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A PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS NA ESCOLA PÚBLICA DE

ENSINO MÉDIO

Izabela de Melo Oliveira Lima de Queiroz1


Ramon de Oliveira2

RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar a relação entre a escolarização
do ensino médio e as práticas coletivas juvenis no interior da escola. Além disso, a
referida pesquisa objetiva em sua especificidade: identificar as suas formas de
participações juvenis na escola; avaliar as contribuições da escola a partir da
participação dos jovens em atividades culturais e políticas; diagnosticar as
dificuldades enfrentadas pelos jovens na participação em atividades escolares. A
metodologia utilizada para obtenção dos resultados foi a utilização de entrevistas
semi-estruturadas na qual já haviam sido realizadas. Desse material, houve um
recorte e foram selecionadas 20 entrevistas com os jovens matriculados no
terceiro ano de ensino médio em 3 (três) municípios da cidade metropolitana do
Recife. Os fatos analisados mostram ainda que o jovem deseja participar da
escola e ser protagonista no cenário escolar. Entretanto, nas escolas pesquisadas
concluímos que este objetivo não está se concretizando pela inexistência do
diálogo da escola com a juventude.

Palavras–chave: Juventude; Escola; Participação.

1. INTRODUÇÃO

A temática juventude vem sendo discutida com mais intensidade nos


últimos anos. Com isso, a juventude é um tema que cada vez mais vem sendo
presente na sociedade contemporânea, tanto nos espaços acadêmicos de
discussão, como para o desenvolvimento de políticas públicas.

1
Izabela de Melo Oliveira Lima. Graduanda do Curso de Pedagogia. Centro de Educação – UFPE.
E-mail: izabela_melooliveira@hotmail.com
2
Ramon de Oliveira. Professor Doutor do DFSFE-CE-UFPE. E-mail: ramono@elogia.com.br
2

O interesse por esta temática se deu quando iniciamos nosso trabalho


como pesquisadora da iniciação científica na graduação do curso de pedagogia.
Naquele momento participamos da pesquisa “O que pensam e desejam os jovens
do Ensino Médio: uma análise em escolas públicas da rede estadual de
Pernambuco’ coordenada pelo nosso orientador de TCC”. Nesta pesquisa pude
perceber nas falas dos jovens que para eles a participação é um fator importante,
mas a escola muitas vezes não a considera e por isso não trata esses sujeitos
como participantes e protagonistas do cotidiano escolar.
A Organização das Nações Unidas (ONU) define como jovens as pessoas
entre 15 e 24 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a
adolescência é um processo biológico, que vai dos 10 aos 19 anos de idade,
abrangendo a pré-adolescência (10 a 14 anos) e a adolescência propriamente dita
(15 a 19 anos). A juventude no Brasil é definida através da faixa etária de 15 a 29
anos, como se pode ver no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Porém não devemos reduzir a juventude a uma mera cronologia. Essa
categoria etária é utilizada para definir indivíduos que vivem no mesmo tempo
histórico e para a elaboração de políticas públicas. Não há um único conceito para
a juventude pelo fato da mesma não ser homogênea, o ser jovem vai além de um
conceito fechado pelo fato dos jovens possuírem várias identidades. De acordo
com Corti e Souza:
Embora a juventude possa ser considerada uma categoria social que
agrupa os sujeitos que compartilham a mesma fase da vida, precisamos
ficar atentos à multiplicidade de experiências que reunimos sob essa
ampla denominação. [...] Por isso, ao falarmos das experiências de vidas
juvenis propriamente ditas, é preciso reconhecer uma multiplicidade – o
que nos leva a falar de juventudes, no plural. (CORTI; SOUZA, 2004, p.
14)

De acordo com essas autoras, a ideia de juventude advém com a


modernidade e com as transformações nas formas de relações do jovem com o
meio social, familiar, no trabalho e entre ambas as instituições como a escola por
exemplo.
Peralva (1997) aprofunda o tema, ao colocar que as transformações mais
significativas para o surgimento do conceito de juventude aconteceram na forma
3

de socialização das novas gerações, que deixaram de ocorrer no seio da família


para serem delegadas à instituição escolar.
Então, o jovem passa a ter expectativas bastante criteriosas em relação à
escola, eles esperam sentir-se parte dela. Para isso, os jovens querem que a
escola lhe ofereça canais de participação, além da oportunidade de se envolver
em questões que digam respeito a ele mesmo.
O interesse também por esta investigação justifica-se também pelo fato de
entendermos que a participação do jovem na escola depende, em grande parte,
da existência de espaços sociais adequados, onde eles possam desenvolver
ações e projetos vivenciando e tornando em práticas as experiências de sua
participação, que consiste na auto-organização e na autonomia. Esse
protagonismo é indispensável no processo de socialização e do exercício da
cidadania no interior da escola. Assim, entendemos por participação juvenil, toda e
qualquer ação relacionada ao jovem que está de alguma forma vinculada à sua
vida política, econômica, social e cultural.
A escola é um espaço de diversas aprendizagens e também é um espaço
onde o jovem pode e deve exercitar o protagonismo, atuando de forma
efetivamente nela, apresentando propostas, promovendo discussões que digam
respeito à vida escolar ou ao interesse da comunidade. Participando de
organizações como grêmios ou outros grupos de seu interesse. Capazes de
contribuir para a construção ou o fortalecimento da identidade da escola.
A nossa trajetória de participação na pesquisa citada, bem como a
vinculação ao grupo de pesquisa, no qual vários estudantes da graduação e da
pós-graduação mobilizam-se em torno da questão juvenil, foi fundamental para
estabelecermos como questionamento central do nosso trabalho a forma como
ocorre a participação dos jovens no interior da escola pública.
Deste modo, torna-se importante compreender como a representatividade
dos jovens tem se concretizado nas escolas. Para tal foram escolhidas 3 escolas
de ensino médio de municípios diferentes, Paulista, Olinda e Recife como campo
de estudo.
4

Assim, tendo em vista a importância socialmente atribuída à escola, e pelo


tempo em que adolescentes e jovens nela permanecem, ela tem grande potencial
para tornar-se um espaço em que esses alunos vejam suas questões, dúvidas,
angústias e descobertas acolhidas e trabalhadas de forma a expandir o meio no
qual os jovens constroem suas identidades e projetos.
Partindo desse pressuposto é que queremos analisar a relação entre a
escolarização do ensino médio e as práticas coletivas juvenis no interior da escola,
identificando as formas de participações juvenis na escola, avaliando a/as
contribuições da escola a partir da participação dos jovens em atividades culturais
e políticas e assim, diagnosticar as dificuldades enfrentadas pelos jovens na
participação em atividades escolares. A seguir daremos inicio ao nosso marco
teórico.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 JUVENTUDE

