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EDUCAÇÃO E TRABALHO, SOLIDARIEDADE nais que elegerem como provas de ingresso para acesso ao
E SEGURANÇA SOCIAL ensino superior. Sobre da avaliação, procede-se também
à clarificação das regras de funcionamento dos conselhos
de turma de avaliação, evitando, deste modo, a emissão
Portaria n.º 235-A/2018 de direito circulatório.
de 23 de agosto Destaca-se, por fim, a extinção da classificação final do
curso para efeitos de prosseguimento de estudos, afastando-
O Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, estabelece o -se a obrigatoriedade da realização dos exames nacionais
currículo do ensino básico e do ensino secundário, os prin- dos cursos científico-humanísticos por parte dos alunos que
cípios orientadores da sua conceção, operacionalização e concluem cursos profissionais, bem como o ajustamento da
avaliação das aprendizagens, de modo a garantir que todos fórmula de cálculo da classificação final do curso, tendo
os alunos adquiram os conhecimentos e desenvolvam as em vista valorizar as especificidades destes cursos em todas
capacidades e atitudes que contribuem para alcançar as as componentes de formação e aprova de aptidão profis-
competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da sional, separando-se a certificação do ensino secundário
Escolaridade Obrigatória. do acesso ao ensino superior e permitindo ultrapassar os
O referido decreto-lei confere autonomia curricular às constrangimentos relativos ao desenvolvimento dos cur-
escolas, materializada, entre outros aspetos, na possibili- sos profissionais enquadrados em regime provisório no
dade de gestão flexível das matrizes curriculares-base das Catálogo Nacional de Qualificações.
ofertas educativas e formativas, adequando-as às opções Assim:
curriculares de cada escola. Ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 9.º do Decreto-
Tendo por referência o Sistema Nacional de Qualifica- -Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro, alterado pelo
ções, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 Decreto-Lei n.º 14/2017, de 26 de janeiro, bem como no
de dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 14/2017, de n.º 2 do artigo 8.º e do n.º 6 do artigo 22.º do Decreto-Lei
26 de janeiro, pretende-se que os cursos profissionais, que n.º 55/2018, de 6 de julho, manda o Governo, pelos Secre-
conferem um nível 4 de qualificação do Quadro Nacional tários de Estado da Educação e do Emprego, o seguinte:
de Qualificações e correspondente nível do Quadro Euro-
peu de Qualificações, desenvolvam o perfil profissional
associado à respetiva qualificação do Catálogo Nacional CAPÍTULO I
de Qualificações, instrumento de gestão estratégica das
qualificações de nível não superior. Disposições gerais
A presente portaria vem regulamentar a oferta dos cursos
profissionais, concretizando a execução dos princípios Artigo 1.º
enunciados no Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, Objeto
definindo as regras e procedimentos de operacionaliza-
ção do currículo, bem como da avaliação e certificação 1 — A presente portaria procede à regulamentação dos
das aprendizagens, visando proporcionar aos alunos uma cursos profissionais de nível secundário de dupla certifi-
formação profissional inicial e aprendizagens diversifi- cação, escolar e profissional, a que se referem a alínea a)
cadas, de acordo com os seus interesses, com vista ao do n.º 1 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31
prosseguimento de estudos e ou à inserção no mercado de dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 14/2017, de
de trabalho. 26 de janeiro, que regula o Sistema Nacional de Qualifi-
No desenvolvimento da autonomia e flexibilidade curri- cações, e a alínea b) do n.º 4 do artigo 7.º do Decreto-Lei
cular conferida às escolas, especificam-se os procedimen- n.º 55/2018, de 6 de julho, tomando como referência a
tos de gestão da carga horária tendo em vista a organização matriz curricular-base constante do anexo VIII deste úl-
das suas matrizes curriculares. timo decreto-lei.
