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J.

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muito orversus, rJill f,uiel requer planeja-
meiltc de ;':.rdos ôtj asp*$os que com-
põem sua existência em permanente
atividade. Como um estabelecimento co-

mercial peculiar, com infindáveis exigên-

cias de organizaçâo, ele nunca se pode


permitir fechar-se ou deixar de estar aler-
ta para as necessídades da clientela.

Neste livro, a riqueza do tema benefi-

cia-se da vasta experiência dos autores na

elaboração e desenvolvimento de nume-

rosos projetos de edifícios hoteleiros. Eles

começaram a acumular esse saber aplica-

do a específicas condições brasileiras em

meados dos anos 70 e são pioneiros num

trabalho que no país ainda hoje atrai raros

profissionais.

O núcleo de Hotel: plan,ejamento e

projeto, que se inicia na fase anterior à


construção do edifício, íncluindo questoes

de áreas e instalações, de elaboração do

programa e do dimensionamento, aborda

também temas que se integram no con-


texto geral da edificação, situando-a de
forma ampla no fenômeno hoteleiro: um
breve histórico da hotelaria, a definição
do produto a ser oferecido_, a localização

re_

'QúertenHro'tel e parâmetros de custos

de implanta@ e equípamentos,
5UMÁRlo

Nclta do ed'itor, 7
ÀgradecirnemCIã, :'9

Prefáeio, 1L
Iatrodução, 13
Um breve histdrico,, 16
Definição do produto, 26
tçcalÍaaçãq, 36
Tipos de hotel, 42
0 projeto, 88
Parânrçtros de custos, 234
Bibliografi-,ã,, 239
Índice gga1,,24!

rrr.
I
NOTA DO EDITOR

A expansão do mercado turístico nacional, acompanhando a tendência


mundial, tem exigido do empresariado e do pessoal gerencial-administrativo
do setor hoteleiro atenção maior à crescente complexidade desse mercado.
Respaldados em dêcadas de experiência na elaboraçáo, desenvolvimen-
to, coordenaçã,o e supervisão de projetos arquitetônic.'s de vulto, os autores
de Hotel: planejamento e projeto detalham as etapas necessárias à concepção
de um projeto e, ao analisar os diversos tipos de hotéis, estudam aviabilidade
e asvaúâveis que influenciam na decisão quanto ao porte, Iocalizaçáo e estilo
do empreendimento.
Ao apresentar mais uma publicaçáo da ârea de Hotelaria e Turismo, a
Editora SENAC São Paulo estâ certa de contribuir com um instrumento
valiosíssimo para profissionais de arquiterura e engenharia, empresários do
setor e estudantes e pesquisadores interessados no tema.

I
AGRADECIMENTOS

agt adecimentos
Queremos manifestar nossos profundos

ANcera.PAGLIUSOBASSO,peladedicaçáoeentusiasmoComqueparticÈ
de aiuda, des-
pou desta empreitada, desdobrando-se sempre que precisamos
produção de
de o levantamento de informações, escolha de ilustrações,
e outras que sequer
desenhos, copidesque, sugestões; algumas que pedíamos
eiaboraÇão des-
imagrnâvamos. Enfim, uma arquiteta dos sete instrumentoslA
te livro teria sido bem mais difícil sem sua colabotaçáo-

LucraNe. BoN DUARTE, pelo desenvolvimento da pesquisa bibliográfica


inicial e de índices hoteleiros.
AMAURI ANTONTO PELLOSO, pela ConSultoria que forneceu pafa o setor de
e compe-
equipamentos pafa cozinhas e lavanderias, com a disponibilidade
tência que cafact eúzamsua atuaçào, bem atestadas
pelo êxito de sua empresa
de consultoria, a Placontec'

LUIZ ANTONiO DE MORAES, pela Contribuição no que se refere aos siste-


mas de ar-condicionado e exaustão'

Hrcton PERTZ, que reviu e complementou as informações relacionadas


com os sistemas eiétricos.

JoRGE DuARTE, pela colabonçáo na parte de


PREFACIO

Não há como deixar de reconhecer a importância da expansão do mer-


cado turístico nacional para o desenvolvimento econômico-financeiro-social
do país. A disparada do turismo nas últimas décadas do século )O( é fruto de
uma ampla teia que envolve novas dimensões nas âreas da comunicação e
dos transportes mundiais, decorrentes da internacionalizaçáo das economias.
Outra explicação para esse crescimento foram os avanços considerâveis al-
cançados por diversas regiões do mundo, como a abertuta política, econômi-
ca e cultural da Rússia e dos países vizinhos da Europa Oriental, a establlizaçáo
política e econômica da América do Norte e da Europa Ocidental, a consoli-
daçáo do mercado asiático e o crescimento da Austrália e da Nova Ze\àndia,
ambas nações capitalistas desenvolvidas e com alto nível de qualidade de
vida. Mesmo na América Latina emergiu, recentemente, uma consciência tu-
rística voltada para a valorizaçáo da oferta natural dos países do Cone Sul e
para a expansão dos mercados e PIBs nacionais.
Além das estratégias de alavancagem do turismo promovidas por países
e regiões, surgiram novos nichos negociais, como o turismo ecológico e de
terceira idade, que incrementaÍam, ainda mais, os fluxos mercadológicos.
Nesse contexto, a hotelaria desponta como vetor fundamental de ex-
pansão e consolidaçáo do setor. Sua atuação tem correspondido à demanda
dos novos segmentos de mercado e, ao mesmo tempo, propiciado o surgimento
de novas modalidades de turismo, diversificando o portfólio de serviços. Por
tudo isso, ahotelaria tem merecido destaque no cenário turístico. Sua evolu-
ção, nas últimas décadas, e suas amplas perspectivas de crescimento acompa-
nham uma tendêncialargamente verificada em todos os ramos de negócios e
setores: a qualificação e especialização dos serviços prestados.
12 HOTEL: pLANEJAMENïO E PROJETo

No Brasil, conceitos avançados no campo do planejamento hoteleiro


também têm recebido destaque. A complexidade que envolve as funções
de
hospedagem e atividades administrativas dos novos modelos de empreendi*
mentos hoteleiros no mundo globalizado é o eixo central do pioneiro traba-
lho desenvolvido por Nelson Andrade, Paulo Lucio de tsrito e wilson Edson
Jorge. Baseada na experiência e no aprendizado profissional dos autores, a
olsra é um guia seguro para os peregrinadores em busca da Meca
do conhe_
cimento hoteleiro. Amparados em eficiente metodologia e grande acuidade,
eles detalham as etapas necessárias paru dimensionar, com precisão, os
fâto-
res inerentes à concepção de um projeto hoteleiro. Estão agrupados os itens
que antecedem o projeto arquitetônico, como a definição do seguimento
de
mercado que se pretende atingiÍ, o perfil dos usuários, a viabilidadeeconômi-
co-financeira do empreendimento e sua localizaçã,o, a tipologia do edifício,
o
número de apatamentos, o padrão das instalações e os equipamentos neces-
sários, e os itens pertinentes ao projeto técnico, como os sistemas hidráulico-
sanitários e eletrônicos que devem ser utilizados, a divisão dos setores
compreendidos no hotel, a configuração dos andares e das âreas sociais e
recreativas do prédio e a melhor forma de administraf o empreendimento.
Todo o entendimento necessâno para o sucesso do projeto estâ mapeado
nos tópicos, subtópicos, gráficos e ilustrações, que recuperam a história do
desenvolvimento hoteleiro no Brasil e no mundo e expõem os fatores respon-
sáveis pelo atual estâgio evolutivo do turismo nos continentes. A partir
dessa
clata abotdagem acerca dos caminhos e perspectivas do mercado turístico inter-
nacional, os autores edificam seu esquema de trabalho, detalhando os atuais
tipos de hotéis e a melhor forma de escolher um empreendimento. Andrade,
Brito e Jorge consideram todas as variáveis que envolvem e influenciam essa
decisão estratégica, sinalizando, com exatidão, os fatores da viabilidade.Trata-
se de um trabalho completo, inclusive na análise do projeto de arquitetura
e do
programa administrativo mais adequado ao porte e ao estilo do hotel.
Quadros comparativos permitem a visualização dos mercados hotelei-
ros mundiais e as diferenças qualitativas e quantitativas pertinentes. perfeito
pan empresários que pÍetendem montar estabelecimentos baseados em re-
ceitas que deram certo no exterior e para quem prefere distanciar-se de mo_
delos preconcebidos. Tudo listado com prós e contras.
A presente "bíl)lia" comprova, por si só, a dedicação e o empenho dos
profissionais e autores desta colaboraçã,o inovadora, instrumento fundamental
para os corpos gerenciais, funcionais, administrativos e profissionais da ca-
deia hoteleira.
Julio Serson
Presidente da ABIH-SP - Associação Brasileira da Indústria Hoteleira São paulo
-
TNTRODUçAO

O dinamismo que o setor hoteleiro vem demonstrando nos últimos anos


não se reflete nas informações disponíveis sobre o planejamento e o projeto
de hotéis, que continuam escassas, nem no número de profissionais atuantes
no setor, ainda pequeno. Tanto é assim que este é o primeiro livro voltado
para o tema do planejamento e do projeto de hotéis que se publica no Brasil
a partit da experiência obtida no próprio país. E isso na passagem do século!
A experiência dos autores é resultante dos caminhos profissionais que
os levaram e induziram à produção de inúmeros edifícios hoteleiros. O apren-
dizado intrínseco a esse processo significou um dispêndio importante em
pesquisa, pois, no período em que começamos a trabalhar nessa ârea, em
meados da década de 70, pouca era a experiência acumulada no Brasil. Além
disso, havia absoluta falta de dados e informações sistematizadas. Hoje, no
que diz respeito à disponibilidade de dados e informações, a sifuação não se
modificou muito.
o livro tem, portanto, uma vertente de criação baseada na experiência
acumulada de atividades profissionais. A outra vertente vem de um curso de
extensão para profissionais que vimos desenvolvendo e ministrando nos últi-
mos anos, sobre este tema. Essa segunda vertente trouxe-nos a experiência
didâtica que diz muito da forma e do interesse dos temas abordados.
o núcleo do livro envolve o projeto do hotel, e inclui as questões das
âreas e instalações, da elaboraçáo do programa e do dimensionamento. os
demais temas abordados se integram no contexto geral da edificação, procu-
rando situâ-la de forma mais ampla no fenômeno hoteleiro: um breve históri-
co da hotelaria, a definição do produto a ser oferecido, a questão dalocalizaçào
14 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

do empreendimento, os tipos mais freqüentes de hotéis e parâmetros de cus-


tos de implantaçáo e de equipamentos.
Embora os hotéis não se limitem a edifícios, sendo comuns empreendi-
mentos hoteleiros mais diversificados, entre os quais complexos coniuntos
externos de instalações de recreação e de esportes, cujo exemplo mais signi-
ficativo é o resort, neste livro são tratados principalmente os setores e as
instalações do hotel compreendidos em edifícios. Isso porque, de um lado, a
grande maioria dos hotéis incluem-se nesse caso e, de outro, é tal a variedade
das situações que fogem ao comum que sua abordagem requereria vm trata-
mento caso a caso. As abordagens de carátet geral e as particularizadas para
cada setor específico dos hotéis focalizam aspectos funcionais e requisitos
físicos considerados importantes, sendo complementadas por informações
relativas aos respectivos dimensionamentos.
O edifício de um hotel tem como peculiaridadebâsica sua complexida-
de, advinda da diversidade do programa e do fato de ter de funcionar
ininterruptamente. A diversidade do ptogtama decorre da grande quantidade
de funções normalmente exercidas pelo hotel e do conjunto de atividades
complementares que acontecem em suas dependências. A função de hospe-
dagem, que pressupóe apartamentos confortáveis, bem dimensionados, devi-
damente equipados e com ambientes agradâveis, somam-se atividades
administrativas, industriais (produção de alimentos, lavanderia), comerciais
(restaurantes e lojas), centrais de sistemas (âgua fria e quente, vaporl energia,
ar-condicionado), de manutenção, além de outras atividades relacionadas com
a realizaçáo de eventos, com a recreação e o lazet
A complexidade de um hotel e suas dimensões, eue precisam estar
acima de um mínimo para toÍnâlo viável economicamente, resultam em em-
preendimento oneroso e muito sensível aos custos finais de construção de
operação e manutenção. Assim, o projeto precisa ter dimensionamentos cor-
retos, favorecer estritamente as circulações geradas e exigidas pelos compo-
nentes, equipamentos escolhidos com rigor e outros quesitos mais.
Se formos avaliar o hotel em etapas anteriores ao projeto, é necessário
lembrar que a decisão de construí-lo estarâ vinculada ao binômio mercado/
localizaçáo. Daí iráo decorrer a tipologia do hotel, o número de apartamentos,
o padráo das instalações e os equipamentos necessários para o atendimento
do segmento de mercado a que ele se dirige.
Os cuidados necessários à implantaçáo de um hotel, no qual o projeto
físico é um elemento fundamental,levaram as grandes cadeias hoteleiras in-
ternacionais a estabelecer normas e requisitos rigorosos para implantar ou
TNTRODUçÃO 15

operar hotéis. Edifícios projetados e construídos sem o estrito atendimento


dessas normas e requisitos ou são rejeitados, ou precisam ser modificados.
Para completar essa primeira referência sobre o planejamento e o proje-
to de hotéis vale a pena lembrar que o edifício hoteleiro çxige tais
especificidades de organizaçáo e de equipamentos que dificilmente poderá
sei convertrdo para outro uso, caso o empreendimento não se viabilize. Pro-
fissionalmente, temos sido solicitados também para solucionar o problema
inverso: edifícios em estágios diferenciados de construção que precisariam ser
convertidos em hotel.
É muito comum também encontrarmos casos de ampliação e outras
reformas para hotéis já estabelecidos, sem que a obra se apóie em projeto
suficientemente desenvolvido. Isso acontece porque o proprietâriojulga des-
necessário o investimento em consultoria ou em projeto, confiando apenas
em sua experiência e na sua assessoria habitual. Tivemos a oportunidade de
constatar o desperdício e os custos adicionais causados por essa atitude, às
vezes sem que o próprio empresário se dê conta deles, E parte desses custos
evitáveis vão ocorrer permanentemente na operaçã,o do hotel, pois são decor-
rentes da organização espacial das áreas que abrigam as diversas funções, que
exigem mais empregados, mais material de reposição, etc.
Este livro é destinado principalmente aos profissionais de arquitetura e
engenharia envolvidos em estudos e projetos de hotelaria, empresários do
setor e investidores potenciais que pretendam se aproximat do mesmo. Ele
pode ainda ser útil a estudantes e pesquisadores que, por diversos motivos,
tenham interesse no tema. Leitores de outras procedências são também bem-
vindos.
Esperamos que nossa iniciativa seja efetivamente útil paru o leitor.

Os autores
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18 HOTEL: PLANËJAMENTO E PROJETO

INTRODUçÃO

O comércio é o responsável histórico pelas formas mais antigas de oferta


hoteleira. As rotas comerciais da Antiguidade, na Lsia, na Europa e na Africa,
getaram núcleos urbanos e centros de hospedagem para o atendimento aos
viajantes. Na Idade Média, a hospedagem era feita em mosteiros e abadias.
Nessa época, atender os viajantes era uma obrigação moral e espiritual.
Mais tarde, com o advento das monarquias nacionais, a hospedagem era
exercida pelo próprio Estado, nos palácios da nobreza ou nas instalações
militares e adminisïrativas. Os viajantes que não contavam com o beneplácito
do Estado eïam atendidos, precariamente, em albergues e estalagens. Poste-
riormente, com a Revolução Industrial e a expansão do capitalismo, a hospe-
dagem passou a ser tratada como uma atividade estritamente econômica a ser
explorada comercialmente. Os hotéis cor.rr staff padronizado, formado por
gerentes e recepcionistas, apârecem somente no início do século XD(.
O turismo passa por uma transformaçã.o ndrcalapartrr da Segunda Guer-
ra Mundial, com a expansão acelerada da economia mundial, a melhoria da
renda de amplas faixas da população (basicamente nos países mais desenvolvi-
dos da Europa central, nos EUA e no Canadâ) e a ampliaçáo e melhoria dos
sistemas de transporte e comunicação, principalmente com a entrada em cena
dos aviões a jato paÍa passageiros, de grande capacidade e longo alcance.
Após a Segunda Guerra Mundial, o turismo passa a ser uma atividade
econômica significativa, principalmente para os países desenvolvidos, nos quais
havta crescimento e ampliação da renda da população, o que geÍava mais
disponibilidades de tempo e recursos paÍa o lazer. O processo de desenvolvi-
mento e de globalizaçáo da economia mundial, além de gerat um progressivo
fluxo de viagens regionais e intemacionais, ampliou de forma acelerada o
setor de lazer e de turismo, que passou a ser, efetivamente, o grande promo-
tor de redes hoteleiras. A sociedade de consumo de massa ampliou-se pata o
setor de lazer e de turismo.
É importante lembrar que a classe média, enquanto base para uma so-
ciedade de consumo de massa, apatece no século )O(, e, em casos como o
Brasil, após a década de 40. Nos países desenvolvidos, o operariado com
capacidade aquisitiva para o lazer e o turismo passa a ser repÍesentativo no
mesmo período.
O conceito de quarto com banheiro privativo, hoje chamado apafia-
mento, foi introduzido pelo suíço César Ritz, em 1870, no primeiro estabeleci-
BREVE HISTORICO rg

mento hoteleiro pÌanejado em paris, e atingiu os Estados unidos em 190g,


com o Statler Hotel Company.l
A história da hotelaria no mundo possui marcos que delimitam mudan-
ças importantes no processo de evolução do setor.

MARCOS DA HOTELARIA NO MUNDO

An'liguidade a Bri'Íània
ãïï,ïï3ï:ï:,ïïjï:ïi:r:ï:ï:ffiï::
Pontos de paradas e de catavanas.

idade Média Abadias e mosteiros que acolhiam hóspedes.


e Acomodações junto aos postos de articulação dos correios.
Moderna
Era Abrigos pata cntzados e peregrinos.

1790 surgimento de hotéis narnglaterra, naEuropa e nos EUA, no


final do século X\TII, estimulados pela Revolução Industrial,
1850 Áreas próximas às estações ferroviárias passam a concentrar
os hotéis no final do século XIX e nos primeiros anos do
século )O(.

7870 Introdução do quarto com banheiro privativo (apartamento).

1920 Grande número de hotéis construídos, na década de 20, nos


EUA e Europa, gerado pela prosperidade econômica.

7950 Novo surto de construção de hotéis nos anos 50, coincidin-


do com a era dos jatos e o grande incremento do movimen-
to tuÍístico mundial.

7970 Entrada em opeÍação dos Boeing 747, em 1969/7970.

' t''t"tt^ ção de sistemas boteleiros - conceitos básicos(São paulo: Editora


"^^- ^
SE\--{.C Sao paulo, 1995).
20 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

A HOTELARIA NO BRASIL

No período colonial, os viajantes se hospedavam nas casas-grandes dos


engenhos e fazendas, nos casarões das cidades, nos conventos e, principalmen-
te, nos ranchos que existiam à beira das estradas, erguidos, em geral, pelos
proprietários das terras marginais. Eram alpendres construídos às vezes ao lado
de estabelecimentos ústicos que fomeciam alimentos e bebidas aos viajantes.
Aos ranchos e pousadas ao longo das estradas foram se agregando outras ativi-
dades comerciais e de prestação de serviços que deram origem a povoados e,
opornrnamente, a cidades. Nessa época era comum as famílias receberem hós-
pedes em suas casas, havendo, em muitas, o quarto de hóspedes.
Movidos pelo dever da candade, os jesuítas e outras ordens recebiam
nos conventos personalidades ilustres e alguns outros hóspedes. No mosteiro
de São Bento, no Rio deJaneiro, foi construído, na segunda metade do século
XVI[, edifício exclusivo para hospedana.

No século XVIII começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro estala-


gens) ou casas de pasto, que ofereciam alojamento aos interessados, embriões
de futuros hotéis. As casas de pasto ofereciam, inicialmente, refeições a preço
fixo, mas seus proprietários ampliaram os negócios e passaram a oferecer
também quartos para dormir.
Em 1808, a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro e a conse-
qüente abertura dos portos trouxeram um grande fluxo de estrangeiros, que
aqui vieram exercer funções diplomáticas, científicas e comerciais. Com isso,
BREVE HISTORICO 21

houve aumento da demanda por alojamentos, e nos anos seguintes os proprie-


tários da maioria das casas de pensão, hospedarias e tavernas passaram a
utilizar a denominação de hotel, com a intenção de elevar o conceito da casa,
independentemente da quantidade dos quartos e do padrã.o dos serviços ofe-
recidos.2 Cabe destacar, nessa época, o Hotel Pharoux, pela localizaçáo estra-
tégica junto ao cais do porto, no Largo do Paço, considerado um dos
estabelecimentos de maior prestígio no Rio de Janeiro.

:.t-,r:iÊ{*a-:

ffi
o
problema da escassez de hotéis no Rio de Janeiro, gu€ jâ acontecia
em meados do século xIX, prosseguiu no século )o(, levando o governo a
criar o Decreto nn 1160, de 23 de dezembro de 1907, que isentava por sete
anos, de todos os emolumentos e impostos municipais, os cinco primeiros
grandes hotéis que se instalassem no Rio de Janeiro. Esses hotéis vieram, e
com eles o Hotel Avenida, o rraior do Brasil, inaugurado em l-908. O Avenida,
com 220 quartos, maÍca, por assim dizer, a maioridade da hotelaria no Rio de
Ianeiro.

' A fixação do termo "hotel" no jatgáo nacional se deu, definitivamente, em virtude da necessida-
de de anunciar o serviço junto aos estrangeiros da cidade do Rio de Janeiro. A Gazeta do Rio de
-laneiro, por exemplo, tÍaz, no ano de 181.7, anúncio de um mesmo estabelecimento com denom!
nação de Hospedaria do Reino do Brasil e depois Hôtel Royaume du Brésil.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

A partir da década d" 3O passam a ser implantados grandes hotéis nas


capitais, nas estâncias minerais e nas âreas de apelo paisagístico, cuja ocupa-
çáo erapromovida pelos cassinos que funcionavamjunto aos hotéis. F;m7946,
com a proibição dos jogos de azar. os cassinos foram fechados e) como con-
seqüência, os hotéis a que estavam vinculados acabatam fechando as portas.
Exemplos muito conhecidos dessa fase são os hotéis Araxâ e Quitandinha.
Em 1966 é criada a Embrarur e. junto com ela, o Fungetur (Fundo Geral
de Turismo), que aora de incentivos fiscais na implantaçã,o de hotéis,
^través
promovendo uma nova fase na hotelaria brasileira, principalmente no seg-
mento de hotéis de luxo, os chamados cinco estÍelas. Esse novo surto hotelei-
ro leva também a mudanças nas leis de zoneamento das grandes capitais,
tornando a legislação mais flexível e favorâvel à construção de hotéis. Nos
anos 60 e 70 chegam ao Brasil as redes hoteleiras internacionais. Mesmo sem
um número importante de hotéis, essas redes váo ctiat uma nova orientação
na ofefia hoteleira, com novos padrões de serviços e de preços.
A expansão da hotelaria sob a tutela da Embratur, que tem como pano
de fundo uma demanda crescente e em grande paíte reprimida, teve como
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cr-"
24 HOTEL: pLANEJAMENTO E PROJETO

conseqüência um desequilíbrio no perfil de hotéis novos oferecidos, pois a


maior parte peÍtencia à categoria 5 estrelas. Segmentos_llqp-ort4glç*da de_
manda, como os ligados a negócios e serviços qúãu"r.um hotéis de catego-
riaõ nrédia e..o.,ffi, têm sido negligerrci4dgq,€úaqdo d";;ã
reirimida ou malservida, à espera d" .r- ateldiment" ;;i, "-.,ã"
;d"o"rd- '--' -

'* - Âs péisiiéêÌivas de crescimento da i"auri.ïu-tt"r"i-; B;íìa" pï"


missoras, em função da rclativa estabilizaçáo da economia do país e do au_
mento acentuado das viagens furísticas nos dois últimos anos, principalmente
ao exterior, o que significa que a estabilizaçáo da moeda e dos preços condu_
ziu à incorporaçáo do item viagens ao orçamento familiar, pelo menos entre a
classe média. As viagens turísticas ao exterior apresentam um componente
importante para a hotelaria brasileira: os turistas brasileiros, 80 por cento dos

quais se destinam aos Estados Unidos. passam a conhecer o padrãoda hotelaria


de países desenvolvidos, que apresentam melhor qualidade e menores pre-
ços' Gradualmente, esses turistas irão pressionar as empresas do setor hotelei-
ro no Brasil a oferecer mais qualidade e preços menores.
RecentemeÍ7te, a montagem de funds, a partir dos fundos de pensão e
de financiamentos do BNDES, tem sido uma das poucas alternativas pata a
implantação de novos hotéis. Ainda aqui, na utilizaçào desses capitais, têm
predominado os hotéis de luxo e de grande porte.
Outra tendência importante é que, nos últimos anos, cadeias hoteleiras
internacionais vêm promovendo uma política mais sistemãtica para ampliar
sua participação no mercado brasileiro, visando inclusive os segmentos de
mercado menos atëndidos (hotéis econômicos). De modo geral,a continuida-
BREVE HISTORICO 25

de dessa política trarâ alterações significativas nos padrões da oferta atual. A


concorrência se tornarâ mais acircada, com conseqüente diminuiçã.o das tari-
fas, e os padrões de atendimento ao cliente deverão melhorar e se aprimorar.
A dinâmica vigente no setor hoteleiro é bem atestada pelo conjunto de
empreendimentos previstos para as cidades de São Paulo e Guarulhos, por
exemplo. Está prevista a implantaçáo de 38 hotéis até o ano 2002 na cidade de
São Paulo. Em Guarulhos, em função da demanda causada pelo aeroporto
internacional,haverâ sete novos hotéis. As redes hoteleiras internacionais Accor,
Best Western, Hyatt, Ramada Renaissance, Marriot, Choice, Posadas e Meliá
têm participaçã.o de peso nos empreendimentos, em sua maior parte de pa.
dráo 4/5 estrelas e com mais de duzentos apartamentos. Estão previstos tam-
bém dois centros de exposições e feiras, que cobrirão uma ârea em que São
Paulo )ávem apresentando demandas reprimidas, atendendo o segmento mais
importante de viagens e estadias na regiã,o, o turismo de negócios.
No que diz respeito a empÍeendimentos do tipo resort, inteÍessa salien-
tar, pelo porte, o complexo turístico multiresort em fase final de construção
em Sauípe, ptaia 90 quilômetros ao norte de Salvador, Bahia. O complexo,
que está sendo instalado em uma ârea de 1.750 hectares, prevê a implantaçã,o
de cinco hotéis e seis pousadas, em um total de 1.650 apartamentos. Os em-
preendedores se impuseram o objetivo de construir um novo destino turístico
do zero, "a Cancún brasileira". O empreendimento se tornou vìâveI com o
investimento público em uma infra-estrutura de acesso - aLinha Verde, rodo-
via que liga Salvador a Sergipe - e com a garantia do futuro fornecimento de
âgua, energia, esgoto e telefonia paÍa a região.

MARCOS DA HOTELARIA NO BRASIL

1808 Mudança da corte portuguesa para o Brasil, o que incentiva a im-


plantação de hospedarias no Rio de Janeiro.

1904 Primeira lei de incentivos paru a implantação de hotéis no Rio de


Janeiro.

1946 Proibição dos jogos de azar e fechamento dos cassinos, o que


inviabtliza os hotéis construídos para esse fim.

1966 Criaçáo da Embratur e do Fungetur, que viabil izam a implantaçào


de grandes hotéis, inclusive nas âreas da Sudam e da Sudene.

r990 Entrada definitiva das cadeias hoteleiras internacionais no país.


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28 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

DEMANDA E OFERTA

A melhoria do sistema mundial de comunicações e.de transportes e a


dir.ulgação de culturas de regiões outrora longínquas ou pouco conhecidas
praticamente unificou o planeta como ârea de interesse turístico. A facilidade
de acesso aproximou os países e as regiões. A expansão da economia incor-
poÍou novos e significativos contingentes à sociedade de consumo, na qual o
turismo se insere como um segmento importante e em contínuo crescimento.
As viagens passaram a fazer parte da cultura e das aspirações das populações,
fazendo com que a demanda turística passasse a ser crescente. A oferta hote-
leira evoluiu em função dessa demanda.
A importância do turismo é tal que, em 7995, ele representava 3,38
trilhões de dólares no faturamento bruto da economia mundial2,98 trilhões
de dólares na composição do PIB mundial (10,8 por cento do total) e 21.2
milhões de empregos (10,7 por cento do total). A situação do Mercosul,
identificada no Quadro 7, é diferente: o tuÍismo contribui com7,75 por cento

QUADRO Í
O MERCOSUL EM FACE DO TURISMO MUNDIAL
Indicadores Mercosul Mundo
1992 1995 2005* 1992 1995 2005*
Faturamento bruto (US$ bilhões) 7n oq 156,44 3,217 3,380 7,176
Empregos (milhões)
-7 tr,^
10,26 192 212 338
% do total 6,80 Í-ì <Í-ì 6,39 10,5 10,7 1 1,8

Contribuição ao PIB (US$ bilhÕes) \1 7q 61 \-7 135,65 2,852 2,983 6,337


% do total 7,15 7,15 7,14 1 1.0 10,9 11,4

Investimentos (US$ bilhóes) oqô 4,1 14


I t,zl 24,60 t15 697 1,614
% do total 6,09 6.08 6,07 11,5 11 ,9

Gastos do governo (US$ bilhões) 3,46 4,14 9,18 273 312 u3


% do total 3,64 3,63 3,61 6,0 6q 6,8

Consumo pessoal (US$ bilhões) 32,19 38.38 84,65 1,789 1,898 3,866
% do total 7.18 7,18 7,17 11,4 11,4 11 ,7
lmpostos (U5$ bilhões) 10,69 12,69 ?7 0? 627 656 1,405
% do total qq? ),4 | 5,43 11,3 11 ,1 11,6
* Estimativas
Fonte: WTTC (World Travel and Tourism Council). Artigo extraído do jornal Folha de S.
Paulo, 18 de fevereiro de 1996.
DEF|N|çÃO DO PRODUTO 2s

do PIR regional e 6,4 por cento do emprego total, o que sugere um potencial
turístico ainda não suficientemente explorado nesses países, inclusive, ou prin-
cipalmente, no Brasil.
A recuperação econômica da Espanha no período pós-Franco, quando
iniciou sua integraçáo efetiva na Comunidade Européia, foi possível através
do turismo, que contirrua a ser o carro-chefe da economia do país. Na divisão
e distribuiçáo de atividades econômicas nacionais, no contexto da Comunida-
de Européia, Portugal teve sua economia vinculadabasicamente às atividades
turísticas.
A evolução da hotelaria, a espinha dorsal do turismo, levou o sistema
hoteleiro a trabalhar a demanda de forma a canalizâ-la e moldâ-la gradual-
mente a seus interesses. Do ponto de vista de mercado, a demanda passou a
ser trabalhada pot segmentos de mercado, processo que se mostrou o mais
adequado pata a orientação do crescimento hoteleiro.

SEGMENTO DE MERCADO

Segmento de mercado é o universo de consumidores com determinados


objetivos, anseios, expectativas e necessidades comuns em relação a determi-
nado produto. Em relaçào ao setor hoteleiro, o segmento de mercado é o
conjunto de consumidores cujos interesses irão orientar o tipo de produto, no
caso o tipo de hotel, que satisfaça especificamente àqueles interesses. São

""'-:t:i;r'
;ff:, por execurivos de nível intermediário, técnicos,
profissionais e vendedores que viajam a negócios e que preferem (ou
podem apenas) pag r tarlfas mais baixas. seu objetivo é mais o con-
forto do que a sofisticação das instalações e dos serviços hoteleiros.
Esse segmento gerou o aparecimento dos hotéis econômicos, atual-
mente objeto de uma grande expansão no Brasil.
o contingente de mercado caracterizado por executivos, políticos e
artistas que procuram hotéis de alto nível, que ofereçam mais discri-
ção e preservem o hóspede. São hotéis menores, mas bastante sofisti-
cados nos serviços e nas instalações.
o público que procura descanso e fortalecimento físico e mental em
ambientes isolados, com paisagens ricas e caractefísticas. Essa deman-
da é o contraponto à vida trbana moderna, que provoca tensão e
estresse. Gerou o aparecimento de resorts e, como seu desdobramen-
to, os spas, mais voltados para recondicionamento físico.