Discutir a juventude na atualidade leva-nos a assumir duas questões


importantes: entender que a noção de juventude é uma construção social e
cultural e bastante diversificada; e também compreender que a noção de
juventude não pode ser definida isoladamente, mas a partir de suas múltiplas
relações e contextos sociais. Nesse sentido, pensar as diferentes concepções de
juventude é pensar sobre condições de gênero, raça, classe social, moradia
religião, etc;. Com isso contextualizá-la historicamente, como parte de uma
geração particular que se relaciona com outras gerações. Por isso, como já vem
sido bastante reforçado pelos teóricos, não é possível falar no jovem atual, mas
nos diferentes modos de vivenciar a juventude na contemporaneidade.
O conceito de juventude transformou-se ao longo do tempo e com isso essa
etapa da vida deixou de representar, unicamente, o tempo de preparação para o
trabalho e para a vida adulta. É muito comum que se produza uma imagem da
juventude como um período de transição, passagem da fase infantil para a vida
adulta, portanto o jovem como um vir a ser adulto.
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Então, se esta fase é caracterizada como de transição, uma superação da


infância em busca da idade adulta, será importante para o jovem a questão de se
auto conhecer e de ser reconhecido pelo grupo a qual pertence.
Rua (1998) constata que no Brasil os jovens são abrangidos por políticas
sociais destinadas a todas as demais faixas etárias, e tais políticas não estariam
sendo orientadas pela ideia de que os jovens representariam o futuro em uma
perspectiva de formação de valores e atitudes das novas gerações.
A entrada na juventude é marcada pelo fim da adolescência e pelas
transformações que ocorrem no corpo e no psicológico, pois a partir da entrada na
juventude, o jovem passa a ter algumas responsabilidades pelo fato de estar
crescendo fisicamente e biologicamente.
Mas para se compreender as juventudes é necessário compreender suas
singularidades, suas particularidades enquanto jovens para que se possa
compreendê-los como grupos culturais que ocupam espaços diferentes e
possuem um modo único de ser. Existem diferentes "juventudes", com desejos,
necessidades, formação e desafios diferenciados que fazem parte da realidade
dos jovens estudantes, revelando sua diversidade e identidade.
De acordo com Dayrell (2007), não podemos entender, atualmente, a
juventude como uma categoria que abarca indivíduos detentores de
características homogêneas, pois melhor do que falarmos em juventude é
falarmos de jovens; afinal, essa fase da vida não é vivenciada da mesma forma
por todos os sujeitos.
A diversidade dos jovens concretiza-se nos diversos grupos sociais,
culturais, regiões e diferentes sociedades. A realidade social demonstra que não
existe um único tipo de jovem, mas diferentes sujeitos juvenis que compõem um
conjunto heterogêneo com características particulares e específicas. Apesar da
diversidade de abordagens e noções de juventude, entendemos como necessário
compreender as particularidades das juventudes, no tempo e no espaço.
Embasado nas afirmações de Dayrell notamos que associar juventude apenas a
representações sociais sacramentadas sobre o que é ser jovem, pode atrapalhar
na compreensão das singularidades da categoria.
6

A experiência de ser jovem é construída por cada sujeito de acordo com o


contexto em que ele está inserido, ou seja, dependendo da relação que
estabelece com os recursos disponíveis no seu meio social, cultural e histórico.
Dessa forma, surgem diferentes formas de ser jovem, tornando essa fase um
momento rico de experiências e de construção de “si”, pois “[...] não há tanto uma
juventude e sim jovens, enquanto sujeitos que a experimentam e sentem segundo
determinado contexto sociocultural onde se insere” (DAYRELL, 2007, p. 7).
Diante do exposto, pode-se afirmar que a juventude é uma categoria
socialmente construída e varia de época para época e de sociedade para
sociedade. Com base nisso, pode-se considerar que ser jovem hoje não é o
mesmo que foi ser jovem ontem, já que os valores e representações sociais que
influenciavam a construção da juventude outrora não são mais os mesmos valores
que influenciam a construção da juventude atualmente. Ao lado disso, constata-se
que a escola não tem conseguido lidar com os jovens alunos que ali chegam.
O conceito de juventude, porém, transformou-se ao longo do tempo. A
existência de um grande número de jovens na nossa sociedade, jovens que se
expressam e vivem de forma muito diversa entre si é um fato presente. Sendo
parte constituinte da sociedade, suas identidades expressam também a identidade
da própria sociedade. Vai além disso, pode-se afirmar “que os jovens espelham a
sociedade” como afirma a autora Regina Novaes (2004).
A fase da juventude muitas vezes vem associada a muitos fatores negativos
como a criminalidade, a violência e uso de drogas, há uma tendência de
apresentar a juventude como se não fosse parte da sociedade. Com isso, há uma
intencionalidade subentendida de atribuir a esses jovens características negativas,
desprezando a negatividade presente na sociedade como um todo.
É muito comum que se produza uma imagem da juventude como um
período de transição, passagem da fase infantil para a vida adulta. Então, se esta
fase é caracterizada como de transição, uma superação da infância em busca da
idade adulta, será importante para o jovem a questão de se auto conhecer e de
ser reconhecido pela sociedade.
7

