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NOÇÕES DE

MEDIÇÃO DE
FLUIDOS

Autores: Josaphat Dias da Mata


Jose Alberto Pinheiro da Silva Filho
NOÇÕES DE
MEDIÇÃO DE
FLUIDOS
Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P.
É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora
do ambiente PETROBRAS.

Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o


tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE
INFORMAÇÕES RESERVADAS".

Órgão gestor: E&P-CORP/RH


NOÇÕES DE
MEDIÇÃO DE
FLUIDOS

Autores: Josaphat Dias da Mata


Jose Alberto Pinheiro da Silva Filho

Ao final deste estudo, o treinando poderá:

• Reconhecer os conceitos físicos envolvidos com a medição e


as leis de conservação de massa e energia;
• Reconhecer os aspectos relacionados à medição de fluidos;
• Identificar medidores específicos de vazão e volume;
• Conceituar calibração.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além destas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem, como premissa,


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
ImpOrTANTE!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
rESUmINDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
rESUmINDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrTANTE!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos ATENÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
rESUmINDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 17

Capítulo 1 - Introdução à medição de fluidos


Objetivos 19
1. Introdução à medição de fluidos 21
1.1. Aspectos metrológicos da medição de fluidos 22
1.1.1. Unidades de medida 23
1.1.2. Grafia das unidades de medida 24
1.1.3. Características das medições 26
1.1.4. Conceito de incerteza de medições 27
1.1.5. Classe de exatidão 28
1.1.6. Condições de referência 31
1.2. Conceitos físicos envolvidos na medição de fluidos 31
1.2.1. Massa específica 32
1.2.2. Viscosidade 32
1.2.3. Viscosidade cinemática 35
1.2.4. Número de Reynolds 36
1.2.5. Escoamento laminar e turbulento 37
1.2.6. Vazão volumétrica e mássica 39
1.2.7. Lei da conservação da massa e da conservação da energia 42
1.2.8. Perda de carga em tubulações 45
1.3. Exercícios 47
1.4. Glossário 51
1.5. Bibliografia 53
1.6. Gabarito 55

Capítulo 2 - Medição de fluidos


Objetivos 59
2. Medição de fluidos 61
2.1. Tipos de medição 64
2.2. Processo da medição na área de produção 65
2.3. Sistema de medição 66
2.4. Critérios gerais para medição 68
2.5. Amostragem e análise de propriedades do petróleo 69
2.6. Fator de encolhimento 70
2.7. Teste de poços 71
2.8. Procedimentos operacionais 72
2.9. Selagem dos sistemas de medição fiscal 72
2.10. Exercícios 74
2.11. Glossário 76
2.12. Bibliografia 77
2.13. Gabarito 79

Capítulo 3 - Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água


Objetivos 81
3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água 83
3.1. Tipos de medidores de vazão de volumes líquidos 84
3.1.1. Medidor volumétrico tipo deslocamento positivo 85
3.1.2. Medidor tipo turbina 90
3.1.3. Medidor tipo mássico Coriolis 95
3.1.4. Medidor tipo ultra-sônico 101
3.1.5. Medidor tipo magnético 105
3.2. Medidores de vazão específicos para gás natural 106
3.2.1. Medidor de gás natural tipo placa de orifício 109
3.2.2. Cálculo das vazões de gás natural 121
3.2.3. Programas utilitários 125
3.2.4. Calibração de medidores de gás 126
3.3. Medição de gás de tocha 126
3.4. Exercícios 128
3.5. Glossário 133
3.6. Bibliografia 136
3.7. Gabarito 138

Capítulo 4 - Medidores de volume


Objetivos 143
4. Medidores de volume 145
4.1. Termos usados na medição de petróleo em tanques 145
4.2. Arqueação 146
4.3. Normas e exigências técnicas 147
4.4. Medição manual do volume 148
4.5. Medidores automáticos de volumes 150
4.5.1. Medição automática do tipo radar 150
4.5.2. Medição automática do tipo servo-operado 153
4.5.3. Medição automática do tipo pressão diferencial 154
4.5.4. Medição automática do tipo borbulhador 155
4.6. Exercícios 157
4.7. Glossário 159
4.8. Bibliografia 160
4.9. Gabarito 162
Capítulo 5 - Calibração e verificação metrológica periódica
Objetivo 165
5. Calibração e verificação metrológica periódica 167
5.1. Processo de calibração 168
5.2. Padrão secundário 172
5.3. Fatores de correção combinados 174
5.4. Aprovação de modelo 174
5.5. Calibração de medidores em linha 176
5.6. Exercícios 179
5.7. Glossário 181
5.8. Bibliografia 183
5.9. Gabarito 185
Introdução

E
m qualquer campo de atividade, as decisões são tomadas com
base em informações. Nas áreas científica e tecnológica, tais
informações são, em geral, medições realizadas de forma direta
ou indireta e relacionadas com o objeto em estudo. Por definição,
medição é "o conjunto de operações que tem por objetivo determinar
o valor de uma grandeza”.

As medições são influenciadas por diversos fatores denominados


agentes metrológicos, como a amostra, o método de medição, o
técnico de operação, o equipamento e as condições ambientais.
Dessa maneira, podemos entender que uma medida é o resultado
do processo de medição e, nesse sentido, sua qualidade depende de
17
como tal processo foi gerenciado.

Os fluidos são substâncias que escoam. Podem ser gases ou líquidos.


Nas plataformas, os fluidos produzidos devem ser medidos para
controle interno e também por motivos legais: a regulamentação
da ANP exige a medição de todo o volume produzido de petróleo
e de gás de cada concessão (campo de produção). De acordo com
o regulamento técnico de medição (RTM), a medição deve ser feita
logo após o tratamento e antes da transferência, ou seja, antes de
deixar a concessão.

O técnico de operação tem papel fundamental nesta atividade.


Ele mede a produção de óleo, água e gás para acompanhamento
e controle do processo, bem como mede a produção diária destes
fluidos para gerar relatórios de produção a serem arquivados e
alguns enviados às agências reguladoras (ANP e INMETRO). A
partir destes valores são calculados os valores de participações
governamentais, que incluem os royalties, participações especiais,
contribuição do superficiário e outros tributos, a serem recolhidos
e repassados aos municípios, estados e União.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 1
Introdução à
medição de
fluidos

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Descrever o conceito de fluido;


• Identificar as principais unidades de medidas;
• Descrever o conceito de medição;
• Definir massa específica, viscosidade e número de Reynolds;
• Diferenciar vazão mássica de vazão volumétrica;
• Aplicar a equação da lei da conservação da massa;
• Converter vazão mássica em vazão volumétrica a partir de
dados práticos.

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20

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

1. Introdução à medição de
fluidos

M
edir é uma atividade muito mais comum do que imaginamos.
Quando olhamos as horas, por exemplo, estamos medindo
a variação do tempo gasto em uma tarefa. Ir à feira, tomar
um táxi, comprar uma garrafa de água ou abastecer o carro no
posto de gasolina são atividades cotidianas que envolvem medições.
A determinação do peso das frutas e legumes, do valor da corrida e
do volume da água e do combustível são momentos de avaliação que
incluem a existência de medidas. Mas o que é uma medição?

Medição é uma seqüência de procedimentos que objetivam


avaliar as grandezas relacionadas com um corpo, objeto, área ou
coisa. 21

O termo fluido designa qualquer meio material que tenha a


propriedade de fluir, ou seja, de escoar. Logo, podemos dizer que os
fluidos são gases, líquidos ou a mistura deles.

A medição de fluidos é feita, no contexto das unidades de negócio,


sempre em fluidos monofásicos, ou seja, em óleo, água e gás natural,
após a fase primária de separação da produção. Assim, a medição da
produção tem que ser feita entre as etapas de tratamento dos fluidos
e de transferência para o processamento posterior ou exportação.

O ato de medir pressão, temperatura, vazão, viscosidade, densidade são


atividades rotineiras na função do técnico de operação. Procedimentos
diários e semanais fazem parte do controle da produção.

Para realizar esses procedimentos e permitir um controle mais


eficiente do gerenciamento da produção, um técnico de operação
envolve-se com atividades como:

RESERVADO
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• Abrir válvulas;

• Realizar manobras;

• Estabilizar a produção;

• Alinhar poços;

• Medir a produção diária;

• Realizar testes de produção (mensais) etc.

O ritmo da produção é importante para a otimização do fator de


recuperação do campo. Com os testes de produção, as medições
realizadas são informadas à engenharia de reservatório, que
22 acompanha toda a produção de cada poço e do campo todo, de
modo a otimizar o fator de recuperação do reservatório, ou seja,
determinar qual a melhor maneira de aproveitar ao máximo o que o
reservatório (jazida) pode produzir.

A medição de fluidos (petróleo, gás, água...) pode ser realizada de


duas maneiras:

• Utilizando equipamentos dinâmicos, que determinam a


vazão;

• Utilizando equipamentos estáticos, que medem o volume em


tanques.

A seguir serão abordados aspectos fundamentais para melhor


compreensão do processo de medição de fluidos no contexto das
Unidades de E&P.

1.1. Aspectos metrológicos da medição de fluidos

A medição de fluidos, dada a sua natureza, envolve critérios


relacionados a metrologia e que, portanto, devem ser observados.
A seguir, recordaremos alguns conceitos fundamentais que serão
importantes na adequação das medições de fluidos.

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

1.1.1. Unidades de medida

A unidade de medida é uma grandeza física específica, definida e


adotada por convenção, utilizada para expressar uma magnitude
dessa grandeza.

As unidades de medida são representadas por símbolos específicos,


aceitos por convenção. Uma unidade deve sempre permitir a sua
comparação e conversão em outras grandezas de mesma natureza.

No Brasil é utilizado oficialmente o Sistema Internacional de


Unidades (SI), que define as sete unidades de base. São elas: o
metro (comprimento); quilograma (massa); segundo (tempo);
ampère (corrente elétrica); kelvin (temperatura termodinâmica); mol
(quantidade de matéria) e candela (intensidade luminosa).

As unidades de base do SI que interessam diretamente à técnica de 23


medição de vazão e volume são as identificadas na tabela a seguir:

Grandezas do SI utilizadas na medição de vazão


Grandezas Unidades SI Definição oficial da unidade
(símbolo)
Comprimento metro (m) Comprimento do trajeto percorrido
pela luz no vácuo durante um intervalo
de tempo igual a 1/299.792.458 de
segundo.
Massa quilograma Massa do protótipo internacional do
(kg) quilograma.
Tempo segundo (s) Duração de 9.192.631.770 períodos
da radiação correspondente à transição
entre os dois níveis hiperfinos do estado
fundamental do átomo de Césio 133.
Temperatura termodinâmica kelvin (K) Fração 1/273,16 da temperatura
termodinâmica do ponto tríplice da água.

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A partir das unidades de base surgem as unidades derivadas, que são


obtidas por combinação daquelas, tais como:

• Pressão: pascal (Pa);

• Viscosidade dinâmica: pascal-segundo (Pa.s).

ATENÇÃO

Em certas situações, como nos sistemas técnicos e sistemas


mistos, as unidades empregadas não pertencem ao SI, que
é o sistema recomendado mundialmente. Exemplo: em
alguns sistemas não-coerentes, a força é expressa em kgf e
a pressão em kgf/cm2.

24 Algumas unidades fora do SI são aceitas alternativamente,


como o bar para pressão, o grau Celsius (ºC) para temperatura,
o minuto (min), a hora (h) e o dia (d) para tempo.

1.1.2. Grafia das unidades de medida

As regras de grafia das unidades de medida são definidas


internacionalmente, a fim de permitir a circulação de dados e viabilizar
a comunicação, evitando assim equívocos de leitura e interpretação
de dados. A seguir apresentamos um resumo dessas informações:

• No SI, os nomes (grafias) das unidades são escritos por extenso


em letras minúsculas, mesmo se as unidades constituírem nomes
próprios dados em homenagem a pessoas. A exceção é grau
Celsius, em que a palavra Celsius é considerada um qualificador.
Exemplo: 10 newtons, 300 kelvins, 800 pascals, 20 mols;

• A grafia correta dos símbolos das unidades é feita em letra


minúscula. Exemplo: 2 m, 40 s, 5 kg, 5 h;

• Os símbolos que envolvem nomes de pessoas têm a primeira


letra maiúscula. Exemplo: 10 N, 300 K, 800 Pa;

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

• A unidade litro (L) constitui a única exceção: pode ser escrito


tanto com a letra maiúscula (para não ser confundida com o
número 1), quanto com a minúscula (l);

• Quando os símbolos forem formados por duas letras, somente


a primeira letra deve ser escrita como maiúscula (por exemplo:
Pa para pascal; St para stoke). É importante ressaltar que os
símbolos devem ser usados somente quando acompanhados do
valor da medição e não têm plural. Exemplo: 6,1 m, 4 h, 5 t
(toneladas), 200 ml (mililitros);

• Não devemos misturar a grafia da unidade com o símbolo.


Exemplo: m3/d ou metro cúbico por dia (correto); m3/dia
(incorreto); 20 quilômetros por hora ou 20 km/h (correto), 20
km/hora ou 20 quilômetros/h (errado). Só devemos usar uma
barra inclinada, a menos que as outras estejam entre parênteses:
(m3/d)/bar (correto); m3/d/bar (incorreto);
25

• O plural deve existir apenas a partir de 2, inclusive. Exemplo:


1,97 metro, 0 grau Celsius, 0 h 20 min 4,678 s, 2,01 bars, 2 mols,
400 kelvins, 20 newtons, 800 pascals;

• O símbolo das unidades não pode ser contaminado com outras


palavras ou símbolos. A seguir são indicados alguns exemplos de
grafias adequadas e formas inadequadas:

Grafia correta Grafia errada


110 V (ca) 110 VCA ou 110 Vca
24 V (cc) 24 VCC ou 24 Vcc
100 W 100 Wel ou 100 Wtér
200 cm3 200 cc
300 ml ou 300 mililitros 300 eme-ele(s)

• É bom lembrar que algumas unidades já se tornaram obsoletas


e não são mais aceitas no SI. É o caso do mícron; nesse caso, deve-
se usar o micrometro (pronuncia-se micrométro, que significa a
milésima parte do milímetro); outro exemplo é o grau centígrado
e o grau centesimal; nesse caso, deve-se usar o grau Celsius;

RESERVADO
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• No Brasil, usa-se a vírgula como um marcador decimal e o ponto


como separador de grupos de três algarismos, ao contrário dos
Estados Unidos, onde se usa o ponto como marcador decimal
e a vírgula como separador de algarismos. Exemplo: 0,5 m no
Brasil e 0.5 nos Estados Unidos; US$ 20,50 no Brasil e US$ 20.50
nos EUA;

• Em trabalhos mais abrangentes, não se deve usar vírgula ou


ponto para separar os grupos de três dígitos, ou seja, deve-se
deixar um espaço entre os grupos em vez do ponto ou vírgula
para evitar a confusão com os diferentes países onde o ponto
ou vírgula é usado como marcador decimal. Exemplo: 23 567
(correto), 23.567 (incorreto); 34,567 891 (correto), 34,567.891
(incorreto).

1.1.3. Características das medições


26
O objeto da medição, ou a grandeza específica submetida à medição,
é denominado de mensurando. O resultado de uma medição é o valor
atribuído a um mensurando.

Toda medição está sujeita a erros. Um erro de medição pode ser


definido como a diferença entre o valor calculado e o valor verdadeiro
do mensurando. Como na maioria das vezes o valor verdadeiro não é
conhecido, o erro não pode ser determinado, mas sim estimado.

Quando se usa um padrão primário para a medida, o valor verdadeiro


é conhecido por definição (valor verdadeiro convencional). Na prática,
o erro de um instrumento de medição é definido como a diferença
entre a indicação do instrumento e o “valor verdadeiro convencional”
(VVC).

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Valor verdadeiro ou
Indicação do
verdadeiro convencional
instrumento
Erro

Mensurando

Representação esquemática do erro na medição

O valor verdadeiro convencional (VVC) pode ser definido como um


valor atribuído a uma grandeza específica e aceito como tendo uma
incerteza adequada para um determinado fim. Esse valor é obtido
usando um instrumento de maior exatidão, ou seja, um padrão.
Podemos concluir, então, que o resultado de uma medição é apenas 27
uma estimativa do valor verdadeiro, mesmo após a correção do erro
sistemático conhecido. Um erro sistemático, por sua vez, pode ser
definido como um erro da medição que se mantém constante ou varia
de forma previsível quando são feitas várias medições considerando
uma mesma grandeza. Os erros sistemáticos e suas causas podem ser
conhecidos ou desconhecidos, mas normalmente são causados por
erros na amostragem ou erros nas medições.

1.1.4. Conceito de incerteza de medições

No Brasil, o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e


Qualidade Industrial) publicou o “Vocabulário Internacional de Termos
Fundamentais e Gerais de Metrologia” (1995) que está em consonância
com a ISO 4006 “The International Vocabulary of Basic and General Terms in
Metrology” (International Organization for Standardisation) e define o termo
incerteza como “parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente
atribuídos ao mensurando”. (INMETRO, 1995, p. 30)

A partir do conceito de “incerteza” é possível estimar uma faixa de


valores dentro da qual o valor verdadeiro deve estar. A incerteza é
sempre relativa ao resultado da medição, ou seja, ao valor obtido.

RESERVADO
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Em outras palavras, incerteza é uma medida do conhecimento


incompleto sobre o mensurando, ou seja, do valor verdadeiro.

A incerteza na medição de vazão ou volume só pode, a rigor, ser


determinada através da realização de um grande número de
medições, ou testes, em que os valores indicados sejam comparados
com os valores indicados por outro instrumento (padrão) de incerteza
mais baixa (melhor exatidão).

1.1.5. Classe de exatidão

Segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM), a exatidão


de um instrumento pode ser definida como a “aptidão de um instrumento
de medição para dar respostas próximas a um valor verdadeiro”. Dessa
forma, podemos afirmar que a exatidão é um conceito qualitativo.
Os instrumentos usados nas medições podem ter diferentes níveis
28 de exatidão, mas devem satisfazer a certas exigências metrológicas
destinadas a conservar os erros dentro de limites especificados.

Uma classe de exatidão é normalmente indicada por um número ou


símbolo adotado por convenção e denominado índice de classe.

As classes de exatidão variam segundo o campo de aplicação. A Norma


OIML R 117 indica quais classes de exatidão devem ter os instrumentos
de medição em relação aos diversos sistemas de medição.

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Classes de exatidão segundo a Norma OIML R 117


Classe Campo de aplicação

0.3 • Sistemas de medição utilizados nos dutos.

Todos os sistemas de medição se forem declarados de modo diferente em


algum lugar nesta tabela, em particular:
• Bomba medidora para combustíveis líquidos e bomba medidora misturadora
de combustíveis líquidos (exceto GLP);
• Sistemas de medição montados em veículos – tanques rodoviários,
0.5 utilizados para os líquidos de baixa viscosidade;
• Sistemas de medição para carregamento/descarregamento de navios-
tanque, balsas-tanque, vagões-tanque e veículos-tanque rodoviários;
• Sistemas de medição para leite;
• Sistemas de medição para carregamento de navios cargueiros;
• Sistemas de medição para reabastecimento de aeronaves e helicópteros.
• Sistemas de medição (outros que GLP) para gases liquefeitos sob pressão e
medidos à temperatura igual ou acima de –10º C;
• Bomba medidora para GLP para motores veiculares;
29
• Sistemas de medição normalmente classe 0.3 ou 0.5, mas usados para
1.0
líquidos tais como:
• Cuja temperatura seja menor que –10º C ou maior que 50º C, ou;
• Cuja viscosidade dinâmica seja maior que 1000 mPa.s, ou;
• Cuja vazão volumétrica máxima não seja maior que 20 l/h.
• Sistemas de medição para dióxido de carbono liquefeito;
1.5 • Sistemas de medição (outros que GLP) para gases liquefeitos sob pressão e
medidos a temperatura abaixo de –10º C.
2.5 • Sistemas de medição para líquidos a uma temperatura abaixo de –153º C.

Dependendo do campo de aplicação, cada instrumento de medição


deverá atender a um nível de exatidão. Na prática temos uma relação
entre a classe de exatidão de um instrumento e os seus erros máximos
admissíveis, pois, quanto menor a classe de exatidão, menor também
será o erro máximo admissível.

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Erros Máximos Admissíveis por Classes de Exatidão (Norma: OIML R 117)


Classe de exatidão 0.3 0.5 1.0 1.5 2.5
Erros máximos admissíveis nos
± 0,3 % ± 0,5 % ± 1,0 % ± 1,5 % ± 2,5 %
sistemas de medição
Erros máximos admissíveis nos
± 0,2 % ± 0,3 % ± 0,6 % ± 1,0 % ± 1,5 %
elementos primários (medidores)

Na tabela anterior, a linha “A” indica os erros máximos admissíveis para


um sistema de medição, ou seja, para um conjunto de instrumentos
usados para a medição de vazão ou volume. Já a linha “B” define os
erros máximos admissíveis para os medidores (elementos primários
do sistema de medição).

Na área de E&P, são muito comuns as classes de exatidão 0.3 e 1.0. A


classe de exatidão 0.3 impõe a obrigatoriedade do uso de medidores
30 mais exatos e é a utilizada na medição fiscal. A classe de exatidão
de 1.0 é usada para medição de apropriação. Segundo o RTM
(Regulamento Técnico de Medição, anexo à Portaria Conjunta Nº
1, de 19 de junho de 2000), “os sistemas de medição fiscal de petróleo
devem ser projetados, instalados e calibrados para operar dentro da classe
de exatidão 0.3 conforme OIML R117”.

A tabela a seguir apresenta as classes de exatidão e os erros máximos


admissíveis na medição considerando a temperatura, massa específica
e pressão.

Tabela de erros máximos admissíveis na medição de grandezas


associadas (Norma OIML R 117)
Classes de exatidão
do sistema de 0.3 0.5 1.0 1.5 2.5
medição
Temperatura ± 0,3º C ± 0,5º C ± 1,0º C
Massa específica ± 1 kg/m3 ± 2 kg/m3 ± 5 kg/m3
Inferior a 1 MPa : ± 50 kPa
Pressão Entre 1 e 4 MPa : ± 5 %
Superior a 4 MPa : ± 200 kPa

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

1.1.6. Condições de referência

As condições de referência utilizadas para fazer as medições são


parâmetros estabelecidos em determinadas circunstâncias, com o
objetivo de possibilitar a comparação de resultados de medições de
diferentes instrumentos. Esse parâmetro pode ainda ser definido como
condições prescritas para ensaio de desempenho de um instrumento
de medição ou para intercomparação de resultados de medições.

Para o caso de medição de vazão de gases, por exemplo, é obrigatória


a fixação das condições de pressão e temperatura, também conhecidas
como “condição padrão”.

Importante!
Internacionalmente, a ISO 5024: 1999 (International
Organization for Standardization) adotou como condição 31
padrão (standard) a pressão de 101,325 kPa abs e a
temperatura de 15 ºC.

No Brasil, a condição de referência para a unidade de


volume de petróleo e de gás natural é o metro cúbico
(m3), à temperatura de 20 °C e à pressão absoluta de
101,325 kPa.

1.2. Conceitos físicos envolvidos na medição de fluidos

Vários aspectos físicos constituem variáveis intrínsecas ao processo de


medição de vazão e, portanto, devem ser destacados e conceituados
preliminarmente. A seguir são apresentados as principais medidas e
aspectos envolvidos na computação das vazões e volumes de petróleo
e de gás natural.

RESERVADO
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1.2.1. Massa específica

A massa específica, ou densidade de um fluido, simbolizada pela letra


ρ, pode ser definida como a relação entre a massa (m) e o volume (V).
Assim:

m
ρ=
V

Onde:

ρ = massa específica;

m = massa de líquido;

V = volume ocupado.
32
Para exemplificar, podemos lembrar que a massa específica da água é
aproximadamente mil vezes a do ar nas condições atmosféricas.

Importante!
O quilograma por metro cúbico (kg/m3) é uma
unidade derivada do SI usada para medir a massa
específica.

O termo densidade relativa (relative density, antes denominada specific


gravity) é um valor adimensional que descreve a relação da massa
específica de um material líquido em relação à massa específica da
água, a 4ºC, e de gases em relação ao ar, na condição padrão de
pressão e temperatura.

1.2.2. Viscosidade

A viscosidade de um fluido, representada pelo símbolo µ, é uma


medida de sua resistência ao escoamento (cisalhamento). É uma
característica do fluido que expressa a facilidade ou dificuldade com
que ele escoa quando submetido a uma força externa. A viscosidade
é a medida dos efeitos combinados de adesão e coesão das moléculas
do fluido entre si. Pode ainda ser definida como o atrito interno do
fluido ou a habilidade do fluido vazar sobre si mesmo.

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Um exemplo clássico utilizado para explicar a idéia de viscosidade de


um fluido é o de uma chapa plana que se desloca em uma determinada
direção, tendo um certo líquido entre a chapa e o piso que o suporta.
A ilustração, a seguir, demonstra essa situação.

