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Mês Missionário Programa Missionário

Extraordinário Nacional
Serviço de Informação Missionária
Ano 46 - No3 julho a setembro de 2018

Enviados para testemunhar


o Evangelho da paz
“Vós sois todos irmãos“
Mt 23, 8

Campanha Missionária
Editorial

Índice
Editorial.................................. 3
Rápidas................................... 4 Serviço de Informação Missionária
Ano 46 - No3 julho a setembro de 2018

Destaque................................. 5
Juntamente com os jovens, levemos o Evangelho a todos

Nossos Missionários.................. 6
Laicato e missão ad gentes
Pércio Pereira Vitoria e Marcia do Rocio Pereira Vitoria

Fraternidade no coração da Amazônia


Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus
O SIM é uma publicação trimestral das POM,
organismo oficial de animação, formação e coope-

POM........................................ 8 ração missionária universal da Igreja Católica, em


quatro ramos específicos:
Enviados para testemunhar o Evangelho da paz
Pe. Maurício Jardim • Pontifícia Obra da Propagação da Fé
• Pontifícia Obra da Infância e

Aprofundando a Missão........... 10
Adolescência Missionária
• Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo
Mês Missionário Extraordinário - outubro 2019 • Pontifícia União Missionária
Pe. Maurício Jardim
Expediente
Testemunhos.......................... 12 Direção:
Juventude além-fronteiras Pe. Maurício da Silva Jardim
Leidiane Santos Gomes e Joice Naira Fernandes (diretor nacional das POM)

Conselho Editorial:
Propagação da fé.................... 14 Pe. Badacer Ramos de Oliveira Neto (secretário
Pontifícia Obra da Propagação da Fé, nacional da Obra da Propagação da Fé)
Ir. Patrícia Souza (secretária nacional da Obra da
como tudo começou... Infância e Adolescência Missionária)
Pe. Badacer Neto Pe. Antônio Niemiec (secretário nacional da
Pontifícia União Missionária)

Missão em Contexto................ 16 Jornalista: Fabrício Preto (Mtb 15907)


Revisão: Cecília Soares de Paiva
Vivência missionária (Jornalista DRT/MS 280)
Dom Esmeraldo de Farias Projeto Gráfico e diagramação: Wesley T. Gomes
Capa: Cartaz da Campanha Missionária 2018
Ir às periferias existenciais e sociais Impressão: Cidade Gráfica e Editora Ltda.
Luciana Lopes Domingues dos Santos Tiragem: 12 mil exemplares.

IAM....................................... 18
IAM do Brasil no CAM 5 SGAN 905 - Conjunto B
Ir. Patrícia Souza
70790-050 Brasília - DF
Caixa Postal: 3.670 - 70089-970 Brasília-DF
Pontifícia União Missionária.... 20 Tel.: (61) 3340-4494
Fax: (61) 3340-8660
Missionário Construindo o Programa Nacional
Site: www.pom.org.br
Pe. Antônio Niemiec
E-mail: imprensa@pom.org.br

COMISE: um presente de Deus para a Igreja Para pedidos de material, entre em


João Luiz da Silva contato pelo e-mail: material@pom.org.br

2 julho a setembro 2018


Editorial

Testemunhar o Evangelho da paz


Animados pela experiência de encontro e missão por ocasião do 5º
Congresso Missionário Americano, realizado na Bolívia no último mês
de julho, apresentamos a nova edição do SIM. Trazemos a alegria da
Campanha Missionária vivida por toda a Igreja durante o mês de ou-
tubro. Este é um ano em que as Pontifícias Obras Missionárias (POM)
celebram 40 anos de missão, em que queremos lembrar a vida de tantos
missionários que construíram essa história.
Alinhados com a Campanha da Fraternida-
de, que refletiu sobre a superação da violência,
celebremos o mês missionário com o tema: En-
viados para testemunhar o Evangelho da paz e
o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). A
Campanha Missionária quer nos animar na re-
alização das atividades no Brasil e no mundo.
Para isso, foram produzidos e enviados, às 276
dioceses e prelazias do Brasil, diversos materiais
que serão distribuídos nas paróquias e comuni-
dades. O livrinho da Novena Missionária é o
principal material e foi elaborado com o método
da Leitura Orante da Palavra.
Por essa grande celebração missionária,
apresentamos também a vida de Paulina Maria
Jaricot, fundadora da Obra da Propagação da
Fé, e inspiração para a vivência do mês missio-
nário. Paulina é a jovem mulher que sentiu esse
apelo de Deus, deixando-se guiar pelo Espírito.
Em sua condição de leiga, assumiu sua vocação
missionária e criou essa rede de cooperação mis-
sionária que até os nossos dias segue fazendo o
bem à vida da Igreja Universal.
Complementa a edição, o artigo que apresenta os passos de construção
do Programa Missionário Nacional. Essa é a proposta para melhor articu-
lar o trabalho da Igreja no Brasil, com um fio condutor comum, com proje-
tos e ações que facilitem a formação, com respeito ao que é mais específico
em cada Regional. Também apresentamos a proposta do Mês Missionário
Extraordinário, proclamado pelo Papa Francisco para outubro de 2019.
No mesmo ano, no dia 30 de novembro, ocorrerá o centenário da carta
apostólica Maximum Iludi, do papa Bento XV.
Nessa ciranda aberta que é a missão, todos os irmãos e as irmãs são con-
vidados por Cristo a comunicar o Evangelho da Paz no mundo. Que este mês
missionário seja para todos nós um sinal de esperança. Boa leitura!

2018 julho a setembro 3


Rápidas

Grupo de trabalho planeja Mês Missionário Extraordinário


Em 19 de junho de 2018, foi nomeado um gru-

CNBB
po de trabalho com a tarefa de formular as primei-
ras propostas de ação para o Mês Missionário Ex-
traordinário, a ser celebrado em outubro de 2019,
conforme convocado pelo Papa Francisco.
De acordo com o bispo de Chapecó (SC),
Dom Odelir José Magri, coordenador do grupo,
o Mês Missionário Extraordinário de 2019 tem
como motivação a celebração do centenário da
Carta Apostólica Maximum Illud do papa Bento
XV que exorta a sair das fronteiras das nações
para testemunhar a vontade salvífica de Deus
através da missão universal da Igreja.

Nova identidade visual


No ano em que as Pontifícias Obras Missionárias celebram 40 anos de
fundação, foi lançada no último mês de agosto a sua nova identidade visu-
al. O processo de construção foi executado pela equipe de comunicação,
em conjunto com a Direção Nacional e Secretarias das Obras Pontifícias.
A necessidade de atualização da marca surgiu a partir de um estudo
apontando as tendências do marketing institucional, bem como a sua rela-
ção com o mundo digital. A nova logomarca preserva a imagem do brasão
da Santa Sé, símbolo Pontífice que caracteriza as POM, porém traz mais
leveza e simplicidade em seus traços, oportunizando a multiplicidade de
cores e aplicações.

CAM 5: momento de graça para a Igreja


A cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, acolheu o 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5), que acon-
teceu entre os dias 10 e 14 de julho de 2018. Participantes de 22 países do continente vivenciaram a alegria de uma Igreja
em saída, com atenção às periferias do mundo. O CAM 5 teve a participação de 2.650 missionários, entre congressistas,
conferencistas e convidados, além de 140 pessoas em
comissões especiais e mais 400 voluntários. Entre os
Arquivo POM

participantes, majoritariamente leigos e leigas, esta-


vam 190 religiosas, 130 seminaristas, 450 presbíteros
e 95 bispos.
Ao final do encontro, durante a celebração de en-
vio, foi apresentado o texto que traz as conclusões do
CAM 5, destacando que o congresso foi “um momen-
to de graça para a Igreja na América, pelo qual se pode
avivar o espírito missionário de toda a comunidade ca-
tólica, para que se faça presente em todas as realidades
do mundo com a força transformadora e a alegria do
Evangelho”.
Porto Rico será a próxima sede a acolher, em 2023,
os missionários de toda a América, por ocasião do 6º
Congresso Missionário Americano, CAM 6.

4 julho a setembro 2018


Destaque

Juntamente com os jovens,

Divulgação
levemos o Evangelho a todos
Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões, 21 de outubro de 2018