Estabelecem-se, também, os princípios de atuação e 2 — A presente portaria define ainda as regras e pro-
as normas orientadoras relativas ao desenvolvimento dos cedimentos da conceção e operacionalização do currículo
domínios de autonomia curricular, à organização e ao dos cursos previstos no número anterior, bem como da
funcionamento da componente de Cidadania e Desenvol- avaliação e certificação das aprendizagens, tendo em vista
vimento no quadro da Estratégia Nacional da Educação o perfil profissional associado à respetiva qualificação do
para a Cidadania, bem como à integração das disciplinas Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), conferente
de Português Língua Não Materna e de Língua Gestual do nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ)
Portuguesa. e correspondente nível do Quadro Europeu de Qualifica-
Definem-se, ainda, as condições que possibilitam aos ções (QEQ), bem como o Perfil dos Alunos à Saída da
alunos a adoção de um percurso formativo próprio, desig- Escolaridade Obrigatória.
nadamente através da substituição de disciplinas e com-
plemento de currículo. Artigo 2.º
As normas relativas à avaliação, enquanto parte inte- Âmbito de aplicação
grante do ensino e aprendizagem, são desenvolvidas em
conformidade com o estabelecido no referido Decreto-Lei 1 — A presente portaria aplica-se aos agrupamentos
n.º 55/2018, de 6 de julho, destacando-se a consagração de escolas e às escolas não agrupadas da rede pública,
da prova de aptidão profissional como instrumento de às escolas profissionais públicas e privadas, bem como
avaliação externa das aprendizagens, bem como a consi- aos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo,
deração da classificação da disciplina de Educação Física doravante designados por escolas, sem prejuízo do pre-
para efeitos de apuramento da classificação final do curso, visto, respetivamente, no Decreto-Lei n.º 92/2014, de 20
valorizando todas as disciplinas do currículo, garantindo-se de junho, alterado pela Lei n.º 69/2015, de 16 de julho, e
ainda a estes alunos a realização dos exames finais nacio- no Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 162 — 23 de agosto de 2018 4342-(3)
2 — As referências constantes da presente portaria aos j) «Unidade de formação de curta duração de bolsa»,
órgãos de direção, administração e gestão dos estabele- a UFCD que, apesar de necessária para completar uma
cimentos do ensino público, bem como às estruturas de qualificação, constitui uma unidade opcional, assumindo
coordenação e supervisão pedagógica, aplicam-se aos ór- um caráter não nuclear.
gãos e estruturas com competência equivalente, de acordo
com o regime jurídico aplicável aos diferentes estabeleci- Artigo 4.º
mentos de ensino.
Processo individual do aluno
Artigo 3.º 1 — O percurso escolar do aluno deve ser documentado
Definições
de forma sistemática no processo individual a que se refere
o artigo 11.º do Estatuto do Aluno e Ética Escolar.
Para efeitos de aplicação da presente portaria, e para 2 — O processo individual é atualizado ao longo do en-
além das definições constantes do artigo 3.º do Decreto-Lei sino secundário de modo a proporcionar uma visão global
n.º 396/2007, de 31 de dezembro, na sua redação atual, do percurso do aluno, facilitando o seu acompanhamento
e do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 55/2018, 6 de julho, e permitindo uma intervenção adequada.
entende-se por: 3 — A atualização do processo previsto no número an-
terior é da responsabilidade do diretor de turma.
a) «Acumulação de pontos de crédito», o processo atra-
4 — O processo individual do aluno acompanha-o sem-
vés do qual o indivíduo reúne créditos obtidos através da
pre que este mude de escola, sendo a escola de origem a
certificação de aprendizagens num percurso de qualifica-
responsável pela sua disponibilização à escola de destino.
