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As Principais Escolas Antropológicas

1) Evolucionismo;

2) Funcionalismo;

3) Difusionismo;

4) Estruturalismo.

Evolucionismo

Algumas características marcantes do Evolucionismo são:

Ela explica aspectos comuns a todos os povos;

Mostra a sucessão de estágios de desenvolvimento das sociedades;

Ver os hábitos e costumes em termos de sobrevivência histórica;

Explica o aspecto diacrônico, ou seja, levando em consideração a variável


tempo.

O evolucionismo implica em investigar dados sociais classificando-os em categorias


diferentes.

É típico do evolucionismo, separar os fatos do contexto, ou seja, comparar costume com


costume em vez de o costume com o contexto e, só posteriormente o costume de uma
sociedade com outra. Assim era feito, os costumes eram visto como entidades isoladas,
e essa separação do contexto que situa o costume como ilustração crítica de estágios.

Os costumes têm sempre uma origem, uma explicação, mas esta está sempre em busca
de evidenciar que tal costume faz parte de um processo histórico de evolução das
sociedades que há de finalizar na sociedade mais evoluída, no caso, a européia.

As sociedades, para o evolucionismo, se desenvolvem de modo linear e irreversível. Os


sistemas então, evoluem do mais simples para o mais complexo e do mais indiferente
para o mais diferenciado, numa escala que não retorna. Assim é transmitida a idéia de
progresso.

É importante ressaltar que a idéia de progresso está intimamente ligada à de


Determinismo. Este acredita que as forças que movem a sociedade estão fora da
consciência e do controle do sistema enquanto tal, não podendo colocar a unidade do
indivíduo como explicação para a ordem social. Então, o evolucionismo que tratou de
apresentar a sociedade como uma totalidade.
Enfim, o determinismo é a visão da sociedade humana como submetida a forças que
atuam sobre ela mesma e que o indivíduo desta não pode modificar. Como se o nosso
destino estivesse traçado.

No evolucionismo, também, as diferenças são reduzidas a momentos históricos


específicos, ou seja, a sociedade que vejo como estranha a mim, que não conheço, se
reduz ao pensamento de que é uma etapa que ela está passando pela qual a minha já
passou. Enfim, o observador toma o presente e o explica com o passado. Em outras
palavras, assim, tudo passa a poder ser colocado hierarquicamente.

Agora, se eu não submeto um costume desconhecido ao eixo de uma temporalidade


postulada pela minha sociedade, eu me permito alcançar a lógica social daquele
costume como alternativa social.

Essa perspectiva foi iniciada com o chamado Funcionalismo.

Enquanto no evolucionismo a variável tempo é fundamental para demonstrar a evolução


de uma dada sociedade, no funcionalismo o contexto do qual o costume é presente na
sociedade se faz mais fundamental, seguindo, assim, umavisão sincrônica.

Algumas características fundamentais:

Nada ocorre por acaso, não há “restos”, tudo desempenha um papel, sua função;

O sentido de um costume tem que ser compreendido nos termos do sistema do
qual provém, ou seja, do contexto e não do tempo, logo, pode-se classificar como
sincrônico.

Obs.: A declaração de que tudo tem um sentido numa dada sociedade não autoriza a
teoria de que tudo está em equilíbrio.

Com o funcionalismo o ponto focal não é mais a Europa e seus costumes, mas sim a
própria “tribo”, segmento ou cultura em análise. Não é mais como na visão de progresso
evolucionista, uma visão de algo já determinada, definido; mas sim uma visão mais
relativizada, visão esta que vai sempre depender do seu referencial.

“Se deus não existisse, os homens deveriam inventá-lo.” (Voltaire)

Essa frase não quer apenas questionar a existência de Deus, mas mostrar que mesmo se
Ele não existisse, Ele é peça fundamental para o funcionamento de determinada
sociedade, ou seja, a figura de Deus, existindo ou não, exerce a sua funcão.

Difusionismo
Algumas características:

Explica através do aspecto diacrônico;

Busca uma explicação histórica para justificar as semelhanças e diferenças entre


culturas;

Busca a origem do comportamento ou costume da sociedade em análise;


Os difusionistas criticavam a pesquisa de campo, muito utilizada pelos
evolucionistas, por considerar insuficiente, por isso passou a utilizar a pesquisa
participante, da qual o pesquisador passa a participar por um determinado tempo do
cotidiano da sociedade e entender em que contextos seus costumes estão inseridos e
a origem deles. Enfim, preocupavam-se com o estudo de culturas particulares e não
universal.
Segundo o difusionismo, algumas sociedades se apropriaram de elementos de outras
e aperfeiçoaram.
As semelhanças entre culturas diversas eram explicadas não por terem passado por
etapas de desenvolvimento, mas porque na história da humanidade estava presente
um fenômeno de difusão de traços culturais de uma para as outras, esses traços
culturais semelhantes são chamados de “complexos culturais”.

Estruturalismo
O estruturalismo é uma modalidade de pensar, um método de análise de maneira
sempre sincrônica.
A noção de estrutura é entendida com um todo, mas que compreende-se a partir da
análise de seus componentes, das partes, e suas funções dentro do todo. Assim, essa
estrutura tem caráter de uma totalidade no qual qualquer modificação de alguma
das partes afeta o conjunto. (Galera, isso é Durkheim puro! Lembram?)
O estruturalismo é uma forma anti-humanista, ou seja, proclama a “morte do
homem” porque não existe liberdade humana, toda a ação humana é condicionada.
(Como na estrutura lingüística, você não poderá chamar uma mesa de cadeira, pois
há uma estrutura, um “contrato social” que te impede de fazer isso, você é
condicionado pela estrutura)
Relação interessante:
Estruturalismo – Marxismo – Freudismo
O estruturalismo aproxima-se da visão de Marx e Freud, pois estes entendiam que os
fenômenos sociais e comportamentais respectivamente, são condicionados por
forças impessoais, são elas: Para Marx, o capitalismo; para Freud, o Superego.

Tal como o marxismo e o freudismo, o estruturalismo diminuiu a importância do


indivíduo, retratando a pessoa humana como resultado de uma construção, de uma
estrutura. Ou seja, os indivíduos nem produzem nem provocam os códigos e as
convenções.

Indicações bibliográficas:

LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 1997.


TRAVANCAS, Isabel. FARIAS, Patrícias (org). Antropologia e Comunicação. Rio de
Janeiro: Garamond, 2003.
DA MATTA, R. Relativizando: Uma introdução à antropologia social. Petrópolis:
Vozes, 1981.

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