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Papa faz alerta Padre Geral visita Encontro das

sobre idolatria à Bolívia redes da CPAL

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JESUÍTAS BRASIL

Em
Informativo dos
Jesuítas do Brasil

edição 47
ANO 5
agosto 2018

60 anos de edições loyola


Seis décadas de ousadia, inovação e promoção da vida

especial pág. 12
sumário edição 47 | ANO 5 | agosto 2018

6 Editorial 18 mundo † cúria


• 60 anos a serviço da fé, da justiça e da cultura • Processo de beatificação do padre Pedro Arrupe
Pe. Danilo Aparecido Mondoni, SJ • Direito dos migrantes no Japão
• Visita do Padre Geral à Bolívia

7 Calendário Litúrgico
• Arquivos históricos do Apostolado da Oração

20
8 entrevista †
américa latina † CPAL
• Onde está o teu irmão?
Peregrinos em Missão • Encontro dos coordenadores das redes da CPAL
• Espiritualidade e arte em sintonia • Curso para indigenistas
Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, SJ • Rede de enfrentamento ao tráfico humano

10 O Ministério de Unidade 22 promoção da justiça socioambiental


na Igreja † santa sé • Brasil acolhe Campanha pela Hospitalidade
• Papa pede combate ao tráfico humano

23
• 450 anos da morte de Santo Estanislau Kostka
• Pena de morte é inadmissível diálogo cultural e religioso
• Francisco faz alerta sobre idolatria • Filme sobre Vicente Cañas ganha prêmio da CNBB
12 EspeciaL
• A serviço da fé, da justiça e da cultura

Desde 1972, a Edições Loyola está localizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo (SP)

4 Em
Em Informativo dos
Jesuítas do Brasil

JESUÍTAS BRASIL

24 educação
• Unicap é homenageada pelo Tribunal Regional Eleitoral Expediente
• Colégio São Luís promoverá Seminário de
Práticas Educativas
EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos
Jesuítas do Brasil, produzida pelo Escritório de

26
Comunicação BRA.
Juventude e vocações
COMUNICAÇão BRA
• Universitários participam de voluntariado no Ceará noticias@jesuitasbrasil.com
• Projeto de aproximação e escuta dos jovens no Marajó www.jesuitasbrasil.com

Diretor editorial
Pe. Anselmo Dias, SJ

Editora e jornalista responsável


Silvia Lenzi (MTB: 16.021)

Redação
Juliana Dias
Silvia Lenzi

CAPA
Ir. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ

diagramação e edição de imagens


Handerson Silva

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL
Érica Silva
Ir. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ
Luíza Costa

Colaboradores da 47ª Edição

28
Pe. Agnaldo Pereira de Oliveira Júnior, Ana Lúcia
Farias, Bruno Victor, Camila Queiroz, Pe. Francisco
cuidado da amazônia de Assis Secchim Ribeiro ‘Kiko’, João Elton de Je-
• Seminário em memória do Pe. Cláudio Perani sus, Pe. Valério Sartor e Ana Ziccardi (revisão). Um
agradecimento especial a todos que colaboraram
com a matéria especial desta edição.

30 na paz do senhor TRADUÇÃO DAS NOTÍCIAS MUNDO + CÚRIA GERAL

• Ir. José Alves Fernandes Pe. José Luis Fuentes Rodriguez

31 jubileus / agenda

Em 5
EDITORIAL

60 anos a serviço da fé,


da justiça e da cultura

nem tem outro nome; o livro visto por eles, estão obras de grande valor cultu-
fora não mostra nada, por dentro está ral, como a Suma Teológica, em latim e
cheio de mistérios; o livro, se se impri- português; o Dicionário de Filosofia, de
mem muitos volumes, tanto tem um Ferrater Mora; as obras completas de
como todos, e não têm mais todos que Anchieta, Nóbrega e Vieira; e outros
um; o livro está juntamente em Roma, projetos de importância capital para a
na Índia e em Lisboa, e é o mesmo; o li- difusão do saber no Brasil. A Loyola pu-
Pe. Danilo Aparecido Mondoni, SJ vro, sendo o mesmo para todos, uns per- blica a revista Mensageiro do Coração de
Diretor e Editor na Edições Loyola cebem dele muito, outros pouco, outros Jesus, que tem cerca de 85 mil assinan-
nada, cada um conforme sua capacida- tes, e outros títulos relacionados à es-
de; o livro é um mudo que fala; um sur- piritualidade do Coração de Jesus e do

E
ditar, imprimir e publicar livros do que responde; um cego que guia; um Apostolado da Oração, como o Manual
e revistas são atividades que morto que vive; e não tendo ação em si do Coração de Jesus.
fazem parte de uma tradição mesmo, move os ânimos e causa grandes
jesuítica iniciada por Santo Inácio de efeitos”(Sermão de Nossa Senhora de
Loyola. Diante da necessidade de ma- Penha de França, Obra completa Padre
nuais a preços acessíveis aos alunos, António Vieira, São Paulo: Loyola, 2015, Edições Loyola
no último ano de sua vida – 1556 –, t. II, v. VII, § V, p. 167).
é aberta a todos
Inácio decidiu fundar uma tipografia Edições Loyola é aberta a todos os
no Colégio Romano; em 1564, a gráfi- horizontes de pensamento e ramos os horizontes
ca adotou caracteres árabes em suas do saber e tem como missão o servi- de pensamento e
publicações e, em 1577, hebraicos. No ço da fé e a promoção da justiça e da
século XVII e nas reduções guaranis, os cultura. Divulga textos de autores bra- ramos do saber [...]”
jesuítas erigiram a primeira tipografia sileiros e estrangeiros que apresentam
da América do Sul. A partir do século real interesse e qualidade em vista da
XIX, em quase todos os países em que formação das pastorais da Igreja Ca- Para todas essas atividades edito-
se encontravam, começaram a editar tólica e do enriquecimento cultural e riais, possui um moderno parque grá-
revistas e publicações de interesse ge- espiritual de seus leitores. Em virtu- fico, acrescido agora com impressoras
ral ou especializadas nos campos da de do diálogo entre o cristianismo e digitais, que lhe permite conciliar
espiritualidade, da política, da religião o contexto cultural contemporâneo, rapidez, atendimento e qualidade. A
e da cultura – Christus, La Civiltà Catto- suas publicações já encontram lugar equipe de Edições Loyola, atraída pela
lica, Études, Stimmen der Zeit. no dinamismo da cultura brasileira e plenitude de Cristo, volta todo seu es-
A equipe de Edições Loyola, que, suas edições vão do científico ao mais forço para que a excelência que a téc-
em 2018, completa 60 anos, haure da simples e popular. nica lhe permite se some à esperança
mística inaciana e, em seu trabalho, Consolidada com base na auste- apaixonada de que dias melhores sur-
se inspira em António Vieira: “O livro ridade e na colaboração, em seus 60 jam e se consolidem para todos.
é a mais perfeita imagem de seu autor: anos, a Loyola constituiu um fundo
tão perfeita, que não se distingue dele, editorial de mais de 5 mil títulos. Entre Boa leitura!

6 Em
calendário litúrgico agosto
Próprio da Companhia de Jesus

DIA 2 DIA 15

São Pedro Fabro

DIA 18

Assunção de Nossa Senhora

Santo Alberto Hurtado

Em 7
ENTREVISTA
† peregrinos em missão

Espiritualidade e arte
em sintonia

Em 2005, o padre Luís Renato Carvalho de Oliveira estudou Arte


Sacra, em Roma (Itália). Mais recentemente, além de cursos
em Teologia, pode dedicar-se também à pintura na Faculdade
de Artes na Colômbia, onde morou por dois anos. Atualmente,
Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, SJ ele integra a equipe da Casa de Retiros Mosteiro de Itaici – Vila
Kostka, em Indaiatuba (SP), onde fez novas pinturas-murais.
“Acredito que toda minha ação na vida está impregnada de
arte-liturgia-espiritualidade”, contou o padre Luís Renato, em
entrevista ao informativo Em Companhia.

Conte-nos um pouco da sua his- Como conheceu a Companhia de dou-me muito e comecei, então, um
tória de vida. Jesus? Por que decidiu ser jesuíta? acompanhamento vocacional. Desde
Somos quatro filhos, três homens e Minha família foi muito religio- o início, fiquei encantado com os EE e
uma mulher – Henrique, Luís Renato, sa e fui educado nessa participação com o que estava conhecendo da Com-
David e Regina. Papai e mamãe, José e na Igreja, desde sempre orientado panhia de Jesus, vindo ao encontro de
Joana, foram pessoas muito simples, de para esses valores. Portanto sinto que minhas buscas por mais amor e serviço
origem humilde e do campo. Papai tra- minha vocação nasce aí mesmo. Em e também de sentido para minha vida.
balhou muito na fazenda, com gado e Goiânia, eu participava de uma paró-
plantações, mas, depois, em empresas quia dos Padres Estigmatinos. Quando Antes da sua nova missão, como
na cidade grande. Mamãe sempre foi meu grupo de jovens começava a fazer membro da Equipe do Mosteiro de
professora. Nos últimos tempos, eles contato com a Casa da Juventude (Je- Itaici – Vila Kostka, o senhor esteve
voltaram para o interior e moraram, suítas), eu precisei mudar para Viçosa trabalhando na Amazônia. Como foi
muitos anos, na fazenda. Nascemos (MG), por causa do início do curso de esse tempo? Quais desafios e ensina-
todos em Orizona, cidade pequena no Engenharia Civil. Essa mudança me- mentos pode partilhar?
interior de Goiás, Diocese de Ipameri. xeu muito comigo e comecei a pensar, Neste mês, completo 17 anos como
Mas, quando eu estava com quatro anos, mais seriamente, em meu futuro. Mui- presbítero e já vou com 29 anos na Com-
fomos para Goiânia, a capital. Essa mu- to atuante na Pastoral da Juventude, fui panhia de Jesus, tempo intenso de mui-
dança foi, principalmente, por causa dos convidado a fazer uma experiência dos tas missões. Uma das mais desafiadoras
estudos dos filhos. As férias, entretanto, Exercícios Espirituais (EE) com padre foi, realmente, os quatro anos que vivi
sempre passávamos na fazenda, tempo José Ramón Fernández de la Cigoña, na em Manaus (AM), trabalhando com os
muito bom de contato com os parentes época, o OL (Oração e Libertação), e foi EE, sendo superior de comunidade por
e a saudável vida do campo. uma grande descoberta. O retiro aju- três anos, numa itinerância fantástica