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30 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Outros contingentes podem ser citados como exemplo de demandas


específicas que caracterizam novos segmentos.
Os surfistas podem ser um segmento de mercado paÍa o qual o produto
a ser oferecido pelo setor hoteleiro é um resort ao lado do mar, onde haja
condições para a prâtica de surfe.
Pescadores amadores são um segmento de mercado para o turismo na
regiã,o do Pantanal mato-grossense; eles podem vir a viabilizar a implantação
de hotéis específicos.
Deve-se acrescentar que é em torno de segmentos de mercado que a
hotelaria vem se estrufurando nas últimas décadas. Os hotéis que trabalham
com um público diferenciado apenas pelo poder aquisitivo vêm cedendo
espaço àqueles destinados a segmentos específicos.
O setor hoteleiro comportâ uma boa dose de riscos e ganhos substanciais
em determinadas circunstâncias. Os riscos do setor estão, em boa parte, vincu-
lados ao conhecimento insufìciente do mercado, principalmente da demanda, à
Iocalizaçáo mal equacionada, aos projetos mal resolvidos, avma administração
(em que se inclui o padráo de serviços prestados) pouco eficiente.
No caso brasileiro, o pano de fundo desse quadro é uma cultura hotelei-
ra incipiente e um mercado até pouco tempo restrito e pouco competitivo, em
que a oferta é imposta a usuários com poucas alternativas, sem experiência e
informações suficientes para avaliar o custo de sua estadia e a qualidade do
serviço. Abatxa cultura do setor tem levado a experiências infelizes, como a
implantaçáo de hotéis que vieram a se tornar problemas praticamente insolú-
veis quanto à viabilidade do mercado.
A decisão de implantar hotéis no Brasil ocorre, muitas vezes, sem que
haja uma política hoteleira coerente e sistemática. Esse tipo de decisão brota
de conjunturas aleatóúas: do interesse de um empresário que não é do setor
de diversificar seus investimentos; do objetivo de atendef a \ma demanda
flagrantemente mal atendida em um local específico; do interesse de utllizar
um terreno bem iocalizado; da possibilidade de utilizaçáo de recursos dispo-
níveis para o setor, etc.
De modo geral, os hotéis são implantados sem estudos suficientes. Se,
por um Iado, a falta de experiência empresarial é ainda considerável, por
outro, o quadro profissional habilitado a esfudar, orieÍttar, projetar e adminis-
trar um hotel é limitado. São poucos os profissionais em condiçáo de respon-
der bem às solicitações do setor hoteleiro. Isso é reflexo, inclusive, do pequeno
número de escolas de hotelaria de nível superior existentes no país. As que
existem são bem recentes. Até pouquíssimo tempo, a ínica altetnativa qrüe
DEFTNTçÃO DO PRODUTO 31

restava a um interessado em formação superior no setor hoteleiro era fazer o


curso ou uma pós-graduaçáo no exterior.
Esse quadro vem sendo alterado gradualmente pelas redes hoteleiras
internacionais. O mercado brasileiro é suficientemente grande e tem possibi-
lidades concretas de crescimento acentuado pan que as redes internacionais
se interessem por ele. Se bem que a aínçã.o dessas redes, até o presente, é
bem menor do que se poderia esperar. Afora determinados casos e exemplos
de atuaçáo, elas não vêm investindo sistematicamente no mercado brasileiro,
preferindo atuar com venda de franquias e repasse de know-bow e controle
da operaçáo de hotéis que se incorporem à sua bandeira. Elas não têm inves-
tido de forma significativa nos empreendimentos, o que mantém os Íecursos
financeiros como fator escasso nos empreendimentos hoteleiros no Brasil.
O parque hoteleiro brasileiro apresenta hoje cerca de 2.700 estabeleci-
mentos e 108 mil apartamentos, o que significa menos de 1 apartamento por
1 mil habitantes. Guardando as devidas proporções, se compaÍarmos o índice
brasileiro com o da França (7 apartamento/10O habitantes) e o dos Estados
Unidos (I apartamento/7O habitantes), veremos o quanto nosso parque hote-
leiro pode crescer.
Em sua maiona (83 por cento), os hotéis brasileiros são administrados por
familiares; o restante (I7 por cento) está ligado a cadeias hoteleiras.
,:mpresas

ELEMENTOS CRíTTCOS NA DEC|SÃO DE TMPLANTAçÃO


DE UM HOTEL

As decisões básicas a serem tomadas na implantaçã.o de um hotel pas-


sam necessariamente pelas questões:

. PAra. quem o hotel se destina (segmento de mercado) e qual o tipo de


hotel que se pretende implantar?
. Ond,e localizá.-lo?

' A primeira questão pode jâ estar respondida se a empresa (a cadeia


hoteleira ou o empÍesário) interessada na implantação tiver se especializado
em um produto ou se, por condições predeterminadas, inclusive após estudos
de mercado, estiver interessada em investir em um produto específico. Nesse
caso, a questão bâsica passa a ser onde implantar esse determinado produto.
De qualquer forma, a resposta adequada para essas questões requer um
conbecimento mínimo do mercado, tanto da demanda (tamanho, característi-
cas e tendências) quanto da oferta (que hotéis existem e como atendem aque-
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
32

la demanda). Quanto mais amplo o território que se pretende av^IiaÍ, mais


genéficas serão as informações necessárias sobre o mercado. Quanto mais
precisa alocahzação, mais aprofundadas e específicas deverão ser as informa-
como um todo significa
ções sobre o mercado. Conhecer o mercado brasileiro
trabalhar com variáveis mais amplas e genéricas, enquanto conhecer o merca-
do de uma cidade, por exemplo, significa conhecer o mercado de forma
detalhada, com varíáveis mais específicas.
A decisão de localizaçáo de um empreendimento hoteleiro pode se
orientar sobre âreas progressivamente mais restritas: inicialmente, avalia-se o
mercado em nível mais genérico, em um território mais amplo - um estado ou
Llma regiáo maior ou menof que o estado. Em seguida, avalia-se o mercado
de forma mais aprofundada,em um conjunto de cidades (ou área) selecionadas
na escala anterior.
o produto adequado pafa um local predeterminado - ou seja, o tipo do
hotel a ser implantado - é uma questão que se coloca quando se pretende
investir em determinada regiáo ou cidade e ainda não se tem uma idéia pre-
cisa do tipo de hotel mais adequado às condições do mercado local'
A nomenclatura de classificaçáo dos hotéis varia segundo a entidade
"Tipos
consultada, ou segundo a própria tendência do mercado. No capítulo
de hotel", apresentamos uma nomenclatura bastante usada, coín característi-
cas específicas de classificação pof tipo de hotéis, dirigidos a segmentos espe-
cíficos da demanda. Essa classificação engloba, basicamente, hotéis centrais
(d,owntown botels), hotéis não-centrais, hotéis econômicos, hotéis de aeropor-
tos e resorrs (hotéis de lazer).
A decisão sobre o tipo de hotel a ser escolhido passa por uma avaliaçáo
do mercado local, em termos de oferta e de demanda'
A aualiaçã,o d.a oferta da área estudada é um processo mais râpido e mais
econômico, que abrange um levantamento dos hotéis existentes na ârea ou cida-
de selecionadas. A avaliaçáoda demanda é um estudo mais complexo, no qual se
pfocura trabalhar por amostf agem e/ou através de informações indiretas.
o tamanbo do botel está intimamente ligado ao tipo ou categoria. Em
alguns casos, esse tamanh o iâ está limitado pela legislação pública, restando a
questão de como viabllizar o hotel com tamanho predeterminado. É o caso de
hotéis na ârea do Pantan al mato-grossense, de pousadas ou hotéis ecológicos,
que têm um limite de apartamentos fixados pelo Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)'
33
DEFtNTçÃO DO PRODUTO

Geralmente, o tamanho de um determinado tipo de hotel, caractetizado


pelavariâvel apartamentos, ou unidades babitacionais (IJH),' está vinculado
à sua rentabilidade e aos custos de implantaçáo e operação, que Se exprime
pelo número de apafiamentos. Assim, é possível estimar o custo médio do
hotel tendo por base o custo que cada padráo de apartamento terá no total
das áreas do empreendimento. Por exemplo, um apartamento de padrão su-
perior demanda de 65 a 85 metros quadrados da ârea construída de um hotel,
o que representa, nesse padráo,um custo médio de 150 mil a 200 mil dólares.
A composição de custos será retomada com mais profundidade no capítulo
"Parâmetros de custos".

VIABI LIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO EMPREENDI MENTO

Para um empreendimento ser considerado viâvel economicamente, ele


deve proporcionar uma remuneraçáo do capital investido igual ou acima da
remuneração oferecida pelo mercado (custo de oportunidade). Normalmente,
no Brasil, caso seja reahzado com oS cuidados que sua implantaçào exige, um
empreendimento hoteleiro pode ser bastante viável, mesmo levando em con-
ta os riscos que o setor comPorta.
A avaliaçáo da viabilidade de um empreendimento hoteleiro passa por
uma série de decisões tomadas progressivamente. Inicialmente, é preciso de-
cidir sobre a grandeza do ínvestimento que se pÍetende realizat e as fontes de
onde virá esse investimento. Em seguida, é preciso decidir o tipo de hotel que
se pretende irnplantar, seu tamanho aproximado e o local onde será implan-
tado. pode haver uma inversão na ordem do processo decisório, mas haverâ
sempre o momento em que será necessário conhecer a viabilidade econômi-
co-financeira do empreendimento em questão.
O estudo de viabilidade é um instrumento fundamental para orientar a
decisão final sobre o investimento, inclusive para aperfeiçoar o seu perfil. O
estudo permite montaf alternativas pafa o empreendimento, nas quais podem
ser testados tamanhos diferentes pua diferentes tipos de hotel. Nesse estudo
é comum prefixar o tipo e o tamanho do hotel e, a partit dessas premissas,
calcular outras variâveis que compõem o perfil do empreendimento.
O estudo de viabilidade econômico-financeira, do ponto de vista algé-
brico, é um conjunto de equações que relacionam variâveis independentes
(aquelas que são prefixadas) e dependentes (aquelas que devem ser calcula-

' Nomenclaturu uttlizada peia Embratur


34 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

das a pafiir das vaúâveis independentes). lJma vez fixados os valores de


determinadas variâveis, chega-se aos valores das demais variáveis.
Sáo variâveis independentes do estudo de viabilidade aquelas prefixa-
das ou calculadas anteriormente, por exemplo:

' Custo de implantaçáo: abrange todos os investimentos envolvidos com


imóvei.s e móveis do estabelecimento (terreno, projeto, infra-estrutura,
obras civis e instalações, equipamentos, etc.).,
. Diârias.
' Despesas operacionais: abrangem salârios e encargos (derivados do
perfil e montante do quadro de funcionários do hotel), custos das
vendas, despesas com marketing, com manutenção e energia, custos
administrativos e de gerenciamento (quando a operaçáo do hotel é
exercida por uma cadera específica), aluguel do terreno (ou do valor
global do terreno), etc.
. Impostos indiretos: federais (Cofins, IR, PIS e IpMF), estaduais (ICMS)
e municipais (ISS e IPTU).
. Seguro predial.
. Juros: a serem pagos sobre o capital financiado e as condições de
pagamento.

O estudo de viabilidade econômico-financeira tabalha algebricamente


o conjunto dessas variáveis em um fluxo de caixa calculado anual ou mensal-
mente, para um período de dez a vinte anos. Se a precisão do trabalho o
exigir, o fluxo de caixa pode ser trabalhado mensalmente.
O fluxo de caixa permite chegar a um balanço econômico-financeiro
global para o empreendimento e verificar se a remuneraçáo do capital inves-
tido é suficiente para justificâ-lo. Ele também permite obter respostas para
questões importantes, como o ano em que o saldo de caixa passa de negativo
a positivo, ou seja, a partir de que ano o empreendimento passa a ser auto-
suficiente financeiramente.
Podem ser feitos tantos fluxos de caixa quantos o estudo do empreendi-
mento exigir. Como as variâveis independentes podem assumir mais de um
valor (por exemplo, as diârias médias do hotel poderão vaúar de 50 a 70
dólares), a maÍgem de risco do empreendimento pode ser verificada caso os
valores das vaúâveis (diárias médias, no caso) oscilem no período abrangido
pelo fluxo de caixa.

'z Para mars detalhes, ver capítulo "Parâmetros de custos"


DEFTNTçÃO DO PRODUTO 35

Pode-se também fixar os valores de variáveis dependentes (receitas, TIR


- tax interna de retorno), e, fazendo o caminho inverso dos cálculos, verificar
que resultado esses novos valores ftariam para uma determinada vanÌâvel
independente. Por exemplo, para obter uma remuneraçáo adequada do capi-
tal investido, que preço deveria ter a diâria do hotel? Esse tipo de questão é
respondido pela utilizaçáo do fluxo de caixa no sentido inverso. Ele é, portan-
to, um caminho de duas mãos.
O estudo de viabilidade permite, assim, testar e alterar as variãveis inde-
pendentes e, inclusive, avaliar as decisões tomadas anteriormente. Por exem-
plo, o estudo pode indicar a necessidade de o hotel ter um número de
apartamentos superi oÍ ao previsto inicialmente.
De qualquer forma, é preciso lembrar que a estraté.gia assumida para o
empreendimento está embutida no estudo de viabilidade e em um de seus
componentes, o fluxo de caixa. Essa estratégia implica a montagem de alteç
nativas, inclusive sobre os preços de mercado. Por exemplo, caso a competi-
ção se acirre, obrigando avma diminuição dos preços praticados, é necessário
saber que margem de variaçáo de preços o empreendimento pode suportar
sem entrar em déficits e por quanto tempo é possível suportar essa situação.
A avaliaçáo dos problemas que o empreendimento pode vir a enfrentar ga-
Íante uma importante margem de manobÍa em face da concorrência.
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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
38

INTRODUçÃO

Nunca é demais erÉatiZat a importância dalocalízaçáo de um empreen-


inviabiltzaçáo
dimento hoteleiro. Uma localizaçáomal resolvida pode resultar na
do empreendimento.
O estudo de localização de um empfeendimento hoteleiro pode envol-
fesposta
ver diferentes escalas no tefritóÍio.Para cada escala se chegatâ auma
com precisão diferente, e, para cada uma delas, será diferente o
método atra-
vés do qual se fatâ a escolha do local'
macfoescala,
Em determinados CaSoS, o estudo delocalização envolve uma
quando o que se pretende é saber qual seria a melhor região pafa o
empfeen-
que cidades de
dimento ou, no caso de implantação de uma rede hoteleira,
determinada regráo são mais adequadas para receber os hotéis.
onde
Em outros casos, já se tem uma decisão sobre aregtáo ou a cidade
se pretende instalar o empreendimento hoteleiro' O passo
seguinte setia a
escolha do terreno específico, na tegláo ou na cidade'
que
Finalmente, em determinados casos, existe previamente um teffeno
se pretend e utllizar pata implantar um empreendimento
hoteleiro' A questão
q.,è ,. coloca nesses casos é se aquele é um local adequado e conveniente
para um empreendimento hoteleiro ou para um determinado
tipo de hotel' o
i.rr..ro tantã pode estaf em uma ârea não-urbana (em uma praia isolada, em
(no centro urbano, iunto artma
uma fazenda, em uma ilha) ou em uma cidade
avenidamovimentada, junto ao acesso à rodovia regional,
etc')' Nesse CaSo' o
da cidade
estudo de suporte à decisão deverâ envolver o mercado específico
e a condição de outfas âreas altetnat\as mais bem situadas
ou em condições
similares à âtea em questão.

ESTUDO DE LOCALTZAçÃO EM ESCALA REGIONAL

No caso em que se avalia a localização em escala regional, deve-se


hoteleiro, de
pafiir de uma tipologia já determinada pan o empfeendimento
e de
uma avaliação suficiãnte da demanda potencial para o empreendimento
uma estratégia de captaçáo dessa demanda. o passo seguinte
em relação à
localrzaçã"o do empreendimento setâ realizaf ]uma
pesquisa que aponte para o
local mais favorâvel paÍa a sua implantaçáo'
se o empreendimento não tem apoio urbano - por exemplo,
vm resort
de qualquer
vinculado a vantageÍrs paisagísticas e de meio ambiente, longe
cidade que pudes ie garantir-lhe apoio em serviços e infra-estrutura -'
a con-
os usuá-
dição bâsicapafa Seu funcionamento é ser acessível aos usuários'
Se

rios vêm de regiOes distantes, o tfanspofte mais importante é


o aéreo, e a
viabilidade do empreendimento dependerá da existência de
um aefoporto
LOCALTZAçÃO

em condições de receber as aeronaves que partem do local de origem dos


hóspedes. A acessibilidade deve estar garanttda também por rodovias em
bom estado, transrtâveis o ano todo e, de preferência, pavimentadas. A acessi-
bilidade deve ser equacionada levando-se em conta o tempo de viagem rnâxi-
mo que o hóspede se dispõe a suportar, e esse tempo dependerá dos atrativos
do empreendimento em comparaçáo a empreendimentos similares, Os de-
mais fatores de viabilidade estão em um segundo nível de importância, mas
também são fundamentais: os custos de implantaçáo e operação, gue incor-
poram os custos de alojamento para os funcionários e as condições para sua
contataçáo em local retirado, a logística global de funcionamento do estabe-
lecimento, as vantagens comparativas de empreendimentos similares, etc.
No sul do estado de São Paulo, por exemplo, existe uma rcgiáo com um
complexo de cavernas extremamente atraentes, próximo à serra do Mar, na
maior extensão de mata Atlântica do estado. O acesso ao local, apesar de sua
proximidade à região metropolitana de São Paulo - que representa uma de-
manda turística potencial inegável -, aÌnda é precâria. A duplicaçao da Rodo-
via Régis Bittencourt (BR 116) sem dúvida facilitarâ o acesso àregiáo, o que
irâ alterar positivamente as condições de viabilidade de empreendimentos
turísticos voltados païa potencial ambiental.
^qrtele
No caso de o empreendimento ser localizado em cidades, a avaliaçáo da
rede urbana deve incorporar um quadro de referência em que as cidades são
comparadas em ordem hierárquica, segundo sua importância. As vaúâveis a
serem incluídas no quadro são montante e dinâmica de crescimento da popula-
çáo urbana, dinàmica da economia, qualidade de vida, recursos em educação e
saúde, facilidades de acesso e comunicação. Em muitos casos, a disponibilidade
de dados irâ orientar a montagem do quadro de referência. Esses estudos traba-
lham com dados secundários, e somente nas decisões finais é que interessa
rcalizar uma pesquisa direta para obtenção de dados. Assim, o quadro de refe-
rência terá. as variáveis disponíveis, e sua precisão, controlada, dependerâ da
qualidade e da importància dessas variáveis. Essa precisão deve ser controlada,
pois a pafiiï dela é que se darâ a decisão dalocalização do empreendimento.

ESTUDO DE LOCALIZACAO EM ESCALA URBANA

A escolha de um local para empreendimento hoteleiro, em determinada


cidade, vai depender de fatores que variam ou têm pesos diferentes em rela-
ção ao tipo específico de hotel que se pretende instalar. A escolha da melhor
locahzaçáo vai depender do tipo de hotel em estudo. Para determinados tipos
de hotel vão pesar, basicamente, os seguintes fatores de localizaçáo:
HOTEL: PLANEJAMËNTO E PROJEÏO

HOTEL CENTRAL
. Tem como objetivo ficar ou no centro da cidade,ou o mais próximo possíüel.
. RestriçÒes quanto ao uso e à ocupação do solo.
. Compatibilidade entfe o preço do terreno, o poÍte e o padrão do empreendi-
mento. O custo do terreno não pode ultrapassar o valor determinado pelos
estudos de viabilidade econômico-financeira.
. Facilidade de acesso ao aeroporto e às principais vias da cidade.
. Existência de redes de infra-estrutura confiáveis (âgta, esgoto, energia elétrica,
telefones).
. Localização em via sem congestionamento de trânsito.
. Localizaçào de fácil ..lentificação na cidade.

HOTEL ECONOMICO
. Localizaçáo na principal via de ligação entre a rodovia regional de acesso à
cidade e o centro urbano.
. Localizaçáo de fácil visualizaçáo e identificação em relaçáo à cidade e à rodovia.
. Terreno de custo baixo e com dimensões adequadas para petmiúr pátio de estacio=
namento e uma consffuÉo horizontal ou, no máXimo, de três pavimentos.
. Terreno servido por redes de infra-estrutura (drenagem, âgta, esgoto, energia
elétrica, comunicações).

HOTEL DE CONVENçÕEs
. Localização em cidades caracterizadas como impofiantes centros de negócios
e de serviços.
. Existência de redes confiáveis de infra-estrutura urbana'
. Localizaçã"o de fácil identificaçáo na cidade.
. Dimensões de terreno que permita implantar âreas de estacionamento de veículos.

RESORT OU HOTEL DE LAZER


. Localização em região com meio ambiente de grande apelo turístico e paisagístico.
. Terreno de grandes dimensões (inclusive com trechos de floresta, quando
possível), que permitaaimplantação de campo de golfe, hípica, paÍqÌle aquático,
quadras de esportes, marina, etc.
I Local de fácil acesso a aeroporto.
! Local de fácil identificaçáo em relação à estrada ou à rodovia.

HOTEL DE SELVA

Localizaçâo em meio a floresta ou pafque ecológico, com grande apelo turís-


tico e paisagístico.
Facilidade de acesso por meio de rodovia ou hidrovia.
LOCALTZAçÃO 41

. Terreno com grandes dimensões, que permita âreas de esportes ao ar livre,


ancoradouros de barcos, parque aquático, etc.
Localizaçáo em terreno não-inundável e relativamente protegido contra insetos.

HOTEL-CA55INO

. Local de fâci. acesso ao aeroporto por meio de rodovias de bom desempenho.


' Existência de redes confiáveis de infra-estrutuÍa urbana.
. Localização em via sem congestionamento de trânsito.
. Dimensões de terreno que permitam implantar âreas de estacionamento, lazer
e tecteaçáo.
' Localização em âreas com recursos paisagísticos.

ESTUDO DE VIABILIDADE PARA TERRENO ESPECíFICO

Paru saber se determinado terreno é adequado à implantação de deter-


minado hotel, é preciso verificar se ele se enquadra nos critérios de
macrolocalizaçáo necessários ao tipo de hotel prefixado. Isto é, se a posição
relativa do terreno no bairro e na cidade oferece as vantagens de Iocalizaçáo
requeridas, inclusive no que diz respeito às redes de infra-estrutura urbana.
Inicialmente, deve-se verificar a Iegislaçã.o municipal de zoneamento e
uso do solo incidente sobre a ârea; é preciso saber se ela permite o uso
hoteleiro e quais são os índices de ocupaçáo e utrlizaçào admitidos. Isso
determina se o hotel tem um uso compatíveI com a legislação e qual ârea
poderâ ser construída.
É necessário verificar também se o valor imobiliário do terreno se en-
quadra no estudo de viabilidade econômico-financeira do hotel. Pode ser que
o valor do terreno seja muito alto para o empreendimento, o que significaria
um uso inadequado do capital fixo.
Além disso, é preciso avaliar a trbanização do entorno do terreno, os
usos e as atividades próximas ou contíguas ao entorno. Pode ser que sejam
inadequados à imagem do hotel. Um padrão de urbanizaçáo deteriorado ou
um processo de decadênciã nas proximidades do terreno não são compatí-
veis com o uso hoteleiro-
Finalmente, é necessário avaliar as condições físicas do terreno:
, Declividade: quanto maior, maiores custos com movimento de teïra e
com obras de contenção.
. subsolo: terrenos com baixa resistência exigem funda-
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çoes mals onefosas.

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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
44

TNTRODUçAO

mercado, em fesposta à diversidade das demandas, assim como à


o
Competição com outfos estabelecimentos concofrentes na captaçáo dos
hós-

pedes, fez surgir, ao longo do tempo, muitos tipos de hotel, Com caracteúsli-
ao qual
cas própfias em função da sua localizaçáo e do segmento do mercado
estão voltados.
(lazer.
O extraordinârio desenvolvimento do turismo e sua diversificaçáo
eo
negócios, Congressos, etc.), ocorridos nas últimas décadas paralelamente
encuftamento das distâncias e ao barateamento das viagens proporcionados
pela evolução dos tfanspoftes, vem criando a necessidade de novos tipos de
hotel, dirigidos aos nichos de mercado que vão sendo criados ou aos
preexistentes.
Com isso, novas Cadeias hoteleiras têm surgido, e cadeias mais antigas
manter
passafama ofefecer novos pfodutos, visando ampliat ou, pelo menos,
sua particiPaçáo no mercado.
Por exemplo, a Holiday Inn, cadeia ameficarla com hotéis no Brasil'
diferentes
oferece um coniunto de produtos diversificados que visam atender
tipos de clientes pof meio da ofetta de instalações e serviços diferenciados
com pfeços variados. Entre os Holiday Inn Express, de preço mais baixo'
e os

Holiday Inn crown e Plaza, de preço mais alto, há os Holiday Inn Garden
court, de padráo médio e pfeços moderados, os Holiday Inn Hotel, também
de padráo médio e com uma gama mais completa de serwiços, e os Holidar-
Inn Sunspree Resort.
A Choice, outfa cadeia internacional, opera os padrões Sleep Inn. ne
inter-
faixa maisbarxa de tarrfas, os Comfort Inn e os Quality Inn, nas faixas
mediârias, e os Clariofr, na categoúa luxo. Outras cadeias americanas
e eurcF
péias operam também hotéis devâtias categorias' A Accor, uma cadeia
frances;
que també m a't)a no Brasil, opefa desde os hotéis de padrão econômico
Ihris

até osprodutos mais sofisticados da linha Sofitel' passando


pelo padtáo NÍercure'
de nível intermediário.
Entre os produtos hoteleiros que catactetizam essa proposta constânïe
de novos atrativos para atender um mercado cada dia mais diversificadc'-
podem ser mencionados os hotéis-residências (apart-hotéis,flats) e'
,1

mais re-
destina pefiÉ
iï centemente, os hotéis dentro de hotéis, em que um mesmo hotel
:i
com ofer-
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de suas instalações para nichos especiais do mercado de hóspedes'
um tcdc'
ta de instalações e serviços diferenciados em rclaçáo ao hotel como
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i1
TIPOS DE HOTEL

CLASSIFICACÃO DOS HOTÉIs

Os hotéis podem ser classificados, ou, expressando de outra forma, os


tipos de hotéis podem ser definidos:
. Conforme o padráo e as características das suas instalações, ou seja, o
grau de conforto, a qualidade dos serviços e os preços. A Embrafur e
a ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) classificam os
hotéis dessa maneira. Esse tipo de classificação pretende informar ao
público os níveis de conforto, os preços e os serviços oferecidos;
orientar investidores e empresários; constituir instrumento de política
de incentivo às atividades turísticas, etc,
. Conforme sua localizaçáo: hotéis de cidade, de praia, de montanha,
de aeroporto, etc.
. Conforme sua destinação: hotéis de turismo, negócios;,lazer, cassino,
convenções, econômicos, etc.)

No Quadro 2, sáo apresentados os meios de hospedagem segundo o


mais recente sistema de classificaçáo da Embratur, instituído pela Deliberaçáo
Normariva 367, de 23/11/96.
QUADRO 2
OS MEIOS DE HOSPEDAGEM DE TURISMO E AS CARACTERíSflCAS QUE OS DISTINGUEM

Tipo Localização Natureza da Clientela lnfra-estrutura

Preferencia lmente em Mista, Hospedagem e,


urbana. ed dependendo da
vaflos ta!, categoria, alguma
(partido ora infra-estruturapara
nrco vert uns, ora outros. lazer e negocros

Hotel histórico - HH Em prédios, locais Mista, com executi-


oucidades *-.---.""-pelo e Ìunsï45. com tElfÍttd d
predominância hospedagem
-***^ïBmëiïi'õ"r.'o
urbano e rural).
srgn
de uns e

Hotel de lazer - HL Areas rurais Normalmen Areas, instalações,


local turísti fora partido rpamenïos e ser-
urbano. arquitetônico
horizontaì.

Pousada - P ais turísticos Predominantemen- Turistasemvìagens Restrita à


normalmente fora io nerfirìn *- rp
do ,-creaçao e nospeoagem
do centro urbano. arquitetônìco lazer.
horizontal.

Fonte: ur / Inmetro: Regulamento e matriz de classificação dos meios de hospedagem


e turr
46 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo

Ainda segundo o sistema de classificaçáo da Eml:ltatuf, os meios de


hospedagem e turismo são classificados em categorias representadas de
vma a 5 estrelas: luxo superior, 5 estrelas, H, HH, }l.L; 4 estrelas, H,HH,HL;
sta.ndard. superior, J estrelas, H, HH, HL, P; standard, 2 estrelas, H, HL,
HH, P; simples, 1 estrela, H, HL, HH, P.
A ABIH estabeleceu outra classificação (uma autoclassificaçáo, iâ qloe
feita pelos próprios hoteleiros e apenas chancelada pela ABIH), segundo a
qual os hotéis são divididos entre as categorias superluxo (6 estrelas); luxo (5
estrelas); superior (4 estrelas); turística (3 estrelas); econômica (2 estrelas) e
simples (1 estrela).
Adotando-se outÍos critérios, pode-se chegar a novas classificações. Con-
vém lembrar ainda que um mesmo hotel pode ser classificado em mais de
uma categoria, e que um mesmo hotel pode reunir caractetísticas comuns a
mais de um tipo. Por exemplo, um hotel de montanha voltado pata o Iazer
pode ser enquadrado simultaneamente nas categorias delazet, de alto luxo e
também como hotel de convenções.
Não pretendemos abordar aqui a totalidade de tipos de hotel, mesmo
porque, em face do dinamismo do setor, a cada ano novos tipos e subtipos
vêm se juntar aos existentes, tornando a tarefa possivelmente incompleta.
por outro lado, os principais tipos de hotel reúnem características comuns
a vârios subtipos deles derivados. Assim sendo, ressalvada a necessidade de
sempre atentat para as especificidades de cada hotel, vârias das análises feitas
acerca dos tipos principais são perfeitamente aplicáveis aos que deles derivam.
Vamos comentar os seguintes tipos principais de hotel: hotéis centrais
(d.owntoun botels); hotéis náo-centÍais; hotéis de aeroporto; hotéis de lazer;
hotéis econômicos; outros tipos de hotel.
A seguir, para cada um dos principais tipos de hotel abordaremos as-
pectos relevantes. que de alguma forma os distinguem dos demais, erÌtre os
quais alocalização, o tamanho e a diversidade das instalações, as catactetístt'
cas do lobby, dos apartamentos e das âreas de estacionamento.

HOTÉ15 CENTRAIS
it

ïi São hotéis urbanos, localtzados em áreas centÍais das cidades, próximo


íì

ït a festaufantes, bares, cinemas, teatfos, lojaS, SedeS de empresas, etc. NaS gran-
ii des metrópoles, o conceito de âtea central deve ser ampliado pan abtanger
ll os diversos subcentros - oS chamados centros expandidos - ou algumas re-
ïl giões particulares das cidades, como as faixas de praias no Rio de Janeiro ou
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Recife, por exemplo.
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TIPOS DE HOTEL 47

Localização

Os hotéis localizados em áreas centrais têm na proximidade das princi-


pais atividades de comércio, serviços e lazer um importante fator de atraçáo
de hóspedes. E é por essa ruzáo que, na maioda das cidades, as âreas centrais
reúnem a maior quantidade de hotéis.
Se por um lado a localização central é um fator altamente positivo para
o sucesso de determinado hotel a ser construído, a acirrada competição entre
os hotéis de uma mesma ârea impõe a necessidade de outros cuidados de
planejamento.
A microlocalização, por exemplo, é um fator da maior importância. Si-
tuar-se em uma zona ptestigiosa, em meio a um comércio diversificado e de
qualidade, e não em uma zoÍra em processo de decadência faz grande dife-
rença. A facilidade de acesso a outros pontos de interesse da cidade, a dispo-
nibilidade de bom transporte público, a qualidade do ambiente urbano da
vizinhança, a segurança, etc. são fatores de diferenciação que podem trazer
vantagens a um hotel em relação a seus competidores mais diretos. Assim, no
planejamento de um novo hotel central, sua localização deve ser cuidadosa-
mente estudada. A situação atual e as tendências de desenvolvimento da cida-
de - que poderão influir positiva ou negativamente sobre o futuro
empreendimento -, devem ser levadas em consideraçáo.
Em cidades como São Paulo, com elevadas taxas de crescimento
demográfico e urbano há um constante deslocamento de atividades pata fio-
vas frontekas. Zonas prestigiosas e valorizadas entram em decadência num
processo muitas vezes extremamente rápido, vêm seus imóveis desvaloriza-
dos e tornam-se menos adequadas para as atividades nelas instaladas, que
sofrem grandes prejuízos.
É importante considerar que nem todos os hotéis centrais se destinam a
um mesmo tipo de hóspede. Há variações quanto aos níveis de renda (e
conseqüentemente quanto às tarifas que podem ser cobradas) e a outros
fatores, o que determina critérios diferenciados pafa sua localizaçáo. São co-
muns hotéis voltados preferencialmente para tipos muito particulares de hós-
pedes, como os destinados a pequenos comerciantes ou a executivos do
mercado financeiro, pata os quais é importante a proximidade de centros de
comércio atacadista no primeiro caso, e da ârea bancária ou da bolsa de
valores, no segundo.
Em algumas cidades, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, a coexis-
tência de praias com áreas de acentuado desenvolvimento urbano viabiliza
iI n"téis destinados tanto a executivos quanto a turistas.
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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
48

UmaspectoimpoftanteaobseÍvaffiaescolhadoterreno,a|émdefor-
ma,dimensões,topo'IÍafiaeoutrosatributosnofmalmenteConsiderados,são e forne-
e visitantes, de prestadofes de serviÇo
as flras de acesso de hóspedes
Cedofes.Amãodedireçãodasruaspodecriardificuldadesptàfàoadequado
posicionamentodasdiferentesentradasedosfluxosdesejados.Poressara-
zâo,etambémpofqueasmãosdedireçãoestãosujeitasamldanças,édese-
jâvel,semprequepossível,escolherumterrenonoqualaadequadasolução
paf^oSaCeSSoS.fl.,*o,decirculaçãodeveículosindependadosentidodo
tráfego.

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TIPOS DE HOTEL 51

Tamanho e diversidade das instalações

Os hotéis centrais podem ser grandes ou pequenos (com muitos ou pou-


cos apartamentos), apresentar maior ou menor diversidade de instalações (res-
taurantes, bares, lojas, salas de reunião, etc.), sem que isso determine maior ou
menor possibilidade de sucesso ou fracasso. O MaksotdPlaza e o L'Hotel, em
São Paulo, situados a menos de 100 metros um do outro, ilustram bem essa
afirmaçáo. O Maksoud Plaza tem mais de quatrocentos apaÍtamentos, vários
restaurantes e bares, um teatro e um centro de eventos de porte considerável, e
beneficia-se de sua excepcionallocalização junto à avenida Paulista para movi-
mentaÍ todas as suas instalações. O L'Hotel, com apenas 82 apartamentos e um
restaurante, usa como atraçáo para seus hóspedes toda a infra-estrutura da
rcgláo, inclusive a oferecida pelo seu concoffente. Ambos são destinados à
clientela de alto poder aquisitivo. Ambos são hotéis bem-sucedidos.
Um dos fatores de distinção entÍe os dois hotéis, determinante pata as
respectivas características enquanto empreendimentos hoteleiros, é a dimen-
são dos terrenos em que forarn construídos; 8.300 metros quadrados, no caso
do MaksoudPlaza, e 1 mil metros quadrados, no caso do L'Hotel.
Com efeito, o porte e a diversidade das instalações dos hotéis localiza-
dos nas âreas centrais das cidades derivam, parauma mesma e determinada
condição de mercado, das dimensões dos terrenos disponíveis - e, natural-
mente, do que as diferentes legislações permitam construir neles - e dos
respectivos preços, cuja participaçáo expressiva na composiçáo geral de custos
do empreendimento leva necessariamente à utllizaçáo máxima das possibili-
dades de construção em determinada ãrea. Terrenos pequenos comportam
hotéis pequenos. Em terrenos grandes só são viáveis hotéis de porte corres-
pondente.
Haveúa um tamanho ideal de hotel (por exemplo, em número de apar-
tamentos) para as âreas centrais das cidades? Ou, colocando de outra forma,
em condições ideais de mercado e sem constrangimentos orçamentârios tanto
para a aquisição do terreno como para a construção, montagens e equipa-
mentos, que tamanho e que características deveriam idealmente ter os hotéis
centfais?
Não há uma resposta satisfatória para essa questão. Nos Estados Unidos,
são muito comuns hotéis centrais com número elevado de quartos, geralmen-
te acìma de quinhentos, e, muito freqüentemente, acima de mil. Na Europa,
predominam hotéis menores) que possuem duzentos e trezentos quaÍtos. Essa
diferença se explica, de um lado, pelo dinamismo e pela grandiosidade do
mercado americano, e de outro, pelos fatores de natureza histórica e/ouurba-
52 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

nística que impõem a utilização de edificações euÍopéias antigas ou severas


restrições construtiva s paÍa edificações novas, ou ainda pela escassez de grafi-
des terrenos disponíveis.
As grandes cadeias internacionais com origem nos Estados tlnidos ou
inspiradas no modelo americano tendem, Sempre que possível, a implantar
hotéis de grande porte, e só nào ofazem quando, ainda que em condições
não ideais, lhes convém implantar em determinado lugar uma nova unidade
sob sr-la bandeira. É o caso de muitos hotéis implantados na Europa e da
maioria dos hotéis implantados em países não pertencentes ao primeiro mun-
do. Mesmo na Europa há alguns gfandes hotéis que se aproximam cJos mil
apartameÍrtos, Como o Forum Hotel de Londres, com )10 apartamentos, e o
Lafayette de Paris, com mil apartamentos.

