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Resenha
Atuais discussões sobre educação musical tratam de quando e como a criança pode
aproveitar da melhor forma possível o ensino da música. Piaget desenvolveu a teoria do
desenvolvimento humano baseado na interação do indivíduo com seu ambiente, onde
assimilação – aumento de informação perceptiva - e acomodação – mudanças qualitativas
na informação e formação de novos esquemas de pensamento -. Dessa forma Piaget tem
criado uma teoria que visualiza a inteligência humana através de estágios superiores e
sucessivos, começando do sensório-motor para o pensamento operacional, sendo que a
ordem destes estágios é orgânica (acontece sistematicamente) e experiencial (depende da
experiência com o ambiente). É a partir desta discussão que Martins inicia seu texto.
A aprendizagem musical se inicia na infância com o ambiente e a autopercepção.
Nos primeiros seis meses a criança aprende a ouvir, em seguida ela começa a diferenciar
sons e timbres e logo começa a imitá-los e no período de três a seis anos é extremamente
importante o desenvolvimento musical. No entanto o educador não tem acesso a crianças
desta faixa etária e muito menos o controle sobre a aprendizagem nesse período então
quando desenvolve trabalhos para essas crianças, estes saem desastrosos e irresponsáveis.
Mesmo sabendo que o desenvolvimento musical nesta faixa etária é importante, pesquisas
recentes demonstram que o retardo pode ser superado com experiências posteriores. “O
entoar, o cantar, o movimento expressivo, a exploração sonora e a descoberta através de
experiências criativas formam a base de uma educação musical voltada para esse período
da infância.” (Martins, 1985, p. 18)
Outra questão preocupante é a que diz respeito à problemática da percepção e
conceito, este último deve ser construído a partir da primeira e não o contrário como vem
ocorrendo. Existe também um determinado período para se desenvolver melhor cada
habilidade, porém a construção de um currículo baseado em faixa etária pode resultar na
aprendizagem desastrosa pois cada indivíduo obtém sua maturidade em velocidade
singular e o não respeito a este desenvolvimento faz com que se perca a oportunidade de
aperfeiçoar uma habilidade.
Período crítico para aquisição de conceitos musicais e hábitos auditivos esta entre
os cinco e seis anos e desenvolvimentos mais significantes ocorrem entre os seis e sete
anos. As áreas de percepção, execução e cognição, na música, estão interligadas assim
como a leitura musical se desenvolve a partir de outras estruturas. Quando se lê música o
objetivo é ouvir com os olhos e ler com os ouvidos.
A percepção consiste na extração de informação do campo perceptivo, podendo ser
esta o limite de tempo ou espaço, um objeto inserido neste espaço ou eventos que ocorram
no decurso do tempo.
Martins retoma a idéia de que a educação deve ser baseada na pratica e, a partir
desta, determinar os conceitos, a teoria. Muito se discute sobre qual o primeiro passo para a
musicalização, teoria ou prática no entanto ambas andam juntas e apenas o equilíbrio entre
estas pode ocasionar na aprendizagem eficaz.
Em seguida o autor trata do conceito de crescimento e diz que o mesmo é continuo,
o crescimento possui características universais mas também peculiaridades e estas não
devem ser postas de lado, cada crescimento deve ser tratado com sua devida importância.
Para finalizar o texto apresenta a peculiaridade no caso da música.
A principal função do crescimento musical é o desenvolvimento da musicalidade (
susceptibilidade musical), este é o significado da musicalização, seja ela com crianças ou
graduando, com a técnica, a leitura musical ou o ensino teórico, a educação musical deve
ter sua essência de crescimento da musicalidade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA