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O Canto Coral Como Forma de Educação Musical: Uma Análise do Coral Infantil da
Escola Luiz Guedes Alcoforado.
SANTOS, J. A. Peleja e Festa: vaquejadas em nossa senhora da Glória – Se (1970 – 2000) – recontando a ocupação
do Sertão sergipano, In: Revista Eletrônica da FJAV - ANO IV – nº 06 , setembro 2011. pp. 44-64 disponível
no endereço eletrônico: http://fjav.com.br/revista/Downloads/RevistaEletronica6Edicao.pdf acessado no dia Ana Mônica Guedes Dantas Alves
03/04/2012 às 18:00hs.
Universidade Federal do Ceará
monica.ufc.93@gmail.com
SANTOS, L. A. OLIVA, T. A. Para Conhecer a História de Sergipe. Aracaju, Opção Gráfica, 1998. Maria Goretti Herculano Silva
Universidade Federal do Ceará
goherculano@hotmail.com
SWANWICK, K. (2003). Ensinando música musicalmente. São Paulo: Moderna.
Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo analisar o coral infantil da Escola Luiz Guedes Alcoforado em Araripe-
VIEIRA, N. S. Cultura de vaqueiro: o sertão e a musica dos vaqueiros Nordestinos. Trabalho apresentado no III CE, refletindo a importância de se desenvolver uma atividade como essa no contexto da educação musical. Pretende-
ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado entre os dias 23 a 25 de maio de 2007, se compreender de que forma o canto coral tem contribuído para o ensino de música nesta escola e de que maneira
na Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil. Disponível no endereço eletrônico: http://www.cult. são realizadas as atividades. A análise teórica nos permite afirmar a relevância desse fazer musical no âmbito escolar.
ufba.br/enecult2007/NataSilvaVieira.pdf Acessado no dia 04/11/2011 às 10hshs.
Introdução
A prática musical coletiva, em especial o canto coral, é uma atividade de grande importância no contexto
da educação musical. Nesse sentido surgiu o coral infantil da Escola Luiz Guedes Alcoforado no município de
Araripe. O coral conta com a participação de 30 alunos do ensino fundamental menor (1º ao 5º ano). As atividades
iniciaram-se em abril de 2011 com reuniões semanais partindo da ideia de que o canto coletivo pode contribuir de
forma significativa para a musicalização dos alunos, bem como para a ampliação e desenvolvimento das habilidades
artísticas.
A escola ainda não se adaptou a lei nº 11.769, que determina a música como conteúdo obrigatório em
toda a educação básica, pois a mesma ainda não possui recursos suficientes, nem professores habilitados para isto.
Tendo em vista as dificuldades em relação à música no ensino regular, torna-se necessário observar a escola como um
todo, de modo a perceber os benefícios do canto coral para esta comunidade escolar e de que forma esta atividade se
destaca no contexto educativo-musical.
Daí vem toda importância da experiência coral na escola, como forma de se fazer música com uma
participação ativa dos indivíduos. O coro representa a oportunidade de construção coletiva do fazer musical através
do corpo (SCHIMITI, 2003). Nessa perspectiva o presente artigo objetiva-se analisar as práticas desenvolvidas no
coral infantil da escola Luiz Guedes Alcoforado refletindo os aspectos relevantes para a educação e musicalização
dos alunos participantes.
Para realizar esta análise foram utilizados como base autores (as) como Loureiro (2010), cujo trabalho
é voltado para a situação do ensino de música na escola brasileira; Schimiti (2003) que destaca a importância de um
Villa Lobos ao introduzir o canto orfeônico, de certa forma abriu a concepção de ensino
de música tanto para crianças como para grandes massas. Através de sua prática, pode-se
perceber que a sua intenção, além de ser cívica e disciplinadora, era também de formar
público e divulgar a música brasileira. O processo de ensino neste período pretendia
musicalizar tanto pela prática como pela teoria da música, atendendo a toda a população
estudantil. Pode-se observar, nesta postura, que existe uma semente de abertura do conceito O coral infantil na Escola Luiz Guedes Alcoforado
de educação musical, embora silenciosa.