F Velocidade da chapa

y  h

Atrito
Perfil de velocidade das camadas do fluido

Comportamento das camadas de um fluido durante seu deslocamento

Onde:

h = altura total do fluido;

y = altura de cada camada do fluido; 33

F = força atuando na chapa (seta vermelha);

τ = tensão de cisalhamento: força (F) dividida pela área da chapa.

A chapa do esquema anterior representa o deslocamento de


uma “lâmina” do fluido newtoniano (é aquele cuja viscosidade
é proporcional à taxa de cisalhamento, conforme Lei de Newton
da Viscosidade). Nela, o perfil de velocidade será linear, ou seja, a
velocidade do fluido vai variar linearmente em função da distância
das “camadas” do fluido.

Na região de contato do fluido com a chapa, a velocidade do fluido


é igual à velocidade da chapa. Entretanto, a velocidade do fluido
na região de contato com a superfície, ou piso, será igual a zero,
ou seja, o fluido não se desloca em contato com as paredes de um
tubo. Podemos imaginar, dessa forma, que ao longo da direção y,
as diversas camadas de fluido estão “escorregando” umas sobre as
outras, conforme o esquema anterior.

RESERVADO
Alta Competência

Assim, podemos afirmar que, quando um fluido se desloca em uma


tubulação, há a formação de um gradiente de velocidade na direção
y. Isso significa que a velocidade de cada camada de partículas, ao
longo do trajeto do fluido, decrescerá à medida que a lâmina se
aproxima da parede da tubulação. E, opostamente, aumentará à
medida que se distanciar das paredes.

Considerando que a tensão de cisalhamento (τ) é proporcional ao


gradiente de velocidade (γ), podemos transformar a proporcionalidade
em igualdade, acrescentando um fator. Esse fator é a viscosidade
(µ).

 = μ ●

Assim, podemos considerar a viscosidade como:

34
 = 

Onde:

τ = tensão de cisalhamento;
= 

‘v
γ = gradiente de velocidade, ou seja, .
‘


O gradiente de velocidade (v/y) considera que a velocidade de uma
 =  da distância vertical (y) desta
partícula do fluido (v) varia em função
 = 
partícula em relação à base da superfície de apoio. Logo, podemos
estabelecer a equação:


= 


= 

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Importante!

A unidade do SI de viscosidade é o pascal-segundo


(Pa.s), mas ainda é usual expressar a viscosidade em
poise (P), uma unidade doCGS, ou centipoise (cP), sen-
do 1 cP igual a 10-3 = 
Pa.s.

1.2.3. Viscosidade cinemática


A viscosidade definida anteriormente é também conhecida como
 =  dinâmica. Podemos definir a
viscosidade absoluta ou viscosidade
viscosidade cinemática, simbolizada por ν, como a razão entre a
viscosidade absoluta ( µ) e a massa especifica (ρ), à mesma temperatura,
ou seja:


=  35

Onde:

ν = viscosidade cinemática;

µ = viscosidade absoluta;

ρ = massa específica.

A tabela a seguir apresenta valores típicos de viscosidade, considerando


a temperatura ambiente. Vale lembrar que os valores de viscosidade
caem com o aumento da temperatura, se consideramos substâncias
no estado líquido.

RESERVADO
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Valores típicos de viscosidade


Substância Viscosidade aproximada (cP)
Ar 0,02
Água 1
Óleo Diesel 100
Óleo lubrificante 1.000
Manteiga 10.000

Importante!

A unidade do SI para a viscosidade cinemática é o m2/s,


e a unidade no CGS é o stoke (St), sendo comumente
usado o centistoke (cSt), que equivale a 10-6 m2/s.

36

1.2.4. Número de Reynolds

O comportamento dos fluidos escoando em tubulações pode ser


definido por um número que caracteriza o tipo de escoamento:
laminar ou turbulento. Esse número é conhecido como número de
Reynolds (Re) e pode ser expresso pela equação:

Onde:

ρ= massa específica do fluido;

v = velocidade média;

D = diâmetro da tubulação;

µ= viscosidade.

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Número de Reynolds é uma relação entre as forças dinâmicas (ou


inerciais) e as forças de resistência à vazão (viscosidade).

1.2.5. Escoamento laminar e turbulento

Um escoamento de um fluido num duto ou tubo pode ser abordado


de duas formas:

• Escoamento laminar (Reynolds < 2000): as camadas do fluido se


deslocam umas sobre as outras em diferentes velocidades, sendo que
as camadas próximas às paredes do tubo têm velocidades menores
do que as do centro do tubo. O perfil de velocidade do fluido forma
uma parábola perfeita, sendo a velocidade máxima igual ao dobro
da velocidade média;

• Escoamento turbulento (Reynolds > 4000): aparentemente, todas as


camadas têm a mesma velocidade, mas, se cada camada for analisada 37
individualmente, essa tem um movimento semelhante ao de um
redemoinho. O perfil de velocidade do fluido forma uma parábola
achatada, onde a velocidade máxima é aproximadamente igual a 1,2
vez a velocidade média.

Uma comparação interessante seria um vôo de passarinhos, onde o


bando pode estar voando em linha reta a uma velocidade constante,
embora um passarinho dentro do bando possa ser visto num vôo tipo
ziguezague e rodopiando aleatoriamente.

Na indústria do petróleo, geralmente o escoamento é do tipo


turbulento. O escoamento do tipo laminar é raramente encontrado,
a menos que o líquido seja muito viscoso (óleo muito pesado), ou a
velocidade seja muito baixa (experimentos em laboratório).

RESERVADO
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Perfil de velocidade ao longo do


diâmetro de uma tubulação

Exemplo de perfil de velocidade:

38

Re=1000 Re=1000 000


Perfil da velocidade em escoamento laminar Perfil da velocidade em escoamento
turbulento

Em tubulações reais, os arranjos contêm mudanças de planos e direção


que distorcerão o perfil, como, por exemplo, após curvas, válvulas,
medidores etc. Nesse caso, o perfil pode se tornar assimétrico. Essas
singularidades da tubulação também produzem uma rotação do fluido
ou um movimento do tipo redemoinho (swirl), criado geralmente
por duas curvas em diferentes planos. Esse efeito de rotação pode
persistir por longas distâncias na tubulação. É comum a instalação de
condicionadores de fluxo para reduzir esse efeito.

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Movimento
para frente, A
A+B=C

Rotação, B

Movimentos de rotação criados após curvas de tubulação

1.2.6. Vazão volumétrica e mássica

A seguir cada um desses tipos de vazão será diferenciado.


39
a) Vazão volumétrica (Q)

É definida como a relação entre o volume que escoa em uma seção


transversal e o tempo.

Q= V
t

Onde:

Q = vazão volumétrica;

V = volume;

t = tempo.

Na mecânica dos fluidos, entretanto, a vazão volumétrica também


pode ser definida como o produto da velocidade média da seção
transversal pela área desta seção transversal.

RESERVADO
Alta Competência

Q=.A

Onde:

Q = vazão volumétrica;

ν = velocidade média da seção transversal;

A = área.

Como exemplos de unidades usadas para medir essa variável, podemos


citar: 100 barris por dia, 10 m3/h, 3 gal/min, 5 L/s etc.

b) Vazão mássica (q)

40
É definida como a relação entre a massa que escoa em uma seção
transversal e o tempo.

m
q=
t

Onde: q = ρ.A

q = vazão mássica;

m = massa; Q = A
q
= A
t = tempo. ρ

A vazão mássica, no contexto da mecânica dos fluidos, também pode


ser definida como o produto da massa específica do fluido (ρ) pela
velocidade média (ν) da seção transversal e pela área desta seção
transversal (A).

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

m
q=
t

q = ρ.A

Onde:
Q = A
ρ = massa específica; q
= A
ρ
ν = velocidade média da seção transversal;

A = área.

Como exemplos de unidades usadas para medir essa variável,


podemos citar:
m
q=
t 5 g/s etc.
100 quilogramas por dia, 10 t/h, 3 lb/min,
41
É possível reunir as equações deq =
cálculo
ρ.A da vazão volumétrica e
vazão mássica em uma única expressão. Para tanto, deveremos
considerar que:

Onde: Q = A
q
= A
ρ

Logo, podemos deduzir que:

q
Q= q
Q= ρ
ρ

Ou que:
q = ρ.Q
q = ρ.Q

RESERVADO
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1.2.7. Lei da conservação da massa e da conservação da energia

Cada uma dessas leis da conversão será definida a seguir.

a) Lei da conservação da massa ou lei da continuidade

Esta Lei estabelece que, para um regime permanente de vazão de um


fluido (que não muda com o tempo), a vazão mássica é constante em
todas as seções transversais de uma tubulação.

Exemplo: se na seção 1 de uma tubulação a água escoa com uma


vazão de 5 kg/s, na seção 2 também o escoamento será exatamente
o mesmo, ou seja, 5 kg/s. Não importa se o diâmetro da tubulação
mudar, a vazão mássica permanecerá a mesma.

42
Seção 2
Seção 1

q1 q2

5 kg/s
5 kg/s

Assim, podemos definir que a vazão na seção 1 é igual à vazão na


seção 2. A representação matemática desse fenômeno será definida
pela expressão:

q1 = q2

Para fluidos incompressíveis (líquidos como a água), a massa específica


também não varia com a vazão.

q1 = ρ1 . V1 . A1 e q2 = ρ2 . V2 . A2

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Logo:

ρ1 . V1 . A1 = ρ2 . V2 . A2

Assim, através dessa relação, podemos concluir que a vazão


volumétrica também permanecerá constante, como demonstra a
equação a seguir.

Como a massa específica é constante (ρ1 = ρ2), podemos deduzir que:

V1 . A1 = V2 . A2

E que, portanto, podemos concluir que:

Q1 = Q2

43
Vale lembrar que uma massa de 5 kg de água corresponde a um
volume de 5L, logo, na mesma seção 1 da tubulação, teremos uma
vazão de 5 L/s e, conseqüentemente, na seção 2 a vazão será de 5 L/s.
Não importa se o diâmetro da tubulação mudar, a vazão volumétrica
também permanecerá a mesma.

b) Lei da conservação da energia

Esta lei estabelece que a soma das energias mecânicas (potencial,


cinética e de pressão) em uma seção 1 da tubulação se mantém
constante em todas as seções da tubulação. Ou seja, a soma dessas
energias deve manter-se ao longo da tubulação.

A equação de Bernoulli, que, simplificadamente, representa esse


aspecto, pode ser expressa assim:

E pot1 + E cin1 + E pres1 = E pot2 + E cin2 + E pres2

RESERVADO
Alta Competência

Onde:

E pot = energia potencial gravitacional (m.g.h);

E cin = energia cinética (mv2/2); >>> este v representa velocidade;

E pres = energia de pressão (P.V).>>> este V representa volume.

m1v12 mv2
m1g1h1 + + P1V1 = m2g2h2 + 2 2 + P2V2
2 2

A equação de Bernoulli pode ser apresentada de várias formas.


A seguir, verificamos esta equação em forma de pressão.

44
ρ12 ρ22
P1 + + ρ g h1 = P2 + + ρ g h2
2 2

Onde:

P = pressão média na seção transversal;

V = velocidade média na seção transversal;

h = cota da seção transversal;

ρ = massa específica média do fluido na seção transversal;

g = aceleração da gravidade.

Outra maneira bastante usual é apresentar a equação de Bernoulli


em forma de cota (ou altura de fluido ou carga):

12 P1 2 P2
h1 + + = h2 + 2 +
2g ρ1g 2g ρ2g

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

Uma análise da equação anterior leva a uma conclusão muito


importante sobre escoamentos incompressíveis e permanentes.
Quando ocorre uma diminuição de área no escoamento, ocorrerá,
também, uma queda da pressão.

Essa equação também é útil na fundamentação teórica de certos


medidores de vazão que usam a queda de pressão, devido a
uma variação de área, como forma indireta de se medir a vazão
volumétrica na linha.

Tomando como exemplo um medidor tipo Venturi, observe na


ilustração, a seguir, a representação da lei de conservação da
energia.

45
Altura da coluna h
indica a pressão

Seção 2
Seção 1
Tomada de pressão diferencial em um Venturi

A ilustração anterior apresenta h = cota, altura ou carga.

Este princípio também é utilizado para placas de orifício e outros


dispositivos baseados em pressão diferencial.

1.2.8. Perda de carga em tubulações

Um fluido viscoso escoando em uma tubulação obrigatoriamente está


sujeito a perdas devido a fricções, tanto com a parede da tubulação,
quanto entre os elementos fluidos que estão em velocidades
diferentes.

RESERVADO
Alta Competência

Esta fricção se traduz em uma transformação da energia. Assim, a


energia de pressão (obtida a partir do trabalho de fronteira), a energia
cinética e a energia potencial podem ser parcialmente transformadas
em calor.

A perda de carga pode ser distribuída, ou seja, representada pela


energia dissipada ao longo da tubulação. E ela pode se manifestar,
também, de forma localizada, quando ocorre em cada singularidade
encontrada ao longo de uma tubulação, como em segmentos com
redução de diâmetro, em trecho com curvas, na passagem por
válvulas etc.

hf Diferença relacionada
h1 a perda de carga
46 h2
1 V2
A1 A2
ρ
1 2
P1 P2

Adicionando-se a perda de carga à equação de Bernoulli, chega-se à


seguinte expressão:

12 P1 22 P2
h1 + + = h2 + + + hf
2g ρ1 g 2g ρ2 g

Onde:

h1 = altura, cota ou carga na seção A1;

h2 = altura, cota ou carga na seção A2;

hf = perda de carga (energia dissipada na forma de calor, vibração


etc.).

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

1.3. Exercícios

1) Como podemos caracterizar um fluido?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________ ___________________________________________

2) Correlacione as unidades do Sistema Internacional e as suas defi-


nições:

Grandezas do SI utilizadas na medição de vazão


A – metro B – quilograma C – segundo D – kelvin

Definição Oficial da Unidade


Duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspon- 47
( ) dente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado
fundamental do átomo de Césio 133.
Fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto
( )
tríplice da água.
Comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo du-
( ) rante um intervalo de tempo igual a 1/299.792.458 de se-
gundo.
( ) Massa do protótipo internacional.

3) Assinale a alternativa correta, quanto ao estilo de escrita do Sistema


Internacional:

( ) 2 ampères

( ) 60 Hertz

( ) 2 joules por kg

( ) 150 Kg

( ) 310 Kelvins

RESERVADO
Alta Competência

4) Qual o conceito de medição?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

5) Correlacione os conceitos com suas definições:

Conceitos
A - erro sistemático B - incerteza de medição C - exatidão

Definição
( ) É um parâmetro associado ao resultado da medição (uma
calibração ou um ensaio), que define o intervalo de valores
que podem ser razoavelmente atribuídos à quantidade me-
dida.

48 ( ) Pode ser definido como a capacidade de um instrumento de


medição de oferecer respostas próximas a um valor verda-
deiro.
( ) São erros que não variam em função do tempo durante a
realização de uma série de medições, feitas sob as mesmas
condições. Um exemplo simples deste tipo desse erro é o
caso de uma balança descalibrada, que pode indicar sempre
massas maiores que as reais.

6) No Brasil, a condição padrão nas medições de petróleo, derivados


e gás natural é:

( ) 0º C e 101,325 kPa abs (condição normal de pressão e tempe-


ratura)

( ) 15º C e 1 atm

( ) 20 ºC e 101,325 kPa abs

( ) 15,56º C (60º F) e 101,325 kPa abs

( ) depende do estado da federação

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

7) Complete a planilha com os termos a seguir, relacionando-os com


as definições à direita: massa específica, viscosidade, viscosidade cine-
mática, número de Reynolds.

É a medida da resistência de um fluido ao


escoamento.

Relação entre a massa e o volume.

Valor que caracteriza o comportamento de


um fluido durante seu escoamento.
É a razão entre a viscosidade absoluta e a
massa especifica.

8) Diferencie vazão mássica de vazão volumétrica e cite duas unida-


des de medida usadas para cada conceito.

_______________________________________________________________ 49
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

9) Aplique a Lei da continuidade na situação a seguir e responda a


questão:

Água está escoando na tubulação de 4” de diâmetro com velocida-


de de 10 m/s. Adiante, a tubulação muda o seu diâmetro para 2”.

Qual a velocidade do fluido neste novo trecho da seção?

RESERVADO
Alta Competência

10) Transforme a vazão mássica em vazão volumétrica. Considere que


o óleo escoe em uma tubulação com as seguintes características:

ρ = 800 kg/m3

q = 2 t/h

Calcule a vazão volumétrica em m3/d.

11) A água escoa num duto de 8” com velocidade de 10 m/s. Logo


50
adiante, o diâmetro aumenta para 10”. Num regime permanente, a
velocidade no novo trecho será de:

( ) 3,6 m/s

( ) 4,9 m/s

( ) 6,4 m/s

( ) 8,0 m/s

( ) 10,0 m/s

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

1.4. Glossário
Bernoulli - cientista que estudou e explicou o comportamento de um fluido,
relacionando a velocidade de deslocamento com a pressão, demonstrando que
havia uma conservação da energia.

CGS - primeiro sistema métrico, tem como suas unidades de base o centímetro, o
grama e o segundo.

Classe de exatidão - classe de instrumentos de medição que satisfazem a certas


exigências metrológicas destinadas a conservar os erros dentro de limites
especificados.

Condicionador de fluxo - equipamento instalado na tubulação a fim de reduzir o


comprimento do trecho reto. Exemplo: feixes de tubo juntos e placa perfurada.

Condição de referência - condição de uso prescrita para ensaio de desempenho de


um instrumento de medição ou para intercomparação de resultados de medição.

cSt - unidade de viscosidade dinâmica; significa: Centistoke.


51
Erro de medição - diferença entre o valor calculado e o valor verdadeiro do
mesnsurando.

Erro máximo admissível - valor extremo de um erro admissível por regulamento,


especificação etc., para um dado instrumento de medição.

Erro sistemático - diferença entre a média dos valores lidos e o valor verdadeiro.

GLP - Gás Liquefeito de Petróleo - do glossário da ANP - mistura de hidrocarbonetos


com alta pressão de vapor, obtida do gás natural, que é mantida na fase líquida em
condições especiais de armazenamento na superfície. O GLP contém alto percentual
de propano.

Incerteza na medição - parâmetro associado ao resultado de uma medição, que


caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente atribuídos ao
mensurando (quantidade particular submetida à medição).

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

ISO - International Organization for Standardization. Organização Internacional de


Normalização.

Mensurando - objeto da medição; grandeza específica submetida à medição.

Número de Reynolds - número adimensional que relaciona as forças inerciais do


fluido com as forças viscosas que agem sobre ele.

OIML - Organização Internacional de Metrologia Legal.

RESERVADO
Alta Competência

Placa de orifício - tipo de medidor muito utilizado para medição de gás que pode
ser utilizado, em condições especiais, para a medição de líquidos.

RTM - Regulamento Técnico de Medição.

SI - Sistema Internacional de Unidades.

Singularidade - qualquer alteração na secção reta de uma tubulação.

Venturi - tipo de medidor de vazão que apresenta redução no diâmetro e causa


uma pressão diferencial no fluido.

VIM - Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia.

VVC - Valor Verdadeiro Convencional.

52

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

1.5. Bibliografia
BAKER, R.C. Flow Measurement Handbook: industrial designs, operating principles,
performance, and applications. First Edition. Cambridge University Press, 2000.

BENEDICT, R.P. Fundamentals of Temperature, Pressure, and Flow Measurements.


3rd Edition, John Wiley & Sons, 1984.

BOCHNER, R. Estudo comparativo das principais técnicas aplicadas ao controle


estatístico de processo. UFRJ/COPPE, 1990.

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis - ANP.


Disponível em: < http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/
portarias_conj/2000/pconj%201%20-%202000.xml?f=templates$fn=default.
htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu>. Acesso em: dez 2008.

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53
BUCHMANN, J.H. E SARKIS, J.E.S. O conceito de incerteza aplicado aos processos de
medição associados à preparação de uma solução de referência para calibração.
São Paulo: Química Nova – v.25 n.1, 2002.

DELMÉE, G.J. Manual de Medição de Vazão. 3ª Edição. São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 2003.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Guia para Expressão da Incerteza de Medição. Rio de
Janeiro, 1997.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO Nº 064. Rio de Janeiro, 2006.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Versão Brasileira do Documento de Referência EA-
4/02 – Expressão da Incerteza de Medição na Calibração. Rio de Janeiro, 1999.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e
Gerais de Metrologia. Rio de Janeiro, 1995.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Tradução da publicação do BIPM. Resumo do Sistema
Internacional de Unidades – SI. Rio de Janeiro, 2002.

ISO. International Organization for Standardization. Measurement of fluid flow in


closed conduits; vocabulary and symbols, Norma ISO 4006. Genebra,1991. 53p.

RESERVADO
Alta Competência

ISO. International Organization for Standardization. Petroleum liquids and


liquefied petroleum gases -- Measurement -- Standard reference conditions ,
Norma ISO 5024. Genebra,1999. 1p.

MARTINS, N. Manual de medição de vazão - através de placas de orifício, bocais e


venturis. Rio de janeiro: Editora Interciência, 1998.

MATA, JOSAPHAT DIAS, Determinação de Incerteza de Medição, Petrobras RPBA,


Salvador, 1994.

MATA, JOSAPHAT DIAS, CARRASCOSA, E.A. Medição de gás com placa de orifício,
2ª ed., Petrobras, 2001.

MILLER, RICHARD W. Flow Measurement Engineering Handbook. third edition,


McGraw-Hill, 1996.

MOFFAT, R.J. Contributions to The Theory of Single-Sample Uncertainty Analysis.


Journal of Fluids Engineering, Vol.104, p.250-260, June, 1982.

OIML R 117. Measuring Systems for Liquids Other Than Water. Paris,1995.

54 PURSLEY, W.C. Turbine Meters: Three Day Course on Flow Measurement. National
Engineering Laboratory Executive Agency, Glasgow, 1994.

RIBEIRO, M.A., Metrologia Industrial. 5a Edição, Treinamento & Consultoria Ltda.,


1999.

RIBEIRO, M.A. Medição de Petróleo e Gás Natural. 1a Edição, Treinamento &


Consultoria Ltda., 2002.

TAYLOR, BARRY N.; KUYATT, CHRIS E. Guidelines for evaluating and expressing the
uncertainty of NIST measurements results. NIST Technical note 1297, 1994 .

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

1.6. Gabarito
1) Como podemos caracterizar um fluido?

O termo fluido designa qualquer meio material que tenha a propriedade de fluir,
ou seja, de escoar. Logo, podemos dizer que os fluidos são gases, líquidos ou
mistura deles.

2) Correlacione as unidades do Sistema Internacional e as suas definições:

Grandezas do SI utilizadas na medição de vazão


A - metro B - quilograma C - segundo D - kelvin

Definição Oficial da Unidade

( C ) Duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à


transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do
átomo de Césio 133.
( D ) Fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto tríplice da água.
( A ) Comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo 55
de tempo igual a 1/299.792.458 de segundo.
( B ) Massa do protótipo internacional.

3) Assinale a alternativa correta, quanto ao estilo de escrita do Sistema


Internacional:

( X ) 2 ampères

( ) 60 Hertz

( ) 2 joules por kg

( ) 150 Kg

( ) 310 Kelvins

4) Qual o conceito de medição?

Uma medição é uma seqüência de procedimentos que objetivam avaliar as


grandezas relacionadas com um corpo, objeto, área ou coisa.

RESERVADO
Alta Competência

5) Correlacione os conceitos com suas definições:

Conceitos

A – erro sistemático B – incerteza de medição C – exatidão

Definição

É um parâmetro associado ao resultado da medição (uma calibração ou um


( B ) ensaio), que define o intervalo de valores que podem ser razoavelmente
atribuídos à quantidade medida.

Pode ser definido como a capacidade de um instrumento de medição de


(C)
oferecer respostas próximas a um valor verdadeiro.

São erros que não variam em função do tempo durante a realização de uma
série de medições, feitas sob as mesmas condições. Um exemplo simples
(A)
deste tipo desse erro é o caso de uma balança descalibrada, que pode
indicar sempre massas maiores que as reais.

6) No Brasil, a condição padrão nas medições de petróleo, derivados e gás natural é:


56
( ) 0º C e 101,325 kPa abs (condição normal de pressão e temperatura)

( ) 15º C e 1 atm

( X ) 20º C e 101,325 kPa abs

( ) 15,56º C (60º F) e 101,325 kPa abs

( ) depende do estado da federação

7) Complete a planilha com os termos a seguir, relacionando-os com as definições à


direita: massa específica, viscosidade, viscosidade cinemática, número de Reynolds.

Viscosidade É a medida da resistência de um fluido ao escoamento.

Massa específica Relação entre a massa e o volume.

Valor que caracteriza o comportamento de um fluido


Número de Reynolds
durante seu escoamento.
É a razão entre a viscosidade absoluta e a massa
Viscosidade cinemática
especifica.