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TIPOS DE HOTEL 55

Aparentemente, a tendência é que os novos hotéis sejam tão grandes


quanto possível, respeitadas as limitações impostas pelo mercado e por outras
razões locais. Os hotéis com grande número de apartamentos, muitos restau-
rantes e bares, salas de reunião, âteas de recreaçã,o e Iazer, etc. teriam a
preferência de muitos hóspedes pela variedade das facilidades e conveniên-
cias de que disporiam, a custos relativamente reduzidos, devido aos ganhos
de escala na oferta dos serviços.
Essa preferência, no entanto, não pode ser generalizada. para uma par-
cela considerável de hóspedes, os hotéis menores (entre cinqüenta e duzen-
tos apartamentos) proporcionam um ambiente mais acolhedor, oferecem mais
atenção e um padrão de serviços mais eficiente e menos impessoal. Alguns
especialistas questionam até mesmo a economia de escala supostamente ob-
tida na operação de grandes hotéis com menos de quinhentos apartamentos,
pois eles demandam estrutura administrativa mais complexa (com vários ní-
veis de supervisão e elevado grau de hierarquizaçáo) e, portanto mais cara.
,
Segundo esses especialistas, hotéis menores, que possam ser operados com
menor número de funcionários por apartamento, e com estrutura adminis-
trativa simplificada podem reduzir seus custos e manter as condições de
competitividade no mercado.Hã quem considere um hotel verdadeiramente
luxuoso incompatível com um grande número d,e apaftamentos.
Concluindo, não há um tamanho ideal a ser recomendado para hotéis
centrais (ou para qualquer tipo de hotel). As dimensões e demais características
de um hotel central são aquelas estabelecidas pelo mercado e pelos recursos
financeiros disponíveis para custear o empreendimento. Em outras palavras,
dependem das demandas quantitativas e quaiitativas por instalações hoteleiras
da cidade ou do setor da cidade, dos recursos financeiros que podem e/ou
pretendem ser investidos, dos terrenos disponíveis (em termos de dimensões
e
custos) e da legislação de uso do solo vigente. É importante considerar também
fatores relacionados com a experiência e asensibilidade dos futuros operadores
no que diz respeito ao segmento de mercado que pretendem atender.

Características do lobby

O lobby, ou saguão, é a ârea que mais contribui para a imagem positiva


ou negativa do hotel, logo depois dos apartamentos. Acontecem no lobby o
primeiro e o último contato do hóspede com o hotel. Além dessa importância
mercadológica, ele tem também importância estratégicano funcionamento
do
hotel, umavez que é nele que se situa a recepção e é principalmente através
dele que se tem acesso às demais âreas públicas do hotel (lojas, bares, restau_
rantes, locais de reunião, etc.).

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56 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

A importância do lobby pode ser avaliada pela qualidade dos materiais,


do mobiliário e da decoração que os hotéis de todos os níveis utilizam, sem-
pre superior à dos demais ambientes, incluindo os apartamentos.
Nas cidades, os hotéis centrais costumam abrigar importantes eventos
de caráter social, cultural e artístico, e os lobbies são comumente a ante-sala
dos ambientes onde esses eventos ocorÍem, quando não o espaço principal.
Objetivando evitar conflitos entre os hóspedes e o grande número de pessoas
que geralmente afluem a esses eventos, devem ser previstos, sempre que
possível, faixas de circulação privilegiadas para hóspedes ou acessos inde-
pendentes para restaurantes, bares e salas de reunião. Nos hotéis Maksoud
Plaza e Renaissance, em São Paulo, por exemplo, favorecidos por contar com
frente para três ruas e com desníveis naturais, foi possível Iocalizar entadas
em ruas e pavimentos diferentes.
Avalonzação dos lobbies ganhou uma importante contribuiçáo atra-
vés dos átrios recriados pelo arquiteto e empreendedor americano John
Portman, que projetov par^ a cadeiaHyatt os magníficos hotéis de Atlanta,
San Francisco e Chicago O'Hare, entre outros. Esses átrios são verdadei-
ras praças' com fontes e vegetação de porte variado, que se estendem até
os últimos pavimentos, formando um imenso espaço interno cheio de
luz, percorrido por modernos e silenciosos elevadores panoÍâmicos.
Características dos apartamentos

Pode-se afirmar que existe atualmente um padrão básico de quarto adota-


do nos aparÍamentos (constituídos por vestíbulo, banheiro e quartos) de hotéis
em todo o mundo, cujas dimensões, com pequenas variações da ordem de 10
por cento, são 3,80 metros de largura por 5,50 metros de comprimento. Há
variações maiores em alguns hotéis independentes de padráo inferior, resultan-
tes de projetos equivocados ou de adaptações de edifícios originalmente
projetados e/ou construídos pata outra.s destinações. Há, ainda, variações em
alguns tipos especiais de hotel, aqueles caracteúzados como econômicos e que,
embora centrais, serão tratados como um tipo diferenciado, mais adiante.
A largura de aproximadamente 3,80 metros permite acomodar em fren-
te às camas uma cômoda e/ou uma mesa de trabalho, com espaço adicional
para cadeira ou poltrona e circulação entÍe elas. Larguras maiores são desne-
cessárias e até mesmo indesejáveis, quando implicam a redução do número
potencial de apartamentos de uma frente de rua e quando implicam em pa-
nos maiores de lajes e extensão de fachada, que encarecem a construção.
Quando se deseja aumentar a ârea dos quartos, é preferível que isso
sela feito no comprimento, pois assim podem ser acÍescentados ao mobi-
TÌPOs DE HOTEL 57

liário poltronas ou um sofâ-cama, que aumentam o conforto e/ou possibi-


litam a acomodaçáo de mais pessoas.
Um importante requisito dos quartos dos hotéis centrais é a disponibilidade
de espaço, mobiliário e equipamentos - as chamadas estações de trabalho -, que
proporcionam aos executivos, tipo de hóspede cadavez mais comum, a possibi-
lidade de dar seqüência às suas atividades normais de trabalho.
Nos hotéis centrais, teÍraços só são justificáveis em cidades de clima
ameno praticamente o ano todo e apenas em locais de onde se possa desfru-
tar de vistas de grande interesse ebeleza, naturais ou não. É o caso dos hotéis
da orla litorânea de cidades como o Rio de Janeiro, Salvador ou Recife, para
mencionar apenas cidades brasileiras. Não é o caso de hotéis de cidades
como São Paulo, Curitiba ou Belo Horizonte, em que nem o clima nem a
paisagem justificam os custos adicionais e outros inconvenientes apresenta-
dos peìos terfaços.

Estacionamento

A quantidade de vagas de estacionamento nos hotéis centrais é determi-


nada menos pelo número de apartamentos do que pela presença de depen-
dências como festaurantes, bares, salas de reunião, etc. freqüentadas também
por moradores da própria cidade. Os hóspedes, mesmo quando procedentes
de locais pouco distantes, utilizam-se cadavez mais do aviáo como meio de
transporte. Algumas vag s, no entanto, são sempre necessáúas, pata atender a
uma parcela de hóspedes mototrzados com caflos próprios ou alugados. A
quantificação efetiva das vagas necessárias, além das exigidas pela legislação
de cada cidade ou local, deve ser feita em função da quantidade de
freqüentadores das diversas dependências do hotel, considerando-se os res-
pectivos horários de funcionamento e sua concomitância.1
Como nos hotéis centrais as âreas de estacionamento situam-se
geralmente em subsolo e/ou outros pavimentos que não o têtreo, para
onde os automóveis são conduZidos por manobristas, é conveniente
resefvaf espaço no pavimento térfeo, próximo à entrada principal do
hotel, para algumas vagas destinadas a visitantes de curta permanência.
Vagas para ônibus de turismo devem ser igualmente previstas.

Enr São Paulo, a legislação qlre Íege a construção de hotéis (Lei 8.006/74) exige vffra- vaga para
cada dois quartos com fiìenos de 50 rrretros quadrados, LÌlna vaga para cada quarto maior do que
i0 metros quadrados, além de vagas adicionais para cada 100 metros quadrados de área de
restaurantes e afins. e para cada 10 metros quadrados de áreas de reuniào.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

QUADRO 3
HOTÉIS CENTRAIS: SíNTESE

Localização Asáreasdeintensaatividadecomercial,denegocios'derecreaçãoede
lazer são as mais adequadas.
evitadas'
a As áreas em processo de decadência devem ser
mercado com requisi-
a A oreferência de atendimento a nichos especiais de
tos particulares de localização deve estar predefinida'
, construção de um
A legislação de uso do solo no local deve possibilitar a
hote|comtamannocompatíve|comorndicadoporestudospréviosde
mercado.
,opreçodoterrenodeveestarsituadodentrodosparâmetrosindicados
pelo estudo de viabilidade'
, proporcionar acessos e condi-
As dimensóes e a fOrma do terreno devem
çÕesdecirculaçãoadequadosparahÓspedes'visitantes'funcionáriose
Íornecedores, e para os veículos de passeio e de carga'

Tamanho e oAáreatotaldeconstruçãoéfunçãodaáreadeterrenodisponíve|eda
diversidade das legislação de uso do solo.
instalaçÕes .onúmerodeapartamentosdeveserdefinidope|osparâmetrosindicados
em estudo Prévio de mercado'
.Aouantidadederestaurantes,bares,|ocaisparareunião,etc'deveser
definidaemfunçãodonúmerodeapartamentosedaconcorrênciacom
estabelecimentos similares disponíveis nas imedtaçÓes

Características . É importante fator de valorização do hote''


. de circulaÇão de
do lobby Devem ser observadas no seu planejamento condiçoes
hóspedes(entreaentrada,arecepçãoeose|evadoressociais)adequadas
enão-conf|itantescomasdemaiscircuIaçÓes,particuIarmenteasdestina-
das a não-hosPedes.
. independentes da en-
Devem ser previstos, sempre que possível, acessos
de reuntão.
trada prìncipal do hotel para restaurante' bares e locais

de largura e 5'50 metros de


Características Drmensóes básrcas dos quartos: 3,80 metros
por cento'
oos comprimento, com variaçÓes de cerca de 10
para pessoas portadoras de
apartamentos Devem ser previstos apartamentos especiais
defìciências físicas.'
Devem ser previstos terraços apenas em locais
voltados Para Palsagens
sionificativas e climas amenos'

por cento dos apartamentos sejam destinados a portadores


de
que 2
'z A Embratur recomenda ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)'
deficiências físicas. Ver também NBR 9050 da
TIPOS DE HOTEL 59

Estacionamento r São necessárias poucas vagas para hospedes, pois a maioria dos hóspedes
dos hotéis centrais utiliza o avião como meio de transporte predominante.
O número de vagas, respeitada a legislação, deve ser dimensionado em
função das áreas do hotel destinadas aos demais freqüentadores das suas
instalaçÕes, como restaurantes, bares, locais de reunião, etc.
A disponibilidade de vagas pode constituir-se em importante fator estra-
tégico para a captação de eventos e freqüentadores das instalações so-
ciais do hotel.
r Devem ser previstas algumas vagas proximo à entrada principal do hotel
para visitantes de curta permanência.

HOTÉIS NÃO-CENTRAIS

A escassez de âreas bem localizadas e com dimensões suficientes, o


elevado preço dos terrenos e fatores o congestionamento do trâfego e a
insegurança crescente das âreas centrais têm levado ao deslocamehto de
muitos novos empreendimentos hoteleiros para áreas afastadas do cen-
tro das cidades, mas que contam com boas condições de acesso e nas
quais esses problemas não existem ou são menos acentuados.
Ao mesmo tenpo, algumas dessas âreas, pelas mesmas razões, vêm
atraindo empreendimentos de outras naturezas, passando a concentrar ativi-
dades diversificadas e reunindo os atrativos e as condições necessária s para
viabllizar a implantação de hotéis.
Nos Estados Unidos, cerca de 70 por cento dos novos hotéis estão
sendo construídos nos chamados subúrbios. Em São Paulo, há os casos jâ
bastante antigos do Novotel Morumbi e do Transamérica, na marginal do
rio Pinheiros. Mais recentemente, abúram suas portas o Meliá, também na
margrnal do Pinheiros, junto ao Vorld Trade Center São Paulo, próximo à
concentração de escritórios da Avenida Luís Carlos Berrini, e o Sofitel, da
cadeia francesa Accor, ao lado do NovoteI, da mesma cadeia, antigo
Ibirapuera Park, ambos na avenida Sena Madureira, próximo ao parque do
Ibirapuera. No Rio de Janeiro há mais de vinte anos, aproveitando a aces-
sibilidade proporcionada pela avenida Niemeyer e a presença das praias,
foram construídos os hotéis Sheraton, Intercontinental Rio e Nacional, sig-
nificativamente distantes do centro da cidade e também das âreas jâ então
muito valorizadas de Copacabana e lpanema.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

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Localização

A locahzação, um atributo de fundamental importància para qualquer


tipo de hotel, adquire, no CaSo dos hotéis não-Centfais, um peso ainda maìor
como fator condicionante do sucesso ou do fracasso do empreendimento.
O hotel não-central deve dispor de condições e meios de acesso fácil às princi-
pals âreas de interesse da cidade ou do setor em que se localaa. Deve estar próximo
aaveridas,vias expressas ou rodovias que o liguem tão rapidamente quanto possível
ao centro principal dacidadee a subcenffos, no caso de cidades maiores, ao aeropor-
to ou a áreas particulares de interesse estratégico, visando atender nichos específicos
de mercado, como áreas de grande concentÍação industrial ou de atrativos fr:rísúcos,
A acessibilidade por meio de transporte público, em países e cidades
onde o transporte público de qualidade existe, é um requisito muito desejável,
Nas cidades brasileiras, o transpofte pfivado é o único que pode, até aqui, ser
considerado em empreendimentos hoteleiros de alguma qualidade. A medida
que o automóvel passa a ser predominante, a visibilidade do hotel adqttire
importância. Sua localizaçáo à beira de vias expressas ou de rodovias, junto aos
TIPOS DE HOTEL 61

trevos de acesso, às cidades ou a sub-regiões metropolitanas constitui um atra-


tivo que permite diferenciá-lo de seus competidores menos visíveis.
É imporante,rnlcralaa@o e no planejamento de um hotel não-central,atentar
para as tendências de desenvolvimento da re$áo e para a anâljre. de planos de desen-
volvimento dessa mesma região existentes ou em elatxxapo, de modo a velitfrcat a
compatibilidade entre suzts propostas de ocupação e uso do solo com os objetivos
iniciais do empreendimento e a continuação dessa compatibilidade ao longo do tempo.
Nesse sentido, pode ser importante prever, na fase de implantação, es-
paços para futuras expansões que acompanhem o potencial de desenvolvi-
mento do local. Além de pouco onerosa, essa previsão pode ser estratégica,
uma vez que futuras aquisições de terreno poderão não ser mais possíveis.
Outro fator a ser considerado é a disponibilidade de infra-estrutura vista
de maneira dinàmica, desde o momento da construção e ao longo do tempo,
tendo em vista a repercussão sobre os custos do empreendimento. É impor-
tante considerar a eventual necessidade de suprir deficiências da rede públi-
ca? por exemplo, com a perfuração de poços profundos ou a construção de
estação própria pata tratamento de esgotos.

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62 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJEÏO

Tamanho e diversidade das instalações

Localizar o hotel em determinadas regiões menos centrais pode ser van-


tajoso. Nessas âreas, o valor unitário dos terrenos é significativamente menor,
o que tofna viâve| a úiIizaçáo de terrenos maiores e a construção de uma
infra-estrutura de rccreaçáo maior e melhor e mais âteas de estacionamento
para hóspedes, visitantes e freqüentadores de restaurantes e locais de reu-
nião. Os hotéis não-centrais podem, assim, oferecer quadras de tênis, piscinas
em âreas al:ertas, instalações amplas e bem equipadas para eventos e outras
atrações Íatamente encontradas nos hotéis centrais, nas mesmas proporções'
O Hotel Transamérica é o mais típico exemplo de hotel não-centrai em
São paulo. Está num local bastante afastado do centro histórico da cidade,
próximo à concentração de indústrias da regiáo de Santo Amaro. Foi implan-
tado em um terreno de 1+.2ffi metros quadrados e inaugurado na década de
70, com 220 apartamentos. um grande Centro de eventos e quadras de tênis'
Mais tarde, o número de apartamentos e suítes foi ampliado para 406 unida-
des, com acréscimo de nor-as instalações de serviço e de lazer.
O Novotel Morumbi. construído na mesma época, não dispunha de átea de
teffeno suficiente para implantar instalações que compensassem sua distância das
âreas deinteresse da cidade daquele tempo, quando não existiam nem os sboppings
Morumbi e Market Place. nem a concentração de escritórios da avenida Luís
Carlos Berrini. Quanto aos outros hotéis náo-centrais de São Paulo iâ menciona-
dos - o Sofitel e o Novotel da ar-enida Sena Madureka- em termos de diversidade
suas instalações nada diferem daquelas de um hotel tipicamente central. Isso
acontece, taIveZ, pela descarucÍeiza3o. em São Paulo' do que se convencionou
designar como o centro da cidade - dctusntoum -, conceito que se mantém na
maioiadas cidades, mesmo nas grandes metrópoles. Essa descaractetuaçáo ocoÍÏe
pela conju gaçáo de fatores como a fuga do centro, em processo de cfescente
deterioração; a pÍocura de mais Segurança e de terrenos mais baratos; a expecta-
tiva de contínuo crescimento da cidade, o que relativiza as distâncias; e a crescen-
te diversifi caçáo das âreas de concentração de negócios, comércio, cultura e
Iazer.
As características mais comuns que diferenciam um hotel não-central típi-
co dos hotéis centrais são implantação em terrenos de maiores dimensões, uma
relativaauto-suficiência emm térra de restaurantes, bares e serviços em geral,
instalações reforçadas para eventos e infra-estrutura de esportes, recreação e
lazer mais desenvolvida.Paraviabiiizar essa infra-estrufura mais desenvolvida'
os hotéis não-centrais necessitam de um número suficiente de apattamentos
para dar supoÍte econômico à operação de todos os serviços oferecidos'
TIPOS DE HOTEL 63

Características do lobby

As mesmas considerações feitas com relaçào aos hotéis centrais valem


pata os lobbies dos hotéis mais afastados. Dependendo das regiões onde se
situam, geralmente menos servidas por restauÍantes, bares, lojas, etc., os hotéis
não-centrais tendem a suprir essas deficiências incluindo em seu interior parte
das instalações e dos serviços indisponíveis nas rcdondezas. Isso pode se refle-
tir na necessidade de lobbies mais amplos. Por outro lado, uma atividade social
menos intensa, cuja ocorrência seria mais comum e freqüente nos hotéis cen-
trais, indicaria a tendência para a criaçáo de lobbies de menor dimensão.

Características dos apartamentos

As dimensões usualmente adotadas nos hotéis centrais são tambémvâ-


lidas para os dos hotéis não-centrais. Aplicam-se, igualmente,
^partamentos
os mesmos comentários, com exceção ao que se refere aos terraços. Os hotéis
náo-cenúais, devido às dimensões maiores dos teÍrenos e do tratamento
paisagístico que pode ser dado a âreas externas de esportes elazer, proporci-
onam as condições necessárias para viabilizar terraços, mesmo em locais na-
turalmente desprovidos de atrativos paisagísticos.

Estacionamento

Nos hotéis não-centrais é maior a necessidade de vagas para estaciona-


mento do que nos hotéis centrais. Em locais mais afastados de outros centros
de interesse e com menos altetnativas de transporte público, aumenta a pof-
centagem de hóspedes que se utilizam do automóvel, próprio ou alugado.
Para os demais usuários (não-hóspedes), freqüentadores dos restaurantes, dos
night clubs, das instalações esportivas e de recreaçáo, e, principalmente, dos
locais de reunião, em grande parte moradores da própria cidade ou de cida-
des vizinhas, o automóvel é o meio de transporte predominante, quando não
o único, particularmente nas cidades e/ou locais carentes ou totalmente des-
providos de transporte público de qualidade.
Ainda que a legislação de uso e ocupação do solo possa desconsiderar
a necessidade diferenctada de vagas para estacionamento, é importante, no
planejamento do hotel, dimensionar cuidadosamente as vagas vinculadas a
cada uma das suas dependências, considerando os diferentes horários das
respectivas funções exercidas e atentando ainda para a simultaneidade que,
necessariamente, ocorre entre as funções.

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I
I
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
64

QUADRO4
HOTÉIS NÃO-CENTRAIS: SíNTESE

prìncipais áreas de interesse da


Localização . Deve haver fácil acesso ao centro e às
crdade ou região
.DevemsercurdadosamenteanaIisadasastendênciasdedesenvo|vimen-
to do local Pretendido'
. possibilitar a construção de um hotel
A legislação de uso do solo do local deve
.omtamanhocompatÍvelcomoindicadoporestudospréviosdemercado.
.Deveserava|iadaaconveniênciadeáreasparafuturasexpansÓes.
.osnichosespeciaisdemercadoparaosquaisohote|quersevoltar
devem ser Predefinidos'
.opreçodoterrenodeveestarsituadodentrodosparâmetrosindicados
Por estudo de viabrlidade'
proporcionar acessos e
' As dimensÓes e a forma do terreno devem
condiçÓesdecirculaçáoadequadosparahospedes,vtsitantes,funcroná.
passeio e de carga'
rios e fornecedores' e para os veículos de
.oterrenodevecomportaráreassuficientesparaaquantidadedevagas
de estacionamento Pretendida'
. É desejável que o terreno seja visível
a partir das vias principais de acesso'
. água, esgotos, energia, teleco-
Deve ier verìficada a infra-estrutura de
municaçÓes e gás' existente ou planejada'

. de terreno disponível e da
Tamanho e A área total de construção é f unção da área
diversidade das legislação de uso do solo'
nstarações'
*:n:ïïffï:ïï,':.":'ïi.ï,:ï:,:: :ï:ï::J;:',ïiï.ïi:;:
tos,maioracapacidadedohote|desuportardeterminada|ocaIização.
de restaurantes, bares, locais para reuniáo'
etc' deve ser
A quantìdade
e dos usuários potenci-
definida em função do número de apartamentos
captar'
ais de regióes limítrofes que o hotel'pretenda

. comentários feitos para


características Aplicam-se aos hotéis não-centrais os mesmos
do tobbv e outras facitidades (não-
. it#::Ï;ïï"jtú, .0..,.ro de restaurantes
disooníveisnasimediaçÓesdohote|)poderáinfluenciarnasdimensÓese
outras características do lobbY'
de /obbies menores'
Menor atividade social apontaria na direção

. metros de largura e 5'50 metros


Características DimensÓes básicas dos quartos: 3,80
de 10 por cento'
oos de comprimento' com variaçoes de cerca
. destinados a portadores de
apartamentos Devem ser previstos apartamentos especiais
def iciências.

' ]",'fff;,::ï ff i :ifi nì: :ï: 3 : ïï: :iÏ l"J i.iÏli';,: I f


'
paisagisticamente'
amplo e convenlenremente tratado
TIPOS DE HOTEL
65

Estacionamento . são necessárias mais vagas para hóspedes do que nos hotéis centrars,
tendo em vista a maror probabilidade de que um número significativo
deles utilize automóveis, próprios ou alugados;
o número de vagas, respeitada a legislação, deve ser dimensionado em
função também das áreas do hotel destinadas aos demais freqüentaoores
das suas instalações (restaurantes, bares, locais de reunião)e em função
da disponibilidade de transporte público.
são também menores as possibilidades de existir. nas proximidades.
estacionamentos alternativos.

HOTÉIS ECONOMTCOS

Para determinados tipos de hóspedes, são desnecessárias muitas das insta-


lações e dos serviços disponíveis nos hotéis convencionais de diversas categori-
as. Éo caso, por exemplo, de profissionais de vendas ou de representação de
empresas em suas viagens rotineiras pelo interior dos estados. Esses profissio-
nais necessitam apenas de um bom apartamento, com boas instalações sanitâ-
rias, no pouco tempo que permanecem no hotel, entre o fim de um exaustivo
dia de trabalho ou de viagem e a manhá do dia seguinte. Restaurantes, ambien-
tes de lazer, sauna, piscina, serviço de quarto 24horas, etc. são perfeitamente
dispensáveis para esse tipo de hóspede, que) no entanto faz questão absoluta
,
de conforto, higiene, café da manhã completo e confiabilidade das instalações.
Assim, os hotéis econômicos não podem ser confundidos com hotéis
com instalações mais ou menos diversificadas, porém de alguma forma precã-
rias ou decadentes, que procuram oferecer úma gama vaúada de serviços
num arremedo dos hotéis de categoria superior. O que esse tipo de hotel tem
em comum com os hotéis econômicos de que aqui tratamos são apenas as
tarifas reduzidas que oferecem, oriundas dabaixa qualidade das suas instala-
ções e dos seus setwiços, As tarifas reduzidas dos hotéis econômicos decor-
rem fundamentalmente do fato de as instalações e os serviços serem limitados
ao que é essencial, sem prejuízo da qualidade e da eficiência da operação.
A característtcabâsica dos hotéis econômicos advém da redução das instala-
ções e dos serviços ao mínimo considerado essencial ao tipo de hóspede a que se
destinam. As instalações resumem-se, de manetra geral, a apattamento de dimen-
sões e mobiliário adequados, com instalações sanitárias completas e ar-condiciona-
do, uma pequena recepção, Iocal para café da manhã"ou uma pequena lanchonete,
e estacionamento. os serviços limitam-se ao atendimento na recepção, à troca
das
roupas de cama e banho, àIknpeza e à manutenção das dependências do hotel
e
ao preparo do café da manhá e ao funcionamento de eventual lanchonete.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
oo

Algumascadeiashoteleirasinternacionaistêmentreseusprodutoshotéis
que'comalgumasVafiações'enquadram-SenaCzltegoriz-dehotéiseconômi-
cos aqui definida. A choice Hotels
International tem o produto sleep Inn' com
para construção em teffe-
unidaães de 6Za pouco mais de 700 apartamentos,
nos de cerc de 5 mil metros quadrados
a7 milmetros quadrados' A Holiday
InntemoprodutoHolidaylnnExpress;aAccor'oprodutolbis;eaMehâ'o
produtoSolMeliá.EssascadeiasComeçamagot2-aserimplantadasnoBrasil,
características'
,"rpond".rdo à demanda por hotéis com essas
Algumastentativasanterioresdeimplantaçáodehotéiseconômicosno
dificuldades' devido principal-
Brasil encontraram e continuam a encontrar
mente à faltade investidores dispostos
a afcaf co{n os custos da construção
de hotéis, necessária para garantir a
simultânea de uma quantidade mínima
(reservas' compras' treinamento
economia de escala Ã^ op.ruçao do conjunto
atividades) com serviços de qualidade
e
de pessoa l, centrahzzçáo de algumas
Le Canard, de Lages eJoinville, implan-
tanfasreduzidas. os hotéis econômicos
ser considerados um sucesso patcial'
tados pof empfesas brasileiras, podem

Localização

A|oca|tzaçãopreferencia|parahotéiseconômicosépróximoarodovi-
as,juntoaentradasdecidadesoujuntoaentroncamentosdeondederivam
acessosparamaisdeumacidade.Aimplantaçáoaolongodeumeixorodo_
vtâtiopodeadotatcomocritériode|oca|izaçáo,a|émdarededecidades,
pontosconsideradosestratégicosparapandasemviagensdepercursomui-
tolongo,ComoSãoPaulo_Brasíia,Rio-SalvadoÍ,e[C.Emgrandescidades,é
expandidos'
nos chamados centros
desejável localtzatos hotéis econômicos
de ônibus'
próximo a estações de trem' metrô ou terminais
Tamanho e diversidade das instalações

Tendoemvistaanecessáriasimpltficaçáodosprocedimentos
preferivel-
hotéis econômicos devem ter'
operacionais e de manutenção, os
entre 60 e 100' aproximadamen-
mente, número reduzido de apaÏtamentos,
obrigatório de elevadores, tanto p^ra
te. Para ev|t^f a insta|açâo ou o uso predomi
é desejável que a construçáo seia
hóspedes quanto p^f^ oserviço,
estabelecem uma boarclaçáo entre
nantemente horizãntal. Dois pavimentos um
e as âreas de terreno necessárias'
a desnecessidade do uso de e'lesradores
númeromaiordepavímêntoq-deveseradotadoapenasquandoopreçodo
tefrenoouapoucadilporribilidadedeterrenosmaiorescomlocaltzaçáo
adequada assim o recomendar'
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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Características do lobbY
de
Nos hotéis econômicos, o lobby limita-se a um pequeno ambiente
estar e à âreada recepção, em que o atendente pode ser o
próprio gerente, e de
onde tem total controle sobre o movimento de entada e saída dos
hóspedes'

Características dos aparta mentos

Algumas cadeias internacionais mantêm em seus hotéis de tarlfa reduzida


quartos de dimensões semelhantes às dos quartos de seus produtos
de tarffa
até maio-
mais elevada. Em certas rotas, algumas cadeias adotam apartamentos
casos' quartos
res, quando quefem atair famlias que vtaiam de carro. Nesses
maiofes, particulafmente no comprimento, permitem a colocaçáo
de camas
mesmo quarto'
adicionais ou sofás-ca mas, paÍa acomodar toda a faní\a em um
menofes
No entanto, em hotéis econômicos, os apattamentos podem ser
Apartamentos
do que o padrão adotado universalmente em hotéis mais caros'
de duas ca-
com uma única cama podem ser combinados com apaftamentos
mas. os espaços para circulação podem ser reduzidos, assim
como a dimensão
compactos' O
dos armários. Da mesma forma, os banheiros podem Sef bastante
um compu-
que não pode faltar nos quartos é uma mesa, que possa comportaf
tador portâtll, e espaço adicional para o desenvolvimento de trabalhos'
ou re-
uma iluminaçáo cuidadosamente proietada para tral>alho, leitura
pouso, assim como ar-condicionado. são requisitos indispensáveis.

Estacionamento
áreas ur-
Nos hotéis econômicos, particularmente nos situados fora de
quantidade equi-
banas, é importante dispor de vagas de estacionamento em
.uma vez que a clientela bâsica é
valente ao número de quartos, pelo menos,
constituída pot vraiantes com seus próprios automóveis'

QUADRO 5
HOTÉIS ECONÔMICOS: SíNTESE

são as
Localização As áreas às margens de rodovias proximo a entradas de ctdades
mais favoráveis.
para paradas
Deve ser considerada a localização em pontos estratégicos
em rotas de viagens longas.
Emcidades,foradaáreamaiscentra|,hotérseconÔmicosdevemser
de Ônibus'
localizados junto a estaçÕes de trem, de metrô, ou terminais
para a
Tamanho e As instalaçóes são reduzidas, limitadas a apartamentos, área
recepção e sala para a administração, sala para café da
manhã ou
diversidade
pequena lanchonete e dependências para equipamentos'
das instalaçoes
TIPOS DE HOTEL

' A lavanderia pode ser pequena. como alternativa, os serviços de


lavagem de roupa podem ser terceirizados ou concentrados em uma
lavanderra de porte médio que preste serviços a um con junto de hotéis
de uma mesma rede.
' Para evitar a necessidade de elevadores, deve ser adotada, sempre que
possível, solução arquitetônica horizontal.

Características r Deve se resumir à recepção e a pequeno ambiente de estar.


do lobby

Características dos . O número de apartamentos deve ser reduzido (entre 60 e pouco


apartamentos mais de 100 unidades, aproximadamente).
os apartamentos podem ser maiores ou menores do que os correspon-
dentes de hotéis de categoria superior; dependendo da clientela.
Devem ser previstos apartamentos especiais destinados a portadores de
def iciências.
Em hotéis destinados a viajantes a serviço, geralmente sozinhos,
os
apartamentos podem ser significativamente menores, assim como os
banheiros.
Apartamentos com uma única cama podem ser combinados com
apartamentos com camas duplas.
a É importante adequar o mobiliário do apartamento ao tamanho
reduzi-
do, projetando cuidadosamente o espaço disponível.
a Instalaçoes para trabalho devem ser consideradas um requisito essencial.

Estacionamento o o número de vagas deve ser equivalente ao número de apartamentos.

HOTÉIS DE AEROPORTO

São casos particulares de hotéis não-centrais. Com o extraordinârio


desenvolvimento do transporte aéreo , pratrcamente o único utilizado nas
viagens de negócio e turismo de média e longa distância, e considerando
as crescentes dificuldades de acesso às âreas centrais das cidade
s a partir
dos aeroportos, estes e suas regiões vizinhas se torna ram rocais muito
convenientes para alocalizaçáo de hotéis. Pessoas procedentes de lugares
distantes, por exemplo, podem se hospedar nesses hotéis, participar
de
reuniões ou congressos e pafiir de volta para seu local de origem
sem a
necessidade de enfrentar penosos e demorados deslocamentos
dentro da
cidade. cancelamentos ou grandes atrasos de vôo, assim como conexòes
nrais demoradas, são outros fatores que contribuem para a conveniência
de hotéis nas proximidades de aeroportos. No caso do Brasil, a
ocorrência
desse tipo de hotel é significativa, por enquanto, apenas no
Aeroporto
Internacional de São paulo,/Guarulhos.
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HOTEL

SISTEI\,IA SUETERRÂNÊO

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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
72

QUADRO 6
HOTÉIS DE AEROPORTO: SíNTESE

Antecedentes os hotéis de aeroportos, tal como são conhecidos hoje, principalmente


nos Estados Unidos e na Europa, surgiram a partir dos anos 60, em
função do extraordinário desenvolvimento do transporte aéreo; até
então, eram apenas pequenos hotéis (ou motéis) de beira de estrada.