8 Em
por vários estados deste norte brasileiro. Reflexión y Ejercicios), fiz a belíssima lidade, mais concretamente, neste ano,
Durante esse período, orientei Exercí- Escola dos Exercícios Espirituais du- na Casa de Retiros Mosteiro de Itaici –
cios Espirituais para religiosos(as), clero rante todo o ano. Já, neste ano, comecei Vila Kostka (Indaiatuba/SP), com as no-
secular e lideranças nas paróquias. Um a pintar muito, a Colômbia me inspira- vas pinturas-murais e os EE pela Arte.
clima muito quente e exigente, porém va demais. Assim, fomos discernindo e
uma riqueza cultural incrível, de um veio a possibilidade de ficar no país por
povo muito acolhedor e aberto, que de- mais um ano, mas, desta vez, na Facul- [...] em nossa
safia nossa ação pastoral às exigências dade de Artes, o que foi maravilhoso. vida, na
da inculturação e respeito as diferentes Também escolhi cursos que mais me
natureza e nas
culturas e expressões. interessavam, ajudado por colegas jesu-
ítas e pelo próprio diretor da faculdade. culturas, estamos
Recentemente, o senhor esteve es- constantemente
tudando na Colômbia. Nos fale desse O que é necessário para trabalhar
tempo de formação. Quais os aprendi- a arte sacra e, mais precisamente, a
rodeados de arte [...]
zados e percepções adquiridos? arte e a espiritualidade?
Nossa proposta de formação é sem- Inicialmente, acredito que o dom, Estamos passando por uma mudan-
pre contínua, somos eternos aprendi- a iniciativa, a criatividade e a ousadia ça de época, a espiritualidade também?
zes e nunca paramos de nos formar. Re- devem nos levar a experimentar e des- Realmente, vivemos em um mun-
almente, é um aprendizado constante. cobrir novos caminhos. Claro que a for- do em mudança e isso nos afeta, nos
A experiência internacional é sempre mação vem dar sua contribuição, mas provoca, em vários aspectos, como na
muito rica, cheia de desafios frente a nada como a força da experiência para visão de mundo, na visão do ser hu-
uma nova língua e uma nova cultura. impulsionar esse movimento. O ser hu- mano e na visão de Deus. No mundo,
É impressionante a diversidade e ri- mano tem uma abertura e sensibilidade sempre aconteceram mudanças, tal-
queza cultural da Colômbia, em vários fantásticas para a beleza, em suas mais vez, nem sempre para melhor! A vida
aspectos, para um país, relativamente, variadas expressões. E isso é maravilho- é assim, dinâmica, sempre em movi-
pequeno. Voltar aos estudos universi- so, pois, em nossa vida, na natureza e mento! Creio que a espiritualidade, de
tários depois de tanto tempo e já com nas culturas, estamos constantemente modo muito especial os Exercícios Es-
50 anos foi maravilhoso, um presente rodeados de arte, de cores, de sons, de pirituais, nos ajudam a discernir esses
de Deus e da Companhia. A proposta formas e movimentos, de texturas e novos caminhos, sempre no compro-
inicial era de apenas um ano sabático luzes e a espiritualidade sopra, desde misso com nossa humanidade, sempre
de estudos na Faculdade de Teologia o mais profundo do humano, o desejo aberta para Deus. Nesses dias, estou,
da Universidade Javeriana, mas acabei de cuidar e de criar mais vida, mais li- pela quarta vez, orientando os EE de 30
ficando dois. No primeiro ano, escolhi berdade, mais sentido e felicidade para dias e fico encantado com a força tão
cursos por semestre na Teologia que todos! O mundo será salvo pela beleza eficaz dessa ferramenta, uma riqueza
mais me atraíam, como também alguns (Fiódor Dostoiévski, escritor russo)! Acre- que ainda não descobrimos em sua to-
diplomados (cursos intensivos). Além dito que toda minha ação na vida está talidade, pois é sempre assim, as coi-
disso, no CIRE (Centro Ignaciano de impregnada de arte-liturgia-espiritua- sas de Deus nos ultrapassam!

Em 9
O Ministério de Unidade na Igreja
† Santa Sé

PAPA PEDE COMBATE AO TRÁFICO


HUMANO
O HORROR EM NuMEROS
/
Dia Mundial contra o Tráfico de
Pessoas – 30 de julho – foi insti-
tuído pela ONU (Organização das
Nações Unidas) em 2013. Para lembrar a Os números*, abaixo, indicam a dimensão do tráfico e da escravidão de
data, no domingo (29), o Papa Francisco seres humanos no mundo:
fez o seguinte apelo: “Esta chaga escraviza
muitos homens, mulheres e crianças para
fins de exploração no trabalho e sexual,

150 bilhões
do comércio de órgãos, da mendicância
e da delinquência forçada. Mesmo aqui, de dólares, aproximadamente, é o
em Roma. As rotas de migração também faturamento da indústria desse crime.
costumam ser usadas por traficantes e
exploradores para recrutar novas vítimas
de tráfico. É responsabilidade de todos
denunciar as injustiças e combater firme-
mente esse crime vergonhoso”. 28% das vítimas do tráfico são crianças.
Somando-se ao apelo do Papa, foi lança-
da pelo Vaticano, por meio do setor Mi-
grantes e Refugiados do Dicastério para
o serviço do Desenvolvimento Humano
Integral, uma campanha contra o tráfi-
co de seres humanos. Durante o mês de 21 milhões de pessoas são submetidas
a trabalhos forçados.
agosto, a iniciativa vai utilizar a força das
redes sociais para denunciar essa tragédia
mundial e conscientizar as pessoas para
que ajudem a combatê-la. A hashtag da campanha do Vaticano: #EndHumanTrafficking

* Dados da ONU, UNICEF e Grupo de Coordenação Interagências contra o Tráfico de Seres Humanos (ICAT).
Fontes: Vatican News | UOL

450 ANOS DA MORTE DE


SANTO ESTANISLAU KOSTKA
U
no-me à oração de agradecimen- sagem dirigida a dom Piotr Libera, bispo concluiu sua peregrinação terrestre”.
to dos fiéis da Diocese de Plock e de Plock, pelos 450 anos da morte de San- Dirigindo-se aos jovens – dos quais
de toda a Igreja na Polônia, que, to Estanislau Kostka, celebrado em 15 de Santo Estanislau é padroeiro –, Francis-
dentro de pouco, em Rostkowo, local de agosto, acrescentando: “Com apenas 18 co ressaltou: “O mundo tem necessidade
nascimento do Santo, participarão das anos, este aluno do noviciado jesuíta em da sua liberdade de espírito, de seu olhar
celebrações centrais do Ano a ele dedica- Roma (Itália), um dos filhos mais excelen- confiante para o futuro, da sua sede de
do”, escreveu o Papa Francisco em men- tes de seu país e da Companhia de Jesus, verdade, de bondade e de beleza”.

10 Em
PENA DE MORTE É INADMISSÍVEL
I
mportante modificação no Catecismo à pena de morte, por parte da legítima uma nova compreensão do sentido das
da Igreja Católica, artigo 2267, sobre a autoridade, era considerado, depois de sanções penais por parte do Estado. En-
pena de morte, foi aprovada pelo um processo regular, como uma fim, foram desenvolvidos sistemas de
Papa Francisco. Além de decla- resposta adequada à gravida- detenção mais eficazes, que garantem a
rar “inadmissível” essa práti- de de alguns delitos e um indispensável defesa dos cidadãos, sem
ca em todas as circunstân- meio aceitável, ainda tirar, ao mesmo tempo e definitivamen-
cias, o Vaticano indicou que extremo, para a tu- te, a possibilidade do réu de se redimir”.
o seu compromisso em tela do bem comum”. No reformulação do Catecismo, à
encorajar sua abolição em Um dos trechos do luz do Evangelho, a Igreja ensina que “a
todo o mundo. documento ressalta ain- pena de morte é inadmissível, porque
O novo Rescrito do da que, hoje, “torna-se cada atenta contra a inviolabilidade e digni-
Papa, ou seja, a decisão papal vez mais viva a consciência dade da pessoa, e se compromete, com
sobre a questão da pena de morte, de que a dignidade da pessoa não determinação, em prol da sua abolição
foi publicado, em 2 de agosto, pelo Vati- fica privada, apesar de cometer crimes no mundo inteiro”.
cano: “Durante muito tempo, o recurso gravíssimos. Além do mais, difunde-se Fontes: Vatican News | G1 | Estadão

Francisco faz alerta


sobre idolatria
E
m 1º de agosto, durante a au- Francisco ressaltou que o mundo tipo de “ídolo moderno”, como as drogas,
diência pública geral das quar- oferece o que ele classifica de “super- responsáveis por “muitos jovens arrui-
tas-feiras, o Papa Francisco mercado dos ídolos”, que podem ser narem a sua saúde e, até mesmo, a vida”.
aconselhou os católicos a rejeitarem imagens, objetos, ideias ou papéis na
o culto de todo tipo de ídolo. O Pon- sociedade. Ele alertou ainda que há outro Fonte: Vatican News | Observador
tífice alertou que “reconhecer as pró-
prias idolatrias é um início da graça
Foto: Vatican News

e coloca no caminho do amor”, acres-


centando que o amor é incompatível
com a idolatria: “se algo se torna ab-
soluto e intocável, então é mais im-
portante do que um cônjuge, de um
filho, ou de uma amizade. O apego a
um objeto ou a uma ideia nos deixa
cegos para o amor. Levem isso no co-
ração, os ídolos nos roubam o amor.
Os ídolos nos tornam cegos ao amor.
E, para amar verdadeiramente, é pre-
ciso ser livre de todos os ídolos”.