ção, nos termos da Portaria n.º 47/2017, de 1 de fevereiro,
5 — Do processo individual do aluno, que contém os
que regula o Sistema Nacional de Créditos do Ensino e
seus dados de identificação, devem constar todos os ele-
Formação Profissionais;
mentos que assinalem o seu percurso e a sua evolução,
b) «Articulação curricular», a interligação, realizada a
designadamente:
diferentes níveis e modos de interação, de saberes oriun-
dos das componentes de formação e disciplinas, numa a) O contrato de formação;
perspetiva de articulação horizontal e ou vertical, tendo b) Fichas de registo de avaliação, resultantes da avalia-
por objetivo a construção progressiva de conhecimento ção interna, incluindo a identificação e classificação final
global; das disciplinas, módulos, UFCD e da componente de for-
c) «Autopropostos», os candidatos à realização de exa- mação em contexto de trabalho, assim como a identificação
mes finais nacionais admitidos sem Classificação Interna da entidade de acolhimento em que esta decorreu;
Final (CIF); c) No âmbito da avaliação externa, a identificação do
d) «Contrato de formação», o instrumento que estabe- projeto da Prova de Aptidão Profissional (PAP) e respetiva
lece a organização e regras inerentes à frequência do curso, classificação final;
assinado no início do ciclo de formação pelo órgão com- d) Relatórios médicos e ou de avaliação psicológica,
petente da escola e pelo aluno e, ainda, pelos pais ou en- quando existam;
carregados de educação, caso o aluno seja menor de idade; e) Relatório técnico-pedagógico, programa educativo
e) «Entidades de acolhimento», entidades externas à individual e identificação das áreas curriculares específi-
escola, designadamente empresas ou outras organizações, cas, quando aplicável;
responsáveis por assegurar aos alunos a formação em con- f) Registo da participação em representação dos pares
texto de trabalho, de acordo com o plano de trabalho indi- em órgãos da escola e em atividades ou projetos, desig-
vidual previamente definido; nadamente culturais, artísticos, desportivos, científicos
f) «Equipas educativas», o grupo de docentes e forma- e no âmbito do suporte básico de vida e de Cidadania e
dores que lecionam às mesmas turmas as diversas compo- Desenvolvimento, entre outros de relevante interesse social
nentes de formação, disciplinas e Unidades de Formação desenvolvidos na escola;
de Curta Duração (UFCD), trabalhando em conjunto nas g) Outros que a escola considere adequados.
diferentes fases do processo de ensino e aprendizagem,
bem como de avaliação, com vista à adoção de estratégias 6 — O disposto nos números anteriores está sujeito
que permitam rentabilizar tempos, instrumentos e agilizar aos limites constitucionais e legais, designadamente ao
procedimentos; previsto na legislação sobre proteção de dados pessoais,
g) «Opções curriculares», as diferentes possibilidades no que diz respeito ao acesso e tratamento desses dados e
de organização e gestão, à disposição da escola, a imple- ao sigilo profissional.
mentar de acordo com as prioridades por ela definidas,
no contexto da sua comunidade educativa, decorrentes da CAPÍTULO II
apropriação do currículo e do exercício da sua autonomia,
que permitem a consecução das áreas de competências do Currículo dos cursos profissionais
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória;
h) «Pontos de crédito»,a expressão numérica do peso SECÇÃO I
global dos resultados de aprendizagem associados a uma
qualificação e do peso específico de cada unidade de qualifi- Conceção e operacionalização do currículo
cação, nos termos da Portaria n.º 47/2017, de 1 de fevereiro;
i) «Trabalho interdisciplinar», a interseção curricular, Artigo 5.º
estabelecendo articulação entre aprendizagens de várias
Objetivos
componentes de formação, disciplinas e UFCD, abordadas
de forma integrada, privilegiando uma visão globalizante Os cursos profissionais visam proporcionar aos alunos
dos saberes; uma formação profissional inicial e aprendizagens diver-
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b) Disciplina da formação específica dos cursos 7 — O plano a que se referem os números anteriores
científico-humanísticos. deve, obrigatoriamente, identificar:
g) Assegurar que os alunos se encontram cobertos por professores ou formadores da componente de formação
seguro em todas as atividades da FCT; tecnológica.
h) Assegurar, em conjunto com as entidades de acolhi-
mento e os alunos, as condições logísticas necessárias à Artigo 18.º
realização e ao acompanhamento da FCT.
