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FACULDADE ECOAR

CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA


CURSO TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

ARTIGO ACADÊMICO

JURUTI/2015
ÁGUA, A PROBLEMÁTICA DO SÉCULO XXI.

Alan da Silva Batista

Paulo Jorge da Silva Andrade

JURUTI/2015
“A humanidade só saberá o valor da água quando uma gota valer mais
que todo ouro do mundo.”
Alan Batista/ Paulo Andrade.
RESUMO
A água, que até meados do século passado, não era um fator
ambiental preocupante aos olhos da sociedade mundial, entretanto, nos dias
atuais torna-se um dos principais, se não o principal tema em discussões
relativas ao Meio Ambiente no planeta.
Esse líquido que ainda não teve suas características químicas
mudadas desde os tempos dos nossos ancestrais é um recurso finito em se
tratando de quantidade própria para o consumo humano, e passa atualmente
por um processo de escassez, ocorrendo por fatores como o crescimento
populacional que ocasiona o aumento do consumo industrial e exigindo cada
vez mais dos recursos naturais, além das atitudes inconsequentes do ser
humano, aliados a má administração dos recursos que ainda restam, e da
ausência de políticas que o tornem acessíveis, e por fim, a contribuição
negativa das mudanças climática do planeta, todos esses fatores colocam o
homem como centro dos acontecimentos atuais.
Mudanças de atitude e novas tecnologias são meios para melhorar a
dissidência da água, e podem ser mecanismos de minimização para tal
problemática, no entanto deverão ser reavaliados em conjunto as políticas
organizacionais voltadas para a questão hídrica.
ABSTRACT
The water that until the middle of last century was not an environmental
factor disturbing the eyes of the world society, however, nowadays becomes
one of the main, if not the main theme in discussions relating to the environment
on the planet.
This liquid that has not had its chemical characteristics changed since
the times of our ancestors is a finite resource when it comes to quantity itself for
human consumption, and is currently undergoing a shortage process, occurring
by factors such as population growth which causes the increased industrial
consumption and demanding more and more natural resources, in addition to
reckless attitudes of the human being, coupled with mismanagement of
resources that are wanting, and the absence of policies that make it accessible,
and finally, the negative contribution of changes climate of the planet, all these
factors put people at the center of current events.
Attitude changes and new technologies are means to improve dissent
water, and can be mechanisms to minimize such problems, but should be
reviewed in conjunction organizational policies for the water issue.
PALAVRAS-CHAVE:

Água, vida, crise, planeta, consciência, preservação.


INTRODUÇÃO

Água, uma palavra tão pequena, porém, com um significado tão


importante, sem ela o ser humano não seria capaz de viver por mais de três
dias; segundo pesquisas realizadas toda a vida na terra teve origem da água,
daí temos a noção do quão precioso e essencial é este liquido que possui
características únicas e não pode ser comparada a nenhuma outra substância
no planeta. Falar sobre esse elemento de importância vital a todo o tipo
organismo existente no planeta torna-se uma tarefa difícil, pois sabemos que
existem milhares de dados que vem sendo levantados sobre o assunto através
dos séculos, porém, ao mesmo tempo é fácil, pois para nós seres humanos,
basta ficarmos um dia inteiro sem consumir uma gota se quer de água, que já
sentimos debilidade em todos os sistemas do nosso corpo, isso sem falar que
tudo o que comemos, vestimos, objetos que usamos, sejam eles tecnológicos
ou não, possui em seu ciclo de existência a presença água, e assim sabemos
como é simples sabermos sua importância. A terra que parecia ser um lugar
onde a água era um elemento abundante e que para alguns jamais enfrentaria
problema quanto à redução de sua quantidade, atualmente vem sofrendo de
maneira preocupante com os efeitos das mudanças climáticas, e
consequentemente atingindo as reservas de água potável do planeta.
“97,5% está nos mares e oceanos, temperadas
por sal, dos 2,5% de água doce que restam,
grande parte são calotas polares e geleiras, de
difícil acesso. Resta menos de 1%para o
consumo humano!”
Silvia Czapski

Analisando o cenário que retrata o panorama da quantidade de água


no planeta, podemos ter noção do quadro catastrófico que as mudanças
climáticas vêm causando e podem agravar ainda mais o déficit da água
potável, o que coloca a intervenção antrópica como fator decisivo para a
existência dos problemas hídricos. A crise mundial da água no planeta já vem
sendo anunciada e debatida há muito tempo através de publicações de estudos
científicos divulgados pela mídia ou mesmo em reuniões de cúpulas de países,
como as conferências de Estocolmo, Eco 92 e entre outras. Porém, o que
vemos é que muito pouco vem sendo feito para impedir que esse patrimônio
venha a se tornar escasso, dificultando ainda mais seu acesso.
Nesse contexto Este artigo vem propondo uma breve visão do cenário
da crise hídrica no mundo, bem como de seus aspectos relevantes, inclusive
abordando alguns efeitos desse problema no Brasil, dando ênfase a região
sudeste aonde a população vem sofrendo tais efeitos, bem como ressaltando
seus aspectos em nossa região e também em nosso município, para que assim
possamos entender melhor tal problema e propor melhorias no que se refere à
utilização, conservação e preservação desse recurso.
1 - RESERVA DE ÁGUA POTÁVEL NO MUNDO
1.1 sobre a água.
A história nos mostra, que desde os primórdios da vida na terra a água
tem papel essencial para o surgimento de todas as espécies, pois segundo os
cientistas e estudiosos todos os seres vivos evoluíram a partir dela. Essa
substancia química é composta por apenas dois átomos de hidrogênio (H2) e
um de oxigênio (O) que formam a molécula H2O, essa substancia que parece
tão simples, porém de tanta importância, não se modificou através dos tempos
sendo a mesma que os nossos ancestrais consumiam na idade da pedra, e nos
dias atuais torna-se da mesma maneira indispensável para a manutenção da
vida na terra.
Existem várias teorias de sobre o surgimento da água no planeta terra,
entre elas está a de que a água foi trazida para a terra por cometas e
asteróides, porém, existe outra teoria como a de que o planeta passou por
series de resfriamentos e condensação de vapor.
“As mais recentes teorias revelam que o
surgimento da água está extremamente ligado
a formação do sistema solar. A Terra passou
por várias etapas de resfriamento e
aquecimento, em um período de resfriamento
da terra houve uma condensação do vapor que
se materializou em forma de chuva, com isso a
água foi depositada nas partes mais baixar,
surgindo assim os primeiros oceanos (oceanos
primitivos).
Durante a formação da crosta ocorreu o
processo de desgaseificação, teoria que
explica a libertação da água em forma de
vapor. Nesse período os vulcões expeliram
gases como hidrogênio e vapor de água que
deu origem à atmosfera.”
Eduardo de Freitas.
Por tanto até os dias atuais não se sabe ao certo como de fato surgiu
esse elemento no planeta, o que faz com que a ciência não cesse suas
pesquisas para que talvez um dia se chegue a um resultado final sobre sua
origem. O que sabemos e que a água está presentes na natureza nas três
formas da matéria solida, liquido e gasoso, a integração desses elementos
forma o ciclo hidrológico, essas características a torna uma substancia única
entre todas as outras existentes no mundo, podemos encontrá-la nos oceanos,
rios, nuvens, florestas, geleiras, na composição dos vegetais e dos animais, ou
seja, está por toda a parte, formando todo o tipo de paisagem e ser vivo que
possa existir no planeta.
1.2 Reserva de água potável no mundo
Sabemos que desde o começo dos tempos o planeta possui a mesma
quantidade de água, porém o quantitativo da população mundial vem
aumentando ano pós ano, em 1950 éramos 2,5 bilhões e segundo estimativa
apontada pela ONU em 2050 seremos 9,3 bilhões de pessoas, o estudo revela
ainda que 40% das reservas hídricas disponíveis podem encolher até 2030, e
que o número do consumo humano que em 1900 era de 580 Km³, passe para
5.200 Km³ até 2025. Porém há outros problemas relevantes que contribuem
para a crise da água no mundo, entre eles estão às mudanças climáticas, a
contaminação das fontes, o mau gerenciamento dos recursos hídricos e o
desperdício.
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) diz que
o volume total de água na terra é de aproximadamente 1,4 bilhões de Km³. Mas
apenas 2,5 % desse valor (cerca de 35 milhões de Km³) são de água doce. Há
alguns países como a África, por exemplo, onde já ocorrem guerras pela água,
pois em determinados continentes a própria geografia do local e as mudanças
climáticas contribuem para que haja escassez desse recurso. Podemos vera
estimativa da distribuição da água potável entre as regiões do planeta se
apresenta conforme a tabela abaixo.
Tabela 1. Percentual de distribuição dos recursos hídricos planeta.
Região do Planeta Quantidade em porcentagem
América do sul 27%
Ásia 26%
América do Norte 17%
Europa 15%
África 9%
Oceania 4%
América Central 2%
Total 100%
Fonte: www.jurisway.org.br
Diante do cenário que os dados nos mostram, é possível afirmar que
as regiões onde estão situadas as Américas do norte, central e do Sul
juntamente com a Ásia possuem mais da metade da quantidade de água
potável do mundo, muito pelo fato de pises como Estados Unidos e Japão
executarem políticas públicas que protegem suas reservas, indo pela
contramão, vemos o cenário de América Central e África que além da geografia
desfavorável que apresentam esses continentes, possuem um gerenciamento
ruim dos recursos hídricos que possuem, além de poluírem e contaminarem o
pouco que ainda resta.

