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por Competências
Brasília-DF, 2010.
Elaboração:
Colaboração:
Evandro Lepletier
Produção:
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Sumário
Apresentação ....................................................................................................................................... 5
Introdução ............................................................................................................................................ 9
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Sumário
Referências .......................................................................................................................................... 75
Gestão de Pessoas por Competências
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Apresentação
Caro aluno,
Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização e o
desenvolvimento de seus estudos, assim como para a ampliação de seus conhecimentos.
Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a
organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade.
A carga horária deste módulo é de 40 (quarenta) horas, cabendo a você administrar o tempo conforme a sua disponibilidade.
Mas, lembre-se, há um prazo para a conclusão da disciplina, incluindo a apresentação ao seu tutor das atividades
avaliativas indicadas.
Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte das atividades
avaliativas do curso; serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas
complementares.
Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-se de que, apesar de
distantes, podemos estar muito próximos.
A Coordenação.
Pós-Graduação a Distância
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Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Introdução: Contextualização do estudo a ser desenvolvido por você na disciplina, indicando a importância desta para
sua formação acadêmica.
Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e
seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina.
Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina, para estimulá-lo a pensar a respeito
do assunto proposto. Registre sua visão, sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é
verificar seus conhtecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita
sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de
dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.
Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos
e enriquecê-los com sua contribuição pessoal.
Praticando: Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o
processo de aprendizagem.
Gestão de Pessoas por Competências
Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a reflexão.
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Organização da Disciplina
Ementa:
A Gestão de Pessoas por Competência, como uma das principais transformações do ambiente organizacional. Conhecer,
compreender, identificar e construir estratégias para a gestão de pessoas, segundo suas competências – conhecimentos,
habilidades e atitudes.
Objetivos:
• Conhecer e diferenciar os sistemas de remuneração tradicional e contemporâneos.
• Conhecer e identificar as técnicas para implementação de um sistema de remuneração tradicional.
• Conhecer o sistema de remuneração por competência.
• Identificar as vantagens e desvantagens de cada sistema de remuneração.
• Conceituar e identificar os tipos de carreira.
• Conhecer e identificar os passos para construção de um sistema de carreira.
• Elaborar um plano de Gestão por Competências.
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Organização da Disciplina
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Introdução
O final do século XX foi marcado por grandes mudanças nas organizações. Foi necessário adaptar-se ao novo nível
de exigência dos consumidores, aos avanços tecnológicos, à concorrência acirrada. Todos esses aspectos afetaram
diretamente o modo de as empresas gerirem seus funcionários e, consequentemente, recompensá-los. “Uma das mais
importantes funções da gestão de recursos humanos é a de determinar os padrões de remuneração dos empregados”
(JORGE, 2007:19). Três perspectivas tiveram importante contribuição em toda essa mudança.
A primeira perspectiva está voltada para o “modelo japonês de produção”, também conhecido como “produção enxuta”,
que incorpora princípios organizacionais como o Just-in-time, a qualidade total, o processo de melhorias contínuas e as
equipes autônomas”. (SOUZA, 2005, 20)
A segunda perspectiva leva em consideração as transformações no contexto socioeconômico. “Os processos de negócios
estão sendo impactados por parâmetros financeiros advindos do mercado de capitais”. (SOUZA, 2005)
Por fim, a terceira perspectiva tenta compreender as transformações no mundo pela revolução tecnológica. “É a aplicação
do conhecimento e da informação para a geração de conhecimento e de dispositivos de processamento/ comunicação
da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre inovação e uso” (CASTELLS, 2000, in: SOUZA, 2005).
A partir daqui, o capital humano passou a ser diferencial de vantagem competitiva, uma vez que apenas indicadores
financeiros não eram mais suficientes para gerar valor econômico para as corporações.
No entanto, entre os diferentes aspectos do meio profissional, a remuneração é um dos mais importantes para o trabalhador,
pois estabelece a sua posição na comunidade e, na maioria dos casos, constitui o seu único meio de sobrevivência.
E é exatamente na determinação da remuneração que ocorrem os maiores desentendimentos entre empregados e
empregadores.
Na tentativa de aperfeiçoar o sistema de remuneração, no século passado boa parte das empresas continuava buscando
formas para controlar os custos com salários. Porém, um compromisso de adicional ao pagamento por antiguidade foi
estabelecido em muitas classes, e os funcionários passaram a ter como “líquido e certo” o direito ao recebimento de um
aumento salarial anual, o que ocasionou o fracasso do sistema de pagamento por mérito.
Apenas no início da década de 1990 é que as empresas passaram a buscar um maior envolvimento do trabalhador e a
estimulá-lo para o desenvolvimento de novas competências. Isso só foi possível graças a um longo processo de mudança
de crenças, de valores e de cultura organizacional.
Pós-Graduação a Distância
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Sistemas Tradicionais e Contemporâneos de Remuneração e Recompensa Unidade I Unidade I
Apesar das grandes mudanças ocorridas nas organizações, a maioria das empresas remunera seus funcionários pelo
conjunto de tarefas que lhes são atribuídas.
No sistema de remuneração funcional é preciso conhecer bem o conjunto de atividades necessárias para que a empresa
atinja seu objetivo, e dividir a tarefa total em tarefas menores, para chegar à atividade a ser executada. Assim, se,
para cada posição existe um rol de atividades para um dado empregado e esse conjunto de atividades é comum a vários
funcionários, nada mais justo do que remunerá-los da mesma forma.
“O valor agregado não se faz pelo trabalhador em si, mas pela descrição precisa e detalhada das
atividades que compõem o cargo. (...) Assim, ao empregado que busca realizar um trabalho bem-feito,
cabe a reprodução eficiente do trabalho prescrito.” (SOUZA, 2005: 38)
A maior dificuldade de uma empresa para implementar esse sistema de remuneração é a ausência de um instrumento
realmente objetivo de mensuração que satisfaça a todos e que meça o quanto vale um trabalho em termos monetários.
No entanto, para se implementar esse tipo de remuneração em uma empresa, dois fatores devem ser avaliados: o valor
do cargo na empresa, que visa a “medir a contribuição do cargo para o alcance do objetivo organizacional” (SOUZA, 2005)
e o valor do cargo no mercado de trabalho.
Segundo Jorge (2007), alguns fatores, internos e externos, condicionam a formação da massa de remuneração. No âmbito
interno, podem-se considerar a tecnologia, a saúde financeira, o custo da mão de obra em relação ao faturamento, a
avaliação e a hierarquização dos cargos, os grupos internos de influência e os costumes baseados em crenças relacionadas
ao estágio de desenvolvimento da organização. No âmbito externo, consideram-se a situação geográfica, a conjuntura
econômica, o governo, os sindicatos, os paradigmas de grandes empresas, os componentes éticos e psicossociais.
Após associar as informações obtidas nos dois processos, é possível definir a política salarial da organização e implementar
o Plano de Cargos e Salários (PCS).
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Sistemas Tradicionais e Contemporâneos de Remuneração e Recompensa Unidade I
Com o decorrer dos anos, o sistema de remuneração foi se adaptando às necessidades das empresas e de seus
funcionários. A partir dessas necessidades, surgiu o conceito de remuneração total. A remuneração total é constituída
de três componentes principais. São eles: remuneração básica, incentivos salariais (remuneração variável) e
benefícios.
Remuneração Total
Vamos nos ater aos incentivos salariais, que constituem o diferencial do Sistema de Remuneração Contemporânea.
“Remuneração variável é a parcela da remuneração total creditada periodicamente (...) a favor do funcionário.”
(CHIAVENATO, 2004: 291)
O principal papel desse novo conceito é vincular a remuneração ao desempenho, ao alcance de objetivos, além de “refletir
a valorização das competências dos profissionais, sua evolução na carreira e sua capacidade de gerar valor para a
organização” (SOUZA, 2005: 96).
Segundo Souza (2005), existem dois grandes tipos de remuneração variável que o mercado costuma utilizar: os incentivos
de curto prazo e de longo prazo.
TIPO DESCRIÇÃO
Este programa prevê a avaliação em curto prazo, mediante um conjunto de indicadores e metas
Bônus e prêmios previamente acordados, sendo o pagamento do bônus efetuado após a apuração dos resultados.
O valor pago é em dinheiro.
Este tipo de programa segue a mesma lógica dos bônus ou prêmios, contudo sua prática foi
Gestão de Pessoas por Competências
consagrada no Brasil por meio da Lei no 10.101, que disciplina a maneira como esse incentivo deve
Participação nos lucros ou resultados
ser implementado e estabelece incentivos de redução de encargos trabalhistas para as empresas
que adotarem o modelo.
Programa de incentivo focalizado na força de vendas. Na sua abordagem tradicional, implica o
Comissionamento
pagamento de um percentual sobre as vendas realizadas.
Programa também voltado para a força de vendas. Prevê o estabelecimento de indicadores e metas
para a equipe de vendas e o pagamento de um bônus mediante o alcance ou a superação dessas
Prêmio de vendas metas. Tem como objetivo incentivar não apenas a geração de volume de receita, mas a realização de
outros objetivos importantes para a equipe de vendas, como a redução da inadimplência, a conquista
de market share, o desenvolvimento de novos clientes e mercados etc.
Fonte: Souza (2005:105-106).
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Sistemas Tradicionais e Contemporâneos de Remuneração e Recompensa Unidade I
TIPO DESCRIÇÃO
Pós-Graduação a Distância
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Sistemas Tradicionais e Contemporâneos de Remuneração e Recompensa Unidade I
Segundo Chiavenato (2004: 291), o sistema de remuneração variável apresenta as seguintes vantagens e
desvantagens.
Prós
• Ajusta a remuneração às diferenças individuais das pessoas, ao seu desempenho e ao alcance de metas e
resultados.
• Funciona como motivação intrínseca, ou seja, como fator motivacional, dando ênfase à autorrealização pessoal.
• Premia o bom desempenho e incentiva o desempenho excepcional.
• Focaliza os resultados e o alcance de objetivos.
• Permite uma autoavaliação de cada pessoa, pois funciona como retroação.
• Estabelece uma remuneração adicional e contingencial.
• Não produz impacto sobre os custos fixos da organização.
Contras
• Requer uma certa “des-administração” salarial.
• Altera as estruturas salariais lógicas e rigidamente estabelecidas, instalando a contingência em função do
desempenho.
• Quebra a isonomia dos ganhos dentro da organização.
• Reduz o controle centralizado dos salários.
• Pode provocar queixas dos funcionários não beneficiados e possíveis pressões sindicais.
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Remuneração Funcional Unidade II Unidade II
Remuneração Funcional
“O plano de cargos e salários é caracterizado pela determinação dos salários em função da obtenção de determinado
equilíbrio interno e externo em um sistema cartesiano” (JORGE, 2007:20). Para o PCS atingir o equilíbrio interno, é
necessário que a diferença salarial entre os cargos seja proporcional às tarefas exigidas de cada ocupante. Quanto ao
equilíbrio externo, é necessário que os valores pagos internamente se comparem aos praticados no mercado.
Fase de preparação
• Diagnóstico Organizacional
• Planejamento
• Divulgação
Fase de elaboração
• Avaliação de Cargos
• Pesquisa Salarial
Fase de implantação
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Remuneração Funcional Unidade II
Diagnóstico organizacional
Não se trata de um diagnóstico profundo, mas de um levantamento de informações importantes sobre o contexto da
empresa.
Jorge (2007) cita alguns pontos que devem ser necessariamente identificados.
• Histórico da empresa
• Estrutura organizacional
• Centros de poder
Planejamento do PCS
A implementação do PCS deve ser planejada de modo a prever as ações em cada etapa do trabalho e a preparação do
material necessário.