Regulamento da componente de formação
em contexto de trabalho
2 — São responsabilidades específicas do orientador
da FCT: 1 — A FCT rege-se, em todas as matérias não previstas
na presente portaria ou noutra legislação aplicável, por
a) Elaborar o plano de trabalho do aluno, em articulação regulamento específico, aprovado pelos órgãos compe-
com o diretor de curso e, quando for o caso, com os demais tentes da escola, sendo este parte integrante do respetivo
órgãos de coordenação e supervisão pedagógica da escola, regulamento interno.
bem como com os restantes professores e formadores do
2 — O regulamento da FCT define, entre outras, as
curso e o tutor designado pela entidade de acolhimento;
seguintes matérias:
b) Acompanhar a execução do plano de trabalho do
aluno, nomeadamente através de deslocações periódicas, a) Os direitos e deveres de todos os intervenientes;
pelo menos duas vezes por período de FCT, aos locais em b) O regime aplicável às modalidades efetivamente
que a mesma se realiza; encontradas pela escola para a operacionalização da FCT;
c) Avaliar, em conjunto com o tutor designado pela c) A fórmula de apuramento da respetiva classificação
entidade de acolhimento, o desempenho do aluno; final, incluindo o peso relativo a atribuir às suas diferentes
d) Acompanhar o aluno na elaboração dos relatórios modalidades ou etapas de concretização;
da FCT; d) Os critérios de designação do orientador da FCT,
e) Propor ao conselho de turma de avaliação, ouvido o responsável pelo acompanhamento dos alunos.
tutor, a classificação do aluno na FCT.
Artigo 19.º
3 — São responsabilidades específicas da entidade de
acolhimento: Planeamento curricular
de formação, disciplina, módulos, e UFCD, bem como do 2 — Cabe ao diretor definir os procedimentos adequa-
órgão de administração e gestão e dos órgãos de coorde- dos para assegurar a circulação, em tempo útil, da infor-
nação e supervisão pedagógica da escola. mação relativa aos resultados e desempenhos escolares,
5 — Compete ao órgão de administração e gestão, com a fim de garantir as condições necessárias para que os
base em dados regulares da avaliação das aprendizagens encarregados de educação e os alunos possam participar
e noutros elementos apresentados pelo diretor de turma, na melhoria das aprendizagens.
bem como pela equipa multidisciplinar prevista no Decreto- 3 — A partir da informação individual sobre o desempe-
-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, mobilizar e coordenar os nho dos alunos e da informação agregada, nomeadamente
recursos educativos existentes, com vista a desencadear dos relatórios com resultados e outros dados relevantes ao
respostas adequadas às necessidades dos alunos. nível da turma e da escola, os professores e formadores e os
6 — As respostas às necessidades dos alunos, enquanto demais intervenientes no processo de ensino e aprendizagem
medidas de promoção do sucesso educativo, devem ser pe- devem implementar rotinas de avaliação sobre as suas práti-
dagogicamente alinhadas com evidências do desempenho, cas pedagógicas com vista à consolidação ou reajustamento
assumindo, sempre que aplicável, um caráter transitório. de estratégias que conduzam à melhoria das aprendizagens.
7 — O órgão de administração e gestão deve ainda ga- 4 — A análise a que se refere o número anterior deve ter
rantir o acesso à informação e assegurar as condições de em conta os indicadores considerados relevantes, desig-
participação dos alunos e dos pais ou encarregados de nadamente as taxas de retenção e desistência, progressão
educação, dos professores e formadores e de outros pro- e conclusão, numa lógica de melhoria de prestação do
fissionais intervenientes no processo, nos termos definidos serviço educativo.
no regulamento interno.
5 — No processo de análise da informação devem
valorizar-se abordagens de complementaridade entre os
Artigo 22.º
dados da avaliação interna e os gerados pela avaliação
Critérios de avaliação externa, nomeadamente os decorrentes da PAP, visando
1 — Até ao início do ano letivo, o conselho pedagógico da uma leitura abrangente do percurso de aprendizagem do
escola, enquanto órgão regulador do processo de avaliação aluno, designadamente no contexto específico da escola.