Então, a maneira como a juventude constroem suas experiências é cada


vez mais fragmentada. Os jovens pertencem a diferentes redes e de grupos.
Entrar e sair dessas distintas formas de participação é mais rápido e mais
freqüente do que antes e a quantidade de tempo que os adolescentes investem
em cada uma delas é reduzida. A quantidade de informação que mandam e
recebem está crescendo em um ritmo avançado. O passo da mudança, a
pluralidade das participações, a abundância de possibilidades e informações
oferecidas aos jovens contribuem para fragilizar os pontos de referência sobre os
quais a identidade era tradicionalmente construída.
Socialmente e historicamente a juventude vem sendo retratada como uma
fase de vida marcada por uma instabilidade que é associada a determinados
problemas sociais.
Segundo Sposito:
É preciso reconhecer que, histórica e socialmente, a juventude tem sido
considerada como fase de vida marcada por uma certa instabilidade
associada a determinados “problemas sociais”, mas o modo de
apreensão de tais problemas também muda (SPOSITO, 1997, p. 19).
A autora se refere a toda trajetória histórica da juventude, na qual desde os
anos 60 a mesma era tratada como um “problema” que se definia como
protagonista de uma crise de valores e de conflitos de gerações, ou seja, a
juventude passou a ser vista através dos comportamentos éticos e culturais. Com
o passar do tempo outras problemáticas passaram se relacionar com a juventude,
entre as quais se destaca a falta de emprego
Como vimos, se nos anos de 1960 a juventude era um “problema”, na
medida em que podia ser definida como “o ator principal” de uma crise de valores
e de um conflito de gerações essencialmente voltado aos comportamentos éticos
e culturais, a partir da década de 1970 os “problemas” de emprego e de entrada
na vida ativa tomaram progressivamente a dianteira nos estudos sobre a
juventude, quase a transformando em categoria econômica (PAIS,1993; ABRAMO,
1997).
Certamente, entre os jovens contemporâneos, há diferenças culturais e
desigualdades sociais. Hoje já é lugar comum falar em “juventudes”, no plural.
Como a categoria juvenil é recentemente construída, a juventude começou a ser
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percebida em sua pluralidade a partir de estudos que a transformaram em campo


de pesquisa, pois, passou a ser compreendida em suas múltiplas expressões e
vivências, sendo definida além de critérios etários. Para entender o jovem, torna-
se fundamental que se busque romper com visões preconcebidas a respeito da
categoria. É preciso percebê-lo como indivíduo que tem sentimentos, tem suas
experiências e possui desejos e propostas para melhorar sua condição de vida.
As juventudes proporcionam elementos comuns e distintos, atentar para
isso pode ser crucial para discutir as políticas públicas que são voltadas para esse
grupo social e, assim, poder problematizar as especificidades do papel da
instituição escolar no mundo atual.
Antes de entrar no eixo de discussão entre a relação juventude e escola, é
importante destacar que com relação às políticas públicas, é necessário notar que,
no Brasil, nunca existiu uma construção de políticas especificamente destinadas
aos jovens, para além da educação formal. Somente recentemente podemos
observar, no país, a preocupação de órgãos governamentais responsáveis pela
formulação de políticas para os jovens, em sua maioria programas de formação
profissional e de oferecimento de serviços especiais de saúde, cultura e lazer.

3.2 JUVENTUDE E ESCOLA

A questão da juventude na escola deve ser tratada como um desafio pela


busca da compreensão a respeito do que significa ser jovem atualmente e como
deve a escola se relacionar com este jovem estudante. Podemos afirmar que a
unidade escolar apresenta-se como um espaço peculiar que articula diferentes
dimensões. Institucionalmente, é ordenada por um conjunto de normas e regras
que buscam unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos.
A relação dos jovens com a escola é, de certa forma, tensa. Isso se reflete
de modo mais decisivo nas relações que se efetuam dentro da sala de aula, entre
os estudantes e os professores, uma vez que o professor é a autoridade
“representante” da escola mais próxima dos alunos, na convivência cotidiana da
sala de aula.
Para Xavier, a escola:
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Se quiser contribuir para a formação das identidades e subjetividades dos


seus educandos, necessita orientar-se no sentido de fortalecer para uma
futura atitude de autonomia moral e cooperação intelectual, transitando
entre a construção de limites pessoais e limites sociais, tendo sempre em
consideração os contextos sócio culturais de seus alunos. (XAVIER,
2006, p. 40)
É preciso respeitar o aluno, sua condição de classe, sua cultura, seus
valores, sua linguagem, seus conhecimentos e seus problemas.
É necessário compreender que a juventude é um momento rico em
socialização. Não é por acaso, o fato de que as manifestações artísticas, como a
dança, a música, o teatro e as artes em geral ocuparem grande parte do interesse
dos jovens.
Denominar o sujeito da ação educativa como jovem implica no
reconhecimento de que o aluno, ao chegar à escola, traz consigo uma diversidade
sociocultural expressa na fase da vida na qual se encontra, com suas demandas e
necessidades específicas, mas também na origem social e respectiva cultura, no
gênero, no pertencimento étnico-racial e nas experiências sociais vividas, dentre
outras variáveis. As quais interferem direta ou indiretamente nos modos como
cada jovem vai lidar com a sua escolarização e construir sua trajetória escolar.
Nessa perspectiva, o jovem se torna aluno em um processo no qual
interferem a condição juvenil, as relações intergeracionais e as representações daí
advindas, bem como uma determinada cultura escolar, todas essas dimensões
historicamente situadas (DAYRELL, 2007).
Com isso, o que se percebe é que a relação dos jovens, por sua maioria,
com a escola é, de certa forma, complicada. Isso se reflete de modo mais
contundente nas relações que se efetuam tanto dentro da sala de aula, entre os
alunos e os professores, porque o professor se torna um “representante” da escola
mais próximo os alunos, por conta da convivência durante os dias letivos na sala
de aula.
Nesse sentido, a intervenção do professor é fundamental, é desejada.
Sposito e Galvão (2004) ressaltam que essa intervenção será tanto mais decisiva
quanto menos o aluno estiver incluso da cultura escolar.
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Além disso, ao que parece, a escola não está preparada para receber
esses jovens, ou seja, há uma distância significativa entre os alunos que chegam
à instituição e os alunos idealizados, esperados e valorizados pela cultura escolar.
Essa relação complicada entre a escola e o jovem se torna visível quando
questionamos sobre o sentido da escola para os jovens que chegam a essa
instituição? O que se percebe é que nem sempre as demandas e necessidades
apresentadas pelos jovens vão ao encontro dos objetivos preconizados pela
escola.
Além de todos os problemas, a escola ainda se mostra um espaço atraente
para adolescentes e jovens pela possibilidade do encontro com outros jovens. Nos
intervalos, os corredores, pátios e outras dependências transformam-se em
espaços de boas convivências, e por isso mesmo, são considerados
interessantes. Algumas escolas reconhecem a importância dessa convivência e
procuram favorecê-la fazendo com que adolescentes e jovens se apropriem do
espaço escolar e reforcem os laços de identificação com a escola.
O jovem tem expectativas bem coerentes em relação à escola, o jovem
espera sentir-se parte da instituição. Para isso, quer que a escola lhe ofereça
canais de participação, além da oportunidade de se envolver em questões que
digam respeito a ele mesmo e a sua comunidade, como as relacionadas à saúde
sexualidade, drogas etc.
Com isso, pressupõe-se que a partir do convívio com experiências
participativas e democráticas no seu ambiente escolar, o jovem no futuro possa
posicionar-se politicamente e socialmente de forma mais efetiva e amadurecida.
Sugerindo-se assim um protagonismo juvenil que remete à perspectiva da
formação do cidadão inserido nas transformações e dilemas da sociedade atual.