E
m virtude do Sínodo dos Jovens, que acontece e o entusiasmo expressam o descobrimento do sentido
em outubro deste ano, foi divulgado em 19 de e da plenitude da vida. A propagação da fé por atração
maio a mensagem do Papa para o Dia Mundial requer corações abertos, expandidos pelo amor. Não se
das Missões dirigindo-se à juventude e a todo o povo de pode colocar limites ao amor: forte como a morte é o
Deus. “O que me impulsiona a falar para todos, em diálo- amor (cf. Ct 8, 6). E tal expansão gera o encontro, o
go convosco, é a certeza de que a fé cristã permanece sem- testemunho, o anúncio; gera a partilha na caridade com
pre jovem quando se abre à missão que Cristo nos confia”. todos aqueles que estão longe da fé e se mostram indi-
“Todo homem e toda mulher é uma missão e essa ferentes, às vezes contrários a ela. Ambientes humanos,
é a razão pela qual se vive na terra. Ser atraído e ser culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Je-
enviado são os dois movimentos que o nosso coração, sus e à presença sacramental da Igreja constituem as
sobretudo quando se é jovem em idade, sente como for- periferias extremas, os “últimos confins da terra”, para
ças interiores do amor que prometem futuro e impelem onde, desde a Páscoa de Jesus, são enviados os seus dis-
a nossa existência para frente. Ninguém como os jovens cípulos missionários, na certeza de terem sempre o seu
sente o quanto a vida surpreende e atrai”. “Conheço Senhor com eles (cf. Mt 28, 20; At 1, 8). Isso é o que
bem as luzes e as sombras de ser jovem e, se penso na chamamos de missio ad gentes. A periferia mais deso-
minha juventude e na minha família, recordo a intensi- lada de todas é onde a humanidade, carente de Cristo,
dade da esperança por um futuro melhor.” permanece indiferença à fé ou manifesta ódio pela ple-
“Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e de nitude divina, da vida em Deus”.
sua Igreja! Aí se encontra o tesouro que enche a vida de “As Pontifícias Obras Missionárias nasceram de co-
alegria. Digo-vos isto por experiência: graças à fé, en- rações jovens para apoiar o anúncio do Evangelho a to-
contrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os dos os povos, contribuindo para o crescimento humano
realizar. Vi muitos sofrimentos, muita pobreza desfigurar e cultural de muitas populações sedentas de Verdade.
o rosto de tantos irmãos e irmãs. Todavia, para quem está As orações e as ajudas materiais, que generosamente
com Jesus, o mal é um desafio para amar ainda mais”. são dadas e distribuídas por meio das POM, ajudam
“A exemplo dos santos, que nos abrem para os vastos ho- a Santa Sé a assegurar a quem recebe ajuda para suas
rizontes de Deus, convido-os a se perguntarem em todas necessidades e também, por sua vez, ser capaz de dar
as circunstâncias: “Que faria Cristo no meu lugar?” testemunho do Evangelho em seu cotidiano”.
“Na convivência entre as gerações, a missão da Igreja “Queridos jovens, no mês missionário de outubro,
constrói pontes intergeracionais, nas quais a fé em Deus e o em que terá lugar o Sínodo a vós dedicado, será uma
amor ao próximo constituem fatores de profunda união”. nova oportunidade de vos tornardes discípulos missio-
“Essa transmissão da fé, coração da missão da Igre- nários cada vez mais apaixonados por Jesus e pela sua
ja, realiza-se pelo “contágio” do amor, em que a alegria missão, até os últimos confins da terra.”
2018 julho a setembro 5
Nossos Missionários
Arquivo pessoal

Laicato e missão ad gentes


O casal Pércio e Marcia viveu uma experiência de noventa dias de missão ad
gentes em Guiné Bissau e se prepara para retornar ao País para mais quatro anos.

N
ossa experiência mis- período que estivemos no país era de da língua, nossos corações diziam
sionária teve início no estiagem e os moradores vinham de que tinhamos de ajudá-lo. Assim,
trabalho com a Obra toda parte da cidade buscar água no com gestos e sinais, pegamos o me-
da Infância e Adolescência Missio- poço da missão, pois, com a estiagem, nino Ivan pela mão e o levamos até
nária, no estado do Paraná. Nessa os poços convencionais secavam e só a torneira na área da casa e fomos
caminhada, Dom Sérgio Braschi, os poços artesianos forneciam água lavando com carinho, depois seca-
bispo da Diocese de Ponta Grossa, para a população. A cidade contava mos, passamos uma pomada e en-
convidou-nos para fazer uma experi- com apenas uns cinco poços para volvemos o machucado com gazes e
ência de missão ad gentes em Guiné atender toda a população. esparadrapo. E quando terminamos
Bissau, na Missão Católica Beato Ao conviver com as crianças, o curativo, o Ivan olhou bem nos
Paulo VI na cidade de Quebo. jovens e adultos que estavam diaria- nossos olhos com aquele olhar que
Naquele momento haviamos dito mente conosco, conseguíamos identi- dizia: muito obrigado. Nós sentimos
que não seria possível, pois trabalha- ficar as crianças que passavam horas o olhar e o rosto de Deus naquele
vamos e tinhamos ainda atividades a e horas no terreno da missão, espe- menino.
serem realizadas, e somente quando rando a vez para pegar água. Nessa Ao final de noventa dias, retor-
aposentados aceitariamos o convi- espera, ficavam brincando até chegar namos ao Brasil. Agora estamos pla-
te. Porém sentimos que essa ida em a sua vez e amavam quando íamos nejando uma nova ida, colocando-
missão seria nossa gratidão a Deus brincar com eles. Partilhávamos brin- nos à disposição da Igreja para uma
por tudo que Ele nos deu. O amor cadeiras que nos ajudavam a apren- experiência maior, de no mínimo
em nossa família nos deu a certeza der a língua local e se divertiam quan- quatro anos. Estamos indo para con-
que poderíamos ir, acompanhados do falávamos uma palavra errada. tinuar e contribuir com as necessida-
por Deus onde fôssemos. A provi- Algumas semanas antes de retor- des locais. O missionário vai, mas
dência divina foi preparando nosso narmos para o Brasil, notamos que um dia ele volta. Temos que estar
coração para viver essa experiência. um dos meninos, o Ivan, recém-che- preparados para esses dois momen-
No primeiro momento, escolhemos gado para morar na casa vizinha à tos. A missão é feita com os pés dos
fazer uma vivência missionária de missão, apresentava chagas na per- que partem, com os joelhos dos que
90 dias, para poder discernir esse na, braço e boca. E como cuidar oram e das mãos dos que doam. A
chamado. desse menino de outra etnia (Fula), tudo agradecemos ao Deus da vida.
Chegamos ao país de Guiné portanto, não falava o crioulo, a lín-
Bissau no dia 16 de abril de 2018, gua que eu mal tinha começado a Pércio Pereira Vitoria
enviados pelas igrejas do Paraná. O aprender? E embora com a barreira Marcia do Rocio Pereira Vitoria
6 julho a setembro 2018
Nossos Missionários

Fraternidade no coração da Amazônia


Um pedido objetivo e certeiro do Papa Francisco, em um breve diálogo, motivou o
trabalho missionário na Amazônia, descobrindo a beleza e o sofrimento desse povo.

E
ra a tarde do dia 22 de ju- do Espírito, e para sermos fiéis ao mãos de Frei Francisco, o qual ide-
nho de 2013, na capela do nosso carisma de repetir o abraço alizou, junto ao Conselho, o projeto
Hospital São Francisco na ao irmão leproso de hoje, também do Barco Hospital Papa Francisco
Providência de Deus, Rio Janeiro, e abraçamos essa missão sobre dois para atender à população ribeirinha
o coração de cada frade que ali se en- fortes rumos: anunciando e curan- na Amazônia. O Barco já está em
contrava batia acelerado. Quando o do-cuidando. Anunciando por meio construção e em 2019 irá atraves-
carro estacionou, um misto de emo- das pastorais, movimentos e ajuda sar as águas do rio para socorrer os
ção, assombro e gratidão misturou-se na paróquia Catedral de Santana mais necessitados, dando oportuni-
às lágrimas. O Papa Francisco cami- e demais comunidades, e também dade a homens e mulheres de bem a
nhou entre eles com sua simplicidade a cura e o cuidado dos enfermos, exercerem um trabalho missionário
peculiar. Cumprimentou a todos nossos preferidos, assumindo a ad- de salvar vidas, cuidando do corpo
com simpatia e parou diante do ministração do hospital. e da alma pela ação missionária
Guardião Geral, Frei Francisco Assim o trabalho foi surgindo e fo- comprometida com os valores des-
Belotti, e por instantes conversaram. mos percebendo os sinais para melhor sa Igreja com rosto amazônico.
Ao ser apresentado aos irmãos que servir. Surgiu então um novo desafio Ouçamos sempre a voz de Nos-
atuam no Haiti, perguntou: prontamente aceito por nossa Frater- so Seráfico Pai São Francisco: “Co-
- Vocês estão na Amazônia? nidade, ao assumir outro Hospital na mece fazendo o necessário, depois
- Não, Santo Padre. cidade de Juruti (Pará), também per- o possível e logo estará fazendo o
- Então devem ir. tencente à Diocese de Óbidos. Equi- impossível”.
Foi um pedido breve, objetivo pado com tecnologia de ponta, o com-
e certeiro. Mas bastou para que a plexo construído por uma mineradora Fraternidade São Francisco de Assis
Fraternidade ouvisse, no pedido do multinacional encontrava-se pratica- na Providência de Deus
Papa, o mandato de Cristo: “Ide!” mente fechado há quase dois anos por
E como filhos da Divina Providên- falta de gestores. Iniciamos um traba-
cia, saímos da Capela do Hospital lho de grande movimentação para dar
com um convite missionário. Na- vida e atuação a esses dois santuários
quela mesma semana, Dom Frei da vida: no Hospital Santa Casa de
Bernardo Johannes Bahlmann, Misericórdia de Óbidos e o Hospital 9
OFM, Bispo da Diocese de Óbidos, de Abril na Providência de Deus.
Pará, convidou Frei Francisco para Desse modo, vivemos junto ao

Arquivo pessoal
conhecer uma Santa Casa que pas- nosso povo, levando esse amor por
sava por dificuldades, em sua Dio- meio do cuidado e do testemunho, vi-
cese, e que estava praticamente de vendo como Franciscanos na Provi-
portas fechadas. dência de Deus na Amazônia, na
Após o devido discernimento e certeza de que há fraternida-
conhecimento da missão e da região de entre nós e o povo.
missionária, aceitamos o desafio e E o Espírito Santo
chegamos em Óbidos no dia 4 de feve- continua a mover o
reiro de 2014. Com um carinho excep- olhar de nossa
cional, próprio do povo da região, fo- Fraternidade ao
mos acolhidos para dar início à nossa povo amazô-
missão específica nessa Igreja que tem nico pelas
como lema: “Uma Igreja missionária
no coração da Amazônia”.
Iniciamos nossos trabalhos co-
laborando com a comunidade lo-
cal, descobrindo a beleza da região
Amazônica e quais os desafios e
sofrimentos do povo. Sobre a luz

2018 julho a setembro 7


POM

Enviados para testemunhar


o Evangelho da paz

Atêlie 15
Celebramos o mês missionário de outubro com o tema: Enviados para
testemunhar o Evangelho da paz e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8)

A
missão é uma só e nasce O papa Francisco dá ênfase à di- nas realidades desfiguradas pela
no coração da Trinda- mensão existencial da missão: “Eu corrupção, fome e por injustiças.
de. A missão é de Deus sou uma missão de Deus nesta ter- A missão é sempre tarefa eclesial.
e Deus é Missão. Ela nasce em nós ra, e para isso estou neste mundo” Uma pessoa, grupo ou instituição
pelo batismo e pelo encontro com (Evangelli Gaudium, 273). A vida se não pode ter o monopólio da mis-
Jesus Cristo que dá novo horizonte torna uma missão. Ser missionário (a) são. A missão tem, portanto, cunho
à nossa vida (cfe. Ap29). É um en- está além de cumprir tarefas ou fazer comunitário. Nossos conselhos mis-
contro apaixonante que transborda. muitas coisas. Está na ordem do ser. sionários, em suas distintas compo-
“Missão é paixão por Jesus Cristo É existencial, identidade, essência e sições (paróquia, diocese, regional e
e simultaneamente paixão pelo seu não se reduz a algumas horas do dia. nacional) são convidados a caminhar
povo” (Evangelli Gaudium, 268). Sem Na Exortação Apostólica Gaudete juntos e a contribuir com a missão de
essa paixão, a missão é reduzida e et Exsultate o papa chega a afirmar: Deus. Uma forma concreta de coope-
dispersa, e saímos para muitas ou- “Não é que a vida tenha uma missão, rar com a causa missionária é a ora-
tras coisas, andando de um lado para mas a vida é uma missão” (27). ção e a oferta em favor da evangeliza-
o outro sem mística e ardor. Portan- Dentro dessa compreensão ção dos povos. O Papa Pio XI, tendo
to, missão é questão de paixão e existencial da missão, o testemu- presente as grandes necessidades
identidade cristã. nho tem força eloquente. Paulo universais, instituiu em 1926 o penúl-
Jesus convocou o grupo dos VI sublinha: “As pessoas de hoje timo domingo de outubro como Dia
doze para que primeiro ficassem escutam com mais boa vontade as Mundial das Missões. A colaboração
com Ele e depois os enviou a pregar testemunhas do que os mestres, e de cada cristão nesse dia tem como fi-
(Cfe. Mc 3,14). A primeira tarefa se escutam os mestres é porque nalidade a Evangelização, Animação
do missionário (a) é ficar com Ele eles são testemunhas”. E ainda: e Cooperação Missionária. Dessa
para deixar-se conformar pela Sua “Cada santo (a) é uma missão por coleta, 80% são destinados a auxiliar
identidade. Desse encontro, nasce excelência” (Gaudete et Exsultate,19). atualmente 1.050 dioceses pobres nos
a missão que não tem fronteiras. O Nesse sentido, o nosso mês mis- “territórios de missão” e diversos pro-
envio é até os confins da terra, ou sionário de outubro ressalta o jetos na África, Ásia, Oceania e Amé-
seja, até as periferias geográficas e valor do testemunho num mun- rica Latina. Os outros 20% são para a
existenciais. Ao sermos enviados, do marcado por tantas formas de ação missionária no Brasil.
não anunciamos a nós mesmos e a violência. Portanto, testemunhar
nossos projetos, mas ao Evangelho, o Evangelho da paz nos convida a Pe. Maurício Jardim
boa notícia de salvação para todos. ações concretas de misericórdia, Diretor Nacional das POM
8 julho a setembro 2018
POM

Materiais da Campanha Missionária


O mês de outubro quer nos animar na realização das atividades missionárias no Brasil e no mundo. Neste ano
em que as Pontifícias Obras Missionárias (POM) celebram 40 anos de missão, queremos lembrar a vida de tantos
missionários que construíram essa história.
Com a finalidade de animar a Campanha Missionária, foram produzidos e enviados às 276 dioceses e prelazias
do Brasil diversos materiais que serão distribuídos nas paróquias e comunidades. Todos os materiais estão disponí-
veis para baixar e multiplicar livremente, no site das POM (pom.org.br).

Cartaz
Em comunhão com a arte dos materiais da Campanha Missionária de 2017, neste ano
destacamos o envio para testemunhar o Evangelho da Paz. A arte mostra a Igreja, Povo de
Deus, formada por diferentes sujeitos da missão (cristãos leigos e leigas, consagrados e con-
sagradas, diáconos, padres, bispos e o papa), representantes de todas as idades e etnias. Nes-
ta ciranda aberta, todos irmãos e irmãs são convidados por Cristo a comunicar o Evangelho
da Paz no mundo cinza e sem vida. É a Igreja em saída, ad gentes, enviada a testemunhar a
alegria do Evangelho em todo o mundo. O povo traz a Palavra de Deus, fonte da missão. As
cores missionárias recordam a dimensão universal da missão. Também é possível utilizar o
Zapcode. Basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet).
Depois, ao direcionar o aparelho para os materiais (cartaz, novena, santinhos) é possível
assistir a uma animação e acessar os conteúdos da Campanha Missionária.

Novena Missionária
O livrinho da Novena Missionária contém o roteiro de 9 encontros, com cantos e ora-
ções. Inclui a Mensagem do papa Francisco para o Dia Mundial das Missões e vem acom-
panhada de um DVD. É um dos principais subsídios para animar a Campanha Missionária
do mês de outubro. Em cada dia da Novena, o método da Leitura Orante da Palavra ilu-
mina e orienta a nossa vida na missão. A Novena pode ser feita pelos grupos de reflexão,
famílias, nas comunidades ou escolas.

DVD
A Novena Missionária vem acompanhada do DVD, com destaque para os testemunhos missio-
nários que comunicam o Evangelho da Paz em diversos contextos da missão. Produzido pela Verbo
Filmes e organizado pelas POM, o DVD contém nove capítulos, um para cada dia da Novena.

Santinho
Foram confeccionadas duas versões dos santinhos com os Padroeiros da Missão, São Francisco
Xavier e Santa Teresinha do Menino Jesus. O material traz a Oração da Campanha Missionária.

Envelope
O envelope deve ser utilizado exclusivamente para a Coleta do Dia Mundial das Mis-
sões, feita nas celebrações do penúltimo final de semana de outubro (este ano, dias 20 e 21).
As ofertas devem ser integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias (POM) que
as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo.

Orações dos Fiéis


As orações dos fiéis para os quatro domingos de outubro incluem um co-
mentário inicial e a Oração da Campanha. As orações encontram-se disponí-
veis em PDF no site das POM (pom.org.br).

2018 julho a setembro 9


Aprofundando a Missão
Divulgação

Mês Missionário
Extraordinário
Ao acolher a proposta da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Papa
Francisco proclamou outubro de 2019 como o Mês Missionário Extraordinário

O
papa Francisco procla- da comemoração do 100º aniversá- material para o imenso trabalho de
mou outubro de 2019 rio da Carta Apostólica Maximum evangelização, da missio ad gentes e
como Mês Missionário Illud. Trata-se de colocar a missão da formação cristã das Igrejas mais
Extraordinário com o objetivo de: de Jesus no coração da própria necessitadas.
“despertar em medida maior a cons- Igreja, transformando-a em critério
ciência da missio ad gentes e retomar para medir: “Que cada Igreja particular e
com novo impulso a transformação • a eficácia das estruturas, cada Conferência Episcopal deter-
missionária da vida e da pastoral”. • os resultados do trabalho, mine, nas formas mais apropriadas
Trata-se de acontecimento eclesial • a fecundidade dos seus ministros e e convenientes para os seus cristãos,
de grande importância que abrange a alegria que são capazes de suscitar. como viver e deixar-se moldar por
todas as Conferências Episcopais, os essas dimensões”, ressalta o Cardeal
membros dos institutos de vida con- O tema para o Mês Missioná- Filoni.
sagrada, as sociedades da vida apos- rio Extraordinário foi definido pelo Na assembleia anual dos dire-
tólica, as associações e movimentos papa Francisco: Batizados e Envia- tores das POM em Roma, o papa
eclesiais. dos: A Igreja de Cristo em missão Francisco recordou que em outubro
No centro dessa iniciativa, que no mundo. Ele indicou quatro di- de 2019 também se realizará o Síno-
envolve a Igreja Universal, estão: a mensões como forma para prepa- do para a Amazônia: “Espero que
oração, o testemunho e a reflexão rarmos e vivermos outubro de 2019: essa coincidência nos ajude a manter
sobre a centralidade da missio ad fixo o nosso olhar em Jesus Cristo ao
gentes como estado permanente do • O encontro pessoal com Jesus enfrentar problemas, desafios, rique-
envio. Cristo vivo na sua Igreja: Eucaris- zas e pobrezas; ajude-nos a renovar
O prefeito da Congregação para tia, Palavra de Deus, oração pessoal o compromisso de serviço ao Evan-
Evangelização dos povos, cardeal e comunitária. gelho para a salvação dos homens
Fernando Filoni, deseja que, duran- • Testemunho: os santos, os márti- e mulheres que vivem nessas terras.
te o tempo de preparação remota, res da missão e os confessores da fé, Rezemos para que o Sínodo para a
cada uma das Igrejas particulares que são a expressão das Igrejas es- Amazônia possa requalificar, evan-
se empenhem na oração e reflexão, palhadas por todo o mundo. gelicamente, a missão nessa região
envolvendo comunidades contem- • Formação: bíblica, catequética, tão sofrida, injustamente explorada
plativas monásticas e de clausura. O espiritual e teológica sobre a missio e necessitada da salvação de Jesus”.
papa Francisco nos pede para colo- ad gentes. Segundo o papa, o processo de
carmos a missão ad gentes no centro • Caridade missionária: como ajuda preparação será de outubro de 2018