Em 11
especial

A SERVIÇO DA FÉ,
DA JUSTIÇA E
DA CULTURA
Há 60 anos, Edições Loyola evangeliza por meio
de suas publicações

A
propagação da fé é consi- época de Santo Inácio de Loyola, funda- pacidade de estabelecer diálogo com
derada uma das missões dor da Ordem religiosa. “No último ano diferentes culturas e áreas do saber.
mais importantes que um de sua vida, Inácio fez questão de erigir A Edições Loyola é um grande e pode-
jesuíta recebe ao ingressar na Com- uma tipografia para confeccionar e pro- roso instrumento de evangelização no
panhia de Jesus. Mas que fé é essa e duzir apostilas ou livros de baixo custo Brasil. Durante esses 60 anos de sua
como difundi-la? Sobre esses ques- para os alunos”, explica. existência, muitas publicações impor-
tionamentos, o padre Danilo Mon- Com o intuito de que os conteúdos tantes no campo das Sagradas Escritu-
doni afirma que essa fé é, justa- chegassem ao maior número possível ras, da Teologia, da História da Igreja,
mente, “a fé em Deus, que ama o ser de pessoas, os jesuítas permanente- da Filosofia, da Literatura e de outras
humano e deseja que ele atinja sua mente tiveram o espírito de se lança- ciências ajudaram a formar a vida reli-
plenitude”. Na busca por essa vida rem em novos projetos. “Sempre esti- giosa e o clero brasileiro”, afirma padre
plena, a Ordem religiosa sempre vemos envolvidos com comunicação João Renato Eidt, provincial do Brasil.
teve nos livros, revistas e outros de livros e revistas, principalmente, a Ele lembra que “muitas gerações
tipos de publicação instrumentos partir do século XIX. Esta é uma longa de jesuítas estudaram Filosofia e Te-
de apoio para ajudar as pessoas a tradição, que permeia diversos cam- ologia e se formaram na espiritua-
refletirem e a se reconciliarem com pos, seja de espiritualidade, de atu- lidade inaciana por meio dos livros
Deus, consigo mesmas, com os ou- alidade, de política, de religião, etc. publicados pela Loyola”. Padre João
tros e com a criação. Então, faz parte dessa dimensão da Renato também destaca que a espiri-
No Brasil, nessa missão de ajudar promoção cultural, que é um modo tualidade inaciana está sendo vivida
o ser humano a ser plenamente hu- de contribuir para que o ser humano cada vez mais por leigos e que isso se
mano, nasceu a Edições Loyola, edi- realize sua missão de refletir”, ressal- deve também graças às publicações
tora e gráfica que celebra 60 anos de ta padre Danilo. editadas pela Loyola. Além disso, ele
existência em 2018. Atual diretor da Nesse contexto, como uma das vá- ressalta que a diversidade de conteú-
instituição, padre Danilo conta que rias obras da Companhia de Jesus, a dos publicados pela editora ajudou na
essa tradição dos jesuítas no campo Edições Loyola carrega consigo a iden- formação de gerações de brasileiros,
das publicações teve início ainda na tidade inaciana, reconhecida pela ca- sejam eles cristãos ou não.

12 Em
Nessa época, os dois jesuítas im-
primiam a revista na gráfica chamada
Tipografia Canísio de Ação Social, que
pertencia à FEI, atual Centro Universitá-
rio da Companhia de Jesus. “Essa gráfica,
localizada na Rua Vergueiro, estava para-
lisada. Então, o padre Antônio e eu a rea-
tivamos e passamos a imprimir a revista
lá”, conta o jesuíta. Em 1963, o irmão Fi-
ório Allocchio foi destinado a colaborar
na publicação. “Nesse período, começa-
mos a pensar que as coisas estavam mui-
to complicadas, porque editávamos li-
vros, mas não tínhamos editora por trás
e nenhum grupo que nos apoiasse. En-
tão, em maio de 1964, fundamos a Loyola
oficialmente”, recorda padre Fidel.
Em 1969, os equipamentos da Tipo-
Com 30 volumes e 15 mil páginas, a Obra Completa Padre António Vieira grafia Canísio foram adquiridos pela
foi publicada pela Edições Loyola no Brasil Edições Loyola, que “ampliou sua grá-
fica com novas máquinas tipográficas,
NOSSA HISTÓRIA linotipos e o setor de acabamento”,
explica padre Danilo, atual diretor da
A inspiração para a fundação da instituição. Logo após essas aquisi-
Edições Loyola começou em 1958, com ções, no final de 1972, a Edições Loyola
a revista Coleção Horizonte, em Belo foi transferida para a atual sede. O pa-
Horizonte (MG). Dedicada aos jovens, dre Fidel conta que as obras do metrô
a publicação abordava temas delica- tinham começado e a Loyola não podia
dos para a época, como namoro, pri- mais permanecer na Rua Vergueiro.
meiro beijo e conflito entre pais e “Então, saímos para procurar um local
filhos, além de trazer artigos de e compramos onde está atualmente,
psicólogos, sociólogos, educa- na Rua Mil Oitocentos e Vinte e Dois,
dores, médicos, entre outros no bairro do Ipiranga”, relembra.
especialistas. Em 1961, com
o sucesso da revista, o padre
espanhol Antonio Matienzo,
editor da Coleção Horizonte,
decidiu consultar o provincial
da época para pedir transferência
para São Paulo, onde havia mais re- 25 DE JULHO
cursos para investir na publicação. Au- Em 2008, por ocasião das
torizado pelo superior, ele e o compa- celebrações dos 50 anos da Edições
Loyola, foi estabelecido que
nheiro jesuíta Fidel Garcia Rodríguez
25 de julho é a data oficial para
mudaram-se para a capital paulista.
comemorar a fundação da editora.
“Em São Paulo, com a revista, comecei
“Não conhecemos a data precisa da
a visitar vários colégios da cidade e a fundação, por isso estabelecemos 25
publicação teve uma aceitação muito de julho (Dia do Livro), por ser uma
grande. Chegamos a conseguir quase data mais emblemática”, explica
2 mil assinaturas”, lembra padre Fidel, padre Danilo.
que hoje, aos 79 anos, dedica-se à Espi-
ritualidade Inaciana.

Em 13
especial

Para o padre Danilo, foi nesse perío- nio e era veiculado pela Rede Mulher e guns até diziam ‘Eu reconheço que o
do que a Loyola se consolidou. “O ano de pela Rede Vida. “Produzido na Loyola, preço de vocês é um pouco mais alto,
1972 assinala o início daquilo que perce- esse programa existiu até 2004 e tinha mas a qualidade do serviço vale a
bemos como a Loyola atual, ou seja, essa uma audiência diária, medida pelo Ibo- pena’”, conta padre Danilo.
união da editora e da gráfica, que depois pe, de mais de 4,5 milhões de pessoas”, Nessa caminhada da Edições Loyo-
começaria a se abrir para trabalhos ex- conta o jesuíta. la, os colaboradores têm papel funda-
ternos”, explica. Um pouco antes desse A Loyola Multimídia funcionou de mental. Segundo padre Danilo, trata-se
período, o jesuíta recorda a chegada do 1998 a 2005, quando encerrou suas ati- de um trabalho coletivo. “Para termos
padre Gabriel Corral Galache, que atuou vidades por dificuldades financeiras. alcançado esse resultado da revitaliza-
quase 30 anos como diretor da Loyola. “Nesse momento, optamos em nos ção da Loyola, os nossos parceiros in-
“Grande parte daquilo que a editora é concentrar naquilo que era próprio e ternos, os nossos colaboradores, foram
hoje deve-se a esse período do padre foi a missão original da Loyola, que é a fundamentais. São pessoas, realmente,
Galache. Nessa época, aconteceu o es- edição de livros”, explica padre Danilo. comprometidas com a obra e com esse
tabelecimento já mais seguro da Loyola Em 2012, com a diminuição das tipo de trabalho. Felizmente, estamos
e sua expansão”, afirma o jesuíta. vendas, a Loyola entrou em uma gra- conseguindo e as pessoas se sentem re-
Na década de 1990, o padre Galache ve crise financeira. Entretanto seu alizadas”, afirma.
deu um grande impulso com a criação patrimônio cultural e sua contribui- Em seis décadas, a Loyola contou
da Loyola Multimídia. Inaugurada em ção para a formação das pessoas, por com a contribuição de muitas pesso-
1998, a ideia era produzir conteúdos au- meio de suas publicações, foi essen- as, jesuítas e leigos. Para o padre João
diovisuais. “Os programas eram de alta cial para a revitalização da institui- Renato, sem a colaboração delas, não
qualidade e os temas eram diversos. ção. “Nesse momento, perguntaram seria possível participar da formação
Tínhamos programas de entrevistas e se eu aceitaria reassumir a função de dos brasileiros nas diversas áreas do
chegamos a trazer pessoas como dom diretor da Loyola. Sem nenhuma he- saber humano. “Sou muito grato por
Paulo Evaristo Arns, o escritor Rubem sitação, aceitei a missão porque já ti- tudo aquilo que os nossos colaborado-
Alves, o educador Içami Tiba, além de nha na cabeça o que, mais ou menos, res nos ajudaram e nos ajudam a reali-
jesuítas como os padres João Batista precisava ser feito. Com isso, em vez zar em nossa missão de evangelizar e
Libanio e França Miranda. Eram progra- de substituir pessoas, reestabeleci preparar cidadãos para o futuro”, afir-
mas muito bons, muito bem prepara- a direção colegiada, nomeando três ma o provincial.
dos. Tínhamos uma equipe muito boa”, diretores e depois os gestores. Nessa Hoje, a Loyola conta com o empe-
conta padre Fidel. mesma semana, nós fizemos reuni- nho de 125 colaboradores, divididos en-
Segundo ele, um dos programas de ões, estudos, reajustamos os preços tre gráfica (70%), editora (20%) e a revista
mais sucesso chamava-se Terceiro Milê- e os clientes começaram a voltar. Al- Mensageiro do Coração de Jesus (10%).

