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CAMPUS CARAÚBAS
ENGENHARIA CIVIL
CARAÚBAS-RN
2018
JOÃO MARCOS AZEVEDO DE OLIVEIRA
MAYMISON DE SOUZA GOMES
RENATA DE OLIVEIRA MARINHO
CARAÚBAS-RN
2018
SUMÁRIO
O esgoto tratado teve-se como destinação final seu lançado no Rio Mineiro, que por sua
vez abastece boa parte da cidade.
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Fonte: IBGE.
ln(𝑃2 ) − ln(𝑃0 )
K𝑔 =
𝑡2 − 𝑡0
P𝑡 = P0 . 𝑒 𝐾𝑔 .(𝑡−𝑡0 )
Onde:
𝐾𝑔: Coeficiente geométrico;
𝑃0: População inicial;
𝑃2: População final;
𝑃𝑡: População estimada;
𝑡: Ano que se deseja encontrar a população estimada.
K𝑔 = 0,01374405
P𝑡 = 3351ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
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Após conhecer a população a ser atendida pelo sistema de tratamento, o passo seguinte
foi verificar a vazão máxima, média e mínima de geração de efluente. Para isso, foram adotados
os critérios estabelecidos pela Norma ABNT NBR 12.1209/2011 e de bibliografias específicas,
conforme descritos abaixo:
Geração de efluente por habitante por dia (q): 200 l/hab.dia;
Coeficiente de retorno água/esgoto (C): 0,8;
Coeficiente de dia de maior consumo (K1): 1,2;
Coeficiente de hora de maior consumo (K2): 1,5;
Coeficiente de hora de menor consumo (K3): 0,5.
𝑃𝑡 . 𝑞. 𝐶
Q𝑚𝑒𝑑 =
86400
Onde:
Q𝑚𝑒𝑑 = vazão média de geração de esgoto (l/s);
P𝑡 = população estimada (habitantes);
q = vazão per capita de consumo de água (l/s);
C = coeficiente de retorno (geração de esgoto per capita correspondente a uma
determinada porcentagem da vazão de consumo de água por habitante).
Q𝑚á𝑥 = Q𝑚𝑒𝑑 . 𝐾1 . 𝐾2
Q𝑚𝑖𝑛 = Q𝑚𝑒𝑑 . 𝐾3
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Onde:
Q𝑚á𝑥 = vazão máxima de geração de esgoto (l/s);
Q𝑚𝑖𝑛 = vazão mínima de geração de esgoto (l/s);
K1, K2 e K3 = coeficientes de variação de vazão de esgoto.
Na tabela a seguir são informadas as vazões máxima, média e mínima obtidas pelas
fórmulas anteriores.
Tabela 2: Vazões máxima, média e mínima
3 TRATAMENTO PRELIMINAR
3.1 GRADES
adotadas grades simples, devido ao menor consumo de energia. (RAMALHO, 1991; NUNES,
2001)
Segundo o item 6.1.3 da NBR 12.209/2011 o espaçamento entre barras deve está no
intervalo de 10 mm a 100 mm, no qual o espaçamento determinará o tipo de grade a ser
utilizada. Para este projeto definiu-se um espaçamento de 30 mm, sendo adotada a grade média.
Em sequência, adota-se a espessura das barras seguindo os valores típicos de seção
transversal para as barras retangulares de acordo com a tabela 3. A menor dimensão representa
a espessura da barra e a maior dimensão é função da estabilidade da estrutura metálica e não
tem influência significativa no desempenho da unidade. (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
9,5 x 50
9,5 x 63,5
Grade grossa
12,7 x 38,1
12,7 x 50
7,9 x 50
Grade média 9,5 x 38,1
9,5 x 50
6,4 x 38,1
Grade fina 7,9 x 38,1
9,5 x 38,1
Fonte: (Jordão e Pessôa, 2014)
Analisando a tabela 3 acima para grades médias, definiu-se uma seção de (9,5 x 50) mm
para o projeto em análise.
No item 6.1.7 da NBR 12.209/2011 determina que a velocidade máxima para a vazão
final seja de 1,20 m/s e que a inclinação das barras em relação à horizontal para limpeza manual
seja de 45º a 60º, na qual para o presente projeto será adotado uma velocidade de 0,5 m/s e uma
inclinação de 45º.
O passo seguinte ser executado é o cálculo da eficiência da grade, que representa a
porcentagem de ocupação da seção do canal pelas barras, sendo seu cálculo realizado pela
equação.
a
E =
(a + t)
Onde:
E = eficiência da grade de barras (adimensional);
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t = espessura (mm);
a = espaçamento entre as barras (mm).