das aprendizagens, define, no âmbito das prioridades e opções 6 — Do resultado da análise devem decorrer processos
curriculares, e sob proposta dos departamentos curriculares, de planificação das atividades curriculares e extracurricu-
os critérios de avaliação tendo em conta, designadamente: lares que, sustentados pelos dados disponíveis, visem me-
lhorar a qualidade das aprendizagens, combater o abandono
a) O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obri- escolar e promover o sucesso educativo.
gatória; 7 — Os resultados do processo mencionado nos n.os 3, 4
b) As Aprendizagens Essenciais, quando aplicável; e 5 são disponibilizados à comunidade escolar pelos meios
c) Os perfis profissionais e referenciais de formação considerados adequados.
associados às respetivas qualificações constantes no CNQ;
d) Os demais documentos curriculares respeitantes a SUBSECÇÃO II
cada curso profissional, visando, quando aplicável, a con-
solidação, aprofundamento e enriquecimento das Apren- Avaliação interna e externa
dizagens Essenciais.
Artigo 24.º
2 — Nos critérios de avaliação deve ser enunciado um Avaliação interna
perfil de aprendizagens específicas no âmbito de cada com-
ponente de formação, integrando descritores de desempenho, 1 — A avaliação interna das aprendizagens compreende,
em consonância com o disposto no número anterior. de acordo com a finalidade que preside à recolha de infor-
3 — Os critérios de avaliação devem traduzir a impor- mação, as modalidades formativa e sumativa.
tância relativa que cada um dos domínios e temas assume 2 — A avaliação interna das aprendizagens é da res-
nas Aprendizagens Essenciais, quando aplicável, e nos ponsabilidade dos professores, formadores e dos órgãos
demais documentos curriculares, designadamente no que de administração e gestão e de coordenação e supervisão
respeita à valorização da competência da oralidade e à pedagógica da escola.
dimensão prática e ou experimental das aprendizagens a 3 — Na avaliação interna são envolvidos os alunos,
desenvolver. privilegiando-se um processo de autorregulação das suas
4 — Os critérios de avaliação constituem referenciais aprendizagens.
comuns na escola para cada curso profissional, sendo ope- 4 — O tutor intervém também na avaliação interna das
racionalizados pelo conselho de turma. aprendizagens, no âmbito da FCT.
5 — O órgão de administração e gestão deve garantir
a divulgação dos critérios de avaliação junto dos diversos Artigo 25.º
intervenientes, em especial dos alunos e dos pais ou en-
carregados de educação. Avaliação formativa
1 — A avaliação formativa, enquanto principal mo-
Artigo 23.º dalidade de avaliação, integra o processo de ensino e de
Registo, tratamento e análise da informação aprendizagem fundamentando o seu desenvolvimento.
2 — Os procedimentos a adotar no âmbito desta moda-
1 — As informações relativas a cada aluno decorrentes lidade de avaliação devem privilegiar:
das diferentes modalidades de avaliação devem ser objeto de
registo, nos termos a definir pelos órgãos de administração e a) A regulação do ensino e das aprendizagens, através da
gestão e de coordenação e supervisão pedagógica da escola. recolha de informação que permita conhecer a forma como
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se ensina e como se aprende, fundamentando a adoção e o 3 — A classificação de cada módulo e UFCD, a atribuir
ajustamento de medidas e estratégias pedagógicas; a cada aluno, é proposta pelo professor ou formador ao
b) O caráter contínuo e sistemático dos processos ava- conselho de turma de avaliação, para deliberação, sendo
liativos e a sua adaptação aos contextos em que ocorrem; os momentos de realização da avaliação, no final de cada
c) A diversidade das formas de recolha de informação, módulo e UFCD, acordados entre o professor ou formador
recorrendo a uma variedade de procedimentos, técnicas e e o aluno ou grupo de alunos, tendo em conta as realizações
instrumentos adequados às finalidades que lhes presidem, e os ritmos de aprendizagem dos alunos.