REVISTA MENSAGEIRO
Em 1981, a editora do Coração Apostolado da Oração. Hoje, a revista
de Jesus, localizada no Rio de conta com mais de 85 mil assinantes,
Janeiro (RJ), e também pertencente espalhados por todas as regiões
aos jesuítas, foi associada a brasileiras”, conta padre Danilo. O
Edições Loyola. Por meio dessa jesuíta explica também que a Loyola
fusão, a Loyola assumiu a edição administra toda a parte logística e de
e a administração da revista envio da publicação pelos Correios.
Mensageiro do Coração de Jesus, que Além disso, para atender os milhares
tem 122 anos. “Essa publicação é de assinantes, conta com um call
um meio de difusão e expressão do center, com dois turnos de trabalho.

14 Em
125
COLABORADORES

70%
Gráfica

20%
editora

10%
revista mensageiro
do coração de Jesus

Em 15
especial

São pessoas como Carlos Arlindo Custó- legio e é muito bom ver que a Loyola faz ousadia, procurando tomar iniciativas
dio, 48 anos. Conhecido por todos como parte dessa rede jesuíta”, afirma. ousadas que contribuam para a realiza-
Carlão, ele trabalha há 22 anos na Loyola, Ele também ressalta o acolhimento ção da missão”, defende padre Danilo.
onde já desempenhou várias funções. dos colegas no ambiente de trabalho. “As Nesse horizonte, vislumbrando o
“Durante vários anos, eu trabalhei como pessoas são muito tranquilas, educadas, futuro, recentemente, a Loyola investiu
serviços gerais, atendia telefone, ficava atenciosas e, de verdade, confesso que em novos equipamentos. “Estávamos
na portaria, atuava na logística”, lembra. minha preocupação em sair do emprego com impressoras com 20, 30 anos de uso.
Atualmente, no cargo de gestor de Pa- anterior era justamente isso: não achar Com esse tempo, muitas peças já não
trimônio, ele é o responsável por zelar novamente um local assim. Hoje em dia, têm reposição, então, você tem de recor-
pela estrutura física da instituição e é cada vez mais raro encontrar um local rer a algumas adaptações, a mecânicos.
pelo gerenciamento das equipes que onde as pessoas têm esse discernimento, Então, daí vem a necessidade também
cuidam da limpeza, da segurança, da essa tranquilidade e o respeito, que acho de renovar. Outro fator decisivo foi a
recepção e da copa. que é o mais importante”, conta Ronaldo, queda bem acentuada das tiragens. Hoje
Para Carlos, a Loyola lhe proporcio- que tem grandes expectativas para o futu- em dia, as editoras tiveram de reduzir,
nou bem mais do que crescimento pro- ro. “Em uma reunião de que participei, o drasticamente, seus lançamentos. Nós
fissional. “Aqui, encontrei pessoas muito provincial falou que ‘somos parte de uma também estabelecemos como meta cin-
especiais. A Sandra, com quem sou casa- família levando a palavra de Jesus para co ou seis lançamentos por mês, mas,
do há 20 anos e que me deu duas filhas; todo mundo’. Essa fala dele me inspirou e, felizmente, com o nosso ritmo, a gente
o irmão Allocchio, que me marcou mui- quanto mais a gente conseguir dissemi- está tendo oito, nove, às vezes, até 10 lan-
to, pois foi como um pai para mim, uma nar isso, mais contente ficarei”, finaliza. çamentos”, conta padre Danilo.
pessoa boa, que procurava sempre ajudar Segundo o jesuíta, com essa redução
os outros. Nesses anos, eu convivi com PERSPECTIVAS PARA O FUTURO de tiragem, muitas vezes, é necessário
muitas pessoas boas”, afirma ele, que reimprimir livros com quantidade redu-
completa: “aqui, eu me sinto em casa e Quando o logo da Edições Loyola foi zida, 300 ou 500 exemplares, ou até 100,
tudo o que faço é com o maior gosto”. pensado, a ideia era representar a ousa- quando se trata de um livro importante
Esse “fazer com gosto”, citado por dia, ou seja, a coragem de sempre ir em que precisa ser mantido em catálogo.
Carlos, também é sentido por Ronaldo Pe- frente. “O cavalo é veloz, tem vigor, e o “Assim, surgiu o pensamento de recor-
reira Lima, 43 anos. Apesar de recém-con- intuito era a velocidade da notícia, da Boa rermos à impressão digital, as impresso-
tratado, ele está há cerca de três meses na Notícia”, explica padre Fidel, que partici- ras de baixa tiragem. Nesse sentido, faço
Loyola, o coordenador da área Comercial pou da idealização do símbolo, que hoje questão de salientar os colaboradores que
conta que trabalhar em uma instituição está impresso em todas as publicações da trabalham aqui, realmente, os meus dire-
jesuíta é uma grande felicidade. “A Loyo- editora. Após 60 anos de história, assim tores e os gestores, os chefes da gráfica,
la é uma obra muito importante. Então, como o cavalo alado, a Loyola continua são pessoas muito sérias. Eles pesquisa-
você acaba aprendendo muita coisa. Eu imbuída de ousadia e ânimo para conti- ram bastante e foram atrás para conhe-
sempre fui apaixonado pelo Pateo do Col- nuar sua trajetória. “Devemos sempre ter cer os novos equipamentos do mercado.

Nosso símbolo

Na mitologia grega, Pégaso


é o cavalo alado que representa
a imortalidade. Para a Edições
Loyola, ele representa a ousadia
e a velocidade.

16 Em
Para saber mais sobre a Loyola, assista ao
vídeo que preparamos para você! Acesse Com isso, já em outubro de 2017, nós 5 mil já publicados pela editora. “Poucas
pelo link https://youtu.be/iu_WksBuviY ou contratamos, então, a compra dessas editoras, no Brasil, têm um catálogo des-
no QR-Code abaixo: novas impressoras digitais”, afirma. se tamanho. E temos outra característica,
Esses novos investimentos, que a Loyola atende um público bem diver-
saíram do orçamento da Loyola, con- sificado. Tem uma audiência efetiva no
firmam que a instituição está pronta meio acadêmico, com as suas publicações
para os próximos 60 anos. “Essas ino- na área de Filosofia, Teologia, Educação,
vações estão sendo feitas de forma Psicologia, Bioética, entre outras áreas, e
muito realista. Nisso, destaco dois também atende um público mais focado
aspectos fundamentais: primeiro, o na área da Espiritualidade, Pastoral e Ma-
dinheiro próprio da Loyola, ou seja, gistério da Igreja. Nossas publicações pro-
um investimento nosso; o segundo é põem, inclusive, um diálogo interessante
que isso não resultou em demissão de entre diversas áreas do conhecimento
ninguém, as pessoas foram realocadas acadêmico e a espiritualidade; por exem-
e treinadas para essas novas máquinas plo, temos uma nutricionista (Dra. Gisela
e ainda tivemos de contratar mais dois Savioli) que agrega a questão nutricional
ou três colaboradores. Então, na parte à espiritual. Esse compromisso reforça o
de justiça social, estou muito conten- nosso objetivo maior de promover os va-
te”, ressalta padre Danilo. lores cristãos e humanos, em uma combi-

Devemos sempre ter ousadia,


procurando tomar iniciativas
ousadas que contribuam para
a realização da missão
Pe. Danilo Mondoni, SJ

Atualmente, as vendas da Loyola nação atual entre a fé, a cultura e a justiça.


são feitas pelo site www.loyola.com.br, Isso permite a Loyola um diálogo bem
mas grande parte delas ainda é pe- abrangente com uma diversidade bem
los distribuidores. A editora jesuíta grande de público”, explica Paulo Morego-
não conta com lojas físicas. Segun- la, diretor Comercial e de Marketing.
do padre Danilo, desde o início, essa Com todos esses investimentos e
foi uma opção. “Como faz parte de a diversidade de público, a instituição
uma associação filantrópica, Edições jesuíta pode sonhar com os próximos
Loyola não pode ter loja. Sendo assim, anos. Para o padre Fidel, que participou
o trabalho é dividido para os distri- da fundação da Edições Loyola, o impor-
buidores, sempre trabalhamos com tante é sempre acreditar. “Eu acredito
a colaboração das Paulinas, da Pau- muito na importância de veicular conte-
lus e da Vozes. Mas o parceiro maior, údos que ajudem a florescer a vida, a for-
responsável por mais de 40%, é a DLL, talecer os vínculos das famílias, a educar
a Distribuidora Loyola de Livros. In- em valores. Eu acredito muito nos meios
clusive, o pessoal confunde pensan- de comunicação quando são ideias que
do que são nossas lojas por causa do vêm somando para, realmente, enrique-
nome Loyola”, explica o jesuíta. cer as pessoas, para uma vida mais digna
A Loyola está entre as maiores edi- e, consequentemente, fortalecer os vín-
toras do Brasil. O catálogo ativo tem culos humanos, para o exercício pleno
mais de 2 mil títulos dentre os mais de da cidadania”, finaliza o jesuíta.