3.3 CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA NOÇÃO DA PARTICIPAÇÃO JUVENIL


NA ESCOLA PÚBLICA DE ENSINO MÉDIO

O processo de construção da sociedade inclui várias possibilidades de


atuação desenvolvida pelos jovens, em diversos âmbitos. O desenvolvimento das
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atividades ativas locais pelos jovens que ajudam na construção da sociedade é


considerado como participação juvenil. Essa participação pode ser política, social,
econômica ou cultural. Essa participação da juventude é entendida como um
processo em que os jovens buscam influenciar e “dividir” o controle e a
responsabilidade das suas decisões a serem tomadas.
A participação social dos jovens não é um algo novo na história do Brasil,
tendo se desenvolvido de acordo com o contexto histórico e econômico a que
estivemos submetidos. A juventude dos anos 60 e 70 ficou conhecida pela sua
participação social e política, que teve nos estudantes seus principais
protagonistas, os quais tomavam as ruas para manifestar o descontentamento não
apenas com as questões estudantis da época, mas com questões nacionais e
mundiais.
Pode-se dizer que participação Juvenil refere-se ao envolvimento dos
jovens na transformação social, sendo o jovem considerado o sujeito dessa ação,
ou seja, um jovem ativo que participa dos processos sócios políticos e na tomada
de decisão sobre diversos assuntos e interesses, como por exemplo, os princípios
da democracia, e dos seus direitos e deveres como cidadão.
O “direito de organização e participação em entidades estudantis” é
assegurado desde 1985 pela lei 7.398 e pelo artigo 53 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, de 1992. Outra lei que reitera isso é o atual Plano Nacional de
Educação, aprovado pelo Congresso em 2014. Vale destacar que a organização
em grêmios escolares não é a única forma de participação possível no interior da
escola, A formação de coletivos e grupos de interesses específicos, por exemplo,
pode ser estimulada também pelos gestores e docentes como forma de ampliar os
espaços de protagonismo juvenil.
Educar para a participação é criar espaços para que o educando possa
efetuar, ele próprio, a construção de ser jovem. As práticas e vivências são o
melhor caminho.
Com isso, falar em participação é também falar em protagonismo juvenil.
Na nossa compreensão de protagonismo juvenil, o jovem é um elemento central
da prática educativa, que participa de todas as fases desta prática, desde a
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elaboração, execução até a avaliação das ações propostas. A idéia é que o


protagonismo juvenil na escola possa contribuir não apenas com o
desenvolvimento pessoal dos jovens atingidos, mas com o desenvolvimento das
comunidades em que os jovens estão inseridos. Dessa forma, segundo o teórico
Gomes da Costa (2000), o protagonismo juvenil contribui para a formação de
pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente, com valores de
solidariedade e respeito mais incorporados, o que contribui para uma proposta de
transformação social.
Sobre a concepção de protagonismo Juvenil Costa destaca que:
O termo Protagonismo Juvenil, enquanto modalidade de ação educativa,
é a criação de espaços e condições capazes de possibilitar aos jovens
envolverem-se em atividades direcionadas à solução de problemas reais,
atuando como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso. [...] O cerne
do protagonismo, portanto, é a participação ativa e construtiva do jovem
na vida da escola, da comunidade ou da sociedade mais ampla (COSTA,
2001, p.179).

Dentro dessa ideia de protagonismo juvenil estimulada por Gomes da


Costa, o jovem passa a ser elemento central da prática educativa, que participa de
todas as fases desta prática, desde o seu planejamento, como a prática, até a
avaliação das ações propostas.
A ideia que perpassa é que o protagonismo juvenil possa estimular a
participação social dos jovens, contribuindo não apenas com o desenvolvimento
dos jovens, mas com o desenvolvimento das sociedades em que os jovens estão
inseridos. Dessa forma, segundo o autor citado acima, o protagonismo juvenil
contribui para a formação de pessoas mais autônomas e comprometidas
socialmente, com valores, o que contribui para uma proposta de transformação
social.
Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividade que
extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que
podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida
comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em
sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas
de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio-
comunitário (COSTA, 1996, p.90).

Outros estudos ressaltam a importância do protagonismo juvenil como


forma de participação dos jovens em atividades quer vão além do seu dia a dia e
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de seus próprios interesses. Gandolfo (2005) concebe o protagonismo como


ações juvenis coletivas e participantes, a partir dos interesses dos próprios jovens
que, no envolvimento coletivo, constroem sua autonomia.
Já Lulianelli (2003) afirma que o protagonismo trata-se de um modelo
pedagógico-político de ações juvenis coletivas e participantes, favorecendo a
construção da autonomia dos envolvidos. Em referência á autonomia, Freire
destaca que “o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo
ético e não um favor que podemos ou não conceder aos outros” (FREIRE, 1996,
p.59). Assim, diante das concepções dos autores a experiência educativa de
protagonismo e participação na instituição escolar têm de forma clara o respeito à
autonomia, na qual se deve ser inerentes à prática educativa.
Com isso, a escola deve ser um espaço social regido por critérios de
participação inspirados na mesma filosofia que alimenta os sistemas
democráticos. Os ideais democráticos inspiram práticas educativas democráticas,
porém é esperado que estas realizações educativas contribuam decisivamente
para impulsionar projetos de transformação social. (YUS, 2002).
Yus (2002) chama a atenção para o fato de que a escola democrática vive
uma contradição, pois defende a participação e a autonomia e, ao mesmo tempo é
autoritária e dependente, evidenciando a discrepância entre a ideologia teórica e a
ideologia prática.
Além disso, as pesquisas indicam que quando o jovem passa ou se introduz
por variados estilos existentes no meio popular há um ganho no papel significativo
na vida deles. De forma diferenciada, lhes abre a possibilidade de práticas e
relações por meio das quais levam a criar espaços próprios, com uma ampliação
das redes de trocas, pelo qual se introduzem na esfera pública.
Assim, apesar das condições contraditórias, a escola pública ainda pode
ser considerada como um espaço de realização de atividades coletivas para a
juventude relativamente pobre, possibilitando algum nível de participação juvenil.
É nesse contexto que temos de situar a experiência participativa escolar
desses jovens e buscar compreender a forma como se relacionam e participam
com e nas escola, através dos seus comportamentos, as suas demandas e
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necessidades próprias. Por tudo o que expressamos estabelecemos como


questões direcionadoras desta investigação: Como essas atividades coletivas são
desenvolvidas no interior da escola? Quem são os jovens que delas participam?
Essas escolas conseguem dialogar com o âmbito sociocultural juvenil existente no
seu entorno no interior da escola?

