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Schlier H. Gnose in: Heinrich Fries, Dicionário de Teologia 2, 240-254.
Bihlmeyer-Tüchle (existe tradução portuguesa), Kirchengeschichte (História da Igreja), I. vol., Primo
Período, cap IV§ 29, § 30 (sucinto e bastante claro).
Hubert Jedin, Manual de Historia de la Iglesia I. 284-303.
Karl Rahner, Gnosis in: LThK IV,1019-1021
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Karl Rahner, Gnosis in: LThK IV,1019-1021, oferece uma síntese dos aspectos de uma Gnose
verdadeira e uma outra heterodoxa (cf. Schnackenburg no mesmo LThK III,996-1000; aqui: 998). Rahner
e Schlier pensam aqui no eminente texto de Paulo em Ef 3,10-21
Além do “judaísmo”, a ameaça mais dura e mais abrangente vinha para a
Igreja da parte da Gnose, Gnosticismo de pagãos convertidos que tendiam a
dissolver a fé em especulação filosófica. – A Gnose concentra-se absolutamente
no conhecer humano (e religioso):
1º esse conhecer surge apenas de uma potencialidade do indivíduo (“iniciado”,
privilegiado etc.).
2º não surge nem de uma revelação, nem de uma graça, mas surge da essência do
sujeito na procura de si mesmo. É autoconsciência, não é audição obediente da
palavra de Deus, não é fé.
3º O conhecimento da gnose, pretende ser salvífico por si só, sendo que o amor
não faz parte dela; pode ser sua eventual conseqüência.
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Clemente de Alexandria (140/150 até mais ou menos 216?), nato em Atenas, talvez sacerdote, é de
excelente formação filosófica, literária, bíblica e teológica. Pelo ano 200, já tem a sua escola privada.
Com grande simpatia, considera a cultura e filosofia gregas um verdadeiro dom de Deus, parte do Logos
presente no Universo, uma preparação à revelação divina, uma ajuda para o conhecimento na fé (P. Th.
Camelot, Klemens Titus Falvius v. Alexandrien, in: LThK VI,332). – Ele traz em si o imenso desejo de
sabedoria e conhecimento superior (Gnósis no sentido verdadeiro), e quer opor esta verdadeira sabedoria
à gnose herética.
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Segundo H. Jedin I,284, Theodotos oferece-nos uma espécie de definição do gnosticismo. Gnose é
conhecimento a respeito das seguintes questões: “Que coisa éramos? Que é que nos tornamos (que
somos?) Onde estávamos? Para onde vamos? De que nos libertamos? Que coisa significa nascer? Que
significa renascer?” O mais íntimo do homem impulsiona-o a unir-se com o deus verdadeiro e perfeito,
mas desconhecido. Agora sim, o homem, por um destino especial, foi arrancado deste mundo imperfeito,
que não pode ser obra de Deus, mas que é a criação de um ser inferior e imperfeito, que domina o mundo
com a ajuda de poderes malignos. O homem só se liberta, se conhece bem a si mesmo e reconhece que
está de fato separado de Deus. Somente este conhecimento permite o retorno ao mundo luminoso e
superior do deus verdadeiro. Diversas fontes concorrem pra essa doutrina, inclusive certos elementos do
cristianismo. – Como a grande massa dos cristãos tinha alcançado a salvação somente mediante a fé e
mediante boas obras, (e não pelo conhecimento mais profundo, gnóstico), esses eram vistos como fixados
para sempre no nível inferior dos “psíquicos”.
Certos grupos gnósticos apresentavam-se como se fossem cristãos. Justino e Irineu lutam contra.
divindade perdem gradativamente, na medida de sua sucessão, sua semelhança
com a divindade. Assim, a criação do mundo é uma emanação muito tardia, e por
isso, às vezes, é visto como inimigo do divino. O corpo é mau!