Jorge (2007: 25) sugere alguns itens que devem ser enfocados em cada etapa de desenvolvimento do projeto.
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Remuneração Funcional Unidade II
• Avaliação dos Cargos: metodologia a ser usada, definição do número e da constituição dos comitês de
avaliação, infraestrutura necessária, treinamento e detalhamento do cronograma.
• Pesquisa Salarial: mercado referencial, recursos de informática disponíveis para tabulação, necessidade de
treinamento da equipe, recursos logísticos e detalhamento do cronograma.
• Demais etapas: recursos de informática disponíveis para realização de estudos estatísticos e definição de
cenários de enquadramento e custos.
A divulgação pode ser feita por meio de cartilhas explicativas, de jornal interno, de quadro de avisos, de comunidades
etc. É importante, também, que haja uma comissão de acompanhamento do projeto.
A divulgação deve ocorrer no momento certo, para não gerar expectativas muito elevadas. Por melhor que seja o plano,
as pessoas tendem a se decepcionar quando introjetam falsas expectativas.
Para explicar isso, recorremos a um dos princípios que o marketing utiliza para mensurar o nível de satisfação dos clientes.
Basta substituir a palavra “cliente” por “colaborador”, que o efeito será o mesmo.
Pós-Graduação a Distância
O problema de elevar muito o nível da expectativa é que, nesse exemplo, caso o colaborador esperasse o nível 100, o
resultado 2 já não o satisfaria.
Dito isso, resta-nos incentivar que a divulgação seja feita como um “marco” na história da empresa, com todos os detalhes
que caracterizam um grande evento.
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Remuneração Funcional Unidade II
É considerada uma das fases mais importantes do processo, “pois é nela que se processa a construção do alicerce do
sistema, por meio da identificação, do mapeamento e do resumo das tarefas e das operações inerentes a cada cargo”
(JORGE, 2007: 27).
Delineamento de cargos
Vejamos alguns conceitos de cargo:
“Posto de trabalho ou conjunto de postos de trabalho que apresentam identidade quanto à natureza
das tarefas e às exigências para sua execução”. (JORGE, 2007: 28)
Os cargos são delineados de acordo com a estrutura da organização. Se a estrutura organizacional é predominantemente
mecânica, os cargos serão delineados com tarefas padronizadas e rotineiras, buscando manter sempre a estabilidade do
ambiente, dos processos e da tecnologia.
Por outro lado, a modelagem orgânica valoriza a instabilidade do sistema como fator de evolução.
“Os cargos são concebidos levando-se em consideração não apenas a tarefa, mas as estratégias, os
processos, a estrutura, as pessoas (...), busca-se uma mínima formalização de tarefas, o enfoque é
na resolução de problemas e o grau de autonomia do ocupante cresce”. (SOUZA, 2005: 40)
Segundo Souza (2005), o processo de delineamento dos cargos leva em consideração cinco etapas.
• Levantamento e análise de funções: levantamento das funções que compõem cada cargo. Geralmente é feito
por meio de entrevistas, de questionários, de testes e de observação local.
• Estruturação: podem ser estruturados em cargo amplo, com maior número de tarefas, responsabilidades e
desafios, além de ser mais flexível e permitir maior aproveitamento das potencialidades dos funcionários, ou
cargo restrito, que caracteriza a modelagem organizacional mecânica.
• Titulação: nome do cargo: É o rol de cargos que constam nos registros funcionais e nas carteiras de trabalho.
O nome deve ser descritivo, breve e de fácil uso.
Gestão de Pessoas por Competências
• Descrição de cargos: refere-se ao cargo, às tarefas a serem realizadas. É impessoal e deve ser feita de forma
organizada e padronizada.
• Especificação de cargos: definição de quais são os requisitos mínimos para que o ocupante desempenhe bem
suas atribuições. Fazem parte da especificação o grau de escolaridade, a experiência mínima necessária, a
iniciativa e as responsabilidades.
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Remuneração Funcional Unidade II
É a mais complexa devido aos decorrentes problemas de comunicação entre o entrevistador e o entrevistado. Podem ser
assim classificadas.
• Diretiva: o entrevistador tem o controle rígido da palavra. As perguntas são específicas e limitadas.
• Não diretiva: o entrevistado pode divagar sobre vários assuntos. É demorada e pode apresentar uma grande
quantidade de informações dispersas.
• Padronizada: é um misto das anteriores, sendo que algumas questões são direcionadas de forma mais rígida,
mas sem privar as manifestações dos entrevistados. É o tipo mais adequado, “pois garante o envolvimento do
entrevistado, sem perder o foco no objetivo desejado”. (Jorge, 2007:29)
Questionário
Consiste em um roteiro de levantamento de dados por meio de questões abertas e fechadas para serem respondidas de
forma abrangente, rápida e participativa.
É importante que os objetivos do questionário precedam sua distribuição e orientação. Deve ser elaborado de forma clara,
com todos os dados necessários e com as instruções precisas para seu preenchimento.
Observação
Esta técnica, se utilizada isoladamente, é indicada, apenas, para a análise de cargos de processos lineares de produção,
pois apresenta o inconveniente de não envolver adequadamente o profissional que executa as tarefas.
Métodos combinados
Esta técnica caracteriza-se pela combinação das técnicas anteriores, buscando-se aproveitar as vantagens e minimizar
as desvantagens delas.
Jorge (2007: 31-32) recomenda a utilização da combinação Questionário/Entrevista com a seguinte sequência de
ações.
• Reconhecimento das funções da área, divisão dos trabalhos, identificação dos postos de trabalho e dos
respectivos ocupantes.
• Distribuição dos questionários (apenas um por posto individual ou coletivo), orientação e designação do relator.
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Remuneração Funcional Unidade II
Instrução
Experiência
REQUISITOS MENTAIS
Complexidade das tarefas
Iniciativa necessária
Supervisão ou coordenação exercida
Material, ferramentas, equipamentos etc.
Valores, dinheiro, títulos, documentos
RESPONSABILIDADE POR
Contatos: Internos e Externos
Informações confidenciais
Efeito de erros
Ambiente de trabalho, riscos
INCONVENIÊNCIAS Esforço físico
Esforço mental/visual
Fonte: Jorge (2007:32).
Descrição de cargos
No passado, a descrição de cargos era um relato pormenorizado de todas as tarefas de um cargo, o que acabava
“engessando” a atuação do empregado. Com o avanço tecnológico e as grandes mudanças nas organizações, a divisão
do trabalho passou a ser feita de forma mais genérica, multifuncional, polivalente e flexível, permitindo aos funcionários
uma maior liberdade na execução de tarefas.
Ainda assim, não podemos desprezar o desenho dos processos que compõem as atividades. Ao contrário, o desenho,
a análise e o redesenho de processos são elementos fundamentais para se colocar as pessoas certas nos lugares
cetos.
Quando falamos em desenho de processos, estamos nos referindo às tradicionais perguntas: “o que você faz”, “como
você faz” e “para quem você faz”. As respostas a essas três perguntas são suficientes para se começar a desenhar os
processos organizacionais. Após esse verdadeiro mapeamento, é possível analisar os chamados “gargalos”, que obstruem
os processos. O ato de acabar com esses gargalos, contornando-os ou mudando inteiramente as vias obstruídas, dá
origem ao que denominamos redesenho dos processos.
A gestão de processos, portanto, tem um papel preponderante na descrição de cargos. Ela assegura que os cargos
sejam descritos adequadamente e preenchidos por pessoas certas. Ao incentivar a gestão de processos, antes mesmo
da elaboração dos planos de cargos e salários, evita-se que os cargos sejam criados para atender às pessoas. O certo
Gestão de Pessoas por Competências
é fazer o contrário.
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Remuneração Funcional Unidade II
“Podemos definir Avaliação de Cargos como um processo comparativo que objetiva mensurar o peso
de cada cargo em função de seus requisitos e de suas características, com a finalidade de hierarquizá-
los em função de seu valor relativo”. (JORGE, 2007: 48)
Ainda segundo Jorge (2007), os principais objetivos da Avaliação de Cargos é estabelecer uma estrutura de valor relativo,
baseada na qualificação exigida pelo cargo, com uma visão clara das oportunidades de carreira, e evitar a determinação
de salários de forma arbitrária. Assim, o cargo na organização seria compensado de forma equitativa.
Conjunto de cargos-chave
O conjunto de cargos-chave é de grande representatividade tanto para o ambiente interno quanto para o ambiente
externo da empresa, pois “inclui os cargos que representam as diversas áreas da empresa, com salários distribuídos,
sem concentrações excessivas, ao longo da estrutura em vigor”. (SOUZA, 2007: 48)
Os sistemas não quantitativos podem ser o método de escalonamento e o método de graus predeterminados. Eles
não avaliam os cargos por fatores de avaliação, mas num contexto global. O método de graus predeterminados é um
aperfeiçoamento do método de escalonamento, pois é feito com uma escala de comparação, o que estabelece valor
relativo aos cargos.
Por outro lado, os sistemas quantitativos hierarquizam os cargos por fatores de avaliação e podem ser feitos por meio
do sistema de comparação de fatores, que define os cargos, escalonando fator a fator, ou pelo sistema de pontos, que
atribui a importância ao cargo, de acordo com uma pontuação.
“Este sistema reúne vários atributos favoráveis: objetividade, passível de quantificação e de tratamento
estatístico, de fácil entendimento, além da sua adaptabilidade a diferentes tipos de organizações com
objetivos, mercado e porte distintos”. (SOUZA, 2005: 43)
Este método tem como base a confrontação de cargo contra cargo. Os cargos são hierarquizados de acordo com sua
Pós-Graduação a Distância
Sua aplicação consiste num processo simples e rápido, mas com baixa confiabilidade, devido à subjetividade do método,
por isso é viável apenas em organizações muito simples.
A seguir, você encontrará um conjunto de 14 cargos, todos eles relacionados em uma tabela, para serem comparados aos
pares. Acompanham, também, as respectivas descrições de cargo. Na tabela de comparação aos pares, procure estimar,
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Remuneração Funcional Unidade II
comparando o conteúdo das descrições, o cargo de maior peso em cada par. Anote um “X” na coluna do cargo escolhido.
Após escolher um cargo em cada um de todos os pares, some quantas vezes cada cargo foi escolhido, acrescente 1 e
indique o resultado na coluna da direita da tabela.
Conjunto de cargos-chave
CARGO ÁREA
ANALISTA DE CUSTOS SR FINANCEIRA
ANALISTA DE LABORATÓRIO TÉCNICA
ARQUIVISTA ADMINISTRATIVA
AUDITOR FINANCEIRA
AUXILIAR DE RECURSOS HUMANOS REC. HUMANOS
COMPRADOR I MATERIAIS
AUXILIAR DE ESCRITÓRIO ADMINISTRATIVA
ENGENHEIRO TÉCNICA
ESTOQUISTA MATERIAIS
MOTORISTA ADMINISTRATIVA
ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS PL REC. HUMANOS
SECRETÁRIA DE GERÊNCIA ADMINISTRATIVA
SECRETÁRIA DE DIRETORIA BILINGUE ADMINISTRATIVA
TELEFONISTA ADMINSTRATIVA
Secretária de Diretoria BI
Analista de Laboratório
Secretária de Gerência
Analista de Custos SR
Auxiliar de Escritório
Cargos-Chave
Comprador I
Telefonista
Engenheiro
Estoquista
Arquivista
Motorista
Auditor
Total
Analista de Custos SR X X X X X X X X X X 11
Analista de Laboratório X X X X X X X 8
Arquivista X X 3
Auditor X X X X X X X X X X X X 13
Auxiliar de Rec. Humanos X X X X 5
Comprador I X X X X X X X X X X X 12
Gestão de Pessoas por Competências
Auxiliar de Escritório X 2
Engenheiro X X X X X X X X X X X X X 14
Estoquista X X X X X 6
Motorista X X X 4
Analista de Rec. Humanos PL X X X X X X X X X 10
Secretária de Gerência X X X X X X 7
Secretária de Diretoria BI X X X X X X X X 9
Telefonista 1
Fonte: Jorge (2007: 52).