Exemplos As cidades de Los Angeles, Houston e Dallas/Fortworth, cujos aeroportos


significativos contam com mais de 10 mil quartos cada.
No Brasil, apenas o Aeroporto Internacional de 5ão Paulo/Guarulhos,
conta com um hotel de médio porte, com características similares aos
hotéìs de aeroportos americanos, o Hotel Deville, que tem sido um
empreendimento de grande sucesso.

Localização As áreas mais favoráveis são aquelas junto às vias de acesso ao aeropor-
to, em local de grande visibilidade.
o local deve ser tão próximo quanto possível dos terminais de passagei-
ro5.

Tamanho e Depende da importância e do tipo de aeroporto (aeroportos de origem


diversidade das e destino, aeroportos de conexão, etc.)
rnstalaçóes o número de apartamentos deve ser definido por estudo prévio de
para
mercado (hoteis concorrentes, qualidade e porte de instalaçÓes
reuniões, convençÓes, etc.)

Característtcas ' Características semelhantes às dos hotéis não-centrals'


do lobby

dos' DimensÕes básicas do quarto: 3,80 metros de largura e 5,50 metros de


Características
apartamentos comprimento, com variaçÕes de cerca de 10 por cento'
Devem ser previstos apartamentos especiais destinados a portadores de
deficiências físicas.
As instalaçÕes do hotel, principalmente os apartamentos, devem
apresentar alto grau de proteção contra ruído das aeronaves'
a os terraços devem ser evitados em função do elevado nível de ruído.

Estacionamento r A necessidade de vagas é função principalmente do número de bares e

restaurantes e do porte das instalaçÓes para reuniÕes, para freqüentadores


orocedentes das imediaçoes.
TIPOS DE HOTEL 73

RESORTS

Os hotéis delazer, descendentes diretos dos spas e das casas de banho


das antigas Grécia e Roma, têm seu maior atratwo na recreação e nos espor-
tes, principalmente em espaços abertos de grande beleza natural e excelentes
condições climáticas.
Os resorts, forma mais recente e predominante de hotéis de lazer neste
final de século, vêm ampliando significativamente esse atrativo, instalando-se
em imensas âteas, verdadeiras ilhas de auto-suficiência, onde os hóspedes
enconffam satisfação para vma variada gama de interesses - esportes,lazer,
vida social e negócios -, numa combinação que atende a todas as faixas
etârias. Pelo que são e oferecem, buscam constifuir-se em destinaÇões turísti-
cas que por si só justifiquem uma viagem.
os enormes investimentos exigidos para a implantação dos moder-
nos resortE que demandam grandes áreas de terreno com requisitos es-
peciais de localizaçáo e amplas e diversifi cadas instalações de recreação
e espoÍtes, exigem altas taxas de ocupação durante todo o tempo, com
minimização das variações que podem ocorrer durante a semana ou nas
diferentes estações do ano. Por essa tazáo, os resorts investem também
na diversificaçáo das suas atividades, visando captar o maior número
possível de tipos de hóspedes. Assim, é comum encontrar resorts com
grandes instalações para conferências e congressos, que, pelo relativo
isolamento e pela informalidade do ambiente, oferecem excelentes con-
dições para eventos e negócios.
Cabe mencionar os grandes complexos hoteleiros do tipo multiresort.
cancún, no México , e a regiáo de Kanaapali de Maui são exemplos de empre-
endimentos cuja escala gigantesca é necessária para viabilizar os imensos
recursos financeiros requeridos para a construção de aeroportos, rodovias,
infra-estrutura e outros serviços, sem o que essas regiões, embora dotadas de
atrativos naturais indiscutíveis, permaneceriam até hoje fora das rotas turísti-
cas internacionais.
No Brasil, destaca-se a implantação do complexo turístico multiresort
de Sauípe, na Bahia, jâ abordado no primeiro capítulo.
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TIPOS DE HOTEL

QUADRO 7
RESORTS; SíNTESE

Antecedentes . Spas e casas de banho das antigas Grécia e Roma, que ressurgiram na
Renascença, após perÍodo de inatividade na ldade Média.

Exemplos r Atlantis Paradise. Bahamas; Boca Raton Resort & Club, Flórida; Sonesta,
signif icativos3 Bermudas.
. No Brasil, Transamérica, llhéus; Mediterranée, Bahia; Caesar Park Cabo
de Santo Agostinho, Pernambuco.

Localização . Locais de grande beleza natural, excelentes condiçoes climáticas.


. Fácilacesso a partir dos principais centros emissores de turistas pretendi-
oos.
. Deve ser verificada a disponibilidade de água e de infra-estrutura de
energia e telecomunicaçÕes.
o Deve ser observada a legislação de proteção ao meio ambiente.

Terreno . São necessárias grandes glebas com características topográficas e


geológicas para viabilizar as instalaçoes pretendidas (parques aquáticos,
quadras poliesportivas, campos de golfe, etc.).
. São desejáveis: proximidade de praia, margem de rios, lagos e represas.
. Há necessidade de tratamento paisagístico das áreas não diretamente
ocupadas.
. As piscinas são elementos de grande importância para o projeto paisagístico.
. As áreas de carga e descarga e demais pátios de serviços devem ser
convenientemente localizados de modo a afastá-los das vistas dos
hosoedes.

Tamanho e . O número de apartamentos deve ser suficiente para dar suporte econô-
diversidade mico ao conjunto de instalaçÕes de recreação, esportes e eventos.
das instalaçóes . Para determinar o número de restaurantes, bares e outras instalaçÕes
deve-se considerar o tempo médio de permanência dos hóspedes e a
necessidade de oferecer alternativas devido ao isolamento do hotel.
. As instalaçóes para congressos e reuniões ajudam a manter taxas
médias de ocupação elevadas.
o Deve ser considerada a necessidade e/ou conveniência de aloiamento
para funcionários e suas famílias.

Características r Deve ser dimensionado com generosidade, em função da maior disponi-


do lobby bilidade de tempo das pessoas para atividades sociais e convívio.
. A maior disponibilidade de tempo dos hóspedes motiva compras e a
necessidade de maior ouantidade relativa de loias.

' Ver também Quadro 11.


78 TIOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Características . Nos resorft predominam grupos familiares. Os apartamentos, conse-


dos apartamentos qüentemente, devem ser maiores, para acomodar camas adicionais
A área adicional deve ser obtida, preferencialmente, no comprimento do
quarto; a largura deve ser mantida em 3,80 metros.
Devem ser previstos apartamentos especiais destinados a portadores de
def iciências.
Os armários devem ser relativamente maiores do que em outros tìpos de
hotel, com pelo menos 1,50 metro de frente
Os apartamentos devem ter a melhor vista. Alas de apartamentos
distribuídos dos dois lados de um corredor devem ser posicionadas
perpendicularmente à vista de maior interesse (praia, por exemplo)
Os quartos devem, sempre que possível, ser dotados de terraços com
profundidade adequada (pelo menos de 1,50 metro) e mobiliados com
mesa, cadeiras, espreguiçadeiras e/ou redes.

Estacionamento . O número de vagas depende do tipo de transporte utilizado pelos


hospedes. Podem ser reduzidas praticamente a zero quando o acesso ao
local é feito dìreta e exclusivamente por barco ou avião.
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82 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

OUTROS TIPOS DE HOTEL

Conforme já mencionado, as respostas às diferentes solicitações do mer-


cado conduzem semprc à criaçã.o de uma grande quantidade de tipos de
hotel, com variações às vezes muito sutis entre eles e os tipos principais dos
quais todos derivam. Os comentários anteriores aplicam-se parcialmente aos
casos abaixo, dependendo do tipo principal de hotel com o qual tenham mais
afinidade ou semelh ança.

Hotéis-fazenda e pousadas

São hotéis basicamente delazer, com muitas das características dos resorÍs,
porém em escala muito menor e quase sempre com instalações bem mais
modestas e menor diversidade de serviços. O número de apartamentos é
menor (menos de cem apaftamentos), as instalações pan a prática de espor-
tes resumem-se a alguns poucos itens, geralmente com ênfase em algum tipo
de esporte relacionado à localização ou à especialidade do hotel (equitação,
esportes náuticos, etc.), e as âreas para reuniões, quando existem, são de
pequeno porte. O regime predominante é o de diârras completas, incluindo as
refeições, em um único restaurante. A adminisÍraçã.o é basicamente familiar, e,
por essa razào e pelo porte reduzido do hotel, o tratamento concedido aos
hóspedes é mais pessoal.
TIPOS DE HOTEL

Hotéis de selva

São hotéis cujas atrações giram em torno de florestas, no interior das


quais se situam.
Na Amazônia, podem ser mencionados o Hotel Ariaú Amazon Towers,
com205 apartamentos, cujo nome deriva das construções circulares, de vários
andares, assentadas sobre palafitas nas âguas do Rio Ariaú; o Amazon Village
e o Overlook Jungle.

Hotéis de convenções

Muito comuns nos Estados Unidos, e a rigor ainda inexistentes no Brasil,


os hotéis de convenções são voltados principalmente paraarealizaçáo de even-
tos e congressos de grandes proporções) com áreas específicas para essa finall-
dade e capactdade para acomodar alguns milhares de pessoas simultaneamente.
Podem se locahzar em áreas centrais, mais afastadas dos centros ou nas proxi-
midades de aeroportos, assumindo também características próprias dos hotéis
com as localizaçóes mencionadas, os quais, como vimos, costumam ter entÍe
suas instalações também âreas para reuniões, exposições e eventos de nature-
zas diversas, sem se caracterizatem como hotéis de convenÇões.

5pas

São voltados pata hóspedes interessados em saúde e cuidados com o


corpo. Originalmente, os qDas vinculavam-se a locais onde as propriedades
terapêuticas das âguas constituíam a affativo principal. Hoje, o interesse por
esse tipo de instalação vem se ampliando, com o foco sendo desviado para o
controle de peso e o condicionamento físico.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Hotéis-cassino

São hotéis cuja receita principal advém principalmente da exploração


de jogos de azar. A hospedagem e os serviços de alimentaçáo, recreação e
lazer sã.o atrativos freqüentemente subsidiados para a atividade principal, que
é o jogo. No Brasil, onde os jogos de azar são proibidos desde 1.946, os
poucos hotéis desse tipo deixaram de existir ou sofreram transformações que
os descaracterizaram. No exterior, são famosos os gigantescos hotéis-cassino
de Las Vegas e Atlantic City, que possuem milhares de apattamentos, vários
restaurante s, âreas de lazer, fantâsticas instalações para espetáculos, além das
instalações dos cassinos propriamente ditos.

l-{oÍéis-residências (apa rt-hotéis e f/ats)


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Os hotéis-residências, também conhecidos como apatt-hotéis eflats, tëm
como cliente-alvo as pessoas que, tendo que permanecer em determinado local
um tempo relativamente longo, embora insuficiente pata estabelecer domicílio,
necessitam de acomodações com dimensões e outras condições que os hotéis
normalmente não conseguem proporcional, a preços que possam pagat. Olt-
troS'clientes em potencial são moradores permanentes da cidade (casais idosos
ou sem filhos, por exemplo), que podem pagat pelas acomodações e pelos
seruiços e preferem ficar liberados das responsabilidades e rotinas domésticas.
Os hotéis-residências oferecem apafiamentos com âreatotal pouco maior
do que a dos apartamentos standard dos hotéis e têm características que os
aproximam dos apartamentos residenciais comuns. Em vez do vestíbulo de
entrada com armârio, quarto de dormir e banheiro , os apartamentos dos hotéis
residenciais costumam apÍesentaf pequena sala de estar com kitcbenette, Ltall
cle distribuição, banheiro e um ou mais quartos.
Outra característica que distingue os hotéis-residências dos outros ho-
téis é a oferta de serviços, que geralmente se limitam à recepçã'o, àlimpeza,
troca e lavagem de roupas de cama e ao café da manhã', serwido no próprio
apartamento, com tarifa dlferenciada, ou no restaurante em funcionamento
no prédio e normalmente arrendado.
Essas características originais dos hotéis-residências vêm se altetando
nos últimos anos' e alguns dos novos empreendimentos do gênero vêm ad-
quirindo gfaus de sofisticaçáo e complexidade que os tornam cada vez mais
semelhantes aos demais hotéis. Seus apartamentos Íesumem-se ao conjunto
vestíbulo-quarto-banheiro, em nada diferenciado dos apattamentos de hotéis.
\ Isso porque muitos dessesflats constituem uma nova forma de fazet um
hotel. Se muitos ou quase todos os hotéis-residências surgiram da convergência
TIPOS DE HOTEL A7

de dois fatores, ou seja, de um Iado a existência de um público-alvo necessitado


de moradia temporâria, com alguns serviços, a preços razoâveis, e, de outrc-r,
investidores desejosos de alternativas para escapar da lei do inquilinato, mais
recentemente um terceiro fator veio se juntar aos dois primeiros.
Tendo em vi5ta as dificuldades para obtenção de financiamento pata
atender ao aumento da demanda por meios de hospedagem, muitos dos em-
preendimentos imobiliários lançados como flatÍ sáo, na verdade, hotéis, por-
que são operados como tal, com todas as unidades reunidas num pool de
locação. iA diferença estâ na composição acionâria pulverizada entÍe os vários
pequenos ou médios investidores, que adquirem unidades e as colocam a
serviço de uma administração centralizada.
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Navios

Pode parecer inusitado abordar os navios como um tipo de hotel, mas


sua função primordial de transportaÍ passageiros e mercadorias sempre in-
cluiu a hospedagem dos passageiros e tripulantes durante os longos dias de
duração das viagens marítimas.
Hoje, no entanto, com a hegemonia do transporte aéreo de passageiros
sobre o marítimo, o aspecto hoteleiro nos modernr:s i,ensatlânticos assume
importância cadavez maior. As viagens ficarum reduzidas apenas a cruzeir<-rs,
nos quais a qualidade das acomodações de hospedagem e de lazer oferecidas
constituem atrativos tão ou mais importantes do que as viagens propriamente
ditas, podendo estas serem consideradas como uma meÍa seqüência de locais
privilegiados que funcionam como contraponto à vida a bordo.
Mas o que vale destacar nos navios, no que diz respeito a instalações
de hospedagem, é o tamanho reduzido dos apaftamefitos, ou camarotes, e
a localizaçáo da maioúa deles na parte central, sem nenhuma abertura
pata o exterior. As dimensões básicas do módulo (que corresponde ao
camaÍote standard) são significativamente inferiores às dos módulos
adotados em hotéis, inclusive nos de tipo econômico. No entanto, não se
pode negar que haja luxo e conforto nesses camarotes, proporcionados
por um esmerado projeto de interiores e de design do mobiliário. A falta
de janelas também não impede que pessoas de alto poder aquisitivo e com
elevados níveis de exigência se disponham a utilizar os camarotes em
viagens que duram muitos dias, nas quais estarão integralmente confina-
das às dependências do navio.

AtuaÌmente, na crdade de São Paulo, estão em fase de lançamento e construção cerca de 11 mil
unidades do tipo flat.
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HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

INTRODUCAO

O planejamento que deve anteceder o projeto de arquitetura tem aspec-


tos fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimentp hoteleiro que
devem ser considerados com variações na seqüência de abordagem conforme
cada caso. São eles:
. O segmento de mercado a que se destina o hotel, ou seja, qual ou
quais os tipos de hóspedes o novo hotel pretende preferencialmente
captaf.
. O perfil do usuário, definido pelo conjunto de catacterísticas (gostos
pessoais, necessidades, exigências, padráo de consumo, etc.).
. A viabilidade econômico-financeira.
. A localizaçáo, com enorme inflrrência na determinaçã.o do tipo e de
outras caïacteÍísticas do empreenclimento hoteleiro.
. A definição do progÍama e da relaçáo das âreas.
. O tipo de hotel.

O planejamento envolve equipes interdisciplinares com participaçáo de


especialistas nas âreas de hotelaria, de estudos de mercado e viabilidade eco-
nômico-financeka e dos arquitetos encarregados do projeto.
Este capítulo está subdividido em três partes: "ÁÍeas e instalações do
hotel", "Elabotaçáo do progtama" e "Dimensionamento". EIe trata das ativida-
des diretamente relacionadas à elaboração do projeto de arquitetura de um
hotel após a conclusão da etapa de planejamento.
Essas atividades são:

. Definição do programa de áreas e dos requisitos de instalações.


' Montagem de diagramas funcionais gerais e parciais: instrumento ex-
tremamente útil para caracterrzar as inter-relações entre os vários seto-
res do hotel, evidenciando relações e identificando suas respectivas
na|'rtezas e graus relativos de importância. Em hotéis de grande porte,
as âreas e a diversidade dos progÍamas atingem taI grau de complexida-
de que podem tornar os diagramas não só úteis, mas indispensáveis.
. Definição do partido básico de arquitefura, compreendendo:
. . Definição do pavimento-tipo, em função do tipo de hotel, da di-
mensão do terreno, da paisagem circundante, etc.
. Definição do apanamento-tipo' tendo sempre em mente tratarse de
elemento altamente repetitivo, com enorïne repercussão sobre a âtea
total construída e sobre aqualidade e a economia do empreendimento.

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O PROJETO
91

' Distribuição espacial dos diversos setores que compõem o hotel


(âreas sociais e públicas, âreas de serviço, centrais de sistemas e
equipamentos, áreas de estacionamento, etc.).

O partido básico deve incorporaÍ as restrições básicas de uso e ocupação


do solo e da presewaçáo do meio ambiente vigentes emcadalocal, assim como
as relacionadas com a topografia, a paisagem e a infra-estrutura existente.
O desenvolvimento do projeto requer o cuidadoso estudo de todas as
areas de cada setor específico do hotel, das respectivas localizaçóes (definidas
nos estudos iniciais de distribuição espacial), e a observância criteriosa das
relações funcionais identificadas por meio de diagramas funcionais.

dividir a todos esses itens


mais o estacionamento
totalizando 8 itens
AREAS E INSTALAçÕES DO HOTEL

os hotéis são constituídos pelas seguintes âreasbásicas:


. Área de hospedagem - andarlipo (apartamentos e suítes).
' Áreas públicas e sociais (tobby, salas de estar, sala de TV sala de leitu-
ra, festaurantes, bares, salão de eventos, etc.).
' Áreas administratiuas (recepção, gerências, reseÍvas, marketing, con-
tabilidade, recursos humanos, etc.).
' Áreas de seruiço (lavanderia,vestiârios, manutenção, depósitos, etc.).
' Áreas de alimentos e bebiclas (recebimento, pré-preparo, câmaras
frigoríficas, almoxarifado de A&8, coztnha principal, cozinha de ban-
quetes, etc.).
' Áreas de equipamentos (central d"e âgua ge!ad.a, subestação, quadros
de medição, grupo motor-gerador, casa de bombas de recalgue, cal-
deíras, etc.).
' Áreas recreatÌuas (quadras de esportes, campo de golfe, piscinas, par-
que aquático, marinas, etc.).

Cadauma dessas âreas contribui de maneira significativaparao desem-


penho do hotel, embora variem os respectivos graus de importância, em cada
caso, tanto no que se refere ao desempenho, quanto à pafitcipação nos inves-
timentos, aos custos operacionais e às receitas que proporcionam.
Neste capítulo, cada ãrea do hotel será objeto de tratamento particular,
com o estabelecimento de critérios específicos de projeto e com considera-
ções sobre cuidados especiais a seÍem tomados. A inter-relaçao de cada um

'
92 HOïEL: pLANEJAMENTO E pROJEro

desses setores, sua posiçào estratégica, suas interdependências, a separaçáo


dos fluxos de circulação (hóspedes, público, funcionários e mercadorias), os
pontos de controlei etc. são apresentados graficamente e de maneka genérica
e simplificada por meio de diagramas funcionais, que no entanto não dispen-
sam a elaboraçã.o de diagramas específicos, mais ou menos detalhados, con-
forme o caso.
Para complementar, são ainda apresentados outros aspectos também
importantes, relacionados com os sistemas de instalações, com aspectos cons-
trutivos (tratamentos acústico e térmico, entre outros) e, finalmente, com
parâmetros de custos para diferentes tipos de hotel.

Ánens

Area de hospedagem

Andar-tipo
Para se definir o apartamento-tipo com dimensões, instalações, layout
do mobiliário, etc., deve-se conhecer com clareza as necessidades do hóspe-
de, que pertence a um determinado segmento de mercado, para o qual o
hotel será projetado.
É preciso lembrar que a ârea d,e hospedagem pode representar de 65 a
85 por cento da ârea total do hotel, sendo em geral sua maior fonte de receita.
Assim, as soluções de projeÍo adotadas para o apaftamento-tipo deverão ser
rigorosamente testadas e otimizadas.
Aârea de hospedagem) que reúne os apartamentos e as suítes do hotel,
distribui-se em pavimentos idênticos ou muito semelhantes, chamados anda-
resiipos.
A configuruçã,o do andar-tipo varia de hotel para hotel em função de
fatores diversos, na medida em que seus componentes básicos sáo organiza-
dos e dispostos de formas diferenciadas. Em uma mesma configuração bâsica
podem ainda ocorrer variações em função da combinaçã,o de apartamentos-
tipos com um ou mais modelos de suítes.'
As diferentes configurações derivam principalmente:

10% para suites e 2%


deficientes

' A reÌação entre o número de suítes e o número total de apartamentos pode variar significativa-
mente de um hotel para outro, sendo geralmente determinada pelo estudo de mercado ou pelo
interesse da operadora M captaçâo de um certo tipo especial de hóspede. Comumente, essa
reÌação situa-se em torno de 10 por cento do número total de apartamenros.
O PROJETO
95

' Do tipo de corredor, que pode ser central, com apaftamentos dos dois
lados, ou lateral.
' Da forma e da disposição das alas oe apartamentos (em forma de
quadrado, círculo, cÍuz, estrela, com átrio, etc.).
. Da posição no andar das circulações verticais (escadas e/ou elevado_
res) de hóspedes e de serviços.

A configuraçáo do andartipo a ser adotada em cada projeto pode ser


influenciada pela forma do terreno, pelas caructeirsticas dapaisagem circundante
e por outros fatores. Cabe chamar a atençã,o para o observado mais adiante,
no item "Dimensionamento", com relação à economicidade das alternativas,
tendo em vista que a área de hospedagem pode Íepresentar de 60 a g5 por
cento da ârea total construída do hotel, dependendo do seu padrão.
As ilustrações a seguir apresentam configurações de andares de hospe-
dagem de alguns hotéis.

Legenoa

1 - Apartamento-tipo
2 - Corredor
3 - Hail de elevadores de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de serylço
5 - Rouparia / governança
6 - Terraço
7 - Vazia

Legenoa

1- Apartamentoìipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadores de hóspedes
4 - Rouparia/ governanea
Legenoa
'l - Apartamento-tipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadores de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de seNiço
5 - Rouparia/ Governança

Legenoa
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Apartamônto-tipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadoÍes de hóspedes
4 - Hail de elevadores de seryìço
5 - Rouparia/ governança
6 - Terraço

Legenoa
1 - Apartamentoìipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevadoÍes de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de seruiço
5 - Rouparia/Governança
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Legenda

1- Apartamentctipo
2 - Corredor
3 - Hal/ de elevador$ de hóspedes
4 - Hal/ de elevadores de seruiço
5-Rouparia/gwernançâ

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Legenda

1- Apartamênto-tipo
2 - Corredor
3 - Hal/ dê elevadores de hóspedes
4 - llla// de elevadores de serviço

Legenda
1 - Apartamento-tipo
2 - Corredor
3 - Ha,// de elevadores de hóspedes
4 - Hall de elwadotes de seryiço
5 - Rouparìa/ goveínança
6 - Vaio
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJEÏO

L€onoa
1- Apafrâmentetipo
2 - Corodor
3 - Hal/ dê elevadoíes de hóspedes
4 - Hal/ dê elevadors de seNiço
5 - Roupâria / governançâ

O andar-tipo e a ârea de hospedagem, por sua importància na constitui-


çáo da ârea total do hotel, são normalmente os primeiros a serem definidos
no projeto. O conjunto de andares-tipos define a volumetriabâsica do edifi
cio, assim como a modulação do sistema estrutural, diretamente derivada da
modulação dos apatamentos. Seu projeto, a partir do dimensionamento dos
componentes básicos (ver capítulo "Tipos de hotel") e da configuração pre-
tendida, deve considerar:

' A posição das prumadas de circulação social vertical e sua repercus-


são sobre os andares inferiores, particularmente sobre o andar térreo,
em função dalocalizaçào da entrada principal e da recepção.
' A posição da prumada de circulação de serviços vertical, tendo em
vista viabilizar nos andares inferiores a implantação das âreas e insta-
lações de serviço.
' A disposição dos pilares, tendo em vista liberar, tanto quanto possível,
âreas livres de colunas para os setoÍes sociais e principalmente para o
setoÍ de eventos; o adequado aproveitamento do subsolo pan áteas
de equipamentos e estacionamento.
' o número e o posicionamento das escadas, para atender às normas
de segurança.
' o correto dimensionamento da ârea de serviços do andar, com espaço
para circulaçáo de funcionários, de carros da governanÇa e do room
seruice, rouparia e sala pata as camatetas, duto de roupas e sanitário.
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108 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Tendo em vista proporcionar condições adequadas de instalação e faclli-


tar a manLrtenção das rubulações hidráulicas dos apartamentos, principalmente
em edifícios de hotel com vários andares-tipos, devem ser previstas prumadas
(sbafts) diretamente acessíveis a partir dos corredores. O acesso direto pelo
corredor permite que operações rotineiras de manutenção e mesmo operações
de manutenção mais pesadas sejam feitas sem necessidade de incomodar os
hóspedes ou de interditar os apartamentos por um longo período.
Essas prumadas devem peÍcorrer todos os andares, interligando-se com
um pavimento técnico localizado imediatamente al:aixo do primeiro andar
tipo, que é por onde se faz a distribuição horizontal dos feixes de tubulação
até uma prumada hidráulica geral. Esta concentÍa a tubulação proveniente das
vãrias prumadas hidráulicas, reduzindo a interferência da descida da tubula-
ção com os andares inferiores a um único ponto. No andar-tipo, paru possibi-
litar o agrupamento da tubulaçáo, os apartamentos costumam ser posicionados
aos pafes.
A modulaçáo da estrutura, como mencionado anteriormente, deriva da
própria modulação dos apartamentos. A solução mais econômica é, geral-
mente, aquela em que a cada parede divisória de apartamentos corresponde
uma linha de pilares. Nessa solução, os vãos transversais de vigas e lajes ficam
limitados à largura de um apartamento (da ordem de 4 metros), e, apesar do
maior número de pilares, o conjunto dos elementos estrLlturais tende a se
tornar mais esbelto em comparaçáo às soluções em que os vãos transversais
são duplicados.
Vãos pequenos não apresentam problemas nos andares-tipos, mas são
indesejáveis nas âreas públicas e sociais e incompatíveis com as âreas de
serviço, de equipamentos e de garagens. Para conciliar vãos menores nos
andares-tipos, supostamente mais econômicos, com vãos mais adequados às
demais âreas do hotel, pode-se estabelecer uma estrutura de transição abaixo
dos andares-tipos que distribua o esforço vertical paravm conjunto menor de
pilares. O espaço vertical necessário para essa transição estrutural pode ser
acomodado no andar técnico, iá mencionado.
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O PROJETO

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I unidades presentes
f] Unidades eventualmente presentes

Apartamento-tipo
A unidade bâsica formadora do andar-tipo é o apaïtamento-tipo (ou
módulo). Suítes sào apartamentos maiores) com maior número de dependên-
cias, que aproveitam âreas particulares do andar (extremidades, cantos, etc.)
ou que são resultantes da composição de um ou mais módulos.
Como elemento que se repete dezenas, centenas e até milhares de ve-
zes, repÍesentando parcela significativa no custo total do hotel, o apartamen-
to-tipo deve ser objeto de cuidadosos e detalhados estudos para, dentro de
parâmetros de economia, adequar-se ao tipo de hotel, ao segmento de metca-
do a que se destina e até mesmo aos padrões adotados internacionalmente.
O projeto detalhado do apanamento-tipo, que inclui acabamentos, ins-
talações (elétricas, hidráulicas, condicionadores de ar, detecção e combate a
incêndios) e mobiliário, deve ser complementado por um protótipo idêntico
às unidades a serem posteriormente construídas, onde as soluções poderão
ser testadas e os eventuais erros, corrigidos. Por meio do protótipo, condições
similares às do local da construção poderão ser simuladas, e os desempenhos
térmicos poderão ser testados, principalmente os acústicos (ruídos das tubula-
ções e equipamentos, ruídos entre apafiamefitos, ruídos provenientes dos
corredores e ruídos externos). Poderão ser testadas, ainda, outras condições
de conforto importantes para os hóspedes, como tipo e dimensão das janelas,
iluminação geral e localizada para trabalho e leitura. Poderão ser estabeleci-
dos procedimentos para racronalizar a execução e a montagem de elementos
repetitivos, como móveis, peças de arremates, etc. Finalmente, poderão ser
estabelecidos, detalhadamente, os custos de cada unidade completa.
O PROJETO 1..1

As dimensões e outras particularidades dos apartamentos variam, como


indicado no capítulo "Tipos de hotel" e no item ,,Dimensionamento,' deste
capítulo, conforme o tipo e o padráo do hotel. os tipos de apartamento são
designados internacionalmente, conforme o número e as dimensões das ca-
mas, de acordo com o euadro 8.

QUADRO 8
DESIGNAçÃO DE APARTAMENTOS EM FUNçÃO DO TAMANHO DAS CAMAS

Tipos Número de camas Dimensões das camas


Twin 2 camas twìn 1x2m
Double - double 2 camas double 1,30x2m
Queen 1'cama queen 1,50x2mou1,60x2m
King 1 cama king 2x2m
California king 1 cama king 1,80x2m
Oversized twin 2 camas twin 1,15 x2 m
Queen - queen 2 camas queen
Double - studio 1 cama double e 1 sofá-cama
Queen - studio 1 cama queen e 1 sofá-cama
King - studio 1 cama king e 1 sofá-cama
Parlor 1 sofá-cama
Wallbed 1 cama de parede

Fonte:W. A. Rutes e R. H. Penner. Hotel planning and design (Whitney Library


of Design/
Watson-Gruptill Publications, Nova york: 1 9g5).

No projeto do apafiamento-tipo, considerando sempre o tipo de hotel e


os tipos de hóspedes a que se destina, devem ser observados requisitos rela-
cionados com o conforto do hóspede, como por exemplo:

' Posicionamento conveniente e escolha de tipos adequados de luminá-


tias, para as vârias situações de utilização do apartamento pelos seus
ocupantes (trabalho, leitura, convívio, etc.).
' Posicionamento correto do televisor e possibilidade de rotaçáo para
adequada visibilidade a partir de diferentes pontos do apartamento.
' Provisão de espaço de trabalho com tomadas para equipamentos como
computador, fax, etc.
' Disposição de telefones em pontos estratégicos (cabeceira, mesa de
trabalho, banheiro).
' correta escolha do mobiliário (dimensões, materiais, design), em fitn-
ção das dimensões do apafiamento e do tratamento das superfícies de
pisos, paredes e tetos.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
112

, Corfeto dimensionamento dos atmâtios, em função do tipo de hotel,


com previsão de espaço païa apoio e abertura de malas'
, Definição sobfe a necessidade efetiva de frigobaf ou apenas pequena
geladeira para âgua mineral e gelo, e fespectivas localizações.
. Cuidadosa disposição das peças no banheiro, tendo em vista a
otimizaçáo do aspecto e do conforto em espaço telativamente limita-
do, e a racionalização das instalações hidráulicas em função da prumada
vertical {shafò.
. Na medida do possível, os banheiros devem ter bancada para lavato-
rio, com espelho getal, espelho de aumento, secador de cabelos' to-
mada para barl>eador, portaJenços de papel, bacia, banheita e box'2

Proposta para apartamento econômico


de rede hoteleira, São Paulo, SP

1 - Cama
2 - Maleiro
3 - Mesa de trabalho
4 - Cadeira
5 - Televrsor
6 - Luminária
/- teteTone
8 - Blackout + Cortina decorativa

Hotel Taj Mahal, Manaus, AM

1 - Cama
2 - Mesa de cabeceira / Crtado
J - 50Ía
4 - Armário
X e)
t^l 5 - Maleiro
6 - Mesa de trabalho
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t-t l
7 - Cadeira
8 - Televisor
U 9 - Fnqooar
10 - Espelho de aumento
*., 1
1 1 - Barra de segurança

12 - Luminária
IJ L
a- I
1 3 - Cortina para box

14 - Blackout + Voil + Cortìna decoratìva

\
ry

, da Europa e nos Estados unidos


Atualmente, o bidê não está sendo utilizado, e em alguns países
sãoproibidos,porcomportâfemfiscodecontaminaçãodarededeâglapotâve|.
Hotel Holiday Inn, Fortaleza, CE

1 - Poltrona
2 - Cama
3 - lVesa de cabeceira / Crrado
4 - Sofá
5 - Armário
6 - Maletro
7 - Nrlesa
B - Mesa de trabalho
9 - Cadeira
1 0 - Televisor

11 -Frgobar
12 - Cafeteira
13 - Abajur
14 - Espelho de aumento
1 5 - Barra de seguranea

16 - Luminária
17 - Box vidro temperado
18 - Blackout+ Voil + Cotina decorativa
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OPROJETO 115

Com relaçáo ao mobiliário, podem ser feitas as seguintes observações:


. Os móveis devem ter bom desenho e materiais de qualidade, devem
ser duráveis, não apresentar reentrâncias que dificultem a limpeza e a
manutenção.
. As dimensões das camas devem ser escolhidas em função do tipo e do
padrã,o do hotel e das dimensões do quarto, mas na medida do possí-
vel devem seguir os padrões utilizados internacionalmente.
' Os móvei.s de cabeceira devem proporcionar apoio conveniente païa
o aparelho telefônico, o rádio-relógio, o controle Íemoto de TV e
também pan objetos de uso permanente ou eventual do hóspede
(óculos, copos, livros).
. As cômodas usualmente adotadas, que têm muitas gavetas e servem
de apoio para ap^relhos de TV, estão sendo substituídas por um armâ-
rio menos comprido e mais alto. Este possui gavetas e espaço para
frigobar na parte inferior, e um compartimento com portas, para aTy,
na parte superior.
. O maleiro pode ser fixo, com local próprio no arranjo do apartamen-
to, ou do tipo dobrável, que pode ficar guardado dentro do armârio
quando náo estâ sendo usado.
' Poltronas e/ou sofás acrescentam condições de conforto ao ariaÍta-
mento, valorizando-o.
' Em hotéis delazer, ou resorts, sofás-camas possibilitam acomodar uma
terceira pessoa ou crianças pequenas no apartamento.
A mesa de trabalho deve oferecer condições adequadas para que o
hóspede possa desenvolver tarefas com o auxílio de equipamentos
pessoais (laptop) ou do próprio hotel, dependendo do caso (aparelho
de fax, impressora, etc.).
Os móveis dos apartamentos são desenhados especificamente para
determinado hotel, visando tanto a exclusividade no design quanto
outros requisitos, como configurações e dimensões dos quartos e limi-
tações de orçamento.
HOÏEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Apartamento para pessoas portadoras de deficiências


Acompanhando a tendência mundial de eliminação das Ï>arreiras físicas
às pessoas portadoras de deficiências, a Embratur (Empresa Brasileira de Tu-
rismo), preparou um conjunto de recomendações para a adequação dos ho-
téis a esse tipo de hóspede. Essas recomendações abrangem todas as
dependências do.edifício e particularmente os apartamentos, que devem ob-
seryaÍ a proporção mínima de dois apaftamentos para cada cem unidades.
são as seguintes as recomendações da Embratur quanto a esse aparta-
mento:
. A porta do quarto deve ter largura útil mínima de 0,g0 metro.
. O piso deve ser uniforme, sem saliências e antiderrapante.
' O espaço para circulação interna deve ter largura útil mínima de I
metÍo (ver ilustração abaixo).
' Para o giro completo da cadeka deve haver no apartamento espaços
livres capazes de conter um círculo de 1,50 metro de diâmetro.
' o comando geral para contÍole da luz do teto e de outros equipamen-
tos elétricos existentes no apartamento deve estar localizad,o iunto à
cabeceira da cama.
' Os demais comandos, interruptores e tomadas devem estar localiza-
dos a uma alíua mâxima de I,2O metro e mínima de 0,30 metro.