4. METODOLOGIA

A abordagem da pesquisa é de natureza qualitativa, porque se preocupa,


com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na
compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Para Minayo (2001),
a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis.
O primeiro momento consistiu no processo de levantamento bibliográfico a
cerca do tema e de dados objetivando conceituar e apreender sobre as diversas
concepções de juventude, relação de juventude e escola e as considerações em
torno da noção da participação juvenil na escola pública de ensino médio, bem
como contribuir na elaboração da fundamentação teórica.
Objetivou-se com a seleção das perguntas norteadoras da investigação
analisar as concepções que os jovens matriculados no ensino médio têm sobre a
participação juvenil no interior da escola.
Na coleta dos dados foi utilizado como instrumento a entrevista semi-
estruturada. Durante nossa participação no PIBIC já havíamos realizado entrevista
com jovens do ensino médio. A partir do roteiro anteriormente utilizado,
selecionamos questões que se relacionavam direta e indiretamente com a
temática de nosso TCC.
As perguntas selecionadas foram: Como a escola trata as pessoas da sua
idade Você acha que a escola permite que você atue (intrometa-se) na sua
organização interna? O que precisa acontecer mais na escola? O que deveria
deixar de ocorrer na escola? Sua escola estimula sua participação em atividades
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culturais e políticas? Você participa de algum grupo na escola? Qual?A escola


discute temas que interessam a Juventude? Quais as dificuldades de ser jovem na
escola?
Do material anteriormente coletado foram selecionadas 20 entrevistas,
sendo com: 6 jovens da escola no município de Paulista, 6 jovens da escola do
município de Olinda, e 8 da Cidade do Recife, todos do terceiro ano do ensino
médio.
Pelo meio dos instrumentos de coleta dos dados pretendemos captar as
subjetividades dos sujeitos e sua participação durante o processo.
Para Manzini (1990/1991, p. 154), a entrevista semi-estruturada está
focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas
principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias
momentâneas à entrevista. Para o autor, esse tipo de entrevista pode fazer surgir
informações de forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma
padronização de alternativas.
O campo da pesquisa são escolas Estaduais de três municípios, Paulista,
Olinda e Recife. As escolas de Olinda e Paulista são escolas regulares que
ofertam ensino Médio nos turnos diurno e noturno. A escola de Recife é uma
escola de referência (EREM) de ensino integral.
Como técnica de análise de dados coletados foi utilizada a análise de
conteúdo.
Segundo Bardin (2011, p.15), a análise do conteúdo é um conjunto de
instrumentos de cunho metodológico em constante aperfeiçoamento, que se
aplicam a discursos (conteúdos e continentes) extremamente diversificados. O
método da análise de conteúdo, segundo Bardin (1977) consiste em tratar a
informação a partir de um roteiro específico, iniciando com (a) pré-análise, na qual
se escolhe os documentos, se formula hipóteses e objetivos para a pesquisa, (b)
na exploração do material, na qual se aplicam as técnicas específicas segundo os
objetivos e (c) no tratamento dos resultados e interpretações.

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO
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Durante o processo de investigação pesquisamos as concepções que os


jovens matriculados no ensino médio têm sobre a escola em diversos âmbitos,
mas neste momento vou enfatizar a relação de juventude, escola e participação.
No referente à escola e à juventude, os diversos pesquisadores brasileiros
que se dedicam ao estudo da juventude têm evidenciado o fato de que a
diversidade de interesses, histórias de vida, rede de relações e as mais variadas
identidades que são construídas durante a fase juvenil, deveriam levar a escola a
deixar de se fechar em torno dos seus próprios interesses e rituais, valorizando
aquilo que realmente faz sentido para estes jovens.
Por outro lado, a escola que ele frequenta apresenta especificidades
próprias, não sendo uma realidade homogênea. Podemos afirmar que a unidade
escolar apresenta-se como um espaço peculiar que articula diferentes dimensões.
Institucionalmente, é ordenada por um conjunto de normas e regras que buscam
unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos.
Afinal de contas, os jovens vivenciam as mais distintas histórias e
pertencem às mais variadas redes de relação. Defrontam-se com escolas que
persistem em manter rituais de exclusões que em muitas vezes representam
formas de excluir os jovens.
Aquilo que a escola exclui e rejeita pode ser o que jovem valoriza e o que o
estimula a atuar enquanto sujeito sócio-político.
Em nossa pesquisa, durante as entrevistas, os sujeitos foram perguntados
sobre o que a escola precisa aprender sobre eles mesmos, ou seja, os jovens.
Houveram algumas respostas que mostram ser merecedoras de serem discutidas:

E20 RECIFE “Aprender que o jovem é assim. Eles gostam de regras e gostam de seguir. Sendo
que também tem que tentar entender a cabeça do jovem. O jovem gosta de ter liberdade e
têm jovens que quer nada com a vida. Tem que lidar com maneira diferente com eles, tem
vez que tem que passar por eles pra saber a cabeça deles.”

E10 PAULISTA- “Muita coisa, também tem que entender a gente que é jovem que as vezes a
gente fala uma opinião que eles não entendem, eles não dão força aí é bom que eles
entendessem né a gente.”

E11 PAULISTA- “Rapaz... Acho que bastante coisa, principalmente tentar se colocar no meio deles
para poder entender melhor como agente gosta das coisas como pensamos entre outros.”
17

E1 OLINDA- “ Deveria aprender a respeitar, saber entender eles e só.”