à diversidade das aprendizagens, aos destinatários e às 4 — Nas disciplinas cuja organização não obriga a uma
circunstâncias em que ocorrem. estrutura modular, a classificação final da disciplina é
atribuída após a sua conclusão, aplicando-se os demais
3 — Na recolha de informação sobre as aprendizagens, procedimentos previsto no número anterior.
com recurso à diversidade e adequação de procedimentos, 5 — Do disposto nos números anteriores não pode re-
técnicas e instrumentos de avaliação, devem ser prosse- sultar uma diminuição do reporte aos alunos e aos pais ou
guidos objetivos de melhoria da qualidade da informação encarregados de educação sobre a avaliação das apren-
a recolher. dizagens, devendo ser garantida, informação sobre a sua
4 — A melhoria da qualidade da informação recolhida evolução, incluindo as áreas a melhorar ou a consolidar,
exige a triangulação de estratégias, técnicas e instrumen- a inscrever na ficha de registo de avaliação.
tos, beneficiando com a intervenção de mais do que um 6 — No que se refere à FCT, a avaliação é da respon-
avaliador. sabilidade conjunta do tutor da entidade de acolhimento
e do orientador da FCT, que deve propor a classificação
Artigo 26.º ao conselho de turma de avaliação.
7 — A avaliação sumativa expressa-se numa escala
Avaliação sumativa de 0 a 20 valores e, sempre que se considere relevante, é
1 — A avaliação sumativa consubstancia um juízo glo- acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evo-
bal sobre as aprendizagens desenvolvidas pelos alunos nas lução da aprendizagem do aluno, incluindo as áreas a me-
diferentes disciplinas, módulos, UFCD e na FCT. lhorar ou a consolidar, a inscrever, sempre que aplicável,
2 — A avaliação sumativa traduz a necessidade de in- na ficha de registo de avaliação.
formar alunos e pais ou encarregados de educação sobre 8 — Exceciona-se do disposto no número anterior
o estado de desenvolvimento das aprendizagens. Cidadania e Desenvolvimento, que,em caso algum, é ob-
3 — Esta modalidade de avaliação traduz ainda a to- jeto de avaliação sumativa.
mada de decisão sobre o percurso escolar do aluno. 9 — A participação nos projetos desenvolvidos no âm-
4 — A coordenação do processo de tomada de decisão bito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento é objeto
relativa à avaliação sumativa, garantindo a sua natureza de registo anual no certificado do aluno.
globalizante e o respeito pelos critérios de avaliação refe- 10 — As aprendizagens desenvolvidas pelos alunos no
ridos no artigo 22.º, compete ao diretor de turma. quadro das opções curriculares, nomeadamente dos DAC
5 — A avaliação sumativa processa-se de acordo com a que se refere o artigo 9.º, são consideradas na avaliação
o previsto nos artigos 27.º e 37.º das respetivas disciplinas, módulos, UFCD ou da FCT.
6 — Aos alunos e encarregados de educação deve ser
garantida informação regular sobre a sua evolução, in- Artigo 28.º
cluindo as áreas a melhorar ou a consolidar, a inscrever Avaliação externa
na ficha de registo de avaliação.
7 — O aluno pode requerer, em condições a fixar pelos 1 — A avaliação externa das aprendizagens deve con-
órgãos competentes da escola, a avaliação dos módulos e templar a avaliação da capacidade de mobilização e de
UFCD não concluídos. integração de todos os conhecimentos, aptidões, atitudes
8 — A avaliação sumativa sobre a FCT observa, ainda, e competências profissionais, sendo realizada, em com-
o disposto nos artigos 16.º a 18.º plemento da avaliação interna das aprendizagens, através
da PAP.
Artigo 27.º 2 — A natureza externa da PAP é assegurada pela inte-
gração no júri de personalidades externas, de reconhecido
Formalização da avaliação sumativa mérito na área da formação profissional ou dos setores de
1 — A avaliação sumativa é formalizada pelo conselho atividade afins ao curso e outros representantes do setor do
de turma de avaliação, nos termos do artigo 37.º, tendo as respetivo curso, realizando-se a prova nos termos previstos
seguintes finalidades: nos artigos 29.º a 33.º
3 — Os alunos dos cursos regulados pela presente por-
a) Apreciação global das aprendizagens desenvolvidas taria podem candidatar-se, na qualidade de alunos auto-
pelo aluno e do seu aproveitamento ao longo do ano; propostos, à realização de exames finais nacionais que
b) Atribuição de classificação final nas diferentes dis- elegerem como provas de ingresso para acesso ao ensino
ciplinas, módulos, UFCD e na FCT,já concluídos pelo superior.