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Remuneração Funcional Unidade II
Para mensuração dos demais cargos da empresa, após esta etapa, monta-se o quadro setorial de avaliações.
2 Amostrador
1 TELEFONISTA
GRAU/QUALIFICAÇÃO ESPECIFICAÇÃO
Pós-Graduação a Distância
I Executa tarefas simples e repetitivas, executando-as sob supervisão constante. Passíveis de aprendizado rápido,
Não Qualificados envolvendo responsabilidades diminutas ou quase nulas.
Executa tarefas repetitivas e rotineiras que exigem habilidades obtidas em experiência prévia. O ocupante
II
executa ações simples de forma independente. Exigem atenção normal na execução das tarefas, para não causar
Semiqualificados
retrabalho. Trabalha sob supervisão direta.
Executa tarefas que exigem conhecimentos específicos associado com experiência prática de 3 a 4 anos. Trabalha
III
de forma mais independente, discutindo com o supervisor as soluções encontradas, envolvendo responsabilidades
Qualificados
médias sobre o patrimônio da empresa.
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Remuneração Funcional Unidade II
Executa tarefas que exigem conhecimento específico associado com extensa experiência prática de 5 a 8
IV
anos. Trabalha de forma mais independente, informando ao supervisor as soluções encontradas, envolvendo
Altamente Qualificados
responsabilidades substanciais sobre o patrimônio da empresa.
Executa tarefas que exigem conhecimentos acadêmicos seguidos de experiência e/ou treinamento específico
especializado. O ocupante desenvolve trabalhos que exigem capacidade de planejamento, iniciativa, ação
V
independente, criatividade e tomada de decisão. A supervisão de seu trabalho é geral. Poderá coordenar equipes
Técnicos e De Supervisão
relacionadas à sua área de eficácia. As decisões e recomendações podem afetar substancialmente os resultados
e o patrimônio da empresa.
Cargos que exigem, além de formação superior e curso de extensão, grande experiência e familiarização com
VI
uma das áreas de gestão da empresa. Ocupações com responsabilidade e nível de decisão que podem afetar
Alta Chefia
os destinos da empresa.
Fonte: Jorge (2007: 55-56).
O método de avaliação por pontos é um método quantitativo e estabelece uma “importância relativa dos cargos
com uma pontuação, produto da avaliação de cada cargo, segundo os fatores de avaliação de cargos da empresa”
(SOUZA, 2005: 43). É um método objetivo, que permite quantificação e, portanto, tratamento estatístico, de fácil
entendimento, além de grande adaptabilidade a diversos tipos de empresas.
Segundo Jorge (2007: 56-57), a aplicação do método de avaliação por pontos segue os seguintes passos:.
• Identificação com base nas informações obtidas na etapa de Análise de cargos, dos fatores de avaliação, ou
seja: dos requisitos, das exigências e das inconveniências que diferenciam os cargos, correlacionando-os com
os salários pagos.
• Identificação das médias de mercado dos cargos-chave (dados obtidos na pesquisa salarial).
A hierarquização de cargos se dá em função do somatório de pontos obtidos pelo cargo quando de sua avaliação nos diversos
graus de fatores de avaliação.
Grau
Fator
1 2 3 4 5 6
Formação acadêmica 17 30 54 95 170 –
Complexidade 23 36 58 92 145 230
Gestão de Pessoas por Competências
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Remuneração Funcional Unidade II
A pesquisa salarial deve levar em consideração a precisão e a veracidade dos dados, devendo ser feita uma análise
criteriosa deles, para consolidá-los e para dar consistência às ações de gestão da remuneração interna.
As empresas participantes devem ser concorrentes no produto ou serviço, concorrentes na mão de obra, de forma que
estejam localizadas na mesma e região e, preferencialmente, que sejam grandes, conhecidas e organizadas.
Souza (2005) cita três etapas importantes para a pesquisa salarial: planejamento, execução e relato.
Planejamento
Esta etapa objetiva definir o que e como será a pesquisa. Acontece em três momentos.
• Delimitação de abrangência do mercado: que empresas irão fazer parte da amostra. Preferencialmente empresas
que estejam na mesma região, de grande porte, organizadas e concorrentes no produto ou serviço e na mão
de obra.
• Definição dos cargos que serão alvo de pesquisa: não se deve pesquisar um número excessivo de cargos.
Deve-se dar preferência àqueles que são representativos na estrutura, bem definidos, universais e estáveis
salarialmente.
• Definição de como os dados serão coletados e tratados: os dados coletados irão oferecer subsídios para a
comparação entre as empresas pesquisadas, por isso é fundamental que sejam precisos.
Jorge (2007) sugere que a coleta de dados seja composta dos seguintes itens.
• Relação das empresas participantes.
• Relação dos cargos a serem pesquisados e dos respectivos códigos.
• Instruções para preenchimento dos formulários.
• Formulário para coleta de informações sobre: razão social, endereço, telefone, responsável pela área de salários/
RH, responsável pelas informações, número de funcionários, data base para aumento coletivo, antecipações
salariais (data e percentual), número de salários anuais.
Pós-Graduação a Distância
• Planilha para coleta de informações salariais, contendo campos para: faixa salarial (mínimo, médio, máximo),
jornada diária de trabalho (HS), tipo de remuneração (horista, mensalista), frequência (número de funcionários),
salários, título do cargo na empresa pesquisada, código e características (escolaridade e experiência exigidas)
e salários indiretos.
• Questionário sobre práticas e políticas de recursos humanos.
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Remuneração Funcional Unidade II
Execução
É o momento em que a pesquisa é realizada nas empresas participantes. Os dados coletados são tratados e analisados
estatisticamente.
A tabulação dos dados deve obedecer às seguintes etapas (JORGE, 2007: 78).
• Equalização das informações para a mesma data, tipo de jornada, número de salários anuais e inclusão de
salários indiretos.
• Cálculo de medidas de tendência central (média aritmética ponderada, mediana e quartis etc.).
• No caso de uma pesquisa global, a tabulação pode ser feita, considerando-se segmentos, tais como: região,
porte, ramo etc.
Não podemos deixar de lembrar a importância de se buscar as convenções coletivas dos sindicatos patronais e
dos empregados que compõem a organização. Os pisos salariais das categorias devem ser respeitados, ainda que o
benchmarking aponte que eles estão acima do que o mercado paga.
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Remuneração Funcional Unidade II
A remuneração tradicional ainda predomina na maior parte das organizações. Assim, Chiavenato (2004) cita prós e
contras desse tipo de remuneração.
Prós
• Facilita o equilíbrio interno (consistência dos salários dentro da organização) e o equilíbrio externo (consistência
dos salários da organização com os do mercado).
• Homogeneíza e padroniza os salários dentro da organização.
• Facilita a administração dos salários e o seu controle centralizado.
• Permite uma base lógica e racional para a distribuição dos salários.
• Focaliza a execução das tarefas e a busca da eficiência.
• Afeta diretamente os custos fixos de organização.
Contras
• Não apresenta motivação intrínseca: funciona apenas como fator higiênico.
• Não incentiva o espírito empreendedor, nem a aceitação de riscos e responsabilidades.
• Funciona como elemento de conservação da rotina e do status quo.
• Remunera as pessoas em função do tempo disponibilizado e não pelo desempenho ou pelo alcance de metas
ou resultados.
As mudanças ocorridas no cenário socioeconômico nas últimas décadas fizeram com que as empresas mudassem suas
formas de organização e de gerenciamento, para que pudessem se manter competitivas e atuantes no mercado. Destacam-
se as seguintes mudanças: a globalização, o advento da sociedade do conhecimento e da informação, o desenvolvimento
das inovações científicas e tecnológicas, entre outras.
Sobre essas mudanças, Phillips (2002) fala: “a tecnologia está mudando mais rapidamente que os mercados, os mercados
estão mudando mais rapidamente que os clientes, os clientes estão mudando mais rapidamente que as organizações e
as organizações estão mudando mais rapidamente que as pessoas que as dirigem.”
O processo de globalização gerou uma uniformização de mercados e de produtos, fazendo com que os padrões de
consumo se tornassem semelhantes nos diferentes continentes. Um dos efeitos da globalização é o aumento dos níveis
de competitividade, gerando uma constante redefinição de produtos, de processos, de mercados e de insumos. A ênfase
na satisfação do cliente veio com a abertura do mercado, quando a oferta tornou-se maior que a demanda. Para manter-se
no mercado, as empresas tiveram que se reestruturar, para atender às necessidades do cliente, cada vez mais exigente,
e do mercado, cada vez mais competitivo.
O desenvolvimento de novas tecnologias cresceu de maneira veloz no último século. A evolução dos computadores, o
advento da internet, as descobertas da biologia (da importância da ecologia aos avanços da genética) trouxeram um novo
olhar para a sociedade contemporânea. As organizações tiveram muitos ganhos com isso. A criação de novas tecnologias
permitiu que as linhas de montagem se transformassem em unidades de produção de fácil programação, podendo atender
às variações do mercado, oferecendo diversos produtos. Isso gerou uma flexibilidade dos processos de produção e um
aumento da diversificação dos produtos. A eficiência técnica da internet permitiu que as empresas agilizassem a troca
de informações, tornando-se mais rápidas e competitivas.
Vive-se na era da informação, do conhecimento. Segundo De Masi (2000), é preciso saber cada vez mais, mais rapidamente,
para poder ganhar espaço na sociedade como um todo e no mundo do trabalho em particular. As relações entre informação
e geração de riquezas são profundas. Valoriza-se quem tem a informação e sabe fazer uso dela. Tudo isso acontece em um
ritmo muito acelerado. Tecnologias que antes eram restritas aos especialistas e demoravam anos para serem adequadas
Pós-Graduação a Distância
As pessoas estão buscando, em uma velocidade cada vez maior, as informações, o conhecimento. É preciso estar
“antenado”, conectado ao mundo e às exigências do mercado. A formação é muito valorizada. Como as mudanças são
contínuas, é requerida do indivíduo uma formação ininterrupta, seja em faculdades e universidades, seja no ambiente
de trabalho. Os conhecimentos necessários para conseguir um emprego de recepcionista, por exemplo, são maiores
que há vinte anos. Não basta ser comunicativa e atender bem ao público, a recepcionista precisa ter conhecimentos de
31
Gestão por Competências Unidade III
informática, pois a maioria das recepções já dispõe de computadores para registrar seus visitantes; é necessário, também,
ter um bom conhecimento da estrutura da organização, para poder encaminhar as pessoas às áreas corretas. Percebe-se,
nesse simples exemplo, a evolução das exigências no perfil profissional. Atualização constante, boa formação, domínio
de idiomas estrangeiros, conhecimentos de informática são requisitos no atual mundo do trabalho.
“É uma forma de remuneração relacionada com o grau de informação e o nível de capacitação de cada pessoa.”