RESERVADO
Capítulo 1. Introdução à medição de fluidos

8) Diferencie vazão mássica de vazão volumétrica e cite duas unidades de medida


usadas para cada conceito.

Vazão volumétrica (Q) é definida como a relação entre o volume que escoa em
uma seção transversal e o tempo. Também pode ser definida como o produto da
velocidade média da seção transversal pela área desta seção transversal.

Unidades de medida de vazão volumétrica = barris por dia, m3/h, gal/min, L/s
etc.

• Vazão mássica (q) é definida como a relação entre a massa que escoa em uma
seção transversal e o tempo. Também pode ser definida como o produto da massa
específica do fluido pela velocidade média da seção transversal e pela área desta
seção transversal.

Unidades de medida de vazão mássica = quilogramas por dia, t/h, lb/min, g/s etc.

9) Aplique a lei da continuidade na situação a seguir e responda a questão:

Água está escoando na tubulação de 4” de diâmetro com velocidade de 10m/s.


Adiante, a tubulação muda o seu diâmetro para 2”.

Qual a velocidade do fluido nesse trecho da seção?

ρ1.V1.A1 = ρ2.V2.A2 57
Considerando ρ1 = ρ2 (ou seja, a água como fluido incompressível)

Temos que:

V1.A1 = V2.A2

V1. π.D12 /4 = V2. π.D22 /4

V1.D12 = V2.D22

(10m/s).42 = V2 . 22

(10m/s).16 = V2 . 4

(10m/s).4 = V2

V2 = 40m/s

RESERVADO
Alta Competência

10) Transforme a vazão mássica em vazão volumétrica. Considere que o óleo escoe
em uma tubulação com as seguintes características:

ρ = 800 kg/m3

q = 2 t/h

Calcule a vazão volumétrica em m3/d.

q = ρ.V.A

Como Q = V.A, então q = ρ.Q

Logo, Q = q /ρ

Q = 2 (t/h) /800 (kg/m3)

Q = (2 t/h) /(800 kg/m3)

Q = (2000 kg/h).(24 h/1d) /(800 kg/m3)

Q = (2000).(24/1d) /(800/m3)

Q = 60 m3/d
58 11) A água escoa num duto de 8” com velocidade de 10 m/s. Logo adiante, o
diâmetro aumenta para 10”. Num regime permanente, a velocidade no novo
trecho será de:

( ) 3,6 m/s

( ) 4,9 m/s

( X ) 6,4 m/s

( ) 8,0 m/s

( ) 10,0 m/s

RESERVADO
Capítulo 2
Medição de
fluidos

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Citar os diferentes aspectos relacionados com a medição;


• Identificar os diferentes tipos de medições de fluidos;
• Citar as partes de um sistema de medição, indicando a
sua função.

RESERVADO
Alta Competência

60

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

2. Medição de fluidos

A
medição de fluidos sempre fez parte do processo de explotação
e processamento dos produtos dos poços. Entretanto, em
2000, a ANP publicou uma portaria conjunta com o INMETRO
que mudaria a forma como a medição de fluidos era conduzida.
Segundo Silva:

“A computação da vazão e dos volumes dos


líquidos medidos, particularmente do petróleo,
são regulamentados pela ANP através de seu
‘Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás
Natural’ (Portaria Conjunta ANP /INMETRO n.º 1 de
19/06/2000). Tal resolução mudou compulsoriamente
a postura da Petrobras em relação à medição dos
fluidos produzidos.” (SILVA, 2008, p.204)
61

A partir do início de 2001, a ANP começou a realizar inspeções


técnicas nas instalações de produção no país para levantar as não-
conformidades relativas ao regulamento de medição.

Em tese, as novas unidades de produção já devem atender ao


regulamento integralmente.

A Portaria Conjunta Nº 1 da ANP/INMETRO estabelece, no item nº5,


critérios gerais de medição. Um dos mais importantes é definido
através do texto a seguir:

Os equipamentos e sistemas de medição devem ser


projetados, instalados, operados, testados e mantidos
em condições adequadas de funcionamento para
medir, de forma acurada e completa, as produções de
petróleo e gás natural para fins fiscais e os volumes
para controle operacional da produção, transporte,
estocagem, importação e exportação de petróleo e
gás natural.

RESERVADO
Alta Competência

A importância da medição de fluidos envolve vários aspectos:

1) Legal: a ANP exige que o concessionário informe mensalmente a


produção (volume) de óleo, gás natural e água injetada. Diariamente,
deve ocorrer a medição para futuras inspeções;

2) Operacional: para facilitar o controle operacional do sistema;

3) Gestão do sistema: uso dos recursos, para manter o sistema


operando bem, quando se tem um domínio das medições;

4) Financeiro: cálculos dos royalties, participações especiais e


outros tributos são realizados a partir das medições realizadas
em cada concessão.

62
? VOCÊ SABIA?
O Decreto Lei 2705 de 3 de agosto de 1998
regulamentou as novas formas de “Participações
Governamentais”. Com a criação das concessões de
exploração e produção de petróleo e gás natural,
a ANP passou a ter os elementos necessários para
estabelecer sua política de distribuição destes
recursos, de acordo com a legislação vigente. As
participações governamentais são pagas pelos
concessionários à ANP, considerando os volumes
medidos nas respectivas concessões.

As medições de vazão de petróleo e de gás natural, dependendo


dos seus níveis de incerteza requeridos, podem abranger as
seguintes áreas:

• Medição fiscal: é onde estão os mais rigorosos níveis de


incerteza: ± 0,3% para óleo e ± 1,5% para gás natural, segundo
os critérios internacionais;

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

• Gerenciamento de reservatório: o processo de recuperação


de óleo de um campo pode ser otimizado, a longo prazo, por
meio da monitoração contínua das vazões de cada poço; uma
possível incerteza geral dessa monitoração, utilizando métodos
convencionais (separador de teste, cada poço sendo testado
uma vez por mês, posterior processamento dos dados etc.), pode
levar a um nível de ± 10%;

• Transferência de custódia: a produção de um campo de óleo


pode ser misturada a uma produção de outro, envolvendo
diferentes operadoras; a incerteza esperada na medição de
vazão é negociada por contrato;

• Controle de processo: quando há gas-lift, ou injeção de vapor,


no processo de produção, é necessário conhecer a eficiência
do processo; aqui, também, a incerteza esperada na medição
de vazão é variável, podendo chegar a ± 3%, uma vez que, 63
para propósitos de controle, a tendência das variáveis é mais
importante do que seus valores instantâneos.

O fluxograma, a seguir, apresenta simplificadamente o fluxo de


informação da medição:

Boletim mensal
de produção
Sistema de
Reservas & informações da
reservatórios produção (SIP) Contabilidade
(balanços da empresa)

Tributário
Produção (royalties etc.)
oficial
Medição para Medição da
controle apropriação Transferência Banco
operacional da produção Fiscal de custódia a de dados
terceiros

Encolhimento Análises
(laboratório)
Sistema de
medição
bruta

Fluxo de informação da medição

RESERVADO
Alta Competência

O fluxograma mostra a interligação da medição, desde os dados


coletados, as correções feitas e o resultado final, a alimentação desses
dados no banco de dados corporativo (SIP) e a utilização destes dados
nas diversas áreas (ANP, reservatórios etc.).

2.1. Tipos de medição

No Brasil, a computação de vazão e dos volumes de petróleo e de


gás natural produzidos nos campos (concessões de produção) é
regulamentada pela ANP e INMETRO, que definiram os seguintes
tipos de medição quanto à sua finalidade:

a) Medição de apropriação da produção (ao campo e ao poço)

Quando não se consegue realizar a medição fiscal (quando o óleo


não foi totalmente processado), faz-se esse tipo de medição.
64
b) Medição para controle operacional

São medições realizadas dentro da própria concessão, para permitir


um controle e um acompanhamento específico de uma unidade. Essa
medição ocorre em diferentes contextos:

• Volumes consumidos, injetados, transferidos e transportados;

• Volumes importados e exportados;

• Volumes de água produzidos, captados, injetados e


descartados.

c) Medição fiscal

É uma medição oficial para toda a produção de óleo e gás de


uma concessão, sendo usada para calcular todas as participações
governamentais (impostos etc.). É realizada apenas para produto
especificado e estabilizado. O ponto de medição fiscal caracteriza
a transferência de propriedade (ou custódia) do óleo da União
(proprietária do subsolo) para o concessionário.

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

A medição fiscal e de apropriação da produção são bem definidas


no regulamento quanto aos requisitos técnicos e procedimentos. A
medição para controle operacional só é mencionada no regulamento
de forma a permitir o acompanhamento operacional.

2.2. Processo da medição na área de produção

O processo de medição na área de produção é realizado através das


medições fiscal, de apropriação e operacional. No esquema a seguir,
visualizamos os locais na planta de produção onde se localizam os
pontos de medição.

Um poço Compressão
1b De gás Gas-lift 3a
Consumo
Separador
Exportação
de teste
Para
compressor
2a 2b 65
de baixa Separador Tratador
pressão atmosférico de óleo
de gás
1a Para
Bombas de Hidrociclone
flotador
exportação
3b

1. Fiscal a) Óleo – após as bombas de exportação


b) Gás – exportação
2. Apropriação a) Óleo – separador de teste
b) Gás – separador de teste, consumo
a) Gás – gas-lift, queimador
3. Operacional
b) Água – produzida (para flotador)

RESERVADO
Alta Competência

2.3. Sistema de medição

Um sistema de medição é formado de três partes:

a) Elemento primário;

b) Elemento secundário;

c) Elemento terciário.

O elemento primário (sensor) se encontra em contato com o fluido,


resultando em alguma forma de interação. Sua função é transformar
a vazão em outra grandeza física facilmente mensurável. Assim, uma
placa de orifício transforma a vazão em pressão diferencial, da mesma
forma que um sensor ultra-sônico converte a vazão em freqüência
elétrica etc.
66

Usualmente, o elemento primário é chamado de medidor de vazão.

Os elementos secundários (transmissores), por sua vez, transformam


esta grandeza obtida do elemento primário em informação adequada
para leitura local ou transmissão à distância do valor correspondente
à vazão ou volume.

Já os elementos terciários, como o computador de vazão, por exemplo,


realizam cálculos e disponibilizam os dados finais para o usuário.

A ilustração, a seguir, apresenta uma relação entre esses três


elementos em um sistema de medição.

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

Elemento Computador
de vazão
terciário

 P

Elementos
Transmissores
secundários

Elemento primário
Tomadas Sensor de
Tubo de medição de pressão temperatura

Elemento
Retificador de escoamento Placa de orifício porta placa

Exemplo de sistema de medição dividido em elementos primário,


secundário e terciário
67

É muito importante ressaltar a diferença entre medidor e Estação de


Medição (EMED).

Enquanto, em um medidor, os requisitos técnicos se concentram


no medidor em si e em alguns detalhes de instalação e interligação
elétrica, em uma EMED todos os aspectos de engenharia, instalação
ao processo, influências externas, integração dos componentes
e customização para atendimento às normas e regulamentos etc.,
devem ser incorporados de forma sistematizada.

RESERVADO
Alta Competência

Manifold de saída
EMED
Estação de medição

Trechos de medição

Manifold de
entrada

68

EMED (Estação de medição)

2.4. Critérios gerais para medição

A ANP define os pontos de medição quanto à finalidade:

a) Ponto de medição fiscal

A medição do volume de produção fiscalizada efetuada num ponto


de medição da produção a que se refere o inciso IV do art. 3º do
Decreto n.º 2.705 de 03/08/1998;

b) Ponto de medição fiscal compartilhada

A medição fiscal dos volumes de produção de dois ou mais campos,


que se misturam antes do ponto de medição;

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

c) Ponto de medição para apropriação da produção

A medição para determinar os volumes de produção a serem


apropriados deve ser realizada em um conjunto de campos com
medição compartilhada ou a cada poço em um mesmo campo
(exemplo: teste de poços);

d) Ponto de medição para controle operacional

A medição para controle da produção, que inclui medições de petróleo


e gás natural para consumo como combustível ou para qualquer
outra utilização dentro do campo; do gás utilizado para elevação
artificial, injeção, estocagem, ventilado ou queimado em tocha;
da água produzida, injetada, captada ou descartada; do petróleo
transferido; do gás natural para processamento; do petróleo e gás
natural transportado, estocado, movimentado com transferência de
custódia, importado ou exportado. 69

Importante!
Os pontos de medição para fins fiscais devem ser
aprovados pela ANP. Os sistemas de medição para
fins fiscais devem ser aprovados pelo INMETRO, com
sua utilização autorizada pela ANP antes do início
da produção de um campo ou de um teste de longa
duração.

O petróleo medido nos pontos de medição, com


exceção das medições para apropriação, deve ser
estabilizado e não conter mais de 1% de água e
sedimentos.

2.5. Amostragem e análise de propriedades do petróleo

Devem ser coletadas amostras para análises qualitativas e


quantitativas, para determinação do teor de água e sedimentos,
da massa específica, para cada medição ou período de medição de
petróleo, a serem usadas na correção dos volumes medidos e
outros usos.

RESERVADO
Alta Competência

Os medidores (analisadores) em linha podem ser utilizados para


medir, em forma contínua, as propriedades do petróleo.

Esses analisadores devem ser calibrados periodicamente, com base


nas análises de laboratório das amostras recolhidas.

Nas medições fiscais da produção de petróleo, devem ser coletadas


amostras, pelo menos uma vez por mês, para determinação do teor
de enxofre, metais pesados, pontos de corte, para atendimento da
Portaria n.º 155 da ANP, de 21/10/1998.

2.6. Fator de encolhimento

O fator de encolhimento é a relação entre o volume de óleo na condição


atmosférica e o volume de óleo em uma condição operacional. Pode
se definir ainda como sendo redução do volume do óleo em função
70 da variação das condições operacionais em relação à pressão e
temperatura.

O fator de encolhimento, devido à liberação de vapores após a


medição, quando da estabilização do petróleo, deve ser considerado
nas medições para apropriação da produção de petróleo não
estabilizado.

No caso em que esses vapores forem recuperados na unidade de


tratamento, deve ser computada a produção de gás, estimada com
base no volume de óleo e na razão gás-óleo (RGO) do petróleo nas
condições de medição para apropriação.

Os fatores de encolhimento, a RGO e os fatores de correção para


a produção de gás, quando utilizados na determinação de volumes
de produção, devem ser determinados mensalmente, com intervalos
não superiores a 42 dias, conforme métodos das normas aplicáveis.

Quando houver água livre no petróleo, medido nas condições de


tanque, o seu volume deve ser determinado por decantação e, nas
medições em linha, através de analisador de fração total de água ou
da obtenção de amostras representativas.

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

2.7. Teste de poços

De acordo com a ANP, nos casos em que os resultados dos testes de


poços sejam utilizados para apropriação da produção a um campo,
cada poço em produção deve ser testado mensalmente, com um
intervalo entre testes sucessivos não superior a 42 dias, ou sempre
que houver mudanças nas condições de operação, ou quando forem
detectadas variações na produção.

Nos casos em que os resultados dos testes de poços sejam utilizados


somente para apropriação da produção aos poços, cada poço em
produção deve ser testado com um intervalo entre testes sucessivos
não superior a 90 dias, ou sempre que houver mudanças nas condições
de operação, ou quando forem detectadas variações na produção.

Os testes devem ser realizados utilizando-se separadores de testes ou


tanques de teste. Outros métodos de teste devem ser previamente 71
aprovados pela ANP (como, por exemplo, medidores multifásicos,
ainda não aprovados).

As condições de teste devem ser iguais às condições usuais de


operação. Quando isto não for possível, as vazões obtidas devem ser
corrigidas para as condições usuais de operação.

Os testes devem ter uma duração de pelo menos quatro horas,


precedidas de um tempo de produção, nas condições de teste,
não inferior a uma hora, para a estabilização das condições
operacionais.

Os sistemas de medição utilizados para os testes de poços devem


atender aos requisitos dos sistemas de medição para apropriação.

RESERVADO
Alta Competência

2.8. Procedimentos operacionais

O Regulamento detalha os procedimentos operacionais relativos aos


seguintes itens:

• Procedimentos em caso de falha dos sistemas de medição –


a ANP deve ser notificada, por escrito, dentro de 48 horas,
da ocorrência de uma falha no sistema de medição fiscal
da produção, assim como de quaisquer outros incidentes
operacionais que vierem a causar erro na medição, ou quando
houver interrupção total ou parcial da medição. A notificação
deve incluir uma estimativa dos volumes afetados;

• Relatórios de medição, teste, calibração e inspeção – os


relatórios de medição, teste e calibração devem ser arquivados
por 5 anos, estando à disposição para exame, pela ANP ou seus
72 representantes;

• Inspeções – a ANP tem acesso livre, a qualquer tempo, às


instalações de petróleo e gás natural para inspeção dos sistemas
de medição, verificação das operações e dos relatórios de
medição.

2.9. Selagem dos sistemas de medição fiscal

Os sistemas de medição fiscal da produção de petróleo e gás natural


devem ser protegidos contra acesso não autorizado, de forma a evitar
dano, falha ou perda de calibração dos instrumentos e componentes
do sistema.

Devem ser instalados selos para evitar acesso não autorizado às


operações que possam afetar o desempenho dos instrumentos
e dos sistemas de medição. Para operações realizadas através de
programação, devem ser incluídas palavras‑chave ou outros meios
para impedir o acesso não autorizado aos sistemas e programas de
configuração, ajuste e calibração.

Os sistemas de amostragem automática devem ser selados para


impedir a descaracterização das amostras.

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

Um registro de todos os selos utilizados deve ser mantido contendo


informações sobre sua numeração, localização, data e hora de
instalação e remoção de cada um deles. Esse registro deve ser mantido
permanentemente atualizado e disponível na instalação de produção
para inspeção pela ANP ou por seus representantes autorizados.

O registro deve conter, pelo menos:

a) Nome do concessionário;

b) Identificação da concessão e do campo;

c) Relação de todos os pontos de instalação de selos, com o número


do selo instalado em cada um deles e a data e a hora de instalação;

d) Histórico das operações de remoção e instalação de selos, com data


73
e hora, identificação.

RESERVADO
Alta Competência

2.10. Exercícios

1) Quais aspectos estão relacionados com a medição de fluidos no


contexto da explotação?

_______________________________________________________________

2) Correlacione os diferentes tipos de medição com suas definições:

a) Medição de apropriação da produção (ao campo e ao poço)

b) Medição para controle operacional

c) Medição fiscal

( ) São medições realizadas dentro da própria concessão para


permitir um controle e um acompanhamento específico de
uma unidade.
74
( ) É uma medição oficial usada para calcular todas as parti-
cipações governamentais, caracterizada pela transferência
de propriedade ou custódia do óleo.
( ) Medição a ser utilizada para determinar os volumes de pro-
dução a serem apropriados a cada campo em um conjunto
de campos com medição compartilhada, ou a cada poço
em um mesmo campo.

3) Cite quais as partes que formam um sistema de medição, indican-


do a sua função.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

4) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmações a seguir:

( ) As participações governamentais são pagas pelos


concessionários à ANP.
( ) Os royalties correspondem a 1% da produção de petróleo
e gás.
( ) A medição fiscal exige sistema de medição classe 0.3 da
OIML.
( ) A medição de apropriação exige sistema de medição classe
0.6 da OIML.
( ) Um sistema de medição de apropriação exige BSW menor
que 1%.

75

RESERVADO
Alta Competência

2.11. Glossário

ANP - Agência Nacional de Petróleo.

BSW (Basic Sediments and Water) - teor de água e sedimentos contidos no petróleo,
expresso em porcentagem volume por volume (%v/v).

EMED - Estação de Medição.

Gas-lift - método de elevação artificial de petróleo empregado em aplicações


onshore, onde os reservatórios se encontram parcialmente depletados ou a
produtividade dos poços é baixa.

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

Medidor multifásico - medidor projetado para medir escoamentos multifásicos, tais


como óleo cru, gás e água, em tempo real; especialmente compatível com fluidos
petrolíferos.

Placa de orifício - tipo de medidor muito utilizado para medição de gás que pode
76 ser utilizado, em condições especiais, para a medição de líquidos.

RGO (Razão Gás-Petróleo) - volume de gás produzido por volume de petróleo


produzido, ambos medidos nas condições de referência.

SIP (Sistema Integrado de Produção) - banco de dados corporativo.

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

2.12. Bibliografia

BAKER, R.C. Flow Measurement Handbook: industrial designs, operating principles,


performance, and applications. First Edition. Cambridge University Press, 2000.

BENEDICT, R.P. Fundamentals of Temperature, Pressure, and Flow Measurements.


3rd Edition, John Wiley & Sons, 1984.

BOCHNER, R. Estudo comparativo das principais técnicas aplicadas ao controle


estatístico de processo. UFRJ/COPPE, 1990.

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis - ANP.


Disponível em: < http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/
portarias_conj/2000/pconj%201%20-%202000.xml?f=templates$fn=default.
htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu>. Acesso em: dez 2008.

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis - ANP.


Disponível em: <http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/
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77
BUCHMANN, J.H. E SARKIS, J.E.S. O conceito de incerteza aplicado aos processos de
medição associados à preparação de uma solução de referência para calibração.
São Paulo: Química Nova – v.25 n.1, 2002.

COSTA E SILVA, CLAUDIO BARREIROS. Incerteza na medição de


vazão: uma técnica simples, mas poderosa, para aumentar a
produtividade, minimizar desperdícios e reduzir vazamentos para
o meio ambiente. Boletim Técnico Petrobras. Rio de janeiro, 2004.
Disponível em: <http://www2.petrobras.com.br/tecnologia/port/boletim_
tecnico/v47_n2-4_abr-dez-2004/index.asp>. Acesso em: 15 mai 2008.

DELMÉE, G.J. Manual de Medição de Vazão. 3ª Edição. São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 2003.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Guia para Expressão da Incerteza de Medição. Rio de
Janeiro, 1997.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO n.º 064. Rio de Janeiro, 2006.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Versão Brasileira do Documento de Referência EA-
4/02 – Expressão da Incerteza de Medição na Calibração. Rio de Janeiro, 1999.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e
Gerais de Metrologia. Rio de Janeiro, 1995.

RESERVADO
Alta Competência

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Tradução da publicação do BIPM. Resumo do Sistema
Internacional de Unidades – SI. Rio de Janeiro, 2002.

MARTINS, N. Manual de medição de vazão - através de placas de orifício, bocais e


venturis. Rio de janeiro: Editora Interciência, 1998.

MATA, JOSAPHAT DIAS, Determinação de Incerteza de Medição, Petrobras RPBA,


Salvador, 1994.

MATA, JOSAPHAT DIAS, CARRASCOSA, E.A. Medição de gás com placa de orifício,
2ª ed., Petrobras, 2001.

MILLER, RICHARD W. Flow Measurement Engineering Handbook. Third edition,


McGraw-Hill, 1996.

MOFFAT, R.J. Contributions to The Theory of Single-Sample Uncertainty Analysis.


Journal of Fluids Engineering, Vol.104, p. 250-260, June, 1982.

OIML R 117. Measuring Systems for Liquids Other Than Water. Paris, 1995.

78 PURSLEY, W.C. Turbine Meters: Three Day Course on Flow Measurement. National
Engineering Laboratory Executive Agency, Glasgow, 1994.

RIBEIRO, M.A. Medição de Petróleo e Gás Natural. 1a Edição, Treinamento &


Consultoria Ltda., 2002.

RIBEIRO, M.A. Metrologia Industrial. 5a Edição, Treinamento & Consultoria Ltda.,


1999.

TAYLOR, BARRY N.; KUYATT, CHRIS E. Guidelines for evaluating and expressing the
uncertainty of NIST measurements results. NIST Technical note 1297, 1994.

RESERVADO
Capítulo 2. Medição de Fluidos

2.13. Gabarito
1) Quais aspectos estão relacionados com a medição de fluidos no contexto da
explotação?

Aspectos legal, operacional, de gestão do sistema e financeiro.

2) Correlacione os diferentes tipos de medição com suas definições:

a) Medição de apropriação da produção (ao campo e ao poço);

b) Medição para controle operacional;

c) Medição fiscal.

(b) São medições realizadas dentro da própria concessão para permitir


um controle e um acompanhamento específico de uma unidade.

(c) É uma medição oficial usada para calcular todas as participações


governamentais, caracterizada pela transferência de propriedade ou
custódia do óleo.

(a) Medição a ser utilizada para determinar os volumes de produção a 79


serem apropriados a cada campo em um conjunto de campos com
medição compartilhada ou a cada poço em um mesmo campo.

3) Cite quais as partes que formam um sistema de medição, indicando a sua


função.

Elemento primário: elementos sensores que estão em contato com o fluido,


resultando em alguma forma de interação. Sua função é transformar a vazão em
outra grandeza física facilmente mensurável.

