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A sociedade
Ø A Nobreza
Durante o século XVIII, o prestígio de Portugal estava ao nível
das principais potências Europeias, devido às riquezas que nos chegavam,
principalmente do Brasil.
Os nobres estavam rodeados de luxo e conforto, e tinham belos
palácios (solares) com jardins decorados com estátuas e painéis de azulejo. No interior,
colocavam móveis de madeira trabalhados, objectos de prata e porcelanas da Índia.
Eram frequentes as touradas, banquetes, bailes, saraus e
espectáculos teatrais.
Ø Burguesia
A burguesia continuou a enriquecer com o comércio brasileiro e as suas
casas procuravam imitar os solares dos nobres.
Ø Povo
O Povo mantinha uma vida difícil. Eram vendedores ambulantes,
leiteiros, lavadeiras, artesãos, pequenos comerciantes, etc. No campo, os trabalhadores
rurais viviam com grandes dificuldades e muitos deles abandonavam as suas terras para
tentar a sua sorte nas cidades ou no Brasil, onde esperavam enriquecer.
Exploração económica
Neste século, as culturas do açúcar, tabaco, café, cacau e algodão atraiam
muitos colonos para o Brasil. Grupos de exploradores tentavam encontrar ouro, pedras
preciosas e escravos índios.
Em Portugal foi introduzida a cultura do milho e da batata. A produção
de azeite e vinho aumentou e desenvolveu-se a indústria de curtumes.
A Monarquia Absoluta
No século XVIII, a forma mais comum de governo na Europa era a
monarquia absoluta. Os reis reforçavam o seu poder tomando decisões importantes sem
consultar a corte, tal como fizeram D. João V e os seus sucessores, D. José e D. Maria I.
Construções
D. João V utilizou uma boa parte do ouro do Brasil na construção de
monumentos como:
Ø Aqueduto das Águas livres, em Lisboa;
Ø Santuário de Nossa Senhora dos remédios, em Lamego;
Ø Torre dos Clérigos, no Porto;
Ø Biblioteca da Universidade de Coimbra;
Ø Convento de Mafra.
A Reforma Pombalina
Poucos meses depois de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro
Marquês de Pombal, assumir o cargo de ministro, Lisboa foi devastada pelo terrível
terramoto de 1755, que destruiu a parte ribeirinha da cidade. Os jesuítas consideravam
aquela calamidade como um castigo de Deus e o Marquês de Pombal viu então um
pretexto para uma campanha contra os jesuítas que iniciou com o confiscar dos bens até
à expulsão destes do império Português (em 1759). Como a companhia de Jesus
controlava grande parte do ensino em Portugal, o Governante viu-se na obrigação de
criar aulas gratuitas de gramática Latina, em cada um dos bairros de Lisboa. Criou 4
escolas em Lisboa, 2 em Coimbra, Évora e Porto.
Curso Licenciatura em Enfermagem | 1º Ano
A necessidade de mudança na política educativa tornou-se evidente no
século XVIII, com críticas públicas ao ensino dos jesuítas por vários autores. É neste
contexto que se dá a reforma dos estudos, que acaba por abranger todos os sectores no
ensino (primeiras letras, ensino secundário técnico e de humanidades, ensino
universitário) e define os contornos de um sistema educativo moderno, dirigido pelo
Estado.
Em 1772, Pombal concretizou a reforma da Universidade de Coimbra.
Esta passava agora a orientar-se pela nova ciência – a filosofia natural – baseada na
observação onde predominavam os estudos de botânica, física, matemática e medicina.
Com estas medidas Portugal foi pioneiro na Europa na Organização de
um sistema de ensino de primeiras letras, distribuído por todo o reino, pago e
administrado pelo Estado (1772). No entanto não havia noção ainda que o ensino das
crianças deveria ser feito em locais próprios adaptados à sua idade, pois, geralmente, a
escola era a casa do professor ou salas em antigos conventos. A lei de 1772 que instituiu
as escolas régias foi omissa quanto à educação feminina. No mandato da Rainha Maria I
esta decidiu que deveriam existir 18 mestras em Lisboa e definiu um currículo básico
composto por ler, escrever, doutrina cristã, coser, bordar e cortar. Porém, a nomeação
destas mestras régias só se efectuou em 1816, em Lisboa e a maior parte da população
permaneceu analfabeta.