(CHIAVENATO, 2004: 300)
A remuneração da competência, ou remuneração por habilidades, ou remuneração por maturidade, ou remuneração por
polivalência ou multifuncionalidade, surgiu da necessidade de diferenciar empregados com habilidades diversas e tem
crescido muito nas empresas que estão procurando novos projetos de reestruturação organizacional, visando à redução
de níveis hierárquicos, à democratização das relações e a um maior comprometimento com os resultados. Uma das
principais características dessas empresas é a autonomia dos funcionários, que permite o crescimento contínuo e o
desenvolvimento de um espírito empreendedor. O foco é o funcionário e não mais o cargo. Nesse tipo de remuneração,
os salários podem variar de acordo com a competência de cada um, mesmo que ocupem o mesmo cargo.
Souza (2005) atrela a remuneração às oportunidades de aquisição de novas competências, as quais contribuem para o
seguinte.
• Reduzir o contencioso trabalhista, pela evidência objetiva das habilidades certificadas e das competências
avaliadas.
• Criar senso de propriedade dos empregados com sua carreira, saindo da condição de “ocupantes de cargos”
ou donos de “uma mesa” para agentes do autodesenvolvimento e coautores de sua carreira, como líderes.
• Fornecer aos líderes instrumentos relevantes para organizar o trabalho e melhorar os resultados globais.
• Capacitar os líderes no contínuo e efetivo acompanhamento do processo educacional dos liderados, como
seu facilitador.
Gestão de Pessoas por Competências
• Estabelecer um pragmatismo importante quanto ao impacto salarial dos deslocamentos de carreira, que passam
a ser vistos não mais como um “custo”, mas, sim, como um investimento.
32
Gestão por Competências Unidade III
O conceito de competência vem sendo utilizado por vários autores. Boyatizis iniciou o debate sobre o tema competências
no contexto gerencial em seu livro “The competent manager: a model for effective performance” (apud BITENCOURT,
2002). O modelo de Boyatizis destaca 21 atributos necessários para a construção do perfil ideal de um gestor, separados
em seis grandes fatores.
• Liderança.
• Recursos Humanos.
• Direção de subordinados.
• Conhecimento especializado.
Boyatizis enfatiza a formação e os resultados em seu conceito de competência, que diz: “são aspectos verdadeiros ligados
à natureza humana. São comportamentos observáveis que determinam, em grande parte, o retorno das organizações.”
Já Zarifian (1996) trata competência como a responsabilidade e a iniciativa do trabalhador perante as situações
profissionais com as quais ele se depara. “É assumir responsabilidade frente a situações de trabalho complexas (aliado)...
ao exercício sistemático de uma reflexidade no trabalho.”
Para esse autor, o conceito de competências extrapola as habilidades, os conhecimentos do indivíduo e as tarefas a ele
impostas. O conceito está apoiado nesses fatores, mas é expresso por meio de uma inteligência prática nas situações
de trabalho.
Para Le Boterf (1999), por sua vez, a competência está no saber mobilizar e aplicar os recursos disponíveis na atividade
profissional. Destaca que a competência está além das qualificações individuais, mas no resultado dessas qualificações
no trabalho.
Esse estudioso relaciona o conceito de competência a mobilização, a articulação de recursos para a ação, enfatizando
os resultados das qualificações dos indivíduos nos resultados práticos no trabalho.
Dutra (2001) traz, associado ao conceito de competência, o conceito de complexidade. Cada indivíduo possui um conjunto
de conhecimentos, de habilidades e de atitudes, o que não garante que a organização se beneficie disso. É preciso levar
Pós-Graduação a Distância
em conta a capacidade de entrega do indivíduo à empresa. Assim, o conceito de complexidade permite avaliar o nível de
entrega e de agregação de valor das pessoas. Segundo esse autor, é possível definir diferentes níveis de complexidade de
entrega para cada competência. O que diferencia dois indivíduos de competências semelhantes em seu desempenho no
trabalho é a capacidade de entrega, como ele utiliza seu potencial para a realização de suas tarefas. Para ele, “desempenho
é o conjunto de entregas e resultados de determinada pessoa para a empresa ou negócio”.
De acordo com Fleury e Fleury (2000), “competência é um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar,
integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades que agreguem valor econômico à organização e valor social
ao indivíduo.” O enfoque desse conceito está na capacidade de o indivíduo mobilizar recursos para a ação. Segundo
33
Gestão por Competências Unidade III
Para Sparrow e Bognanno (1994), “competências representam comportamentos identificados como relevantes para a
obtenção de alto desempenho em um trabalho específico, ao longo de uma carreira profissional, ou no contexto de uma
estratégia corporativa.”.
Durand (apud BRANDÃO, 1999) desenvolveu um conceito de competência baseado em três dimensões: conhecimentos,
habilidades e atitudes. Essas dimensões são complementares e interdependentes. Para ele, competência é um conjunto
de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à consecução de determinado propósito. Conhecimento é uma
série de informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo. Habilidade é a capacidade de aplicar o conhecimento
adquirido, visando a atingir um objetivo específico. Já as atitudes são estados complexos que afetam o comportamento,
determinando a escolha de um curso de ação pessoal.
Segundo o autor, a aprendizagem que leva ao desenvolvimento das competências deve considerar a assimilação de
conhecimentos, a aquisição de habilidades e a internalização de atitudes relevantes ao alcance de determinado fim.
Competência
De acordo com Dutra (2004), existem duas grandes correntes que conceituam competência. Uma delas, representada
por Boyatizis (1982) e McClelland (1973), afirma que competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e
atitudes que credencia o indivíduo a exercer determinado trabalho. A outra corrente, defendida por Le Boterf (1999)
e Zarifian (1999), relaciona competência às realizações do indivíduo em determinado contexto, àquilo que ele produz
ou realiza no trabalho.
Segundo Brandão (2006), “competência não é apenas o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários
para exercer determinada atividade, mas também o desempenho expresso pela pessoa em determinado contexto, em
Gestão de Pessoas por Competências
Esse conceito associa competência ao desempenho, inserido no contexto organizacional. Tem, portanto, ampla aceitação
no meio acadêmico e em ambientes organizacionais. O desempenho pode ser observado por meio dos comportamentos
que o indivíduo apresenta no trabalho e pelos resultados alcançados por ele.
No quadro comparativo, a seguir, percebe-se que existem ênfases diferentes nos conceitos de competência dos diversos
autores que tratam do tema.
34
Gestão por Competências Unidade III
Boyatizis “Competências são aspectos verdadeiros ligados à natureza humana. São comportamentos Formação
(1982) observáveis, em grande parte, o retorno da organização.” Resultados
“Competências representam atitudes identificadas como relevantes para a obtenção de Estratégias
Sparrow e Bognanno alto desempenho em um trabalho específico, ao longo de uma carreira profissional, ou no Ação
(1994) contexto de uma estratégia corporativa.”
Resultados
Zarifian “Competência é assumir responsabilidades frente a situações de trabalho complexas, Mobilização
(2001) buscando lidar com eventos inéditos, surpreendentes, de natureza singular.” Ação
“A competência profissional é uma combinação de conhecimentos, de saber fazer, de Aptidão
Le Boterf experiências e comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela é constatada
Ação
(1997) quando de sua utilização em situação profissional a partir da qual é passível de avaliação.
Compete à empresa identificá-la, avaliá-la, validá-la e fazê-la evoluir.” Resultados
“A competência pode ser compreendida como a capacidade de entrega de uma pessoa, Ação
Dutra
que, associada às suas capacidades, agregam valor ao negócio ou à empresa onde atua e
(2001) Resultados
a ele mesmo.”
“Competência: um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, Ação
Fleury e Fleury
transferir conhecimentos, recursos, habilidades que agreguem valor econômico à organização
(2000) Resultados
e valor social ao indivíduo.”
“Competência não é apenas o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários
Brandão para exercer determinada atividade, mas também o desempenho expresso pela pessoa Resultados
(2006) em determinado contexto, em termos de comportamentos e realizações decorrentes da Desempenho
mobilização e da aplicação de conhecimentos, habilidades e atitudes no trabalho.”
Durand “Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes interdependentes e
Resultados
(1998) necessárias à consecução de determinado propósito.”
Fonte: Bittencourt (2002), com adaptações.
Pós-Graduação a Distância
35
Gestão por Competências Unidade III
No primeiro nível, incluem-se as core competences ou as competências essenciais da organização, que são responsáveis
pela atuação da empresa no mercado, estimulando a construção de um diferencial competitivo baseado nas especialidades
e especificidades de cada organização. Para Prahalad e Hamel, as core competences devem responder a três critérios.
No mundo competitivo, a empresa que aplica bem sua competência essencial é aquela que aproveita os recursos de
seus funcionários, busca novas maneiras de fazer e oferecer seus produtos e aproveita as oportunidades do mercado.
Segundo Prahalad, a empresa deve ser vista como um conjunto de forças, de capacidades e de habilidades que podem
ser utilizadas para criar novos negócios. Para ele, a estratégia é desenvolver uma série de competências essenciais e, a
partir daí, criar novos produtos e serviços.
• Essenciais: representam atributos de caráter distintivo, que diferenciam a organização das demais.
• Técnicas
• Sociais
• De serviço
• Sobre processos
• Sobre a organização
Gestão de Pessoas por Competências
No segundo nível, das competências humanas, observa-se a necessidade crescente de formar e valorizar o profissional
que possa oferecer respostas mais rápidas às demandas do mercado e da empresa, que tenha uma postura aberta à
inovação, baseado num perfil criativo e flexível, que esteja preparado para trabalhar e estimular o desenvolvimento das
outras pessoas com quem trabalha.
A rapidez com que as mudanças acontecem no mundo organizacional faz com que o indivíduo tenha de mobilizar cada vez
mais recursos para lidar com as novas situações impostas por tais mudanças. Desta forma, o trabalho não se concentra
apenas no desenvolvimento de tarefas pré-definidas e associadas a cada cargo. Tem um destaque cada vez maior o
número de profissionais que responde às novas exigências do mercado, trazendo contribuições para o desempenho da
organização.
36
Gestão por Competências Unidade III
Segundo Dutra (2001), “a agregação de valor dos indivíduos é sua contribuição efetiva ao patrimônio de conhecimentos
da organização, o que lhe permite manter suas vantagens competitivas ao longo do tempo.” Percebe-se, assim, uma forte
relação entre competências organizacionais e individuais.
Pode-se, então, classificar as competências como profissionais e organizacionais, destacando-se que o conjunto
de competências profissionais, aliado a processos e o outros recursos, dão origem e sustentação à competência
organizacional.
As competências humanas também podem ser observadas em equipes de trabalho. Segundo Zarifian (1996), uma
competência pode se manifestar em processos produtivos e ser atribuída tanto ao indivíduo quanto ao grupo de trabalho.
Durand (2000) afirma que valores comuns à equipe influenciam no desempenho e nos resultados alcançados por ela.
Uma característica importante do conceito de competência refere-se ao seu caráter dinâmico. Isso significa que competências
específicas valorizadas em determinada atividade, no momento atual, podem perder seu valor, tornando-se obsoletas,
ultrapassadas, devido ao surgimento de inovações tecnológicas ou a mudanças na estratégia organizacional.
Para Prahalad e Hamel, as competências têm um caráter dinâmico, pois necessitam ser transformadas, com o propósito
de atender às mudanças no mercado competitivo em um processo ininterrupto. A competência essencial deve buscar uma
natureza dinâmica, de modo à não se tornar uma “rigidez essencial”, que inibe a inovação e o crescimento. Isso decorre
da dificuldade das empresas (e das pessoas) de mudar, principalmente se as ações que precisam ser modificadas são
aquelas que alavancaram o sucesso do negócio. Logo, é preciso investir no desenvolvimento de novas competências,
enquanto as antigas ainda agregam valor à organização. O desenvolvimento de competências essenciais dinâmicas requer
aprendizagem organizacional e atualização contínua.