Elemento secundário: são os transmissores que transformam esta grandeza, obtida


do elemento primário, em informação adequada para leitura local ou transmissão
à distância do valor correspondente à vazão ou volume.

Elemento terciário: corresponde ao computador de vazão, por exemplo, que realiza


cálculos e disponibilizam os dados finais para o usuário.

4) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmações a seguir:

(V) As participações governamentais são pagas pelos concessionários à


ANP.
(F) Os royalties correspondem a 1% da produção de petróleo e gás.
(V) A medição fiscal exige sistema de medição classe 0.3 da OIML.
(F) A medição de apropriação exige sistema de medição classe 0.6 da
OIML.
(F) Um sistema de medição de apropriação exige BSW menor que 1%.

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 3
Medidores de
vazão – volumes
líquidos, petróleo e
água

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Explicar o que são medidores de vazão e sua função;


• Identificar os tipos de medidores de vazão;
• Citar os medidores usados no processo de medição de
vazão de gás natural.

RESERVADO
Alta Competência

82

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

3. Medidores de vazão – volumes


líquidos, petróleo e água

A
medição de vazão de fluidos está presente em muitas das
situações cotidianas. O hidrômetro de uma residência que
mede o volume de água consumido, o marcador das bombas
de combustível e são exemplos comuns no dia-a-dia das pessoas.
A medição de fluidos define como serão controlados ou operados,
de forma segura e eficiente diversos processos industriais em uma
planta de produção.

Podemos definir vazão como o volume que se desloca através de


determinada seção transversal de uma tubulação livre ou de um
conduto forçado (tubulação com pressão positiva ou negativa) em
função de um período de tempo. Isto significa que a vazão é a rapidez
com a qual um volume escoa. 83

Os medidores de vazão volumétrica se baseiam em padrões de volume


e tempo, enquanto medidores de vazão mássica avaliam padrões de
massa e tempo.

O cálculo de vazão e dos volumes dos líquidos medidos, particularmente


de petróleo, é regulamentado pela ANP através de seu Regulamento
Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural (RTM), incluso na
Portaria Conjunta ANP/INMETRO n.º 1, de 19/06/2000, e é baseada
nas normas indicadas nos quadros que se seguem.

RESERVADO
Alta Competência

API – MPMS – Manual of Petroleum Measurement Standards


Esta norma estabelece como calcular a densidade, como fazer a calibração, como medir o
volume etc.
OIML R 117 – Measurement systems for liquids other than water
Esta norma define as classes de exatidão quanto ao campo de aplicação.

Estas normas estabelecem o erro máximo admissível para todos os instrumentos utilizados
na medição de vazão ou volume de petróleo.
OIML R 119 – Pipe provers for testing measuring systems for liquids
other than water
Provadores para o sistema de medição de teste de líquidos diferentes de água.
ISO 2714 Liquid hydrocarbons – Volumetric Measurement by Displace-
ment Meter Systems Other than Dispensing Pumps
Medidores de Deslocamento positivo
ISO 2715 Liquid hydrocarbons – Volumetric Measurement by Turbine
84 Meters
Medidores do tipo Turbina

A ANP estabelece ainda que as medições devem ser corrigidas por


fatores tais como:

• Dilatação térmica entre a temperatura de referência e a


temperatura de medição;

• Compressibilidade do líquido entre a pressão de referência e a


pressão de medição;

• Teor de sedimentos e água no petróleo (BSW ≤ 1%, para


medição fiscal).

3.1. Tipos de medidores de vazão de volumes líquidos

Os medidores de vazão podem ser classificados segundo os seus


princípios de funcionamento. As condições de serviço dos medidores
de vazão são extremamente diversificadas. Como os fluidos medidos
podem ser viscosos, abrasivos, corrosivos ou carregados de impurezas,
para cada caso corresponde um tipo de medidor.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Várias classificações podem ser encontradas na literatura. A seguir


apresentamos algumas informações sobre os medidores em geral.

Classificação dos medidores


Tipo de medidor Subtipos Aplicação
Placas de orifício - Água e gás
Venturi - Óleo, água e gás
Bocais de vazão - Óleo, água e gás
Bocal sônico
Medidores de pressão diferencial Óleo, água e gás
Rotâmetro
Deslocamento positivo - Óleo, água e gás
Turbina - Óleo, água e gás
Movimento oscilatório do fluido Vortex Óleo, água e gás
Eletromagnético - Água
Ultrassônico - Óleo, água e gás 85
Mássico Coriolis Óleo, água e gás
Termal - Óleo, água e gás
Anemômetro a laser
Miscelânea Traçador Óleo, água e gás
Correlação cruzada

3.1.1. Medidor volumétrico tipo deslocamento positivo

Segundo Silva:

A descrição mais geral de um medidor de deslocamento


positivo (PD – Positive Displacement) é aquele que
mede a quantidade de um fluido que escoa pela
separação do fluxo em pacotes ou volumes discretos,
seguido da contagem desses volumes. (2004, p.212)

Os medidores de deslocamento positivo podem ser utilizados para


líquidos e gases, embora em projetos distintos. Em comum, esses
tipos de medidor, devido às suas características mecânicas, possuem
resistência por fricção que tem de ser vencida pelo próprio fluido.

RESERVADO
Alta Competência

Uma das desvantagens deste medidor é que, em vazões muito baixas,


o fluido não tem a energia cinética suficiente para movimentar o
rotor. Por isso, pode acontecer o retorno do fluido pelo espaço entre
o componente que forma a câmara e a carcaça do instrumento, sem,
contudo, mover o pistão ou rotor. Quando as vazões aumentam, os
erros de medição diminuem. Neste caso, uma condição próxima ao
equilíbrio é atingida, pois a força motriz do fluido é balanceada pelas
várias forças atuando no instrumento. No fim de escala do instrumento,
o efeito de retorno tende a aumentar de novo, devido ao fato da
perda de carga crescer rapidamente nesses níveis de vazão.

Especialmente no caso de líquidos, o desempenho desse medidor é


afetado pela viscosidade; para gases, é a pressão que causa alterações
no desempenho.

A presença de areia ou sedimentos também pode causar


86 problemas drásticos de desgaste nos mancais e nas peças móveis do
instrumento.

De modo geral, há 3 componentes básicos nesse tipo de medidor:

• Uma câmara de trabalho (que é preenchida pelo fluido);

• Um dispositivo ou efeito de deslocamento (que é movido pela


ação do próprio fluido);

• E um dispositivo transdutor (para ler o número de vezes que o


volume da câmara é deslocado, traduzido em sinais de saída do
tipo pulsos).

A ilustração, a seguir, mostra o funcionamento típico de um medidor


volumétrico tipo deslocamento positivo.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Fonte: Silva (2004, p. 214)


Fases de medição do medidor de deslocamento positivo de
engrenagens
Fase de isolamento Fase de escape Fase de isolamento

Observe que o líquido medido é isolado nas câmaras superior e


inferior nas fases de isolamento.

a) Tipos de medidores de deslocamento positivo


87
Existem 3 tipos de medidores mais utilizados no mercado para a
medição de fluidos:

• Pistão (Reciprocating-Piston) – é utilizado para baixas vazões com


ótimas incertezas de medição; muito utilizado em bombas de gasolina
nos postos de abastecimento.

Basicamente é um sistema de 4 cilindros, arranjados em pares


opostos. Os membros de cada par são conectados por uma haste que,
através de uma manivela, movimenta o mecanismo contador. Os
pistões são montados nos cilindros de forma que, quando um cilindro
está posicionado para a entrada do medidor, o cilindro oposto está
posicionado para a saída dele. O líquido flui através do medidor, um
movimento alternativo é gerado.

• Palhetas (Sliding-Vane) – é utilizado para médias ou altas vazões,


geralmente em bases de carregamento de caminhões-tanques.

Seu funcionamento é semelhante ao de uma bomba rotativa tipo


palheta, onde o rotor em si carrega as palhetas que, dispostas em
pares opostos, são livres para deslizar para dentro e para fora de seus
encaixes.

RESERVADO
Alta Competência

O líquido flui através do medidor, forçando o rotor a girar,


transferindo o líquido da entrada para a saída do medidor em
sucessivos espaços entre as palhetas. Como há a necessidade de
haver uma selagem entre as palhetas e a carcaça do medidor, há o
problema de sensibilidade à presença de areia, embora os projetos
de alguns fabricantes tentem minimizar o efeito, dispondo os
medidores de materiais mais resistentes.

• Engrenagens – Oval (Gear, Oval) – é o tipo mais utilizado. Existe


uma incontável variedade de desenhos de medidores, porém os mais
aplicados são os do tipo helicoidal (helical) e de lóbulos rotativos ou
oval. Sua principal vantagem é a possibilidade de medir fluidos não
perfeitamente limpos, o que os torna adequados para óleo cru.

88

Medidor de engrenagens ovais

Seguem alguns exemplos deste tipo de medidor (deslocamento


positivo), nos quais podem ser observados seus esquemas de
funcionamento. Observe:

Tipos de medidores de deslocamento positivo

Pistão Palhetas Oval Tri-rotor Bi-rotor Disco nutante

Pistão /palhetas /oval /tri-rotor /bi-rotor /disco nutante

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

b) Cálculo do volume bruto

O cálculo do volume envolve o fator K do medidor, que é definido


como o número de pulsos (n) emitidos pelo medidor dividido pela
unidade de volume do provador (V), ou seja:

n
K=
V

Onde:

n = número de pulsos (sinais) emitidos pelo medidor a cada giro da


parte móvel;

V = volume do medidor-padrão usado para calibração. 89

Exemplo: K= 10 pulsos por litro. Isso significa que a cada pulso emitido,
escoou 0,1 L.

O volume bruto (raw volume) é dado então por:

Pulsos Gerados
Volume Bruto =
K

O volume líquido é dado multiplicando-se o volume bruto pelo FM,


que é obtido na operação de provação ou calibração e considera
todas as correções de volume, efeitos de pressão e temperatura no
líquido e no aço e o BSW, ou seja:

Volume líquido = FM X volume bruto

Uma característica intrínseca dos medidores do tipo deslocamento


positivo é o fato de que o sinal de saída em pulsos acontece em tempo
real, ou seja, os pulsos são gerados ao mesmo tempo em que o fluido
percorre o interior do medidor.

RESERVADO
Alta Competência

Os medidores do tipo deslocamento positivo são sensíveis à viscosidade


do fluido, devido à sua influência sobre as partes móveis. Quanto
menos viscoso, maior a probabilidade de ocorrerem perdas através
das folgas das partes móveis, aumentando o erro da medição.

c) Calibração dos medidores de descolamento positivo

Todo medidor deve ser calibrado, para garantir sua confiabilidade


metrológica.

O objetivo do procedimento de calibração é a obtenção do FM


atualizado. Esse fator é o resultado da divisão do volume de referência
do provador pelo volume indicado pelo medidor durante o período de
calibração. Após a calibração, o novo valor do FM deve ser carregado
no computador de vazão.

90 No processo de calibração, é recomendável que o líquido seja


livre de bolhas de gás, ou seja, deve estar estabilizado. A pressão
de teste deve ser superior à pressão de vapor do líquido na
temperatura de teste.

Não deve haver diferença entre a temperatura do líquido dentro do


medidor e dentro do calibrador, se este for volumétrico.

3.1.2. Medidor tipo turbina

O medidor tipo turbina é considerado um dos mais versáteis, devido


à sua alta rangeabilidade, e apresenta baixas incertezas de medição
em relação aos demais medidores disponíveis no mercado. O seu uso
em turbinas para óleo cru data da década de 1950 e atualmente são
consideradas instrumentos de ótima exatidão.

O princípio de medição se baseia num rotor dotado de múltiplas


palhetas ou pás, montado em mancais e com livre movimento de
rotação. Esse rotor é girado pela energia cinética do fluido que escoa
a uma velocidade angular que, dentro da região linear do medidor, é
proporcional à velocidade média axial do fluido.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Normalmente o medidor é dotado de um transdutor que, ao


identificar a passagem de cada pá, gera um pulso de voltagem ou
corrente elétrica, composto basicamente de uma bobina detectora
(pick-off coil).

O espaçamento entre as pás e a parede interna do tubo do medidor é


mínimo. As pás podem ser retas ou apresentar formato helicoidal.

? VOCÊ SABIA?
O medidor tipo turbina foi desenvolvido inicialmente para
uso militar, inclusive para diâmetros pequenos (abaixo
de 2”), para medir combustíveis de foguetes e aviões.

Rotor de 6’’ a 24’’


91
Anéis
Difusor de entrada e
barbatanas de apoio Anéis

Anel de Anéis
retenção Mancal de Anéis
Rotor
carbeto de
de 3 a 4’’ Corpo do medidor
tungstencio

Típico medidor do tipo turbina (visor expandido)

RESERVADO
Alta Competência

(Fonte: Brooks e NEL apud Silva, 2004, p.218/219)


Defletor
Bobina a jusante
detectora
de sinal
Unidade
do rotor

Espaçador
a jusante
92
Defletor
a montante
Plataforma

Visão da montagem dos elementos internos

O desempenho de um medidor tipo turbina pode ser descrito


teoricamente pela abordagem de momento (momentum) em que a
variação no momento angular vivida pelo fluido na passagem através
do medidor é convertida em torque pelas pás do rotor. A variação do
torque (dT) é dada pela seguinte expressão:

dT   .r .v 1.2r .dr .u

Onde:

dr = espaço anular, r o raio;

v1 = velocidade axial de entrada;

∆u = variação na velocidade tangencial do fluido na saída do


medidor.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

O parâmetro de maior influência no perfil de velocidade é a viscosidade


do fluido, considerando que as condições de escoamento são boas na
entrada do medidor. Em casos de líquidos com alta viscosidade, o
perfil de velocidade ao longo da pá da turbina é tal que o ângulo de
ataque ou de incidência pode variar de modo significativo entre a
base e a ponta da pá. Em outras palavras, é possível que o ângulo de
incidência na pá seja negativo em direção à ponta da mesma e que,
nesta região, a pá não contribua para o torque resultante. O rotor,
assim, estaria sendo girado somente pela porção da pá onde o ângulo
de ataque é positivo. Nesse caso, a ponta da pá estaria atuando mais
como uma bomba e aumentando o fluxo através do espaçamento
rotor-carcaça.

O gráfico, a seguir, mostra a curva característica de uma turbina de


medição.

93
X 100%
Vazão indicada - Vazão real

Vazão
Q atual

Curva característica de um medidor do tipo turbina

Em baixas vazões, a turbina experimenta o mesmo problema que os


medidores de deslocamento positivo, ou seja, a resistência à rotação
do rotor é alta, quando comparada com a força disponível que
move o fluido. Embora não haja resistência entre os componentes
mecânicos e o transdutor eletrônico (gerador de pulsos), um pequeno
movimento de resistência a força está presente, devido ao efeito
magnético associado à bobina sensora. Também o efeito de retorno
de fluido, que ocorre nos medidores de deslocamento positivo, está
presente nas turbinas, embora desapareça mais rapidamente assim
que a vazão aumenta.

RESERVADO
Alta Competência

Sob condições estáveis de escoamento, a força motriz do fluido é


balanceada pela soma das forças retardantes e a curva característica
da turbina se torna mais ou menos horizontal.

A vazão máxima é determinada basicamente pela limitação dos mancais


ou pelo efeito de cavitação imediatamente após as pás do rotor.

P1 P2
Gauge pressure

94

Exemplo de perda de carga ao longo de um medidor tipo turbina

A rangeabilidade (rangeability ou turndown) das turbinas aumenta


em função de seu tamanho nominal. Nos menores tamanhos, pode
ser tão baixo como 5:1. Nos maiores tamanhos, pode chegar a 15:1.
Dentro da faixa de trabalho, a linearidade do medidor é da ordem
de ± 0,25%.

Na indústria do petróleo, normalmente, há EMEDs baseadas em


medidores do tipo turbina que contém várias unidades em paralelo,
de forma a cobrir toda a faixa de trabalho necessária. Cada EMED
pode conter ainda um medidor extra para operar em procedimentos
de calibração, e um outro para reserva dos demais. O objetivo é a
totalização de volume, daí o fator K da turbina, que é o parâmetro
de calibração da turbina, expresso em ciclos por unidade de volume.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

A colocação de filtros a montante da turbina é sempre recomendada,


de forma a evitar que partículas sólidas possam emperrar o movimento
do rotor. Freqüentemente, é necessário um separador de gás antes
da turbina, para evitar erros de medição provocados pela passagem
de bolhas de gás carreadas pelo fluido.

Uma característica intrínseca dos medidores do tipo turbina é o fato


de que o sinal de saída em pulsos acontece em tempo real, ou seja,
os pulsos são gerados ao mesmo tempo em que o fluido percorre o
interior do medidor.

Os medidores do tipo turbina requerem calibração periódica a ser


realizada através de provadores. O objetivo do procedimento de
calibração é a obtenção do FM atualizado, que é o resultado da
divisão do volume de referência do provador pelo volume indicado
pelo medidor durante o período de calibração. Após a calibração, o
novo valor do FM deve ser carregado no computador de vazão. 95

O desgaste de mancais, assim como a presença de parafina (wax) no


óleo cru que pode ser depositada nas pás, causa efeitos catastróficos
no desempenho do medidor. Tais efeitos podem passar despercebidos
se não houver calibração do medidor.

3.1.3. Medidor tipo mássico Coriolis

O medidor Coriolis é ao mesmo tempo um medidor de vazão mássica


e medidor de massa específica, daí ser possível medir também a vazão
volumétrica. O resultado da medição é independente das variações
das propriedades do fluido: temperatura, pressão, massa específica e
viscosidade.

Normalmente, ele apresenta uma incerteza de ± 0,15% e


rangeabilidade de 20:1.

A força Coriolis define que um fluido, ao passar por um tubo que


vibra a uma determinada freqüência, irá acelerar ou desacelerar
assim que o fluido passar pelo ponto inicial e pelo final da
amplitude da freqüência. A força Coriolis causa uma deformação
no tubo de medição.

RESERVADO
Alta Competência

O medidor mássico Coriolis baseia-se no efeito desta força para medir


a vazão mássica e serve também como um sensor de densidade.

Há vários tipos de concepção deste medidor, desenvolvido por vários


fabricantes:

Exemplos de diversas concepções de desenhos de tubos de medição


desenvolvidas nos medidores Coriolis
Tipo Fabricante esquema

Tubo em hélice Bailey-Ficher & Porter

96
Tubo reto simples Krohne

Rheonik,
Tubo Omega
Schlumberger

Tubo em S Smith

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Exemplos de diversas concepções de desenhos de tubos de medição


desenvolvidas nos medidores Coriolis
Tipo Fabricante esquema

Tubo “U” invertido Foxboro

Tubo em “B” ABB K-Flow

Endress+Hauser, 97
Tubo reto duplo Honeywell,
Schlumberger

Tubo em “U” Micro-Motion

Tubo oval modificado Danfoss

Tubo em raquete Bupp & Reuter

Tubo em “Z” Krohne

RESERVADO
Alta Competência

O módulo da força gerado no medidor Coriolis é amplificado pelo


instrumento em função da massa que se desloca no tubo e da aceleração
resultante. Os fabricantes optaram por dispor o instrumento de dois
tubos idênticos realizando a mesma função, porém em movimento
oscilatório oposto, de forma a aumentar a amplitude da oscilação.

As variáveis primárias medidas são:

• Freqüência natural do tubo;

• Defasagem de tempo entre os dois sinais de detecção de


posição dos tubos;

• Temperatura do tubo.

A densidade medida é a função da freqüência ao quadrado:


98

1

f2

Efeito Coriolis num tubo em “U”


Movimento oscilatório com fluxo zero
Força do
Um tubo em forma de U, em condições de fluxo Fluxo
zero, é submetido a forças magnéticas induzidas
pelo próprio instrumento. Assim, ele adquire
um movimento oscilatório em torno do eixo Fluxo
principal do instrumento, que é normalmente o
eixo da linha principal. Força do fluido

Forças do fluido reagindo à vibração do tubo

Ângulo
Força do fluido de torção
Quando o fluido passa pelo tubo, a combinação Fluxo
Ângulo
das velocidades angular e linear dá origem de torção
às forças de Coriolis, sendo que as forças Fluxo
resultantes têm a direção perpendicular ao tubo.
Força do fluido

Ângulo
de torção
Ângulo
de torção

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Força do fluido
Fluxo

Efeito Coriolis num tubo em “U”


Fluxo
Deformações do tubo decorrentes de forças de Coriolis
Força do fluido

As forças geradas produzem uma torção no


tubo que, de acordo com a segunda lei de Ângulo
de torção
Newton, é proporcional à vazão mássica do Ângulo
de torção
fluido em escoamento no interior do tubo.

A vazão mássica é obtida através da defasagem (∆T na ilustração


a seguir) entre os sinais dos detectores de posição instalados
respectivamente à esquerda e à direita do arranjo de tubos, que
emitem um sinal elétrico para efetuar a medição. A vazão volumétrica
pode ser também obtida, uma vez que os valores de vazão mássica,
massa específica e temperatura do fluido estão disponíveis em linha.

99
Duplo tubo para amplificação do efeito Coriolis

Detector de sinal esquerda

Fluxo

Detector de
sinal direita T = Vazão mássica

T = 0
+ 150mV + 150mV

- 150mV - 150mV

Sem fluxo Com fluxo

É também utilizado para a medição de BSW (teor de água) a partir


do conhecimento prévio das densidades do óleo e da água produzida
(geralmente nas condições padrão).

Tem sido aplicado em praticamente todas as áreas, principalmente no


mercado de derivados de petróleo. É utilizado, inclusive, em processos
de revamp (atualização de sistemas), substituindo os medidores do
tipo deslocamento positivo e turbina.

RESERVADO
Alta Competência

As limitações estão basicamente no seu tamanho máximo, que é de 6


polegadas, e a perda de carga, que pode ser alta.

Há casos de diâmetros maiores (exemplo: 10”), porém estes diâmetros


não são utilizados na indústria petrolífera.

ATENÇÃO

Devemos prestar atenção para a eventual presença de


gás ou mesmo separação de gás dentro do instrumento.
Segundo alguns experimentos, a presença de gás de
até 5% (na saída) não deve alterar o funcionamento
do medidor, uma vez que o gás pode estar disperso no
óleo, em forma de pequenas bolhas. Deve-se verificar
no processo como um todo qual o melhor procedimento
a ser adotado para sanear esta ocorrência.
100
A instalação recomendada para evitar acúmulo de gás
é a horizontal, para baixo. Isso significa que, no caso
do medidor do tipo tubo em “U”, o medidor deve
ser instalado com os tubos seguindo a posição do U
normal. O oposto (U invertido) é válido para gás com
condensado.

Por ser um sistema que opera com base em oscilações de pequena


amplitude, é recomendável evitar qualquer fonte de vibração
mecânica na tubulação adjacente ao instrumento.

Como vantagem, não há a necessidade de trechos retos a montante


e a jusante, nem de um bom perfil de escoamento desenvolvido para
se obter um bom desempenho. As curvas de tubulação próximas ao
medidor não interferem no seu desempenho.

Uma característica intrínseca dos medidores do tipo Coriolis é o fato


de que o sinal de saída em pulsos é produzido por um sinal eletrônico.
Dessa forma, os pulsos são gerados no cômputo da vazão, após o
fluido ter percorrido o interior do medidor.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Os mesmos procedimentos de calibração relativos aos medidores do


tipo deslocamento positivo e turbina são válidos para o medidor tipo
Coriolis. Uma vez que as condições de instalação sejam estáveis, uma
preocupação normal é o possível desgaste da parede interna dos
tubos sensores devido à erosão ou mesmo incrustação neles.

A norma usada para este tipo de medidor é:

Measurement of Liquid Hydrocarbons by Coriolis Meters (2002), API


MPMS Chapter 5.6

Apresenta requisitos de medidores mássicos tipo Coriolis

Quando utilizado como medidor de BSW, é fundamental observar


a variação do tipo de óleo utilizado, uma vez que os valores de
densidade do óleo e da água são carregados como constantes na
programação dele.
101
A operação de calibração (provação) deve garantir que o medidor
Coriolis esteja com a saída configurada para pulsos, para facilitar os
cálculos de repetitividade.

Importante!
O medidor Coriolis, por ser um medidor do tipo
mássico, deve ser calibrado em volume, de modo
a atender à classe correspondente da OIML, pois a
incerteza de medição em vazão mássica será menor
do que a incerteza em vazão volumétrica.

3.1.4. Medidor tipo ultra-sônico

O medidor tipo ultra-sônico se baseia na propagação de ondas de


ultra-som, emitidas a freqüências na faixa de 150 kHz a 4 MHz através
do fluido, sendo necessário pelo menos um par de transdutores. Há
dois métodos mais utilizados comercialmente:

• Efeito Doppler;

• Tempo de trânsito (transit time).