O coral surgiu em abril de 2011, através de um projeto que visa implantar a música como disciplina na escola.
Conta com cerca de 30 alunos do ensino fundamental de 1º a 5º ano, com uma faixa etária de 6 a 9 anos. Uma vez
por semana acontecem as reuniões e o coral se apresenta em eventos escolares e datas comemorativas. Os encontros
Com isso a prática do canto nas escolas gerou uma nova forma de educação musical de um jeito muito
e ensaios não são apenas para cantar. É desenvolvido todo um trabalho de técnica e preparação vocal direcionada a
abrangente trazendo assim mudanças e inovações no cenário educacional, abrindo espaço também para a divulgação
voz das crianças, e são realizadas aulas sobre o som e a voz. As atividades são voltadas para a educação musical e isso
da música brasileira. Nesse âmbito percebe-se que o canto coral foi uma das formas mais relevantes de se fazer
promove aos alunos uma vivência, despertando a criatividade e percepção, articulando também as outras artes já que,
música na escola. Loureiro (2003) ressalta que essa nova concepção de arte-educação incorporou propostas de uma
escola renovada e uma nova metodologia seria introduzida para o ensino de música com base num processo ativo de
A educação musical não pode estar dissociada das práticas cotidianas dos alunos, uma vez
ensino-aprendizagem que favorecesse o aluno. que atividades musicais que envolvem o canto, a dança, o movimento e a improvisação já
fazem parte do ambiente de crianças e jovens (...). São manifestações de grande valor que
A partir daí podemos afirmar que o coral está inserido num contexto ativo que beneficia e promove a integração e merecem ser consideradas na formação cultural e educativa dos alunos e dessa forma com
participação das crianças. Segundo Schimiti (2003, p.1) “podemos fazer música de muitas formas, mas em nenhuma reais possibilidades de constituírem uma vertente fundamental do ensino. (Loureiro 2010,
p.144)
delas se participa tão ativamente do “fazer musical”, nenhuma delas é tão eficaz quanto o ato de cantar.” Mas para que
esta atividade tenha um efeito realmente educativo-musical devemos ressaltar a importância de se ter um compromisso
com relação ao que está sendo proposto às crianças, é necessário também um preparo especial do educador e uma Mas sabemos que a busca por um currículo inovador requer motivação no desenvolvimento de novas propostas e
vivência musical de forma a perceber que procedimentos devem ser adotados para musicalizar as crianças através do na realização de atividades e atitudes que visem, principalmente, proporcionar um gosto e um senso crítico-musical
canto, pois: nos alunos. Assim deve-se analisar cuidadosamente que tipo de consciência musical as atividades de canto podem
gerar nas crianças que participam e qual o papel da música neste contexto. Para realizar esta análise foram feitas
observações dos ensaios do coral e foram coletados alguns depoimentos de alunos e do núcleo gestor da escola.
Palavras dos Alunos e Núcleo Gestor O canto abrange espaços bem mais relevantes que vão desenvolver outras habilidades principalmente nas
crianças. Mas para que tenha um real efeito é preciso ser desenvolvido um trabalho que contemple os alunos de forma
Durante as observações das reuniões do coral infantil foram coletados depoimentos de alguns alunos e do que estes também possam sentir e adquirir uma vivência na música. E só a partir daí podemos considerar que esta
núcleo gestor da escola sobre o desenvolvimento do canto coletivo na escola e qual a opinião de cada um a respeito. atividade transforma o âmbito escolar. Pode-se concluir que o coral da Escola Luiz Guedes Alcoforado está a cada dia
Aos alunos foram propostos os seguintes questionamentos: buscando crescer dessa forma. Promovendo a integração dos alunos, tentando musicalizar e proporcionar uma nova
forma de se fazer música e acreditando também que a partir desta iniciativa as crianças desta escola possam absorver
* Você gosta de fazer parte do coral?
mais conhecimentos buscando não só apenas cantar, mas acima de tudo despertar para um novo conceito artístico e
* É uma atividade importante? educativo-musical.
