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CONTABILIDADE DE CUSTOS

AULA 01

CUSTOS NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


A responsabilidade pelas atividades de custos depende do porte das empresas e da
cultura de informações com que seus dirigentes trabalham.
Costumeiramente empresas de médio e grande porte têm uma área responsável por
essas atividades dentro da estrutura da Controladoria.
Quando o negócio não suporta uma estrutura dedicada exclusivamente à apuração de
custos, algumas atividades podem ser executadas pelo contador e, em muitos casos, pelo
proprietário (por exemplo, o cálculo de custos para formação de preço de venda).

CONTABILIDADE FINANCEIRA
Visa à apuração de relatórios (Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultados etc) de
acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com a legislação vigente (fiscal,
societária, etc).
Esse conjunto de regras visa, sobretudo, a padronização dos relatórios gerados pelas
empresas, independentemente do ramo de atividade ou do porte, e, consequentemente, a
comparação de informações.

CONTABILIDADE GERENCIAL
É regida pelas necessidades dos usuários (em geral internos) no processo de tomada de
decisão empresarial.
Não há um padrão a ser seguido.
Duas empresas do mesmo porte e ramo de atividade podem gerar conjuntos de
informações completamente diferentes, tanto no conteúdo quanto na forma.
Entram em cena, o estilo gerencial de cada um, a familiaridade com a análise de
informações estruturadas e a visão de negócio do empreendedor.

CONTABILIDADE FINANCEIRA X GERENCIAL

Enquanto a Contabilidade Financeira se restringe à apresentação de indicadores


monetários, num sistema de informações gerenciais outros indicadores são relevantes para
análise, por exemplo, quantidades produzidas e vendidas, percentual de refugo gerado no
processo produtivo, duração do ciclo de produção, prazo médio de estoques etc.
A contabilidade de custos pode se inserir no contexto da Contabilidade Financeira ou
Gerencial, dependendo dos objetivos do usuário, conforme detalhado a seguir.
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OBJETIVOS DA APURAÇÃO DE CUSTOS

Avaliação dos estoques de produtos em processo e acabados (Balanço Patrimonial) e,


consequentemente, apuração dos custos dos produtos vendidos (demonstração de resultados).
Auxílio no processo de tomada de decisão empresarial, gerando informação para:
- formação de preços de venda dos produtos ou serviços;
- descontinuidade de produtos não rentáveis ou incentivo ao incremento de venda
de produtos de alta rentabilidade;
- produção interna vs. aquisição de terceiros de componentes ou serviços;
- mudanças em processos produtivos, visando redução de custos; etc.
Auxílio no processo de planejamento operacional, mediante a utilização de dados
realizados no passado para projeção de resultados futuros.
Auxílio no processo de controle, gerando informações que permitam comparações de custos:
- reais e predeterminados;
- do período corrente com o de períodos anteriores;
- de um centro de custo com outro.

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CONCEITUAÇÃO

GASTO: significa o sacrifício financeiro para que a empresa obtenha um produto ou serviço de
qualquer natureza, levando em consideração sua operação. Gastos não são o mesmo que
desembolsos. Um gasto pode ser desembolsado no momento da compra ou não.
Exemplos de gastos:
• compra de mercadorias para revenda;
• compra de um equipamento para industrialização;
• utilização da mão-de-obra para prestação de serviços;
• utilização de matéria-prima no processo produtivo, e; entre outros.
GASTO – é o valor arcado pela entidade para obter um produto ou serviço, representado pela
entrega ou promessa de entrega de algum ativo (dinheiro, bens). Ex.: Gastos com mercadorias,
gastos com pessoal etc.

DESEMBOLSO – é o pagamento efetuado ao se adquirir um bem ou serviço.

INVESTIMENTO: bens e direitos que uma empresa possui que trarão benefícios econômicos
futuros, de acordo com sua vida útil, são ativados na empresa quando de sua aquisição. Como
passar do tempo e utilização, são alocados para custos e despesas.

INVESTIMENTO – é um gasto efetuado em bens ou serviços com benefícios futuros. Os ativos


são estocados na empresa e têm maior vida útil, sendo consumidos ou vendidos em maior
tempo. Ex.: Máquinas, ações de empresas etc.