1.3 Reserva de água potável no Brasil


Como sabemos a água está presente em tudo o que existe, então por
que será que falamos em “crise mundial da água”? O documento, elaborado
pela agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, a UNESCO, aponta
que 748 milhões de pessoas no planeta não têm acesso a fontes de água
potável, isso corresponde a quase o triplo da população brasileira.
Tudo isso se torna evidente por vários fatores, como já vimos
anteriormente o mau gerenciamento desse recurso é um deles, isso é mais
evidente nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, onde as
políticas públicas não são aplicadas de maneira adequada em se tratando de
questões ambientais, principalmente as questões voltadas à conservação e
preservação de seus recursos hídricos. Em um comparativo com países
desenvolvidos como, por exemplo, os Estados Unidos da América, onde a
legislação federal delega a cada estado à responsabilidade em estruturar,
planejar e distribuir os recursos hídricos foram criados setores para tratar de
assuntos específicos, onde existem agencias que atuam na regulamentação da
qualidade, outras apenas pela parte recreativa e outras para a construção de
barragens e assim por diante, para que assim tais recursos sejam geridos de
acordo com a legalidade, nos países em desenvolvimento como o Brasil, onde
segundo a OCDE (Organização para cooperação e desenvolvimento
econômico) os planos de gerenciamento de recursos hídricos são mal
executados e dificilmente colocados em execução devidos ao mau
direcionamento dos recursos financeiros e o déficit de profissionais que atuem
na fiscalização e acompanhamento atribuem-se ainda a ausência e
incompletabilidade de informações e dados, e ainda a preocupação com o
progresso industrial que a que tudo indica é mais relevante do que a
preservação dos recursos hídricos, isso se aplica a diversos outros países que
ocupam o mesmo patamar de desenvolvimento como o Brasil, ou seja, em
países como o nosso, o governo federal tenta de maneira equivocada
administrar todo o recurso de seu território, porém, não possui estrutura
organizacional para tal competência.
O Brasil possui a maior quantidade de água doce do planeta, cerca de
12% da água superficial do planeta corre em nossos rios, segundo a FAO
(Food and Agriculture Organization of the United Nations), esse percentual
representa o dobro dos rios da Austrália e da Oceania, é 42% superior ao da
Europa e 25% maior dos que os do continente africano. E aproximadamente
90% do território brasileiro recebem chuvas abundantes durante o ano, o que
favorece a formação de uma extensa e densa rede de rios. Como podemos
perceber o Brasil possui uma grande reserva de água potável, isso ocorre
graças à presença da maior floresta tropical da terra, a floresta Amazônica,
podemos analisar pela tabela abaixo a distribuição dos recursos hídricos no
país.
Tabela 2. Distribuição de água potável nas regiões do Brasil.
REGIÃO RECURSOS HIDRICOS SUPERFICIE POPULACAO
NORTE 68,50 45,30 6,98
CENTRO-OESTE 15,70 18,80 6,41
SUL 6,50 6,80 15,20
SUDESTE 6,00 10,80 42,65
NORDESTE 3,30 18,30 28,91
SOMA 100,00 100,00 100,00
Fonte: DNAEE 1992

Como podemos ver que a região norte onde está localizada essa
floresta amazônica, possui o maior percentual de concentração desse recurso,
por tanto, não há como falar em recursos hídricos no Brasil sem falar de
Amazônia, segundo o IPAM (Instituto de Pesquisa ambiental da Amazônia) a
Amazônia tem um papel preponderante no uso múltiplo dos recursos hídricos
(água potável, navegabilidade, aproveitamento energético, pesca, lazer, etc.),
além de possuir 20% da água doce do planeta, daí a importância na
preservação. A Amazônia ainda possui o maior aquífero de água doce do
mundo, o Aquífero Alter do chão, que possui 86,4 mil Km³ de água, e está
localizado nos estados do Pará, Amazonas e em um trecho do estado do
Amapá, sendo o maior em volume de água em comparativo com o aquífero
Guarani, que possui 37 mil Km³ e é o maior em extensão, abrangendo as
regiões centro-oeste, sudeste e sul do país como podemos ver no mapa
abaixo.