Sabendo que o t = 9,5 mm e a = 30 mm, como definido nos itens acima, tem-se que:
30
E= = 0,759
(30+9,5)
0,0112
Au = = 0,0224m²
0,5
0,0224
S= = 0,03 m²
0,759
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Em sequencia será determinada a perda de carga na grade, tanto para as grades limpas,
quanto para a grade com obstrução de 50%. A perda de carga (hf) pode ser definida pela
equação abaixo.
v2 -vo ²
hf=1,43×
2g
Onde:
Hf = perda de carga, m;
v= velocidade do fluxo através das barras, m/s;
vo = velocidade imediatamente a montante da grade, m/s;
g= aceleração da gravidade.
Qmax
Sabendo que v = 0,5 m/s e vo = = 0,373 m/s,bem como que para a perda de carga
S
0,52 -0,373²
Grade Limpa (1) : hf = 1,43 x = 0,0081 m
2×9,81
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(2×0,5)2 −0,373²
Grade 50% Obstruída (2) : hf = 1,43 x = 0,045 m
2×9,81
Com isso, pode-se determinar as lâminas de água para quando a mesma estiver limpa
(𝑦1 ) e para quando estiver suja (𝑦2 ), seguindo as equações a seguir.
𝑆
𝑦1 = + ℎ𝑓1
𝑏1
𝑆
𝑦2 = + ℎ𝑓2
𝑏1
Sabendo que b = 0,4 m, S = 0,03 m², hf1 = 0,0081 m e hf2 = 0,045 m, tem-se que:
0,03
Para a lâmina d’água 1 : 𝑦1 = + 0,0081 = 0,0831 m;
0,4
0,03
Para a lâmina d’água 2 : 𝑦1 = + 0,045 = 0,12 m.
0,4
1.1.1. Dimensionamento
𝑄𝑚í𝑛 (𝐻𝑚í𝑛 − 𝑆)
=
𝑄𝑚𝑎𝑥 (𝐻𝑚𝑎𝑥 − 𝑆)
3.3 DESARENADORES
2.1.1. Finalidades
4.1.1. Dimensionamento
Inicialmente é definido a altura útil da caixa de areia de acordo com a equação abaixo,
a partir dos parâmetros encontrados no dimensionamento da calha Parshall.
Dm =Hmáx - S
Onde:
𝐷𝑚 = altura útil da caixa de areia;
Hmáx = altura máxima;
S = rebaixamento da cota.
Assim, tem-se que:
𝐷𝑚 = 0,1325 m
Q
𝑏=
𝐷𝑚 . v
b = 0,28 m
Comprimento teórico:
Q
𝐿=
v. 𝑏
L= 2,11 metros.
OBS: V é adotado 0,019 m/s.
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Comprimento total:
Lt= 1,5L
Lt= 3,2 metros
4 TRATAMENTO DO AFLUENTE
Lagoa anaeróbia
Nas lagoas anaeróbicas a estabilização ocorre sem a presença do oxigênio
dissolvido, ou seja, os fenômenos de digestão ácida e fermentação metânica quem conduzem o
processo.
Dimensionamento
A população estimada do município de Lucrécia/RN para 2038 é igual a 3351
habitantes e a vazão afluente é de 964,22 m³/dia, como determinado no item 2.1 e 2.2,
respectivamente, deste trabalho.
Inicialmente, determina-se a carga afluente de DBO pela equação a seguir, no
entanto, para progredir com os cálculos é necessário adotar a concentração de DBOafluente igual
a 350 mg/L, assim tem-se:
Carga = concentração x vazão
Carga = 0,350 kg/m³ x 964,22 m³/dia = 337,477 kg.DBO/dia
Em sequência será calculado a área das lagoas anaeróbicas, vale ressaltar que o
projeto terá duas lagoas e as mesmas estão em paralelo com um tempo de detenção de 5 dias, a
partir disso tem-se que:
𝑄. 𝑇𝑑
𝐴𝐿𝐴 =
𝐻𝐷
De acordo com Silva 1975, a profundidade (𝐻𝐷 ) de lagoas anaeróbias variam entre
3 m a 4,5 m e para o projeto será adotado uma profundidade de 3 m.
m3
964,22 d
( ) .5
2
ALA = = 803,52 m²
3
Portanto, a área de cada lagoa é de 803,52 m².
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Com a área definida é possível determinar o volume total de cada lagoa de acordo
com a equação a seguir, assim tem-se que:
VLA = ALA .HD = 803,52*3 = 2410 m³
Sendo assim, o volume de cada lagoa é de 2410,56 m³.
A partir da área e volume encontrados, será determinado a dimensão e o formato
das lagoas anaeróbicas. Considerando que a topografia do local da ETE poderá apresentar certa
declividade, o formato das duas lagoas anaeróbias será retangular. Assim, foi determinado uma
largura de 20 m e um comprimento de 41 m.
Dimensionamento das Lagoas (valores unitários)
Comprimento (m) Largura (m) Profundidade (m)
41 20 3
A lagoa anaeróbica projetada tem uma eficiência de 60%, ou seja, será removida
60% da 𝐷𝐵𝑂𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 inicial de 350 mg/L, o qual os 40% será levado a lagoa facultativa,
portanto, a 𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 é calculada a partir da equação a seguir.