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CUSTOS: gastos para a produção de bens e serviços relativos a sua operação.

DESPESA: são os gastos que ocorrem após a preparação da venda dos bens e serviços e estão
relacionados aos esforços para obtenção das receitas.

PERDA: bens e serviços consumidos de forma não normal ou involuntária. Se ocorrerem função
da atividade da empresa, será classificado como custo. Porém, caso a empresa não tenha
controle sobre sua existência, será considerado como despesa.

OBSERVAÇÕES:

 As despesas reduzem o patrimônio líquido da entidade;


 O custo de um produto vendido representado pelo seu valor de compra ou valor de
produção não é uma despesa, e sim, um custo de vendas ou custo de produção. O
custo se refere ao gasto na compra ou na produção;
 Todas as despesas são gastos. Porém, nem todos os gastos incorridos pela empresa
são despesas. Um terreno comprado, por exemplo, é gasto mas não é despesa;
 O desembolso pode ser antes, durante ou após a compra do bem ou serviço;
 A perda não pode ser confundida com despesa ou custo para a empresa. Ela não é
previsível. Ex.: perdas por incêndios, deterioração de produtos perecíveis etc.

TERMINOLOGIA EM ENTIDADES NÃO-INDUSTRIAIS:

O custo em empresas não produtoras representa, muitas vezes, o preço de aquisição de


um bem ou produto destinado à revenda. Ex.: Custo de mercadorias vendidas. Em uma empresa
de serviços, o custo representa o sacrifício financeiro dispendido para obtenção e prestação
daquele serviço. Ex.: Custos dos serviços prestados, custo das consultas etc.

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CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS


CUSTOS DIRETOS: aqueles que se empregam aos produtos ou serviços pelos quais
efetivamente se consumiram.

CUSTOS DIRETOS – São custos diretos aqueles relacionados diretamente com a


produção do produto (bem ou serviço), no qual podemos ter uma medida fiel do gasto realizado.
Por exemplo, a quantidade de matéria-prima utilizada na produção de um bem é algo
mensurável. Podemos determinar o custo da matéria-prima utilizada na produção, mesmo que
tenhamos vários produtos.

Exemplos de custos diretos: Matéria-prima, embalagens, materiais de consumo, mão-de-


obra etc.

CUSTOS INDIRETOS: são aqueles cujo consumo não é identificável aos produtos ou serviços, e
consequentemente necessitam de rateio para a apropriação.

CUSTO INDIRETO – É o custo que não podemos determinar com precisão sobre cada
produto, por isso ele é rateado ou alocado com base em algum critério. Por exemplo, não
sabemos quanto de energia elétrica cada produto consome ao ser produzido. A energia elétrica

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da fábrica pode, então, ser rateada pelos produtos fabricados, com base nas quantidades
produzidas ou em outro critério, como número de horas de mão-de-obra, por exemplo.

Exemplos de custos indiretos: Energia elétrica da fábrica, água consumida na fábrica,


lubrificantes das máquinas, salários dos supervisores ou gerentes da fábrica etc.

COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

CUSTOS FIXOS – São os custos incorridos para se fabricar o produto (bem ou serviço),
que não têm relação com a quantidade produzida, ou seja, seu valor não varia mesmo que se
produza mais ou menos bens ou serviços. Ex.: Aluguel da fábrica, manutenção, limpeza da
fábrica etc.
CUSTOS FIXOS: independem da quantidade produzida, comercializada ou de serviços
prestados;

CUSTOS VARIÁVEIS – São custos que variam conforme a produção. Uma maior
quantidade produzida implica em maiores custos, assim como uma menor quantidade produzida
implica em uma redução dos custos. Ex.: Matéria-prima, mão-de-obra, energia elétrica da fábrica
etc.
CUSTOS VARIÁVEIS: variam conforme a quantidade produzida, comercializada ou de serviços
prestados;

CUSTOS SEMI VARIÁVEIS: possuem um valor fixo até um determinado limite e variam em
intervalos limites de quantidade produzida; e

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CUSTOS SEMI FIXOS: alteram-se em decorrência de uma mudança na capacidade produtiva,


ou seja, são fixos desde que não ultrapassem o limite estabelecido.

