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http://www.gradadm.ifsc.usp.br/dados/20152/SLC0631-1/Trabalho_tipos_inteligencia.pdf
Acesso em 29.08.2018
Um estudo sobre a Teoria das
Inteligências Múltiplas
Letícia Gomes Rodrigues
Graduação em Licenciatura em Ciências Exatas
Matéria: Psicologia da Educação II
Professor: José Fernando Fontanari
Universidade de São Paulo
1
Índice
Resumo………………………………………………………………………………………......3
Introdução…………………................................................................................................3
O que é inteligência?........................................................................................................3
As inteligências múltiplas……………………………………………………………..………..6
Os estágios de desenvolvimento das inteligências…………………………….………….10
A escola segundo Gardner…………………………………………………....……………...10
A avaliação…………………………………………………………………….……………….11
Conclusão…………………………………………………………………………..…………..12
Referências Bibliográficas…………………………………………………………………….13
2
Resumo
O presente trabalho visa fazer um estudo sobre as inteligências propostas por
Howard Gardner, iníciando com uma pequena discussão sobre o que é inteligência,
passando pela definição de Gardner e finalizando com a aplicação do conceito na
educação.
Introdução
Howard Gardner é psicólogo, começou sua pesquisa há mais de 20 anos. Em
um de seus trabalhos, no qual ele verificou em veteranos de guerra americanos o que
eles tinham preservado apesar das sequelas de combate, ele notou que por mais que
as pessoas tivessem perdas físicas e intelectuais, por causa de lesões cerebrais, elas
preservavam muitas capacidades intactas, e por meio dessas capacidades era possível
estimular as possibilidades de realização nas áreas afetadas.
Em 1983 publicou seu livro Frames of Mind (No Brasil com o título de Estruturas
da Mente), no qual expôs a Teoria das Inteligências Múltiplas. Após isso houve grande
repercussão, muitos questionamentos e palestras, e desde então Gardner publicou
outras obras como complemento do estudo sobre a Teoria.
A proposta de Gardner trouxe muitas mudanças, inclusive no âmbito da
educação, pois trouxe um novo conceito de inteligência.
O que é inteligência?
Inteligência é um termo que pode ser definido de formas diferentes, e até hoje é
difícil encontrar um consenso. A palavra vem do intellectus
Latim , de
intelligere =
inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e
lègere = recolher,
escolher, ler.
Com uma rápida busca no Google, apenas com a palavra “inteligência” o
primeiro resultado que é retornado é:
1
“inteligência
substantivo feminino
1 .faculdade de conhecer, compreender e aprender.
2 .capacidade de compreender e resolver novos problemas e conflitos e de adaptarse a
novas situações.
3 .conjunto de funções psíquicas e psicofisiológicas que contribuem para o
conhecimento, para a compreensão da natureza das coisas e do significado dos fatos.
‘a doença afetou a sua i.’
3
4.modo de interpretar, de julgar; interpretação, juízo.
5 p.met.
. indivíduo de grande inteligência; sumidade.
6.harmonia, entendimento recíproco. ‘viver em boa i.’
7.acordo ou combinação secretos; maquinação, conluio.”
São muitas as definições. A inteligência foi definida e redefinida diversas vezes
através dos tempos, porém atualmente temos dois consensos mais amplamente
aceitos.
O primeiro:
"
Os indivíduos diferem na habilidade de entender ideias complexas, de se
adaptarem com eficácia ao ambiente, de aprenderem com a experiência, de se
engajarem nas várias formas de raciocínio, de superarem obstáculos mediante o
pensamento. Embora tais diferenças individuais possam ser substanciais, nunca
são completamente consistentes: o desempenho intelectual de uma dada pessoa
vai variar em ocasiões distintas, em domínios distintos, a se julgar por critérios
distintos. Os conceitos de 'inteligência' são tentativas de aclarar e organizar esse
conjunto complexo de fenômenos.
"
Intelligence: Knowns and Unknowns
Segundo o relatório de , em 1995
"
uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a
habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata,
compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. Não
é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um
talento para sairse bem em provas. Ao contrário disso, o conceito referese a uma
capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta
'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber' uma coisa.
"
Essa definição vem de
Mainstream Science on Intelligence
Temos também o que dizem:
4
● Herrnstein
e
Murray
: "...habilidade cognitiva".
● Sternberg
e Salter: "...comportamento adaptativo orientado a metas".
● Saulo Vallory: "...habilidade de intencionalmente reorganizar informações
para inferir novos conhecimentos".