Em 17
Companhia de jesus no mundo
† cúria geral

PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DO
PADRE PEDRO ARRUPE
verdade enraizado em Cristo, dedica-
do à sua missão, cujo milagre maior
é que todos nós estejamos aqui hoje”.
Vigésimo oitavo Geral da Companhia
de Jesus, entre 1965 e 1983, Pedro Arru-
pe nasceu na cidade de Bilbao. O cardeal
vigário de Roma, Angelo de Donatis, as-
sentiu que a causa de beatificação fosse
desencadeada pela diocese onde Arrupe
faleceu, ou seja, Roma (Itália). Com o iní-
cio desse processo, concretiza-se um de-
sejo há muito sentido pela comunidade
inaciana. O padre Arturo Sosa pediu ora-
ções de todos e a colaboração de pessoas
que tenham informações úteis sobre a de-

A
Diocese de Roma abriu a tas, realizada em Bilbao (Espanha). voção do jesuíta. “Para nós, Arrupe é uma
Causa de Beatificação do pa- “Começamos, de forma empenhada, figura de grande importância e queremos
dre Pedro Arrupe. O anúncio o processo de beatificação do padre ressaltar que ele viveu a santidade de uma
foi feito pelo padre Arturo Sosa, Su- Pedro Arrupe”, afirmou o Pe. Geral, forma muito profunda e original em toda
perior Geral da Companhia de Jesus, arrancando aplausos dos mais de 300 a sua vida: como jovem, como jesuíta,
em 11 de julho, durante a Assembleia participantes do encontro. Ele acres- como mestre de noviços, como provincial
Mundial das Universidades Jesuí- centou que Arrupe era “um homem de e Geral”, afirmou o Superior Geral.

DIREITO DOS MIGRANTES


NO JAPÃO
O
Departamento de Migrantes na diversidade. O Pe. Ando
do Centro Social Jesuíta jun- Isamu, diretor do Depar-
tou-se, recentemente, a várias tamento de Migrantes do
ONGs de todo o Japão para realizar Centro Social Jesuíta, e
uma convenção nacional sobre os di- dois outros membros da
reitos dos migrantes no país. Sob o tí- equipe fizeram parte dos
tulo Campanha pelos direitos dos mi- 150 delegados que se reu-
grantes 2020 - Koko ni iru, Estou aqui, niram em Hokkaido, nos
estamos aqui!, o tema da convenção dias 9 e 10 de junho, para
foi o desenvolvimento de um dos con- participar da convenção orga-
ceitos centrais dos Jogos Olímpicos e nizada pela rede Solidariedade
Paralímpicos de Tóquio 2020: unidade com os Migrantes no Japão (SJM).

18 Em
VISITA DO PADRE GERAL À BOLÍVIA

E
ntre os dias 14 e 19 de julho, o convocado pelo Papa Francisco para os trabalhos apostólicos da Companhia
Superior Geral da Companhia outubro de 2019, ele disse: “Em nome devem ser caracterizados pelo apostola-
de Jesus, padre Arturo Sosa, da Companhia de Jesus e, pela parte do intelectual”, afirmou o padre Arturo
visitou a Bolívia, percorrendo as cida- que toca, faremos o nosso melhor para Sosa. Ele disse ainda: “Muitas vezes, esse
des de Santa Cruz de la Sierra, San Ig- garantir que o tempo do Sínodo seja tipo de apostolado é entendido como fi-
nacio de Moxos, Cochabamba e La Paz. uma caixa de ressonância, um grito que nalidade exclusiva de universidades ou
Durante a viagem, o padre Arturo possa ser ouvido em todas as partes do centros de pesquisa. Proponho que es-
Sosa encontrou-se com os povos indí- mundo”. Os jesuítas vivem e trabalham tendamos esse entendimento, de modo
genas de San Ignacio de Moxos, em 16 em San Ignacio de Moxos desde 1689. que todo o trabalho educativo e todas
de julho, e prometeu que os jesuítas Em 18 de julho, em La Paz, o Su- as obras apostólicas promovidas pela
irão fazer todo o possível para assegurar perior Geral encontrou-se com re- Companhia e pelas instituições sob sua
que a voz dos indígenas seja ouvida. Re- presentantes das Obras Educativas da responsabilidade sejam verdadeiramen-
ferindo-se ao Sínodo para a Amazônia, Companhia de Jesus na Bolívia. “Todos te um apostolado intelectual”.

ARQUIVOS HISTÓRICOS DO APOSTOLADO


DA ORAÇÃO
U
ma nova ferramenta de pesquisa on-line está ago- sentes desde o seu início. Além disso, a correspondência
ra disponível para acessar os arquivos do Aposto- dos diretores regionais de todo o mundo católico mostra
lado da Oração (agora Rede Mundial de Oração do como esse apostolado foi desenvolvido em vários países.
Papa), mantidos no ARSI (Arquivos Romanos da Compa- Ali, encontram-se também os Congressos Eucarísticos.
nhia de Jesus). Acesse os arquivos do Apostolado da Oração:
Fundado em 1844, o Apostolado da Oração celebrará 175 www.sjweb.info/arsi/Guide.cfm
anos, em 2019. O guia inclui os documentos da fundação
desse duradouro apostolado, no qual os jesuítas estão pre- Fonte: Boletim da Cúria Geral dos Jesuítas (Edição 13 – julho)

Em 19
A Companhia de Jesus na américa latina
† CPAL

ONDE ESTÁ O TEU IRMÃO?

sil, justo no momento em que a Ode- Ante essa complexa situação, res-
brecht (empreiteira) operava a maior soaram, novamente, neste 31 de julho,
máfia corruptora do milênio, e as atu- festa de Santo Inácio de Loyola, as
ais dificuldades de governabilidade perguntas que o Pe. Arturo Sosa, Su-
Pe. Roberto Jaramillo Bernal, SJ
do ‘gigante da América’, onde os altos perior Geral da Companhia de Jesus,
Presidente da CPAL
juízes (na sua maioria também acusa- nos dirigiu no ano passado, no evento
dos de corruptos) competem e fingem Impactando, realizado em Lima (Peru):
substituir os políticos, porque parece qual seria hoje a resposta de Inácio e de
que não há nenhum que se salve. seus companheiros? Se eles estivessem

A
situação política e social de É triste ver a incapacidade da OEA- fundando hoje a Companhia de Jesus,
todo o continente continua -Organização dos Estados Americanos que missão e que forma lhe dariam? Se
piorando. A corrupção tem (não do secretário, mas a falta de de- contemplarmos – com os olhos da
provocado metástases nos países do cisão dos países que a compõem) para Trindade – um mundo onde a corrup-
continente, corroendo os sistemas po- defender a democracia em Honduras, ção afetou não apenas as estruturas
líticos, jurídicos e legislativos, os pac- ou para exigir o respeito pelas decisões sociais, políticas e culturais, mas o
tos sociais, as instituições públicas e soberanas na Bolívia, ou para fazer núcleo das consciências, qual seria o
privadas, o mundo empresarial, entre valer a ordem constitucional no Para- nosso maior e mais fundamental desa-
outras instituições. A Igreja não escapa guai. E ainda nos falta ver o que acon- fio? Como podemos garantir que, atra-
de pecados e de culpa. É verdade que tece com os acordos de paz na Colôm- vés das diversas missões em que atu-
nem ‘todo mundo’ se deixou corromper bia, com a economia no Equador ou na amos (em tão grande diversidade de
e que, nessa reserva moral e ética, paira Argentina, com a reforma judicial no trabalhos), estamos permitindo que
a esperança de dias melhores. Mas o pa- Peru e com a governabilidade de países Deus toque e transforme a consciên-
norama não deixa de ser desolador. como a Guatemala ou El Salvador. cia de pessoas e grupos?
São paradigmas dessa crise gene- “Padre, vocês fazem muitas coi-
ralizada a violência oficial que, em sas”, dizia-me ontem uma pessoa com
quatro meses, fez mais de 450 assas-
Como podemos quem eu conversava; “[...] e todas elas
sinatos políticos e tem milhares de garantir que, são lindas. Mas só uma é indispensá-
pessoas presas e feridas na Nicarágua, vel: mudar a vida das pessoas. E isso
através das
assim como a intransigência obtusa só Deus pode fazer. Vocês estão aí para
do governo venezuelano que continua diversas missões ajudá-Lo; se não for assim: estorvam”.
agarrado ao poder e a seus privilégios, em que atuamos[...],
quando, às claras, o país sangra social,
econômica e politicamente. A bênção estamos permitindo O texto na íntegra está disponível
link https://bit.ly/2wbWRTJ
de Nicolás Maduro (Venezuela), Evo que Deus toque
Morales (Bolívia) e Miguel Díaz-Canel
(Cuba) ao regime autoritário de Daniel
e transforme a
Ortega (Nicarágua) é uma mostra pa- consciência de
tética do poder da corrupção.
pessoas e grupos?
Mas não são menos paradigmáticas
dessa nauseabunda situação a norma-
lização política do ‘golpe’ dado no Bra-

20 Em
ENCONTRO DOS COORDENADORES
DAS REDES DA CPAL
ntre os dias 24 e 27 de julho, o pa-
dre Alfredo Ferro, coordenador do
SJPAM (Serviço Jesuíta Pan-Amazô-
nico), participou do encontro dos coorde-
nadores de todas as Redes com a equipe
de Coordenação da CPAL (Conferência
dos Provinciais Jesuítas da América Lati-
na e Caribe), realizado em Lima (Peru).
Com a participação de 20 pessoas,
o encontro possibilitou um ambiente buscaram-se os passos a serem dados Desse modo, a iniciativa foi um bom
de construção coletiva. Foram postos para “en-RED-dar-nos” melhor, tra- exercício para analisar, concretamen-
em comum os POAs (Plano Operativo tando de encontrar ações bilaterais te, o PAC (Plano Apostólico Comum)
Apostólico) de cada uma das REDES e entre as REDES, bem como caminhos da CPAL e possibilitar compromissos
seus consolidados. Ao mesmo tempo, para percorrer de maneira conjunta. concretos que sejam avaliáveis.