aluno. 4 — Aos alunos abrangidos por medidas universais,
seletivas ou adicionais, aplicadas no âmbito do regime
2 — A avaliação sumativa é da responsabilidade conjunta jurídico da educação inclusiva, aprovado pelo Decreto-Lei
e exclusiva dos professores e formadores que compõem o n.º 54/2018, de 6 de julho, que realizem os exames finais
conselho de turma, sob critérios aprovados pelo conselho nacionais nos termos do número anterior são garantidas,
pedagógico de acordo com o disposto no artigo 22.º, sem se necessário, adaptações no processo de realização dos
prejuízo do disposto nos números seguintes. mesmos.
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da turma e reúne, pelo menos, três vezes em cada ano 8 — O órgão de administração e gestão da escola pode
letivo. determinar a repetição da reunião do conselho de turma,
2 — Compete ao conselho de turma: sempre que considere ser necessário, informando sobre os
motivos que fundamentam tal determinação.
a) Apreciar a proposta de classificação apresentada por
9 — Se, após a repetição da reunião, subsistirem fac-
cada professor ou formador, tendo em conta as informações
que a suportam e a situação global do aluno; tos que, no entender do diretor da escola, impeçam a
b) Deliberar sobrea classificação final a atribuir nas ratificação da deliberação do conselho de turma, deve
diferentes disciplinas, módulos, UFCD e na FCT, já con- a situação ser apreciada em reunião do conselho peda-
cluídos pelo aluno. gógico.
seja, profissões cujo exercício requer o cumprimento de ção em vigor que o não contrarie e, quando se justifique,
um conjunto de requisitos determinados pela Autoridade através das orientações definidas pela ANQEP, I. P.
Competente para a verificação do cumprimento dos requi- 4 — As matérias não expressamente contempladas nos
sitos, está condicionada à utilização do respetivo referen- regulamentos e orientações a que se referem os números
cial de formação do CNQ e a parecer favorável daquela anteriores são previstas nos regulamentos internos das
Autoridade, após verificação das condições necessárias à escolas.
sua realização.
Artigo 46.º
Artigo 44.º Norma transitória
Organização do ano escolar As portarias de criação dos cursos profissionais regu-
1 — A organização do ano escolar respeita o calendário lados pela Portaria n.º 550-C/2004, de 21 de maio, com
escolar definido por despacho do membro do Governo as alterações introduzidas pela Portaria n.º 797/2006, de
responsável pela área da educação para os estabelecimentos 10 de agosto, mantêm a sua vigência até à conclusão do
públicos do ensino secundário, que pode prever regras es- processo de referenciação do respetivo curso no CNQ,
pecíficas para o funcionamento dos cursos profissionais. previsto pelo Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro,
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o na sua redação atual.
ano escolar é organizado de modo que sejam cumpridas, Artigo 47.º
no mínimo, duas interrupções das atividades escolares de Norma revogatória
duração não inferior a seis dias úteis seguidos, coincidentes
com o Natal e com a Páscoa, e uma terceira, por período É revogada a Portaria n.º 74-A/2013, de 15 fevereiro,
nunca inferior a 22 dias úteis seguidos, a ocorrer, em cada na sua redação atual, de acordo com a calendarização de
ano escolar, entre a segunda semana do mês de julho e a produção de efeitos fixada no artigo seguinte.
primeira do mês de setembro.
3 — As atividades formativas, bem como todos os pro- Artigo 48.º
cedimentos de avaliação sumativa previstos para a conclu- Produção de efeitos
são do plano de estudos, respeitantes aos alunos que, no
ano letivo imediatamente seguinte, pretendam prosseguir 1 — A presente portaria produz efeitos a partir do ano
estudos, devem estar concluídos em tempo útil compatível letivo de:
com a continuidade dos percursos formativos pretendidos a) 2018/2019, no que respeita ao 1.º ano do ciclo de
pelos alunos. formação;
b) 2019/2020, no que respeita ao 2.º ano do ciclo de
Artigo 45.º formação;
Regulamentação e orientações complementares c) 2020/2021, no que respeita ao 3.º ano do ciclo de
formação.