Segundo Lei et al. (1996), as competências essenciais, para serem eficazes, têm de evoluir e mudar de maneira constante,
por meio de aprendizagem organizacional permanente. As organizações que investem e melhoram suas competências são
capazes de criar novas alternativas de crescimento estratégico.
De acordo com Sparow e Bognanno (1994), as competências podem ser classificadas conforme seu grau de
relevância.
• Competências estáveis: são essenciais para o andamento das atividades da organização e relevantes ao longo
do tempo.
• Competências declinantes: são competências que fizeram parte da organização no passado recente e estão
se tornando cada vez menos necessárias.
• Competências emergentes: são aquelas que estão se tornando relevantes, devido às inovações tecnológicas
e às mudanças estratégicas da empresa, que serão fundamentais em um futuro próximo.
• Competências transitórias: são competências que não estão diretamente ligadas ao negócio da empresa, mas
que são importantes em momentos de transição.
Os autores ressaltam que, a partir dessa classificação, é possível identificar e mapear as competências necessárias
Pós-Graduação a Distância
ao sucesso organizacional. Desta forma, pode-se direcionar os recursos da organização para o desenvolvimento das
competências emergentes e para a manutenção das essenciais.
37
Gestão por Competências Unidade III
A remuneração por maturidade parte do princípio de que os profissionais se desenvolvem por meio do acúmulo de
experiências e de habilidades obtidas ao longo do tempo.
Jorge (2007: 125-128) cita exemplos de fatores que permitem a avaliação da maturidade profissional por pontos.
Vejamos as tabelas a seguir.
PESO 20%
CONCEITO – avalia o tempo efetivamente trabalhado, comprovado em anos de trabalho, nas atividades da carreira.
38
Gestão por Competências Unidade III
PESO 40%
CONCEITO – avalia a qualidade com base nas tarefas realizadas no trajeto profissional. Observa aspectos como:
complexidade, diversidade, decisão, responsabilidades, criatividade, liderança etc.
PESO 10%
CONCEITO – avalia a participação em cursos de especialização, mestrado e doutorado, bem como o título de livre
docente.
39
Gestão por Competências Unidade III
PESO 10%
PESO 10%
CONCEITO – avalia o conhecimento de idiomas estrangeiros, que facilitam o acesso a publicações não editadas em
português, bem como o contato com profissionais de outros países.
40
Gestão por Competências Unidade III
PESO 10%
CONCEITO – avalia as atividades de ensino desenvolvidas em escolas de Nível Superior e o tempo gasto com elas,
ministrando cursos de especialização, graduação ou pós-graduação.
CLASSIFICAÇÃO
41
Gestão por Competências Unidade III
Carreiras em espiral
A carreira em espiral é uma das melhores opções para atender às necessidades do sistema tradicional de modernizar a
distribuição do trabalho.
“As carreiras são planejadas mediante a preparação e o exercício de postos de trabalho em rodízio
periódico em cada fase da espiral, prevendo-se promoções para a fase seguinte, de profissionais com
determinado nível de polivalência. O salário cresce à medida que se aumenta o grau de polivalência,
de forma a favorecê-la e incentivá-la.” (JORGE, 2007: 129)
OPERADOR II • •
H I
OPERADOR I • • •
E F G
• • • •
AJUDANTE DE PRODUÇÃO A B C E
Tabela salarial
NÍVEL
CLASSE 1 2 3 4 5
SALARIAL ADMISSÃO EFETIVAÇÃO 2 POSTOS 3 POSTOS 4 POSTOS
1 400 440 477 517 560
2 560 616 668 723 863
3 863 935 1014 1098 1189
42
Gestão por Competências Unidade III
Segundo Jorge (2007), este sistema deve criar condições para responder a dois desafios.
O grande diferencial deste sistema de remuneração está no fato de desfocar o cargo para focar as pessoas que exercem
suas atividades.
Jorge (2007), Souza (2005) e Chiavenato (2004) estabelecem uma interessante comparação entre sistema tradicional
de remuneração e sistema de remuneração por habilidade certificada.
Voltado ao que deveria ser feito. Foco no que é entregue. O quanto realiza e quanto valor agrega.
Cargos alocados por funções e por área. Profissionais alocados em eixos de carreira.
Dificuldade de mudança de área. A mudança pode ocorrer sem alteração do eixo de carreira.
Descrição de funções que se alteram constantemente. Descrição de níveis de complexidade (mais estáveis e abrangentes).
43
Gestão por Competências Unidade III
Para a implementação desse sistema de remuneração, algumas coisas devem ser observadas, como: definir as
atividades ou o bloco de atividades necessárias às atividades consideradas, que serão a base para determinação da
remuneração, determinar os passos para a evolução das pessoas e estabelecer procedimentos e regras para treinamento
e certificação.
“Quando um funcionário executa uma atividade que requer uma habilidade diferenciada e complexa,
ele poderá ter uma remuneração específica pelo uso desta habilidade ou poderá ser remunerado
por blocos, quando for possível integrar habilidades menos complexas e dirigidas para uma mesma
finalidade. (...) A definição de habilidade depende do contexto de cada organização e depende de
criteriosa análise de seus processos, que deve ser realizada de forma diferenciada da análise de
cargos, que implica uma visão estática das atividades, divididas em cargos, mas deve considerar o
caráter dinâmico dos processos.” (JORGE, 2007: 132)
O fator determinante da progressão de um funcionário neste sistema será a sua atitude empreendedora, a sua
determinação em progredir, em adquirir novas habilidades, de acordo com a demanda da empresa. Assim, nas
empresas que adotam o sistema de remuneração por habilidades, a capacitação passa a constituir item essencial na
organização do trabalho.
No entanto, é necessário que o funcionário comprove, por meio de testes práticos e teóricos, que, de fato, pode
produzir os resultados esperados. “As habilidades a serem certificadas são avaliadas mediante aplicação de testes
de proficiência técnica e teórica e decisão de um comitê constituído por gestores do sistema e representantes da
equipe.” (JORGE, 2007: 133)
Jorge (2007) prevê quatro etapas para o desenvolvimento de um sistema de remuneração por habilidades:
Objetiva definir os objetivos, as premissas e a abrangência e deve ter como base o conhecimento das características da
empresa: negócio, estratégia, cultura, estrutura, processos etc.
44
Gestão por Competências Unidade III
Inclui a descrição das habilidades, as exigências para certificação e os possíveis planos de desenvolvimento dos
funcionários. São estabelecidos os cenários de impactos financeiros, legais e de gerenciamento. Esta etapa se conclui
com a validação e o comprometimento da organização com o sistema.
Segundo Souza (2005), o fluxo do processo de gerenciamento por competência tem cinco etapas.
• Elaboração do inventário das habilidades e das competências que cada indivíduo executa.
• Identificação dos gaps (ou lacunas de competências), para cuja eliminação se encaminham os planos individuais
de treinamento e desenvolvimento.
• Avaliação, pelo processo de certificação, da aplicação prática dos conhecimentos, das práticas e das atitudes,
como referencial para a liderança.
• Posicionamento salarial do indivíduo na faixa do respectivo cargo, baseado no referencial anterior, a partir
de decisão da liderança.
Etapa 3: Implantação
• O funcionário apresenta condições de ser certificado em habilidades compatíveis com seu salário atual.
Observando-se essas questões, é possível fazer o inventário das habilidades dos funcionários e a determinação de seu
enquadramento no novo sistema. “Na empresa, todos os níveis hierárquicos, desde os empregados que ocupam posições
operacionais até o corpo gerencial, são abrangidos pelo sistema de remuneração por competências.” (SOUZA, 2005: 64)
Etapa 4: Gerenciamento
Para garantia de funcionamento do sistema, é necessário que ele seja acompanhado constantemente e que seja passível
de constantes ajustes, a fim de, efetivamente, ser eficaz na sua aplicação. É importante que sempre haja ajustes, para
alinhar as estratégias de negócio à dinâmica das carreiras, visando a atender a novas demandas tecnológicas, constituindo
um dos novos conceitos de organização do trabalho.
45
Gestão por Competências Unidade III
De acordo com os conceitos já estudados na disciplina Gestão por Competências, vejamos a relação entre competências
e habilidades.
O conceito de competência é mais amplo e não exclui o conceito de habilidade. O que os diferencia é, apenas, a maior
nitidez e a mensuração mais objetiva que cada um trará em cargos específicos.
As habilidades são mais características das carreiras operacionais, que estão sujeitas à rotina e não sofrem tantas
mutações. As competências, por sua vez, caracterizam melhor os cargos técnicos e gerenciais.
Tipos de competência
Segundo Souza (2005), as competências podem ser gerais ou específicas, sendo que as específicas dizem respeito a
uma carreira e as gerais são comuns a toda organização.
Exemplos de competências:
• Orientação para resultados.
• Direcionamento estratégico.
• Liderança de equipes.
• Agente de mudança.
• Colaboração irrestrita.
• Orientação para o mercado.
• Orientação para a ação.
• Iniciativa.
• Flexibilidade.
• Planejamento e organização.
• Construção de relacionamentos.
• Capacidade técnica.
Gestão de Pessoas por Competências
• Visão sistêmica.
Tipos de habilidades
Para Souza (2005), o sistema baseado em habilidades sustenta-se em três dimensões.
46
Gestão por Competências Unidade III
• Habilidades verticais: envolvem níveis maiores de complexidade, como liderança técnica, coach ou supervisão.
Exemplos de habilidades:
São atributos muito importantes no processo de certificação de habilidades, com base em Souza (2005).
• Objetividade.
• Autoavaliação.
Pós-Graduação a Distância
47
Gestão por Competências Unidade III
VANTAGENS DESVANTAGENS
48
Gestão por Competências Unidade III
Várias organizações estão utilizando modelos de gestão por competências para planejar, captar e desenvolver as
competências necessárias ao alcance de seus objetivos.
A gestão por competências parte do planejamento estratégico da organização e direciona as ações de captação e seleção,
treinamento e gestão de carreira de seus colaboradores visando a atingir seus objetivos e metas. É um processo que
envolve todos os níveis da empresa: corporativo, divisional, grupal e individual. É um modelo que objetiva integrar todos
os subsistemas de Recursos Humanos, alinhando-os com a estratégia organizacional.
O modelo proposto por Ienaga (1998) parte do mapeamento do gap de competências da organização, identificando, a
partir dos objetivos estratégicos da instituição, a discrepância entre as competências necessárias à consecução dos
objetivos e as competências internas disponíveis na organização.
Após a realização do mapeamento dos gaps de competência, é possível planejar e implementar ações de capacitação e/
ou desenvolvimento de competências, visando a eliminar ou a minimizar as lacunas.
Desta forma, a gestão por competências toma como referência a estratégia da organização e direciona suas ações de
recrutamento e seleção, capacitação, gestão de carreira e formalização de alianças estratégicas, entre outras, para a
captação e o desenvolvimento das competências necessárias para atingir seus objetivos.
Brandão e Guimarães (2001) apresentam as principais fases do modelo de gestão por competências na figura abaixo.