Nestas falas acima, percebemos que os estudantes revelam que a escola


precisa entendê-los, escutá-los, procurar se colocar no seu lugar, procurar
entender as suas mentalidades.
Nas escolas, nas ruas, muitos jovens querem ser ouvidos, porém não são
levados a sério. julgam que eles não têm experiência de vida para saber como a
vida funciona, mas tudo o que eles pedem é um futuro melhor.
A este respeito, Leão destaca:

Desconhecendo os sujeitos que agora compõe o corpo discente das


escolas e não estabelecendo o diálogo com os alunos, a escola mantém-
se distante dos estudantes e os deixa distantes dela, ao não reconhecer
suas práticas sociais, seus saberes e valores. A escola abriu as portas
aos novos alunos, porém não se adequou ainda à realidade do novo
público. Fechando os olhos para as transformações sociais ou não
sabendo como lidar com elas, o que se verifica é a individualização dos
problemas ou a patologização das diferenças. (LEÃO, 2011, p. 110)

Se a escola reconhecer-se como uma instituição social, construída por


sujeitos sócio-culturais, ou seja, jovens que pertencem e frequentam diferentes
grupos sociais e levam, para o espaço educativo, a sua visão de mundo, seus
valores morais, religiosos, as suas tradições e preconceitos, então, será capaz de
transformar a sua ação educativa. Mas é preciso oferecer em seus currículos
diversas experiências culturais no campo da sociabilidade juvenil.
A escola é considerada um espaço de transformação social, mas “a tradição
burocrática da escola é um fardo pesado que limita os ideais de uma escola
projetada para a liberdade e autonomia” (GADOTTI, 2010, p. 17).
Portanto não vem cumprindo com o seu papel que é de contribuir para a
construção de uma sociedade onde o cidadão, ao mesmo tempo em que se
transforma, contribui para a transformação do seu meio social. Isto acontece
porque a escola adota práticas dissociadas dos interesses e realidades dos jovens
e adolescentes e não os conduz a refletir e agir na sociedade com criticidade,
criatividade e responsabilidade.
É preciso que, enquanto escola, tenhamos coragem de fazer diferente na
vida dos nossos jovens. Ouvi-los em suas opiniões e decisões, torná-los
18

participativos na construção do currículo e orientá-los no que concerne à adoção


de atitudes de respeito e responsabilidade, quando se tratar da convivência deste
com a comunidade escolar. Também é preciso respeitar o aluno, sua condição de
classe, sua cultura, seus valores, sua linguagem, seus conhecimentos e seus
problemas.
Os primeiros contatos com jovens com uma organização que é capaz de
agrupar grande numeram de jovens com objetivos comuns é o Grêmio estudantil
que possibilita o diálogo destes grupos distintos por demandas que são parecidas.

A participação dos estudantes no Grêmio Estudantil propiciaria aos jovens,


ao longo de sua trajetória escolar, uma série de atributos, como por exemplo: a
vinculação com ideais coletivos em detrimento aos valores individuais, liderança,
boa articulação de idéias e pensamento crítico. Essa participação dos estudantes
na vida escolar é vista como uma forma de democratizar a gestão.
Os jovens entrevistados relatam que não têm voz na escola, eles não têm a
oportunidade de opinar, de falar, de se expressar, como podemos observar nas
falas de alguns estudantes:

E16 RECIFE “Porque muitos pensam que só porque a gente é jovem não tem maturidade pra falar
alguma coisa ou optar e ficar falando besteira”.

E20 RECIFE “É poder falar mesmo o que acha o que deve fazer ou não, porque não pode falar
muito né?”.

E13 PAULISTA É que às vezes as pessoas não nos levam em consideração é que agente tem
nossas opiniões, nossas qualidades e daí às vezes não nos levam a sério eles acham que
agente é uma brincadeira, não agente tá a ponto de chegar à fase adulta onde outros já
agem como tal como, por exemplo, eu trabalho, eu já tenho minha vida e eles acabam não
dando o mérito que a gente merece.

E16 RECIFE “Uma das dificuldades é que a gente não pode expor nossa opinião porque a gente
ser jovem, só porque a gente é novo não pode da uma opinião [...]”.

Depois de analisar essas falas, compreendemos que a maior dificuldade de


ser jovem na escola é não ter voz. Entretanto, muitos jovens querem ser ouvidos,
e pelo visto eles não são levados tão a sério. Mas tudo o que eles querem é ter
voz e participar ativamente, politicamente na escola.
19

Quando os jovens entrevistados foram questionados se a escola discute


temas que interessam à juventude, a maioria dos jovens respondeu que sim. E
com isso, exemplificaram alguns temas que são recorrentes nas discussões, como
por exemplo, assuntos da atualidade que envolve política, economia, drogas,
bulliyng entre outros. Como podemos observar nas falas de alguns jovens:

E18 RECIFE - Sim os acontecimentos que está havendo, discute na sala de aula faz debate.
E16 RECIFE - Sim, discute é... sobre política, sobre um monte de coisa que ta acontecendo...
E17 RECIFE - Sim, é... bulliyng, preconceito, racismo.

E3 OLINDA - Discute, a vida ela em si, todo ela como ensinamento, político, convívio de casa,
drogas, todas essas coisas.

E7 PAULISTA- Sim, as provas do ENEM que vêm por aí, assistimos palestras que nos ensinam e
a praticar mais novas atividades.

E10 PAULISTA- Sim, é tipo racismo debates, religiões também agente debate muito.

E11 PAULISTA- Discute principalmente sobre é peças teatrais, organizações feitas por outras
escolas para entretenimento desses jovens para que eles possam se misturar com outras
pessoas já ocorreu muito isso aqui.

E13 PAULISTA Sim, ela discute sim. Ela procura está sempre discutir temas que interessam aos
jovens como preconceito, internet e etc.

Percebe-se nas entrevistas que as escolas em geral discutem e estimulam


a participação deles no referente a debates em sala de aula e feiras culturais que
ocorrem na escola. Mais do que em qualquer outra época, a escola tem um papel
dos mais relevantes na difusão dessa cultura científica, pois o conhecimento e os
valores da cidadania são imprescindíveis para compreensão da vida cotidiana,
desenvolvimento do pensamento autônomo e inserção crítica na sociedade.
As feiras culturais são conhecidas como uma atividade pedagógica com
elevado potencial motivador do ensino e da prática no ambiente escolar. Com foco
nos jovens as feiras vêm constituindo uma oportunidade de aprendizagem e de
entendimento sobre as etapas da vida de um jovem.
O dilema que surge desta situação, é que se vivenciam situações de
preconceito, o que origina algumas vezes, dificuldades para a relação professor x
aluno.
20

Neste caso, às vezes é negado ao jovem aluno o direito a fala. Ouvir os


jovens de nossas escolas, fazer da escola um espaço de ampliação das
experiências dos estudantes do ensino médio é uma necessidade. Tem-se que
compreender as experiências e expectativas que o jovem que frequenta a escola
possui. Permitindo assim, entender seu próprio modo de ser, de agir e de pensar.
Dessa forma, é necessário a problematização da condição juvenil atual, sua
cultura, suas demandas e necessidades próprias. Trata-se de compreender suas
práticas e símbolos como a manifestação de um novo modo de ser jovem,
expressão das mutações ocorridas nos processos de socialização (DAYRELL,
2006).
Dentro desse contexto, as formas como os agentes que compõem a escola
recebem esses jovens-alunos podem inibir ou desenvolver a capacidade de
externar suas opiniões e sua participação. A valorização da opinião dos alunos e o
modo como lidar com esses momentos são importantes para a construção da
formação discente. Então:

A dimensão educativa e formativa da participação pode propiciar aos


jovens o desenvolvimento de habilidades discursivas, de convivência, de
respeito às diferenças e à liderança, dentre outras capacidades
relacionadas com o convívio na esfera pública (CARRANO; DAYRELL,
2014, p. 121).

