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REQUERIMENTO: EXPOSIÇÃO DE PERSPECTIVAS E REFLEXÕES

Oriundo do latim, o vocábulo (bitransitivo) requirĕre significa um tipo de


pedido/exigência (solicitação) a um determinado auter (‘outro’ – pessoa ou instituição). Da
própria significação/transitividade desse verbo, já podemos inferir algumas características do
Gênero Discursivo Requerimento, também assim chamado de Petição Formal.
Silva (2015 – p. 53. grifo nosso) aponta que o principal objetivo desse gênero “é
requisitar, solicitar algo, o que confere maiores e amplos poderes legais, por se tratar de um
documento de caráter formal e objetivo” que em corroboração a Madeiros (2008 – p. 337
apud SILVA, 2015 – p. 53) reforça de forma que “ requerimento é um veículo de solicitação
sob o amparo da lei”. Essa solicitação sob esse tipo de amparo legal nos revela uma primeira
característica inferida, no que se diz respeito ao “outro” (instituição [pessoal jurídica] ou
indivíduo [pessoa física]), que é compreendida como um conjunto de condições específicas
dessa esfera comunicativa (legal/jurídica/administrativa e consequentemente formal). Esta
necessidade/enquadramento vocabular de formalidade, já define/delimita alguns dos quais
“artifícios linguísticos” – de cunho formalcional de sentenças – devem (Sim: devem!) ser
utilizados/evitados por um redator de um requerimento. E assim, esse gênero é
compreendido/caracterizado como um documento oficial, este que, para Bakthin (2000 – p.
303 apud SILVA, 2015 – p 53):

[...]em particular os gêneros elevados, oficiais, são muito estáveis e muito prescritivos
(normativos). O querer- dizer deve-se limitar à escolha de um determinado gênero e apenas
ligeiros matizes na entonação expressiva (pode-se adotar um tom mais deferente, mais frio ou
então mais caloroso, introduzir uma entonação prazerosa, etc.) podem expressar a
individualidade do locutor (o aspecto emocional de seu intuito discursivo).

Uma outra característica presente nessa categoria discursiva por conta, justamente, de
sua intencionalidade comunicativa é a predominância de uma ‘base’ argumentativa ou tipo
(ou tipologia – em uma perspectiva de gênero textual) de mobilização estratégica da
argumentação do discurso interno ao Requerimento. Esse teor argumentativo é indispensável,
de configuração semântica (construção do sentido), para manifestação desse caráter da
‘requisição/solicitação do discurso’. Esse discurso argumentativo ou ‘retórico’ (por uma
concepção bakthiniana) tende a fortalecer a necessidade, por meio de intervenção de
ideias/argumentos da persuasão para o cumprimento dessa requisição/solicitação.
Uma última característica a ser destaca é aquilo que se diz respeito à estrutura desse
texto. Através das concepções de Lima (2018 – p. 07), este que subdivide o gênero
requerimento em cinco componentes (invocação, texto, fecho, local e data e assinatura), fica-
se mais evidente ainda esse corpus em que o requerimento é elaborado, conforme o Anexo em
um discurso que é materializado em sub-partes:
 Abertura, na qual se inicia com um vocativo ou destinatário;
 Encadeamento com as especificações da identificação do requerente/dirigente e
assunto/solicitação requerida;
 Desfecho sem acompanhado por uma expressão conclusiva (Pede deferimento,
por exemplo) com as especificações de data de emissão, lugar, assinatura, etc.
Essa estrutura pode ocorrer tanto em forma de formulário ou modelo preenchível,
como o anexo, quanto em forma a ser elaborada de modo discursivo. Tais ocorrências e
escolha de uma delas dependerá justamente da situação comunicativa e quais agentes
discursivos (instituição, órgão público, conselho, etc.) estão envolvidos.
ANEXO:

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