Formulação da estratégia
organizacional Desenvolvimento Formulação dos planos
de competências operacionais de trabalho e de
Definição da missão, da visão de internas gestão
Diagnóstico das
futuro e dos objetivos estratégicos
competências
humanas ou
Definição de indicadores de Captação e
profissionais Definição de indicadores de
desempenho organizacional integração de
competências desempenho e de remuneração
Diagnóstico das competências externas de equipes e de indivíduos
essenciais à organização
Acompanhamento e avaliação
Segundo os autores, o processo inicia-se com a formulação da estratégia organizacional. Define-se a missão, a visão de
Pós-Graduação a Distância
futuro e os objetivos estratégicos da organização. Partindo dos objetivos estratégicos, é preciso estabelecer os indicadores
de desempenho organizacional e as metas a serem alcançadas. Feito isso, identificam-se as competências necessárias
para concretizar o desempenho esperado.
Após a identificação das competências necessárias para o alcance das metas organizacionais, parte-se para o mapeamento
de competências (humanas e organizacionais). Identifica-se o gap (lacuna) existente entre as competências necessárias
para alcançar o desempenho esperado e as competências já encontradas na organização. Veja, no quadro, a seguir, a
identificação do gap de competências.
49
Gestão por Competências Unidade III
Competências
mapeadas
Competências necessárias
Gap 0
Gap 1
Competências atuais
T0 T1 Tempo
A identificação do gap de competências permite que a organização crie estratégias para minimizar essas lacunas e
manter-se competitiva no mercado. Isso é feito por meio do planejamento de ações de captação e de desenvolvimento
de competências.
As ações de captação de competências estão ligadas à seleção de talentos externos e sua integração ao ambiente
organizacional. Segundo Brandão e Guimarães, tais ações podem acontecer no nível individual (ações de captação e
seleção de talentos) e no nível organizacional (joint-ventures ou alianças estratégicas).
Após as ações de captação e de desenvolvimento, formulam-se os planos operacionais e de gestão, bem como os
indicadores de desempenho e de remuneração das equipes e dos colaboradores.
É feito, então, o monitoramento da execução dos planos operacionais e de gestão e de seus respectivos indicadores de
desempenho, com o objetivo de identificar e de corrigir eventuais desvios.
Ao final, fazem-se o acompanhamento e a avaliação, comparando-se os resultados alcançados com os esperados. Essa
é uma etapa de retroalimentação do sistema, pois levanta informações que podem ser utilizadas como subsídio para as
demais fases do processo.
Após estudar todas as etapas do processo, é possível identificar a relação de interdependência entre a gestão por
Gestão de Pessoas por Competências
competências e a gestão de desempenho. De acordo com Brandão e Guimarães, “o desempenho expressa, em última
instância, a competência de pessoas, de equipes e de organizações.”
A gestão por competências é uma tendência a ser seguida onde há a necessidade de se integrar o modelo de gestão de
pessoas à estratégia da organização.
50
Gestão por Competências Unidade III
A coleta de dados para mapeamento das competências pode ser feita por meio das seguintes estratégias.
• Pesquisa documental.
• Observação participante.
• Observação nãoparticipante.
• Entrevistas.
• Questionários.
• Grupo focal.
Bruno-Faria e Brandão (2003) propõem a utilização de pesquisa documental, para identificar as competências humanas
e organizacionais necessárias ao alcance do sucesso organizacional. Essa pesquisa parte da análise de documentos
referentes ao planejamento estratégico da organização (missão, visão, valores, objetivos e metas). O objetivo da
pesquisa é identificar nesses documentos indicadores da relação competências necessárias/objetivos organizacionais.
Feito isso, parte-se para entrevistas com pessoas-chave da empresa (especialistas, membros da Diretoria). Nas entrevistas,
procura-se captar a percepção dos entrevistados a respeito dos dados levantados na pesquisa documental, sempre visando
a identificar possíveis competências necessárias à instituição.
É importante que o profissional de RH planeje a realização da entrevista, criando um roteiro prévio e explicando a cada
entrevistado os objetivos da pesquisa, bem como a importância de sua cooperação. Para obter respostas fidedignas, é
fundamental que o entrevistador deixe claro que as informações repassadas são sigilosas, garantindo-se o anonimato dos
entrevistados. Criar um clima amigável durante a entrevista ajuda a coletar as informações pretendidas. O entrevistador
deve abrir espaço para que o entrevistado faça seus comentários, sem julgamentos. Deve demonstrar empatia e evitar
a tendência de projetar seus pontos de vista no interlocutor.
Recomenda-se tomar notas ou gravar as entrevistas, pois, por meio desse registro, é possível fazer a análise
do conteúdo e identificar possíveis competências mencionadas pelos entrevistados. Ao analisar o conteúdo das
entrevistas, é importante verificar a frequência com que cada competência foi destacada, indicando sua relevância
para a organização.
Pós-Graduação a Distância
Em algumas ocasiões, o profissional de RH não tem tempo disponível para fazer entrevistas individuais. Nesses casos,
ele pode utilizar a técnica do grupo focal, conduzindo uma discussão objetiva e moderada a respeito das competências
essenciais para a organização. Geralmente, os grupos focais são compostos de oito a doze colaboradores, um moderador
e, se possível, um ou mais observadores.
A utilização dessa técnica permite maior flexibilidade na coleta de dados, oferecendo subsídios para a construção de
outros instrumentos de pesquisa.
51
Gestão por Competências Unidade III
O questionário é a técnica de coleta de dados mais usada para realizar o mapeamento de competências relevantes para a
organização. Geralmente, o profissional de RH utiliza a pesquisa documental e as entrevistas como base para elaboração
dos itens que irão compor o questionário.
Para a construção e a validação do questionário, é importante que o profissional de RH tenha alguns cuidados.
• Evitar a elaboração de itens longos ou com múltiplas ideias.
• Evitar a utilização de expressões técnicas, ambíguas.
• Identificar a escala mais adequada ao público que irá responder ao instrumento.
• Realizar a validação semântica (verificar se os itens são bem compreendidos pelo público que irá responder ao
instrumento).
• Definir a forma de aplicação mais adequada.
Outra técnica de coleta de dados é a observação direta. Faz-se um exame detalhado do fenômeno ou do objeto de
estudo. Tal método pode ser utilizado pelo profissional de RH, para identificar as competências relevantes ao trabalho,
aos indivíduos e às equipes. Pode ser participante, quando o profissional de RH atua como parte integrante do objeto de
estudo, no próprio ambiente organizacional. Pode ser não participante, quando o pesquisador não faz parte do contexto
estudado, atuando apenas como espectador.
Para cada uma das técnicas vistas acima, existem vantagens e desvantagens. Algumas tornam-se inviáveis pelo alto
custo e pelo longo tempo de execução. Veja, no quadro abaixo, os pontos fortes e fracos de cada uma das técnicas de
coleta de dados para mapeamento de competências.
52
Gestão por Competências Unidade III
Esses métodos de coleta de dados para mapeamento de competências são aplicados para identificar as competências
relevantes para a consecução dos objetivos organizacionais. Porém, para mapear os gaps de competência, é preciso
identificar as competências internas já existentes na organização. Para isso, os profissionais de RH utilizam os instrumentos
de avaliação de desempenho. Como visto anteriormente, as competências humanas podem ser expressas pelo desempenho
do indivíduo e os instrumentos de gestão do desempenho profissional ajudam a identificar as competências que os
colaboradores apresentam no trabalho. (BRANDÃO, 2006)
A maior parte das organizações utiliza sistemas próprios para certificar as competências de seus colaboradores, usando
instrumentos de avaliação de desempenho desenvolvidos internamente. O Balanced Scorecard e a avaliação 360º são
alguns modelos de gestão de desempenho utilizados nas organizações.
O Balanced Scorecard é um modelo desenvolvido por Kaplan e Norton (1997) que visa a orientar o desempenho
organizacional, e individual levando em conta aspectos financeiros, perspectivas do cliente, processos internos,
aprendizagem e crescimento. Tem como objetivo alinhar o desempenho de indivíduos e de áreas da organização aos
objetivos estratégicos, usando indicadores de curto, médio e longo prazo.
A avaliação 360° é um modelo de gestão de desempenho desenvolvido por Edwards e Ewen (1996), bastante utilizado
nas organizações. Neste modelo, uma rede de indivíduos registra e recebe feedbacks de diferentes fontes de avaliação
(superior hierárquico, pares, subordinados, clientes, fornecedores e outros eventuais atores envolvidos no processo
Pós-Graduação a Distância
produtivo). Assim, o resultado da avaliação de desempenho do indivíduo é mais fidedigno, pois minimiza distorções.
Podem-se utilizar, ainda, instrumentos de autoavaliação, para identificar as competências internas já existentes na
organização. Neles, o próprio colaborador avalia o grau de importância de determinadas competências para o seu
desempenho no trabalho, bem como o seu domínio sobre ela.
53
Gestão por Competências Unidade III
A descrição de determinada competência deve traduzir o desempenho ou o comportamento esperado, deixando claro o
que o indivíduo deve ser capaz de fazer.
• Ser objetivo: descrever o comportamento ou o desempenho esperado, utilizando verbos que expressem uma
ação concreta e um objeto de ação.
• Expressar condições e critérios: quando possível, destacar as condições em que se espera que o desempenho
ocorra e os critérios que indiquem um padrão de qualidade satisfatório.
• Fazer validação semântica: para garantir que todos tenham o mesmo entendimento a respeito da competência
descrita.
• Ambiguidades.
• Irrelevâncias.
• Duplicidades.
• Abstrações.
• “Comunica-se com os clientes, de forma clara e objetiva, utilizando diferentes veículos de comunicação
(telefone, fax, e-mail).”
Para descrever competências humanas, existem, basicamente, dois critérios, que podem variar, conforme a finalidade
da descrição.
54
Gestão por Competências Unidade III
QUADRO 7 – EXEMPLOS DE RECURSOS OU DIMENSÕES DA COMPETÊNCIA “PRESTAR UM ATENDIMENTO BANCÁRIO BASEADO EM PADRÕES
DE EXCELÊNCIA”.
55
Gestão por Competências Unidade III
A gestão por competências tem como propósito gerenciar os gaps de competências existentes na organização, com o
intuito de eliminá-los ou de minimizá-los, aproximando ao máximo as competências existentes das necessárias para o
alcance dos objetivos institucionais.
Nesse processo, a área de Recursos Humanos tem um papel fundamental. Segundo Brandão (2006), cabe a ela “orientar
e estimular os profissionais a eliminar as discrepâncias entre o que eles são capazes de fazer (competências atuais) e o
que a organização espera que eles façam (competências desejadas).”
Com o objetivo de promover o desenvolvimento profissional de seus colaboradores, para eliminar ou minimizar as lacunas
de competências, a área de Recursos Humanos utiliza-se de seus diferentes subsistemas: captação e seleção de talentos,
educação corporativa, avaliação de desempenho, remuneração e benefícios.
Partindo do planejamento estratégico da organização, a área de Recursos Humanos constrói suas políticas e práticas,
de forma a integrar seus subsistemas, visando à aquisição das competências necessárias ao alcance dos objetivos e das
metas organizacionais.
A integração dos principais subsistemas de Recursos Humanos em torno da necessidade de aquisição das competências
fundamentais para o sucesso da organização gera impactos significativos na forma de condução dos processos de gestão
de pessoas.
Planejamento
Subsistemas de
Estratégia Gestão de Pessoas Educação corporativa
organizacional e
diagnóstico de
competências Identificação e
alocação de talentos
Orientação profissional
Gestão de Pessoas por Competências
Comunicação interna
56
Gestão por Competências Unidade III
A partir do quadro anterior, observa-se que o planejamento das ações dos subsistemas de gestão de pessoas está vinculado
à estratégia organizacional e ao diagnóstico das competências. É nessa fase, que se faz o mapeamento das competências
humanas necessárias para a consecução dos objetivos estratégicos e o planejamento das ações para desenvolvê-las.