CURSO PARA INDIGENISTAS REDE DE


ENFRENTAMENTO
AO TRÁFICO
HUMANO

m 30 de junho, membros da
ntre os dias 9 e 28 de julho, o padre Foram 20 dias muito intensos de Rede de Enfrentamento ao
Valério Sartor participou do Curso aprendizagem sobre história e resistên- Tráfico Humano da Tríplice
de Extensão em História e Cultura cia indígena, terra e territorialidade, di- Fronteira (Brasil, Peru e Colômbia)
Indígena do Brasil, promovido pelo CIMI reitos desse povo, bem-viver, antropo- – entre eles, o padre Valério Sartor –
(Conselho Indigenista Missionário), em logia e conjuntura política indigenista. reuniram-se em Islândia (Peru), com
parceria com a ANILA (Universidade Fe- Além das aulas ministradas pe- o objetivo de partilhar as atividades
deral da Integração Latino-americana). los assessores sobre essas temáticas, desenvolvidas, ter um momento de
Realizado no Centro de Formação houve também vários momentos de formação e, também, planejar as ati-
Vicente Cañas, em Brasília, o curso, que convivência, de reflexão e de par- vidades futuras.
existe há três anos, contou com 31 par- tilha dos trabalhos dos participan- Realizada a cada dois meses, a ini-
ticipantes de diversos lugares do Brasil, tes do curso. Na ocasião, Pe. Valério ciativa é um espaço importante para
grupo bastante heterogêneo de pesso- teve a oportunidade de apresentar os o fortalecimento da Rede e para o es-
as ligadas à causa dos povos indígenas, trabalhos do SJPAM (Serviço Jesuíta tudo de estratégias de prevenção e de
formado por professores, funcionários Pan-Amazônico) e da REPAM (Rede conscientização da questão do tráfico
públicos, religiosas, militantes dos mo- Eclesial Pan-Amazônica) no território humano – bastante presente na re-
vimentos sociais, entre outros. Pan-Amazônico. gião fronteiriça.

Fonte: Carta Mensal Pan-Amazônia (nº 51/ Julho 2018)


Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a íntegra desta e de outras edições.

Em 21
Companhia de jesus
† promoção da justiça socioambiental

BRASIL ACOLHE CAMPANHA


PELA HOSPITALIDADE

Foto: Colégio São Luís (SP)


O
Brasil foi escolhido para encer- 1.500 pessoas alcançadas, entre leigos e nhecem diferentes e complementares
rar a turnê da Campanha pela jesuítas, pela turnê. “Foi uma viagem car- e se projetam para a humanidade a
Hospitalidade #SoyH por países regada de emoções e de afeto, abertura e, partir de uma opção de generosidade.
latino-americanos. A iniciativa da Rede sobretudo, de solidariedade com a causa Retornar ao mínimo do sentido co-
Jesuíta com Migrantes na América Latina dos migrantes forçados em nosso conti- mum: somos Humanos”.
e no Caribe (RJM-LAC) tem o objetivo de nente”, conta Luiz Fernando Gómez.
construir uma rede de pessoas e institui- “A hospitalidade é uma interação Acesse o link, ouça a música
ções envolvidas em Acolher, Proteger Pro- que permite humanizar o outro e a si Depende de Mim e saiba mais
mover e Integrar migrantes e refugiados. mesmo e é construída sobre o conhe- sobre a campanha #SoyH
Durante 40 dias, entre os meses de cimento da outra pessoa, na constru-
abril e maio de 2018, o casal colombiano ção de pontes com ela, no acolhimen-
Natalia Salazar e Luiz Fernando Gómez, to do diferente que chega até nós”,
acompanhado pelo padre Agnaldo Junior, ressalta Luiz Fernando, acrescentando
diretor nacional do SJMR Brasil, visitou 11 que “agir em prol de uma causa, como
instituições da Província dos Jesuítas do a defesa dos direitos dos migrantes
Brasil-BRA, entre colégios, faculdade e forçados, é possível se nascida de in-
obras sociais. A música Depende de Mim divíduos conscientes de sua respon- https://bit.ly/2KJ6Hlt
foi o fio condutor dos diálogos com as sabilidade individual, na qual se reco-

Durante 40 dias, entre abril e maio, a Campanha pela Hospitalidade


foi levada a:

5 cidades 11 instituições
Manaus (AM), Boa Vista (RR),

1.500 pessoas
Belo Horizonte (MG), Rio de Ja-
neiro (RJ) e São Paulo (SP).

22 Em
Companhia de jesus
† diálogo cultural e religioso

Filme sobre Vicente Cañas


ganha prêmio da CNBB

O
filme KIWXI - Memória, Mar-
tírio e Missão de Vicente Cañas
foi premiado como melhor
curta-metragem pela CNBB (Conferên-
cia Nacional dos Bispos do Brasil) com duzido a muitas mãos. “Foi realmente assassinado em 1987. Segundo o diretor
o troféu Margarida de Prata, em julho. uma alegria muito grande receber a do curta-metragem, o que fica mais forte
O prêmio, importante apoio à produ- notícia de que o Kiwxi estava entre os nas falas das pessoas é que Kiwxi, como
ção cultural livre do País instituído em três finalistas do prêmio Margarida de o jesuíta era chamado pelos indígenas,
1967, tem revelado nomes e confirmado Prata, da CNBB. O filme não é só de uma era uma pessoa “fora do comum, radical
diretores e produtores consagrados do pessoa: do diretor ou de quem quer que em suas opções: coisas de santo”.
cenário cinematográfico brasileiro. seja. São muitas mãos, cabeças e, so- Kiwxi é o segundo documentário da
O curta-metragem também recebeu bretudo, muitos corações que se unem série Os mártires da Amazônia, coorde-
a menção honrosa troféu Ir. Dorothy, numa produção. Por isso esta premia- nada pela SIGNIS América Latina e pela
tendo sido o mais votado nas redes so- ção pertence a muita gente”, ressaltou. REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica).
ciais. Em entrevista ao site Vatican News, O filme traz depoimentos de pes- A produção está a cargo da Verbo Filmes.
o diretor Cireneu Kuhn afirmou que o soas que conviveram com o irmão Acesse https://bit.ly/2AQiw9N e as-
filme é resultado de um trabalho pro- jesuíta Vicente Cañas, brutalmente sista ao filme!

VICENTE CAÑAS
Nascido na província de Albacete de enculturação* nascido do Concílio com os companheiros que estavam na
(Espanha), em 22 de outubro de 1939, Vaticano II. Vicente Cañas foi um dos capital mato-grossense. Na ocasião, ele
Vicente Cañas ingressou na Compa- fundadores do Conselho Indigenista avisou que pretendia subir para a aldeia
nhia de Jesus em abril de 1961. Quase Missionário do Brasil (CIMI) e membro indígena no dia seguinte. Assim, presu-
cinco anos depois, em janeiro de 1966, da Operação Anchieta (OPAN). me-se que sua execução ocorreu entre
foi enviado em missão ao Brasil – país O missionário foi morto por defen- 6 e 7 de abril. Seu corpo foi encontrado
que adotaria como seu, naturalizando- der a vida e o território dos índios Ena- mumificado 40 dias depois, em 16 de
-se brasileiro. O jesuíta viveu, durante wenê Nawê, no noroeste de Mato Gros- maio, junto ao barraco de apoio que ha-
décadas, em vários povoados indíge- so, aos 48 anos de idade. Em 5 de abril via construído próximo ao Rio Juruena, a
nas, levando à radicalidade o mandato de 1987, fez seu último contato por rádio 60 km da aldeia.

*Enculturação – processo em que a pessoa aprende as exigências da cultura em que está inserida, adquirindo valores e comportamentos
vistos como necessários para aquela cultura.

Fontes: Vatican News/Comunicação da Província dos Jesuítas da Espanha

Em 23
Companhia de jesus
† educação

Unicap é homenageada pelo


Tribunal Regional Eleitoral

A
Unicap (Universidade Católi- A Unicap tem desenvolvido ações de Instituída em 1990 , a comenda
ca de Pernambuco) recebeu a combate à corrupção durante o perío- é dividida nas categorias ouro, pra-
Medalha do Mérito Eleitoral do eleitoral. Uma delas é a cartilha Vote ta e bronze. A Unicap foi agraciada
Frei Caneca, no final de julho. A honra- Limpo, que traz informações sobre como com a categorias ouro, a mesma
ria é concedida pelo Tribunal Regional evitar e denunciar práticas abusivas e destinada a magistrados que já pas-
Eleitoral (TRE-PE) a servidores, magis- crimes durante a campanha eleitoral. A saram pelo Tribunal. A medalha foi
trados e instituições que prestaram ser- iniciativa é fruto de uma parceria com entregue ao reitor da instituição,
viços relevantes à Justiça Eleitoral Bra- a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB- Prof. Dr. Padre Pedro Rubens Ferrei-
sileira e, em especial, pernambucana. -PE) e a Arquidiocese de Olinda e Recife. ra de Oliveira.