DBOefluente =(1-E).DBOefluente
DBOefluente =(1-0,6)350=140 mg/L
Em sequência será calculado o acúmulo de lodo na lagoa, sabendo que cada
habitante acumula 0,04 m³/ano, temos que:
Acumulação anual = acúmulo ano x população
Acumulação anual = 134,04 m³/ ano
Com a acumulação anual determinada, será estimado a lâmina de lodo produzida
anualmente seguindo a equação abaixo.
Acumulação anual x tempo
Espessura=
ALA
Espessura=17 cm
O tempo para atingir a 1/3 da altura útil da lagoa, para definir o intervalo de retirada
do lodo é determinado pela equação a seguir.
H⁄
T= 3
Elevação anual
T = 5,8 anos
Lagoa Facultativa
Dimensionamento
Primeiramente encontra-se a vazão que será usada no decorrer do dimensionamento,
assim, temos:
Vazão= Nº habitantes x Consumo
Vazão= 3351 x 0,160 m³/hab.dia = 536,16 m³/dia
Para efeito de cálculo foi-se adotado uma altura de 2 m, o método considera a DBO total
de 1º estágio, sendo:
La= 1,42 x 140 mg/L
Portanto, La= 198,8 mg/L. Vale ressaltar que, o valor de 142 é um
número adotado proveniente de um estudo mostrado em Jordão e Pessoa 2010.
Com isso, pode-se partir para o próximo passo que é calcular a carga afluente, que é
dada por:
Carga= Vazão x La
Assim, Carga= 536,16 m³/dia x 0,1988= 106,6 kg/ dia
Ao Optar por entrar em um ábaco presente no livro “tratamento de esgotos domésticos,
Jordão e Pessoa” e com os parâmetros de temperatura e profundidade de 20ºC e 2 m
respectivamente, consegue-se saber a carga possível que a lagoa pode suportar.
Logo, C= 170 kg/ha.dia
Diante dos dados apresentados nos tópicos anteriores, a área da lagoa pode ser calculada
usando a fórmula:
A= Carga/carga possível
Portanto, A = (106,6kg/dia) / 170 kg/ha.dia = 6270,6 m²
Para continuar com o dimensionamento é necessário que se encontre o volule
requerido para a lagoa, logo o mesmo é conseguindo através da fórmula:
𝑉 = 3,5𝑥10−2 𝑥𝑄𝑥𝐿𝑎𝑥(1,085)35−𝑇
Sendo que, vazão (Q) x La é igual a carga que possui valor de 106,6 kg/dia e adotando
T = 20ºC, tem-se que V= 12.680 m³.
O tempo necessário para que os microrganismos procedam a estabilização da matéria
orgânica é chamado de tempo de estabilização, o mesmo é calculado como:
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T= Volume/Vazão
Onde: T= 12680 m³/ (536,16 m³/dia)= 24 dias.
Lagoa de Maturação
Dimensionamento
A população estimada do município de Lucrécia/RN para 2038 é igual a 3351 habitantes
e a vazão afluente é de 964,22 m³/dia, como determinado no item 2.1 e 2.2, respectivamente,
deste trabalho.
O projeto terá dois conjuntos de lagoas de maturação em série com as lagoas
facultativas, onde de acordo com a equação a seguir será calculado a área das lagoas de
maturação.
𝑄. 𝑇𝑑
𝐴𝐿𝐴 =
𝐻𝐷
De acordo com Silva 1975, a profundidade (𝐻𝐷 ) de lagoas de maturação variam
entre 1 m a 2 m e para o projeto será adotado uma profundidade de 1,5 m.
m3
964,22
( d ) .7
2
ALA = = 2250 m²
1,5
Na sequência será calculada a DBO na saída das lagoas de maturação de acordo
com a equação a seguir.
𝐷𝐵𝑂𝐹𝐶 . (100% − 𝐸𝑅𝐿𝑀 %)
𝐷𝐵𝑂𝐿𝑀 =
100%
Sabendo-se que nas lagoas de maturação a eficiência de remoção (𝐸𝑅𝐿𝑀 ) é de 50%
e a 𝐷𝐵𝑂𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 98 mg/L, tem-se que:
98. (100% − 50%)
𝐷𝐵𝑂𝐿𝑀 = = 49𝑚𝑔. 𝐷𝐵𝑂/𝐿
100%
Considerando os mesmos argumentos estabelecidos para os itens anteriores, o formato
das quatro lagoas de maturação será retangular e apresenta uma largura 30 m e um comprimento
de 75 m.
Dimensionamento das Lagoas (valores unitários)
Comprimento (m) Largura (m) Profundidade (m)
75 30 1
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NBR 12208: Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1992.