RESERVADO
Alta Competência

O medidor baseado em efeito Doppler funciona transmitindo um


sinal de freqüência constante no fluido. Bolhas, sólidos em suspensão
ou redemoinhos no fluido fazem com que o sinal seja refletido ou
disperso de volta ao transdutor receptor. Quando o fluido estiver em
movimento, haverá uma variação na freqüência do sinal recebido. A
diferença entre as freqüências dos sinais transmitido e recebido será
proporcional à velocidade do meio. Este efeito é muito utilizado na
medicina, para exames clínicos.

O princípio denominado tempo de trânsito utiliza dois transdutores


posicionados nos lados opostos da tubulação, que enviam e recebem
sinais acústicos através do fluxo. Esse modo alternado (a favor e
contra o fluxo) baseia-se no fato que uma onda sonora movimenta-
se mais rapidamente na mesma direção do fluxo do que uma outra
propagada contra o fluxo.

102 Configuração básica do medidor baseado em tempo de trânsito

Transdutor
acústico Jusante do medidor
transdutor acústico

dL = Componente axial
V (x) velocidade
β = ângulo beta - ângulo entre
a direção da onda e o eixo da tubulação.

Montante
do medidor
Transdutor
acústico

O transdutor emissor gera um pulso numa direção definida (feixe) e


o transdutor receptor registra o tempo de chegada do mesmo pulso.
O transdutor receptor, após essa operação, atua como emissor,
gerando um pulso na direção oposta. O primeiro transdutor também
registra o tempo de chegada do segundo pulso. A diferença entre os
dois períodos de tempo medidos é correlacionada com a velocidade
do fluido. A vazão então é calculada, multiplicando-se a velocidade
pela área da seção transversal.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Importante!
O medidor do tipo tempo de trânsito é o mais
utilizado na indústria do petróleo.

Os medidores do tipo ultra-sônico podem ser fabricados e


oferecidos em:

• Carretel (spool) com um, dois ou vários pares de transdutores


(multibeam ou multifeixe);

• Braçadeiras (clamp-on) com um par de transdutores para


instalação externa ao tubo.

Medidor ultra-sônico em carretel


103

Conversor

Caixa de conexão

Emissor/detetor

Cabos de
transmissão
Sinal de saída
Alimentação

Emissor/detetor
Medidor ultra-sônico em braçadeira

O medidor do tipo carretel possui incerteza de medição mais baixa e


maior custo, enquanto o de instalação externa se destina a serviços
onde não é possível interromper o processo ou a incerteza de medição
não necessite ser baixa.

RESERVADO
Alta Competência

No Brasil, já se aplica esta tecnologia, principalmente nos sistemas


de grandes diâmetros, altas vazões e incertezas compatíveis com os
níveis requeridos para medição fiscal.

A incerteza da medida de vazão dependerá da velocidade do fluxo,


diâmetro do duto e da viscosidade. A velocidade do fluido geralmente
é limitada a 18 m/s, com rangeabilidade de 20:1.

É recomendável que o fluido a ser medido seja limpo, pois a presença


de partículas pode desviar o feixe de ultra-som, levando à perda da
leitura.

Os modelos do tipo carretel ou de instalação externa podem ter


problemas de fluxo contrário na cavidade da parede interna do
tubo, onde está instalado o sensor, ou mesmo deposição de sujeira
neste ponto. Por outro lado, os do tipo braçadeira podem apresentar
104 problemas de reflexão do feixe na parede do tubo.

Uma característica intrínseca dos medidores do tipo ultra-sônico é o


fato de que o sinal de saída em pulsos é fabricado pela eletrônica, ou
seja, os pulsos são gerados após o cômputo da vazão (certo tempo
após o fluido ter percorrido o interior do medidor).

A operação de calibração deve ser tal que o medidor ultra-sônico


esteja com a saída configurada para pulsos para facilitar os cálculos
de repetitividade.

Embora não estejam previstas no Regulamento da ANP, há as normas


API, recentemente emitidas, utilizadas no cálculo de vazão e volume
de petróleo.

Measurement of Liquid Hydrocarbons by Ultrasonic Flow Meters Using


Transit Time Technology (2005), API MPMS Chapter 5.8
Apresenta requisitos de medidores do tipo ultra-sônicos.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

3.1.5. Medidor tipo magnético

Os medidores do tipo magnético são recomendados nos sistemas de


água produzida ou injetada, pois seu funcionamento necessita que
o fluido possua alta condutividade elétrica. Por esse motivo eles não
são adequados para utilização em óleo cru.

Esses medidores foram desenvolvidos como uma aplicação particular


da Lei de Faraday. Eles usam o efeito da tensão elétrica, provocada
por um condutor em movimento (neste caso, o fluido), num campo
magnético.

Os elementos do medidor são arranjados de forma que a direção do


fluxo seja normal (perpendicular) ao campo magnético. O movimento
do fluido atravessando o campo magnético induz uma força
eletromagnética no fluido numa direção normal à do campo magnético
e à direção média das partículas do fluido. Um par de eletrodos é 105
instalado em contato com o fluido no plano diametralmente normal
ao do campo magnético. Observe a ilustração a seguir.

Medidor tipo magnético Seção típica

O valor da força eletromotriz (fem) é dado pela seguinte expressão:

e = B. l. 

RESERVADO
Alta Competência

Onde:

e = fem (em volt);

B = densidade de fluxo (em Wb/m2);

l = distância entre os eletrodos (em m);

υ = velocidade do fluido (em m/s).

A incerteza na medição de vazão pode alcançar 0,5%.

O medidor pode ser considerado um medidor de velocidade e é


independente da viscosidade e densidade do fluido.

Os produtos e derivados de petróleo estão abaixo dos limites práticos


106 de medição, devido aos seus baixos níveis de condutividade, assim
como os gases, a não ser que sejam ionizados. Assim, os medidores
magnéticos não podem ser usados para estes produtos.

3.2. Medidores de vazão específicos para gás natural

A medição de vazão de gás natural é também regulamentada pela


ANP através do RTM (Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e
Gás Natural) e tem demandado novas exigências na área de produção,
injeção, queima e transferência do gás, implicando um programa
de melhoria contínua na gestão de medição. Segundo o RTM, as
medições de gás natural nos pontos de medição da produção devem
utilizar placas de orifício, turbinas ou medidores do tipo ultra-sônico.
Outros tipos de medidores, como o V-cone, podem ser utilizados, se
previamente autorizados pela ANP.

Os medidores do tipo pressão diferencial são os mais utilizados


em aplicações industriais. Representam cerca de 51%, e entre
eles estão:

• Placa de orifício;

• Tubo Venturi;

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

• Bocal de vazão;

• Tubo lo-loss;

• Tipo cotovelo;

• Tubo de pitot;

• Anubar;

• V-cone.

Nas medições de gás natural com placas de orifício devem ser


atendidos os requisitos das seguintes normas:

NBR ISO 5167-1


Medição de Vazão de Fluidos por Meio de Instrumentos de Pressão: Placas de Orifício, 107
Bocais e Tubos de Venturi Instalados em Seção Transversal Circular de Condutos Forçados.
ISO 5168 Measurement of Fluid Flow - Evaluation of Uncertainties
(mediçao de fluidos – Avaliaçao de incertezas)
ISO/TR 9464 Guidelines for The Use of ISO 5167-1:1991 (diretrizes para
o uso da ISO 5167)
API – MPMS – Manual of Petroleum Measurement Standards (manual
de padroes de mediçao de pretróleo)
Chapter 14.2, Compressibility Factors of Natural Gas and Other Related
Hydrocarbon Gases (A.G.A. Report nº 8) fatores de compressibilidade do
gas natural e outros hidrocarbonetos)
Chapter 14.3, Part 1, Concentric, Square-Edged Orifice Meters (A.G.A.
Report n.º 3) (GPA 8185-90) (medidores tipo concentrica e de bordo reto)
Chapter 14.3, Part 2, Specification and Installation Requirements, Reaffirmed
May 1996 (ANSI/API 2530) (especificaçao e requisitos de instalaçao)
Chapter 14.3, Part 3, Natural Gas Applications. (aplicações de gás natural)

É sabido que as normas AGA e ISO diferem em alguns pontos,


principalmente nos comprimentos dos trechos retos a montante e
a jusante do elemento primário (a ISO requer trechos mais longos).
A norma AGA (Report) n.º 3 foi criada em 1924 e vem sendo
constantemente revisada; na revisão de 1990-92, foi desmembrada
em 4 partes:

RESERVADO
Alta Competência

Norma AGA. (Report) n.º 3


• Part 1 – General Equations and Uncertainty Guidelines:
Equações de vazão volumétrica e mássica, além das considerações sobre incertezas de
medição, bem como simbologia e terminologia.
• Part 2 – Specification and Installation Requirements:
Requisitos de instalações e acessórios; foi revisada em abril de 2000, de forma a se
aproximar da ISO, uma vez que há uma tendência a se adotar essa última em nível
mundial. No caso do atendimento às normas citadas no Regulamento da ANP, basta
atender a pelo menos uma das normas.
• Part 3 – Natural Gas Applications:
Equações e métodos computacionais com maior detalhamento.
• Part 4 – Background, Development, and Implementation Procedure and
Subroutine Documentation for Empirical Flange -Tapped Discharge Coefficient
Equation:
Histórico, desenvolvimento e procedimento de implementação da equação do coeficiente
de descarga.
108

Nas medições de gás com turbinas, ultra-sônico ou mássico devem ser


atendidos os requisitos da seguinte norma:

• AGA – American Gas Association


Measurement of Gas by Turbine Meters, A.G.A. Report n.º 7
Nas medições de gás com medidores ultra-sônicos devem ser atendidos os requisitos da
seguinte norma:
• AGA – American Gas Association
Measurement of Gas by Multipath Ultrasonic Meters, A.G.A. Report n.º 9
Embora não estejam previstas no Regulamento da ANP, há as normas AGA recentemente
emitidas:
• Speed of Sound in Natural Gas and Other Related Hydrocarbon Gases
(2003), A.G.A. Report . Report n.º 10
Trata de um método para o cálculo da velocidade do som no gás natural (é muito útil em
medidores que medem a velocidade do som no meio gasoso, como é o caso dos medidores
ultra-sônicos, podendo-se daí estabelecer uma comparação em tempo real).
• Measurement of Natural Gas by Coriolis Meters (2003), A.G.A. Report .
Report n.º 11 (API MPMS 14.9)
Trata dos requisitos de medidores mássicos que operam com a força Coriolis.
Fonte: http://www.aga.org/.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Importante!
O Regulamento da ANP exige que os sistemas de me-
dição fiscal de gás devam ser projetados, calibrados e
operados de forma que a incerteza de medição seja
inferior a 1,5%. Os sistemas de medição para apropria-
ção devem ter uma incerteza máxima de 2% e os siste-
mas de medição operacional devem ter uma incerteza
máxima de 3%.

Fonte: Portaria conjunta ANP/INMETRO nº 1.

Os sistemas de medição fiscal de gás natural devem incluir dispositivos


para compensação automática das variações de pressão estática e
de temperatura. A compensação deve incluir as variações do fator
de compressibilidade do gás. As variações na composição do gás,
registradas durante as análises periódicas, devem ser compensadas 109
imediatamente após cada nova análise, para as medições
subseqüentes.

3.2.1. Medidor de gás natural tipo placa de orifício

Este é o tipo de medidor mais usado no mundo para medir gás natural.
Nesse tipo de medidor, a instalação do sistema é muito importante.
Vamos detalhar um pouco mais esse tipo de medidor.

O medidor tipo placa de orifício se destaca por uma série de vantagens,


tais como:

• Simplicidade de confecção;

• Possibilidade de medir grandes volumes;

• Fácil adaptação ao controle de vazão em processos contínuos;

• Facilidade de calibração sem necessidade de outro medidor de


vazão como referência;

• Grande acervo de dados e coeficientes experimentais


acumulados e registrados.

RESERVADO
Alta Competência

Existe uma série de tipos de placas de orifícios que são utilizadas


em função do tipo de fluido a ser medido; para gás natural, o mais
adequado é a placa concêntrica circular de canto vivo (também
chamada de bordo reto).

Os medidores com placa de orifício já são utilizados há mais de


80 anos e durante muito tempo tiveram como principal nicho de
aplicação os registradores de carta circular de campo, nos quais três
penas registravam continuamente o comportamento da pressão
diferencial, pressão estática e a temperatura.

110

Registro típico e registrador de carta circular

A norma AGA-3 define as equações de vazão mássica e volumétrica


para uso nos procedimentos de medição de gás natural utilizando
placas de orifício do tipo concêntrico com bordo reto e com tomadas
no flange (flange-taps).

Um sistema típico de medição de gás é formado por:

• Placa de orifício;

• Dispositivo que abriga a placa (“flange de orifício” ou “porta-


placa”);

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

• Trechos retos a montante (com ou sem retificador de fluxo) e


a jusante;

• Transmissor de pressão diferencial;

• Transmissor de pressão estática;

• Transmissor de temperatura.

DPE PE
TE

TW

111
Trecho reto a montante Trecho reto a jusante
Fluxograma de um sistema de medição de placa de orifício

Onde:

Alojador de placa de orifício;

Condicionador de fluxo;

Flange soldado;

DPE Elemento de pressão diferencial;

TE Elemento de pressão estática a jusante;

TE Elemento de temperatura a jusante;

TW Termopoço.

RESERVADO
Alta Competência

Na composição de um sistema de medição, o sensor, considerado


elemento primário, é a placa de orifício (FE) que fica em contato
direto com o processo, gerando uma pressão diferencial proporcional
ao quadrado da vazão. A placa de orifício, instalada dentro do
dispositivo porta-placa, ou entre flanges (flange de orifício), gera
uma perda de carga permanente no processo.

O elemento primário do medidor tipo placa de orifício é composto


de:

• A placa de orifício propriamente dita;

• A tomada de pressão diferencial;

• Os trechos retos de medição;

112
• O dispositivo porta-placa ou flange de orifício;

• O condicionador de fluxo (quando utilizado);

• Sensor de temperatura (TE);

• Sensor de pressão estática (PE).

O Elemento Secundário, responsável pela indicação das variáveis


dinâmicas do cálculo da vazão, é formado por:

• Indicador (FI) ou registrador local (FR) ou transmissor de vazão


(FT);

• Transmissor de Temperatura (TT);

• Transmissor de Pressão (PT).

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

PT
Trecho reto a
montante

TT

TE

Trecho reto a
jusante

Sistemas típicos de medição por placa de orifício 113

Neste tipo de sistema há três valores básicos de pressão:

• Pressão a montante da placa P1 (maior pressão);

• Pressão a jusante da placa P2 (menor pressão), próximo do


ponto de pressão mínima, denominado de Vena Contracta;

• Pressão recuperada após a placa P3.

P1 P2 P3

Diferencial Perda de pressão


de pressão

Placa de orifício Zona de circulação

Fluxo

Vena contracta

RESERVADO
Alta Competência

A pressão estática utilizada nos cálculos deve ser a pressão absoluta


do fluido, medida em uma das tomadas do flange de orifício.
O centro de cada tomada deve ficar a 1” da face da placa de orifício,
como mostra a ilustração a seguir.

1’’
1’’

Fluxo

Tomada a Tomada a
montante(antes) jusante (após)

114 Tomada no flange


Tomadas de pressão tipo tomadas no flange (“flange-taps”)

A razão entre o diâmetro do orifício e o diâmetro interno da tubulação


é dada por:

d
=
D

A qualidade de uma medição é função da sua incerteza. Para conseguir


uma baixa incerteza na medição, a razão entre diâmetros não deve
ser muito baixa nem muito alta: é recomendado trabalhar com um β
entre 0,3 e 0,62.

A norma especifica os limites de tolerâncias para as especificações


da placa de orifício após o uso prolongado, tais como rugosidade
das duas faces da mesma, máxima deformação no sentido do fluxo,
arredondamento do orifício, excentricidade, desgaste do bordo reto,
erosão, corrosão, limpeza, incrustação de sólidos etc.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Os trechos retos a montante e a jusante devem ser dimensionados


de forma que o fluido apresente um perfil de fluxo plenamente
desenvolvido na entrada do orifício, livre de redemoinhos ou vórtices.
Qualquer distorção no perfil de fluxo acarretará erros de medição.
A norma apresenta valores recomendados para os trechos de acordo
com a disposição da tubulação e presença de válvulas ou reduções.
A ilustração a seguir apresenta a configuração típica de um sistema
com trechos retos flangeados ou soldados e com curvas a montante
do trecho reto.

Tubo métrico
UL DL

Orifício
Distância de
separação, S

Tubo métrico
UL DL
UL1 UL2
115
Distância de Orifício
separação, S 1998 concentração uniforme
19 - feixe de tubo de fluxo contínuo

Exemplo de trechos retos recomendados para o caso de entrada


flangeada ou soldada (Norma AGA-3)

A tabela Requisitos de Instalação de Placas de Orifício sem


Condicionador de Fluxo da norma AGA3 apresenta os comprimentos
mínimos dos trechos retos sem condicionadores de fluxo, e pode
ser notado que os comprimentos variam com o β, sendo que longos
trechos retos são requeridos para altos valores de β. Quando o
diâmetro do orifício requerer mudanças, de forma a atender a
diferentes condições de fluxo (aumento de range), o comprimento
recomendado deverá ser aquele que atenda ao maior β. Em casos de
novas instalações, o critério de projeto deverá ser o equivalente a β
igual a 0,75. Sempre que possível, é desejável adotar valores maiores
que os mostrados nessa tabela.

Os itens que compõem a especificação dos trechos retos são:

• Material;

• Rugosidade;

RESERVADO
Alta Competência

• Diâmetro interno do trecho reto e tolerância;

• Comprimento dos trechos retos.

As tabelas Requisitos de Instalação de Placas de Orifício com


Retificador de Fluxo do Tipo “1998 Uniform Concentric 19-Tube Bundle
Flow Straightener” para os casos de trechos retos a montante de 17Di
≤ UL ≤ 29Di e para os casos de trechos retos a montante de UL ≥
29Di apresentam os valores recomendados de posicionamento dos
condicionadores de fluxo do tipo “1998 Uniform Concentric 19-Tube
Bundle Flow Straightener” para os casos de trechos retos a montante de
17Di ≤ UL ≤ 29Di e para UL ≥ 29Di. Pode-se notar que há uma sensível
redução nos valores para cerca de 5-13 Di. A norma não recomenda
trechos retos a montante menores que 17Di. Atesta ainda que, para
instalações e/ou condicionadores de fluxo não explicitados na norma,
os dispositivos deverão ser testados em condições in-situ ou por um
116 laboratório acreditado.

A norma AGA-3 Parte 2, revisada em abril de 2000, estabeleceu o


retificador de fluxo do tipo feixe de 19 tubos concêntricos como o
único cujos resultados de testes levaram às tabelas de trechos retos
recomendados. Outros tipos de condicionadores ou retificadores
podem ser empregados desde que sejam submetidos aos testes
descritos nos anexos da norma citada. Os resultados de tais testes,
que normalmente serão fornecidos pelos fabricantes de sistemas de
medição, deverão prover as distâncias necessárias para os trechos
retos a montante da placa de orifício. A ilustração, a seguir, apresenta
um exemplo de um condicionador de fluxo da Daniel.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Condicionador de fluxo da Daniel (Profiler)

O poço para o sensor de temperatura deve ser instalado a jusante


da placa de orifício na distância de DL recomendada nas tabelas e
não mais distante do que 4DL. Caso seja utilizado um condicionador
117
de fluxo, o sensor de temperatura pode ser instalado não menos
que 36 polegadas (92 cm) do ponto a montante da entrada do
condicionador de fluxo. Cuidado especial deverá ser tomado quanto
à possível influência da temperatura ambiente no poço do sensor
de temperatura. Em casos onde há extrema diferença entre a
temperatura ambiente e a temperatura do fluido, os trechos retos
devem ser isolados termicamente. O mesmo é válido para os casos
onde os fluidos medidos estiverem perto do ponto crítico, onde
pequenas variações na temperatura resultam em grandes variações
de densidade.

RESERVADO
118
Mínimo trecho reto desobstruído a montante da placa de orifício
(comprimento em múltiplos de diâmetros internos Di)
Dois co-
Cotovelo 90º
Alta Competência

tovelos Dois co- Tê 90º


simples Dois Qualquer
90º no tovelos Dois simples Cotovelo
Dois cotovelos cotovelos outra con-
mesmo 90º no cotovelos utilizado 45º simples Válvula
90º no mesmo º 90º em figuração
plano mesmo 90 em como Dois gaveta Trecho reto
plano com planos Redução (com-
com plano em planos cotovelo, cotovelos aberta a jusante
S>30Di perpen- concên- preende
espaça- configu- perpen- mas não 45º no em 50 (compri-
Dois cotovelos diculares trica todas
dor em ração S diculares como um mesmo % pelo mento)
90º em pla- com demais
configu- com com S<5Di elemen- plano com menos
nos perpen- 5Di catego-
ração 10Di (*) to difer- S≥22Di
diculares com ≤S≤15Di rias) (*)
S com <S≤30Di encial
S>15Di
S≤10Di
β (d/Di) UL UL UL UL UL UL UL UL UL UL DL
≤ 0,20 6 10 10 50 19 9 30 17 6 70 2.8
0,30 11 10 12 50 32 9 30 19 6 108 3.0
0,40 16 10 13 50 44 9 30 21 6 145 3.2
0,50 30 30 18 95 44 19 30 25 7 145 3.5
0,60 44 44 30 95 44 29 30 30 9 145 3.9
0,67 44 44 44 95 44 36 44 35 11 145 4.2
0,75 44 44 44 95 44 44 44 44 13 145 4.5
Comprimento 44 44 44 95 44 44 44 44 13 145 4.5
recomendado para
range máximo
β ≤ 0,75
Requisitos de instalação de placas de orifício sem condicionador de fluxo

UL = Mínimo comprimento do trecho reto a montante da placa de orifício em diâmetros internos (Di) (ver Figura 4.40 desta apostila ou Figura 2-6 da norma). O trecho reto deve ser medido do ponto
a jusante da parte curvilínea do cotovelo ou tê mais próximo (ou único) ou do ponto a jusante da parte cônica da redução ou expansão da tubulação.
DL = Mínimo comprimento do trecho reto a jusante em diâmetros internos (Di) (ver Figura 4.40 desta apostila ou Figura 2-6 da norma).
S = Distância entre os elementos de tubulação em diâmetros internos (Di) medida do ponto a jusante da parte curvilínea do primeiro cotovelo (sentido do fluxo) ao ponto a montante da parte
curvilínea do segundo cotovelo.
(*) Essas instalações apresentam os efeitos mais rigorosos relativos ao número de Reynolds e rugosidade do tubo nos comprimentos recomendados em função do decaimento do redemoinho. As
presentes recomendações foram desenvolvidas para altos números de Reynolds e tubos polidos, de forma a abranger o pior caso.
Nota: A tolerância para os comprimentos especificados de UL e DL é ± 0,25 Di.