10 julho a setembro 2018


Aprofundando a Missão

a outubro de 2019: “Podemos nos pre- Para impulsionar a divul-


parar convenientemente para o Mês gação, apresentamos, com
Missionário Extraordinário durante o a devida explicação, a logo-
mês missionário de outubro de 2018, marca oficial do Mês Mis-
de modo que todos os fiéis tenham sionário Extraordinário:
verdadeiramente no coração o anún- A logomarca mostra uma
cio do Evangelho e a transformação cruz missionária cujas cores
das suas comunidades em realidades tradicionais lembram os cinco
missionárias e evangelizadoras; e au- continentes. A Cruz acolhe o mundo
mente o amor pela missão, que ‘é uma e favorece o encontro entre os povos, a comu-
paixão por Jesus e, simultaneamente, nicação entre as pessoas e com a Igreja universal, como se
uma paixão pelo seu povo” (Carta do fosse um link, criando laços reais entre os povos.
Papa Francisco ao Cardeal Filoni, 22 A cruz é o instrumento e o sinal eficaz da comunhão en-
de outubro de 2017). tre Deus e os homens para a universalidade da nossa missão.
O grupo de trabalho, nomeado O mundo é transparente para significar que nossa ação
pela Conferência dos Bispos do Bra- de evangelização não tem barreiras nem fronteiras. É fru-
sil para os processos de preparação to do Espírito Santo. A Cruz abraça todos os homens e
do Mês Missionário Extraordinário, mulheres desse mundo e, graças a ela, estamos unidos,
pretende envolver todas as Comis- conectados e abertos à comunhão.
sões Episcopais Pastorais da CNBB Nossa solidariedade é universal. De fato, o mundo
e organismos de comunhão e partici- transfigurado no Espírito supera as distâncias e abre o
pação nesse processo de preparação. olhar da nossa mente e do nosso coração. É o amor de
Para atender à solicitação do papa, Jesus que não conhece limites e fronteiras.
esse grupo pretende promover o Mês As palavras BATIZADOS E ENVIADOS, que acompa-
Missionário Extraordinário a partir nham a imagem, indicam os dois elementos característi-
de seis dimensões: cos e inalienáveis de todo cristão: o batismo e o anúncio.
Da Cruz brota o batismo para a salvação do mundo para
1. Formativa: Reflexão bíblica teoló- o qual somos enviados a anunciar o Evangelho de Jesus.
gica sobre a temática do mês, a partir As cores da Cruz são aquelas tradicionalmente atri-
da Carta Apostólica Maximum Illud e buídas aos cinco continentes: vermelho para a América,
do magistério do Papa Francisco. verde para a África, branco para a Europa, amarelo para
2. Celebrativa: Abertura Nacional no a Ásia e azul para a Oceania. Cada cor tem um signi-
Santuário de Aparecida (SP) e simulta- ficado simbólico que torna possível a conexão entre os
neamente em cada Igreja Particular. continentes e seus povos, na comunhão de Deus com a
3. Anúncio: Divulgar junto aos meios humanidade.
de comunicação social católicos a cen- O vermelho recorda o sangue dos mártires do Continen-
tralidade de Jesus e seu Evangelho. te Americano, sementes para uma nova vida na fé cristã.
4. Testemunho: Destacar o testemu- É a cor da paixão dos missionários que, tendo chegado
nho de missionários (as) que atuam a um novo país, estão interessados na salvação do povo.
fora e dentro do Brasil. O verde é a cor da vida, da natureza, da vegetação, da
5. Cooperação: Impulsionar o projeto esperança. Simboliza crescimento, fertilidade, juventude
Igrejas irmãs, o Sínodo para Amazônia e vitalidade. Verde é a cor que harmoniza o todo. O con-
e os projetos de envio ad gentes. tinente africano é chamado a essa harmonia mesmo no
6. Obras de caridade: Promover em meio do deserto e do sofrimento.
medida maior a coleta missionária e O branco é símbolo da alegria, o começo de uma nova
ações concretas na Amazônia. vida em Cristo. É o desafio para uma Europa antiga, cha-
mada a reapropriar-se da força evangelizadora que a ge-
É importante ressaltar que o Mês rou, graças a tantas Igrejas.
Missionário Extraordinário está sen- O amarelo é cor da luz, que se alimenta da luz invo-
do pensado em todas as dimensões de cando a verdadeira Luz. A Ásia é o continente onde nas-
atuação eclesial: Internacional; Ame- ceu Jesus, o Filho de Deus, nosso Sol, que surge do alto.
ricano, Nacional, Regional, Diocesa- O azul é a cor da Oceania, formada por inúmeras ilhas
no e Paroquial. espalhadas pelo oceano. É a cor que mais se aproxima do
invisível, recorda a vida divina, lembra o mistério e nos
Pe. Maurício Jardim convida à transcendência. É a cor da água da vida que
Diretor Nacional das POM mata a sede e nos restaura ao longo do caminho.

2018 julho a setembro 11


Testemunhos

Juventude além-fronteiras
“O Ide vai além de uma saída a outro país. É atravessar
barreiras individuais e padecer em situações de injustiça”

T
emos diante dos olhos uma realidade marca-
da por derrotas e vitórias, com suas angústias
e anseios, numa terra de missão que se des-
cobre pelo esforço, seja individual ou coletivo, na busca
por restaurar a sociedade presente de uma forma mais
humana. A reciprocidade do cuidado e do amor pelos
demais seres é exigida pelo mandamento que Jesus defi-
ne: “amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei”
(Jo 13, 34).
O mandamento dado por Jesus nos faz responsáveis
também no cuidado aqui vivenciado, embora saibamos
que resultados imediatos e respostas para toda essa
realidade vivida, a princípio, estejam sem horizontes.
Temos consciência de que nossa inserção nesse sentido
não será só marcante para as pessoas que convivemos,
mas será bem mais marcante e frutuosa em nós, que
desfrutamos da presença de cada um deles. Os haitia-
nos possuem um olhar de resistência a toda essa realida-
de que avassala a esperança, mas que não perde o brilho
nessa mesma esperança.
Estamos inseridas no projeto que a Conferência dos
Religiosos do Brasil é responsável com a Igreja do Brasil,
em parceria com a Igreja do Haiti. Podemos conviver de
perto com pessoas que se empenham para ter essa possi-
bilidade de viver de uma maneira mais digna. São crian-
ças que superaram e superam a desnutrição; mães e pais
de famílias que colaboram no projeto com costura e bor-
dado, visando uma melhoria para seus filhos e família;
jovens que se empenham na educação e se esforçam para
trilhar melhor caminho e avançar em questões futuras.
Nessas últimas semanas, com um pouco do domínio
da língua, conseguimos nos comunicar, orientar alguns
e proporcionar a eles uma palavra amiga. Nas visitas
feitas às localidades daqui, de estruturas um tanto pre-
cárias, fomos sempre bem acolhidas. Pessoas sorriden-
tes e afetuosas que nos permitiam estar com eles.
Aqui percebemos que o Ide vai além de uma saída na-
cional. É atravessar barreiras individuais e padecer diante
de situações de injustiça e se questionar: Qual o papel de
ser Igreja mediante tantas dificuldades e particularidades
de um povo tão diferente? Diferenças essas presentes na
língua, na forma de ser e no processo histórico.
Qual a possibilidade de colaborar numa realidade
que a única coisa que podemos fazer é apenas estar pre-
sente ao lado deles? Conviver aqui nos faz passar por um
processo de desconstrução, tanto no idioma quanto nos
Missionárias ajudam em projetos sociais no Haiti

12 julho a setembro 2018


Testemunhos

Fotos: arquivo pessoal


conceitos pré-estabelecidos que eu
já tinha de missão. Não descarto
as experiências já vividas em ou-
tras realidades no Brasil enquanto
jovem missionária, mas acredi-
to que Deus abre caminho para
uma transformação que favorece a
vida deles e, sobretudo, constrói e
transforma as nossas vidas.
A missão Ad Gentes sempre foi
pulsante em nosso coração e par-
tilhar a vida traçando o caminho
do discipulado – mesmo com suas
barreiras – nos alegra e faz crer que
Para Leidiane e Joice, missão é ser presença junto de quem necessita
precisamos ter a prática da saída e
ser Igreja samaritana, a que precisa estar aberta e ciente dos grande passo essa missão além-fronteiras, não só para
necessitados mundo afora para, assim, colaborarmos gra- nós que aqui estamos, mas acredito que para todos os
dativamente para aquilo que o Evangelho nos aponta: “que jovens missionários. De fato, o grau de pobreza do Haiti
todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10, 10b). em comparação ao nosso país é elevado, mas acredito
Acredito que essa experiência abrirá mais horizontes que também somos convidados todos os dias, pela força
para a Juventude Missionária, avançando cada vez mais na do Evangelho, a transformar alguma realidade que se
construção da identidade da JM do Brasil, e agora atinge encontra bem mais próxima de nós.
essas metas, frutos de sonhos almejados do processo contí- Ao possuir o carisma Ad Gentes e tê-lo como parte
nuo que se dá desde a Infância e Adolescência Missionária. de nossa identidade, como Juventude Missionária, de-
Vemos a ação do Evangelho vivida aqui no Haiti em vemos estar sempre encorajados a enfrentar a vulnera-
três dimensões: aquele que chega, acolhe e cuida; aque- bilidade de realidades presentes em nosso meio, desde
le que necessitado, transfigurado, julgado e caído precisa os bairros e comunidades que visitamos até outras re-
de ajuda; e o Evangelho que chega ao íntimo, transforma, alidades estaduais. A Igreja tem mergulhado cada dia
molda, constrói um novo olhar a partir dessa humanidade mais na luta de viver o bem comum, sendo isso cor-
para se chegar à plenitude divina. O amor da Igreja pelos respondente às mais elevadas inclinações do homem,
pobres inspira-se no Evangelho das bem-aventuranças, na um caminho árduo de se alcançar, porque exige de nós
pobreza de Jesus e na sua atenção pelos que padeciam em uma dedicação constante do bem do outro como se
sua época. Falar de pobreza não é só pensar no Haiti. Na fosse o nosso próprio bem”.
nossa atualidade muitas pobrezas são alarmantes. Temos Destacamos o projeto Juventudes Ad Gentes como
a pobreza material – falo numa materialidade de condi- um processo que tem se solidificado e que, nesses firmes
ções básicas para a necessidade e dignidade humana – a primeiros passos dados por essa primeira experiência,
pobreza na escuta de ouvir aos apelos de quem precisa e, irá expandir os próximos passos a serem dados por ou-
a meu ver, temos a mais preocupante que seria a pobreza tros jovens em outras experiências além-fronteiras. Pre-
espiritual, na qual muitos maximizam o ter e não o ser. cisamos acreditar com ousadia que fazemos parte desse
Em nossas realidades de JMs nacional, existem mui- protagonismo na missão da Igreja, sendo fomentadores
tos bairros semelhantes ao Haiti. Não anulo aqui a mis- da ação e evangelização missionária desde a sua Igreja
são que estamos a viver, e o trilhar de forma madura e local, dando continuação ao processo de formar discí-
bonita que a JM dentro do Brasil tem trilhado. Foi um pulos e missionários entre todas as nações. A Juventude
Missionária é mais que um grupo, nós somos testemu-
nha do Reino. Que nos inspire nossa fundadora Paulina
Jaricot que, em seu testemunho, motiva-nos a caminhar
“aonde as necessidades são maiores”.

Jovens Missionários, sempre solidários!

Leidiane Santos Gomes


Coordenadora da Juventude Missionária, Estado do Pará

Joice Naira Fernandes


Coordenadora da Juventude Missionária, Estado do Piauí
Experiência missionária na JM foi motivadora

2018 julho a setembro 13


Propagação da fé

Pontifícia Obra da Propagação da Fé,


como tudo começou...
Paulina Maria Jaricot,
fundadora da Obra,
é inspiração para
a vivência do mês
missionário.

O
utubro é o mês dedicado às Missões em toda a
Igreja. Desde o ano de 1926 o Papa Pio XI ins-
tituiu o penúltimo domingo desse mês como
o Dia Mundial das Missões, dedicado à oração e a ofer-
tas em favor da evangelização dos povos. Como sabemos,
a missão é de Deus, entretanto, Ele quis contar conosco
como seus cooperadores nessa tarefa. Para isso, ao lon-
go da história, tem chamado a muitas pessoas, como eu e
você. Partilhamos aqui a vida de uma jovem mulher que
sentiu esse apelo de Deus, deixando-se guiar pelo Espírito.
Ela é Paulina Maria Jaricot, nascida em Lyon, França,
em 21 de julho de 1799, em um contexto de fim de revo-
lução, após os anos difíceis do totalitarismo de Napoleão.
Era o auge da revolução industrial na França. Portanto, um
período cheio de muitas tensões e inseguranças que tocava
diretamente a fé, pois a Igreja passava por inúmeras e seve-
ras perseguições do Estado, em um clima liberal e ateu fa-
vorável à indiferença a Deus. Para exemplificar, as Missões
Estrangeiras de Paris (MEP) só conseguiu enviar, durante
esse período, apenas dois missionários para o Oriente.
Nesse cenário, Paulina e seu irmão Filéias, embora
tivessem uma vida segura e confortável, foram alimen-
tados desde crianças pelas correspondências dos mis-
sionários que estavam no oriente, sobretudo na China.
Ouviam os desafios enfrentados e as necessidades da
Igreja para o anúncio do Evangelho, bem como sobre
a realidade de sofrimento que passava aquele país do
oriente, especificamente dos perigos de morte sofridos
por crianças. Essas leituras provocaram um impacto
profundo na vida dos irmãos, a ponto de Filéias deci-
Paulina Maria Jaricot, nascida em
dir ser missionário na China. Paulina quis ir, mas não Lyon, França, em 21 de julho de
podia, mas seu irmão a incentivava com estas palavras: 1799, em um contexto de fim de
“Coitadinha, você não pode. Mas vai pegar um raste-
lo, juntará um montão de ouro, e daí o mandará para revolução, após os anos difíceis do
mim...”. (NAÏDENOFF, Georges. p. 8)* . totalitarismo de Napoleão.
Paulina, que tem o espírito empreendedor e uma pai-
xão profunda por Jesus, tem uma intuição em favor das
*NAÏDENOFF, Georges. Paulina Jaricot, Fundadora da Obra Missionária Pontifícia da Propagação da Fé. Série Fundadores. Pontifícias
Obras Missionárias, Brasília, 2009
14 julho a setembro 2018
Propagação da fé

Uma tarde em que Seguindo sua intuição e animada pelas cooperadoras


e cooperadores, em 3 de maio de 1822 nascia a Obra da
meus pais jogavam
Propagação da Fé, com o objetivo de manter o espírito mis-
cartas e que eu, sionário aceso no coração de cada cristão por meio de uma
sentada no canto do profunda vida de oração, e por meio de uma cooperação
fogão, buscava em material para garantir a ação da Igreja nas terras de mis-
Deus o auxílio, isto são, favorecendo a evangelização, a vida dos missionários,
é, o plano desejado, o bem do povo. Ela deixará registrado em seus escritos:
foi dada uma visão “Das fracas coletas recolhidas nominalmente para a China
clara desse plano, e e Cochinchina, com a finalidade precisa de manter um ca-
eu entendi a facilidade tequista com a quantia de 180 francos anuais e, com ele, as
que qualquer pessoa criancinhas em perigo de morte. Esse resultado era bonito
demais para renunciar”. (NAÏDENOFF, Georges. p. 21)*.
do meu círculo de
Este projeto se revelou tão eficaz que no ano de 1922
relações teria para o Papa Pio XI elevou a Obra da Propagação da Fé à
achar dez associados Obra Pontifícia, tomando para si esse empreendimento
que contribuíssem missionário e o propondo para a Igreja Universal como
com uma moedinha modelo de cooperação missionária.
cada semana para a Hoje, nos aproximando da celebração dos 200 anos
Propagação da Fé. dessa rede de cooperadores e cooperadoras da missão de
Jesus, que é a Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF),
(NAÏDENOFF, Georges. p. 16)*
continuamos a seguir e fazer acontecer a inspiração de Pau-
lina por meio das POM, que dinamiza e promove, além das
missões na cozinha de sua casa atividades missionárias, a Campanha Missionária realizada
e decide colocá-la em prática. em toda a Igreja em favor das missões no mundo inteiro.
Ela nos diz em seu diário: “Uma Tal coleta forma o fundo mundial de solidariedade
tarde em que meus pais jogavam para a evangelização dos povos e garante a sustentação
cartas e que eu, sentada no canto e manutenção de dioceses, vicariatos apostólicos e pre-
do fogão, buscava em Deus o au- lazias no mundo inteiro, bem como, a abertura e manu-
xílio, isto é, o plano desejado, foi tenção de seminários, financiamentos de obras sociais e
dada uma visão clara desse pla- assistência aos missionários em todo o mundo.
no, e eu entendi a facilidade que Portanto, é interessante também, neste ano do lai-
qualquer pessoa do meu círculo cato, redescobrir Paulina Jaricot que, não deixando sua
de relações teria para achar dez condição de leiga, assumiu sua vocação missionária e
associados que contribuíssem criou essa rede de cooperação missionária que até os
com uma moedinha cada se- nossos dias segue fazendo o bem à vida da Igreja Uni-
mana para a Propagação da Fé. versal. Ela nos confessa: “O desejo imenso de amar, a
Eu vi ao mesmo tempo a opor- sede devoradora de possuir a meu Deus, fazia-me tam-
tunidade de escolher, dentre os bém desejar trabalhar para a sua glória. Queria contri-
associados mais capazes, os que buir para a glória da Igreja. E nunca senti atração pela
inspiravam mais confiança, para vida religiosa. Ia assistir às cerimônias de vestição de
receber de dez chefes de dezenas hábito: uma força irresistível arrastava-me com alegria
a coleta dos seus associados, e a para fora de seu santo abrigo e parecia-me gritar, para
conveniência de um chefe que meu desagrado: não é aqui que você se deve consagrar a
reunisse as coletas de dez che- Jesus Cristo”. (NAÏDENOFF, Georges. p. 28)*.
fes de centenas, para depositar o Paulina morreu em 9 de janeiro de 1862, falida e
total em um centro comum... Com receio de esquecer pobre. Que ela continue nos inspirando e nos ajudando
esse modo de organização, anotei-o imediatamente, e a nos tornar, cada vez mais, uma Igreja Missionária, fa-
admirou-me diante da facilidade, da sua simplicidade, zendo-nos compreender que não importa onde estiver-
que ninguém antes de mim tivesse tido essa ideia. Lem- mos ou qual o estado de vida que assumamos na Igreja,
bro-me também que, faltando-me os termos apropriados, a missão é nossa essência e por isso não podemos nos
escrevi: dezenários, para designar chefes de dezenas; cen- esquivar de colaborar com ela, tanto espiritual quanto
tenários, para indicar os que receberiam de dez chefes as materialmente até o comprometimento de toda a vida.
coletas de cem associados; e milenários, os que, em meu
pensamento, iriam receber de dez centenários as coletas Pe. Badacer Neto
de mil associados.” (NAÏDENOFF, Georges. p.16)*. Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé
2018 julho a setembro 15
Missão em Contexto

Fotos:
CONGRESSO
MISSIONÁRIO
AMERICANO
Vivência missionária
Dom Esmeraldo Farias relata os momentos principais de sua
experiência no 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5)
T ive a alegria de participar do
5º Congresso Missionário
Americano, realizado em Santa Cruz
nidades se prepararam com muito
esmero, pois tivemos a oportunida-
de de vivenciar a missão em todos
único, para que todo o que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eter-
na. Deus enviou o seu Filho ao
de la Sierra (Bolívia) em julho passa- os ambientes, e aprender muito com mundo não para condenar o mun-
do. Fiz parte da delegação do Brasil, o povo boliviano e demais partici- do, mas para que o mundo seja
formada por 175 pessoas dos vários pantes do Congresso. salvo por ele” (Jo 3,16-17). Então,
regionais, entre cristãos leigos (as), di- Vi a alegria de milhares de pes- somos chamados a ser colaborado-
áconos, padres, religiosos (as), semi- soas que participaram da celebração res de Deus testemunhando o seu
naristas, bispos e a direção das POM. eucarística de abertura e de encer- amor em toda a nossa vida: palavra
Para a nossa preparação, foi ramento. Na paróquia Cristo Mi- e ação que iluminam; que trazem
muito importante fazer o estudo do sionero, onde estive hospedado, as perdão e reconciliação. É o Espírito
texto base, a reflexão feita em cada celebrações foram muito bonitas e Santo, protagonista da missão, que
regional e em muitas dioceses, e a cheias de fé, com um número cres- nos concede essa graça; é ele que
celebração do IV Congresso Mis- cente de participantes. A presença e faz a comunhão no processo de edi-
sionário Nacional. Em todas essas a disponibilidade dos jovens; a inte- ficação do Reino de Deus.
oportunidades, aprofundou-se o gração entre os missionários; a pre- Participei da oficina que tra-
tema central: A alegria do Evange- sença das crianças acompanhadas tou da formação missionária dos
lho para uma Igreja em saída, jun- de seus pais e avós nas celebrações; o presbíteros. Como seguidor de Je-
tamente com os demais eixos: sino- amor com que as famílias e comuni- sus Cristo, o missionário do Pai, o
dalidade e comunhão, testemunho e dades de religiosas nos receberam, a presbítero é chamado a ser partícipe
profetismo. O nosso olhar teve sem- dedicação de padre Sílvio, o Pároco, dessa mesma missão com atenção
pre em mente a missão nas nossas foram sinais muito fortes de como se especial às periferias existenciais,
comunidades eclesiais, no âmbito vive a alegria do Evangelho que é o sociais e geográficas, vivenciando
diocesano, regional e nacional, en- coração da missão profética e fonte sempre a comunhão eclesial, na cer-
tre os vários setores da sociedade, e de reconciliação e comunhão. teza de que alegria do Evangelho é
também em outros países. As palestras sobre o tema foram o coração da missão profética e fon-
Pude experimentar a carinhosa enriquecedoras, pois mostraram te de reconciliação e comunhão.
acolhida dada a cada um dos par- como a Missão brota do Amor de
ticipantes no aeroporto, rodoviária, Deus que trabalha para libertar a Dom Esmeraldo de Farias
nas casas das famílias, nas comuni- vida das pessoas e, assim, edificar Presidente da Comissão Episcopal
dades paroquiais, no local do con- o seu Reino. “De fato, Deus amou Pastoral para a Ação Missionária e
gresso e nas celebrações. As comu- tanto o mundo que deu o seu Filho Cooperação Intereclesial da CNBB
16 julho a setembro 2018
Missão em Contexto

Ir às periferias existenciais e sociais


Coordenadora do COMIRE-CO retorna ao Brasil após o CAM 5 motivada
para dar continuidade ao processo de articulação missionária do regional
A experiência de participar do CAM 5 foi muito
significativa para a continuidade da formação
da consciência e da atitude missionárias. Cada confe-
O último dia de congresso foi marcado por visitas
missionárias às famílias das comunidades que aco-
lheram os diversos delegados vindos de todos os paí-
rência trouxe reflexões e aprofundamentos em temas ses. Organizados em grupos de dois em dois, saímos
distintos, como A Alegria apaixonante do Evangelho, pelas ruas batendo de porta em porta para anunciar
com o Monsenhor Guido Charbonnea que destacou: o Reino de Deus de forma alegre e verdadeira. Em
“um missionário não pode ter cara de vinagre”; Anun- toda casa que nos recebia, era deixada uma capelinha
ciar o Evangelho ao mundo de hoje, com o Monsenhor de papelão com a imagem de Jesus Misericordioso
Santiago Retamales; Verdadeiros discípulos da comu- e da Virgem de Cotoca, padroeira do país. Nesses
nicação e da reconciliação, com o momentos, pude ver o quanto os
padre Sérgio Rondón; Profetismo problemas que afligem as famílias
e Missão, com Monsenhor Luis de Santa Cruz de La Sierra são
Augusto Castro; e A missão Ad parecidos com os de nosso país:
gentes na e desde a América, pro- falta de oração em família, pais
ferida pelo Monsenhor Vittorio ausentes que não testemunham a
Girardi. fé para seus filhos, cristãos de sa-
Também foi possível participar de cramentos e não de missão, igrejas
atividades específicas, tal como a dis- de pastorais assistencialistas com
posição dos missionários em talleres poucas ações missionárias.
– espaços de encontro favoráveis ao No final da tarde de sábado,
aprofundamento reflexivo e à partilha dia 14 de julho, todos se reuni-
de serviços missionários entre os paí- ram para uma linda Eucaristia
ses, com participação de jovens, crian- de Clausura. A celebração foi
ças e famílias; e ainda a realização das presidida pelo Monsenhor Sergio
sub-assembleias e dos conversatórios. Gualberti, Arcebispo de Santa
Cada espaço desses trazia seu tema e Cruz de La Sierra que ao encer-
dinâmica específicos, permitindo con- rar a missa anunciou que o CAM
tatos mais próximos entre os missio- 6 será em 2023, em Porto Rico.
nários de diferentes países, com belos Esse foi mais um momento em
Luciana participou do CAM 5 na Bolívia
testemunhos de fé e missão. que se via um semblante de ale-
Foi apaixonante ver o carinho e o cuidado com que os gria e ao mesmo tempo de gratidão por tudo o que o
irmãos bolivianos nos acolheram. Cada paróquia e suas Senhor nos permitiu viver nos dias em que ocorreu
comunidades receberam um determinado número de mis- o CAM 5.
sionários durante todo o período do congresso. Ficava a Como coordenadora do COMIRE-CO, cheguei ao Brasil
cargo dos paroquianos a organização dos delegados nas muito motivada para dar continuidade ao processo de articu-
casas das famílias, o translado para o local do congresso, lação missionária do regional. Foi uma “injeção de ânimo!”
missa de abertura e encerramento, além dos cuidados de Precisamos andar, avançar para águas mais profundas e ser
acolhimento e inserção na cultura boliviana. Cada paró- ousados na fé de forma criativa e contagiante. O verdadeiro
quia organizou festas, celebrações, partilhas, dinâmicas encontro com a pessoa de Jesus nos faz ter a certeza da ca-
e muitos presentinhos para seus acolhidos. O que se via minhada e a alegria necessária para trilhar esse caminho de
era um clima de fraternidade e muito carinho. Foi possível missão. Precisamos ir às periferias existenciais e sociais para
passar pela experiência de estar aos cuidados de pessoas anunciar aos marginalizados que um grande banquete os es-
até então desconhecidas, mas em pouco tempo ficou evi- pera no Reino de Deus, onde somos todos irmãos e irmãs.
dente sentir que fazemos parte de uma mesma família, so- Uma Igreja em missão Ad gentes!
mos irmãos e fazemos parte do Reino de Deus. Por fim, relembro um trecho do hino do congresso
Participar dessa experiência missionária em outro país que nos exorta: “adelante, siempre adelante, por Cristo
me possibilitou ver o quanto somos diferentes em culturas, y por la Iglesia”, ou seja, “Avante, sempre à frente para
gastronomia, língua e biótipos. Porém, o mais importante Cristo e para a igreja.”
foi ver o quanto somos iguais, pois professamos uma só
fé, somos filhos e filhas de um mesmo Pai, e a cada olhar, Luciana Lopes Domingues dos Santos,
sorriso, gesto de carinhos era possível sentir isso. Coordenadora do COMIRE-CO
2018 julho a setembro 17
IAM

IAM do Brasil no CAM 5


Assessores da IAM testemunham a experiência vivida no
5º Congresso Missionário Americano

E
ntre os dias 10 e 14 de julho aconteceu na cidade de Jesus e Maria da arquidiocese de Santa Cruz de La
de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, o 5º Con- Sierra, existia protagonismo nas crianças. Afinal, preva-
gresso Missionário Americano (CAM 5), com leceu a todo instante o testemunho de cada um deles: se
a presença de representantes de diversos organismos mis- esforçaram para não apenas dizer e/ou apresentar qual-
sionários, dentre eles a IAM, como podemos acompanhar: quer coisa para os missionários que participavam do 5º
Cristiano dos Santos, coordenador da IAM no Es- Congresso Missionário Americano (CAM), mas “em ser”
tado de Mato Grosso do Sul, compartilha: “O CAM para nós os missionários do Senhor. Assim, distribuíram
5 foi um congresso muito especial em que pude ver as sorrisos, abraços apertados, mimosas lembrancinhas con-
outras realidades da IAM de outros países da América, feccionadas de punho próprio, olharam nos nossos olhos.
e assim compartilhar a ‘Alegria de evangelizar as crian- Deixaram transparecer que a missão tem algo a ver com
ças e os adolescentes’. Chamou muito minha atenção entrega, com doação, com cuidado, com bondade e, prin-
o fato de a maioria dos jovens trabalhando voluntaria- cipalmente, com Alegria. Na simplicidade e criatividade,
mente no CAM serem crianças da IAM, com o amor e foram portadoras do anúncio da Boa Notícia e, acima de
a dedicação surgindo tão bonitos, a testemunharem, por tudo, não criaram fronteiras para a missão. Desse modo,
meio do trabalho, o amor pela missão e por nossa Igre- evidenciaram que, em qualquer parte do mundo, está pre-
ja, levando o Evangelho com muita alegria no coração, sente nossa identidade: evangelizamos para além de nos-
como testemunhas do amor Deus”. sas necessidades, ou de nós mesmos, e de nossos círculos
Também a coordenadora do Estado do Rio de Janeiro de amigos e de familiares. O compromisso é com todas as
Simone Beatriz ressalta: “Foi um momento maravilhoso, crianças e adolescentes do mundo.”
ímpar. A oportunidade de trocar experiências, atividades,
de partilhar. Além de dar impulso, uma carga de motiva-
CNBB

ção para nosso trabalho, em especial, na IAM. Como foi


bom ver a universalidade da obra, pessoas de países dife-
rentes, com idiomas e cultura diferentes, mas que transbor-
dam o mesmo amor, o mesmo ardor missionário.”
Nos dias em que aconteceu o congresso, os missioná-
rios(as) ficaram hospedados nas famílias das diferentes
paróquias, localizadas pela cidade. Edivan Machado de
Oliveira, coordenador da IAM do Estado do Rio Gran-
de do Sul também partilha sua experiência “Quando você
vê que o vigor missionário é claro e verdadeiro, fortalece
a tua entrega e serviço. Percebi que, na Infância e Ado-
lescência Missionária da paróquia Sagrados Corações CAM 5 teve grande participação da IAM do Brasil

18 julho a setembro 2018


IAM

Durante o período da tarde aconteceram diferentes zação da IAM no Continente Americano. Creio que os
encontros, sendo que, para a Obra da Infância e Ado- trabalhos em grupos e as plenárias durante os três dias
lescência Missionária, houve um conversatório no qual de conversatório irão ajudar a IAM da América a cres-
foram convidadas duas pessoas por país. Pelo Brasil, cer e criar unidade. Para mim serviu como um grande
participaram a secretária nacional da IAM, irmã Patricia aprendizado e para colocar a Alegria do Evangelho
Souza, sds, e Suzimar Ferreira, coordenadora do Estado em prática.”
do Pará, a qual partilha: “Sobre o Conversatório destaco A partilha dos participantes sobre o que foi e como
a sua própria realização, as trocas de experiências e tro- foi o Congresso Missionário Americano reforça o com-
cas de materiais entre os assessores que lá estavam. Foi promisso com a missão entre todos nós.
muito bom encontrar com outros "loucos", como foi
muito falado por lá, e perceber a importância da organi- Ir. Patrícia Souza, Secretária Nacional da IAM

Roteiro para visitas missionárias


com crianças e adolescentes da IAM
Objetivo
Fazer a experiência missionária a partir do mandato missionário de Jesus.

Orientações
Planejar o dia das visitas missionárias e previamente conversar com o grupo sobre qual o objetivo das visitas.
• O assessor(a) deve prever quais ruas ou quadras em que as crianças e adolescentes irão realizar as visitas.
• O assessor(a) pode convidar alguns pais e mães para acompanhar o grupo nas visitas, mas quem deve condu-
zir a visita e os momentos de oração devem ser as crianças e adolescentes.
• Antes de sair para as visitas, reunir o grupo e fazer um pequeno momento de oração, invocando o Espírito Santo.
• Após as visitas, reunir novamente com todos para um momento de partilha e oração.
• Se possível levar um cartão para as famílias que serão visitadas.

Roteiro para visita missionária às famílias


• Na chegada dizer: A paz de Cristo esteja nesta casa!;
• Os missionários(as) se apresentam e dizem em nome de quem estão: “Somos da Infância e Adolescência Mis-
sionária, da Igreja católica, da paróquia (Nome) e estamos realizando visita às famílias de nossa comunidade.
Podemos fazer um momento de oração com a sua família?” Se a família acolher, seguir a proposta, se a família
não acolher, agradecer a atenção e seguir para a próxima casa;
• Ao entrar na casa, os missionários se apresentam e apresentam a IAM: “Somos/fazemos parte da IAM, uma
obra pontifícia, em que as crianças e os adolescentes ajudam e evangelizam crianças e adolescentes”;
• Dar espaço para que a família visitada também se apresente e compartilhe algo.

Momento de oração nas famílias


• Invocação à Santíssima Trindade (Cantando: Em nome do Pai, em nome do Filho);
• Convidar a família para apresentar intenções e pessoas pelas quais gostaria de rezar (para depois da
partilha da Palavra);
• Leitura e partilha de um texto bíblico (que já foi escolhido previamente);
• Mt 18,1-5 - Lc 18,15-17 - Isaías 54,13.
Após a leitura do texto, fazer um momento de silêncio e motivar a todos a deixar a Palavra de Deus tocar a vida
e o coração. Fazer uma pequena reflexão.

Bênção da família e da casa


“Deus eterno e todo-poderoso, que com bondade paterna não deixas de atender às nossas necessidades, derra-
ma a abundância da tua bênção sobre esta família e esta casa. Sê o refúgio para os que aqui moram, companheiro
dos que saem, hóspede com os que entram, até o dia de terem, todos, feliz acolhimento na morada celeste para eles
preparada. Livra esta casa de todos os perigos e de toda a maldade. Que na mesa desta família haja o pão de cada
dia e a saúde para o trabalho. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”
• De mãos dadas reza-se: Pai-Nosso; Ave Maria; Glória ao Pai (caso a família tenha outra denominação religiosa,
pode-se dispensar as orações, concluindo de modo espontâneo).
• Todos agradecem a acolhida e seguem para a outra família. Pode-se fazer e cumprimento e cantar o Hino
da IAM para despedir-se.

2018 julho a setembro 19


Pontifícia União Missionária

Construindo o
Programa
Missionário Nacional
Igreja do Brasil com um projeto missionário melhor articulado, tendo um
fio condutor comum, com projetos e ações que facilitem a formação e
com respeito ao que é mais específico em cada Regional

O
s membros do Conselho Missionário Na- missionária nas várias regiões do Brasil, vendo o que há
cional (COMINA), reunidos na 35ª Assem- de específico em cada Regional e o que há em comum,
bleia Nacional, realizada em Brasília, em conscientes de que a missão marca toda a vida da pes-
março de 2018, reconheceram a necessidade de a ação soa batizada chamada a ser testemunha da fé em todos
missionária da Igreja no Brasil ter diretrizes fundamen- os setores e etapas da vida;
tais a partir da construção coletiva de um Programa b) identificar as realidades que esses desafios trazem;
Missionário Nacional. c) fazer um aprofundamento, a partir do Evangelho e
Essa necessidade leva em consideração: dos documentos da Igreja, em especial daqueles que en-
• a pluralidade de atividades missionárias no Brasil; focam a missão, com atenção especial para o pontifica-
• os passos dados de reflexão, de organização e de ani- do do Papa Francisco;
mação missionária por todo o Brasil; d) elaborar um programa a partir dessas realidades, des-
• as reflexões da equipe executiva do COMINA e as ses desafios, dos questionamentos e luzes encontradas,
que aconteceram com os coordenadores dos Conse- observando objetivos, conteúdos, etapas, metodologia,
lhos Missionários Regionais (COMIREs), durante o espiritualidade, celebrações e formação.
ano de 2017; e) escutar de perto os COMIREs para que tenham
• o Regulamento do COMINA, artigo 2º, onde se diz: maior participação no levantamento dos desafios, em
“O COMINA, órgão da CNBB, tem por finalidade: sua análise, aprofundamento e também na elaboração
a) promover a articulação das instituições missionárias da proposta de programa a ser apresentada na assem-
atuantes no País, entre si, com as Pontifícias Obras Mis- bleia do COMINA, em 2019.
sionárias (POM) e com a CNBB; Um dos propósitos do processo de construção de
b) estudar e apresentar soluções articuladas para as um Programa Missionário Nacional (quadrienal) é que
questões missionárias de maior relevância no cenário se tenha, na Igreja no Brasil, um trabalho melhor arti-
nacional; culado com um fio condutor comum, com projetos e
c) promover, acompanhar e animar os Conselhos Mis- ações que facilitem a formação de assessores junto aos
sionários Regionais (COMIREs); COMIREs, com respeito ao que é mais específico em
d) cooperar com a CNBB e as instituições missionárias cada Regional.
na elaboração e execução de projetos de atuação missio- A proposta metodológica do Programa leva em con-
nária dentro e fora do País; sideração algumas premissas:
e) fomentar iniciativas de animação, formação, articula- • Respeito às realidades: a construção do Programa
ção e cooperação missionária”. deseja potencializar a ação missionária no país, for-
Além disso, a proposta da construção desse Progra- talecer as ações exitosas já existentes. Não almeja
ma Missionário Nacional pretende: finalizar ou fragilizar projetos em andamento nos
a) detectar e analisar os maiores desafios para a vivência Regionais e/ou Dioceses;

20 julho a setembro 2018


Pontifícia União Missionária

• Participação: o presente processo almeja a partici-


pação do maior número de pessoas envolvidas na
atuação missionária nas dimensões: local, regional e
nacional;
• Abertura: necessidade de abertura para a novidade,
novos olhares, novos processos e disponibilidade para
a mudança do que está estabelecido;
• Diálogo: constante diálogo durante o processo de
construção com quem está envolvido na reflexão e
ação missionária;
• Construção coletiva: o processo de construção do
Programa, por meio de sua metodologia, deseja con-
tribuir para uma efetiva construção coletiva.
O processo de elaboração do Programa é progressi-
vo e gradual, a saber:
• Ano 2018: Aprovação da proposta metodológica,
construção coletiva por meio de escuta dos Regionais
da CNBB e sistematização das informações;
• Ano 2019: Aprovação do Programa Missionário Na-
cional para o período de quatro anos (2019-2022).