Colégio São Luís promoverá


Seminário de Práticas Educativas
C
om o intuito de proporcionar um O evento será uma oportunidade para pedagógico que acontecem, respectiva-
espaço de crescimento coletivo, que os profissionais da área possam esta- mente, nas universidades e nas escolas de
o Colégio São Luís promoverá o belecer trocas de experiências bem-suce- Educação Básica, aproximando esses uni-
Seminário CSL de Práticas Educativas didas que respondam, de maneira eficaz, versos de produção de conhecimento.
2018, entre os dias 21 e 22 de setembro. aos problemas vividos no cotidiano esco-
Com o tema Desafios do educar e aprender lar. No encontro, serão apresentadas pes-
no século XXI, o encontro reunirá edu- quisas nas diferentes áreas da educação. PARTICIPE!
cadores, pesquisadores e estudantes da A partir das reflexões e trocas feitas ao Inscrições e mais informações em
área educacional para discutir os desa- longo do seminário, espera-se contribuir www.saoluis.org/seminario
fios e rumos da educação. com o debate acadêmico e com o diálogo

24 Em
https://bit.ly/2uGRAUA

https://bit.ly/2uGRAUA

Em 25
Companhia de jesus
† juventude e vocações

Universitários participam de
voluntariado no Ceará

Iniciativa é resultado da parceria entre Unicap, MAGIS Brasil e Fé e Alegria

O
trabalho voluntário é uma expe- Evangelista. “Foi um momento especial munidade. “Depois de sentir e saborear a
riência de liberdade, pois é uma para que os voluntários pudessem, lite- realidade de Vazantes e olhar para os seus
doação livre sem esperar nada ralmente, ‘pisar na terra’ onde atuaram, próprios dons e habilidades, os voluntá-
em troca”, afirmou o padre Pedro Rubens durante parte de suas férias, ajudando rios planejaram as oficinas que oferece-
Ferreira de Oliveira, durante a missa de e aprendendo com os demais”, contou. ram durante toda a experiência”, explicou
acolhida dos estudantes que participa- Durante o voluntariado, além do in- João Elton. O jesuíta ressaltou que, além
ram da edição de julho do projeto Vo- tercâmbio cultural e de conhecimentos, de promover as oficinas, os voluntários
luntariado Universitário (VOU!), desen- os estudantes participaram de oficinas também aprenderam com a comunidade.
volvido nas comunidades de Vazantes, de língua portuguesa, promovidas pelo “Durante as semanas da experiência, bra-
distrito de Aracoiaba (CE). professor do curso de Letras da Unicap, sileiros e espanhóis receberam aulas de
Resultado de uma parceria entre a padre André Luís de Araújo. O jesuíta maracatu ministradas pelos alunos e pro-
Unicap (Universidade Católica de Per- também desenvolveu atividades de auto- fessores de Fé e Alegria. Isso é importante,
nambuco), o Programa MAGIS Brasil conhecimento e projeto de vida. pois mostra que todos podem aprender e
e a Fundação Fé e Alegria, a iniciativa Os voluntários tiveram a oportunida- ensinar, basta estar aberto e colocar, a ser-
reuniu alunos da Unicap e das univer- de de visitar a Casa de Cultura de Vazan- viço dos demais, os seus conhecimentos
sidades espanholas Comillas, Deusto e tes, onde puderam conhecer mais a co- e habilidades”, destacou João Elton.
Ramon Llull. Segundo o estudante je-
suíta João Elton de Jesus, coordenador
do Voluntariado Universitário, a expe- SAIBA MAIS
riência teve início com uma pequena Você também quer participar do Programa de Voluntariado Universitário
peregrinação de, aproximadamente, Unicap (VOU!)? Então, fique atento ao site www.unicap.br/vou
dois quilômetros até a Igreja São João

26 Em
Projeto de aproximação e escuta
dos jovens no Marajó
E
m julho, encerrou-se o primeiro MAGIS Brasil, assim como a espiritu- o perfil da juventude daquela área, de
semestre do Projeto de Aproxi- alidade Inaciana e a promoção da jus- forma a compreender de quais ma-
mação e Escuta dos jovens da tiça socioambiental. A partir de uma neiras o projeto poderia repercutir
Ilha do Marajó (PA). Desenvolvido pelo dinâmica de acolhimento, o Centro positivamente para aquela comuni-
Centro MAGIS Amazônia, o projeto é o MAGIS Amazônia promoveu ativida- dade. Assim, então, iniciou-se a se-
primeiro passo para ampliar o serviço des eclesiais e culturais. gunda fase do projeto: a escuta.
à juventude. O objetivo da iniciativa é No final da primeira fase, criou- Nessa etapa, houve a aplicação de
mapear a diversidade de manifestações -se um cronograma de atividades a questionário com questões sobre situa-
e expressões juvenis no ato da aproxi- serem promovidas pelo Centro MA- ção a socioeconômica e de identificação
mação, além de acompanhar, na me- GIS mensalmente, nas duas comuni- das realidades juvenis (religião, política,
dida do possível, as singularidades das dades. A programação foi construída sexualidade, violência, consumo). Por
juventudes na Amazônia. com base no apelo e nas necessidades meio dele, foi possível traçar o perfil dos
Para o início dessa aproximação, das comunidades e, principalmente, jovens que vivenciaram a primeira etapa
foram escolhidas as comunidades das juventudes. A presença do Centro do projeto. Diante da pluralidade de rea-
Santana do Arari e Aranaí, pertencen- MAGIS Amazônia só foi possível pelo lidades e contextos na Amazônia, prin-
tes aos municípios de Ponta de Pedras voluntariado de jovens que, todo mês, cipalmente, frente às várias faces da ju-
e Cachoeira do Arari. A primeira fase se propunham a ir e a promover as ventude presente na região, conhecer de
do projeto teve início em abril, com atividades nas comunidades ribeiri- perto cada rosto e anseio desses jovens
o processo de aproximação, quando nhas. Nesse contexto, os voluntários (aproximação) foi fundamental para ma-
três colaboradores visitaram as co- foram postos em confronto com sua pear (escuta) todos que estiveram pre-
munidades apresentando o Programa própria realidade e puderam analisar sentes ao longo do projeto.

Em
Em 27
Companhia de jesus
† cuidado da amazônia

SEMINÁRIO EM MEMÓRIA Em mesa-redonda durante o semi-


nário, o diretor do ITEPES (Instituto de

DO PE. CLÁUDIO PERANI


Teologia, Pastoral e Ensino Superior da
Amazônia), padre Ricardo Castro, apon-
tou os elementos inspiradores no pen-
samento do Pe. Cláudio Perani para o

E
ntre os dias 8 e 11 de agosto, foi entre outros, são partes importantes que Sínodo para a Amazônia. Ele ressaltou
realizado o Seminário Cláudio precisam de atenção, mas que a solução que, de acordo com o pensamento do
Perani – Legado Profético: Desa- para a Amazônia não vem somente para jesuíta, além das diferentes compreen-
fios e Perspectivas, em Manaus (AM). atender uma realidade e precisa ser pen- sões sobre a Amazônia, precisamos co-
O evento teve como objetivo celebrar sada em termos mais amplos. nhecer seus povos, nos aproximarmos
a memória do padre jesuíta Cláudio Ainda em sua homilia, dom Luiz So- das pessoas para aprender com suas ex-
Perani, falecido há 10 anos. “Queremos ares ressaltou que “nós, cristãos e cristãs, periências, uma atitude que está muito
resgatar sua espiritualidade, mística somos homens e mulheres de esperan- presente no pensamento e discurso do
e metodologia libertadora, de modo ça”, capazes de ver nos sinais dos tempos Papa Francisco em referência ao Sínodo
a inspirar a defesa da Amazônia e de as tendências da Igreja e olhá-las com para a Amazônia, o qual ele deseja que
seus povos, bem como construir pers- olhar profético, “olhar o mundo sonhado brote da vida do povo, da escuta.
pectivas baseadas na Ecologia Inte- por Deus”. E acrescentou: “O Pe. Cláudio Em sua participação durante a
gral”, explicou o padre David Hubald teve esta visão e insistiu muito, de fazer mesa-redonda, Francinara Martins,
Romero, delegado para a Preferência conhecer a realidade de nossa região para coordenadora geral da COIAB (Coorde-
Apostólica Amazônia – PAAM. a instalação do reino de Deus”. nação das Organizações Indígenas da
Organizado pelo SARES (Serviço No fim da celebração, Kiki Perani Amazônia Brasileira), alertou que “está
Amazônico de Ação, Reflexão e Edu- leu a carta que fez em memória do ir-
cação Socioambiental), em parceria mão, Pe. Cláudio, dizendo que “ele foi
com a Equipe Itinerante Intercongre- luz, guia e semeador e sua semente Amazônia: novos caminhos para a
gacional e Interinstitucional e o CIMI deu frutos, seja na Igreja ou de ajuda Igreja e por uma ecologia integral
(Conselho Indigenista Missionário), e luta pelo povo brasileiro, e entre es- é o título do Sínodo convocado
o evento também teve o apoio da Ar- tes, os mais pobres, mais desumani- pelo Papa Francisco e que será re-
quidiocese de Manaus, do ITEPES zados, mais explorados”. alizado em outubro de 2019.
(Instituto de Teologia Pastoral e En-
sino Superior da Amazônia), do CEAS
(Centro de Estudos e Ação Social), do
OLMA (Observatório Nacional de Justi-
ça Socioambiental Luciano Mendes de
Almeida), da Casa MAGIS Manaus e do
Fórum de Mudanças Climáticas.
Uma celebração eucarística, na Ca-
tedral Metropolitana de Manaus – Nossa
Senhora da Conceição marcou o início
do seminário, no dia 8 de agosto, reu-
nindo cerca de 500 pessoas. A missa foi
presidida pelo bispo emérito da Arqui-
diocese, dom Luiz Soares Vieira, grande
amigo do Pe. Cláudio Perani. Durante a
homilia, ele ressaltou que o Sínodo para
Amazônia, que acontecerá em 2019, será
uma oportunidade para discutir e trazer
alguma luz sobre a atuação da Igreja na
Amazônia. Citando as palavras do Papa
Francisco, ele lembrou que “o todo é
maior que as partes”. Segundo o bispo
emérito, os ribeirinhos, os quilombolas,

28 Em
acontecendo, no Brasil, uma guerra fria coordenadora da COIAB, acrescentando: pital amazonense. “O indígena não dei-
entre o governo e os defensores dos di- “não temos medo de defender nossa fa- xa de ser indígena por estar na cidade”,
retos”. O que, segundo ela, tem levado ao mília, nosso território, pois nossa gran- observou Marcivana, ressaltando que “o
sofrimento dos povos, sobretudo, mu- de luta é a luta pela Mãe Terra”. que falta é reconhecimento, o que im-
lheres, crianças e os mais velhos. Em outro momento da mesa-redon- plica falta de direitos”. Ela alertou ainda
Francinara questionou sobre o que da, lembrou-se também das comuni- sobre os perigos dos índios nas cidades,
fazer para ter garantias diante dos gran- dades indígenas urbanas presentes na como o fato de perder a cultura, uma
des projetos de exploração cada vez mais Amazônia. A indígena Marcivana Ro- vez que a cidade impõe seus valores e
presentes na Amazônia. “Basta, chega de drigues Paiva, representante da COPIME traz novos modos de vida e afirmou que
tanto retrocesso, de não nos ouvirem, (Coordenação dos Povos Indígenas de “para ter um rosto amazônico, a Igreja
de não nos enxergarem, de dizer que os Manaus e Entorno), contou que existem deve respeitar e assumir a cultura indí-
povos indígenas não sabem”, afirmou a 45 povos e 15 línguas diferentes na ca- gena, suas simbologias”.

