sociologia marxista gira em torno de dois conceitos. Infraestrutura: composta pelos meios de
produção e trabalho. Superestrutura: compreende as esferas políticas, jurídicas e religiosa, ou
seja as instituições responsáveis pela produção ideológica (formação das ideias e conceitos) da
sociedade. A superestrutura é a expressão do modo de produção, isto é, dos relacionamentos
com a propriedade.

7) Quais as condições fundamentais para que um bem possa ser considerado como mercadoria?
Para que um bem possa ser considerado uma mercadoria, ele tem que ter dispêndio de força
humana para sua produção (valor), para atender a uma necessidade humana (valor de uso) e é
feito para que seja feita uma troca (valor de troca)

8) O que é e o que determina o valor de uso de uma mercadoria?

O valor de uso de uma mercadoria é a sua utilidade. É determinado pelas características físicas
e materiais da mercadoria. Por exemplo, caneta serve para escrever. O valor de uso só se realiza
no consumo.

9) O que é valor?
Entende-se como valor, a quantidade de trabalho socialmente necessária para a produção de
determinado valor de uso.

10) O que significa “trabalho socialmente necessário”?

Trabalho socialmente necessário é o tempo médio requerido para produzir um valor de uso
qualquer, dentro das condições de produção socialmente normais e com um grau social médio
de destreza e intensidade do trabalho.

11) O que é trabalho abstrato e trabalho concreto?

Trabalho concreto ou trabalho concreto útil é aquele se expressa no valor de uso, portanto,
diferem-se qualitativamente os trabalhos que dão origem à sua existência – tecelão, alfaiate, etc.
 Trabalho abstrato é resultado de uma força de trabalho que é consumida gradativamente, ou
seja, a força de trabalho que é vinculada ao dispêndio de força física e intelectual para a
produção de um valor de uso. A partir disso é possível que haja a permuta de mercadorias
qualitativamente diferentes.

12) Quais os fatores que podem afetar o valor de uma mercadoria?

Variações na produtividade, determinada pelas mais diversas circunstancias, dentre elas a
destreza média dos trabalhadores, grau de desenvolvimento da ciência e sua aplicação
tecnológica, a organização social do processo de produção, o volume e a eficácia dos meios de
produção e as condições naturais.

13) O que é valor de troca?

Valor de troca é o que possibilita a troca de mercadorias qualitativamente diferentes. É medido
a partir do trabalho socialmente necessário para produção de determinada mercadoria.

14) Explique o significado do “fetiche” da mercadoria.

Segundo Marx, o fetichismo é uma relação social entre pessoas intermediada por coisas. O
resultado é aparência de uma relação direta entre as coisas e não entre as pessoas. No processo
produtivo das mercadorias não é diferente, a troca de mercadorias é a única maneira na qual os
diferentes produtores isolados se relacionam entre si. Dessa maneira, o valor das mercadorias é
determinado de maneira independente dos produtores individuais e cada produtor deve produzir
uma mercadoria em termos de satisfação de necessidades alheias. Disso resulta que a
mercadoria parece determinar a vontade do produtor, não o contrário.

15) O que significa dizer que, na sociedade capitalista, o dinheiro aparece como o “Equivalente
Geral”?
A forma de equivalente geral é forma de valor. Pode, portanto, ocorrer a qualquer mercadoria.
Por outro lado, uma mercadoria só assume a forma de equivalente geral por estar enquanto
estiver destacada como equivalente por todas as outras mercadorias. Então, mercadoria
determinada, cuja forma natural se identifica socialmente a forma de equivalente, torna-se
mercadoria dinheiro, funciona como dinheiro. E só a partir do momento em que esse destaque
se limita, terminantemente, a uma determinada mercadoria, adquire a forma unitária do valor
relativo do mundo das mercadorias.
16) O que pode significar uma queda no valor do dinheiro numa economia capitalista?
A queda no valor do dinheiro numa economia capitalista significa que

17) Explique as relações entre a quantidade de dinheiro e o nível da atividade econômica

Quanto mais dinheiro, maior é o nível da atividade econômica. Isso ocorre, pois se há mais
dinheiro em circulação, os trabalhadores vão ter mais poder de compra, sustentando a produção
de mercadorias. O contrário também é possível, se há menos dinheiro em circulação, menor é
poder de compra e, portanto, menor a produção de mercadorias.

18) Explique a equação do dinheiro como dinheiro.

A equação M-D-M significa que esse processo começa com uma venda e termina com uma
compra. Isso quer dizer que os trabalhadores vendem sua força de trabalho para comprar
mercadorias.

19) Explique a equação do dinheiro como capital.

D-M-D: Significa que o dinheiro se transforma em mercadoria e novamente se transforma em
dinheiro, ou seja, o ciclo começa com uma compra e termina com uma venda.

20) Explique a “Equação Geral do Capitalismo” (D-M-D’)

Assim como a equação do dinheiro como capital, a equação geral do capitalismo começa com
uma compra e termina com uma venda, ou seja, o capitalista compra os meios de produção,
produzem as mercadorias e vendem essas mercadorias. Porém, na equação geral, o D’ significa
que houve um excedente, chamado de mais-valia. A mais-valia, que nada mais é a diferença
entre o dinheiro final e o inicial, isso significa que o dinheiro inicial do processo não tem o
mesmo valor do final do processo, tende a ser sempre maior (D’>D). O objetivo de todo
processo de produção dessas mercadorias sempre será a mais-valia. Com isso, concluímos que o
capitalismo tem uma tendência à expansão, (D-M-D’-M-D’’...) que não é sempre na mesma
proporção, é sempre maior que a do ciclo anterior. Marx chamou esse processo de Reprodução
Ampliada.

21) O que é acumulação de capital?

Acumulação de capital é gerada a partir da reprodução ampliada, a cada ciclo, o capitalismo se
expande a partir da mais-valia, que se transforma em mercadorias e assim sucessivamente.
22) Defina força de trabalho.
Define-se como força de trabalho o conjunto das faculdades físicas e mentais existentes no
corpo e na personalidade viva de um ser humano, as quais ele põe em ação toda vez que produz
valores de uso de qualquer espécie.

23) Quais as condições para que a força de trabalho se transforme em mercadoria?

As condições para a transformação da força de trabalho em mercadoria é a existência de
homens livres, ou seja, a força de trabalho só pode aparecer como mercadoria no mercado
enquanto for oferecida ou vendida como mercadoria pelo seu próprio possuidor, pela pessoa da
qual é à força de trabalho. O capitalista e o possuidor da força de trabalho encontram-se no
mercado e entram em relação um com o outro como possuidores de mercadoria, diferenciando-
se apenas por um ser o vendedor e o outro comprador, sendo ambos, pessoas iguais. A
continuidade dessa relação exige que o possuidor da força de trabalho, venda-a sempre por
tempo determinado, porque caso contrario, ele se torna um escravo. A segunda condição é a
propriedade privada dos meios de produção, quem quer vender mercadorias que não seja a força
de trabalho, tem que deter os meios de produção, tais como matéria prima, instrumento de
produção, etc.

24) O que determina o valor da força de trabalho?

O valor da força de trabalho é determinado pelo tempo necessário à sua produção e, por
consequência, à sua reprodução. Enquanto valor, a força de trabalho representa apenas
determinada quantidade de trabalho social médio nela corporificado. A produção da força de
trabalho, não é mais que a aptidão do individuo vivo, o que supõe a existência deste. Dada a
existência do individuo, a produção da força de trabalho consiste na manutenção ou reprodução.
Para manter-se, o individuo precisa de certa soma dos meios de subsistência. O valor da força
de trabalho é valor dos meios de subsistência necessários a manutenção de seu possuidor. A
força de trabalho só se torna real com seu exercício. Através de sua ação, o trabalho depende de
determinada quantidade de músculo, nervos, cérebro, etc. Depois de ter trabalhado hoje, o
proprietário pode repetir a mesma atividade amanhã, sob as mesmas condições de força e saúde;
A soma dos meios de subsistência deve ser, portanto, o suficiente para manter o trabalhador no
nível de vida normal, atendendo a necessidade de alimentação, roupa, aquecimento, habitação,
etc.
O proprietário da força de trabalho é mortal, porém é necessário que haja uma continuidade no
mercado, conforme pressupõe a continua transformação de dinheiro em capital, para isso é
 necessário que o possuidor de força de trabalho se perpetue, e faz isso através da procriação. A
soma dos meios de subsistência necessários para a produção da força de trabalho então, tem que
incluir também os meios de subsistência dos substitutos dos trabalhadores, seus filhos.

25) Defina capital constante e capital variável

Capital constante é a parte do capital que se converte em meios de produção, isto é, em matéria
prima, materiais acessórios e meios de trabalho que não muda a magnitude do seu valor no
processo de produção. Já capital variável, é parte do capital que se converte em força de
trabalho, que ao contrário, muda de valor no processo de produção. Reproduz o próprio
equivalente e, além disso, proporciona um excedente, a mais-valia, que pode variar, ser maior
ou menor.

26) O que é mais-valia?

A força de trabalho de um trabalhador, assim como qualquer outra mercadoria, é
determinada pelo tempo necessário à sua produção, ou seja, possui o mesmo valor que o
tempo que o trabalhador precisa para produzir o suficiente para receber o seu salário e
garantir a subsistência da sua família. Apesar disso, muitas vezes o valor desse tempo é
menor que a quantidade de força de trabalho total. A diferença entre esses dois valores é
conhecida como mais-valia. Por exemplo, se um trabalhador possui uma jornada de
trabalho diária de 8h, supondo que ele produza o necessário à sua subsistência (salário) em
7h, a 1h restante é o que Marx chama de mais-valia, ou mais trabalho, que nada mais é que
a etapa da jornada de trabalho em que o trabalhador já produziu o trabalho necessário,
deixando assim um excedente.

27) Explique a afirmação de que a mais-valia “não pode originar-se na esfera da circulação e nem
fora dela”.

28) Explique o processo de extração de mais-valia absoluta.

A mais-valia absoluta se dá a partir do aumento da jornada de trabalho. Deste modo, se

aumentarmos a jornada de trabalho de 8h para 10h, o trabalho necessário não aumentará, ou
seja, o valor das mercadorias que garantem a subsistência do trabalhador não sofrem alterações,
contudo, se houver um aumento na jornada de trabalho, o que se alterará será o mais trabalho, a
mais valia.
29) Explique o processo de extração de mais-valia extraordinária.

30) Explique o processo de extração de mais-valia relativa.

A mais-valia relativa remete para o aumento da produtividade através de processos

tecnológicos avançados. Isso significa que novas máquinas melhoram o processo de produção,
sendo que é possível produzir mais bens em menos tempo, aumentando o lucro. Desta forma, o
salário do trabalhador fica pago em ainda menos dias.