A vacinação
A vacinação no século XVIII está mais associada à varíola devido a esta doença
ser o primeiro caso um problema grave, o que exigia uma prevenção segura.
A varíola produzia grandes pústulas por todo o corpo e os doentes morriam à
febre. Mas quem sobrevivia ficava com cicatrizes profundas e com a imunidade à
doença. Em 1720, chegou a notícia a Inglaterra de que na Turquia se inoculava em
indivíduos saudáveis o pus das chagas daqueles que tinham contraído formas ligeiras de
varíola.
Edward Jenner (1749-1823) observou que pessoas que mantinham contacto com
bovinos não adoeciam de varíola, nem mesmo durante as grandes epidemias.
Principalmente, as mulheres encarregadas da ordenha contraíam das vacas uma doença
semelhante à varíola, designada varíola bovina.
Jenner apercebeu-se que quem tinha adoecido de varíola bovina também estava
protegido contra a varíola e assim levou a cabo uma experiência extremamente
arrisacada. A 4 de Maio de 1796 encontrou uma ordenhadora com varíola bovina,
extraiu-lhe um pouco de líquido de uma das bolhas a rapariga e injectou-a numa criança
saudável que naturalmente adoeceu de varíola bovina. Dois meses depois, Jenner
inoculou-lhe a varíola e a criança permaneceu saudável, ou seja, a inoculação da varíola
bovina protegia efectivamente da varíola.
Jenner repetiu a experiência noutras pessoas e revelou-se eficaz. A vacinação deu-
se por volta de 1798 na qual toda a Europa acedeu.
A Anestesia
Antes dos finais do Século XVIII, muitas operações cirúrgicas eram impossíveis
ou muito difíceis de se realizar devido às dores sentidas pelo paciente. Muitas pessoas
preferiam morrer a submeter-se aos ferros dos cirurgião e suportar dores horríveis.
Assim a necessidade de eliminar, total ou parcialmente, a sensibilidade do paciente ao
ser operado tornava-se agora muito importante.
Começaram a conhecer então os efeitos do protóxido de azoto que provoca um
“sono artificial” a quem o inalava, mas durante muito tempo não foi utilizado. No início
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Collière, M. (1998), Promover a Vida
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Collière, M. (1998), Promover a Vida
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Collière, M. (1998), Promover a Vida
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Collière, M. (1998), Promover a Vida
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Collière, M. (1998), Promover a Vida
6
Costa (1996), pp. 171-172
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Collière, M. (1998), Promover a Vida
Uma vez que já tinha uma hipótese para o sucedido, elaborou medidas de
controlo e de monitorização da sua eficácia. Estas propostas centraram-se em três
pontos principais: isolamento de casos, lavagem das mãos e ferver os instrumentos e
utensílios. Assim sendo e por iniciativa própria decidiu afixar na porta da unidade o
seguinte cartaz: "A partir de hoje, 15 de Maio de 1847, todo estudante ou médico, é
obrigado, antes de entrar nas salas da clínica obstétrica, a lavar as mãos, com uma
solução de ácido clórico, na bacia colocada na entrada. Esta disposição vigorará para
todos, sem excepção".
In the previous year Lister had heard that 'carbolic acid' was being used to
treat sewage in Carlise, and that fields treated with the affluent were freed of a parasite
causing disease in cattle. No ano anterior Lister tinha ouvido dizer que o fenol estava a
ser utilizado no tratamento de esgotos e que os campos que foram tratados foram
libertos de um parasita que causa a doenças em bovinos.
Quando tornou publica a sua descoberta foi criado uma enorme confusão
pelos mais diversos motivos, muitos diziam que se estava a interferir com a natureza e
que em vez de proteger os humanos, estariam sim a matá-los. Passando algum tempo,
Edward Jenner teve possibilidade de demonstrar a eficácia do seu método e aí sim, foi
devidamente reconhecido. Recebeu muitos presentes e agradecimentos de vários países.
Teve uma enorme coragem por ter infectado humanos com uma doença
branda como forma de os proteger de uma estirpe perigosa e muito contagiosa.