O papel da escola em estimular momentos de discussões, debates e


problematizações torna-se importante para a valorização da opinião e maturidade
para lidar com elas. Ela também está incumbida em promover a participação dos
alunos em atividades culturais e políticas. Na escola de Paulista não se tem
participação política e cultural na escola, apenas dois estudantes destacam que
raramente ocorre a participação. Todos entrevistados da escola de Olinda
disseram que não há participação.

E16 RECIFE - “Então, podia estimular mais como eu te falei, eu acho que falta exatamente isso a
gente aproximar mais os alunos do que tá acontecendo na cultura, na política, no mundo lá
fora, deveria ter mais aproximação disso”

E17 RECIFE - “Não, políticas nem pensar se o professor tiver a opinião dele formada sim ele vai
ficar com a dele formada, e pra que a minha? Vai estudar tipo eu vou estudar se eu tiver
interesse pela política ou pra o que ta acontecendo na minha própria comunidade ou no
país, enfim tanto cultural quanto política”.
21

Através das falas dos entrevistados fica claro que a escola está distante do
que o jovem pensa e deseja. Essa realidade incentiva cada vez mais os jovens a
desejarem menos a escola e mais o mundo fora da escola. Além do mais, estes
jovens não querem fazer parte de como a escola está no presente. Apenas um,
dos 20 (vinte) jovens, participa de algum grupo na escola. Os motivos da não
participação são apenas dois: porque não tem ou porque eles não se interessam.
Referente a isso, as pesquisas recentes (Instituto Cidadania, 2003; Ação
Educativa, 2003; IBASE/POLIS, 2004; Santos Junior, 2004; UNESCO, 2005)
apontam que a participação dos jovens em entidades, associações e agremiações
é de baixa intensidade e acompanha tendência participativa do conjunto da
população brasileira. O Perfil da Juventude Brasileira (2003) aponta que, dos
jovens entrevistados, apenas 15% participa de algum tipo de grupo juvenil. Quase
metade desses jovens participa de grupos culturais, 4% deles de grupos religiosos
e a participação em partidos políticos não chegou a ser diferenciada em números
relativos, ficando agregada à categoria “outros”. Com isso, alguns jovens, mantêm
a motivação para a participação, porém, é um número reduzido que se encontra
disposto a fazê-lo em espaço escolar e também em torno de propostas cujos
significados não dialogam com as contemporâneas condições de vivência do
tempo da juventude.
No entanto entendemos que para esses jovens-alunos o modelo de escola
vivido por eles mostra-se atrasado em relação às condições juvenis construídas
socialmente, isto é, a escola não tem acompanhado os avanços e mudanças
culturais, estando presa a modelos e conceitos que para os jovens já estão
ultrapassados. Como exemplo disso, destacamos algumas falas referentes a
temas que a escola discute e que interessam à juventude:

E16 RECIFE “É porque os professores já passaram já pela época da gente, mas as coisas agora
são diferentes, o mundo mudou tudo mudou né, e agora a cabeça o mundo dos jovens é
diferente e ele tem que compreender um pouco o lado da gente, por eu sei que eles
passaram assim, foram jovens também tudinho, mas na época deles não era como agora
que há muitas coisas, na época eu acho que não envolvia essas coisas de drogas essas
coisas que, no mundo é violência tudo mais, aí pronto, da minha parte mesmo a
dificuldade que eu tenho é porque eu tenho uma filha, muitas vezes eu falto por causa
dela, e eu tive ela muito cedo né, aí pronto alguns compreendem e outros não”
22

E11 PAULISTA “Já volta pra sua pergunta anterior, a essa que você fez no caso, que é
exatamente isso de você colocar esses temas pra juventude sabe, a gente discute muito
sobre drogas, sobre o que não deve usar educação sexual, mas sei lá, tem tanta coisa
além disso sabe?”

Diante de todas as indagações e discussões acerca da Participação


Juvenil, iremos encerrar falando sobre quais as dificuldades de ser jovem na
escola. Quando adentramos na análise da relação jovem-aluno e escola,
especificamente da Cidade de Paulista, observamos que mais da metade dos
entrevistados dizem não fazer nada pela sua escola.
No entanto, o mais preocupante é o fato de que um número maior ainda
afirmar que a gestão da escola não permite que eles participem ativamente na
organização da escola. A falta do diálogo e parceria tem afastado cada vez mais o
jovem da escola.
A construção de um bom relacionamento entre os jovens-alunos com a
escola deve começar a ser vista como um processo dialógico, e não apenas como
regras e deveres a cumprir. Acreditamos que ouvir a voz da juventude é o inicio
para o exercício dialógico. Os jovens passam na escola boa parte do seu dia e
tem muito a contribuir. De acordo com as entrevistas, observamos que a maioria
dos entrevistados se sente à vontade na escola, o que significa que eles
constroem amizades, laços e intimidades suficientes para se sentirem assim.
Os jovens-alunos conhecem bem sua escola, seu funcionamento, suas
regras, suas limitações, seus espaços, o que pode ser aproveitado ou não. Para
eles a escola é o lugar que deve valorizar práticas inovadoras e interessantes, que
interajam com a comunidade escolar, que ocupem o espaço escolar com a
participação juvenil. Seguem algumas falas dos entrevistados sobre o que deveria
acontecer mais e sobre o que eles mais gostam da escola:

E13 PAULISTA “Eu acho que eles deviam incentivar a gente fazer mais coisa, incentivar mais a
arte, os esportes, fazer coisas com que façam com que os alunos olhem para escola não
só como um lugar de estudar, mas algo pra fazer a gente interagir com a escola e ter
história pra contar, tipo, eu fiz isso uma vez na escola, joguei bola pela escola, essas
coisas”.