Brandão (2006) salienta que as competências humanas identificadas como relevantes às diversas unidades da empresa
devem compor a avaliação de desempenho profissional, que permite à organização mensurar até que ponto seus
colaboradores expressam tais competências no trabalho. Deste modo, a avaliação de desempenho tem como objetivo
identificar as competências que superam o desempenho esperado, bem como as eventuais lacunas de competências.
Partindo dos resultados obtidos na avaliação de desempenho, é possível alimentar os diferentes subsistemas de gestão
de pessoas.
O resultado do mapeamento de competências humanas traz subsídios para a identificação das necessidades de
aprendizagem, para a formulação dos objetivos instrucionais, para a definição de conteúdos programáticos, para a
construção de trilhas de aprendizagem, bem como para o compartilhamento de competências entre as pessoas. (Brandão,
2006)
Ressalta-se a importância da aprendizagem para o desenvolvimento das competências humanas. Para Le Boterf, “o
desenvolvimento de competências humanas depende, essencialmente, de três fatores: do interesse da pessoa por
aprender; de um ambiente de trabalho que incentive a aprendizagem; e do sistema de educação corporativa disponível
ao indivíduo.”
De acordo com Dutra (2002), é possível construir um subsistema de gestão do desenvolvimento das pessoas baseado
em competências, considerando como fator determinante a complexidade da entrega. Para esse autor, não é suficiente
que o indivíduo possua conhecimentos, habilidades e atitudes. É preciso que haja entrega e agregação de valor para a
organização.
• Análise das pessoas em sua individualidade: partindo dos resultados da avaliação de desempenho, a pessoa
é observada com base em sua entrega.
• Análise da efetividade das ações de desenvolvimento: estabelece-se com o indivíduo um plano de ação
Pós-Graduação a Distância
de desenvolvimento. Esse acordo é feito entre o colaborador e sua chefia imediata. Assim, é possível verificar
se ocorreram mudanças após as atividades educativas.
57
Gestão por Competências Unidade III
A partir das competências essenciais para o alcance dos objetivos estratégicos da organização, define-se o perfil
profissional e inicia-se o processo de seleção das pessoas adequadas às necessidades presentes e futuras da empresa.
Da mesma forma acontece com os processos seletivos internos. Busca-se adequar o perfil de competências das pessoas
às competências exigidas para o cargo a ser exercido.
Segundo Dutra (2001), ao avaliar um candidato, leva-se em conta não apenas o seu conjunto de competências, mas
também sua capacidade de entregar-se à empresa.
Dutra (2001) afirma que o sistema de administração de carreiras deve conciliar o desenvolvimento da organização e do
indivíduo. Para ele, a definição de trajetórias de carreira é importante para a manutenção de vantagens competitivas.
Isso pode ser feito de forma compartilhada entre o colaborador, que estabelece suas opções de carreira, e a organização,
que dá suporte ao planejamento individual da carreira de seus funcionários.
• Em linha: a sequência de posições está alinhada numa única direção, não oferecendo alternativas às pessoas.
• Em rede: oferece várias opções para cada posição da empresa. Permite à pessoa estabelecer sua trajetória,
a partir de critérios de acesso previamente estabelecidos.
• Paralelas: os indivíduos podem traçar suas trajetórias profissionais em duas direções: profissional ou gerencial.
Para esse autor, há diferentes eixos de carreira nas organizações, que estão atrelados aos processos fundamentais
da empresa. Para cada um dos eixos, é definido um conjunto próprio de competências, que devem ser graduadas, de
acordo com o nível de complexidade da entrega. Assim, é possível acompanhar o desenvolvimento individual em relação
à entrega para a organização. Esse é um processo em que o feedback é peça-chave, pois o colaborador e sua chefia irão,
periodicamente, avaliar os progressos feitos e os gaps ainda existentes.
O objetivo principal do sistema de gestão de carreiras e orientação profissional é conciliar as necessidades organizacionais
de competências, as oportunidades profissionais existentes na organização e as aspirações de crescimento do indivíduo.
(BRANDÃO, 2006)
Remuneração
Ao se atrelarem os conceitos de competência aos processos de gestão de pessoas, estimula-se a remuneração variável,
Gestão de Pessoas por Competências
Determinadas competências podem ser remuneradas de maneira diferenciada, de forma variável. Isso gera incentivos e
estimula os colaboradores a desenvolver a referida competência.
Algumas organizações oferecem remuneração variável para colaboradores que se dispõem a atuar como instrutores
ou tutores em capacitações internas. Esse é um exemplo de como a remuneração variável ligada a competências pode
estimular o desenvolvimento profissional, além do reconhecimento dos pares e da retribuição financeira.
Comunicação interna
58
Gestão por Competências Unidade III
Esse subsistema de gestão de pessoas pode ser utilizado para estimular o autodesenvolvimento dos indivíduos, divulgando
aspectos da estratégia organizacional, tais como: missão, visão, objetivos estratégicos e metas organizacionais.
É usado, também, para a disseminação do conhecimento, pela socialização de informações relativas a experiências de
sucesso e inovadoras das diferentes áreas da empresa.
Pós-Graduação a Distância
59
Gestão de Carreira Unidade IV Unidade IV
Gestão de Carreira
As empresas modernas têm sofrido grandes transformações, em decorrência das mudanças aceleradas na tecnologia,
na gestão e nos valores sociais. Todas essas transformações geram uma grande instabilidade nas empresas e,
consequentemente, um aumento da competitividade. Para que uma empresa se destaque em relação à concorrência, é
necessário que ela se renove continuamente e que trabalhe com pessoas dispostas a renovar-se constantemente.
Segundo Dutra (1996), as empresas que têm como objetivo manterem-se competitivas sofrem alguns problemas.
• Estimular e oferecer o apoio necessário a uma postura empreendedora e inovadora em seus gestores.
Diante desse contexto, as empresas têm apresentado novas necessidades na gestão de recursos humanos. A administração
de carreiras surge como a resposta mais completa para essas empresas.
“De um lado, estimula e instrumentaliza as pessoas para pensar em suas carreiras e seu desenvolvimento
profissional e pessoal. De outro, oferece à empresa os conceitos e o ferramental necessários para
pensar a gestão de recursos humanos de forma estratégica e para integrar o conjunto das políticas
e práticas de administração de pessoas.” (DUTRA, 1996: 07)
Pós-Graduação a Distância
61
Gestão de Carreira Unidade IV
“Carreira passa a ideia de um caminho estruturado e organizado no tempo e no espaço que pode ser seguido por alguém.”
(MAANEN, 1977, apud DUTRA, 1997)
“Carreira é uma sequência de atitudes e de comportamentos, associada com experiências e atividades relacionadas
ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa.” (HALL, 1976, apud DUTRA, 1997)
“Carreira é uma sucessão ou sequência de cargos ocupados por uma pessoa ao longo de sua vida profissional.”
(CHIAVENATO, 2004: 374)
“Carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira
envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais
e expectativas e imposições da organização e da sociedade. Da perspectiva do indivíduo, engloba o entendimento e a
avaliação de sua experiência profissional, enquanto, da perspectiva da organização, engloba políticas, procedimentos
e decisões ligadas a espaços ocupacionais, a níveis organizacionais, a compensação e a movimento de pessoas. Essas
perspectivas são conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constante ajuste, desenvolvimento e mudança.”
(STUMPH, 1982, apud DUTRA, 1997)
Diante desses conceitos, pode-se concluir que carreira é uma série de estágios e de transições pelos quais os indivíduos
passam em função de pressões dele mesmo ou do ambiente em que está inserido. É fruto do arbítrio individual.
Gestão de Pessoas por Competências
62
Gestão de Carreira Unidade IV
Até a década de 1980, as pessoas apresentavam uma grande resistência em planejar suas vidas profissionais. A partir
do início desta década, nos EUA, surgiram fatos que obrigaram as pessoas a se posicionarem quanto as suas carreiras,
passando a rejeitar promoções que não constituíssem desafios ou que implicassem deslocamento de moradia. Hall (1986,
apud DUTRA, 1997) destaca o seguinte.
• Os baby-boomers (geração Baby Boomer é aquela que compreende pessoas que nasceram nos Estados Unidos
entre 1946 e 1964, quando o coeficiente de natalidade cresceu de forma acentuada e anormal) chegaram a
posições intermediárias nas estruturas organizacionais e começaram a verificar que as oportunidades eram
escassas e que as empresas não cuidavam de suas carreiras.
• Os profissionais nascidos na década de 1950 viam suas chances de progresso reduzidas em função do
achatamento das estruturas organizacionais e da ocupação das posições intermediárias, entre a cúpula e base,
pelos baby-boomers.
• A influência dos casais que fizeram sua carreira juntos, conciliando trabalho e família, sobre seus filhos, que,
no início dos anos 1980 estavam entre 10 e 15 anos.
Segundo Dutra (1997), no Brasil ainda há uma grande resistência das pessoas em planejar suas carreiras e em se guiar
por apelos externos, como remuneração, status, prestígio etc., do que por preferências pessoais.
Por outro lado, as empresas demonstram estar cada vez mais preocupadas em estimular as pessoas a planejarem suas
carreiras. Alguns motivos são (DUTRA, 1997: 22) estes.
• A busca de um posicionamento mais competitivo em seus mercados, o que tem conduzido as empresas a uma
redefinição do perfil exigido de seus recursos humanos. Esse perfil desloca-se da postura e do comportamento
obedientes e disciplinados para o inovador e empreendedor. As empresas estimulam e oferecem todo
apoio necessário para que a pessoa possa empreender seu desenvolvimento e sua carreira. A mudança de
comportamento é de responsabilidade da pessoa.
• O estímulo para que as pessoas planejem suas carreiras tem sido um instrumento importante para torná-
las empreendedoras consigo próprias. O planejamento da carreira faz com que as pessoas pensem seu
desenvolvimento a partir delas próprias e se posicionem para negociar com a empresa. No Brasil, há poucos
exemplos de empresas que estimulem o planejamento de carreira e que ofereçam condições corretas para que
as pessoas possa planejá-lo.
diversificação do mercado de produtos e serviços, exigindo das pessoas posicionamentos cada vez mais
conscientes quanto a sua trajetória profissional.
• A disseminação cada vez maior da ideia de que as pessoas são capazes de influenciar suas próprias carreiras
tanto no setor privado quanto no público.
“A grande maioria das pessoas encara a reflexão sobre suas carreiras apenas como a identificação de
oportunidades e a busca de seu aproveitamento. Ao proceder dessa maneira, subordina suas carreiras
a uma realidade dada pelo ambiente e perde a condição de atuar sobre essa realidade. A atuação sobre
o ambiente, no sentido de transformá-lo para melhor, adequar-se às preferências e às características
pessoais, exige que as pessoas, antes de refletirem sobre as oportunidades de carreira oferecidas
pelo ambiente, olhem para dentro de si, procurando identificar o que gostam, o que as satisfaz, o
que as estimula etc. Ao fazê-lo, por estarem usando um padrão interior de avaliação, terão melhor
condição para identificar oportunidades de carreira.” (DUTRA, 1997: 23-24)
No entanto, decisões sobre carreiras são complicadas e, muitas vezes, conflituosas, pois temos que tomá-las no calor
dos acontecimentos e, na maior parte das vezes, sem condições para o distanciamento crítico necessário.
Segundo Dutra (1997), um modelo de planejamento de carreira tem os principais objetivos a seguir.