PODER DE DECISÃO
CONTROLÁVEIS: possíveis de controle e alteração.
Exemplo: a promoção da qualidade e redução de desperdício.

NÃO CONTROLÁVEIS: sem o controle pela pessoa responsável.


Exemplo: o aluguel do prédio.

TREINANDO
1. Classificar os itens em:

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I – investimentos
C – custos
D – Despesas
P – Perda

a) Compra de matéria prima em uma metalúrgica


b) Consumo de energia elétrica em uma metalúrgica
c) Mão de obra direta
d) Consumo de combustível em veículos
e) Conta mensal de telefone
f) Aquisição de equipamentos
g) Depreciação de equipamento central, em uma empresa de telefonia
h) Tempo ocioso (remunerado)
i) Consumo de materiais diversos na administração
j) Pessoal da contabilidade (salário)
k) Honorário da administração
l) Honorário do diretor técnico em uma empresa de telefonia
m) Depreciação do prédio da sede da empresa
n) Deterioração do estoque de materiais por enchente
o) Tempo do pessoal em greve prolongada (remunerado)
p) Sucata no processo produtivo (desperdício no processo industrial)
q) Lote de material danificado acidentalmente em uma operação industrial
r) Gastos com desenvolvimento de novos produtos
s) Gastos com treinamento de funcionários
t) Orelhões depredados em uma empresa de telefonia
u) Embalagens Consumidas no processo Industrial
v) Materiais de higiene e limpeza utilizados para limpar a fábrica.

2. Assinale V ou F.

a) Ao comprar matéria prima, há uma despesa.


b) O Custo é incorrido em função da vida útil ou benefício atribuído a futuros períodos aos bens e
aos serviços produzidos.
c) Perdas são bens e serviços consumidos de forma anormal e involuntária.

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d) O custo é incorrido no momento da utilização, consumo ou transformação dos fatores de


produção.
e) Os gastos inerentes a administração da atividade são considerados despesas.
f) Cada componente do processo de produção é uma despesa que no momento da venda,
transforma-se em perda.
g) Só existe custo em empresas industriais de manufatura, nas demais, só há perdas.
h) Gastos com folha de pagamentos de salários da mão de obra, durante um período de greve
prolongada, são custos de produção do período contábil em questão.
i) Não se confunde perda com despesa, uma vez que a primeira envolve os conceitos de
imprevisibilidade e involuntariedade.
j) Considera-se investimentos todos os gastos efetuados com intenção de benefícios futuros.
K) Perdas são itens debitados diretamente ao resultado do período contábil em que ocorrem.
l) A energia utilizada no parque fabril não deve ser considerada como custo.
m) Honorários do supervisor de fábrica deve ser considerada como despesa.
n) A Contabilidade de Custos é mais ampla do que a Contabilidade Gerencial.
o) O Conhecimento do Custo é vital para se saber, dado o preço, se um produto é lucrativo ou não,
e quanto.
p) Lucro Bruto é o resultado do confronto do custo das mercadorias ou produtos vendidos ou dos
serviços prestados aos clientes com a respectiva receita líquida.
q) Sobras de aparas de couro em curtume é uma perda que será classificada como custo.
r) Produtos químicos empregados na prestação do serviço de dedetização são custos fixos.

SEPARAÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS

CUSTOS – São os gastos relacionados à produção, como matéria-prima, energia elétrica da


fábrica, aluguel da fábrica, mão-de-obra destinada à produção etc. Em empresas não industriais,
são os gastos efetuados com mercadorias compradas para revenda ou serviços prestados.

DESPESAS – São gastos de administração, vendas, financiamento etc. não diretamente


relacionados à atividade produtiva. Assim, o aluguel dos escritórios da empresa, ao contrário do
aluguel da fábrica, é despesa. Os salários dos administradores e funcionários do escritório da
empresa são despesas, assim como a energia elétrica do escritório, materiais de escritório etc.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preço. 5ª ed. São
Paulo: Atlas, 2008.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2010.

OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JR., José Hernandes. Contabilidade de Custos para não
Contadores. 3º. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

SANTOS, Joel José. Contabilidade e Análise de Custos. São Paulo: Atlas, 2009.

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