E16 RECIFE “Eu gosto de aprender um assunto de verdade, quando eu consigo tirar minhas
dúvidas e poder ajudar alguém com determinado problema na matéria”
23

E1 OLINDA “Eu gosto, eu acho que da turma, tipo da bagunça do grupo, do meu grupo, do grupo
que eu convivo, do estar com as pessoas, e de aprender coisas novas”.

Observamos uma juventude querendo encontrar sentido à sua ida à


escola. Portanto a escola deve proporcionar mais que apenas a transmissão de
conteúdos. Deve investir em cultura, lazer, esportes, aulas práticas, pesquisa,
discussões, debates etc. Situações que esses jovens sintam-se representados e
possam aproveitar seu tempo na escola. E encontrar sentido nas aulas, nos
conteúdos, nas atividades e no cotidiano escolar.
Em nossa entrevista ao indagar aos jovens, sobre o que deveriam deixar de
ocorrer e o que eles não gostam da escola, responderam:

E17 RECIFE “É exigências sem necessidade, é porque há tantas coisas que não tem como, vai de
um simples grito que recebe pra pessoa parar de ta fazendo, parar de ta gritando, parar de
fazer alguma coisa que é fora do padrão de uma escola, até o modo de conquistar o aluno
pra que ele consiga aprender alguma coisa, não que tenha que ser sempre uma reta, mas
porque ele possa aprender por outros caminhos também, pra que invada o mundo do
aluno, invada o que ele passa”

E13 PAULISTA “Eu não gosto, não gosto de algumas aulas, que eu tenho que ficar quebrando a
cabeça e olhando pro livro pra aprender uma coisa que deveria vim de uma maneira mais
fácil de entender, e dos outros alunos poderem calar a boca que tem muita conversa, muita
coisa que atrapalha o meu desenvolvimento e de outros alunos”

E20 RECIFE- “A falta de professores e tem professores que não usam o livro didático a falta muito
grande que faz tem, acho que a todos os professores que não usam o livro, da mas não
usam”.

E1 OLINDA- “Que deveria tirar, a maioria dos professores, tem muitos professores que ficam
ausentados, deveria tirar os meninos que fuma cigarro”.

Percebe-se que nas falas dos estudantes da escola de Recife e Olinda, que
a falta de professores é a questão mais presente do que deveria deixar de ocorrer
na escola. Coincide também com a de Paulista e Recife sobre o excesso de
exigências da escola, principalmente de exigir aos alunos estudar o tempo todo na
escola, mas que deixem eles um pouco livres.
Como fechamento dessa análise compreende-se que para as escolas os
jovens não são tratados como atores com identidade própria. A instituição não
considera a diversidade entre as juventudes. Desta forma, essas dificuldades
24

ocupam grande espaço e geram diversas barreiras para que o jovem possa atuar
na mesma.

6. CONCLUSÃO

Concluímos que para os jovens pesquisados é importante que a escola os


valorize, sabendo lidar com suas singularidades. Contudo, é importante salientar
que os jovens querem que a escola construa oportunidades para eles, sem impor
muitos limites e regra. Para isso, a escola precisa, portanto, ser acolhedora, mais
dinâmica estimulando os alunos a se manifestarem, a organizarem atividades que
favoreçam o convívio fora da sala de aula, que a instituição também favoreça a
ação autônoma. Necessário incluir a participação juvenil na gestão escolar,
incentivando uma comunicação intensa e livre. Trabalhar na perspectiva do
diálogo com os estudantes tendo como referência as diversas culturas juvenis.
Desta forma a escola poderá cumprir seu papel principal de propiciar a
formação da “consciência crítica” necessária aos alunos para que eles conquistem
aprendizagem desejada pela escola, como também desenvolvam-se enquanto
cidadãos ativos..
Diante disso, vimos que a relação da juventude na escola deve ser tratada
como um desafio pela busca do entendimento e do respeito no intuito de
compreender o que significa ser jovem atualmente e como deve a escola se
relacionar com este jovem estudante. Perante as análises constata-se que a
escola precisa ser acolhedora, estimulando os alunos a se manifestarem, a
organizarem atividades que favoreçam o convívio, a ação autônoma e a
participação dos jovens, que proporcione e incentive uma melhor comunicação
livre, para que a escola trabalhe numa perspectiva do diálogo com os estudantes
tendo como referência as culturas e grupos juvenis das quais participam na
mesma. Visando assim, o desenvolvimento de suas capacidades, a ampliação e o
enriquecimento das identidades dos jovens.

Reconhecer o protagonismo juvenil como prática educativa é uma forma de


reconhecer que através da participação dos jovens é possível gerar mudanças na
realidade social.
25

Vimos durante o trabalho a importância de ter organizações participativas


no interior das escolas na qual ajudem na formação política dos jovens, e o quanto
é importante a escola manter esse contato com os jovens através de uma
organização que agrupa grande quantidade dos mesmos com objetivos comuns
como, por exemplo, o Grêmio estudantil que possibilita o diálogo destes grupos de
jovens estudantes com a escola.

Nesse sentido, seria função do processo educativo criar oportunidades que


pudessem garantir aos jovens uma vivência e um aprendizado para um futuro,
proporcionando ao jovem o envolvimento em projetos sociais e comunitários para
auxiliá-los na construção de projetos de vida.

Percebe-se através dos resultados que os jovens apresentam dificuldades


em apresentar o que eles esperam ou desejam da escola, mas que enfatizam que
precisam ser motivados a manter o interesse pela instituição. Os fatos analisados
mostram ainda que o jovem deseja participar da escola e ser protagonista no
cenário escolar. Com isso, a escola precisa entender o momento dos estudantes e
acatá-los com respeito, ouvi-los, escutar e dialogar com eles. De acordo com a
fala dos jovens, eles desejam sim, participar e ser atuante.

Deste modo, confirmamos que quando a escola reconhecer o jovem como


indivíduo de potencialidades e talentos e o seu currículo for mais interessante e
transmitido de forma dinâmica é que vai conseguir maior atenção e participação
dos seus alunos. Quando as relações forem ressignificantes para eles, a escola
terá sentido. O conhecimento de novas práticas educativas fará a grande
diferença para o jovem.

Esperamos Juventudes participativas enquanto alunos, jovens e cidadãos,


críticos, reflexivos e autônomos para intervir politicamente, culturalmente e
socialmente em seu tempo e espaço. Contudo, nas escolas pesquisadas
concluímos que este objetivo não está se concretizando pela inexistência do
diálogo da escola com a juventude.
26

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