• Desenvolver nas pessoas um espírito crítico com relação a seu comportamento diante da carreira.
• Estimular e dar suporte a um processo de autoavaliação, visando ao planejamento individual de sua carreira.
• Oferecer uma estrutura para reflexão das pessoas sobre sua realidade profissional e pessoal.
• Disponibilizar ferramentas para desenvolver objetivos de carreira e planos de ação e para monitorar a carreira
ao longo do tempo.
Dutra (1997) apresenta um modelo para orientar as pessoas na reflexão sobre suas carreiras, demonstrado por London
e Stumph (1982), e que depende de três tarefas de responsabilidade do indivíduo.
• Autoavaliação: avaliação de suas qualidades, de seus interesses e de seu potencial para vários espaços
organizacionais.
Identificação de
Autoavaliação Implementação
oportunidade
Plano de ação
64
Gestão de Carreira Unidade IV
No entanto, as ferramentas disponíveis para orientar o processo de autoavaliação voltado para o planejamento de carreira
são limitadas. Rothweel e Kazanas (1988, apud DUTRA, 1997) apresentam um processo para planejamento de carreira
composto de sete passos.
Pós-Graduação a Distância
65
Gestão de Carreira Unidade IV
Segundo Dutra (1997), as teorias da escolha de carreira podem ser agrupadas em duas categorias mais gerais.
• compatibilidade: afirma que determinadas pessoas escolhem determinadas ocupações com base em medidas
de compatibilidade entre si e a ocupação escolhida. Pode ser explicada por quatro características pessoais:
interesse, identidade, personalidade e experiência social. Dá maior ênfase a explicações sobre o que influencia
a escolha da carreira e menor ênfase ao como se processa a escolha e a seu porquê.
• processo de escolha: afirma que a pessoa, ao longo de sua trajetória de vida, vai, gradualmente, chegando à
escolha de sua ocupação. Super (1957, apud DUTRA,1997) aponta cinco estágios de vida que tendem a ser
catalogados nesse tipo de análise: infância, adolescência, idade adulta, maturidade e velhice.
CRESCIMENTO Até 14 anos • importância da capacidade, à medida que aumentam a participação social e os choques com a
realidade
• fases de crescimento: imaginação (4 – 10) – predominam as necessidades; interesses (11 – 12)
– imitação de determinadas aspirações; e atividades e capacidade (13 – 14) – aptidões ganham
mais peso
Existem elementos de nossa realidade que irão determinar as preferências por determinadas ocupações. Esta
autopercepção de habilidades é chamada de âncoras de carreira.
66
Gestão de Carreira Unidade IV
Os padrões para escolha de carreiras podem ser agrupados nas seguintes categorias, segundo Schein (apud
DUTRA, 1997).
• Competência gerencial
• Segurança e estabilidade
• Criatividade
• Autonomia e independência
• Desafio constante
“Ao nos conhecermos melhor, fica mais fácil estabelecer as bases para uma negociação honesta
com a empresa sobre nossas necessidades e expectativas. Além desse fato, a percepção clara de
nossas preferências faz com que analisemos nossos pontos fortes e fracos, visando à alavancagem
de nossa carreira.” (Dutra, 1997: 44)
Pós-Graduação a Distância
67
Gestão de Carreira Unidade IV
O desenho de carreira demonstra as sequências lógicas de cargos ou de posições e traduz os diferentes patamares de
exigência sobre as pessoas.
• Valores organizacionais.
Em virtude da influência dos aspectos descritos acima, os desenhos podem ter diversas formas. No entanto, as formas
são baseadas em três tipos básicos de desenho.
• Estruturas em linha: a sequência de posições está alinhada em uma única direção, não oferecendo outra
alternativa para as pessoas. Apesar disso, sua estrutura permite maior ou menor flexibilidade, para que a
pessoa proceda a escolhas profissionais.
Estrutura em linha
GERENTE DE SISTEMAS
COORDENADOR DE GRUPO
• Dentro da carreira, a pessoa não tem opções para outras trajetórias, devendo subordinar-se às determinações
da empresa.
• O topo desse tipo de carreira geralmente é configurado com posições gerenciais, não oferecendo alternativa
para as pessoas que preferem fixar-se numa carreira mais técnica.
• As estruturas em linha, por estarem muito atreladas a áreas funcionais e possuírem características de pouca
flexibilidade, são pouco adequadas a empresas que necessitam de maior mobilidade para realocação de pessoas
ou para reconfiguração de suas estruturas organizacionais.
• Estruturas em rede: sua principal característica é apresentar várias opções para cada posição na empresa, o
que permite que a pessoa possa estabelecer sua trajetória com base em critérios previamente estabelecidos.
Essa estrutura torna-se mais flexível à medida que as características que definem os degraus da empresa são
mais abrangentes.
Estrutura em rede
Gerente de
Gerente de Gerente de
Processos Gerente de Vendas
Produção Desenvolvimento
Industriais
Analista de
Analista Sênior de Representante Analista Sênior de
Processos
Suporte de Vendas Técnico de Vendas Desenvolvimento
Industriais Sênior
Analista de Analista de
Analista de Suporte
Processos Desenvolvimento
de Vendas Júnior
Industriais Júnior Júnior
Analista de
Sistemas Trainee
Assim como a estrutura em linha, a estrutura em rede apresenta algumas limitações, tanto para a pessoa quanto para
a empresa. Vejamos (DUTRA, 1997: 83):
Pós-Graduação a Distância
Para a pessoa
• Uma aparente possibilidade de escolha, uma vez que as escolhas são restritas. Uma boa imagem é a da pessoa
que entra em uma sala e encontra três portas, escolhe uma e entra em outra sala com mais três portas, escolhe
outra porta e assim sucessivamente.
• Trajetórias profissionais limitadas, conduzindo, não importa o caminho, para posições de alta gerência.
• Caminhos preestabelecidos pela empresa, restando à pessoa pouca ou nenhuma condição de interferência.
69
Gestão de Carreira Unidade IV
Para a empresa
• Pouca mobilidade para reconfigurar estruturas organizacionais, na medida em que qualquer modificação nessas
estruturas implica alterações na carreira;
• Estruturas paralelas: é a forma mais flexível e abrangente para instrumentalizar a administração de carreiras.
Permite um encarreiramento alternativo àquele que está ligado à estrutura organizacional da empresa.
“A carreira paralela constitui-se num instrumento de transição, por ser capaz de conciliar, numa
mesma estrutura de carreira,
Segundo Dutra (1997: 86), a carreira paralela pode ser definida como:
“Sequência de posições, que cada pessoa pode assumir no interior de uma organização, orientada
em duas direções, uma de natureza profissional e outra de natureza gerencial, sendo o acesso aos
maiores níveis de remuneração e de reconhecimento oferecidos pela empresa garantido em qualquer
uma das direções escolhidas.”
Cientista Associado
Gerente de Divisão de P&D
Cientista
70
Gestão de Carreira Unidade IV
Estrutura em Y
BRAÇO BRAÇO
GERENCIAL TÉCNICO
Diretor de Pesquisador
Laboratório Associado
Gerente de Pesquisador
Projetos
Líder de Cientista
Grupo Pesquisa Sr.
Cientista de
Pesquisa
Cientista de
projeto
Cientista
Cientista
Júnior
Cientista
Trainee
Fonte: Dutra (1997: 88).
• Tem uma base comum, tanto para o braço técnico como para o braço gerencial, garantindo maior flexibilidade
na alocação dos recursos humanos nos dois braços da carreira.
• A base do Y tem característica técnica, permitindo que o profissional técnico, num estágio mais maduro de
sua carreira, possa efetuar a opção pela carreira técnica ou gerencial.
• O formato Y para a carreira paralela dá legitimidade técnica àqueles que ocupam posições gerenciais, facilitando
o diálogo e sua aceitação como gerente junto àqueles que optaram pelo braço técnico da carreira.
EIXOS PROFISSIONAIS
NÍVEIS Técnico 1 Técnico 2 EIXO GERENCIAL
Administrativo Apoio
Software Hardware
Pós-Graduação a Distância
F Cientista SF Sr. Cientista HD Sr. Partner adm. Sr. Partner de Suporte Sr. Diretor de Laboratório
E Cientista SF Pl. Cientista HD Pl. Partner adm. Pl. Partner de Suporte Pl. Gerente de Projetos ou de Área
D Cientista SF Jr. Cientista HD Jr. Partner adm. Jr. Partner de Suporte Jr. Coordenador de Projetos
C Pesquisador SF Sr. Pesquisador HD Sr. Analista adm. Sr. Analista de Suporte Sr.
B Pesquisador SF Pl. Pesquisador HD Pl. Analista adm. Pl. Analista de Suporte Pl.
A Pesquisador SF Jr. Pesquisador HD Jr. Analista adm. Jr. Analista de Suporte Jr.
Fonte: Dutra (1997: 91).
Para a empresa
• Permitir mais flexibilidade para compor e organizar várias trajetórias profissionais em uma única estrutura de
carreira.
• Manter equidade entre as diferentes trajetórias de carreira, de forma que as pessoas em determinada trajetória
não se sintam diminuídas em relação às demais.
Para a pessoa
72
Gestão de Carreira Unidade IV
Algumas categorias podem ser definidas para caracterizar os instrumentos utilizados na administração de carreiras. São
elas: suporte às decisões individuais sobre carreira, suporte ao gerenciamento de carreira pela empresa e facilitadores
da comunicação entre as pessoas e a empresa.
Com base nessa categorização, podem-se alinhar três eixos de responsabilidades, que servirão como “reflexão acerca
da gestão de carreiras, jamais como prescrições a serem seguidas.” (DUTRA, 1997: 110)
O sistema de administração de carreiras deve incorporar tanto elementos das pessoas como das empresas. Assim, os
instrumentos e as técnicas irão variar de empresa para empresa. Há porém, um conjunto de premissas básicas que devem
ser incorporadas a qualquer sistema (GUTTERIDGE, 1986 apud DUTRA, 1997).
Pós-Graduação a Distância
• Dados sobre atitudes, interesses, habilidades, competências individuais, a partir de processos de auto-avaliação.
• Dados sobre oportunidades de carreira, associados com habilidades requeridas pela empresa, com necessidades
de pessoas, com postura requerida das pessoas etc., a partir da administração estratégica da empresa.
• Sistemas que disponibilizem informações da empresa, para as pessoas, e sobre as pessoas, para a empresa.
• Sistemas que assegurem o diálogo e o feedback entre as pessoas e a empresa, permitindo a conciliação
contínua entre as necessidade de carreira das pessoas e as oportunidades oferecidas pela empresa.
73
Gestão de Carreira Unidade IV
• Sistema de desenvolvimento que permita que o crescimento pessoal e profissional seja compatível com o
planejamento individual de carreira.
Gestão de Pessoas por Competências
74
Gestão de Carreira Unidade IV
• O porquê da mudança: identificar quais são as necessidades, os problemas ou as oportunidades que estão
gerando a mudança.
• Como mudar: definir o caminho o ser percorrido, para que a mudança se realize.
Dutra (1997:123) cita algumas premissas comuns para propor métodos e técnicas que garantam a efetividade do Sistema
de Administração de Carreiras.
Pós-Graduação a Distância
• Deve haver uma contínua adequação do Sistema às necessidades e às expectativas das pessoas e da empresa
ao longo do tempo.
As fases de mudança desse Sistema podem ser resumidas com as ideias dos principais autores no quadro a seguir.
75
Gestão de Carreira Unidade IV
76
Referências
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JORGE, José Moacir. Remuneração estratégica: como desenvolver atitudes empreendedoras por meio da remuneração.
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