Apartamento para pessoas portadoras de deÍiciências Íísicas sequndo


recomendaçóes da Embratur

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EsPAÇO REQUERIDO PAU ALTURAs RECOMENDADAS


MOVIMENÌACÁO DE CADEIMDE RODAs
O PROJETO

Quanto ao mobiliário:
a Os armários devem ter porta de correr ou com abertura de 180o.
o As prateleirase os cabides devem estar a uma altura mâxima de I,20
metro e a prateleira mais baixa, a 0,30 metÍo do piso.
A, cama deve ter altura de 0,52 metro, isto é, a mesma do assento da
cadeira de rodas.
As mesas e as penteadeiras devem tef um vão livre que permita o
acesso de pessoas em cadeira de rodas, ou seja, esse vão deve ter
altura de 0,70 metro a partir do piso, largura mínima de 0,80 metro e
profundidade mínima de 0,60 metro (ver ilustração abaixo)'
Os pés de mesas e penteadeiras não devem ser centrais nem em for-
ma de ctuz.

Bonheiro poro pessocs poriodoÍos de deficiêncios ÍÍsicos


segundo recomendoçóes do Embrotur

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tuFço requêddo para movimenhç3o

Quanto ao banheiro:
. A porta do banheiro privativo do apartamento deve ter larguta míni-
ma de 0,80 metro.
a O piso do banheiro deve ser plano, antidenapante e uniforme'
a O espaço interno livre deve permitir o acesso da pessoa em cadeira
de rodas a todos os equipamentos sanitários.
As dimensões mínimas, que possibilitam o acesso e a circulação de
portador de deficiência em cadeira de rodas, são apresentadas nas
iìustraçòes acima.
o O banheiro deve dispor de cadeira higiênica patabanho.
a O bidê deve ser substituído por ducha do tipo telefone.

L
118 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

As recomendações com felação ao apartamento especial,3estendem-se,


ainda, Sobfe detalhes do box (piso, barcas de apoio, torneiras e chuveiro), do
lavatório (altura, sifão, torneiras) e vaso sanltârio (distância da parede, banas
de apoio, altura do assento).

Áreas públicas e sociais

Entrada principal e estacionamento


A chegada e a saida dos hóspedes ao hotel podetâ, dependendo do tipo
de hotel, ocorrer através de diferentes meios de transpofie: tâx\ veículo do
próprio hóspede, ônibus de excursão, embarcaÇáo, etc.
particularmente nos hotéis urbanos, as chegadas ou partidas de hóspedes e
de outros usuários das dependências do hotel (através de táxis, veículos particu-
lares, ou ônibus) concentram-se em determinados horários, podendo causar con-
gestionamentos, que provocam confusão, atrasos e, em conseqüência, pteltízo
pata aimagem do hotel. Nos hotéis locahzados nos grandes centros, esse proble-
ma é comum devido a limitações dos terrenos e a decorrentes dificuldades de se
criar espaços para manobras de veículos na frente do hotel. Para resolvet adequa-
damente esse tipo de problema é necessário prever e dimensioflar coffetamente
as âreas de acesso e manobra de veículos, de embarque e desembarque de
hóspedes (devidamente protegidos de chuva e sol), de estacionamento de ônibus
e de acesso às garagens (freqüentemente localizadas no subsolo).
próximo à entrada principal deverão ser previstas a cabine de controle e
cobrança do estacionamento e um fácil acesso (escadas ou elevador) dos
manobristas às garagens.
Nos hotéis com pátio de estacionamento ao ar livre é importante que os
veículos fiquem protegidos por coberturas leves e/ou âwotes específicas para
sombreamento, sendo importante considerar que é sempre desejável contar
com um pequeno número de vagas ao nível da entrada para visitantes de
cuÍta permanência.5

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) emitiu, em setembro de 1994, a NBR 9050,
,,Acessibiiidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiìiário e equipa-

mentos urbanos", aplicável a todos os tipos de edificações, e que deve ser obserwada nos proietos
de hotéis em todas as dependências e não apenâs nos apaftamentos especiais.
É importante considerar que, nos hotéis, os carros particuiares costumam ser conduzidos entre
a

porta principal de entrada e a garagem e vice-versa por manobristas. Isso determina a necessida-
de de conclições adequadas de circulação nesses pelcuÍsos, de modo que o manobfistâ possa
entregar o veículo ao seu conclutor original no mesmo local onde o recebeu, geralmente próximo
à entrada do hotel.
de
Nos resorts localizados em ilhas devem ser previstas uma pequena estação de embarque, ârea
no continente, onde os hóspedes possam ficar aguardando a embarcação que os
estar e recepção
traÍsport^râ ao hoteÌ.
o PROJETO 119

Lobby
Nos diferentes tipos de hotel, o lobby caracteriza-se como o espaço que
transmite ao hóspede a primeira sensação do ambiente em que ele irâ perma-
necer por um ou vários dias. Nesse sentido, o lobby deve refletir a própria
ímagem do botel, que através da decoraçã"o, do conforto e da eficiência de
serwiços irá proporcionar ao hóspede uma sensação acolhedora.
A porta principal de entrada deve possibilitar a passagem de hóspedes e
visitantes, assim como de carregadores de bagagens. Quando utilizadas portas
giratórias, estas devem seÍ ladeadas por portas específicas parà a passagem
dos carros transportadores de bagagens de grupos. Já as portas automáticas
devem, sempre que possível, ser usadas aos paÍes, separadas por um espaço
que, funcionando como antecãmara, isole térmica e acusticamente o tobbjt.
A partir da porta de entrada, hóspedes e visitantes devem facilmente
visualizar seus pontos de interesse: o balcão de recepção, os elevadores so-
ciais, o balcão de informações, os telefones, o acesso a bares, restaurantes,
âteas de eventos, etc.

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para têclâdo
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Corte 1
Corte 2 Corte 3
Escaninhos lmpressora e armário de papel Posição de computado, e guu"à,

As áreas de acesso devem ser claras e desimpedidas; bares, restaurantes


e âreas de eventos devem, sempre que possível, contar também com acesso
externo independente.
É importante considerar no projeto do lobby, independentemente das
suas dimensões:

Espaços pan livre circulação de hóspedes, desimpedidos de obstácu-


los, entre a entrada, o balcão de recepção e os elevadores sociais.
Espaço em frente aobalcào, ou em outro local programado, paÍa que
grupos de pessoas e suas bagagens possam aguardar os procedimen-
tos de registro ou liberação.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo

a Áreas de estar para hóspedes e visitantes.


a Áreas livres para circulação de pessoas que se clestinam aos bares,
restaurantes e eventos em hotéis em que o acesso a essas âreas tenha
que ser feito através do lobby.
Tratamento de interiores esmerado, com iluminação natural e/ou arti-
ficial cuidadosamente estudada, enriquecido com obras de arte e, se
possíveÌ, com elementos naturais como vegetação e água. objetos de
artesanato podem, em determinados casos, contribuir positivamente
païa a imagem e a identidade do hotel.
Legenoa
circulação de hóspedes
Circulaçáo de funcionários
- - -
........... DesejáveL quando possível em centros
- de eventos de médìo e grande porte

f] unidades presentes
HOïËL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Bares e restaurantes
Os restaurantes e os bares derrem estar estrategicamente integrados ao
lobbjt, com fácil ecesso pàïa a ftla. para qlle a qualquer momento do dia ou da
noite as pessoas tenham livre acesso a eles.

LozÌnna I cozrnhê
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I leím I I

I I

Cozinha principal

Iegenda
atr. ,l:r;n do hncnodo<

Circulação de funcionários
- - -
-
o PROJETO 125

Bares e restaurantes são elementos presentes em praticamente todos os


hotéis, com exceção dos de tipo econômico ou de padráo muito baixo. Embo-
ra os investimentos sejam grandes e nem Sempre compensadores sob o ponto
de vista da receita, bares e festaufantes são serviços importantes pafa os
hóspedes e essenciais para conferir ao hotel padtáo de qualidade.
Nos hotéis maiores é comum a existência de mais de um bar ou restau-
fante, tendo em vista principalmente a conveniência dos hóspedes, mas tam-
bém a receiÍa que eles podem proporcionar. Oferecendo aos hóspedes
alternativas de cardãpio, de ambientes e de tipos de serviços é possível mantê-
los mais tempo no hotel, freqüentando seus bares e restaurantes em vez de
estabelecimentos concoÍrentes.
No entanto, o número de bares e festaufantes, que não guarda necessa-
riamente proporção com o número de apartamentos, deve ser decidido atra-
vés de um cuidadoso estudo de viabilidade que leve em consideração, entre
outros fatores, a locahzação do hotel, o mercado de clientes potenciais e a
concorrência representada por bares e restaurantes da vizinhança'
De qualquer modo, como regra geral e pelas tazões apontadas, desde
que respeitadas as condições de mercado e com o mesmo número de lugares,
é preferível que o hotel possua mais de um bar e um restaurante.
Com relação à localização, deve ser observada para bares e restaurantes
a regra bâsica que determina como condição essencial de sucesso o acesso
conveniente a partir do lobby. E como eles não são exclusivos para hóspedes,
é importante o acesso fâcll também para quem vem de fora, se possível dire-
tamente da rua. Como essa segunda condição é possível apenas em alguns
casos especiais, o que se deve buscar é um lobblt facilmente visível a partir da
entrada principal ou de uma entrada especial, que estimule emvez de inibir a
ida ao restaurante ou ao bar. O que se deve evitar, por outro lado, são locali-
zações escondidas ou situadas em outros pavimentos, dependentes de esca-
das acanhadas e corredores tortuosos. Restaurantes de cobertuta, por exemplo,
raramente são bem-sucedidos, a náo ser quando proporcionam vistas deslum-
brantes ou têm comida e serviços excepcionais; mas mesmo estes devem
contar com recepção própria, em baixo, e elevadores exclusivos.
Cadabar e restaurante deve ter seu apoio de serviço ou sua cozinha em
terminais adjacentes e interligados com a cozinha principal (que no caso de
um único restaurante é sua própria cozinha ) e com as demais áreas de supri-
mento (despensa, adega, central de gelo, etc.). Embora esse não seja um
requisito fundamental, a proximidade da cozinha principal é altamente dese-
iável, assim como é desejável que ela se situe no mesmo nível. Quando isso
126 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

náo é possível, é indispensável contaÍ com um sistema de circulaçáohorizon-


tal e vertical (elevadores e/ou monta-cargas) adequado e bem-dimensionado.
Alocalização dos bares e restaurantes de hotéis está, assim, duplamente
comprometida com a sua acessibilidade e com as instalações de serviço.
Embora náo haja regras que determinem o tamanho ideal de Íestauran-
tes de hotel, geralmente, para garantk um excelente padrão de qualidade dos
serviços, recomenda-se um número aproximado de cem lugares. Quando por
tazões de organização do espaço físico não for possível implantar mais de um
restaurante, havendo no entanto condições de implantar um restaurante mai-
or, recomenda-se dar a esse restauÍante único flexibilidade païa funcionar,
com eficiência, nas diferentes situações que se apresentam ao longo do dia
(café da manhã, almoço, châ da tarde, happy bour, jantar, etc.) Setorizar esse
restaurante, criando ambientes diferenciados, se possível com separações para
grupos com número variâvel de pessoas, pode contribuir para a flexibilidade
mencionada sem perda da qualidade da decoração conveniente pan cada
situação. No item "Dimensionamerìto" serão apresentados parâmetros para
dimensionamento do restaurante único, bem como índices médios de ârea
por assento nas vârias categorias de restaurante.
Além de estrategicamente localizados e corretamente dimensionados,
os restaurantes devem ser cuidadosamente projetados quanto:
. Ao tratamento dos interiores, visando diferenciá-los e reforçar sua iden-
tidade, por exemplo, estabelecendo uma relação com os respectivos
cardápios e suas procedências.
. Ao arranjo de mesas, que deve ter flexibilidade para aÍender grupos
com número variado de pessoas, permitindo que a junçáo ou a sepa-
nçáo de mesas possa ocorrer com facilidade, sem perturbaÍ os usuá-
rios e sem diminuir a qualidade dos serwiços.
. Ao coÍreto dimensionamento dos espaços païa mesas e circulação em
função do padrão do hotel e do restaurante.
. Ao tipo de mobiliário, que deve ter design compatível com o trata-
ffrento dado aos interiores e características ergonômicas que proporci-
onem o devido conforto aos seus ocupantes.
. À iluminaçáo, paÍa complementar evalorizar a decoração pretendida.
. À acústica do ambiente, privilegiando as conversas, mas compatível
com música ambiente ou ao vivo, conforme o caso.

Os bares podem ser de vários tipos: bar de lobby, piano-bar, bar de


piscina, etc. Cada um apresenta requisitos especiais de decoraçáo, e os proje-
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O PROJETO 131

tos devem considerar as especificidades. Podemos fazer as seguintes observa-


ções gerais:

' Os bares fechados costumam ser ambientes ruidosos, por causa das
conversas em voz aIta, das comemorações, etc., sendo necessário cui-
dado especial no tratamento acústico tanto das superfícies internas
(pisos, paredes, teto, estofados) quanto das paredes e vedações volta-
das pan outros ambientes do hotel.
' Junto aobalcáo, o piso da área de serviços deve estar em nível sempre
mais baixo (cerca de 50 centímetros) que o nível do salão, para que os
barmen, em pé, possam atender a usuários sentados, preferencial-
mente em cadeiras ou poltronas de altura normal.

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134 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Area de eventos
Hoje em dia, os locais para evefitos são obrigatórios em hotéis de vários
tipos e tamanhos, taI a importància que reuniões, festas, congressos e exposi-
ções têm no competitivo mercado hoteleiro.
O turismo relacionado com congressos e conferências cresce a taxas
que se aproximam de 10 por cento ao aíro, e mais de 100 milhões de pessoas
se hospedam em hotéis para participar desses eventos. Em cidades como São
Paulo, por exemplo, a ocupação dos hotéis está intimamente ligada aos negó-
cios e à grande quantidade de feiras, exposições e congressos que a cidade
abrtga. Mas mesmo em outras cidades com apelos turísticos mais diversifica-
dos, os eventos têm cada dia mais importância para a manutençáo da aÍivida-
de hoteleirainstaladaepara o surgimento de novos hotéis. Como decorrência,
verifica-se um constante esforço dos hotéis de vários tipos e localizações para
implantar âreas destinadas a eventos ou ampliar as jâ existentes.
Essas áreas podem variar de apenas algumas poucas salas para reuni-
ões, pequenas ou de médio porte, até grandes centros de convenções ou
congressos, que reúnem salas e salões de tamanhos variados e em condições
de acolher, simultaneamente, diversos tipos de eventos de variadas dimen-
sões.
Embora nào haja qualquer parâmetro que relacione diretamente o nú-
mero de apartamentos com as proporções das âreas de eventos, estas costu-
mam ser menoÍes em hotéis com pequeno número de apartamentos. Grandes
centros de convenções, por süavez, estão freqüentemente associados a hotéis
de maior porte. Hotéis maiores podem mais facilmente dar suporte a eventos
que reúnem centenas ou milhares de pessoas e que demandam sistemas com-
plexos de infra-estrutura e equipamentos, além de serwiços de vaúadas natu-
rezas. Apenas grandes hotéis podem proporcionar os serviços de hospedagem
e alimentação nas proporções exigidas nesses casos, principalmente quando
situados em lugares isolados.
Compõem as âreas de eventos as salas e/ou os salões, o foyer e as
instalações de apoio e serviços, constituídas por administração de eventos,
chapelaria, sanitários, cabines de projeção e de tradução simultânea, cozinLra
ou copa de distribuição e depósito de móveis. Alguns cerÌtros de eventos
maiores possuem, ainda, área especial para exposições e auditório, além do
salão, usualmente designado como ballroom.
As áreas de eventos devem estar localtzadas no pavimento térreo ou
logo abako ou acima, tendo em vista facilidades de acesso, principalmente
para saída das pessoas em casos de emergência. Essas âreas devem ser aces-
O PROJETO 135

síveis a païtir do lobby e, quando possível, principalmente nas áreas de even-


tos de maior porte, contar com acesso próprio a partk da rua.
As salas e os salões devem ser planejados e projetados tendo em vista a
maior flexibilidade possível, de modo a poder formar ambientes de dimen-
sões variáveis, capazes de comportar eventos de diferentes portes. Essa flexi
bilidade é importante e muito conveniente ao hotel, pois possibilita a adaptaçáo
às diferentes solicitações do mercado e facilita a ocupação das instalações de
eventos por mais tempo. Assim, o ballroom - necessário apenas em grandes
eventos e muitas vezes apenas nas solenidades de abertura e encerramento -
deve, idealmente, resultar da incorporaçáo de um conjunto de salas menores,
adequadas a eventos pequenos e a trabalhos paralelos e complementares dos
eventos maiores.
Divisórias especiais, disponíveis no meÍcado, são facilmente deslocáveis
e recolhíveis, e proporcionam amplas possibilidades de junção e sepançáo
de ambientes. Essas divisórias possuem ainda as propriedades acústicas necessá-
rias para garantir o isolamento de sons e ruídos entre as salas, e viabilizam a
realizaçáo simultânea de eventos ou atividades diferentes.
São mais valorizados salas e salões com pés-direitos altos, pois eles cons-
tituem importante fator de diferenciação e valorizaçã,ct cl,: :spaços para eventos.
Cround Floor-Ballroom
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1 - Fover
I - 5AtaS
3 - Auditório
4 - Palco
5 - 5anitário
6 - Areas de servtço
7 - Depósito
8- GeÌência de eventos
9 - Serviço de bar
10 - Chapelaria
1 1 - Terráço/Expos(ões
12 - Camarins
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1 - Entrada principal
2 - Entrada de evéntos
3 - Lobbv
4 - Fovef
5 - Salóes
6 - Auditório
7 - Sanitários
B - Telgfones
v - Lola
10 - Administração
| | - tvenÌos
12 - Recepção
O PROJEÏO

Há outros aspectos a serem observados no projeto de salas e/ou salões


para eventos:
. O tratamento acústico das salas deve atentar náo apenas païa evitar a
transmissão de sons e ruídos entre salas, mas também ser adequado
para os diferentes tipos de eventos, que demandam diferentes solu-
ções de pisos, paredes e forros.
. O forro deve ter tratamento acústico para garantir um isolamento de
sons compatíveI com o isolamento proporcionado pelas divisórias e
os outros elementos de cada sala ou salão.
. O forro deve possibilitar fácil manutenção das instalações nele conti-
das (iluminaçáo, som, detecção de fumaça, sprinklers, condicionado-
res de ar, telas com comando elétrico, caixas acústicas de potência
maior, trilhos para suporte das divisórias acústicas), assim como possi-
bllitar a adiçáo de outras instalações para eventos especiais.
. O sistema de som deve atender, com igual qualidade, de reuniões nas
salas pequenas a banquetes e até espetáculos musicais, que podem
ser realizados nas mesmas salas, só que agrupadas na configuração de
ballroom.
. A iluminação deve combinar diferentes tipos de làmpadas, com o ob-
jetivo de se adequar aos diferentes tipos de eventos.
. O sistema de ar-condicionado deve dispor de controles que possibili-
tem o acionamento individual de cada sala.
. Devem ser previstas tomadas de força e de telefone (espaçadas a cada
J metros, aproximadamente) ao longo das paredes ou no piso, junto
às dìvisórias, de cada sala e salão, e também do foyer.
. As instalações elétricas e de comunicações devem considerar a possi-
bilidade de equipamentos complementares de som em casos de espe-
táculos, assim como transmissões por televisão.
. Poderá ser conveniente preveÍ acesso especial ao salã.o (separado do
público) para autotidades ou artistas.
. Deverão ser consideradas as necessidades de instalações para tradu-
ção simultànea e projeções de diferentes tipos.
O foyer - ante-sala da ârea de eventos -
é utilizado nas atividades co-
nhecidas como pre.function e nos intervalos das sessões (inscrições e distri-
buição de crachás e de material promocional, serviço de café, etc.). Ele deve
se comunicar diretamente com o lobby, no mesmo nível, ou através de esca-
das e/ou escadas rolantes quando em níveis diferentes, e deve ser acessível
diretamente a partir de âreas externas. Elevadores não devem ser meios de
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

@@o@ooo@o@o@

Legenda

ríì
t-/ Luminárias

! Grelha de insuflamento/retorno ar condicionado


@@ooo@@oooo@
@o@@@@oooo@@ o Sprinkler

tr Caixa acústica

acesso preferenciais, por não darem vazão adequada ao gÍande afluxo de


pessoas ao término dos eventos.
Os auditórios, quando existem, devem se interligar com as salas e salões
affavés do foyer, de modo que se possa integrar o conjunto de instalações
dedicado a eventos. Quando dotados de palco, camaÍins e outros requisitos,
podem funcionar como teatro. Nesses casos, é desejável que disponham, além
dofoyer de eventos, também defoyer próprio, interligado ao primeiro e com
acesso direto e independente a paítir da rua, podendo funcionar com autorìo-
mia em relaçào ao centro de eventos.
As instalações de serviço complementam as âreas de eventos, constituin-
do retaguarda indispensável à adequada opençáo das mesmas. Devem se inter-
ligar com as demais âreas de serwiço do hotel elocalizar-se, em relaçáo às salas
e salões, em posição oposta àdofoyer e à das áreas de circulação de público.
O depósito de móveis, destinado à guarda dos diferentes tipos de mó-
veis utilizados nos diferentes tipos de eventos, deve ter dimensões compatí-
veis e localizar-se tão próximo quanto possível, preferencialmente no mesmo
nível, das salas e dos salões. A proximidade se justifica em função da rapidez
com que a transformação das salas e dos salões tem que ser feita; no intervalo
de menos de uma hora é preciso alÍ,erar suas configurações, transformando-os
de auditórios ou salas de reuniões em um Iocal para banquete, por exemplo.
O PROJETC)

I
-*T----l- -Ì--
lll
Elevador€s llt
de seruço

Elevâdorês

de público
fr
Lobby Acesso
de público

Legenoa
Ctrculação de hóspedes

- - - Circulação de Íuncìonários

Administracão

Recepção
A recepção é responsár,el pelo registro e por um conjunto de atividades
de informação e controle dos hóspedes. Na recepção se estabelece o primeiro
contato do hóspede com o pessoal do hotel. Como já mencionado, ela deve
estar localizada em uma posição estratégica, ou seja, ser facilmente visível
desde a entada principal e permitir a total visualizaçã,o dos acessos às áreas
de hospedagem (corredores e/ou elevadores).
O balcão deve ser funcional, garantindo ao hóspecle conforto e acesso
às informações desejadas, e aos funcionários, as condições e os equipamentos
necessários à prestação de serwiços do mais elevado padrão. Ao lado da re-
cepção localizam-se os caixas, os cofres de segurança, o depósito de baga-
gens e, tão próximo quanto possível, as âreas administrativas de apoio e as
gerências de recepção e hospedagem.
i

I
I

I
L
't44 HOTËL: PLANEJAMENTO E PROJETO

O espaço em frente ao balcão deve ser dimensionado para acomodar


confortavelmente os hóspedes e seus acompanhantes durante o check-in e o
check-out. É preciso lembrar da presença freqüente de gftipos, que geram
uma considerâvel aglomeração nas proximidades do balcão.
A ârea da recepção deve se comunicar diretamente com a área de admi-
nistração do hotel.

Gerente de -T-- Admìnistração


hospedagem
I

t-l
tn
tt.l-
|-l
EêvddoÍ€s
I

i l-C"'d.l
Contro e / apartamento
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Balcão / recepção Balcão / caixas


l'".I

Hóspedes
Legenda
Circulaçáo de hóspedes
Circuièçáo de funcìonáÍios
- - -
-
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t,:..:
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&.-,,,1,,
o PROJETO 147

Áreas administrativas
As áreas destinadas à administraçã.o são geralmente definidas pela em-
pÍesa responsável pela operação do hotel. O diagrama funcional apresentado
corresponde às necessidades de âreas para a administração de um hotel de
gtande porte, a saber: reservas, cPD, centrul de segurança, vendas, gerência
de marketing, A&8, patrimônio, controller, etc., além das áreas de contabili-
dade, compras, pessoal, recÍutamento e seleção, treinamento. ambulatório
médico, posto bancário, etc.
É importante observar que as áreas da administraçáo podem seÍ agrupa-
das conforme seu relacionamento com hóspedes, público, fornecedores e fun-
cionários. Os diferentes grupos assim constituídos podem estar reunidos em um
único local ou ser separados em diferentes locais (ou pavimentos), respeitada a
acessibilidade das diferentes categorias de pessoas com as quais se relacionam
e garantida a ligaçáo, através de corredores, escadas e elevadores, entre eles e
as âreas de serviço, de recepção, públicas, sociais e de hospedagem.
os grupos segundo os quais pode ser dividida a adminLstração são:

' A gerência, que compreende a sala do gerente geral e de outros geren-


tes, conforme o caso, secÍetaria geral. salas de reuniões e espera. A
gerência deve ser acessível aos hóspedes, a pessoas de fora que neces-
sitem entrar em contato com a alta administração do hotel e aos fun-
cionários. As salas da gerência podem se situar no pavimento de entrada,
em mezanino ou nos pavimentos imediatamente superiores ou inferio-
res' O acesso dos hóspedes e do público externo às dependências da
gerência pode ser feito por escadas e pelos elevadores sociais. O acesso
dos funcionários deve se dar por escadas e elevadores de serviço.
' os setores de vendas, reservas e marketing, que apresentam Íequisi-
tos de localizaçáo semelhantes aos da gerência, tendo em vista os
contatos com público externo de nível social semelhante.
' Os setores de contabilidade e recursos humanos (recrutamento e sele-
çào, teinamento e administraçã.o de pessoal), que têm relações ape-
nas eventuais com público exteÍno. Esses setores podem sifuar-se em
outros pavimentos que não o térreo, porém com fácil acesso a party
de via pública, em função do recrutamento de funcionários.
' O setor de compras, que mantém muitos contatos com vendedores e
fornecedores, deve também estar estrategicamente localizado próxi-
mo à entada de serwiço.
' O setor de protocolo, que preferencialmente deve situar-se próximo à
entrada de serviço.
148 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo

. O ambulatório, que por exigência legal deve existir nos hotéis a pattir
de determinado porte' destina-se prioritariamente ao atendimento dos
funcionários, assim como a exames médicos que antecedema admissão
de funcionários. Sua localizaÇáo, pofianto, deve ser definida com base
nessa função. O ambulatório precisarâ dar atendimento a hóspedes em
caso de emergência. Por isso deve-se cogitar a possibilidade de colocá-
lo em um lugar facilmente acessível a funcionârios e hóspedes.
Deve-se considerar a importância de reduzir o número de entradas e,
conseqüentemente, o número de controles necessários, tendo em vista a pró-
pria eficiência do Contfole e a economia de instalações, equipamentos e' prin-
cipalmente, funcionários.

Engenharia e manutenção
O setor de engenharia e manutenção, subordinado à gerência de
patrimônio, recebe também pessoas de fora, mas relaciona-se predominante-
mente com o pessoal próprio de manutenção. Sua localização tem mais a ver
com as oficinas e o almoxarlfado. É importante que as âreas de controles
operacionais (CCO, central de segurança/som/TY, etc.) fiquem próximas ao
setor de engenharia.

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a"."-ço | | | Gerência I | 'eseruas/ | |
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Contole
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Entrada de
seruiço

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Legenda
c r.ulação de hóspedes
circu ação de Íuncionários
- - -
Circulação de público externo
-"......
---..--* c rculaçáo desejável, quando possivel
O PROJETO

Area oe servtço
íl

Acesso e instalações para empregados


o
acesso de empregados deve ser feito por uma entrada independente
e exclusiva, controlada 24horas por dia, na qual cada empregado é identifica-
do através de crachâ ou cartão magnético.
Na entrada, após a identificação, a maior parte dos funcionários recebe
uniforme e toalha de banho, toma banho e troca de roupa no vestiário, regis-
tra a entÍada (relógio de ponto) e dirige-se à sua ârea d,e trabalho. Na
saída, o
fluxo é inverso até a guarita de controle. Ali o funcionário pod,erá. passar por
uma revista, conforme rotina estabelecida pela administração.
Praticamente todos os empregados de um hotel, à exceção dos gerentes
e do pessoal da administração que não têm contato com o público, usam
uniformes. os vários tipos de uniformes devem estar disponíveis para as
dife-
rentes categorias de funcionários rogo após a entrada no edifício.
os uniformes podem ficar dobrados e dispostos em prateleiras em uma
sala especial, paru que a entrega aos funcionários seja feita atavés
de um
balcáo. outra forma de disposição dos uniformes adotada em alguns
, hotéis,
utiliza cabides devidamente identificados e protegidos poÍ capas com zíper.
Na entrada, o funcionário recebe seu cabide, dirige-se ao vestiário, e, após
vestir o uniforme , utiliza o mesmo cabide para coloc ar a roupa que acabou
de
tirar' que a seguir é pendurado no mesmo cabideiro onde originalmente
esta-
va o uniforme.
Essas duas formas de disposição dos uniformes repercute
nos vestiários.
No primeiro caso os vestiários precisam ter armârios individuais para cada
funcionário. No segundo, dispensam-se esses armários, com economia
de
espaço e de mobiltário, além de outras vantagens relacionadas
com seguranÇa
e controle. Apesar das vantagens dessa segunda alternativa, há nítida prefe-
rência dos funcionários pela solução com armários individuais,6 pelas
facilida-
des oferecidas para guarda de objetos pessoais (bolsas, sacolas, produtos
de
higiene e beleza, etc.).
Os sanitários e v.estiários para funcionários devem ser dimensionados
como indicado no capítulo correspondente, e no projeto dos mesmos
deve
ser observado o seguinte, conforme o caso:

' Os vestiários devem ser localizados tão próximo quanto possível da


entrada de funcionários.

Exigido pela Lei NR 24 - condições Gerais e de conforto nos locais de Trabalho


das Leis do Trabalho.
- consoÌidação

tL
1s0 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

. Os funcionários do hotel apresentam diferenças de qualificação e de


condição social, e? conseqüentemente, têm hábitos higiênicos distin-
tos. Em função disso, pode-se prever, particularmente nos hotéis de
maior porte, vestiários diferenciados para duas ou mais categorias de
funcionários. No entanto, vestiários únicos bem planejados e
dimensionados podem perfeitamente acolher empregados de condi-
ções sociais muito distintas, contribuindo para a convivência necessá-
fra a Lrína equipe de trabalho e pafa a elevaçáo geral dos padrões de
higiene.

O refeitório dos funcionários deve ser dimensionado conforme sugestão


no capítulo "Dimensionamento", observando-se também a NR 24.3 e/ot a
legislação municipal ou estadual específica. Sua localizaçáo deve levar em
consideraçào o fâcil acesso dos funcionários e também a proximidade e/ou
condições de comunicação com a cozinha onde estará sendo ptoduzida a
comida.
No projeto do refeitório devem ser considerados ainda os seguintes
aspectos:

. Espaços paraa formação de filas no acesso ao refeitório, de modo a


não obstruir os corredores,
. Adequada disposição e dimensionamento das instalações e dos equi-
pamentos para distribuição dos alimentos e lavagem de bandejas,lou-
ças e talheres.
. Localização do guichê paru a devolução debandejas, observando-se o
fluxo natural de saída das pessoas do refeitório-
As áreas para descanso e Iazer desttnam-se a proporcionar um local de
permanência dos funcionários nos intervalos e nas folgas, principalmente após
as refeições. Nos hotéis afastados das regiões centrais da cidade, onde os
tefíenos Costumam Ser grandes, As âteAs extefnas Cumprem em pafte eSSa
função, reduzindo a importância ou as dimensões desse tipo de ambiente em
recinto fechado. Nos hotéis caracteristicamente urbanos, uma sala para uso
dos funcionários torna-se indispensável no sentido de lhes proporcionar con-
forto e de evitar que, por falta de alternativas, eles venham a tef que ocupaf
outras âreas do hotel, causando inconveniências. Essa mesma sala pode funcio-
nar também como Local para treinamento.

Área de recebimento e triagem


Os hotéis são grandes receptores de uma enorme variedade de bens
destinados ao consumo dos hóspedes e demais freqüentadores das suas de-
O PROJETO

A
Legenda
ClÍculação de hóspedes
n
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Acesso de
- - - CifcuÌação de funcionáfios
funcionários
-

Restaurante Restaurantes Eventos

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- - - Circu âção de Íuncionários L-t
...'.... C rculação de público externo
Carga e
descarga
t)z HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

pendências e necessários à sua operação e à manutenção de suas instalações.