QUEM FOI
CLÁUDIO PERANI? Dedicou 14 anos de sua vida à região megaprojetos, desmatamento, dis-
Nascido na Itá- amazônica, onde foi o primeiro Supe- puta de terras, diversidade de povos e
lia em 1932, Padre rior do Distrito dos Jesuítas da Ama- línguas, por isso precisa ser sentida e
Cláudio Perani foi um zônia, hoje já extinto. Sempre muito analisada de maneira muito concreta
importante teólogo e de- envolvido no campo social, defendia a e com os “pés no chão” literalmente.
fensor das causas dos trabalhadores importância de propor formação e ex- Os traços pessoais do Pe. Cláudio
aqui no Brasil. Um dos fundadores do periências profundas de encarnação Perani não deixam dúvida de que era
CEAS (Centro de Estudos e Ação Social), nas diversas realidades amazônicas, alguém que gostava de estar com o
em Salvador (BA), e da CPT (Comissão aliando ação e reflexão. Com sua intui- povo. Ele fazia uma análise da reali-
Pastoral da Terra), foi figura importan- ção, foi dando pistas, desde o início, de dade bastante minuciosa e com mui-
te no processo de redemocratização do que a atuação na Amazônia é marcada to discernimento, sempre em defesa
País, na época da ditadura militar. por inúmeros desafios que envolvem da Amazônia e de seus povos.

Fonte: Preferência Apostólica Amazônia (PAAM) e Comunidades Eclesiais de Base do Brasil (CEBs)

Em 29
Companhia de jesus
† na paz do senhor

NA paz do senhor
IR. JOSÉ ALVES FERNANDES
Por Pe. Carlos Henrique Müller

cuarista. Em 1972 e 1973, na região do vilho (como pode tirar Minas de dentro
Barranco Vermelho (Diamantino), na de um mineiro?). Depois que foi constru-
Estação Missionária Santo Inácio, foi ída a residência dos jesuítas em Cuiabá
auxiliar no Posto Escondido. Depois, e fechada a Casa de Trânsito, ele passou
na Residência Imaculada Conceição, a morar em comunidade, mas tinha seu
ad omnia e motorista dos enfermos. De ritmo próprio e gostos marcados. Era
1961 a 1966 e de 1978 a 1983, em Utiariti, um conserto de lâmpada, uma torneira
desenvolveu diversos trabalhos, como a trocar, arrumar o portão eletrônico,
hortelão, cozinheiro, pecuarista, au- afiar facas, levar o carro na oficina, de
xiliar da administração, enfermeiro, tudo o Fernandes fazia. Era um homem
roupeiro e motorista. De 1986 até 2018, bom, cuidadoso com a casa, serviçal e
na Residência João Bosco Burnier, disponível. Se alguém ouvisse as modas
exerceu diferentes funções, entre elas, antigas de viola na casa da frente de
a prestação de serviços à Congrega- nossa residência, já podia saber que era
ção das Irmãzinhas da Imaculada. Sua sábado ou domingo.
grande qualidade foi a fidelidade ao Este jesuíta original tinha vindo ao
trabalho que lhe foi confiado na mis- Mato Grosso logo depois do Noviciado,
são do Mato Grosso. chegou à Diamantino em 5 de maio de

I
rmão José Alves Fernandes nasceu O padre Carlos Viana dá seu teste- 1955 e passou a se dedicar ao sustento do
no dia 10 de agosto de 1931, em uma munho sobre o jesuíta: Internato de Utiariti na criação de gado.
localidade chamada Mercês, no mu- “Mineiro, o Ir. Fernandes gostava de No sábado, a gente acordava com o chei-
nicípio de Alto Rio Doce (MG). Foi ba- falar das coisas que compunham suas ro do torresmo e a feijoada estava pronta.
tizado pelo padre Francisco Gaudio, na grandes paixões: os índios do Mato Gros- No domingo, era dia de sopa, preparada
Paróquia de Nossa Senhora das Mercês. so, a Missão Anchieta, as histórias de ir do jeito da Missão. Gostava de assistir
Em 21 de abril de 1950, Ir. Fernandes e vir nesse sertão, o avião que cortava o aos filmes de bang bang e tinha grande
ingressou na Companhia de Jesus em estado a serviço dos índios, os tratores, amizade com os índios e as pessoas sim-
Monnerat (RJ), quando o padre Artur caminhões, cavalos, barcos e outros meios ples do bairro. Quando foi para a Casa
Alonso era provincial. Fez os votos no de transportes, as aventuras a serviço do de Saúde e Bem-Estar Nossa Senhora
final do Noviciado, em 22 de outubro Evangelho, os amigos que já tinham par- da Estrada (São Paulo), em 2 de julho de
de 1952, em Itaici (Indaiatuba/SP). Os tido e que, agora, ele certamente já os re- 2018, estava muito fraco. Levou apenas
últimos votos aconteceram na Igreja de encontrou. Na parede de nossa Residência uma malinha e deixou para trás coisas
Santa Teresinha do Menino Jesus, em Burnier, tem uma fotografia dele com uma simples que couberam numa caixa: um
Utiariti (MT), em 15 de agosto de 1962, re- onça e, na outra, ele está sobre a cabine de rosário antigo, o colar indígena que ele
cebidos pelo padre Henrique Froehlich. um caminhão e com os índios Rikbaktsa. gostava de usar, a faca antiga, o canive-
O Ir. Fernandes trabalhou em di- Nesses últimos anos, ele ficou mais te, o bocal de luz e uma fotografia antiga
versos ofícios na Companhia. Com por Cuiabá (MT), vivia na Casa de Trân- dele tocando berrante. Recebemos notí-
exceção de curtos períodos – em Itaici sito para índios e missionários. Todos cias em vídeo no whatsapp, mostrando-o
(1953-1955), no Colégio Loyola em Belo os dias, ia à missa cedo e, depois, to- contando histórias e rindo ao lado do seu
Horizonte (1967) e no Centro Cultural mava um café na casa das Irmãzinhas companheiro de Noviciado, o Irmão No-
de Brasília em Brasília (1968-1971) –, vi- de Santa Paulina. Ali prestava serviços gueira. Como mineiro e missionário, vai
veu por muitos anos em Mato Grosso. de motorista quando elas precisavam, agora contar seus causos lá no céu. Aqui,
Em Diamantino (MT), de 1956 a 1960, comprava suas coisas: torresmo, pão de deixou saudades. Homem bom esse ir-
atuou como cozinheiro, hortelão e pe- queijo, sua cervejinha, o biscoito de pol- mão Fernandes. Homem Bom!”

30 Em
jubileus
60 ANOS DE COMPANHIA Em 20 de setembro 50 ANOS DE SACERDÓCIO
Em 7 de setembro Pe. Alfonso Carlos Palacio Larrauri Em 28 de setembro
Ir. Laudelino Costa Pe. Ilário Govoni
Pe. Lauro Willy Barth Em 24 de setembro
Pe. Fidel Garcia Rodriguez

AGENDA setembro 19
Oficina
2 Centro Loyola de Fé, Cultura e Espiritualidade
Grupo de Acompanhamento Vocacional de Goiânia
Inaciano (GAVI) Tema Dança: linguagem do transcendente – o
corpo em oração
Anchietanum Orientadora Profª Conceição Viana
Local São Paulo (SP) Local Goiânia (GO)
Site www.anchietanum.com.br Site centroloyola.com.br
Tel.: (11) 3862-0342 / 96465-1414 Tel.: (62) 3251-8403
2a6 22
Retiro de 4 dias Rezar com os Místicos
Vila Fátima CEPAT (Centro de Promoção de Agentes de
Local Florianópolis (SC) Transformação)
Orientador Pe. Adroaldo Palaoro, SJ Tema Dorothy Day
Site www.vilafatima.com.br Assessor Paulo Fernando Carneiro de Andrade
Tel.: (48) 3237-9245 (PUC-Rio)
6 Local Curitiba (PR)
E-mail cepat_cjciascuritiba@asav.org.br
Encontro de estudos sobre as
Tel.: (41) 3349-5343
realidades juvenis
22 e 23
Centro MAGIS Inaciano da Juventude
Local Fortaleza (CE) Voluntariado na Pastoral do Migrante
Site www.cijmagis.com Casa MAGIS Manaus
Tel.: (85) 3231-0425 Local Manaus (AM)
15 Facebook @CasaMagisManaus
E-mail casamagis.manaus@gmail.com
Curso
28 a 30
Centro Loyola de Fé e Cultura PUC-Rio
Tema: O Livro da Sabedoria Exercícios Espirituais para Leigos - EEL1
Professor: Carlos Frederico Schlaepfer, Casa de Retiros Mosteiro de Itaici - Vila Kostka
doutor em Teologia Bíblica pela PUC-Rio Tema Iniciação à experiência dos EE de Santo
Local Rio de Janeiro (RJ) Inácio e Princípio e Fundamento
Site www.centroloyola.puc-rio.br Orientadores Dita Oliveira e Chris Catelli
Tel.: (21) 3527-2010 Local Indaiatuba (SP)
15 e 22 Site www.itaici.org.br
Tel.: (19) 2107-8501
Literaturas de Língua Portuguesa
30
Centro Loyola de BH
Tema Machado de Assis Dias de Oração
Orientadora Raquel Guimarães Centro de Espiritualidade Cristo Rei – CECREI
Local Belo Horizonte (MG) Local São Leopoldo (RS)
Site centroloyola.org.br Orientadores Pe. Gustavo de Paula, SJ
Tel.: (31) 3342-2847 Site www.cecrei.org.br
Tel.: (51) 3081-4200

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