RESERVADO
Tê 90º simples Fluxo em alto Qualquer tipo de
º º
Cotovelo 90 Dois Cotovelos 90 utilizado como Válvulas abertas redemoinho conexão de tubo Trecho reto a
simples com fora do mesmo plano cotovelo, mas não em 50 % pelo combinado (compreende jusante
R/Di = 1.5 com S≤2Di e R/Di = 1.5 como um elemento menos com tê 90º todas demais (comprimento)
diferencial simples categorias)
β (d/Di) UL2 UL2 UL2 UL2 UL2 UL2 DL
0.10 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 11 5 – 13 5 – 11.5 2.8
0.20 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 11 5 – 13 5 – 11.5 2.8
0.30 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 11 5 – 13 5 – 11.5 3.0
0.40 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 14.5 5 – 11 5 – 13 5 – 11.5 3.2
0.50 11.5 – 14.5 9.5 – 14.5 11 – 13 (b) 11 – 13 (c) 3.5
0.60 12 – 13 13.5 – 14.5 (a) Não permitido (a) Não permitido 3.9
0.67 13 13 – 14.5 Não permitido Não permitido Não permitido Não permitido 4.2
0.75 14 Não permitido Não permitido Não permitido Não permitido Não permitido 4.5
Comprimento 13 13.5 – 14.5 13 9.5 13 9.5 4.5
recomendado β ≤ 0.67 β ≤ 0.67 β ≤ 0.54 β ≤ 0.47 β ≤ 0,54 β ≤ 0,46
para range
máximo de
β
Requisitos de instalação de placas de orifício com retificador de fluxo do tipo “1998 Uniform Concentric 19-Tube Bundle Flow Straightener” para os casos de trechos retos a montante
de 17Di ≤ UL ≤ 29Di

(a) 13Di permitido para valores até β = 0,54


(b) 9.5Di permitido para valores até β = 0,47
(c) 9.5Di permitido para valores até β = 0,46
S = Distância entre os cotovelos, medida como definido na Tabela 4.10 (Tabela 2-7 da norma).
UL1 = UL – UL2 (ver Figura 4.40 desta apostila ou Figura 2-6 da norma).
Nota 1: Os comprimentos mostrados na coluna UL2 são as dimensões mostradas na Figura 4.40 desta apostila (ou Figura 2-6 da norma), expressas como números de diâmetros
internos (Di) entre a face a jusante do retificador de fluxo tipo “1998 Uniform Concentric 19-Tube Bundle Flow Straightener” e a face a montante da placa de orifício.
Nota 2: A tolerância para os comprimentos especificados de UL, UL2 e DL é ± 0,25 Di.
Nota 3: “Não permitido” quer dizer que não é possível definir uma posição aceitável para o retificador de fluxo instalado a jusante de qualquer conexão para todos casos de UL.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

119
120
Cotovelo 90º Dois cotovelos Tê 90º simples Válvulas abertas Fluxo em alto Qualquer tipo de Trecho reto a
simples com 90º fora do utilizado como em 50 % pelo redemoinho conexão de tubo jusante
R/Di = 1.5 mesmo plano cotovelo, mas não menos combinado com (compreende (comprimento)
Alta Competência

com S≤2Di como um elemen- tê 90º simples todas demais


e R/Di = 1.5 to diferencial categorias)
β (d/Di) UL2 UL2 UL2 UL2 UL2 UL2 DL
0.10 5 – 25 5 – 25 5 – 25 5 – 13 5 – 23 5 – 13 2.8
0.20 5 – 25 5 – 25 5 – 25 5 – 13 5 – 23 5 – 13 2.8
0.30 5 – 25 5 – 25 5 – 25 5 – 13 5 – 23 5 – 13 3.0
0.40 5 – 25 5 – 25 5 – 25 5 – 13 5 – 23 5 – 13 3.2
0.50 11.5 – 25 9 – 25 9 – 23 7.5 – 15 9 – 19.5 11.5 – 14.5 3.5
0.60 12 – 25 9 – 25 11 – 16 10 – 17 11 – 16 12 – 16 3.9
0.67 13 – 16.5 10 – 16 11 – 13 10 – 13 11 – 13 13 4.2
0.75 14 – 16.5 12 – 12.5 12 – 14 11 – 12.5 14 Não permitido 4.5
Comprimento 13 12 – 12.5 12 – 13 11 – 12.5 13 13 4.5
recomendado β ≤ 0.75 β ≤ 0.75 β ≤ 0.75 β ≤ 0.75 β ≤ 0,75 β ≤ 0,67
para range
máximo de
β
Requisitos de instalação de placas de orifício com retificador de fluxo do tipo “1998 Uniform Concentric 19-Tube Bundle Flow Straightener” para os casos de trechos retos a
montante de UL ≥ 29Di

S = Distância entre os cotovelos, medida como definido na Tabela 4.10 (Tabela 2-7 da norma).
UL1 = UL – UL2
Nota 1: Os comprimentos mostrados na coluna UL2 são as dimensões mostradas na Figura 4.40 desta apostila (ou Figura 2-6 da norma) e Tabela 4.11 (Tabela 2-8a da norma).
Nota 2: A tolerância para os comprimentos especificados de UL, UL2 e DL é ± 0.25 Di.
Nota 3: “Não permitido” quer dizer que não é possível definir uma posição aceitável para o retificador de fluxo instalado a jusante de qualquer conexão para todos os casos
de UL.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

3.2.2. Cálculo das vazões de gás natural

A versão atual da norma AGA-3 é baseada no cálculo do coeficiente


de descarga (Cd), definido como a relação entre a vazão real (com
o medidor) e a vazão teórica (sem o medidor). Numericamente, o
coeficiente de descarga é função de vários parâmetros, inclusive o
número de Reynolds, que é função da vazão. A vazão é determinada
iterativamente pelas equações abaixo:

Q = [Cd EvY(πd2/4)(2ρf hw) 0,5]/ρb

Q = N1 Cd Ev Y df2Fpv [(Pf1 hw)/(dg Tf)] 0,5

Onde:
121
Q = vazão volumétrica do gás;

N1 = constante de conversão de unidades;

Cd = coeficiente de descarga;

Ev = fator de velocidade de aproximação;

Y = coeficiente de expansão;

df = diâmetro médio do orifício da placa na Tf;

Fpv = fator de supercompressibilidade do gás;

Pf1 = pressão de fluxo a montante da placa de orifício;

hw = pressão diferencial na placa de orifício;

dg = densidade do gás;

RESERVADO
Alta Competência

Tf = temperatura de fluxo;

ρf = massa específica nas condições de fluxo;

ρb = massa específica nas condições de base.

O fator de supercompressibilidade é calculado pela equação abaixo:

Fpv = (Zb/Zf1) 0,5

Onde:

Zb = fator de compressibilidade do gás nas condições padrão;

122 Zf1 = fator de compressibilidade do gás nas condições de fluxo.

O cálculo de Z deve ser feito utilizando a norma AGA-8. Esse cálculo


é iterativo, portanto o cálculo de Fpv é o resultado das iterações de
Zb e Zf1 . Existem dois métodos de cálculo:

a) Método simplificado (gross): considera apenas, como diluentes no


gás, o CO2 e N2; tem uso limitado;

b) Método detalhado (detailed): necessita que a composição do gás


seja fornecida completamente em % de mols; tem uma grande
abrangência de utilização.

Segundo a AGA-3, o valor de pressão diferencial no orifício é dado


em polegadas de água a 60º F é:

hw = (P1 - P2)  "H2O@ 60º F

As equações de vazão mássica e volumétrica são apresentadas no


sistema inglês de unidades (polegada-libra ou inch-pound), portanto,
para ter sua aplicação no Sistema Internacional (SI), fatores de
conversão deverão ser utilizados.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

A norma AGA3 estabelece as equações nas condições de vazão


standard ou base. Não há equações para condições reais (flowing)
embora alguns parâmetros sejam definidos dessa forma.

A condição padrão (standard) é definida como:

Ps = pressão estática absoluta de 14,73 lbf/in2 abs;

Ts = temperatura absoluta de 519,67º R (60º F);

Z = compressibilidade para uma dada densidade relativa G.

A condição base (tal como nos Estados Unidos) é definida como:

Ps = pressão estática absoluta de 14,73 lbf/in2 abs. (101,560 kPa);


123
Ts = temperatura absoluta de 519,67º R (60º F) (15,56º C);

Z = compressibilidade de 0,999590 que é a do ar (Zbair = Zsair).

Segundo a ISO, a condição base é definida como:

Ps = pressão estática absoluta de 14,696 lbf/in2 abs. (101,325 kPa);

Ts =temperatura absoluta de 59º F (15,00º C).

Segundo a norma AGA-3, a equação fundamental de vazão mássica


(qm) num medidor tipo placa de orifício é dada por:

qm = CdEvY (/4) d2 2gcρt,p∆P

Onde:

Cd = coeficiente de descarga da placa de orifício;

Ev = fator de velocidade de aproximação;

RESERVADO
Alta Competência

Y = fator de expansão;

d = diâmetro do orifício;

gc = constante dimensional de conversão;

ρ = massa específica nas condições de operação.

Segundo a norma, a vazão volumétrica de gás natural, em pés cúbicos


por hora nas condições base é dada por:

359.072Cd (FT) EvY1d2 t,p1h


w

Qb =
b

124 Onde:

Cd(FT) = coeficiente de descarga da placa de orifício c/ flange-taps;

Ev = fator de velocidade de aproximação;

Y1 = fator de expansão (pressão a montante);

d = diâmetro do orifício;

ρ = massa específica.

O coeficiente de descarga da placa de orifício do tipo concêntrico com


bordo reto e com tomadas do tipo flange-taps Cd (FT) foi determinado
experimentalmente (por Reader-Harris e Gallagher) e é função do β,
do diâmetro do tubo e do número de Reynolds.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

O fator de velocidade de aproximação Ev é uma expressão matemática


que relaciona a velocidade do fluido na seção a montante do orifício
com a velocidade no próprio orifício.

O fator de expansão Y1 é função do β, da razão entre a pressão


diferencial e a pressão estática na tomada a montante, e o expoente
isentrópico k.

A equação acima pode ser modificada, considerando a densidade


relativa real (Gr) do gás como se segue:

Tb P1ZbZbairhw
Qb= 218.573Cd (FT) EvY1d2
Pb GrZ1Tf

As vazões volumétricas calculadas nas condições standard devem ser


convertidas para as condições base através da seguinte relação: 125
  
 Ps   Tb   Zb 
Qb = Qv   
 Pb Z
 Ts
  
  s

Onde:

os subscritos (v) e (s) correspondem a standard e (b) a base.

3.2.3. Programas utilitários

Para dimensionar um sistema de medição novo ou avaliar a situação


de um já existente, é necessário utilizar programas de computador
específicos. No E&P, foram desenvolvidos dois programas para essas
finalidades (autores: Josaphat D. da Mata e Edvaldo Carrascosa).

• Programa MEDGÁS: desenvolvido em planilha Excel com o


objetivo de permitir realizar cálculos de vazão, gerar tabelas
instantâneas de vazão e de planímetro, e dimensionar a placa
de orifício pelo critério de incerteza mínima; é muito útil em
aplicações operacionais e em projetos;

RESERVADO
Alta Competência

Programa INCERTGÁS: desenvolvido em planilha Excel com o objetivo


de calcular a incerteza total numa instalação de medição com placa
de orifício; também faz o diagnóstico completo da instalação,
identificando os pontos fora da norma; é muito útil em aplicações
operacionais e em projetos.

3.2.4. Calibração de medidores de gás

Segundo o regulamento da ANP, os medidores de gás devem ser


calibrados segundo os critérios da norma NBR ISO 10012-1, com
intervalo inicial entre calibrações sucessivas não superiores a 60 dias para
medidores fiscais e não superior a 90 dias para outros medidores.

Nas medições com placas de orifício, devem ser calibrados os


instrumentos de pressão diferencial, pressão e temperatura de fluxo,
devendo a exatidão das medições de pressão diferencial, pressão e
temperatura estar dentro dos limites para se obter uma incerteza,
126
no resultado da medição, inferior à especificada no regulamento.
Se as exatidões de medição estiverem fora dos limites, os instrumentos
devem ser regulados ou ajustados.

Um programa de calibração, periódica, deve ser mantido para cada


ponto de medição, inclusive para a placa de orifício e do trecho de
medição, com objetivo de prevenir ou corrigir erros sistemáticos.

Os medidores de gás do tipo turbina e medidores do tipo ultra-sônico


devem ser calibrados com uma vazão igual à vazão usual de operação,
com uma variação de ±10%, no máximo. Devem ser calibrados os
instrumentos de pressão e temperatura utilizados para compensação
de pressão e temperatura, devendo a exatidão das medições estar
dentro dos limites para se obter uma incerteza, no resultado da
medição, menor que a especificada no regulamento.

3.3. Medição de gás de tocha

Pelo Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural


(RTM) da ANP/INMETRO, a medição de vazão de gás de tocha (flare)
se enquadra na categoria dos “demais tipos” (não é fiscal, nem
de apropriação), pois tem o propósito de controle operacional da
produção, devendo apresentar incertezas de medição inferiores
a 3%.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Embora o RTM recomende a medição e o registro dos volumes de gás


ventilado ou queimado em tochas, é aceitável a sua estimativa por
balanço ou mesmo outros procedimentos, desde que previamente
autorizados pela ANP.

• As características dessa aplicação são, entre outras:

• Amplos “ranges” de vazão (turndown) e velocidades


requeridos;

• Variações bruscas na pressão do escoamento;

• Grandes diâmetros utilizados;

• Necessidade de baixa manutenção;


127
• Necessidade de baixa intrusividade ao processo;

• Existência de variações na composição do gás devido à presença


eventual de líquido (condensado ou gotículas de óleo).

Normalmente, as vazões nos sistemas de queima de gás são medidas


na região de baixas velocidades (modo normal de operação) e a
totalização em base diária é suficiente. No entanto, alguns sistemas
sofrem se há uma situação de emergência ou shutdown, onde ocorrem
vazões muito altas (velocidades de até 90 m/s). Como exemplo, a
tabela a seguir apresenta as condições operacionais do sistema de
flare de P-31, onde se nota que os valores máximos de velocidade
podem ser considerados altos para instrumentos convencionais.

Diâmetro Pressão Vazão Velocidade


(inch) (psi) (m3/d) (m/s)
Flare de baixa 12 0,5 – 3 0 – 315.000 49
Flare de alta 34 1,6 – 10 0 – 3.300.000 64
Condições operacionais do sistema de flare de P-31

RESERVADO
Alta Competência

3.4. Exercícios

1) Explique o que são medidores de vazão e qual a sua função.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________.

128

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

2) Correlacione os diferentes tipos de medidores de vazão, na coluna da


esquerda, com os seus respectivos princípios de funcionamento, na coluna
da direita.

Medidor Princípio de funcionamento


Ele usa o efeito da tensão elétrica, provocada
por um condutor em movimento (neste caso,
(a) De deslocamento
( ) o fluido). Os elementos do medidor são
positivo
arranjados de forma que a direção do fluxo
seja normal (perpendicular) ao campo.
Funciona transmitindo um sinal de freqüên-
cia constante no fluido. Bolhas, sólidos em
suspensão ou redemoinhos no fluido fazem
com que o sinal seja refletido ou disperso
de volta ao transdutor receptor. Quando o
(b) Tipo turbina ( )
fluido estiver em movimento, haverá uma
variação na freqüência do sinal recebido.
A diferença entre as freqüências dos sinais
129
transmitido e recebido será proporcional à
velocidade do meio.
O seu princípio de medição se baseia num
rotor dotado de múltiplas palhetas ou pás,
montado em mancais e com livre movimento
(c) Tipo mássico de rotação. Esse rotor é girado pela energia
( )
Coriolis cinética do fluido que escoa a uma velocida-
de angular que, dentro da região linear do
medidor, é proporcional à velocidade média
axial do fluido.
É aquele que mede a quantidade de um flui-
(d) Tipo ultra- do que escoa pela separação do fluxo em
( )
sônico pacotes ou volumes discretos, seguido da
contagem desses volumes.
Um fluido, ao passar por um tubo que vibra
a uma determinada freqüência, irá acele-
rar ou desacelerar assim que o fluido passar
(e) Tipo magnético ( ) pelo ponto inicial e pelo final da amplitude
da freqüência. Esta força, ao causar a defor-
mação no tubo de medição, pode ser medi-
da e utilizada para determinar a vazão.

RESERVADO
Alta Competência

3) Os níveis mais rigorosos de incerteza preconizados pelo regula-


mento técnico de medição da ANP/INMETRO correspondem à medi-
ção:

( ) fiscal

( ) de apropriação

( ) operacional

( ) de queima

( ) padrão

4) Medidor composto por um rotor dotado de múltiplas palhetas ou


pás, montado em mancais e com livre movimento de rotação, que é
girado pela energia cinética do fluido que escoa através dele; trata-
se do medidor tipo:

130 ( ) ultra-sônico

( ) mássico

( ) magnético

( ) turbina

( ) Coriolis

5) Medidor que pode ser instalado externamente ao duto, com bra-


çadeira:

( ) ultra-sônico

( ) mássico

( ) placa de orifício

( ) turbina

( ) magnético

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

6) Medidor incompatível com a medição de óleo cru:

( ) ultra-sônico

( ) mássico

( ) deslocamento positivo

( ) turbina

( ) magnético

7) Medidor que se destaca pelas seguintes características: simplicida-


de de confecção, fácil adaptação ao controle de vazão em processos
contínuos, facilidade de calibração sem precisar de outro medidor de
vazão como referência:

( ) ultra-sônico

( ) mássico
131
( ) placa de orifício

( ) turbina

( ) eletromagnético

8) A vazão máxima de um medidor tipo turbina é determinada pela


limitação dos mancais ou pelo efeito abaixo, que pode ocorrer logo
após as pás do rotor:

( ) condensação

( ) turbulência

( ) estratificação

( ) vibração

( ) cavitação

RESERVADO
Alta Competência

9) Complete as lacunas:

a) Um sistema de medição é composto de um elemento primário,


também chamado de _______________________, de elementos se-
cundários, também chamados de __________________________, de
um computador de vazão e de __________________________, tais
como filtros, misturadores, desaeradores etc.

b) Um medidor mássico mede a vazão mássica e também a


____________________.

c) Entre os medidores de vazão de líquido estudados, de modo


geral, o mais recomendável para fluidos viscosos é o medidor tipo
___________________________, e um recomendável, para fluidos
menos viscosos, é o medidor tipo __________________________.

d) Quanto maior o número de feixes num medidor ultra-sônico,


melhor deve ser a ____________________ do resultado.

132 10) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmati-
vas:

( ) O número de Reynolds é um número adimensional que re-


laciona as forças inerciais do fluido com as forças viscosas
que agem sobre ele.
( ) A turbina é adequada para medir fluidos viscosos.
( ) O medidor magnético é adequado para medir óleo cru.
( ) O medidor mássico necessita de trecho reto a montante.
( ) A placa de orifício não necessita de trecho reto a jusante.

11) Quais os medidores mais comuns na medição de vazão de gás


natural?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

3.5. Glossário
AGA - American Gas Association.

ANP - Agência Nacional de Petróleo.

API - American Petroleum Institute.

BSW (Basic Sediments Water) - teor de água e sedimentos contidos no petróleo,


expresso em porcentagem volume por volume (%v/v).

Cavitação - formação de bolhas de vapor ou de um gás em um líquido por efeito


de forças de natureza mecânica.

Condicionador de fluxo - equipamento instalado na tubulação a fim de reduzir o


comprimento do trecho reto. Exemplo: feixes de tubo juntos e placa perfurada.

Condição de referência - condição de uso prescrita para ensaio de desempenho de


um instrumento de medição ou para intercomparação de resultados de medição.

Efeito Doppler - aparente mudança da freqüência de ondas sonoras ou ondas de


133
luz, variando com a velocidade relativa da fonte e do obsrevador. Essa mudança de
freqüencia pode ser utilizada para prever sua velocidade e posição.

EMED - Estação de Medição.

Erro de medição - diferença entre o valor calculado e o valor verdadeiro do


mesnsurando.

Erro sistemático - diferença entre a média dos valores lidos e o valor verdadeiro.

Erro máximo admissível - valor extremo de um erro admissível por regulamento,


especificação etc., para um dado instrumento de medição.

FI - indicador de vazão.

Flange - elemento que permite a união de dois componentes de um sistema de


tubulações.

Flare - sistema de descarte seguro de gases aliviados através do uso da combustão.

FM (fator do medidor) - quociente entre o volume bruto medido, utilizando um


medidor-padrão de trabalho, ou medida materializada de volume, e o volume
registrado por um medidor durante um teste de calibração do medidor em
operação.

FR - registrador de vazão.

FT - transmissor de vazão.

RESERVADO
Alta Competência

Incerteza de medição - parâmetro associado ao resultado de uma medição, que


caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente atribuídos ao
mensurando (quantidade particular submetida à medição).

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

In-situ - em latim, a expressão significa “dentro”, no local. Volume de óleo in-situ


significa o volume total de óleo existente dentro do reservatório, tanto o volume
recuperável quanto o não recuperável.

ISO - International Organization for Standardization. Organização Internacional de


Normalização.

Mancal - suporte de apoio de eixos.

Medidor-padrão - medidor utilizado como padrão de comparação na calibração de


outros medidores.

NBR - Norma Brasileira.

Número de Reynolds - número adimensional que relaciona as forças inerciais do


134 fluido com as forças viscosas que agem sobre ele.

OIML - Organização Internacional de Metrologia Legal.

PE - sensor de pressão estática.

Pick-off coil - bobina detectora.

Placa de orifício - tipo de medidor muito utilizado para medição de gás que pode
ser utilizado, em condições especiais, para a medição de líquidos.

Provador - recipiente aberto ou fechado, de volume conhecido, utilizado como


padrão volumétrico para calibração de medidores de fluido de petróleo.

PT - transmissor de pressão.

Pulso - sinal de duração finita, que assume um valor constante por um certo
intervalo de tempo, e é nulo em instantes de tempo fora deste intervalo.

Rangeabilidade - turndown ratio, rangeability - relação entre o maior valor e o menor


valor da faixa de medição, mantendo-se o desempenho especificado pelo fabricante
de um medidor.

Revamp - atualização de sistema.

RTM - Regulamento Técnico de Medição.

Shutdown - parada do equipamento ou processo.

SI - Sistema Internacional de Unidades.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

Tamanho nominal - também chamado de “diâmetro nominal”, é o termo consagrado


comercialmente para designação do diâmetro dos tubos de condução, eletroduto
e petrolífero.

TE - sensor de temperatura.

TT - transmissor de temperatura.

Venturi - tipo de medidor de vazão que apresenta redução no diâmetro e causa


uma pressão diferencial no fluido.

Vórtice - turbilhonamento ou redemoinho formado pela circulação de um fluido.

135

RESERVADO
Alta Competência

3.6. Bibliografia
BAKER, R.C. Flow Measurement Handbook: industrial designs, operating principles,
performance, and applications. First Edition. Cambridge University Press, 2000.

BENEDICT, R.P. Fundamentals of Temperature, Pressure, and Flow Measurements.


3rd Edition, John Wiley & Sons, 1984.

BOCHNER, R. Estudo comparativo das principais técnicas aplicadas ao controle


estatístico de processo. UFRJ/COPPE, 1990.

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis - ANP.


Disponível em: < http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/
portarias_conj/2000/pconj%201%20-%202000.xml?f=templates$fn=default.
htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu>. Acesso em: dez 2008.

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136
BUCHMANN, J.H. E SARKIS, J.E.S. O conceito de incerteza aplicado aos processos de
medição associados à preparação de uma solução de referência para calibração.
São Paulo: Química Nova – v.25 n.1, 2002.

DELMÉE, G.J. Manual de Medição de Vazão. 3ª Edição. São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 2003.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Guia para Expressão da Incerteza de Medição. Rio de
Janeiro, 1997.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO N.º 064. Rio de Janeiro, 2006.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Versão Brasileira do Documento de Referência EA-
4/02 – Expressão da Incerteza de Medição na Calibração. Rio de Janeiro, 1999.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e
Gerais de Metrologia. Rio de Janeiro, 1995.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Tradução da publicação do BIPM. Resumo do Sistema
Internacional de Unidades – SI. Rio de Janeiro, 2002.

MARTINS, N. MANUAL DE MEDIÇÃO DE VAZÃO – ATRAVÉS DE PLACAS DE ORIFÍCIO,


BOCAIS E VENTURIS. Rio de janeiro:Ed. Interciência, 1998.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

MATA, JOSAPHAT D., Determinação de Incerteza de Medição, Petrobras RPBA,


Salvador, 1994.

MATA, JOSAPHAT DIAS, CARRASCOSA, E.A. Medição de gás com placa de orifício,
2ª ed., 2001.

MILLER, RICHARD W. Flow Measurement Engineering Handbook. third edition,


McGraw-Hill, 1996.

MOFFAT, R.J. Contributions to The Theory of Single-Sample Uncertainty Analysis.


Journal of Fluids Engineering, Vol.104, p.250-260, June, 1982.

OIML R 117. Measuring Systems for Liquids Other Than Water. Paris,1995.

PURSLEY, W.C. Turbine Meters: Three Day Course on Flow Measurement. National
Engineering Laboratory Executive Agency, Glasgow, 1994.

RIBEIRO, M.A. Metrologia Industrial. 5a Edição, Treinamento & Consultoria Ltda.,


1999.

RIBEIRO, M.A. Medição de Petróleo e Gás Natural. 1a Edição, Treinamento &


Consultoria Ltda., 2002. 137

SILVA, Claudio Barreiros da Costa e. Incerteza na medição de vazão: uma técnica


simples, mas poderosa, para aumentar a produtividade, minimizar desperdícios
e reduzir vazamentos para o meio ambiente. Disponível em: <http://www2.
petrobras.com.br/tecnologia/port/boletim_tecnico/v47_n2-4_abr-dez-2004/pdf/
arquivo_7.pdf>. Acesso em: 21 de maio de 2008.

TAYLOR, BARRY N.; KUYATT, CHRIS E. Guidelines for evaluating and expressing the
uncertainty of NIST measurements results. NIST Technical note 1297, 1994.

RESERVADO
Alta Competência

3.7. Gabarito
1) Explique o que são medidores de vazão e qual a sua função.

São instrumentos capazes de medir o volume que se desloca através de


determinada seçãotransversal de uma tubulação livre ou de um conduto forçado
(tubulação com pressão positiva ou negativa) em função de um período de tempo.
Os medidores de vazão volumétrica se baseiam em padrões de volume e tempo,
enquanto medidores de vazão mássica avaliam padrões de massa e tempo.

Sua função é medir a rapidez com a qual um volume escoa.

2) Correlacione os diferentes tipos de medidores de vazão, na coluna da esquerda,


com as seus respectivos princípios de funcionamento, na coluna da direita.