Já, segundo Gardner:
“
Inteligência é a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam
significativos em um ou mais ambientes culturais”.
Com essa definição tornase inútil fazer indagações comuns como:
Não pode haver comparação, pois os âmbitos de atuação são completamente
diferentes. Provavelmente a resposta que vem à mente de muitas pessoas para a
primeira pergunta é Einstein. Por quê? Porque a inteligência lógicomatemática é a que
grande parte das pessoas, inclusive Piaget, consideram como inteligência. Mas será
que se Einstein estivesse no lugar de Pelé, ou estivesse no mesmo campo de atuação,
ele teria o mesmo desempenho e também se tornaria um ícone como Pelé no futebol,
ou ele próprio na Física? Poderia tem um bom desempenho, mas provavelmente não o
mesmo. Segundo Gardner:
“Poucos gênios são gênios em tudo. Einstein era um gênio matemático,
Shakespeare era um gênio linguístico. Nós temos todos os potenciais, mas alguns
são mais desenvolvidos”
Isso nos leva a outra questão: A inteligência pode ser medida? Alfred Binet, a
pedido de diversos pais que queriam saber se era possível prever o sucesso e o
fracasso das crianças nas séries primárias, criou o teste de inteligência cujo o
resultado, conhecido por Q.I. (quociente de inteligência), seria a medida da inteligência.
O teste fez tanto sucesso nos estados unidos, que na 1º guerra mundial, mais de 1
5
milhão de recrutas foram selecionados por meio do teste. Atualmente sabese que o
teste avalia a capacidade de raciocínio lógico, e não a inteligencia em sim, que é muito
mais complexa.
As inteligências múltiplas
A teoria das inteligências não atribui maior ou menor valor para uma ou outra
inteligência, diferentemente do que ocorre no formato atual da educação e mercado de
trabalho, em que as inteligências lógicomatemática e linguística são mais valorizadas
pela sociedade.
Gardner foi influenciado por Piaget, porém divergiu dele em muitos pontos.
Piaget acreditava que o desenvolvimento infantil poderia ser comparado a uma linha
reta, e crianças de mesma faixa etária estariam em geral no mesmo estágio e
possuiriam as mesmas características. Para Gardner crianças de determinada faixa
etária poderiam estar em diferentes níveis de desenvolvimento em diversas áreas de
conhecimento, variando conforme tendências biológicas vinculadas a estímulos
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culturais e experiências infantis capazes de estimular e potencializar uma das
inteligências.
A teoria de Gardner difere em vários pontos em relação as outras teorias sobre
inteligência, tais como a base biológica, ou seja, a maneira como o cerebro evoluiu, se
organiza, se desenvolve e seus aspectos físicos e fisiológicos; o componente
desenvolvimentista, ou seja, cada indivíduo pode possuir diferentes formas de estímulo
e cada inteligência pode se desenvolver de forma relativamente independente de outra;
a ênfase na cultura, pois a cultura favorece o desenvolvimento de uma ou outra
inteligência, o valor que a sociedade dá para certa inteligência pode muitas vezes
definir o futuro de muitas pessoas; a criatividade e superdotação, em que o conceito de
superdotado muda, pois referese a indivíduos que podem ser extremamente dotados
em uma área e não em todas; a organização vertical das faculdades mentais, ou seja,
a possíbilidade de uma pessoa ter um nível alto numa inteligência e baixo em outra,
diferente da organização horizontal proposta por Piaget, em que determinadas faixas
etárias estão em determinados níveis.
1) Lógicomatemática:
2) Linguística:
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Facilidade para aprender idiomas. Mais presente em poetas, escritores e diversar
pessoas que usam a linguagem de forma efetiva. Personalidade famosa com esse tipo
de inteligência: Machado de Assis, Shakespeare.
3) Espacial:
4) Corporalcinestésica (ou físicocinestésica):
Capacidade de controlar o corpo de forma fina, com coordenação, precisão e
habilidade. Mais presente em atletas, dançarinos e diversos artistas. Personalidade
famosa com esse tipo de inteligência: Pelé, Ana Botafogo.
5) Interpessoal:
Capacidade de interagir de forma efetiva com outras pessoas, responder
apropriadamente aos temperamentos, humores, motivação, compreender e motivar.
Mais presente em políticos, vendedores, professores, líderes e diversar pessoas que
trabalham com motivação. Personalidade famosa com esse tipo de inteligência: Freud,
Gandhi,
6) Intrapessoal:
Capacidade de entender a si mesmo, lidar com seus desejos e sonhos,
direcionar a própria vida de forma efetiva. É o correlativo interno da inteligência
interpessoal.