Todos os bens envolvendo alimentos e bebidas, produtos de higiene e limpe-
za, ttrateriais de manutenção, etc. devem passar por um primeiro controle
junto à via pública, na entrada de serwiço, antes de chegar à ârea de recebi-
mento propriamente dita. Nesta, todas as mercadorias passam por um segun-
do controle, mais completo e rigoroso, attavês de procedimentos variáveis,
antes de serem consideradas recebidas e encaminhadas para âreas específicas
de disposiçào e/ou
^rrl.azenagem.
A ârea de recebimento compreende:
. Area para estacionamento e manobra de caminhões ou uans.
. Plataforma paÍa descarga de gêneros alimentícios e outros produtos
de uso do hotel.
. Area exclusiva para a triagem de gêneros alimentícios.7
. Pequeno escritório ou poslo de controle.
. Compartimentos para lixo seco e càmaras frigoríficas para lixo úmido.
. Depósito para vasilhames.

A, ârea pata estacionamento de veículos de entrega de mercadorias e


coleta de lixo pode variar em função do tamanho e da \ocalizaçáo do hotel (e
do número de restaurantes e da ârea de eventos). Bla depende do número de
veículos que estacionam ao mesmo tempo no pátio e da freqüência com que é
feito o abastecimento e a remoção do lixo, que é mais espaçada e com veículos
provavelmente maiores em cidades pequenas ou em Iocalizações isoladas.
A ârea de recebimento, que inclui a ârea de estacionamento, deve ser
protegida por cobertura e ter pé-direito suficiente para possibilitar operações
de carga e descarga dos diversos tipos de produtos pelos diferentes tipos de
veículos comumente utilizados na cidade ou região em que se localiza o
hotel.
Na plataforma de carga e descarga deve ser prevista uma cabine ou um
posto de controle de entrada e saída de produtos, uma balança e uma ârea de
triagem onde todos os produtos que chegarem serão, conforme o caso, retira-
dos de suas embalagens, limpos e acondicionados em contêineres padroniza-
dos do hotel para serem transportados aos respectivos locais de armazenagem.
As fi'utas e as verduras serão devidamente higienizadas e transferidas païa
recipientes próprios antes de serem conduzidas para as cànaras frigoríficas.
Na plataforma de ce;rga e descarga deve haver nítida separaçã.o entre os fluxos
de alimentos e os de outras mercadorias. A ârea de remoção do lixo, com o
I

' Portaria número 6 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


O PROJETO
t)5

depósito de lixo seco e a càmara de lixo refrigerado, deve ficar afastada da


área de triagem de alimentos.

Armazenagem de alimentos e bebidas


A ârea de armazenagem de alimentos deve ter espaços separado s para
alimentos secos, refrigerados (câmaras com temp eratura entÍe 0 e 2 graus
Celsius pan alimentos frescos e entre 4 e 6 graus Celsius para vegetais e
legumes) e congelados (câmara com temperatura de
-20 graus Celsius para
armazenagem por tempo prolongado).
No planejamento e no projeto das âreas de armazenagem de alimentos
devem ser consideradas situações distintas, como por exemplo a de üma
única cozinha central e a de vârias cozinhas (principal mais as de terminação
de restaurantes e de banquetes) distribuídas pelo hotel, assim como as condi-
ções e os métodos de transporte de alimentos entre elas. Dependendo do
porte das diferentes cozinhas e das condições cle transporte, serão necessárias
áreas complementares de armazenagem imediatamente próximas às mesmas.
No item "Dimensionamento" são apresentados paràmetros para a distri-
buição percentual dos diferentes tipos de armazenagem de alimentos e bebi-
das.
A dimensão dessas ãreas é função não só do porte do hotel e da quan_
tidade de bares, restaurantes e instalações para eventos, mas da sualocahza-
ção, em face da freqüência e da confiabilidade do abastecimento.
Há no mercado càmaras frigoríficas modulares, constituídas de painéis pré-
fabricados revestidos de chapas meúlicas isoladas termicamente) que proporcio-
nam grande flexibilidade de tamanhos e de ananjos. É impoftante obselar que
o
piso das càmaras frigorÍficas deve estar no mesmo nível do da cozirúta, e que para
isso é necessário prever rebaixamento do piso para isolamento térmico.

Preparo de alimentos
A produção de alimentos em hotéis, particularmente nos hotéis de mé-
dio e grande portes, tem todas as características de um processo industrial de
produção, em que a qualidade, a confiabilidade, a eficiência e a economia são
fatores preponderantes. cozinhas bem-plane jadas edimensionadas, com equi-
pamentos modernos, são o primeiro requisito para a implantação de um pro-
cesso de produçáo adequado. Daí a necessidade de confiar o planejamento
do processo, o dimensionamento das instalações e a especificação dos equi-
pamentos a profissionais especializados.
Determinados critérios de planejamento e projeto para os serviços de
alimentaçáo em hotéis contribuem para racionalização e a eficiência dos
^
serviços e da mão'de-obra utilizada. A centralização é um deles. Em muitos
154 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

hotéis modefnos, parte significativa da armazenagem e do preparo de alimen-


tos é feita de maneira centralizada, o que oferece muitas vantagens em termos
de maiores escalas de operação e facilidade de controles, com utilização mais
eficiente dos equipamentos e do pessoal. Com a produção centralizada é
possível, por exemplo, estabelecer programas por meio dos quais o preparo
de alimentos que podem ser conservados sob condições especiais é antecipa-
do em dias e até em semanas, liberando espaço, equipamentos e mão-de-
obra para a produção daqueles itens que devem ser preparados imediatamente
antes de serem servidos.
Os itens produzidos antecipadamente em cozinhas centralizadas podem
abastecer outras cozinhas de apoio distribuídas pelo hotel. Para isso é preciso
haver facilidade de circulação horizontal e/ou vertical. Desde logo fica evi-
dente a conveniência de localizar restaurantes e bares no mesmo nível, com
as fespectivas cozinhas e âreas de apoio adjacentes à cozinha principal.
As cozinhas podem ser organizadas em setores ou em compartimentos
separados para o prepafo de diferentes tipos de alimentos (carnes, peixes,
verduras, pães e doces, etc.) Essa forma é recomendâvel porque, entre outras
vantagens, permite proporcionar condições de tempefatura e umidade ade-
quadas a cada tipo de alimento.
Por exigirem um complexo sistema de instalações (água quente e ftia,
vapor, gás, eletricidade, ventilação e exaustão forçadas, além de ar-condiciona-
do em determinados setores), são desejáveis pés-direitos (entre o piso e a base
das vigas no teto) suficientes pan permitir a disposição de coifas de exaustão e
de diferentes feixes de instalações. Por razões de higiene, é desejável a coloca-
ção de um forro que pfoporcione uma superfície tão lisa quanto possível.
Da mesma forma, as superfícies de pisos e paredes devem ser lisas,
resistentes e de fácil manutenção e limpeza. É necess^tia etenção especial ao
piso, que deve ser resistente ao ataque de produtos químicos , fâcil de limpar
e antiderrapante. Este último requisito é muito impoÍtante em face da inevitâ-
vel presença de resíduos de gordura. Outro cuidado a ser tomado tem a veï
com a drenagem do piso e a quantidade de grelhas necessárias para evitar ao
máximo a pÍesença de âreas molhadas (e com resíduos de gordura). Sua
interferência na estÍutufa deve ser antecipada no projeto, ou pof meio de
buracos nas lajes e nas vigas ou com enchimentos para a elevaçáo do piso,
com a instalação de telas pré-filtrantes de resíduos.
De modo geraI, as cozinhas contam com os seguintes setores:

' Cocção básica.


' Despensa e càmaras frigoríficas de uso diário.
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1 - Vestrános 11 -Bar
2 - Almoxarifado 1 2 - Controle

3 -WC 13-Vasihames
4 - Lixo 14 - Equ pamentos
5 - Câmaras frigoríficas 1 5 - ReÍeitórios

6 - Preparo 16 - Aquecedores / Caldeiras


7 - Padaria / conÍeitaria 17 - Marcenaria
1 8 - Cozinha de eventos
8-Pub
1 9 - Manutençáo

10 - Cozinhas 20 - Pátio descoberto


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I
HOTEL: PLANEJAMENTo E PROJETo

. Preparo de saladas e pratos finos (garde manger).


. Higienizaçáo (lavagem de panelas e utensílios).
' serviço de quarto (room seruice), que pode ser feito pela cozinha
principal ou por uma das demais cozinhas.
. Padafia e confeitaria.
' Preparo final.
. Bar central (bar de serviço, atende aos garçons).
. Sala da administração (chefe de cozinha).

Quando hâuma única cozinh^ central, ela exerce todas as funções men-
cionadas. Quando há outras cozinhas - terminais dos restaurantes
-, elas são
responsáveis pelo preparo final, e uma delas pode, eventualmente, ser desig-
nada para o room seruice. A cozinha de banquetes pode ser terminal, mas
costuma ser dimensionada e equipada apen s para a montagem dos pratos e
par^ o serwiço de distribuição dos alimentos preparados na cozinha principal.
cada cozinha deve contar com seu próprio setor de higienização.
Como as cozinhas são grandes consumidoras de energia elétrica, âgua
quente e fria, gâs, vapor, etc., a correta avaliaçáo do consumo de cada um
desses itens influencia significativamente o dimensionamento dos respectivos
sistemas, com seus equipamentos correspondentes.

Lavanderia / governança
Lavandeúas são instalações que requerem áreas relativamente grancles
e equipamentos custosos, Merecem, portanto, planejamento e projeto cuida-
dosos, sempre precedidos de estudo e/ou decisão relativos à conveniência ou
à possibilidade de terceirização dos serviços como alternativa à instalação de
lavandeúa própria. De porte variãvel, dependendo do tamanho e da diversi-
dade das instalações, as lavanderias de hotel têm sempre caÍacterísticas de
instalações industriais, e requeÍem a interwenção de especialistas para subsi-
diar os projetos de arquitetura e de instalações, o dimensionamento, o layout
e as especificações dos equipamentos.
Geralmente, as lavanderias de hotel apresentam setores operacionais
com características distintas: um destinado às roupas do hotel (roupa de cama,
banho e mesa), outro que cuida das roupas dos hóspedes, um terceiro desti-
nado a trabalhos de costura e, finalmente, um quafio setor onde são monta-
dos os carros que abastecem os apartamentos.
As roupas de cama e banho, as toalhas e os guardanapos devem chegar
através do duto de roupa, cuja prumada (localizada junto à rouparia dos
andares de hospedagem) deve condicionar a localizaçã.o da lavanderia nos
andares inferiores. No local correspondente à projeção do duto deve ser previsto
o PROJETO 159

um espaço pata a acumulação das roupas que vão sendo lançadas. Estas
precisam passar por uma triagem imediatamente, antes do transporte pata as
máquinas de lavagem. A existência do duto de roupas em hotéis verticais é
recomendável por poupar o uso dos elevadores de serviço, que são utilizados
apenas para o transporte das roupas dos hóspedes, pouco volumosas. Em
hotéis horizontais e naqueles onde nào hâ duto de roupas, estas chegam à
lavanderia em carros apropriados, e devem também contar com espaço pàrà
acumulação antes do início do processo de lavagem.
As roupas dos hóspedes devem ser manuseadas com mais cuidado. Elas
devem ser conduzidas à lavanderia acondicionadas em pequenos sacos, ou
envelopes plásticos, identificados individualmente. Como seu volume é pe-
queno, elas não repÍesentam sobrecarga nos elevadores de serviço.
Por conta da conveniência de se instalar dutos de roupas, a lavanderia
deve localrzar-se sempre abaixo dos andares de hospedagem, e preferencial-
mente abaixo também dos andares onde selocalizam os restaurantes, o refeitó-
rio de empregados e os locais de eventos. Na localizaçáo dalavanderia devem
ser consideradas ainda facilidades para ventilação, natural ou mecânica. Quan-
do localizada no subsolo, os requisitos de ventilação e exaustão são ainda mais
rigorosos, tendo em vista os equipamentos a gâs, que necessitam de ventilação
especial acoplada a um sistema de alarme em caso de vazamento.
Na lavanderia, o processamento das roupas é feito com a utlhzaçáo de um
conjunto de equipamentos: lavadoras extratoras, secadoras, lava-seco, tira-man-
chas, calandras e outros. As dimensões desses equipamentos, o calor gerado
por eles e as condições especiais de ventilação e exaustão exigidas determinam
pés-direitos altos o bastante para comportar as máquinas e as instalações e
proporcionar também condições ambientais satisfatórias pata o desenvolvimen-
to dos trabalhos, com condições razoáveis de conforto para os empregados.
Diferentemente da cozinha, na lavanderia náo é necessário forro.
Cuidados especiais devem ser tomados na escolha e na instalação dos
equipamentos por causa da vrbraçáo das lavadoras e extratoras; se não for
bem controlada, essa vibração pode afetar a estrutura do edifício. As bombas
de vácuo e os compressores, que integram o conjunto de equipamentos da
lavandert4 produzem muito ruído e devem ser cuidadosamente instalados em
local acusticamente isolado.
Outros cuidados dizem respeito à drenagem e ao sistema de esgoto,
que devem ser estudados e dimensionados para dar vazào à âgua e ao sabào
que as máquinas descarregam. Deve haver uma caixa de espuma , para inspe-
ção.

f"
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
160

Os controles de enffada e Saída de roupas, assim como de todo o pro-


cesso de lavagem, Secagem e acabamento final das mesmas é exefcido
por
uma chefia que deve dispof, dentfo da lavandefral de uma pequefla sàl^
envidraçada com Condições de conforto superiofes às reinantes no ambiente
gef2].

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'1
- Roupas de hósPedes e uniÍormes
2 - Expèdição
3 - Recepção
4 - calandra
5 - Lâvadoras extratoras
6 - Lavadoras
7 - Secadoras
8 - Tr aqem
I - Doblaoem
10 - Deoósito
1 1 - sala de máquìnas
12 - Arcondicionado
1 3 - costura

A governanç é responsável pela faxina e pela limpeza dos apanamen-


tos e das âreas sociais do hotel, pelas âreas de jardim interno e pelos
vasos'
Cabe
pelalavandeúa e pelo movimento das roupas de cama, mesa e banho'8
jatdi-
à governança planejàf , ofganizaf e contfolar o trabalho de camareiras,
neiros e demais empregados encafregados das tarefas necessárias
paralevat a
cabo os serviços sob sua responsabilidade'
o setor de governaÍrça, além da foLrparia dos andares de hospedagem,
deve contar com:

8 Vladir Vieira Duarte, oP. cir


O PROJETO 161

a Sala para chefia.


a Área administrativa, denominada sala de despacho, que pode estar
anexa ou adjacente à sala da chefia. Nela são centralizadas as informa-
ções sobre os apartamentos, sobre a entrada e a saída dos hóspedes e
os correspondentes serviços de Iimpeza e arrumaçáo.
Almoxarifado de materiais de limpeza, com espaço paÍa montagem e
estacionamento dos carros.
a Almoxarifado de produtos de higiene pessoal e correlatos.
o Depósito de camas e colchões, de berços e outros itens relacionados
com os apartamentos.
o Depósito de roupa limpa.
a Posto avançado de uniformes, que deve estar localizado o mais próxi-
mo possível dos vestiários de empregados.

út [.-;
flnospeoesl | |

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// Duto \\
Lavanderia - 1( de sula
roupa
))
\\ //

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L-4' \e'tços

tb"'d*'
oesery,(o I cr,uriu du I t

manutencao
I l___l

Despacho

I Deposito | | Depósito I
I roupa | | mateÍìal de I
I limpa | | limpeza I

Legenda
Circulaçãodefuncionários
- - -
162 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

Areas recreativas
As instalações recreativasvariammuito conforme alocalização, o tipo, o
padrào e o porte do hotel, não sendo possível tatâ-las de modo genérico
Em hotéis de cidade, particularmente os centrais, as âreas recreativas se
resumem, com maior freqüência a salas pan ginâstica, sauna e massagens, e
piscinas. Dependendo do núrnero de apafiamentos e do padrão do hotel,
esse conjunto de instalações assume as características de um bealtb club, ou
com salas equipadas com variados e sofisticados aparelhos de ginástica, dife-
rentes tipos de sauna, duchas, etc. A piscina, quase sempre com dimensões
reduzidas, pode ser externa ou interna (nesse caso, geralmente é climatizada).
Algumas outras instalações pata recreação presentes em hotéis centrais são
aquelas relacionadas com jogos de salão (baralho, bilhar, jogos eletrônicos,
etc.). Alguns hotéis dispõem ainda de quadras de squasb.
Em hotéis não-centrais, às instalações já mencionadas somam-se outras,
relacionadas principalmente com atividades esportivas. No Hotel Transamérica
São Paulo, por exemplo, há um pequeno campo de golfe. Por disporem de
maior ârea de terreno, é mais fácil encontrar piscinas externas nesses hotéis.
Mas é sobretudo nos hotéis de \azer, principalmente em sua forma mais
recente e complexa, o resort, que as âreas fecreativas são mais desenvolvidas

Legen0a
ai.ttll.,^ rla h^<norlo<
Circulação de funcionários
- - -
. ....... Circulação de público externo
-
- - - - - - · ..
... r~-,

167
O pROJE"fO

e d 1V . ersificadas. Além de praias, _


braços de mar e áreas à beira de lagos e
ue facilitam a recreaçao e a prática de esportes náuticos, os resorts,
epresaS , q . .
r .. temente locahzados em locats estratégicos do ponto de vista da paisa-
frequen .
oferecem ainda um grande conJunto de outras instalações para recrea-
g~:~ esportes destinado a diferentes faixas etárias: quadras, campos de golfe,
ça s aquáticos, marinas, trilhas para caminhadas, etc. Em alguns resorts,
Parqueiores e mais sof'tsttca. d os, sao
- t-ao grand es as areas
, ocupad as e tratad as
111
~ isticamente, e tão complexo e variado o conjunto de instalações recre-
p a1sag
. .
esportivas, que a patsagem natura1 ate, ch ega a perd er rmportancta.
. " .
auvas e
a de equipamentos
Are As áreas de equipq.mentos correspondem às instalações centrais dos
sistemas de instalações normalmente presentes em hotéis.
diversos

..-----.,0 B-- '":'""·ri·


Manuteno;Ao:
- Elétri<a
-H id r~uh<a
I
__ L _________ .J
I

- Tapeçaria 1 ,_....__ __,


- Carpintaria
- Pintura I Chefe de
I- - - - - - - - - manutenção
I
Central 1 Central de
telefónica - ~ - - Agua gelada
I
I
I
Cabine de I
mediçao 1- - i - - Caldeiras
I
I

t-iAq~~l
I
I
Subestação _..L__ Grupos
elétrica 1 geradores
I
I
I Tanque
1--- de óleo
I combustlvel
I
I
. I
Reservatóno 1- _ _ _ _ Bombas de
de Agua recalque

Legenda
_ _ _ Circulaç~o de funcion~rios

. f nc·tonal 11 .· manutenção e equipamentos.


Dtagrama u
,.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
176

• Registro das últimas miln aberturas ou das aberturas ocorridas durante


a ocupação pelo mesmo hóspede. .
• Cartões programáveis com hora, data de vahdade e turnos de horário.
• Possibilidade de preparar check-in antecipado para grupos.

Sistema de gerenciamento hoteleiro (hotel management system)


Este sistema destina-se ao controle administrativo e operacional,
informatizado, das seguintes áreas: reservas, guest history file, hospedagem,
controladoria, marketing, suprimentos, contabilidade, folha de pagamento, etc.

,, Instalações hidráulico-sanitárias

Sistema de água fria


Dependendo do tipo e da complexidade das instalações do hotel, costu-
i
ma-se adotar, para o cálculo de consumo variável de água fria, entre SOO e 2
I· mil litros/apto./dia. Em qualquer caso, adota-se reserva total para dois dias de
I· consumo, considerando-se a máxima ocupação.
; j

A água fria é utilizada para alimentar banheiros, cozinhas, copas, tornei-


ras de lavagem, equipamentos da lavanderia, torres de resfriamento, caldeiras,
piscinas, e para repor as perdas por evaporação. Na maioria dos casos a
alimentação é feita diretamente pela rede pública da concessionária local, e
muitas vezes são utilizados poços artesianos.
Na distribuição das colunas de água, localizadas nos shajts, haverá uma
prumada para cada dois sanitários de apartamentos, sendo as colunas de
serviço, que alimentam as cozinhas e a lavanderia, independentes.
Normalmente, os reservatórios possuem as seguintes capacidades:
• Reservatórios superiores: 1/3 do consumo diário.
• Reservatórios inferiores: 2/3 do consumo diário, mais capacidade para
completar a reserva para dois dias.

Sistema de água quente


A água quente é utilizada nos seguintes locais:

• Apartamentos (chuveiros, lavatório e bidê): água a 50 graus Celsius.



• Vestiários (chuveiros): água a 50 graus Celsius.
• Cozinhas (pias): água a 50 graus Celsius.

" O registro da última abertura varia conforme o fabricante.

h
oPfloJETO 177
• cozinhas (alguns equipamentos): água a 70
· ( · graus Celsius
Lavandena equtpamentos): água a 70
• graus Celsius.

Normalmente, o sistema de água quente·mtcta-se.. no reservat, .


. de água clorada, de onde descem duas linhas d , . , ono supe-
nor - d " e agua fna ate os equipa-
entos de geraçao e agua quente.
m uma, das linhas
,
destina-se à geração de água
quente a 50 graus Celsius
e a outra a de ·agua
h
quente a 70 graus Celsius que será utill'zad
1 . ' 'f'
a espec1 tca-
mente nas cozm as e na avandena.
Para maior conforto do hóspede deve-se prever um ststema · d e Circula-
.
ção de água quente a 50 graus Celsius em todas as colunas , para retorno aos
geradores de calor por meio de grupo de bombas dimensionadas para aten-
der às perdas de calor ao longo do sistema, garantindo 0 fornecimento a
todos os pontos de consumo com água à temperatura ideal, em período infe-
rior a 15 segundos.
Os equipamentos de geração de água quente (boilers caldeiras
' '
termoacumuladores, etc.) .
e o tipo de combustível (gás natural ' GLP, eletricida-
de, óleo diesel, BPF, etc.) devem ser definidos caso a caso por um especialista,
em função da localização, das características, do tamanho do hotel e das
restrições com relação ao meio ambiente.

Sistema de esgoto sanitário


O sistema deverá ser projetado visando:

• Permitir rápido escoamento dos esgotos sanitários e fácil desobstrução.


• Vedar a passagem de gases e animais para o interior das edificações
através da tubulação.
• Evitar vazamentos, escapamento de gases e formação de depósito no
interior da tubulação.
• Impedir a poluição da água potável e do meio ambiente.
O sistema de coleta de esgotos, na maioria dos casos, trabalha inteira-
mente por gravidade. Os esgotos dos apartamentos são coletados por ramais
de esgoto e ramais de descarga conectados aos tubos de queda, instalados
nos shafts.
Os tubos de queda dos apartamentos reúnem-se no p~v~ento técnico
de transição das tubulações (imediatamente abaixo do p~tmelr~ andar ~e
hospedagem) em dutos de descida (sbajts) principais. Os dejetos sao despeJa-
dos em CaiXas
. de inspeção.
,. ...,.. .,.

HOTEL: PLANEJAMENTO E PRQ


JE'ro
j
l.. .
I
lI i
~' .
1.' '
I
11s

,
~
Da mesma ,orm '
riores _ terreo e su
Os esgotos
_ t
bsolo - sao co1e a
.
das cozinhas e a
. d
direc1ona os res
d ·nstalações localizadas nos níveis Í"'"
a os efluentes as 1
dos e lançados em
.
catxas de
.
mspeção
d lavanderia devem ser coletados em linh
'l!e,

pectivamente a uma caixa de remoção de gorct


.
.
as
u,
independentes e _ d na antes do lançamento nas catxas de inspeçà
de retençao e esput • o.
ra e a outra I'10ha coleta e direciona todos os esgotos, preferencial,
Finalmente, uma -
. d , de pública; na falta desta, a uma estaçao de trata,
mente por gravtda e, a re
menta de esgotos - ETE.
Sistema de ar-condicionado e ventilação

0
sistema de ar-condicionado e ventilação tem por objetivo o estabeleci,
menta de condições de conforto em todas as dependências sociais do hotel,
além dos apartamentos. Esse sistema deve garantir também condições ade,
quadas de temperatura e umidade relativa e/ou a renovação do ar nas depen-
dências destinadas ao armazenamento de produtos, às áreas de serviço e às
áreas de apoio ao pessoal de manutenção e operação do hotel.
Nos apartamentos, o hóspede deverá ter condições de estabelecer a
temperatura e a velocidade do ar desejadas por meio dos controles dos con-
dicionadores de ar, que devem ser independentes.
Geralmente, as demais dependências do hotel atendidas pelo sistema
de ar-condicionado têm a temperatura interna ajustada somente pelo pessoal
de operação e manutenção.
No projeto dos sistemas de ar-condicionado e ventilação é fundamental
levar em consideração os problemas relacionados com o ruído, a vibração e a
manutenção, além do consumo de energia e a confiabilidade dos sistemas.
O princípio de funcionamento de qualquer sistema de ar-condicionado
é transferir calor de um local para outro através dos equipamentos projetados
para esse fim. No verão transfere-se calor dos recintos para o exterior. No
inverno, ou faz-se o oposto ou gera-se calor (por meio de aquecimento elétri-
co ou de algum tipo de combustível) para aquecer os recintos.
Quem remove o calor dos recintos no verão e fornece calor no inverno
são os condicionadores de ar. Como seu papel é transferir calor, existem condi-
cionadores que, de forma autônoma, transferem esse calor ao exterior. São os
chamados condicionadores self-contained, que vão desde os pequenos condi-
cionadores do tipo individual (de janela), que beneficiam um único recinto
(com até cerca de 50 metros quadrados), até condicionadores de maior porte,
para grandes recintos (com até cerca de 500 metros quadrados). Os condiciona-
dores de tnaior porte normalmente necessitam de dutos para distribuição do ar-
condicionado.
opROJEí0 179

Nos hotéis econôrrúcos


_
com até oitenta apartament
. .
d .das ,
os e re UZI
. .
areas soarus
m a utilizaçao de condictonadores de ar individ .
é cornu . . UalS em cada apartamento e
·onadores do upo self-contatned de maior porte , ..
coodic1 . _ . nas areas soaais.
uma das conftguraçoes tnats adotadas em hot ,. d 'd'
. , . eis e me IO e grande
porte utiliza resfnadores de agua (chillers) acionados p or compressores d o
tipO centrífugo ou para~so (menos ruidosos), ou do tipo alternativo. Os cbillers
resfriam a água que ahmenta condicionadores de ar fan-coil instalados nos i 1

locais beneficiados. B~~bas de circulação e torres de resfriamento de água


(equipamento que reJeita o calor removido para 0 exterior) completam 0
sistema.
Os equipamentos centrais (ruidosos) devem localizar-se em áreas afas-
tadas dos locais que recebem hóspedes, principalmente dos apartamentos,
salões de convenções, restaurantes, salas de reunião, etc.
As torres de resfriamento, sempre que possível, devem ser instaladas em
área externa, afastada tanto quanto possível do hotel, ou na sua cobertura.
Os condicionadores de ar que atendem às áreas sociais, os ventiladores,
os exaustores da cozinha, da lavanderia e dos banheiros dos apartamentos
deverão estar localizados, se possível, em áreas chamadas técnicas (andar de
transição, torres de circulação vertical, subsolo, etc.) e agrupados para facilitar
a manutenção e o controle de ruído e vibração.
Todos os equipatnentos e a tubulação devem ser apoiados em suportes
antivibratórios, para que não haja transmissão das vibrações à estrutura, o que
implicaria no desconforto de hóspedes, visitantes e empregados de áreas ad-
ministrativas.
Um tipo mais recente de condicionamento de ar para apartamentos é o
que utiliza uma única unidade para rejeição do calor removido dos recintos
para o exterior (unidade condensadora) interligada a várias (até dez) unida-
des que beneficiam os recintos (unidades evaporadoras). Tubulações de gás
frigorígeno interligam a unidade condensadora às evaporadoras.
Uma das vantagens desse sistema· e, que se conseguem aJ·ustes indivi-
duais
· de temperatura em cada apartamento. Esse st·stema é chamado de VRV
(vazão de refrigerante variável).

Sistema de proteção contra incêndios


- alarme de incêndio já men-
Para complementar o sistema de detecçao e d ~
c· . :nrinklers deve aten er as
lonado, o projeto dos sistemas de htdrantes e Sr . " . d
no d NFPA e também as extgenoas o
rmas do corpo de bombeiros local, a '
lRB, para garantir a tnáxima redução do prêmio de seguro.
180 HOTEL: PLANEJAM
ENro e PRo
Jflo
Hidrantes, sprink/ers e extintores
Nonnalmente, a rede de hidrantes e sprinklers é pressurizada
conjunto de bombas .e uma bomba auxilia~ (bom~ajockey), todos co~or Utn
ção própria de energta para manter a pressao do SIStema. &era,
Os bicos dos sprinklers devem ser instalados nos apartamentos
demais áreas do hotel, com exceção dos sanitários e dos compartimento e nas
abriguem alta-tensão e líquidos inflamáveis. s que
Os hidrantes serão instalados em pontos estratégicos, em todos os an
res, com sinalização adequada, de modo a permitir cobertura total das , da,
· areas
do hotel.
A quantidade e a localização dos extintores (água e CO) deverão obe,
decer às exigências do corpo de bombeiros local.
As coifas das cozinhas deverão ser protegidas com sistemas modulares
de extinção por co2.

Pressurização das escadas de emergência


O sistema de pressurização das escadas de emergência, que pode subs,
tituir a solução convencional de antecâmara e duto de fumaça, consiste basi-
camente em ventilador alimentado por dois motores (um motor operante e
,,
j;: outro de reserva) ligados ao sistema de energia de emergência, redes de dutos
r e grelhas de insuflação, filtros para ar externo e dampers.
Na condição normal de operação, o ventilador funciona 24 horas por
dia, e em situação de emergência, através da eco, sua rotação é aumentada
para atender à vazão do ar.
O ventilador poderá ser instalado em uma casa de máquinas localizada
em pavimento inferior e deverá insuflar o ar na caixa de escada através de
sbaft em alvenaria e grelhas. A captação do ar é feita através de tomada de ar
externo, constituída por veneziana e filtros.
O escape de ar do ambiente é feito através de frestas, aberturas (portas
corta-fogo) e damper de alívio, localizado no topo da caixa de escada.
I
I
Brigada de combate a incêndios
L
i· A eficiência do sistema de prevenção e combate a incêndios do hotel
,,
I'

i dependerá da criação de uma brigada de incêndio devidamente treinada e



'J; equipada para atender qualquer anormalidade e orientar os hóspedes em
caso de emergência.
Sistema de refrigeração
r Este sistema atende tanto às câmaras frigoríficas como aos balcões refri-

I l.I'

gerados localizados nas diversas áreas de alimentos e bebidas do hotel.
oPlloJ~o
181
Corn 0 objetivo de facilitar a operação e a manuten - d .
mo a centralização dos equipamentos qu e prod uzem çao ,d
o ststema, bem
co ressores e condensadores devem ser instai d rut os e vibrações, os
cofllP , . a os em uma casa de máqui-
s propna.
oa A inter1·1gaçao - ent re a central e as câmar
as e os b alcõe , f, . .
ulação de cobre (barras rígidas)- a tubul _ d se etta por meto
de tub , açao e gá r .d
. tema é isolada aos pares com poliuretano prot .d s e tqut o de cada
s1s .. eg1 o por alumínio liso
As temperaturas ut11lZadas nas câmaras f · 'f· _ ·
ngon tcas sao as seguintes:

Carne Qoc
Peixes Qoc
Frutas e verduras 60(
Saladas preparadas 4 0(
Uso diário preparado 40(
Congelados -18°(
Lixo úmido 0°(
Bebidas 4 0(
Balcões frigorfficos 40(

ELABORAÇÃO DO PROGRAMA

O programa de um hotel abrange uma quantidade variável, mas sempre


numerosa, de itens, e sua versão completa e definitiva quase nunca pode ser
elaborada num único lance.
A montagem do programa se inicia pela decisão inicial do segmento de
mercado que se quer atingir, e, conseqüentemente, do tipo e da categoria
pretendidos. O número de apartamentos vem logo a seguir, dependendo do
mercado hoteleiro local e das conclusões do estudo de viabilidade, da área do
terreno (quando este já existe) e também dos recursos financeiros que se
pretende investir.
As decisões seguintes ocorrem por abordagens sucessivas, a partir de
um programa básico. Este deve conter uma série de definições de natureza
operacional e uma relação, a mais completa possível, das dependências e dos
serviços que a ·experiência indica como necessários para o hotel pretendido
em determinada localização e para determinada condição de mercado.
A esse programa básico acrescentam-se ou dele são suprimidos itens em
~ de fatores diversos entre os quais a análise cuida dosa dos mvesttmen-
funçao · ·
tos e das expectativas de 'receita correspondentes a ca da Item.
· Asslm,
· como
exemplo, o aprofundamento do perfil do hóspede-alvo é importante para
HOTEL: PLANEJAMENTO E p
ROJETo
182 •
terminadas instalações e servtços. Por sua vez
. l . no programa d e d . 'o
para me utr d 1 1de implantação e as suas tmediações p d
· detalhado o oca o e
conheetmento . _ do número e do tipo de restaurantes e ba
.. a deternunaçao res
ser dec1s1vo para b ·mentos similares existentes e com os quais '
d em vista os esta e1ect , . . os
ten o b do hotel irão concorrer. O propno parttdo arquitetônico
restaurantes e ares - d
. b'l' instalações e serviços que nao constavam a relação ini-
sugere ou vta 1 tza . .
. básico vai sendo progresstvamente aJustado atravé
cial. Asstm, o programa , s
'd
da cons1 eraçao- dos fatores que vão se apresentando
, ao longo
. . _do penado em
que 0 hotel vai sendo projetado e const~ído, ate sua deftn~ç:o final, que só
acontece com a aproxl·mação da conclusao das obras. Dee1soes quanto aos
temas a serem adorados para os restaurantes, e suas respectivas decorações,
por exemplo, ou quanto ao arranjo final dos escritórios da administração, são
quase sempre tomadas quando as obras se encontram em estado bastante
avançado.
De modo a orientar a montagem de programas para hotéis em geral,
apresentamos nas páginas seguintes uma relação de áreas e funções que
abrange todos os setores que compõem hotéis de diferentes tipos e naturezas.
Essa relação, por ser bastante completa, é útil particularmente na montagem
do programa básico de um hotel determinado, de modo a torná-lo o mais
completo e próximo possível do programa definitivo.
Antes da seleção de áreas e funções, determinadas decisões de caráter
operacional devem ser tomadas pelo dono do empreendimento. Essas deci-
sões devem ser orientadas, sempre que possível, por quem irá operar o futuro
hotel, a quem caberá a responsabilidade final sobre o sucesso ou insucesso
do empreendimento.
Essas decisões de caráter operacional relacionam-se com:
• Estacionamento de veículos: coberto ou descoberto, operado por
manobristas ou pelo próprio hóspede.
• Transporte de bagagem: com ou sem carregadores, por elevadores
sociais ou de serviço.
• Room service: sim, não, 24 horas, tempo parcial.
• Apartamentos: tipo e dimensão das camas, com ou sem frigobar, corn
banheira e box, só box ou só banheira, com ou sem bidê, com ou sern
terraço, critério de distribuição das portas de intercomunicação.
• Fechaduras: mecânica ou cartão magnético.
• Acesso aos apartamentos: com ou sem controle com ou sem detector
~e pr~se~ça, tipo de controle remoto das instala~ões nos apartamentos
(ilummaçao, som, 1V, condicionador de ar, acionamento de cortinas}

....
183

• d...lre d e h ospedagem: andare s especiais tipo VlP, bloqueto . d as


...a . d · e le vadores nesses e em outros andar · , · d e d.tstn-
.
p:tr.l~ . . es, cntenos
but. :i de dife re ntes categonas.de apartamentos nos andares, servtços .
d m rd mo e m andares selecionados .
• R upas de cama e banho: trocas diárias ou periódicas .
• R upa5 d e h óspedes: oferta ou não desse tipo d e serviço.
t ifOportante ressaltar a relevância de um programa cuidadosamente ela-
~· tendo e m vista a natureza altament~ co~petitiva do ramo da hotelaria,
rL~ é e levado e no qual o dinhetro investido em cada item do
(11l que 0 .
dev corresponde r a uma recetta dentro dos parâmetros estabeleci-
~esrudo d e viabilidade. Esse cuidado, a ser tomado desde a fase inicial
<i:ópe
elabofa _ o d o pro grama b astco,
' . d eve se estender às etapas seguintes, duran-
I
detodo 0 processo d e complementação e defmição final do programa.
te N4l rela ào de a, reas e fu nçoes
- apresentad a a seguir, cada item pode ser i
~ ~lftead com o imprescindível, desejável ou dispensável, dependendo do I I
c;aso. Com classifica ção são estabelecidas prioridades para a seleção dos I
''
itffiS aplicá eis e a e liminação dos demais. 'l
\

q u dros 9 e 10 apresentam, com o intuito de ilustrar a diversidade de


program , listas de hotéis no Brasil e no exterior com o ~úmero de aparta- I
men . bar , restaurantes, áreas de- eventos e de recreaçao.

çAO OE ÁREAS E FUNÇ CES


' i

~ OE HOSPEDAGEM

AndaH:tpo de hospedagem
• Hal dos elevadores de serviço
• Roupana e WC do andar
• liaS dos elevadores de hóspedes
.,
• C•~ •
I

• Apartamentos stm ples J

• Sructos
I
'
I
• Sut es samptes
• Suites espectaiS
'\
• ~e Pfe'Sidenaa\ \
• ~rtamentos dúplex ' \
\

~~ PflNJStos para os apartamentos e suítes


· ~

• cabo
• C~Of d ar ind1v1dual
HOTEL: PLANEJAMENTQ E
184
PRoJero

• Condicionador de ar central
• Sprinkler no apartamento
• Sprinkler nos corredores do andar
• Detector de fumaça
• Agua quente
• Canais de som
• Telefone interno
• Telefone externo
• Room service
• Troca diária de roupa de cama
• Troca diária de roupa de banho
• Serviço de mordomo no andar

ÁREAS SOCIAIS

Lobby
:.- •
._,.·
·Portaria (bel/ captain)
• Atendimento
---· • Mensageiro
• Correio
• Sanitários masculino e feminino
• Telefones públicos
• Telefones
• Chamadas internas

Front office
J~ Balcão de recepção
./• Concierge ( informações, espetáculos, tours, etc.)
• Caixas
• Cofres de segurança
{ /'• Depósito de bagagem ---) -' /'
(/ ~ Área de apoio e mensageiros--------- ·
-' • Sala do gerente de recepção
• Sala do gerente de crédito
• Sala de espera e secretária
, • Sala do CPD
• Sala dos analistas do CPD
• Sala do control/er
• Sanitário

J Áreas de estar
j • Salas de estar
• Salas de leitura
. _/ • Sala de TV
V• Salão de exposições
185

0 ~JEfO I' f . .
m sanitários mascu 1n0 e em1n1no
c~laS VIP. co
J 'p
antes e bares
Restaur
p·ano-bar
• ' rante de luxo
, Restau , .
taurante ttptco 1
, ReS .
• Restaurante tiptco 2
• coffee shop .
• Restaurante infanttl
• sar da piscina
LobbY bar
: Night club e respectivas instalações
• Salão de chá
, Salas de almoço privativas

Area de eventos
, Foyer
, sanitários masculino e feminino
, Chapelaria
, Telefones públicos
, Áreas de apoio a eventos
• Área de vendas de eventos
• Salão nobre
• Salas de reunião
• Cabine de som e projeção
• Cabines de tradução simultilnea
• Área de exposições
• Depósito de móveis

Auditório/teatro
• Bilheteria
• Foyer
• Sanitários masculino e feminino
' Sala de som e projeção
' Cabines de tradução simultanea
' Camarins masculino e feminino
' Platéia
• Palco
• Depósito de móveis

Area comercial
Lojas
• Floricultura
• Jornais e revistas vi
• Bombonniere t.. /
HOTEL: PLANEJAMENTO E P"o
" JETo

186

• Tabacaria
• Agência de turismo
/:• Aluguel de carros .
/ . Loja de artigos mas~~llnos
t/• Loja de artigos femrnrnos
/ . Artigos infantis
/. Artigos esportivos
/. Joalheria
I} Galeria de arte
vJ Artigos regionai.s
I . Agência bancána
,/. Loja de artesana\o
JC ó·íJ c.\ \_ 1::; Q{ ê~
EscritÓrios de aluguel
• Secretaria
• Central de comunicações
• Central de reproduções
• Salas de reunião
• Sanitários masculino e feminino
• Copa de apoio

ÁREA DA ADMINISTRAÇÃO
v-. Recrutamento e seleção de pessoal
f/ • Ambulatório médico
V. Departamento de pessoal
• Agência bancária
• Seção de compras
v. Contabilidade
v. Setor de reservas
v. Salas da gerência (geral, A&B, patrimônio, contra/ler, etc.)
V. Salas de reunião
v• 5ecretana .
v• 5anrt' árros
'
v. Departamento de marketing
~ Departamento de vendas
• Salas de treinamento de pessoal
v ·
• Sala de segurança

ÁREA DE SERVIÇOS

Entrada e portaria
ti. Portaria de serviço
tti ••
Controle de funcionários
Relógio de ponto
J Segurança
• Protocolo
oPROJffO
tiário e sanitário masculinos 187
I' ves . á . f ..
·ário e sanrt no emrnrnos
/, VeStI .
• tiário do staff masculino
/' ves ff f ..
'.. V stiário do sta emrnrno
l· • e f . á.
/ Rouparia dos uncron nos
[/ I f , á.
./·, Refeitório dos unoon nos
/ , Sala de descanso
>

Area de recebimento
, Doca de carga e descarga
, controle de recebimento
, Area de triagem
, Balança
, Depósito de vasilhames
, Depósito de lixo seco
• Câmara frigorffica de lixo úmido

Armazenamento
• Almoxarifado de alimentos
• Almoxarifado de bebidas
• Adega climatizada

Área de pré-preparo
• Area de pré-preparo de alimentos
• Câmara frigorffica (carnes)
• Câmara frigorífica (peixes)
• Câmara frigorffica (congelados)
• Câmara frigorífica (frutas e verduras)
• Câmara frigorffica (laticínios)

Cozinha principal
V. Câmaras frigoríficas de uso diário
• Área de cocção básica
• Preparo de saladas e sobremesas
• Padaria e confeitaria
• Higienização de panelas
• Controle do room service
' Higienização de louças
' Área de distribuição
' Cozinhas terminais
' Bar central
• Caixas

•' sEscritório
. . do chefe de cozinha
an,tános do pessoal de cozinha
HOTEL: PLANEJAMENTO E
188 PROJETo

cozinha de banquetes
• Glmaras frigorfficas
• Fritadeiras e fornos
• Higienização
• Carros-estufas
• Área de montagem de pratos
• Área de lavagem de louças
• Depósito de louças, cristais e prataria
• Área de distribuição de pratos

Cozinha de apoio
• Cozinha terminal
• camaras frigorificas (uso diário}
• Higienização de louças e panelas
• Controle

Almoxarifado
• Controle
• Panos, pratarias, louças, cristais
• Material de limpeza
• Material de consumo dos hóspedes
• Material de manutenção
• Material de escritório
• Móveis e estofados
• Cortinas e carpetes
• Máquinas e ferramentas

Lavanderia e governança

/ecebimento
/ • Duto de roupa suja
• Área de recebimento e triagem

;.avanderia
J Lavadoras/extratoras
/ , • Secadoras
/ • Calandra
~:·'é Máquinas de passar
V • Sala de costura
V./ Estacionamento de carrinhos

~Í Depósito de roupa limpa
(! • •
I
Sala do chefe da lavanderia
t./ • Equipamento de vácuo e ar comprimido

Governança
J
; J• Sala do chefe de governança
tJ • Depósito de material de limpeza
0 PROJETO

Areas de manutenção 189

• Chefe da manutenção
• Almoxarifado de manutenção
• Refrigeração
• Hidráulica
• Elétrica
• Marcenaria
• Estofados
• Jardinagem
• Funilaria
• Pintura
• Reparos

ÁREA DOS EQUIPAMENTOS

Sistema de água
• Reservatório inferior
• Poço profundo
• Casa de bombas
• Reservatório superior
• Estação de tratamento de água
• Tratamento de água das piscinas

Sistema de esgotos
• Estação de tratamento de esgotos
• Estação elevatória de esgotos

Caldeiras
• Baixa pressão
• Alta pressão
• Agua quente

Sistema de ar-condicionado
• Central de água gelada
• Torres de resfriamento
• Condicionadores de ar
• Exaustores

Combustíveis
• Tanques de óleo diesel
• Central de gás
• Tanque de gasolina
HOTEL: PLANEJAMENTQ E P"
"OJETo
' 190

I Grupo gerador de emergência

Sistema de energia elétrica


• Sala dos transformadores
I

• Cabines de medição
• Salas dos quadros elétricos

Sistemas eletrônicos
• Central telefónica
• Sala das telefonistas
• Sanitário e sala de descanso
• Central de som
• Central BIP
• Circuito fechado de TV
• Sala do CPD
• Central de controle operacional dos sistemas (CCO)

ÁREAS DE RECREAÇÃO

Fisioterapia/Ginástica
• Controle
/. Sauna seca, sauna a vapor
• Ducha escocesa
t/• Ducha circular
• Chuveiros especiais
• Turbilhão
• Piscina de água ozonizada
0 Aparelhos de ginástica
• Sala de estar e bar
• Bar da sauna
• Mecanoterapia
V• Massagens
• Repouso

Anexo da fisioterapia
• Barbearia
• Cabeleireiro
• Salão de beleza
• Bar
• Sanitário e vestiário masculinos e femininos

Esportes
,...,·~ Controle e rouparia
J • Parque aquático
• Piscina para adultos
V • Piscina infantil
• Bar molhado
of'lloJf'TO
j, vestiáriOS e sanitários masculinos e femininos 191

• ouadra de s~u~sh
ouadra de tenrs
/ . ouadra poliesportiva
~ : campo de golfe (ou minigolfe)
, outros ( oe VJ't 6~
./ c·l,. I

JogOS
• Salão de jogos
~ , Salão de jogos infantis
./ • Salão de bilhar
./ • Jogos eletrônicos

I/ cassino e respectivas instalações

Parques e Jardins
• Minizoológico
V• Bosque
• Cavalariça

Esportes náuticos
/; • Marina e respectivas instalações
v • Aluguel de equipamentos náuticos
~ • Ancoradouro de barcos

TRANSPORTES
V, Controle do estacionamento
0 Sala dos manobristas
1 ~ Sanitário dos manobristas

[, • Terminal de ônibus
• Heliponto
dependendo do numero de apê,
enquadrar com os exemplos
HOTEL: PLANEJAMENTO E PRO
JETo
198

DIMENSIONAMENTO
. d. . ento mais importante de qualquer estabeleci~
O ttem de. unens10nam
, 'mero de apartamentos Cou de unidades
menta
. . hoteletro,
. que e _o nu mente designados apartamentos e suítes)
habttactonats, UH, como sao comu 0 , d ,
deve ser estabelecido mediante estudo de mercado. nume~o. e apartamen~
. · 1f er inicialmente defmtdo nesse e t
r' tos é invariavelmente o pnnetpa ator a s s u~
do e dele ·derivam direta ou indiretamente quase todos os requisitos
pr~gramáticos e dimensionais das áreas e das instalações que cOinpõem o
I.

I,,
empreendimento hoteleiro.
No entanto, diante das grandes variações que ocorrem nas característi-
l
cas e nas áreas de hotéis de tipos diferentes (e até mesmo no caso de hotéis
de um mesmo tipo), é difícil estabelecer parâmetros universais que permitam,
a partir de um único dado básico como, por exemplo, o número de aparta-
mentos, dimensionar precisa e convenientemente todas as dependências do
hotel.
Os parâmetros disponíveis em outras publicações e os aqui apresenta-
dos derivam de observações e levantamentos efetuados em hotéis de diferen-
tes categorias e representam valores médios observados. Por essa razão, esses
parâmetros devem ser utilizados apenas como referências iniciais nas etapas
de planejamento, no dimensionamento geral e no dimensionamento das di~
versas dependências do hotel. Nas etapas subseqüentes do projeto são neces~
sárias análises particulares para a adequação desses parâmetros às características
especiais de cada empreendimento. Essas análises devem levar em considera-
ção o tipo, o porte, a localização, a categoria, o segmento do mercado a que
se destina, as exigências da operadora, a legislação local e quaisquer outros
aspectos que, em cada caso, apresentem relevância.

DIMENSIONAMENTO GERAL

. Conforme mencionado, a partir do número de apartamentos é possível


esttmar alguns conjuntos de áreas, assim como a provável área total construída
de hotéis de diferentes categorias.
O quadro 12 apresenta, para hotéis de padrão econômico, médio e
su~erior, variações de valores em metros quadrados e em porcentagens sobre
a area total construída, para áreas de apartamentos e para os setores de hos~
pedagem, social e de serviços.
opttoJffO
199
pR012
QIJ.A rtVA PRELIMINAR DE ÁREAS
EsrtNIA

~~e:Ss----------------------------;P~:::=~-------------------
p.reas Econômico
adrão de hotel
-------.=-;---------------~~~~~----~M:é~d~i:o~------~~~~~
rtarnentos 17 a 2 5 m2 Superior .
25 30 2
p..pa d 25 a 35 m2 a m 30 a 35 m2
Andar-tipo e 35 a 45 m2
dagem I apto. 45 a 55 m2
hOspe tal construi'da I apt o. *
30 a 45m2
Area to 45 a 65m2
hospedagem I área 80 a 85% 65 a 85 mz
I Area de
totaI
construída
· ·
70 a 80%
60 a 75%
úblicas e sooa1s 1 3 a 10%
Areas P 10a15%
otal construída 10a15%
área t . .
de serv1çolarea tota 1 3 a 10%
Areas 10a15%
construída 10a15%

~:o~a:p:a~rt~a~m~.e~n~t~o~o~u~d~a----~C~o~m~p~re:e:n:d~e~a=s~á:re~a=s~d~o~q-u_a_rt-------.-----------------
·dade habitaoonal (UH) bulo de entrada do armá . do propnamente dito, do vestí-
unl ' no e o banheiro in 1 ·
das paredes correspondent · c us1ve as áreas
es.
Area bruta do apartamento Inclui a área do apartamento .
d mais as áreas de corredores
h
esca as, a/Is de elevadores s . . d . •
. d OClals e e serviço rouparia e
areas e paredes Corresponde , á '
· a rea total do andar t.1 d
hospedagem divid. d . - PO e
I a pelo numero de apartamentos conti-
d as no an d ar.
Area de hospedagem Corresponde à soma das áreas brut d
as os apartamentos de
todos os andares de hospedagem do hotel.
Areas sociais Abrange as áreas freqüentadas por hóspedes e visitantes do
hotel: /obby, bares e restaurantes, áreas d e reun1ao
·- e even-
tos, fisioterapia, etc.
Areas de serviço Corresponde ao conjunto das demais áreas necessárias ao
funcionamento do hotel: administração, cozinhas, lavande-
ria, áreas de manutenção e equipamentos e áreas para fun-
cionários .

• Excluídas as áreas de garagem.


Fontes: w. A. Rutes e R. H. Penner, Hotel Planning and Design (Whitney Library of Design/
watson-Gruptill Publications: Nova York, 1985).
David Lord Tuch, Dimensionamento das áreas de um hotel (São Paulo: SENAC, 1994).
Pesquisa e levantamento de áreas de hotéis brasileiros realizada pelos autores.

Conforme já cotnentado, os números apresentados podem ser tomados


como referência para o ditnensionatnento prelitninar dos três conjuntos de
HOTEL: PLANEJAMENTO EPROJETO
200

áreas do hotel, assim como para estimar a área total a ser construída a partir do
número de unidades habitacionais.
Valores muito discrepantes dos apresentados podem ser encontrados em
hotéis similares em função de características peculiares. Por exemplo, um hotel
com ênfase em eventos pode apresentar uma participação percentual maior
de áreas sociais, independentemente de seu padrão. Da mesma forma, em um •
hotel superluxuoso, com predominância de suítes, a participação das áreas de
hospedagem pode apresentar valores percentuais próximos aos valores carac-
terísticos dos hotéis de padrão econômico.
No quadro 13 são apresentados valores médios para diferentes áreas do
hotel, em termos de metros quadrados por apartamento, para os mesmos
padrões econômico, médio e superior.

QUADR013
ÁREAS MÉDIAS DE DIFERENTES SETORES DO HOTEL (M 1/APTO.)

Setores do hotel Padrão do hotel

Econômico Médio Superior

1 Area de hospedagem 25 a 35 35 a 45 45 a 55

2 Lobby 0,5 a 0,6 0,6 a 1 1 a 1,5

3 Bares e restaurantes 0,5 a 1,5 1 a 2,5 2 a 3,5

4 Eventos Oa3 3a4 4a6

5 Administração 0,5 a 1 0,5 a 1,5 1,5 a 2

6 Preparo de alimentos 0,6 a 1 1 a 1, 5: 1,5 a 2

7 Recebimento e armazenamento 0,5 a 0,7 0,7 a 1 1a2


1
8 Areas para funcionários 0,5 a 0,7 0,7 a 1 1 a 1,5

9 Lavanderia e governança 1 1 a 1,5 1,5 a 2

10 Engenharia I manutenção 0,6 a 1 1a2 2


11 Outras áreas sociais Oa4 4a7
Total do hotel 30a45 45a65 65a85

Fontes: W. A. ~utes ~R. _H. Penner, Hotel Planning and Design (Whitney Libra of Desi n/
Watson-Grupt1ll Publ1cat1ons: Nova York, 1985). ry g
David ~ord Tuch, Dimensionamento das áre~s de u:n hotel (São Paulo: SENAC, 1994).
Pesqu1sa e levantamento de áreas de hoté1s brasileiros realizada pelos autores.
o~~ ~
DIMENSIONAMENTO DO ANDAR-TIPO DE HOSPEDAGEM

A área de hospedagem
..
representa de 60 a 85
.
d J

por cento a area total de


otel. consequentemente, sua Importância é est t
urtl h
J • •

. . ra egtca para um proJeto


a d eq uado· '
qualquer econorrua .
obttda na solução da á rea d e h ospedagem tem
e•cet'to direto sobre a economta
. geral do empreendimento. Seu p IaneJamento
.
eovoIve um numeroso conJunto .de fatores ' como tipo d o h ote,1 Ioca I'tzaçao, -
~f'l1ensões e forma do terreno, vtstas e panoramas desfrutJavets,
d.lJ." . re1açao
_ entre
a d1·mensão do andar e a altura. do edifício distâncias a serem percorn'das
J ' ·

pelos hóspedes
. _ e pelas camarerras, numero . " e posição d e escad as para aten-
der à Iegtslaçao de segurança contra tncendios, possibilidades de futuras ex-
pansões' efeitos do vento sobre a estrutura ' insolação, efeitos d o postctonamen
· · to
das prumadas de elevadores de hóspedes e de serviço sobre os pavimentos.
A dimensão total do andar-tipo de hospedagem é, portanto, função de:
• Número de unidades habitacionais por andar.
• Configuração do andar.
• Dimensões das unidades habitacionais.
• Dimensões dos corredores.
• Dimensão dos postos de serviço.
• Número de escadas.
• Número de elevadores sociais.
• Número de elevadores de serviço.

Número de apartamentos por andar

Por razões operacionais, o número médio de apartamentos-tipo por


andar deve ser em múltiplos de doze em hotéis de padrão mais elevado, de
catorze a dezesseis em hotéis de padrão médio e dezoito em hotéis de menor
padrão, de modo a garantir serviço de limpeza e atendimento eficiente de
uma única camareira para cada doze, dezesseis ou dezoito unidades. Desvios
em relação a esses números implicam em super ou subutilização das camarei-
ras, com prejuízo da qualidade e da eficiência dos serviços e/ou custos
operacionais maiores.
Configuração do andar

Diferentes configurações de andar-tipo determinam relações de áreas e


de custos de construção distintos.
As configurações básicas apresentadas nos diagramas de relações
correspondem a alguns tipos mais comuns. Dependendo da configuração, há
HOTEL: PLANEJAMENTO E PR
202 OJETQ

. - nas relaçoes
vanaçao - entre a area
, o cupada pelos
. apartamentos
. . ,. . e a a"rea total
do andar. A configuração que proporciona mats eftctencta para essa relação
da ordem de 0,75, é aquela em que os apartamentos são dispostos dos doi~
lados de um corredor central. No caso em que os apartamentos se distribuem
apenas de um lado do corredor, encontram-se valores menores para essa
mesma relação, que variam entre 0,60 e 0,65.
Outras variações que também podem ser verificadas nos vários tipos de
construção de andar-tipo de hospedagem são as que relacionam o perímetro
do andar com a soma das larguras dos apartamentos do andar.• 2 Nesse caso,
há nítida vantagem das configurações circulares nas quais o produto da divi-
são do perímetro do andar pela soma das larguras dos apartamentos é próxi-
ma de 1. Em todas as outras configurações o valor correspondente é superior a
1,50, chegando, no pior caso, aos apartamentos de apenas um lado de um
corredor, a alcançar o valor de 2,50, ou mais.
Conclui-se que, a menos que haja fortes razões para tanto, devem ser
evitadas, quando se busca economia, configurações de andar-tipo com quar-
tos dispostos apenas de um lado do corredor. Soluções mais compactas, de
menor perímetro, que conciliem maior participação percentual da área de
apartamentos sobre a área do andar são mais recomendáveis.
Soluções com átrio contribuem para valorizar e diferenciar o hotel pela
grandiosidade que proporciona aos espaços internos, mas implicam gastos
adicionais com acréscimo de áreas de circulação e tratamentos especiais do
espaço (gradis, floreiras, iluminação, ar-condicionado, etc.).
Independentemente da configuração, deve-se observar que não é eco-
nômico incluir mais escadas e postos de serviço do que o necessário, nem
acrescentar mais quartos ao andar se isso significar mais necessidade de
escadas.

u por estarem suJeaos· · , mtemp


as · é nes - contra :1
. e arcarem com a responsabilidade de proteçao
um•'d a d e, o ca Ior e os ru1dos
' produzidos externamente, os planos verticais externos ' que
correspondem às fachadas, são os mais caros.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PRO
JETo
206

Dimensões dos apartamentos


Conforme indicado no quadro 12, as áreas líquidas dos apartamentos
variam, em média, entre o lilnite inferior de 17 metros quadrados nos hotéis
de categoria econômica até 35 metros quadrados nos hotéis de padrão supe-
rior. Este último número não contempla suítes ou casos excepcionais, que
constituem desvios dos padrões tnais comuns.
Apartamentos ou unidades habitacionais são constituídos por quarto,
banheiro e utn vestíbulo de entrada. Em alguns casos, como nos hotéis de
lazer ou em locais de clima e vista privilegiados tambétn há terraços.
As dimensões dos quartos variam dependendo do tipo e do padrão do
hotel e, ainda, em função do tamanho, da posição e da quantidade de camas.
As dimensões dos banheiros também variam em função do padrão, mas prin-
cipalmente da existência de banheira e box, apenas banheira ou apenas box.
A presença de bidês, comum nos hotéis brasileiros de alto padrão, não é usual
em muitos países, independentemente do padrão do hotel. Quanto aos terra-
ços, nos casos em que seja conveniente sua adoção, as dimensões devem ser
tais que permitam acomodar cadeiras e/ou espreguiçadeiras, além de uma
mesa pequena.
É necessário prever, em cada hotel, um determinado número de aparta-
mentos destinados a portadores de deficiências físicas. A Embratur recomen-
da que 2% dos apartamentos apresentem características adequadas ao
atendimento desse tipo de pessoas. As características especiais e as dimen-
sões desses apartamentos estão tratadas no item "Áreas de hospedagem".
Os quartos podem ter uma única cama, duas ou mais, em casos especiais.
Em hotéis urbanos são mais comuns quartos com uma ou duas camas. Quando
as camas forem mais estreitas, os quartos podem ser destinados a uma pessoa.
É o caso dos apartamentos conhecidos como simples, de solteiro, single ou
studío. Os de camas mais largas podem ser ocupados por casais e assumem
nomes diferentes em diferentes hotéis, geralmente associados ao tipo de cama.
Os quartos com duas camas, conhecidos como du pios, assumem também no-
mes diferenciados em função das camas ou por razões de marketing.
Suítes são unidades mais complexas que dispõem de mais espaço e
contêm, no mínimo, mais um ambiente, geralmente de estar. Podem apresen-
tar ainda outros ambientes, para reuniões ou trabalho. Suítes maiores podem
associar dois ou mais apartamentos servidos por a"rea s comuns, d e estar, reu -
nião e trabalho.
A proporção entre os diferentes tipos de apartamento deve ser detenni-
nada por estudos de mercado e/ou com base na e xpenencta
. ,. . d a empresa
oPfiOJETO
207
·rá operar o hotel. Em hotéis centrais pred .
que I , . ommam os homens de ne ó-
. como hospedes. Com base nisso, pode-se d'. . g
c10 . . aec10nar o planejamento do
hotel para apartamentos do tipo Simples ou de solte·. N
no. o entanto devem
ser consideradas mudanças de uso nos finais de semana ou d 'd fl ' -
. d d 1 . _ evi o a utuaçoes
sazonats, quan o po e 1aver a.lt:I açao radical no perfil dos hóspedes, o
ue recomenda cautela na prevtsao de um número 1 d d
q . . . e eva o e a partamen-
tos para uso mdivtdual. Por essa razão, e também pelas oportunidades de
negócios representadas
. por
, pacotes~ .turísticos , que indu em 11osped agem, e
por grupos de VIagens,. ~a. preferencia por apartamentos que proporcionem
flexibilidade. Essa flextbthdade vem sendo traduzida pela adoção generali-
zada de apartamentos standard, que combinam quartos com camas de casal
e quartos com duas camas, que podem ser ocupados indistintamente por
duas pessoas solteiras ou por casais. Embora algumas cadeias e alguns ho-
téis adotem comprimentos ligeiramente diferentes para quartos com uma ou
duas camas, a tendência predominante é a de adotar quartos com dimen-
sões iguais, com flexibilidade de uso.
As dimensões apresentadas e comentadas a seguir referem-se ao tipo pre-
dominante de configuração do apartamento e de posicionamento do mobi-
liário fixo e móvel nos mesmos, adotado por praticamente todas as cadeias
internacionais em todos os tipos e padrões de hotéis. Nessa configuração, o
vestíbulo de entrada tem, de um lado, o armário e, do outro, a porta de acesso
ao banheiro. No quatto, as camas são dispostas perpendicularmente à parede
divisória entre dois quattos. Na parede oposta a essa localiza-se um móvel (que
pode ser uma cômoda com a televisão apoiada sobre o tampo ou um armário
que concilie a função de cômoda e gabinete para o aparelho de 1V) ou uma
mesa de "trabalho, com espaço para circulação entre esta e a cama. Em alguns
casos, quando por razões diversas os quartos são estreitos, o armário é localiza-
do no próprio quatto, junto à parede do banheiro. A desvantagem ~essa solu-
ção é que além de menos funcional, ela requer quartos mais compndos.
De 'maneira· geral recomen d a-se a ad oça-o• em quartos de hotéis de
qualquer padrão, da la~gura mínima de 3,30 metros ent.re as ~aredes, que
corresponde ao comprimento da cama mais 0 espaço de ctrculaçao, da ordet~
d 8 ~ da (ou mesa de trabalho), CUJa
e O centímetros entre a cama e a como
profundidade é de, 50 centímetros. Qualquer acréscimo na largura represe~~a
comendável que conctha
um ganho considerável em conforto. A largura re ' , d d
~ - de fachada) e que e a ota a
conlorto com economia (vãos de lajes, extensao . d 3 80
.
Por praticamente todas as cadeias internactOnat ·s é de aproxuna amente ,
' , . .
1n . - prefenvel aumentai o compn-
etros. Quando se desejam quartos maiOres e f'
me . estar, trabalho ou para um soa-
nto, o que proporciona mator espaço para
208 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo

cama, que entre outras vantagens permite acomodar mais uma pessoa. Lar
ras maiores que 3,80 metros pouco contribuem para a melhoria da qual'dgu-
t ade

e do conforto do quarto.
Nas ilustrações que seguem são apresentadas plantas de apartamen
de hotéis de padrão econômico, médio e superior, com indicação das res tos
· d' - pec-
ttvas tmensoes.

2
Área total: 22,10 m
Área liquida (sem paredes e shaft): 20,1 5 m2
Área do vestlbulo com armário: 3,55 m2
Área do quarto: 14,50 m2
2
Área do banheiro: 2,1 O m

Escala gráfica

o 4

partamento de padrão econômico.

-5.20

Área total: 23,60 m2


Área liquida (sem paredes e shaft): 19,15 m2
Área do vestlbulo com armário: 1,85 m2
Área do quarto: 14,95 m2
Área do banheiro: 2,35 m2

Escala gráfica

() 2 3 5

Apartamento de padrão econômico.


HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETo
212

No quadro a seguu·. sa-o apresentadas as dimensões de camas mais ca-


muns nos hotéis.

QUADR014
TIPOS E DIMENSÕES DE CAMAS

Tipos de camas Dimensões


Twin 1 x 2m
Twin especial 1,15x2m
Double 1,30 x 2m
Queen 1,50 X 2 OU 1,60 X 2 m
Califórnia king 1,80 x 2m
King 2 x2 m

Dimensões dos corredores

No dimensionamento dos corredores deve-se observar a legislação de


segurança, 13 combinando larguras capazes de garantir eficiente escoamento
dos hóspedes, em caso de pânico, com escadas adequadamente posicionadas.
Além de segurança, é igualmente importante proporcionar condições
de conforto aos hóspedes, evitando percursos muito longos entre os aparta-
mentos e os elevadores.
De maneira geral, em hotéis de padrão inferior, desde que atendam à
legislação de segurança, são aceitáveis corredores com largura entre 1,20 metro
e 1,40 metro. Em hotéis de padrão mais elevado adotatn-se geralmente de
1,80 a 2 metros, quando se tem paredes e portas alinhadas, ou de 1,50 me~ro
a 1,80 metro, quando as portas são recuadas. Essas medidas representam
médias comumente adotadas, mas devem ser analisadas caso a caso. É preciso
também pensar nos corredores que, além de atender à segurança, devem ter
largura confortável, compatível com seu comprimento.
Número e largura de escadas

Como regra geral, as escadas devem proporcionar aos hóspedes todas


as condições de segurança. Devem ter dimensões suficientes características
'
adequadas e estar posicionadas de modo a atender rigorosamente os códigos

13
O código de obras do município de São Paulo determina, para qualquer espaço de circulação
coletiva (em qualquer edificação com mais de 250 metros quadrados de área construída) a largura
mínima de 1,20 m. Esses espaços de circulação coletiva devem ser constituídos por módulos
com 0,30 m, e sua largura final determinada em função da população a ser retirada e da distân-
cia a ser percorrida até um ponto de saída ou até um espaço coletivo protegido.

--·------ -
O PROJETO 213

de segurança locais. Na falta ou insuficiência destes, devem atender às normas


internacionais.
É recomendável prever pelo menos duas escadas por andar, preferen-
ciahnente, por razões de segurança, nas extremidades dos corredores. Quan-
do não for o caso de uma terceira escada, é recomendável que uma das duas
seja posicionada próximo à área de serviços do andar, adotando-se cuidados
que garantam a segurança indispensável aos hóspedes. A quantidade total de
escadas deve ser determinada em função de cálculos de população e da capa-
cidade de escoamento das escadas, ou seja, a soma das suas respectivas largu-
ras. Essa quantidade é determinada ainda em função das dimensões do andar,
das distâncias a serem percorridas e da altura da edificação.
A NBR 9077, de maio de 1993, estabelece para o cálculo da largura das
escadas a fórmula N=P/C, onde:
N é o número de unidades de passagem, com largura de 0,55 m;
P é a população, calculada à base de uma pessoa para cada 15 metros
quadrados de área do próprio pavimento mais a soma das áreas de todos os
pavimentos que o antecedem, considerando-se o sentido de saída;
C é a capacidade de escoamento da soma das unidades de passagem,
q u e, no caso de escadas, é de 45 pessoas por unidade.
A largura mínima das escadas, em qualquer caso, deve ser de 1,10 metro,
excetuando-se locais onde é prevista a passagem de macas.
QUADR015
NÚMERO DE ESCADAS EM HOTÉIS EM RELAÇÃO ÀS
D ISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS
Tipo de Especificação Sem chuveiros automáticos Com chuveiros automáticos
edificação
Escada única Mais de uma Escada única Mais de uma
escada escada
Edificação em Edificaç~o com 10m 20m 25m 35m
que a estrutura e
propagação do entrepisos
fogo é fácil. combustiveis.
Edificaç~o com Edificação com 20m 30m 35m 45 m
mediana estrutura
resistência ao resistente ao
fogo. fogo, mas com
pavimentos que
permitem fácil
propagação.
Edificaç~o em Edificação com 40m 50 m 55 m 65 m
que a estrutura
propagaç~o do resistente ao
fogo é dificil. fogo e
isolamento entre
os pavimentos.

Fonte: NBR 9077 - Sardas de emergência em edifícios - Procedimentos.


- - - -- - - -- . -
O PROJETO
215
Elevadores de hóspedes e de serviço

Número de elevadores

conveniente instalar elevadores sempre que 0 hóspede tenha que


É
subir mais de um pavimento desde o lobby ou da área de estaci~namento até
0 apartamento.

A determinação do número de elevadores de hóspedes é função de um


conjunto de fatores como: padrões de serviço, capacidade e velocidade dos
carros, número de apartamentos por andar e número de andares, pico de
hóspedes e não-hóspedes, presença de áreas de eventos e outras áreas públi-
cas que demandem serviço de elevadores, etc. Em cada caso é necessário
estudar e dimensionar cuidadosamente o sistema completo de transporte ver-
tical de hóspedes e demais freqüentadores das dependências públicas do
hotel, no qual se inserem os elevadores.
Para efeito de estimativa preliminar do número de elevadores, com base
nos elevadores instalados em hotéis no Brasil e no exterior, podem-se adotar
as quantidades indicadas no quadro abaixo:
QUADR017
NÚMERO APROXIMADO DE ELEVADORES NECESSÁRIOS

Tamanho do hotel Número de elevadores Número de elevadores de


(Número de apartamentos) sociais serviço 15
200 apartamentos (5 andares) 2

400 apartamentos ( 1O a 20 andares) 4a5 2a3

600 apartamentos (1 5 a 25 andares) 5a6 3a4

800 apartamentos (20 a 30 andares) 7a8 5a6

Hotel and resorts: p!anning, design and refurbishment (Oxford:


Fonte: Fred Lawson, . f' 1 · número de
1995) Dados numéricos extrardos de gra ICO que re aCiona
Pre~s~ero d~
.
Archltectural
apartamentos, nu andares e número de elevadores sociais e de serviço instalados.

,
0 Quadro 18 apresenta o numero de apartamentos e de elevadores
sociais e de serviço em alguns hotéis.

so de o hotel possuir um único elevador de serviço e


1\ Deve-se atentar para o fato de que, no ca . , e recorrer aos elevadores
ser necessário para-lo para manutençao, 0 estabelecimento tera qu ã
, -
empre que possível,
sociais, 0 que comprometera• o padrao- d.o atenclimento· Por essa raz o, s
deve haver mais de um elevador de serv1ço.
O PROJETO
217

Dependendo da magnitude e da disposição das áreas públicas e de


serviço que demandam elevadores, podem ser previstos elevadores ou mon~
ta-cargas para atender exclusivamente aos andares inferiores.
Hall de elevadores de hóspedes
As dimensões do hall de elevadores de hóspedes nos andares de hospe~
dagem podern sofrer grandes variações, dependendo da configuração do an~
dar' do nú 1n ero e d o arranJO
. do grupo de elevadores e/ou do destaque
pretendido para esse set or especta
· 1 d o and ar, pcnto o bngatono
· , · d e passagem
dos hóspedes. As larguras mínimas recomendadas são:
• Para elevadores posicionados em linha, o hall deve ser aproximada~
mente um terço mais largo do que os corredores adjacentes.
• Para grupos de elevadores posicionados frente a frente, ele deve ter
3,50 metros.

Dimensionamento das áreas de serviço do andar de hospedagem

A área de serviços do andar de hospedagem compreende: o hal/ dos


elevadores de serviço, a rouparia e um pequeno banheiro para as camareiras
e para o pessoal que realiza serviços no andar.
Hall de elevadores de serviço
É recomendável que o hall de elevadores seja pelo menos um terço
mais largo que os corredores que lhe dão acesso. É necessário considerar, no
projeto, a tnovimentação, através do hall e do acesso aos elevadores, de peças
de dimensões relativamente grandes, como camas e colchões. É necessário
prever ainda, no próprio hall ou em área contígua, espaço para estaciona-
mento de alguns carros vinculados ao serviço de quartos (roam service) sem
prejudicar a livre circulação de pessoas e de outros carros de serviço. Esse
espaço adicional evita o estacionamento temporário de carros ou bandejas
nos corredores enquanto se aguarda sua remoção definitiva dos andares de
hospedagem. Quando circulam, esses carros (que se transformam em mesas
circulares quando montados) têm 0,60 metro de largura por 1,10 metro de
comprimento, e a altura normal das mesas. É recomendável prever o estacio-
namento de um desses carros para cada doze apartamentos, no hall de servi-
ço ou próximo dele.
Rouparia
A rouparia deve ser um compartimento fechado, anexo ao hall dos
elevadores de serviço. Seu espaço deve ser dimensionado para comportar,

- - --- - - --
218
HOTEL: PLANEJAMENTQ E
PROJEl'o
cada conjunto de doze, catorze, dezesseis ou dezoito apartamentos, confo
0~: ~

• Espaço para camareira, com mesa de 0,60 x 1,20 metro, com apro)ri,_
· 'Uoa,
damente 2 metros quadrados.
• Duas prateleiras de 0,30 x 0,90 x 1,80 metro, para estoque de produtos
de higiene pessoal e de beleza (sabonetes, xampus, papel higiênic
o,
toucas para banho, etc.).
• Espaço para dois carros de roupa de 0,60 x 0,80 x 1,80 metro.
• Espaço para dois carros de arrumação de 0,50 x 1,30 x 1,20 metro.
• Espaço para circulação (de 20 a 25 por cento da área total da rouparia).
• Espaço para duto de roupa, com diâmetro mínimo de 0,62 metro.l6

Banheiro

O banheiro de serviço do andar de hospedagem (apenas um por andar)


pode ter dimensões mínimas, para acomodar lavatório e bacia sanitária.

DIMENSIONAMENTO DAS ÁREAS PÚBLICAS E SOCIAIS

Lobby

Conforme já mencionado, o lobby é, ao lado dos apartamentos, a área


mais importante do hotel, na medida em que contribui decisivamente para
fixar no hóspede a imagem pretendida do hotel. Grandiosidade, aconchego,
luxo, conforto, agitação, tranqüilidade são impressões que o hóspede registra
nas suas passagens pelo lobby. E muito dessa impressão é associada às dimen-
sões do mesmo.
Um lobby grande, por exemplo, pode dar ao hóspede e ao visitante a
sensação de estar em um hotel maior do que ele realmente é. Por outro lado,
um lobby pequeno, independentemente do número de apartamentos que 0
hotel possa tert pode passar a impressão de aconchego e conforto.
De alguma forma, as dimensões dos lobbies devem estar relacionadas
com o tamanho do hotel, principalmente com o número de apartamentos.
Assim, para efeito de planejamento e projeto, podem ser adotados os seguin-
tes parâmetros de dimensionamento de lobbies:
• Lobbies pequenos: até 0,5 metro quadrado por apartamento.
• Lobbies moderados: entre 0,5 e 1 metro quadrado por apartamento.
• Lobbies grandes: mais de 1 metro quadrado por apartamento.

6
' O duto de roupa pode, alternativamente, estar localizado no ba/1 dos elevadores de serviço.
O PROJETO 219

Os pa~metros ac.ima referem-se, exclusivamente a áreas de lobby, ficando


'das as areas destmadas a recepção 1 · b
exc 1ut ,. _ ,.. ' OJas, ares, restaurantes e outros.
Nos hote1s de padrao economico predomm·a , d. d
m os menores m 1ces e
rnetro quadrado de lobby por apartamento. Índices mais altos são mais fre-
üentes nos hotéis de padrão superior.
q A localização de algumas áreas públicas do hotel, como as destinadas a lojas,
.,.._,c;: restaurantes e co.ffeeshop, por exemplo pro'virY\......
b ;.:u t' . das
"""'' , ..n.uu.a,.:, 0 u a e mesmo assOCia

ao lobby, podem ampliar significativamente a sensação de espaço disponível.


Independentemente do tipo e do tamanho do hotel, o lobby pode ser
considerado um espaço público ao qual as pessoas têm livre acesso. É o
ponto de referência do hotel e o centro de articulação entre as diversas áreas
funcionais (re~e~ção, administração) com a área de hospedagem e as áreas
públicas e soc1a1s (salas de estar, áreas de eventos, business center, lojas, ba-
res, restaurantes, etc.).
Balcão de recepção

O dimensionamento do balcão de recepção deve levar em considera-


ção:

• O número de apartamentos do hotel.


• O padrão do hotel, em termos da qualidade de serviços pretendida.
• A distribuição das chegadas e partidas de hóspedes, particularmente
os períodos de pico.
• A presença de grupos.
• O tempo médio de permanência dos hóspedes.
• Os equipamentos a serem utilizados.

O balcão de recepção deve ter aproximadamente 1,05 metro de altura.


observando que cada caso requer consideração das particularidades do hotel,
Walter A. Rutes e Richard H. Penner recomendam módulos de 1,80 metro para
registro e caixa, sendo dois módulos para os primeiros 150 apartamentos, mais
um módulo para cada cem apartamentos adicionais, além de um posto de
informações e correspondência para cada seiscentos quartos ou fraçã0. 17
Para Fred Lawson, em hotéis que possuem entre cem e duzentos aparta-
mentos, são necessárias uma ou duas posições de atendimento para o registro
de hóspedes (check-in) e outras tantas para a liberação na saída (check-out).
Em hotéis maiores, .o número de posições pode mais do que dobrar. Os

W. A. Rutes e R. H. Penner, Hotel Planning and D esigrz (Nova York: Whitney Library of Design/
Watson-Gruptill Publications, 1985).
HOTEL: PLANEJAMENTO e PROJETO

~ . de balcão em relação ao número de apartamentos, ain~


220
.
compnmentos tlptcos n seriam aproximadamente os m . d'tcados abatX.o.ts
.
da segundo Fred LaWso •

QUADR019 _ -
COMPRIMENTO DE BALCÕES DE RECEPÇAO EM RELAÇAO
AO NÚMERO DE APARTAMENTOS

De 100 a 150 De 200 a 250 De 300 a 400


Número de apartamentos 50
4,50m 7,50m 10,50 m
Comprimento dos balcões 3m
2-3 3-4 4-5
Posições de atendimento 1-2

Para efeito de comparação, no Rules & Regulations dos produtos Sleep


Inn, Comfort Inn e Quality Inn, a cadeia Choice estabelece o comprimento
mínimo de 3,60 metros para hotéis de até 120 apartamentos, com acréscimo
de cerca de 0,30 metro para cada dez apartamentos adicionais, até o limite
máximo de 6 metros.
A ilustração que segue apresenta uma seção típica de balcão de recep-
ção e área de trabalho associada. r------r.mpo
i
--Vidto

Supottt par•IKW<fo

\
I I
í
\
I

I l
I
I
Corte 1 Corte 2 Corte 3
Escaninhos Impressora e armârio de papel Posiçao de computador e gavetas
\
~
M!ffiijiffi@.tj.§ffli@I$.J4JI

Bares e restaurantes

f Os hotéis . costumam
. ser defin'd
1 os como estabelecimentos públicos que

o erecem dOls servtços básicos: acomodação e a l'unentaçao - Ainda


. que servt-.
ços completos de alimentação - . . ·
beb'd ~ . c . possam nao extstlr, algum tipo de alimento e
1 a e, a ngor, o.erectdo aos hóspedes.

Hotéis econômicos podem limit .


itens como café da ma - ar os servtços de alimentos e bebidas a
n11a, 1anc11es ou at ~
venda de sanduíches e bebidas. e mesmo a uma simples máquina de

" Fred Lawson, notei


u
and Resorts: Plannin Dest
Press, 1995). g, gn and Refurbishment (Oxford: The Architectural
O p~OJETO
221
o mais comum, no entanto é haver pelo men , d'
, , . os um restaurante a tspo-
· -a0 dos hospedes e do pubhco externo Muitos hot ' ' d ,
stÇ · ets com e1eva o numero
de apartamentos, de padrão médio e superior, dispõem de mais de um restau-
como forma de reter os hósped f ..
rante es e requentadores de eventos nas
dependências do hotel por mais tempo Ale' rn do rna· , · b
, · IS, esse negocto, se em
administrado, pode ser rentavel. De qualquer forma, pode ser mais interessan-
te ao hotel ter um n~Inero maior de restaurantes pequenos do que um único
restaurante com ~u.ttos lugares. Com mais restaurantes é possível oferecer
variedade de cardaptos em ambientes com interiores diversificados, proporci-
onando alternativas aos hóspedes e demais usuários potenciais.
Para o serviço de café da manhã19 em ambiente específico, no coffee
shop ou no único restaurante do hotel, 0 número de assentos deve ser
dimensionado com base no número de apartamentos e no número médio de
ocupantes por apartamento. Adotando-se a taxa média de ocupação do hotel
de 70 por cento, o número de assentos para o café da manhã deve ser deter-
minado considerando-se que um terço do total de hóspedes apurado deve
poder ser atendido simultaneamente.
Para hotéis de cidade, com predominância de executivos, o número
médio de ocupantes por apartamento é da ordem de 1,2 pessoa. Em hotéis de
lazer, em que é comum a freqüência de grupos familiares, esse número pode
chegar a 2 e até mais.
A área necessária para acomodar determinado número de assentos va-
ria, entre outras razões, com a forma do ambiente, com o tipo de mobiliário a
ser usado e com o padrão de conforto pretendido (espaços para circulação).
Para efeito de estimativa preliminar de área pode-se considerar uma variação
entre 1,2 e 1,8 metro quadrado de área de sala por pessoa (de coffee shop a
restaurante de luxo), com média em torno de 1,5 metro quadrado.
Áreas de eventos

Áreas de eventos são cada vez mais importantes como instmment~- de


captação de hóspedes. A disponibilidade de áreas apropriadas para reu~10_es,
.
exposições, festas e outros tipos de eventos proporCiona ao hotel condiçoes
.
. . d I , d
vantajosas no mercado hoteletro, atram o, a em os even o t s propnamente
ditos também os hóspedes relacionados com esses eventos.
' o quadro 20 apresenta as áreas de eventos dispomvets , · e outros
parâmetros em vários hotéis brasileiros.

" E .
u'ttos países como os Estados Umdos, . • . não tnclUl
a dtana . . o ca r·,<c da manhã. Nesse
d caso, o
den-
·m m ' .
"I lo do número de assentos para esse tipo de servtço obedece a outros P arâmetros, epen
ca cu , . , • . el.
do de alternativas dispomvets aos hospedes fora das dependenctas do hot
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

222
É importante observar que não há relação constante entre o número de
apartamentos e as áreas de eventos. Estas variam de 1,79 metro quadrado por
apartamento no Meridien de Copacabana, que tem 496 apartamentos, a 10,75
metros quadrados por apartamento no Hotel Cat·imã, de Foz do lguaçu, com
418 apartamentos. Outros exemplos da inexistência de relação entre o núme-
ro de apartamentos e as áreas de eventos podem ser verificados nos hotéis
Park Hotel Atibaia e Hotel Estância Barra Bonita, com 108 e 152 apartamentos
e 7,71 e 7,80 metros quadrados de áreas de eventos por apartamento, respec-
tivamente. São extremos os casos dos hotéis Cat·imã, de Foz do Iguaçu e
Monte Real, de Lindóia.
Apenas em hotéis muito afastados, onde não há alternativas de hospe-
dagem, o número de apartamentos deve ser suficiente para acomodar um
número de pessoas correspondente à capacidade das áreas de eventos.
As áreas de eventos devem ser planejadas a partir da previsão de alter-
nativas de utilização. As salas e os salões devem ser dispostos de modo que
seja possível agmpá-los para criar um único espaço amplo e livre de obstácu-
los, quando necessário, para acomodar um evento maior. Isso se faz com
divisórias móveis.
Com relação ao joyer e aos índices de ocupação de salas e salões, as
variações que se verificam entre os hotéis apresentados no quadro 20 são
menos discrepantes.
As áreas do joyer variam entre 13 e 50 por cento das respectivas áreas
de eventos. A recomendação é que as áreas de foyer correspondam a algo
entre 20 e 40 por cento da área de salas e salões.
Quanto à capacidade das salas e dos salões, os índices de metro quadra-
do por pessoa são bastante próximos em todos os hotéis, em cada um dos
tipos de ocupação possíveis. Os índices médios de ocupação recomendados
são apresentados a seguir, mas eles podem sofrer pequenas variações, depen-
dendo da configuração dos espaços em planta para:
• Recepção: 0,7 a 0,8 metro quadrado por pessoa.
• Auditório: 0,7 a 0,9 metro quadrado por assento.
• Banquetes: 1 a 1,3 metro quadrado por assento .
• Sala de aula: 1,3 metro quadrado por assento.

. . O mobiliário - d e eventos, que deverao


/ . básico das salas e dos sa1oes -
utthzar o depostto de móveis, compõe-se de:
• Mesas dobráveis,, com rodas .e em P1'lh avets,
/ · nas dunensões
. aproximadas de
, .· centunetros, para,. dtferente s t'tpos d e eventos (reuniões de grupos,
46 x. 244
semmau os, aulas, conferencias, etc.).
224 HOTEL: PLANEJAMENTO E PRO
JEro

QUADRO 20 , ONT.)
ÁREAS DE EVENTOS EM HOTEIS BRASILEIROS (C
Hotéis Número de Área de Área de Área de fndíces de ocupação por--;;----
aptos. eventos eventos foyer/ assento (m 2) oa I
(mz) / número área de
de eventos
aptos. (%)
(ml)

o o V)
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11:1
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u "C O" "O
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0:: < c:o 11:1
V)

---
São Paulo Hilton 380 1.258 3,31 30 0,54 0,81 0,67 ~
São Paulo, SP 1,30

Kubitschek Plaza 389 1.332 3,42 25 0,68 1,37 1, 13


Brasflia, DF
Transamérica São Paulo 400 3.461 8,60 17 1,01 0,98 1,71 --:---
1,93

---
São Paulo, SP
Maksoud Plaza 416 1.802 3,99 20

---
São Paulo, SP
Carimã 418 4.497 10.75 0,72 0,82 1,25

----
Foz do lguaçu, PR
Renaissance 452 2.562 5,67 21 0,58 0,63 0,88 1,17
São Paulo, SP
le Meridien 496 888 1,79

-
Rio de Janeiro, RJ
Sheraton Rio Hotel & Towers 561 2.167 3,86 24 0,64 0.76 1,1
Rio de Janeiro , RJ 1,54

Fonte: Dados básicos sistematizados a partir do Guia hotel & convenções 7998, edição do
semestre, e folhetos dos hotéis. 111

• Mesas dobráveis, com rodas e empilháveis, redondas, com diâmetro de 1,


metro, para dez lugares, para banquetes. 52
• Cadeiras empilháveis com estrutura de aço.

Instalações sanitárias

o número de bacias, mictórios e lavatórios nas áreas públicas do hotel


devem ser determinados com base na legislação de cada local e na quantida-
de de pessoas previstas em cada uma dessas áreas.
O código de obras e edificações do município de São Paulo, por exem-
plo, estabelece:

• Em locais de reuntao, são exigidos uma bacia e um lavatório para


cada cinqüenta pessoas e instalações sanitárias separadas para ho-
mens e mulheres, sempre que o número de pessoas for maior que
vinte. Nas instalações sanitárias masculinas, 50 por cento das bacias
podem ser substituídas por mictórios.

__ ;....._ _____ _
t

O PROJETO 225

No entanto, um número maior de peças sanitárias é necessário para aten-


der à demanda concentrada nos intervalos das sessões. Recomenda-se pelo
menos uma peça de cada tipo para cada vinte pessoas, considerada a capacida-
de das salas e salões, inclusive do foyer, na condição de ocupação mais crítica.
• Em outros locais públicos, são exigidos uma bacia e um lavatório para
cada vinte pessoas.

O código refere-se ao total de aparelhos sanitários colocados à disposi-


ção dos freqüentadores dos diversos setores do hotel. No projeto, é necessário
distribuir convenientemente essas peças pelos diferentes sanitários, que devem
estar estrategicamente localizados.
É importante prever em todas as áreas sociais do hotel, públicas ou não,
instalações sanitárias adequadas a pessoas portadoras de deficiências físicas,
conforme a NBR 905020 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

ADMINISTRAÇÃO

Em geral, a administração do hotel requer áreas para os seguintes grupos


operacionais:
• Recepção, que compreende, além do balcão de recepção, escritórios
de apoio para o gerente de recepção; reservas, contabilidade, cofre e
depósito de bagagens.
• Gerência, que compreende recepção e espera de hóspedes e visita~­
tes, secretaria da administração, salas para as gerências geral, de ali-
mentos e bebidas, de marketing e outras, dependendo do porte e da
estrutura administrativa do hotel.
• Contabilidade geral, próxima ou não da recepção.
• Compras.
• Central de segurança, som, TV.
• Administração de pessoal, ambulatório, salas de treinamento de em-
pregados.
• Engenharia e manutenção.
As áreas administrativas podem estar reunidas em um único local, 0 que
acontece com muita freqüência em hotéis de pequeno porte, ou podem ser
divididas em grupos operacionais em diferentes partes do edifício do ~otel,
atendendo, em cada caso, a requisitos funcionais e a características do projeto.
O tamanho das áreas administrativas varia de hotel para hotel, em fun-
ção da quantidade de apartamentos, do padrão do empreendimento e da

ao NBR 9050 - "Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliá-


rio e equipamentos urbanos".

__ ..
_ . . . - - . ) .; ~-~----- --·- ---
226 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

estrutura administrativa adotada. Ele corresponde a algo entre 0,5 e 2 metros


quadrados por apartamento (ver quadro 13, página 200).

ÁREAS DE SERVIÇO

As áreas de serviço variam muito em função do tipo, do tamanho e da


localização do hotel. Em hotéis afastados, como os resorts, são necessárias
áreas maiores para estocagem. Deve haver também serviços de manutenção e
lavanderia próprios. As áreas de serviço incluem:
• Instalações para empregados.
• Área de recebimento.
• Armazenagem de alimentos e bebidas.
• Preparo de alimentos.
• Almoxarifados.
• Lavanderia e governança.
• Engenharia e manutenção.

Instalações de empregados

As instalações para empregados ocupam uma parte significativa da área


de serviço dos hotéis. Embora em estabelecimentos _pequenos e/ou de padrão
inferior elas possam ser bastante limitadas, em hotéis maiores e de padrão
elevado são muito importantes para a obtenção do desempenho operacional
necessário. Em hotéis afastados pode ser necessário prover habitações para ( l
~ I
todos os empregados ou para parte deles. li :

Em geral, as instalações para empregados compreendem:


• Sala para controle e revista.
• Sanitários e vestiário de empregados do sexo masculino.
• Sanitários e vestiário de empregados do sexo feminino.
• Refeitório.
• Sala de descanso e lazer.
• Sala de treinamento.

Sala para controle e revista


Trata-se de espaço coberto e fechado, passagem obrigatória na entrada e na
saída de funcionários, com área suficiente para acomodar uma ou mais posições
de trabalho (mesa, cadeira, telefone, terminal de computador, etc., dependendo
do tamanho do hotel. Nela fica o pessoal encarregado de segurança e controle.
Sanitários e vestiários de empregados
O número de empregados varia significativamente com o tamanho e
com o padrão do hotel. Em hotéis de padrão econômico, com serviços limita-
0 pROJETO

dos, esse número pode chegar , . 227


ao mmtmo d O
roento. Em hotéis de padrão . e ,35 empregados por aparta-
multo elevado 0 ,
apartamento chega a dois ou a até . ' numero de empregados por
- 't d'
ços sao mUl o tversificados (co mats, em casos espec1a1s
. . em que os servi-
. mo por exempl
se venficam com mais frequ·· e"n . o, os resorts). Os números que
cta em hot'' d ,
respectivamente, entre o 8 e ets e padrão médio a alto situam-se,
' 1 ,2 empregado po
O número de aparelhos ( h . r apartamento.
c uvetros bacias 1 , .
observar, em cada caso a leg· _ ' ' avatonos e mictórios) deve
' 1
ts açao local C b 1
ros exigidos deve-m necessa . · a e embrar que todos os chuvei-
, nameme local·1z ·, .
peças devem ser distribuídas ' ar-se nos vesttanos. As demais
entre os vestiários e ·, · .
diferentes setores de se · d h os samtanos locahzados nos
rvtço o otel.
Os vestiários devem conter:
• Armários para aproxtma · d amente 90 por cento dos fu -- . , .
vez que com - nctonanos, uma
d , exceçao das g " · d
erenctas e e outras poucas funções to-
os os empregados usam uniforme.zt '
• Chuveiros ' de acordo com a 1egts · 1açao,
- para aproximadamente 54 por
ce~to dos empregados (60 por cento do pessoal uniformizado no
mator turno de serviço).
• Bacias em .quantidade mínima equivalente à metade do número de
chuveiros.
• Lavatórios em quantidade equivalente ao número de chuveiros no ves-
tiário tnasculino e a uma vez e meia o número de chuveiros no vestiário
feminino.
Com base nesses parâmetros, a área de vestiários, com armários para 90
por cento dos funcionários, varia aproximadamente entre 0,35 e 0,50 metro
quadrado por apartamento, cabendo ao vestiário feminino cerca de 55 por
cento do total.

Refeitório
Praticamente todos os empregados se utilizam do refeitório. Excetuam-
se apenas os g~rentes e demais empregados da alta administração, que nor-
malmente freqüentam os restaurantes do hotel.
o refeitório deve ser dimensionado para aproximadamente 60 por cento
do total de empregados (turno de maior concentração), que se revezam em
seis grupos no refeitório. Sua área, incluídas as instalações de serviço corres-
pondentes à distribuição de refeições (que são preparadas na cozinha central

zt _ d d ara a guarda e a distribuição dos uniformes, não são neces-


0 ependendo da soluçao a ota a P
sários armários nos vestiários.
228 HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO

ou principal) e à higienização de louças, talheres e panelas, é de aproximada-


mente 0,25 metro quadrado por apartamento.

Sala de descanso e lazer


As áreas internas de descanso e lazer consi~tem em um espaço equipa-
do para acolher com conforto os empregados nos seus momentos de folga.
Além de cadeiras e poltronas, esse espaço deve comportar aparelhos de som,
vídeo e mesas para jogos de salão.
O número de empregados que ocupam simultaneamente esse espaço
pode ser estimado em cerca de 15 a 20 por cento dos empregados no turno
de maior concentração, ou seja, da ordem de 10 a 12 por cento do número
total de empregados do hotel.
Adotando-se como razoável o índice médio de 2,5 metros quadrados de
área por ocupante, a área da sala destinada aos empregados deve ser de 0,25
a 0,35 metro quadrado por apartamento.
Área de recebimento e triagem

Área de recebimento
A área de recebimento compreende:

• Área de estacionamento e manobra de caminhões ou vans.


• Plataforma de descarga de gêneros alimentícios e outros produtos de
uso no hotel.
• Escritório de controle.
• Compartimento de lixo seco.
• Câmaras frigoríficas de lixo úmido.
• Área exclusiva de triagem e controle de recebimento de gêneros ali-
mentícios.
• Depósito de vasilhames.

É necessária a separação da área de recebimento propriamente dita da


área de lixo. Quando isso não for possível, deve-se pelo menos evitar o cruza-
mento do fluxo de alimentos que entram com o do lixo que é despachado.
No dimensionamento preliminar da área de recebimento podem ser
adotados os valores apresentados no quadro 21. Esses valores equivalem à
necessidade média de área para o adequado desempenho das atividades nes-
se setor do hotel, admitindo-se uma área de 27 m 2 (3 m x 9 m)22 para os

22
Os maiores veículos de serviço considerados são os de tamanho médio, com comprimento de
aproximadamente 8 metros. As áreas de estacionamento dos veículos de serviço devem ser parcial
ou totalmente cobertas.
o pROJETO
2
veículos de setviço de carga e de 29
z scarga e a co
de 9 m , ou seja, frente de 3 m rrespondente área da plataforma
, com profu d"d
n 1 ade aproximada de 3m.
QUADR021
AREA DE RECEBIMENTO

Padrão do hotel Número de apartamentos

60 a 100
100a200 200 a SOO
36m2
Econômico 72m2
1 vaga 2 vagas
36m2 72 m2
Médio 108m2
1 vaga 2 vagas 3 vagas
36m 2 a 72m2 72 a 108m2
Superior 108 a 144m2
1 a 2 vagas 2 a 3 vagas 3 a 4 vagas

Area de triagem
A área de triagem. , onde se proced e a, pre-higienização
, dos alimentos
que chegam ao hotel ' deve se r a d.tctona
· d a à area
, da plataforma de recebimen-
to, correspondendo de 50 a 60 por cento d a area , d a mesma.

QUADR022
ÁREA DE TRIAGEM

Padrão do hotel Número de apartamentos

60 a 100 100 a 200 200 a soo

Econômico 4,5 a 5,5 m2 9 a 11 m2

Médio 4,5 a 5,5 m2 9 a 11 m2 13,5 a 16,5 m2

Superior 9 a 11 m2 13,5 a 16,5 m2 18a22m2

Armazenagem de alimentos e bebidas


Assim como as áreas de preparo, as áreas de armazenagem de alimentos
e bebidas variam com o tipo e o padrão do hotel e, principalmente, com os
serviços oferecidos e com sua localização, além de atender a critérios
operacionais específicos.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
230

Rutes e Penner e David Lord Tuch indicam alguns parâmetros para as


etapas de planejamento e projeto. Conforme Rutes e Penner, as áreas de ar-
mazenagem de alimentos e bebidas ocupam de 30 a 50 por cento da área da
cozinha central. O parâmetro de 50 por cento é sugerido em publicação do
SENAC. 23
O quadro .23 apresenta a distribuição percentual das diversas partes de
que se compõe a área de armazenagem de alimentos e bebidas, conforme
consta nas duas publicações mencionadas.

Preparo de alimentos

A área de preparo de alimentos deve ser planejada com cuidado, de


modo que ofereça 0 máximo de eficiência nos objetivos pretendidos, com o
mínimo de mvesttmentos
· · ' ·
em áreas e equipamentos e o mmuno d e consumo
de energia e mão-de-obra .
. .Essa área deve ser tão compacta quanto possível. O ideal é que fique
p~s1~1o~ado em um único andar tudo 0 que se relaciona com a produção e a
dtstnbUtção de alimentos: as áreas de recebimento e armazenagem, a cozinha,
os restaurantes e a área de eventos.

QUADR023
DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DE ARMAZENAGEM DE AUMENTOS E BEBIDAS

Tipos de armazenagem Distribuição percentual

Hotel Planning and Design Dimensionamento das áreas


de um hotel
Secos 30% 35%
Alimentos refrigerados
(câmaras frias) 25% 25%

Alimentos congelados 10% 5%


Bebidas 15% 15%
Bebidas refrigeradas 5% 5%
Uten~flios ( louças, prataria,
papé1s, etc.) 15% 15%

Total 100% 100%

.u David Lord Tuch, Dimensionamento das áreas de um hotel (São Paulo: SENAC, 1994).
-
O PROJETO
231

O dimensionamento da área necessária às cozinhas e à armazenagem


de alimentos e bebidas depende basicamente:

• Do número de refeições a serem servidas.


• Da diversidade e da complexidade do cardápio.
• Do esquema e da freqüência de abastecimento.
• Do sistema operacional adotado (com preparação imediatamente an-
tes de servir ou com preparação antecipada).

Apesar dessas variáveis, algumas publicações sugerem números básicos


para as etapas preliminares de planejamento e projeto.
Rutes 24 sugere, para a cozinha central, a soma das seguintes áreas:
• 0,6 metro quadrado por número de assentos nos restaurantes. 2s
• 0,2 metro quadrado por número de assentos nas áreas de eventos, na
configuração para banquetes.26
• O, 1 metro quadrado por número de assentos em áreas de estar com
serviço de alimentos e bebidas.
• 0,1 metro quadrado por número de apartamentos e suítes.

Quando há, além da cozinha central, outras cozinhas terminais, estas


deverão ter áreas estimadas de 0,20 a 0,30 metro quadrado por assento nos
respectivos restaurantes e de 0,15 a 0,20 metro quadrado por assento em salas
de banquetes.
David Lord Tuch27 sugere outros parâmetros para dimensionamento dos
diferentes tipos de cozinha:
Tipo de Cozinha Parâmetros de Dimensionamento

Principal + cozinhas terminais dos 30% da área dos restaurantes


restaurantes (de luxo e de especialidades)
20% da área das salas de reunião e
Para banquetes
salão principal
Para coffee shop 25% da área de coffee shop

Para restaurante de cobertura 20% da área do restaurante

Para boate 20% da área da boate

Central (única) Soma das cozinhas anteriores

.w W. A. Rutes e R. H . Penner, op. cit.


u Em hotéis afastados é mais adequado 0,8 metro quadrado.
16
Em áreas de eventos maiores, com pelo menos 1 mil assentos na configuração de banquetes,
recomenda-se reduzir esse número para 0,15 metro quadrado.
17
David Lord Tuch, op. cit.
HOTEL: PLANEJAMENTO E PROJETO
232
Ainda segundo David Lord Tuch, a área de preparação de alimentos e
bebidas corresponde de 2% a 4% da área total do hotel, aproximadamente.

Almoxarifado
I
As áreas destinadas para o almoxarifado dependem fundamentalmente dos I
i
critérios adotados pelo operador. São baseados no número de itens e no período ~
de estocagem determinado. Considera-se, para dimensionamentos preliminares,
uma área aproximada de 0,30 a 0,35 metro quadrado por apartamento.

Lavanderia 1
J
São atividades exercidas na lavanderia: o recebimento e a triagem de \
roupas sujas, a lavagem, a secagem, a calandragem e o acabamento.
Essas atividades são essenciais para o hotel. Podem ser realizadas em
áreas incorporadas ou não ao corpo principal do hotel ou ser terceirizadas.
Quando a lavanderia pertence ao hotel, seu tamanho pode ser preliminar-
mente estimado com base nos parâmetros indicados no quadro 13 (página
200), em função do padrão e do porte do hotel.
Esses números baseiam-se na quantidade média de roupa lavada diaria-
mente nos hotéis: 5 quilos nos hotéis de padrão econômico, em que a troca i
da roupa do quarto se dá a cada três dias; 8 quilos nos hotéis de padrão
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médio, que têm troca da roupa de quarto a cada dois dias e de 10 a 15 quilos
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nos h~téis de padrão superior, onde a roupa é trocada diariamente.
E importante observar também que esses números são genéricos e so~
frem variações em função de outras características do hotel, como o número
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de restaurantes ou a dimensão da área de eventos. Outro fator que influi no
dimensionamento da área de lavanderia é 0 número de horas de funciona~
mento por dia. Em geral, os números apresentados se baseiam num período
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de funcionamento de 12 horas por dia, que é a situação que melhor atende a
fatores como modularidade dos equipamentos utilização de mão-de-obra e
ocupação do hotel. '

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