Medidor Princípio de funcionamento


(a) De deslocamento (e) Ele usa o efeito da tensão elétrica, provocada
positivo por um condutor em movimento (neste caso, o
fluido). Os elementos do medidor são arranjados
de forma que a direção do fluxo seja normal
(perpendicular) ao campo.
138
(b) Tipo turbina (d) Funciona transmitindo um sinal de freqüência
constante no fluido. Bolhas, sólidos em suspensão
ou redemoinhos no fluido fazem com que o sinal
seja refletido ou disperso de volta ao transdutor
receptor. Quando o fluido estiver em movimento,
haverá uma variação na freqüência do sinal
recebido. A diferença entre as freqüências dos
sinais transmitido e recebido será proporcional à
velocidade do meio.
(c) Tipo mássico (b) O seu princípio de medição se baseia num rotor
Coriolis dotado de múltiplas palhetas ou pás, montado
em mancais e com livre movimento de rotação.
Esse rotor é girado pela energia cinética do fluido
que escoa a uma velocidade angular que, dentro
da região linear do medidor, é proporcional à
velocidade média axial do fluido.
(d) Tipo ultra-sônico (a) É aquele que mede a quantidade de um fluido
que escoa pela separação do fluxo em pacotes ou
volumes discretos, seguido da contagem desses
volumes.
(e) Tipo magnético (c) Um fluido, ao passar por um tubo que vibra a
uma determinada freqüência, irá acelerar ou
desacelerar assim que o fluido passar pelo ponto
inicial e pelo final da amplitude da freqüência.
Essa força, ao causar a deformação no tubo
de medição, pode ser medida e utilizada para
determinar a vazão.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

3) Os níveis mais rigorosos de incerteza preconizados pelo regulamento técnico de


medição da ANP/INMETRO correspondem à medição:
( X ) fiscal
( ) de apropriação
( ) operacional
( ) de queima
( ) padrão
4) Medidor composto por um rotor dotado de múltiplas palhetas ou pás, montado
em mancais e com livre movimento de rotação, que é girado pela energia cinética
do fluido que escoa através dele; trata-se do medidor tipo:
( ) ultra-sônico
( ) mássico
( ) magnético
( X ) turbina
( ) Corriolis
139
5) Medidor que pode ser instalado externamente ao duto, com braçadeira:
( X ) ultra-sônico
( ) mássico
( ) placa de orifício
( ) turbina
( ) magnético
6) Medidor incompatível com a medição de óleo cru:
( ) ultra-sônico
( ) mássico
( ) deslocamento positivo
( ) turbina
( X ) magnético
7) Medidor que se destaca pelas seguintes características: simplicidade de
confecção, fácil adaptação ao controle de vazão em processos contínuos, facilidade
de calibração sem precisar de outro medidor de vazão como referência:
( ) ultra-sônico
( ) mássico
( X ) placa de orifício
( ) turbina
( ) eletromagnético

RESERVADO
Alta Competência

8) A vazão máxima de um medidor tipo turbina é determinada pela limitação dos


mancais ou pelo efeito abaixo, que pode ocorrer logo após as pás do rotor:

( ) condensação

( ) turbulência

( ) estratificação

( ) vibração

( X ) cavitação

9) Complete as lacunas:

a) Um sistema de medição é composto de um elemento primário, também chamado


de sensor, de elementos secundários, também chamados de transmissores, de um
computador de vazão e de elementos acessórios, tais como filtros, misturadores,
desaeradores etc.

b) Um medidor mássico mede a vazão mássica e também a densidade (ou massa


específica),

c) Entre os medidores de vazão de líquido estudados, de modo geral o mais


recomendável para fluidos viscosos é o medidor tipo deslocamento positivo e um
140 recomendável para fluidos menos viscosos é o medidor tipo turbina

d) Quanto maior o número de feixes num medidor ultra-sônico, melhor deve ser a
exatidão (ou incerteza) do resultado.

10) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas:

(V) O número de Reynolds é um número adimensional que relaciona as


forças inerciais do fluido com as forças viscosas que agem sobre ele.
(F) A turbina é adequada para medir fluidos viscosos.
Justicativa: A turbina é adequada para medir fluidos com viscosidade
baixa.
(F) O medidor magnético é adequado para medir óleo cru.

Justicativa: O óleo cru não tem condutividade elétrica suficiente para


ser medida por esse tipo de medidor.
(F) O medidor mássico necessita de trecho reto a montante.
Justicativa: O medidor mássico calcula a vazão mássica que não
depende do perfil de velocidade.
(V) A placa de orifício necessita de trecho reto a jusante.

RESERVADO
Capítulo 3. Medidores de vazão – volumes líquidos, petróleo e água

11) Quais os medidores mais comuns na medição de vazão de gás natural?

• Placa de orifício;
• Tubo Venturi;
• Bocal de vazão;
• Tubo lo-loss;
• Tipo cotovelo;
• Tubo de pitot;
• Anubar;
• V-cone.

141

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 4
Medidores de
volume

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Explicar a função do processo de arqueação de um


tanque;
• Identificar as principais variáveis que influenciam na
medição de volumes líquidos;
• Distinguir os processos de medição manual e de medição
automática;
• Distinguir os diferentes tipos de sistemas de medição
automática;
• Identificar os cuidados em uma medição em tanque
marítimo.

RESERVADO
Alta Competência

144

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

4. Medidores de volume

A
medição de petróleo em tanques é definida como a apuração
do volume de líquido, nas condições atmosféricas, em tanques
cilíndricos (vasos), ou tanques marítimos em navios.

4.1. Termos usados na medição de petróleo em tanques

As medições de nível de líquido devem ser feitas com trena manual


ou com sistemas automáticos de medição de nível. Nessas medições, o
ponto de medição da produção deve estar localizado, por convenção,
imediatamente a jusante dos tanques de medição.

Assim, podemos perceber que, na medição de volumes líquidos, alguns


conceitos importantes devem ser conhecidos para que possamos
atender às determinações da Portaria Conjunta nº 1, de 19 de junho 145
de 2000, da ANP/INMETRO. Alguns dos principais termos são:

• Nível zero (mesa de medição) - do plano horizontal correspondente


ao ponto de contato da extremidade da trena com o fundo do tanque;
em relação a ele, são medidas as alturas;

• Tabela volumétrica - tabela que indica as capacidades ou os volumes


de um tanque, em função da altura do produto medida a partir do
nível zero;

• Altura do produto - distância entre o plano da superfície livre do


produto e o plano horizontal de nível zero;

• Referência - traço, marca, ou plano horizontal fixado na boca de


medição, na vertical do nível zero;

• Boca de medição - existente no teto do tanque e pela qual se


introduz a trena de medição;

• Altura de referência - distância entre a referência e o nível zero;

RESERVADO
Alta Competência

• Espaço vazio - distância entre a referência e a superfície livre do


produto existente no tanque;

• Corte - linha de demarcação deixada pelo produto na trena.

4.2. Arqueação

A arqueação é um procedimento realizado pelo INMETRO com a


finalidade de obter a tabela volumétrica do tanque. Esse procedimento
é realizado uma vez a cada 10 anos.

A tabela volumétrica é uma tabela que relaciona o volume contido


em cada nível de enchimento ou “anel”, obtido com medições das
respectivas alturas e perímetros.

Nas medições em tanque de volumes de produção de petróleo


146
menores que 50 m3/d, com tanques de capacidade menor que 100
m3, a arqueação do tanque pode ser efetuada por procedimento
simplificado, baseado nas dimensões principais do tanque. Nestas
medições, é permitida a utilização de medição de nível por régua
externa ao tanque, com incerteza de ± 20 mm, incluídos os erros de
leitura devidos à posição do observador.

Além da tabela citada, o nível, a temperatura, a massa específica


do líquido e o BSW devem ser medidos com o objetivo de corrigir
o volume.

O nível do tanque deve ser medido com trena manual ou com


um sistema automático de medição de nível (tipo radar, servo-
operado etc.).

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

Importante!
Todas as linhas conectando os tanques de medição às
suas entradas e saídas, bem como a outros tanques e
a drenos, devem ser providas de válvulas que possam
ser seladas na posição fechada e instaladas o mais
próximo possível do tanque. As válvulas devem
ser testadas periodicamente para verificar a sua
estanqueidade.

4.3. Normas e exigências técnicas

Existem dezenas de normas relativas à medição de volume. O objetivo


dessas normas é embasar os procedimentos envolvidos na medição.
Os procedimentos principais estão disponíveis no SINPEP para
consulta. Cada unidade dispõe de procedimentos específicos que são 147
disponibilizados e que devem ser consultados, sempre consultados .
Esses procedimentos são atualizados quando necessários, por isso o
técnico de operação deve participar ativamente, uma vez que cada
procedimento deve atender à norma, mas também à realidade de
cada UN.

O cálculo dos volumes dos líquidos medidos deve estar de acordo


com a seguinte norma:

ISO 4267- 2 Petroleum and Liquid Petroleum Products – Calculation of


Oil Quantities – Part 2: Dynamic Measurement

A tabela volumétrica é obtida com medições das respectivas alturas


e perímetros segundo os métodos da norma ISO 75731-1 (norma
utilizada pelo INMETRO). A seguir, serão apresentadas algumas
padronizações pertinentes a esse tipo de medição.

Para a determinação do volume medido, devem ser adotadas as


seguintes correções e os respectivos fatores:

RESERVADO
Alta Competência

a) Tabela volumétrica do tanque;

b) Dilatação térmica entre temperatura de medição e a condição de


referência de 20°C.

c) Teor de água e sedimentos (BSW).

4.4. Medição manual do volume

A medição manual é realizada através do uso de uma trena manual.


Este instrumento consiste de uma fita metálica com escala métrica
que tem um dispositivo de enrolamento e manivela, além do prumo.
O maior cuidado deve ser a sua limpeza após a operação.

Trena manual
148

Importante!
As trenas utilizadas para medição devem ser
verificadas anualmente pelo INMETRO.

A Portaria INPM n.º 33/67, que estabelece os procedimentos de


medição de altura de petróleo e seus derivados líquidos em tanques,
define os métodos a seguir:

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

Esquemas de medição em tanque: espaço cheio ou espaço vazio


Medição em espaço cheio Medição em espaço vazio
Fita Fita
da trena
da trena
Fita Fita
da trena
da trena Leitura
Leitura
da trena
da trena BocaBoca
de medição
de medição
Referência
Referência BocaBoca
de medição
de medição

Espaço vazio
Espaço vazio
CorteCorte
do produto
do produto
(leitura
(leitura
prumo)
prumo)

NívelNível
do produto
do produto
NívelNível
do produto
do produto

Parede
Parede
do tanque
do tanque
Parede
Parede
do tanque
do tanque

Prumo
Prumo
comcom
pasta
pasta
Corte
Corte
da água
da água

Mesa
Mesa
de de
Altura
Altura
da água
da água
149
medição
medição Espaço
Espaço
cheio
cheio

Esse processo de medição da altura dos produtos líquidos armazenados


em tanques pode ser diferenciado em:

• Espaço cheio - consiste em medir diretamente a altura do produto


a partir do nível zero. Nesse tipo de medição, pode-se medir também
o BSW usando uma pasta higroscópica que é passada no segmento
final da trena para indicar o corte de água (marca).

• Espaço vazio - consiste em determinar a altura do nível do produto


subtraindo-se a média do espaço vazio da altura de referência do
tanque.

Importante!
A determinação da altura do produto só deve ser
feita após cessarem os movimentos ondulatórios dele
e estar decantada ou estabilizada a água porventura
existente no fundo do tanque.

RESERVADO
Alta Competência

A Portaria INPM nº 15 de 02/05/67 estabelece que a medição da


temperatura do líquido deve ser feita em uma área não exposta
à radiação solar, distando pelo menos 1 metro do solo e longe de
qualquer acidente de tubulação. Se medirmos mais de um ponto,
devemos admitir uma média das leituras. Um período de tempo
suficiente deve ser dado, de forma a permitir sua estabilização.

4.5. Medidores automáticos de volumes

Os sistemas de medição automática de nível podem ser do tipo:

• Radar;

• Servo-operado;

• Pressão-diferencial;
150

• Borbulhador;

• Capacitivo;

• Radio-freqüência.

O medidor do tipo radar é o mais utilizado atualmente na produção


de petróleo.

4.5.1. Medição automática do tipo radar

O sistema do tipo radar consiste basicamente de uma antena que


emite pulsos de microondas diretamente na superfície do líquido.
Um sensor detecta o tempo que os pulsos levam para ser refletidos
dessa superfície. A distância (ou o nível) é proporcional ao tempo de
reflexão, determinado pela equação:

t = 2Lc

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

Onde:

t = tempo;

L = distância de interesse;

c = constante relacionada com a velocidade da luz.

São fornecidos diversos modelos com diferentes freqüências de


operação. Quanto mais estreito for o feixe projetado sobre a superfície
do líquido, mais insensível ele será às ondulações dele.

A seguir, apresentamos um exemplo do tipo por radar. Vale a pena


assinalar que as medições são feitas pelo método de espaço vazio.

151

Sistema automático de
medição de nível

Relação entre freqüência e


6 GHz Largura do feixe
largura do feixe
10 GHz Largura do feixe
24 GHz Largura do feixe

RESERVADO
Alta Competência

No caso de tanques marítimos em navios, a norma citada prevê a


correção da inclinação longitudinal (trim). Essa correção é obtida por
tabelas ou mesmo calculada pela equação a seguir da norma:

Correção de “Trim”

152
CL

A norma também prevê a correção de banda (list) de forma a


compensar as variações no nível de líquido, devido ao plano vertical
do navio não ser perpendicular à horizontal. O valor da inclinação
pode ser medido pelo inclinômetro ou por outros meios.

Correção de “List”

Bombordo

Y Estibordo

P C S

X
A 

L V

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

4.5.2. Medição automática do tipo servo-operado

Os sistemas de medição de nível por servo-mecanismos usam um


flutuador suficientemente pesado para gerar uma força de empuxo.
Inicialmente, eles eram puramente mecânicos e, devido à fricção nas
roldanas (e outros componentes), sua confiabilidade era relativamente
baixa. Os erros típicos desse tipo de medição são ± 10 mm.

O sistema de medição de nível por régua externa ao tanque é uma


versão atualizada dos medidores servo-operados, que aceita erros de
20 mm. A ilustração, a seguir, representa esse tipo de medidor.

Medidor de nível do tipo régua externa

1
153
2

TGS
3

TGS

A partir de 1950 houve um melhoramento substituindo-se o flutuador


por um pequeno deslocador, suspenso por um cabo flexível, conectado
a um servo-motor elétrico, que o levanta e desce conforme um
algoritmo de controle automático de peso.

RESERVADO
Alta Competência

Elemento deslocador com um servo-motor

Motor elétrico

Acoplamento

Caixa da fita

Sensor de detecção

Fita
Sensor

4.5.3. Medição automática do tipo pressão diferencial


154
Os sistemas de medição de nível baseados em pressão diferencial
(hydrostatic tank gaging) utilizam a medição da pressão hidrostática do
líquido. Assim, a medição é realizada ao longo da altura do tanque
por meio de um transmissor de pressão diferencial (∆p). Para tanto,
devemos considerar que a massa específica do líquido ρ é constante. A
medição é possível a partir da aplicação da equação: >>> na equação
abaixo, multiplicar o denominador por g e acrescentar (após a massa
específica do líquido) g = aceleração da gravidade.

p
h=

Onde:

h = altura do tanque;

∆p = pressão diferencial;

ρ = massa específica do líquido;

g = aceleração da gravidade.

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

A tubulação de impulso da parte de baixo do tanque, neste tipo de


medição, é conectada à câmara de alta pressão do transmissor de
pressão diferencial. A pressão atuante na câmara de alta pressão é
a soma da pressão exercida sobre a superfície do líquido e a pressão
exercida pela coluna de líquido no fundo do tanque. A câmara de
baixa pressão do transmissor é conectada na tubulação de impulso da
parte de cima do tanque, que mede somente a pressão (atmosférica
ou não) exercida pelo gás.

Medição de nível por pressão diferencial

155
H L
ρ

Importante!
Para maior facilidade de manutenção e acesso ao
instrumento, muitas vezes o transmissor é instalado
em um plano situado em nível inferior à tomada
de alta pressão. Neste caso, uma coluna líquida se
formará com a altura do líquido dentro da tomada
de impulso. Se o problema não for contornado, o
transmissor indicará um nível superior ao real.

4.5.4. Medição automática do tipo borbulhador

O sistema de medição de nível encontrado em tanques de navios ou


tanques com líquidos viscosos ou corrosivos é do tipo borbulhador.

Neste processo de medição, é necessário um suprimento de ar ou gás


e uma pressão ligeiramente superior à máxima pressão hidrostática
exercida pelo líquido. Este valor normalmente é ajustado para superar
em 20% a pressão máxima hidrostática exercida pelo líquido.

RESERVADO
Alta Competência

O sistema borbulhador inclui uma válvula agulha e um indicador


de pressão. Um tubo levará uma vazão ajustável de ar ou gás até o
fundo do tanque no qual se quer medir o nível, tendo-se assim um
borbulhamento bem sensível no líquido.

Nesse tubo instala-se, então, um indicador de pressão que indicará


um valor equivalente à pressão devida ao peso da coluna líquida.

Medição de nível por borbulhamento

H L

156

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

4.6. Exercícios

1) Por que um tanque deve ser arqueado?

_______________________________________________________________

2) Assinale com um “x” as principais variáveis a serem medidas num


tanque para medir o volume de óleo.

( ) Densidade do fluido

( ) Nível

( ) Temperatura

( ) Viscosidade

( ) BSW

( ) Pressão hidrostática 157

3) Quais os métodos utilizados para medir o nível de um tanque?

_______________________________________________________________

RESERVADO
Alta Competência

4) Correlacione os sistemas de medição automática de nível, na colu-


na da esquerda, com suas definições, na coluna da direita:

Tipo de medidor Definição

Utilizam a medição da pressão hidros-


tática do líquido. Assim, a medição é
realizada ao longo da altura do tanque
(a) Radar ( ) por meio de um transmissor de pressão
diferencial (∆p). Para tanto, devemos
considerar que a massa específica do lí-
quido ρ é constante.
Este sistema de medição de nível é
encontrado em tanques de navios ou
tanques com líquidos viscosos ou cor-
rosivos. Neste processo de medição, é
necessário um suprimento de ar ou gás
158 (b) Servo-operado ( ) e uma pressão ligeiramente superior à
máxima pressão hidrostática exercida
pelo líquido. Este valor normalmente é
ajustado para superar em 20% a pres-
são máxima hidrostática exercida pelo
líquido.
Consiste basicamente de uma antena
que emite pulsos de microondas dire-
(c) Pressão diferen- tamente na superfície do líquido. Um
( )
cial sensor detecta o tempo que os pulsos
levam para ser refletidos dessa superfí-
cie.
Usam um flutuador suficientemente pe-
sado para gerar uma força de empuxo.
Inicialmente, eles eram puramente me-
(d) Borbulhador ( )
cânicos e, devido à fricção nas roldanas
(e outros componentes), sua confiabili-
dade era relativamente baixa.

5) Quais os cuidados adicionais devem ser tomados para realizar a


medição em um tanque marítimo?

_______________________________________________________________

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

4.7. Glossário
ANP - Agência Nacional de Petróleo.

BSW (Basic Sediments Water) - teor de água e sedimentos contidos no petróleo,


expresso em porcentagem volume por volume (%v/v).

Correção de banda (list) - inclinação lateral em relação ao plano vertical do navio


(posição não perpendicular à horizontal), que produz variações no nível de líquido
armazenado, que deve ser corrigida para permitir uma perfeita medição do
fluido.

Inclinômetro - instrumento usado para determinar o grau e o tipo de inclinação de


uma embarcação.

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

INPM - Instituto Nacional de Pesos e Medidas.

Pulso - sinal de duração finita, que assume um valor constante por um certo
intervalo de tempo, e é nulo em instantes de tempo fora deste intervalo. 159

Pulso de microondas - sinal ou vibração de onda com comprimento maior que


onda infravermelha e menor que onda de rádio, usado em radar ou comunicação,
geralmente com freqüência entre 300 quilohertz e 300 megahertz.

Trena - instrumento de medição.

Trim - inclinação longitudinal que deve ser corrigida em tanques marítimos em


navios.

Válvula agulha - válvula que injeta ar ou gás em um fluido a ser medido, e que
permite a medição do nível usada em um sistema borbulhador.

RESERVADO
Alta Competência

4.8. Bibliografia
BAKER, R.C. Flow Measurement Handbook: industrial designs, operating principles,
performance, and applications. First Edition. Cambridge University Press, 2000.

BENEDICT, R.P. Fundamentals of Temperature, Pressure, and Flow Measurements.


3rd Edition, John Wiley & Sons, 1984.

BOCHNER, R. Estudo comparativo das principais técnicas aplicadas ao controle


estatístico de processo. UFRJ/COPPE, 1990.

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis - ANP.


Disponível em: < http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/
portarias_conj/2000/pconj%201%20-%202000.xml?f=templates$fn=default.
htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu>. Acesso em: dez 2008.

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, gás natural e biocombustíveis - ANP.


Disponível em: <http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/
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160
BUCHMANN, J.H. E SARKIS, J.E.S. O conceito de incerteza aplicado aos processos de
medição associados à preparação de uma solução de referência para calibração.
São Paulo: Química Nova – v.25 n.1, 2002.

DELMÉE, G.J. Manual de Medição de Vazão. 3ª Edição. São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 2003.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Guia para Expressão da Incerteza de Medição. Rio de
Janeiro, 1997.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO N.º 064. Rio de Janeiro, 2006.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Versão Brasileira do Documento de Referência EA-
4/02 – Expressão da Incerteza de Medição na Calibração. Rio de Janeiro, 1999.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e
Gerais de Metrologia. Rio de Janeiro, 1995.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Tradução da publicação do BIPM. Resumo do Sistema
Internacional de Unidades – SI. Rio de Janeiro, 2002.

MARTINS, N. MANUAL DE MEDIÇÃO DE VAZÃO – ATRAVÉS DE PLACAS DE ORIFÍCIO,


BOCAIS E VENTURIS. Rio de janeiro: Editora Interciência, 1998.

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

MATA, JOSAPHAT DIAS, Determinação de Incerteza de Medição, Petrobras RPBA,


Salvador, 1994.

MATA, JOSAPHAT DIAS, CARRASCOSA, E.A. Medição de gás com placa de orifício,
2ª ed., Petrobras, 2001.

MILLER, RICHARD W. Flow Measurement Engineering Handbook. third edition,


McGraw-Hill, 1996.

MOFFAT, R.J. Contributions to The Theory of Single-Sample Uncertainty Analysis.


Journal of Fluids Engineering, Vol.104, p.250-260, June, 1982.

TAYLOR, BARRY N.; KUYATT, CHRIS E. Guidelines for evaluating and expressing the
uncertainty of NIST measurements results. NIST Technical note 1297, 1994.

OIML R 117. Measuring Systems for Liquids Other Than Water. Paris,1995.

PURSLEY, W.C. Turbine Meters: Three Day Course on Flow Measurement. National
Engineering Laboratory Executive Agency, Glasgow, 1994.

RIBEIRO, M.A., Metrologia Industrial. 5a Edição, Treinamento & Consultoria Ltda.,


1999. 161
____________. Medição de Petróleo e Gás Natural. 1a Edição, Treinamento &
Consultoria Ltda., 2002.

SILVA, Claudio Barreiros da Costa e. Incerteza na medição de vazão: uma técnica


simples, mas poderosa, para aumentar a produtividade, minimizar desperdícios
e reduzir vazamentos para o meio ambiente. Disponível em: <http://www2.
petrobras.com.br/tecnologia/port/boletim_tecnico/v47_n2-4_abr-dez-2004/pdf/
arquivo_7.pdf>. Acesso em: 21 mai 2008.

RESERVADO
Alta Competência

4.9. Gabarito

1) Por que um tanque deve ser arqueado?

Para se obter sua tabela volumétrica.

2) Assinale com um “x” as principais variáveis a serem medidas num tanque para
medir o volume de óleo.

( ) Densidade do fluido

( X ) Nível

( X ) Temperatura

( ) Viscosidade

( X ) BSW

( ) Pressão hidrostática

3) Quais os métodos utilizados para medir o nível de um tanque?


162
Manual e automáticos.

4) Correlacione os sistemas de medição automática de nível, na coluna da esquerda,


com suas definições, na coluna da direita:

Tipo de medidor Definição

Utilizam a medição da pressão hidrostática do


líquido. Assim, a medição é realizada ao longo
da altura do tanque por meio de um transmissor
(a) Radar (c)
de pressão diferencial (∆p). Para tanto, devemos
considerar que a massa específica do líquido ρ é
constante.
Este sistema de medição de nível é encontrado
em tanques de navios ou tanques com líquidos
viscosos ou corrosivos. Neste processo de medição,
(b) Servo-operado (d)
é necessário um suprimento de ar ou gás e uma
pressão ligeiramente superior à máxima pressão
hidrostática exercida pelo líquido.
Consiste basicamente de uma antena que emite
pulsos de microondas diretamente na superfície
(c) Pressão diferencial (a)
do líquido. Um sensor detecta o tempo que os
pulsos levam para ser refletidos dessa superfície.
Usam um flutuador suficientemente pesado
para gerar uma força de empuxo. Inicialmente,
(d) Borbulhador (b) eles eram puramente mecânicos e, devido à
fricção nas roldanas (e outros componentes), sua
confiabilidade era relativamente baixa.

RESERVADO
Capítulo 4. Medidores de volume

5) Quais os cuidados adicionais devem ser tomados para realizar a medição em um


tanque marítimo?

Correção de trim e de banda, ou seja, devido às inclinações.

163

RESERVADO
RESERVADO
Capítulo 5
Calibração e
verificação
metrológica
periódica

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Explicar o conceito de calibração e sua importância para o


processo de medição.

RESERVADO
Alta Competência

166

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

5. Calibração e verificação
metrológica periódica

A
calibração é o conjunto de operações que estabelece, sob
condições específicas, a relação entre os valores indicados
por um instrumento, ou sistema de medição, e os valores
correspondentes às grandezas estabelecidas por padrões.

Os instrumentos de medição, as medidas materializadas e os sistemas


de medição utilizados devem ser submetidos ao controle metrológico
do INMETRO, quando houver, ou comprovar rastreabilidade aos
padrões do INMETRO.

Todas as calibrações e inspeções previstas pelo Regulamento Técnico


de Medição (RTM) devem ser executadas por conta e risco do 167
concessionário ou do autorizatário de outras instalações de petróleo e
gás natural, sendo realizadas por pessoas ou entidades qualificadas.

A verificação metrológica é um processo mais abrangente quando


comparado à calibração, embora este último possa fazer parte do
primeiro.

A verificação está ligada às exigências legais, garantia de indicações


dentro dos erros máximos admissíveis, admissão para uso em área
regulada etc.

A ilustração, a seguir, representa o contexto do processo de verificação


metrológica:

Regulamento Verificações
Aprovação de
técnico metrológicas
modelo
metrológico

Inicial Periódica Eventual

RESERVADO
Alta Competência

Essa tabela apresenta diferenças entre verificação e calibração.

Verificação Calibração
Regras técnicas, normas, demandas de
Exigências legais
consumidor.
Relação entre valor de indicação e valor
Garantia de indicações dentro dos erros
convencional;
máximos permitidos;
amplo reconhecimento de resultados
admissão para uso em área regulada.
de calibração.
Admissão para verificação diretamente ou com Instrumento deve estar disponível para
o modelo aprovado. ser calibrado.

5.1. Processo de calibração

O Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de


Metrologia (VIM) no item 6.11 define o termo calibração como
168
sendo:

Conjunto de operações que estabelece, sob condições


especificadas, a relação entre os valores indicados
por um instrumento de medição ou sistema de
medição ou valores representados por uma medida
materializada, ou um material de referência, e os
valores correspondentes das grandezas estabelecidos
por padrões.

A correção do instrumento ou sistema de medição, após um processo


de calibração, tem o objetivo de minimizar, ou eliminar, os erros
sistemáticos. Este procedimento é realizado através da introdução
do FM (meter factor).

Este fator numérico, representado pelo símbolo FM e indicado


pelo instrumento, permite diminuir a incerteza de medição, mas
considerando os erros aleatórios.

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

Exemplificando, podemos aceitar que um medidor de vazão, que


esteja sendo comparado contra um padrão, terá um FM coerente
com a fórmula a seguir:

VolumePADRÃO
FM =
VolumeMEDIDOR

O resultado de uma calibração deve ser registrado em um “relatório”


ou “certificado de calibração”, onde são documentadas as condições
de teste (fluido utilizado, condições de processo etc.) e as condições
originais do medidor (fluido e condições do processo reais etc.),
além dos dados obtidos, os desvios encontrados e o novo FM a ser
atualizado no sistema.

A calibração pode ser realizada obtendo-se valores em torno do


ponto operacional ou de uma forma mais completa, obtendo-se a
curva de calibração do instrumento que abrangerá toda a faixa de 169
medição.

Exemplo:

A curva de calibração é um gráfico que mostra o desempenho de um


medidor com relação à vazão, ou velocidade, ou número de Reynolds
etc. Veremos um exemplo a seguir:

0.4

0.3

0.2

0.1
Error (%)

0.0
0 1 2 3 4 5 6
- 0.1

- 0.2
- 0.3

- 0.4
Velocity (m /s)

Exemplo de uma curva de calibração real

RESERVADO
Alta Competência

Uma curva de calibração deve ser levantada com os medidores sujeitos


aos fluidos reais, com as mesmas condições operacionais. Entretanto,
devido à dificuldade da maioria dos laboratórios em reproduzir essas
condições, os procedimentos poderão ser, em alguns casos, realizados
com água, no caso dos medidores de líquido, e com ar, no caso dos
medidores de gás.

A partir da curva de calibração é determinado o FM, que será


carregado no computador de vazão. O FM pode ser um único número
(exemplo: 1,0078) para toda a faixa de vazão operacional, ou vários
números, sendo um por subfaixa de vazão, ou, em caso mais amplo,
um “polinômio estimador” para toda a faixa. Esse último seria o
método ideal para se obter uma baixa incerteza de medição em
relação aos outros, pois o polinômio, inserido no computador de
vazão, minimizaria os efeitos dos erros sistemáticos na incerteza de
medição, independentemente da faixa de vazão.
170
Exemplo:

A tabela, a seguir, apresenta os resultados de calibração de um


medidor.

Vazão indicada Erro


(m3/h) (%)

5,02 -0,18
14,87 0,03
40,24 0,13
75,40 0,12
112,5 0,09
153,3 0,05

O “polinômio estimador” do erro do medidor será dado então por:

Erro(%) = c-2(Q)-2 + c-1(Q)-1 + c0 + c1(Q) + c2(Q)2

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

c-2 = 9,72307E+00 (fator do Q -2)


c-1 = -4,28347E+00
c0 = 2,98090E-01
c1 = -1,73118E-03
c2 = 1,87205E-06

Esses coeficientes são calculados através de um programa de ajuste


de curva, onde Q é a vazão informada pelo medidor, sem a correção.
Podemos gerar, também, um polinômio da vazão real contra a
vazão indicada pelo instrumento. Neste caso, o polinômio corrige
automaticamente o erro sistemático.

A tabela, a seguir, apresenta os laboratórios acreditados para a área


de “vazão”.

Laboratórios nacionais credenciados pela RBC para vazão (2006) 171


Melhor ca-
Vazão máxima
Instituição Fluido pacidade de
(m3/h)
medição
2.000 0,15%
CONAUT Água
3.600 0,5%
Óleo Mineral
90 0,1%
até 1000 cP
IPT
Água 250 0,2%
Ar 3.200 0,17%
Óleo Mineral 600 0,15%
METROVAL
Água 6.000 l/min 0,13%
EMERSON Água 1.400 m3/h 0,2%
APPLITECH Água 72.000 l/h 0,36% /2,0%
SENAI (RN) Ar 4.000 0,31%
CEG (RJ) Gás 16 1,0%

RESERVADO
Alta Competência

Importante!
A “melhor capacidade de medição” declarada na
acreditação do Laboratório pelo INMETRO deve ser
entendida como a menor quantidade discreta que
o laboratório credenciado tem capacidade de medir
de uma dada grandeza, dentro da faixa indicada na
acreditação. Em linhas gerais, ela informa a parcela
da incerteza combinada que tem origem no próprio
sistema de calibração, ou seja, incerteza devido à
referência.

Em instalações de produção, especificamente na calibração, o medidor


em operação é enviado a um laboratório externo ou é comparado
com um padrão secundário (fixo ou móvel).

172
5.2. Padrão secundário

O padrão secundário é um calibrador, que tem o objetivo calibrar


o sistema de medição. A escolha desse padrão envolve os tipos a
seguir:

a) Utilização de um medidor mestre ou "Master" ou padrão

Um medidor instalado em série (o medidor “Master” deve ser rastreado


a outro padrão secundário) que é colocado em operação somente
nos períodos de teste, quando então as medidas são comparadas,
analisadas e se conclui pela correção FM ou manutenção do medidor.
É mais usado em plataformas.

b) Tanque de calibração (Tank Prover)

O fluxo que passa pelo medidor operacional é direcionado para um


vaso de volume conhecido (com razoável incerteza), quando então as
medidas são comparadas, analisadas e se conclui pela correção FM ou
manutenção do medidor. Também é mais usado em plataformas.

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

c) Provador (Prover) ou Calibrador em linha de deslocamento


mecânico

Consiste de um tubo de medição de diâmetro interno calibrado


que é colocado em série com o medidor a ser calibrado; dentro do
tubo, encontra-se uma esfera, ou um êmbolo (dependendo do tipo),
que é movida pelo próprio fluido a ser medido; dois detectores de
posição são sucessivamente acionados quando a esfera passa por dois
pontos de referência dentro do tubo; o volume deslocado entre os
dois pontos é perfeitamente conhecido; os detectores são ligados ao
sistema de controle de forma a iniciar a integração quando a esfera
passa pelo primeiro sensor e a pará-la quando passa pelo segundo
sensor, quando então as medidas são comparadas, analisadas e se
conclui pela correção FM ou manutenção do medidor. Mais usado em
instalações terrestres.

A ilustração, a seguir, mostra um sistema de calibração baseado em 173


provador, onde três medidores do tipo turbina podem ser testados,
no calibrador bidirecional, de forma contínua. Os estados das válvulas
mostram que a turbina do tramo A está simplesmente medindo vazão,
ao passo que a do tramo B está medindo e sendo testada ao mesmo
tempo. A turbina do tramo C está em reserva das demais, já a válvula
de quatro vias do calibrador permite que a esfera se desloque nos
dois sentidos do tubo calibrador, de forma alternada.

Entrada Saída

Analizador de Válvulas
densidade
Válvula
Filtro Turbina especial
4 vias
Tramo A

Tramo B

Detetores
de passagem
da esfera
Tramo C
Provador

Circuito fechado
do provador

Sistema de Calibração com Provador

RESERVADO
Alta Competência

Os relatórios de medição devem ser elaborados contendo todos os


valores medidos, todos os parâmetros e fatores utilizados e todos os
cálculos efetuados para determinação do volume líquido corrigido
de petróleo.

5.3. Fatores de correção combinados

• São fatores considerados para gerar um fator de correção


combinado (CCF), sendo utilizado junto com o volume indicado
pelo medidor operacional. Os provadores mais modernos já geram
automaticamente esses fatores.

São considerados os seguintes fatores:

• CTS - fator de correção devido ao efeito da temperatura no aço;

174
• CPS - fator de correção devido ao efeito da pressão no aço;

• CPL - fator de correção devido ao efeito da pressão no líquido;

• CTL - fator de correção devido ao efeito da temperatura no


líquido;

• CSW - fator de correção devido ao BSW do óleo.

Logo podemos considerar que:

CCF= CTS x CPS x CPL x CTL x CSW.

5.4. Aprovação de modelo

É importante saber que cada equipamento precisa passar pela


aprovação de modelo (realizada pelo INMETRO). Para cada tipo
de medidor é exigido esse documento (aprovação de modelo), que
indica a faixa de vazão, temperatura, diâmetros, massa específica,
viscosidade etc., na qual o medidor pode operar.

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

A decisão, reconhecendo que o modelo de um instrumento de medição


ou medida materializada satisfaz as exigências regulamentares, é
denominada “aprovação de modelo”.

Essa decisão é tomada após a realização da “Apreciação Técnica


de Modelo”, que consiste no exame feito através de estudo da
documentação, inspeção visual e ensaios em um ou mais exemplares
do modelo. Os modelos são definidos nos Regulamentos Técnicos
Metrológicos do INMETRO que, através da sua Diretoria de
Metrologia Legal, executa o serviço de apreciação técnica de modelo
dos instrumentos de medição e das medidas materializadas que
estão sujeitos aos regulamentos que são elaborados pelas comissões
técnicas de regulamentação metrológica.

A aprovação de modelos tem como objetivos:

• Verificar se o instrumento de medição está de acordo com as 175


características apresentadas no certificado de verificação através
de exame visual;

• Exame metrológico quanto ao atendimento aos erros máximos


admissíveis estabelecidos para o sistema de medição, conforme
sua classificação na tabela 2 da Recomendação Internacional
OIML R117, ou da Portaria INMETRO n.º 064/2003;

• Inspeção quanto ao atendimento aos itens 3 e 4, e subitens


6.1.10 e 6.2 da Recomendação Internacional OIML R117; ou
subitens 6.11, 6.23, 9.1 e 9.2 da Portaria INMETRO n.º 064/2003;

• Quaisquer outros que se fizerem necessários, a serem


estabelecidos com os seguimentos envolvidos no processo de
medição e controle metrológico;

• Inspeção quanto ao atendimento às exigências na Portaria


conjunta ANP/INMETRO n.º 1 de 19/06/2000, em função da sua
utilização.

RESERVADO
Alta Competência

5.5. Calibração de medidores em linha

A calibração dos medidores fiscais da produção de petróleo em


linha deve ser feita com um intervalo de, no máximo, 60 dias entre
calibrações sucessivas. Caso haja intervalos maiores, eles deverão ser
aprovados pela ANP com base no registro histórico das calibrações.

Provadores, tanques de prova, medidores-padrão ou outros sistemas


previamente autorizados pela ANP podem ser utilizados para
instalações e operação de sistemas de calibração de medidores de
petróleo em linha.

Utilizando-se o fluido medido, nas condições usuais de medição, a


calibração dos medidores fiscais em operação deve ser feita com
desvios inferiores a 2% na massa específica e viscosidade, 5°C na
temperatura e 10% na pressão e com a vazão usual de operação,
176 com desvio inferior a 10%.

Utilizados para a calibração dos medidores de petróleo em operação,


os medidores-padrão devem ser calibrados com tanques de calibração
ou provadores em linha de deslocamento mecânico.

Com intervalo de tempo entre calibrações sucessivas menores que 60


dias, o medidor-padrão deve ser calibrado mensalmente. Podem ser
autorizadas, pela ANP, calibrações menos freqüentes, em função do
tempo de operação do medidor-padrão e dos resultados históricos
das calibrações.

Essa calibração deve ser realizada efetuando e registrando testes, de


forma que as maiores diferenças obtidas nos testes sejam inferiores a
0,02%, considerando os critérios oferecidos a seguir:

• Resultados de dois testes consecutivos, se for utilizado um


tanque de calibração;

• Resultados de cinco, de seis testes sucessivos, se for utilizado


um provador de deslocamento mecânico.

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

Para que o fator de calibração não apresente variação superior


a 0,05% entre as condições de calibração do medidor-padrão e as
condições de calibração do medidor em operação, o medidor-padrão
deve ser calibrado com um fluido de massa específica, viscosidade
e temperatura suficientemente próximas às do fluido medido pelo
medidor em operação e com uma vazão igual à vazão usual do
medidor em operação, com uma tolerância de ±10%.

Assim, por exemplo, um medidor-padrão deve ser utilizado para


calibração de diversos medidores em operação, com diferentes
condições e diferentes vazões usuais de operação. Todas as calibrações
do medidor-padrão necessárias devem ser feitas para atender aos
requisitos do item 6.4.5 da Portaria Conjunta Nº1 /ANP, para todos os
medidores em operação.

Importante!
177
Devem ser calibrados, pelo menos uma vez a cada
5 anos, utilizando os procedimentos estabelecidos
nas normas pertinentes e padrões rastreáveis ao
INMETRO:

• Provadores em linha, de deslocamento mecânico;

• Tanques de calibração.

A média aritmética de dois testes serve como base para o cálculo do


fator de calibração. A calibração de um medidor em operação com um
tanque de calibração consiste na realização e registro de resultados
de testes até registrar dois testes sucessivos com uma diferença menor
que 0,05% do volume do tanque de calibração.

RESERVADO
Alta Competência

Importante!
Deve ser tomado um cuidado especial com relação à
pressão de operação. Se as variações nas propriedades
dos fluidos estiverem dentro do permitido pelo
Regulamento, podem ser utilizados tanques de
calibração atmosféricos. Deve ser evitado o flash
(vaporização) do gás dentro do tanque de calibração,
ou seja, para se usar um tanque de calibração
atmosférico, o óleo deve estar morto e estabilizado.

A realização e registro de resultados de testes até registrar três


testes sucessivos, nos quais a diferença máxima entre os fatores de
calibração calculados seja menor que 0,05%, representa a calibração
de um medidor em operação com um medidor-padrão. O fator de
178 calibração deve ser calculado com base na média aritmética dos três
testes.

Já a realização e registro de resultados de testes até registrar cinco de


seis testes sucessivos nos quais a diferença máxima entre os fatores de
calibração, calculados, seja menor que 0,05%, apresenta a calibração
de um medidor em operação com um provador em linha. O fator
de calibração é calculado com base na média aritmética dos cinco
testes.

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

5.6. Exercícios

1) Conceitue calibração.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

2) Qual a importância da calibração para o processo de medição?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

3) Calibrar é um conjunto de operações que estabelece a relação en-


tre os valores apurados de uma medição com os valores correspon-
179
dentes estabelecidos por um:

( ) padrão testado

( ) padrão enquadrado

( ) padrão classificado

( ) padrão avaliado

( ) padrão rastreado

4) Complete:

a) Para calibrar um medidor de vazão de líquido, podemos usar um


medidor _____________________, um ____________________ ou um
tanque de ______________________.

b) A verificação metrológica está ligada às exigências


___________________, garantia de indicações dentro dos erros
___________ ___________________, admissão para uso em área re-
gulada etc.

c) Após a calibração, o novo __________________________ deve ser


carregado no computador de vazão.

RESERVADO
Alta Competência

5) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmações a seguir:

( ) A rastreabilidade implica uma cadeia contínua de


comparações.
( ) No Brasil, um laboratório só pode ser acreditado pelo IN-
METRO.
( ) Os laboratórios acreditados no Brasil formam a RBC.
( ) Um laboratório acreditado deve apresentar sua pior
capacidade de medição.
( ) Marcas e selagem fazem parte do controle metrológico.

180

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

5.7. Glossário
ANP - Agência Nacional de Petróleo.

BSW (Basic Sediments Water) - teor de água e sedimentos contidos no petróleo,


expresso em porcentagem volume por volume (%v/v).

Calibrador bidirecional - calibrador (medidor-padrão) que pode ser usado com o


fluido passando nos dois sentidos.

CCF - fator de correção combinado.

Computador de vazão - equipamento eletrônico que recebe os sinais dos elementos


primário e secundários, transformando-os, processando-os e transmitindo-os para
equipamentos externos; nele são realizados os cálculos de vazão, conversão para as
condições de referência e totalização.

CPL - fator de correção devido ao efeito da pressão no líquido.

CPS - fator de correção devido ao efeito da pressão no aço.


181
CSW - fator de correção devido ao BSW do óleo.

CTL - fator de correção devido ao efeito da temperatura no líquido.

CTS - fator de correção devido ao efeito da temperatura no aço.

Erro máximo admissível - valor extremo de um erro admissível por regulamento,


especificação etc., para um dado instrumento de medição.

Erro sistemático - normalmente causado por fontes identificáveis e pode ser


eliminado ou compensado. Representa a diferença entre a média dos valores
medidos e o valor verdadeiro convencional.

FM (fator do medidor) - quociente entre o volume bruto medido, utilizando um


medidor-padrão de trabalho, ou medida materializada de volume, e o volume
registrado por um medidor durante um teste de calibração do medidor em
operação.

Incerteza de medição - parâmetro associado ao resultado de uma medição, que


caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente atribuídos ao
mensurando (quantidade particular submetida à medição).

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

ISO - International Organization for Standardization. Organização Internacional de


Normalização.

Medidor-padrão - medidor utilizado como padrão de comparação na calibração de


outros medidores.

RESERVADO
Alta Competência

Número de Reynolds - número adimensional que relaciona as forças inerciais do


fluido com as forças viscosas que agem sobre ele.

OIML - Organização Internacional de Metrologia Legal.

Provador - recipiente aberto ou fechado, de volume conhecido, utilizado como


padrão volumétrico para calibração de medidores de fluido de petróleo.

Polinômio estimador - uma equação usada para corrigir o erro do medidor.

RTM - Regulamento Técnico de Medição.

SINPEP - Sistema Integrado de Padronização Eletrônica da Petrobras.

UN - Unidade de Negócios.

Vazão operacional - vazão nas condições de temperatura e pressão de operação.

VIM - Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia.

182

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

5.8. Bibliografia
BAKER, R.C. Flow Measurement Handbook: industrial designs, operating principles,
performance, and applications. First Edition. Cambridge University Press, 2000.

BENEDICT, R.P. Fundamentals of Temperature, Pressure, and Flow Measurements.


3rd Edition, John Wiley & Sons, 1984.

BOCHNER, R. Estudo comparativo das principais técnicas aplicadas ao controle


estatístico de processo. UFRJ/COPPE, 1990.

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Disponível em: < http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/folder_portarias/
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BUCHMANN, J.H. E SARKIS, J.E.S. O conceito de incerteza aplicado aos processos de
medição associados à preparação de uma solução de referência para calibração.
São Paulo: Química Nova – v.25 n.1, 2002.

DELMÉE, G.J. Manual de Medição de Vazão. 3ª Edição. São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 2003.

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INDUSTRIAL – INMETRO. Guia para Expressão da Incerteza de Medição. Rio de
Janeiro, 1997.

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INDUSTRIAL – INMETRO. Portaria INMETRO N.º 064. Rio de Janeiro, 2006

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Versão Brasileira do Documento de Referência EA-
4/02 – Expressão da Incerteza de Medição na Calibração. Rio de Janeiro, 1999.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e
Gerais de Metrologia. Rio de Janeiro, 1995.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO. Tradução da publicação do BIPM. Resumo do Sistema
Internacional de Unidades – SI. Rio de Janeiro, 2002.

MARTINS, N. MANUAL DE MEDIÇÃO DE VAZÃO – ATRAVÉS DE PLACAS DE ORIFÍCIO,


BOCAIS E VENTURIS. Rio de janeiro:Ed. Interciência, 1998.

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MATA, JOSAPHAT D., Determinação de Incerteza de Medição, Petrobras RPBA,


Salvador, 1994.

MATA, JOSAPHAT DIAS, CARRASCOSA, E.A. Medição de gás com placa de orifício,
2ª ed., 2001.

MILLER, RICHARD W. Flow Measurement Engineering Handbook. third edition,


McGraw-Hill, 1996.

MOFFAT, R.J. Contributions to The Theory of Single-Sample Uncertainty Analysis.


Journal of Fluids Engineering, Vol.104, p.250-260, June, 1982.

OIML R 117. Measuring Systems for Liquids Other Than Water. Paris,1995.

PURSLEY, W.C. Turbine Meters: Three Day Course on Flow Measurement. National
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RIBEIRO, M.A., Metrologia Industrial. 5a Edição, Treinamento & Consultoria Ltda.,


1999.

TAYLOR, BARRY N.; KUYATT, CHRIS E. Guidelines for evaluating and expressing the
184 uncertainty of NIST measurements results. NIST Technical note 1297, 1994 .

____________. Medição de Petróleo e Gás Natural. 1a Edição, Treinamento &


Consultoria Ltda., 2002.

RESERVADO
Capítulo 5. Calibração e verificação metrológica periódica

5.9. Gabarito
1) Conceitue calibração.

Calibração é o conjunto de operações que estabelece, sob condições específicas, a


relação entre os valores indicados por um instrumento, ou sistema de medição, e
os valores correspondentes às grandezas estabelecidas por padrões.

2) Qual a importância da calibração para o processo de medição?

A calibração representa a garantia metrológica dos sistemas de medição. Além


disso, há a exigência legal imposta em regulamentos, com freqüência obrigatória
de calibração de medidores e instrumentos. Através da calibração, alguns erros de
medição são calculados e minimizados.

3) Calibrar é um conjunto de operações que estabelece a relação entre os valores


apurados de uma medição com os valores correspondentes estabelecidos por um:

( ) padrão testado

( ) padrão enquadrado

( ) padrão classificado
185
( ) padrão avaliado

( X ) padrão rastreado

4) Complete:

a) Para calibrar um medidor de vazão de líquido, podemos usar um medidor mestre,


um provador ou um tanque de calibração.

b) A verificação metrológica está ligada às exigências legais, garantia de indicações


dentro dos erros máximos admissíveis, admissão para uso em área regulada etc.

c) Após a calibração, o novo FM deve ser carregado no computador de vazão.

5) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmações a seguir:

( V ) A rastreabilidade implica uma cadeia contínua de comparações.

( V ) No Brasil, um laboratório só pode ser acreditado pelo INMETRO.

( V ) Os laboratórios acreditados no Brasil formam a RBC.

( F ) Um laboratório acreditado deve apresentar sua pior capacidade de medição.

Justificativa: Um laboratório acreditado deve apresentar sua melhor capacidade


de medição.

( V ) Marcas e selagem fazem parte do controle metrológico.

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