7) Musical:
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8) Natural:
9) Existencial:
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Os estágios de desenvolvimento das inteligências
Segundo Gardner as inteligências se desenvolvem numa escala de 4 estágios:
A escola segundo Gardner
Se as pessoas possuem perfis cognitivos tão diferentes, as escolas não
deveriam oferecer uma educação padronizada, e sim procurar oferecer uma educação
que atendesse o potencial individual de cada um. Sabemos também que é impossível
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alguém tomar posse de um conhecimento universal, então há necessidade de limitar a
variedade de conteúdos e a enfâse, e que isso seja de escolha de cada um, de acordo
com suas preferências, para favorecer seu perfil intelectual. Se um aluno possui uma
melhor desenvoltura com leitura e escrita é possível utilizar esses recursos na aula de
matemática para que ele aprenda a disciplina mais facilmente. Assim como podem ser
utilizados games e plataformas adaptativas, afinal o que importa é o contexto no qual
meu aluno está inserido que fará a diferença na sua aprendizagem e não o cerebro
dele propriamente dito.
Muitos concordam que o papel da escola é formar o cidadão, e ela deve
sobretudo preparar os alunos para o que enfrentarão nas vidas, sem contudo deixar de
oferecer amplas possibilidades de realização em todos os campos, ou seja, as
disciplinas devem possuir a mesma importância e peso, diferentemente do que é
comumente visto nas escolas.
Não é possível tratar o currículo escolar como se pudesse haver uma fórmula
para resolver tudo, mas devemos iniciar uma discussão qualitativa em torno dos
componentes do currículo e seus resultados de aplicação, valorizando o que há de bom
e trabalhando com o potencial existente. A aprendizagem deve ser direcionada para a
compreensão ampla de ideias, e isso pode ser obtido através da interdisciplinaridade,
onde o professor seria um elemento mediador de conhecimento, considerando os
variados potenciais de cada aluno. Ainda há um longo caminho a ser percorrido para
que isso ocorra, a começar pela formação dos professores que deve mudar para que
ele entenda as novas formas de ensinar e políticas públicas.
A avaliação
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chamado de avaliação atualmente e o que ele considera avaliação. Atualmente o que é
chamado de avaliação nada mais é do que uma testagem, onde são obtidas
informações sobre as habilidades dos alunos com instrumentos formais administrados
de forma neutra e sem levar o contexto em consideração. Já a avaliação em si tratase
da obtenção de informações sobre as habilidades durante as atividades do dia a dia,
favorecendo o progresso constante.
A avaliação deve ser coerente e fazer jus a inteligência que será avaliada, e o
professor deve ter em mente o que deseja no final do processo de avaliação. Também
devese tomar o cuidado de não utilizar como base instrumentos com o quais os alunos
não estão habituados, pois isso causará surpresa e será prejudicial ao processo, que
provavelmente retornará um resultado distorcido. A avaliação deve também ser
apropriada ao nível de desenvolvimento da criança, que deve ser de conhecimento do
professor antes da avaliação. É essencial que as diferentes inteligências e estilos de
aprendizagem sejam levadas em conta, por exemplo, se o instrumento de avaliação
sempre é a escrita, independente do conhecimento que está sendo avaliado, alguns
alunos que podem se expressam melhor oralmente deixarão a desejar se o tipo de
avaliação não for compatível com o tipo de conhecimento que está sendo avaliado.
Fazse necessário também fazer com que a situação de avaliação se mostre
interessante para o aluno, de modo a despertar o desejo de participação e não deixar
os alunos amedrontados. E por fim, a avaliação não deve ser utilizada apenas para
obter informações sobre o aluno, mas também para beneficiálo com a melhoria do seu
aproveitamento. A avaliação não deve ser tratada como objetivo final, mas como meio
pelo qual se retiram informações para benefício do aluno e do professor, para melhoria.
Conclusão
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das pessoas apresentarem perfis diferentes é que os papéis e posições da sociedade
são preenchidos.
Ninguém é capaz de aprender tudo sobre todos os conhecimentos, portanto o
currículo deveria ser revisto de forma a criar um núcleo de conhecimentos que forme o
cidadão e o prepare para a vida.
Referências Bibliográficas:
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. R.J.. Ed. Zahar.1982
GARDNER, Howard. Estruturas da mente. A Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto
Alegre. Artes Médicas, 1994.
ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus estímulos. Papirus. Campinas, S.P.
1998.
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