Em vista da proposta de construção coletiva, defi-


niu-se que os COMIREs organizarão, no ano de 2018,
atividades regionais para que o processo possa ser reali-
zado. As Assembleias anuais de cada Regional contarão
com a presença de um membro da Equipe Executiva do
COMINA, visando facilitar as atividades de escuta e cons-
trução, previstas na proposta metodológica do Programa.
Ao concluir a etapa de coleta de dados dos 18 Regio-
nais (a etapa do VER), faz-se a síntese do levantamento
da realidade missionária para, em novembro de 2018, em
Brasília, acontecer um encontro de estudo, reflexão e apro-
fundamento referentes ao segundo passo do Programa
Missionário Nacional, isto é, o JULGAR (ILUMINAR).
O objetivo desse encontro será iluminar o caminho,
elaborando elementos de fundamentação que servirá de
suporte para o Programa Missionário Nacional. Isso
se fará a partir do estudo e da reflexão sobre a antro-
pologia, eclesiologia, missiologia, ecologia integral e a
Sagrada Escritura, em vista de propostas de ação que
devem fazer parte do Programa (o AGIR).
No ensejo de que a construção desse intenso proces-
so em vista da elaboração do Programa Missionário Na-
cional potencialize a missão na Igreja no Brasil, roga-
mos as luzes do Espírito Santo para que cada Regional e
a executiva do COMINA realizem um exitoso serviço e
fiquem ainda mais motivados a partir do que propõe Je-
sus Cristo: para que todos tenham mais vida e a tenham
em abundância (cf. Jo 10,10). E que o Espírito Santo,
protagonista da missão, faça-nos abraçar sempre mais
a causa missionária que deve ser a primeira de todas as
causas (cf. EG 15).

Pe. Antônio Niemiec CSsR


Secretário nacional
da Pontifícia União Missionária

2018 julho a setembro 21


Pontifícia União Missionária

COMISE
Um presente de Deus para a Igreja

M
inha história voca- são missionária com mais intensida- tores - padres e bispos - que sejam
cional missionária de. Nesses meus quase nove anos de mais missionários!
teve início há muito caminhada vocacional, a Igreja me Nesse sentido, ao término
tempo, quando ainda era criança. confiou “grandes missões” com o do meu mandato como coordena-
Com meus seis anos de idade, mes- COMISE. Fui o coordenador do CO- dor nacional, realizamos, em São
mo sem entender muita coisa, Deus MISE no Regional Leste 2 da CNBB Luís do Maranhão, entre os dias
me deu um sinal de que minha vo- e, logo em seguida, escolhido para 1º e 5 de julho, a décima edição da
cação era missionária. Sou de uma ser o coordenador nacional para um Formação Missionária para Semi-
cidade pequena do interior de Minas mandato de três anos. Tudo acon- naristas (Formise) do Nordeste e
Gerais, chamada Piranga. Foi nessa teceu pela graça de Deus em minha Nacional. De fato, foi um evento
cidade, na zona rural onde minha caminhada vocacional. que nos encheu de muita alegria,
família morava que Deus me cha- pois ali presenciamos um grupo
mou à vida sacerdotal missionária. de quase 150 seminaristas, pro-
Em minha paróquia sempre vindos de 17 regionais da CNBB,
aconteciam as Santas Missões po- dispostos a gastarem suas vidas na
pulares. Em uma dessas missões, A atividade missão. Foi um evento que deixou
senti forte o chamado do Senhor transparecer a comunhão entre os
para o serviço missionário por meio missionária é a seminaristas do Brasil e o desejo
de um simples e simpático missio- principal e a mais de uma Igreja mais missionária e
nário que nos foi visitar, o Senhor servidora.
José. Era um homem do campo sagrada da Igreja Ao encerrar minha fun-
como nós, mas nos encantou quan- (Ag, 29) ção como coordenador nacional
do chegou à nossa casa com sua bí- do COMISE, agradeço a Deus e
blia “surrada” no embornal e com a a Igreja por terem me confiado a
alegria de Cristo no rosto, fazendo- Todas as atividades realiza- sublime missão de estar à frente
nos sentir nele a visita do próprio das com o COMISE, no meu regio- de um trabalho tão sério e neces-
Cristo. Lembro que naquele dia nal e no nacional, proporcionaram- sário para a vida eclesial, como é
nossa casa ficou “iluminada”. me ainda mais o cultivo da Paixão a atividade missionária. De fato,
O tempo passou e Deus foi me pela Missão. A missão é do Cristo, posso dizer com segurança que o
mostrando que o serviço missionário mas Ele conta com cada um de nós. COMISE é um presente de Deus
requer desprendimento de nós mes- O trabalho com o COMISE abriu para Igreja. Deus seja louvado por
mos e de nossos “projetos pessoais”. meus horizontes em vista de uma todas as coisas!
Em 2010, ingressei no seminário São Igreja sem fronteiras. Por isso, hoje
José, da Arquidiocese de Mariana, e tenho um coração livre e disposto a A função termina, mas a Missão
logo conheci o Conselho Missionário ir aonde as pessoas necessitarem da continua...
de Seminaristas (COMISE). Fiquei Palavra de Deus. Tenho a consciên-
feliz, pois tive a certeza de que ain- cia de que se eu não for missionário, João Luiz da Silva
da no processo formativo eu teria a é melhor que eu não seja ordenado. Seminarista da Arquidiocese
oportunidade de trabalhar a dimen- Isso porque a Igreja necessita de pas- de Mariana (MG)
22 julho a setembro 2018
Prestação de contas: Campanha Missionária 2017
I. Valor integral da Coleta Missionária
Dia Mundial das Missões, outubro/2017, recebido até o dia, 6/4/2018.
A colaboração das Circunscrições Eclesiásticas do Brasil, em 2017, foi de R$ 10.776.987,42.
Coleta do Dia Mundial das Missões (2013 a 2017), por Regional da CNBB – Valores em moeda nacional (R$):

REGIONAL CM/2013 CM/2014 CM/2015 CM/2016 CM/2017


Norte 1 149.273,56 152.589,85 166.131,72 157.527,51 174.920,84
Norte 2 202.569,49 209.159,18 236.827,47 244.617,70 240.470,94
Norte 3 39.804,41 51.556,23 62.665,93 55.868,10 56.314,37
Nordeste 1 253.440,50 226.778,90 302.951,48 290.323,20 280.796,94
Nordeste 2 329.493,80 393.566,31 468.482,52 485.285,78 551.436,50
Nordeste 3 358.799,84 373.000,22 464.417,15 476.175,64 490.457,52
Nordeste 4 129.180,15 147.889,46 113.866,10 155.748,79 165.618,83
Nordeste 5 143.364,28 131.514,64 145.670,86 152.474,64 134.650,34
Leste 1 639.060,46 726.706,70 646.669,74 463.158,09 536.535,68
Leste 2 1.453.005,11 1.519.073,74 1.685.984,75 1.776.782,06 1.714.778,04
Sul 1 2.243.022,41 2.318.239,18 2.661.513,35 2.751.621,24 2.829.155,51
Sul 2 1.043.033,71 1.082.424,18 1.143.142,05 1.260.050,11 1.293.900,51
Sul 3 380.197,35 418.541,43 426.454,28 453.628,23 477.857,93
Sul 4 492.407,07 518.909,56 553.863,28 576.106,71 602.740,59
Centro-Oeste 421.566,68 670.552,42 734.247,88 693.311,58 613.017,69
Oeste 1 157.122,07 118.265,27 157.443,08 167.011,26 164.950,21
Oeste 2 151.897,87 155.714,71 198.476,82 179.736,13 267.798,29
Noroeste 141.757,07 157.140,66 175.967,57 181.436,08 181.586,69
TOTAL 8.782.995,83 9.371.622,64 10.344.776,03 10.520.860,85 10.776.987,42

II. Destinação dos recursos
1. Obra da Propagação da Fé (Roma) – Para projetos de catequese, evangelização, estruturas dio-
cesanas, comunidades religiosas, obras apostólicas e sociais, meios de comunicação social, veículos R$ 5.714.962,48

2. Obra de São Pedro Apóstolo (Roma) – Para projetos de formação e manutenção de semina-
ristas maiores e menores, construção, reforma de seminários e casas de formação para a vida R$ 1.386.718,84
Religiosa, masculina e feminina

3. Obra da Infância e Adolescência Missionária (Roma) – Para projetos materiais e de forma-


ção catequética, manutenção de creches, alimentação, educação e saúde de crianças de zero R$ 1.302.675,27
a quatorze anos

4. Campanha Missionária – Para reembolso de despesas com os impressos gráficos, logística R$ 648.484,30
em transporte e mão de obra

5. Despesas bancárias para transferência do valor a Roma R$ 242.100,81

6. Sede Nacional das POM, em Brasília, DF – Para manutenção com móveis e imóveis, côngru-
as, salários, encargos sociais e obrigações tributárias, serviços de animação missionária, doações,
viagens, serviços e taxas bancárias, alimentação, limpeza, água, luz, telefone, internet, publica- R$ 1.080.807,17
ções das Obras missionárias e outros materiais de animação (SIM, globos, terços, CDs)

7. Animação Missionária, no Brasil


– Para os cursos de Formação Missionária no Centro Cultural Missionário – Brasília/DF R$ 216.161,43
– Para os projetos missionários do Comina e Comires, via CNBB – Brasília/DF: R$ 216.161,43

Obs.: No valor repassado à Obra da Santa Infância, há um acréscimo de R$ 31.084,32, referente ao valor dos cofrinhos da IAM, enviado às POM em 2017.

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