É de extrema importância analisar neste contexto as respostas dadas pelos alunos. Elas indicam os possíveis
efeitos que o coral está proporcionando para a aprendizagem das crianças. Algumas das principais respostas foram:
“Gosto do coral. A gente canta, faz exercícios, tem que soltar a voz. Eu aprendi que a música transforma o nosso
corpo.” (Aluna I, 7 anos)
“É muito legal. Estou sempre aprendendo novas músicas.” (Aluno II, 7 anos)
“A gente canta no coral, mas a gente também dança às vezes. Acho bonito quando todo mundo canta junto.”
(Aluna III, 6 anos)
“Música é uma coisa muito boa. A gente aprende coisas legais. Tem que prestar bastante atenção.” (Aluna IV, 7
anos)
Resumo: O presente artigo apresenta uma discussão sobre o ensino de música nas escolas da rede pública de Juazeiro
do Norte/ CE. Nessa perspectiva, realizou-se uma investigação a fim de verificar como tem acontecido o processo de
OLIVEIRA, JM de. Projeto Cuco: construindo a educação musical pelo canto coral no currículo escolar. XIV
inserção do conteúdo de música na disciplina de artes, conforme rege a Lei n° 11.769/08. Outros aspectos relacionados
Encontro Anual da ABEM. 2005.
com a educação musical também são debatidos neste trabalho. A pesquisa teve como proposta metodológica o estudo
de caso, utilizando-se de entrevistas semi-estruturadas com as diretoras das escolas investigadas. Constatou-se após
o estudo, que uma das maiores dificuldades encontradas pelas escolas investigadas no cumprimento, ainda que
parcial, da referida lei, tem sido principalmente a falta de professores habilitados, para trabalhar de acordo com as
especificidades da área.
Introdução
Têm sido levantadas inúmeras discussões na área da educação musical, principalmente após a aprovação da
Lei n° 11.769/08, que tem mobilizado vários profissionais ligados a educação musical, desde professores de música a
pessoas envolvidas com esta proposta de ensino da música. As questões mais suscitadas se referem tanto às políticas
responsáveis pela sua inserção na educação básica como também a vários outros pontos que precisam ser avaliados
e discutidos sobre o cotidiano destas mudanças no âmbito escolar (DEL BEN, 2009).
Observa-se, pois, que a partir do momento em que a música se torna conteúdo obrigatório na educação básica não se
pode deixar de analisar tudo o que envolve esta nova realidade, como por exemplo, a falta de professores graduados/
licenciados para ministrar a educação musical de acordo com a demanda de vagas de cada cidade. Surgem ainda
questões como: de que maneira os gestores das escolas pensam em trabalhar e promover a educação musical e quais
suas propostas de ensino para esta nova realidade? Como a educação musical contribui para a transmissão e formação
de novos valores sociais, culturais e profissionais?
O presente artigo surge de tais inquietações, suscitadas no contexto da disciplina Pesquisa em Música, em
que fomos instigados a compreender como esse momento histórico de inserção da música no currículo de escolas da
rede pública de Juazeiro do Norte tem acontecido. Apresenta como proposta investigar escolas desse município, com
o intuito de verificar se já estão trabalhando segundo a normatização da Lei n° 11.769/08, ou seja, se tem adotado
a educação musical como conteúdo obrigatório da disciplina arte. Pretende-se ainda, a partir desta pesquisa, gerar
uma discussão sobre as políticas da educação musical nesta cidade, analisando o trabalho que já vem sendo feito nas
escolas pesquisadas.
ABEM | XI ENCONTRO REGIONAL NORDESTE ANAIS - PROGRAMA E RESUMOS - AGOSTO|2013
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