1 — No desenvolvimento do currículo dos cursos pro-
fissionais, compete à ANQEP, I. P.: 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, às tur-
a) Definir as disciplinas que constituem a componente mas das escolas abrangidas pelo Despacho n.º 5908/2017,
de formação científica, de acordo com a especificidade de 5 de julho de 2017, são aplicáveis as disposições da
de cada curso; presente portaria nos termos seguintes:
b) Promover a elaboração das Aprendizagens Essenciais a) 2018/2019, no que respeita ao 2.º ano do ciclo de
e dos demais documentos curriculares das disciplinas que formação;
integram as componentes de formação sociocultural e cien- b) 2019/2020, no que respeita ao 3.º ano do ciclo de
tífica dos cursos profissionais, a homologar pelo membro formação.
do Governo responsável pela área da educação; Artigo 49.º
c) Definir as orientações metodológicas, no âmbito do
processo de referenciação faseado dos cursos profissionais Entrada em vigor
no CNQ, previsto pelo Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao
de dezembro, na sua redação atual, mediante Circular a da sua publicação.
publicitar anualmente;
d) Definir as orientações metodológicas para o registo O Secretário de Estado da Educação, João Miguel Mar-
e atribuição de pontos de crédito pelas escolas, no âmbito ques da Costa, em 22 de agosto de 2018. — O Secretário
do disposto na Portaria n.º 47/2017, de 1 de fevereiro. de Estado do Emprego, Miguel Filipe Pardal Cabrita, em
23 de agosto de 2018.
2 — A afetação do exercício dos cargos e funções pre-
vistos na presente portaria no horário de trabalho dos do- ANEXO I
centes, bem como outras condições de funcionamento não
(a que se refere o n.º 2 do artigo 10.º)
previstas na presente portaria, são reguladas por despacho
do membro do Governo responsável pela área da educação, Constituem domínios da estratégia de educação para
de acordo com o regime jurídico aplicável aos diferentes a cidadania:
estabelecimentos de ensino.
a) Domínios obrigatórios a desenvolver:
3 — As matérias não previstas na presente portaria, ou
não expressamente remetidas para regulamentação subse- i) Direitos humanos (civis e políticos, económicos, so-
quente, são resolvidas mediante aplicação da regulamenta- ciais e culturais, e de solidariedade);
Diário da República, 1.ª série — N.º 162 — 23 de agosto de 2018 4342-(17)
ANEXO II
Matemátic
Geometri História
Disciplinas da Análise e História da Biologia e Economia
Física e
Geografia a da Cultura Matemátic Matemátic
a aplicada
Psicologia
Geometria Biologia Física Química História A às Química Sociologia
componente de formação Técnicas de
Descritiva A
Cultura e Matemática
(anual)
Geologia A
(anual) A
A Descritiva
(trienal)
e das aA aB
Ciências
B
(anual) (anual)
Composição das Artes (bienal) (bienal) (bienal) A Artes (trienal) (bienal) (anual)
científica (bienal)
(bienal) (bienal)
Sociais
(bienal)
Biologia (150 h) ¥
Biologia (100 h) ¥ ¥
Biologia e Geologia ¥
Economia ¥
Física (100 h) ¥ ¥
Física (200/150 h) ¥
Física e Química
Cursos profissionais
(200/150/100 h) ¥
Química (100 h) ¥ ¥
Química (200/150 h) ¥
Geografia (300/200 h) ¥
Geometria Descritiva ¥ ¥
História da Cultura e das
Artes ¥ ¥ ¥
Matemática (300/200 h) ¥ ¥
Matemática (100 h) ¥ ¥ ¥ ¥
Psicologia (100 h) ¥
Sociologia (100 h) ¥
Teoria e Análise Musical ¥
111605059