Fonte: Faculdade de Geologia Instituto de Geociências da Universidade Federal do


Pará
As águas subterrâneas desses aquíferos são recursos primordiais para
obtenção de água potável, no entanto, com o aumento da população e
consequentemente do consumo e a contaminação do solo e de águas
superficiais por efluentes indústrias e de esgoto urbano, presença de lixões,
poluição por resíduos em geral e etc., podem fazer com que o homem não
usufrua desse recurso, bem como pode acarretar em desequilíbrio ambiental.
2- CONSUMO RACIONAL

2.1 Desafios da crise hídrica no mundo.


A população mundial vem sofrendo com a crise hídrica, e pelo que
podemos ver é um dos maiores desafios do século XXI, tendo em vista o
advento da revolução industrial no século IXX, o planeta vem sofrendo
alterações climáticas que se intensificaram com o crescimento do consumo
humano, no entanto, ao que tudo indica essas mudanças no clima são apenas
um fator que potencializou essa crise, isso ocorre devido o ser humano não ter
tido o cuidado necessário com um dos seus bens mais preciosos, e pelo que
vimos até agora todos os fatores enunciados acima desencadearam tal crise.
A crise hídrica mundial fará com que novos conceitos sobre o uso da
água tenham relevância e sejam vistos como uma espécie de “salvação”, tanto
pela população mundial quanto pela indústria, embora a comunidade científica
ainda não chegue a um acordo quanto às alterações climáticas e os fatores
que provocaram a crise hídrica global, uma coisa é certa: É difícil dizer que as
coisas voltarão a ser como antes, caso volte, o provável é que demore muito
tempo para que aconteça tempo suficiente para que grande parte da vida no
planeta entre em colapso.
Em se tratando de consumo racional, que como já ressaltamos
anteriormente faz parte dos conceitos de uso sustentável da água, o principal
adversário é o desperdício. Segundo o PNUD – Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento, o desperdício médio na esfera mundial é de 1.500
km³ de água anualmente, já nos países em desenvolvimento o desperdício é
ainda maior 80% da água potável é tratada de forma incorreta, tudo isso se
dará pela forma de como estamos realizando nosso consumo de modo a não
ser levado a sério pela maneira de como fazemos nossas tarefas e/ou nossos
afazeres domésticos e pessoais, o que nos mostra que o ser humano ainda
precisa evoluir e muito quando o assunto é consumo consciente, para que haja
mudanças desde as mínimas atitudes, ou seja, atitudes cotidianas e é
espantoso imaginar que a ausência da água poderá causar a extinção da vida
na terra, porém, é possível criar e executar mecanismos para minimizar os
impactos causados por essa problemática dessa maneira se torna necessário a
educação no combate ao desperdício, reuso da água e uso de novas
tecnologias para extração e tratamento desse recurso.

2.2 Desafios da crise hídrica no Brasil.


Podemos levantar o seguinte questionamento quando o assunto é crise
hídrica no país, por que o Brasil sofre falta de água se é o país com maior
densidade hídrica do planeta? Alguns fatos bem relevantes levaram em
consideração para discussão; a questão geográfica populacional está
diretamente ligada a isso, devido à má distribuição desse recurso (bacia do rio
amazonas e aquífero alter do chão) tendo em vista que há pouca densidade
populacional se fizermos relação à região sudeste e nordeste do país. Também
poderíamos pensar em captar esse recurso através de tecnologias de
engenharia para ser distribuído para as regiões mais populosas, porém seria
pouco viável, impactos ambientais eminentes diretamente relacionados ao alto
custo da implementação do projeto.
A crise hídrica que marca algumas regiões do país, sendo destacadas
as regiões sudeste e Nordeste, esta última, convive com a estiagem ano pós
ano, e já se tornou um fator histórico, 10 milhões de brasileiros que vivem no
semiárido nordestino passam por essa dificuldade durante vários anos, sendo
que em 2013 ocorreu a maior seca dos últimos 50 anos, muitos nordestinos
perderam os meios de sobrevivência que tinham, e sem alternativa recorreram
a ajuda do governo ou deixaram suas terras buscando trabalho em outras
regiões do Brasil, o fator preponderante para a crise hídrica nessa região do
país, é decorrente de um fator climático, mais precisamente um mecanismo de
circulação de ventos na chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT),
que circunda o Planeta próxima a linha do Equador, onde os ventos dos
hemisférios Norte e Sul se encontram. A massa de ar que chega à região
nordeste é quente e úmida, provocando chuvas na região litorânea, onde
predomina a vegetação da Mata Atlântica, mas quando se movimenta em
direção ao interior, já perdeu força e umidade, e o resultado é uma massa de ar
quente e seca que estaciona no sertão durante longos períodos. Esses dados
são importantes serem ressaltados para ilustrar melhor como funciona a
questão da crise da água no Nordeste, que pelo que percebemos parece
decorrer em virtude de sua geografia no globo terrestre.
Já a região Sudeste onde estão situados os estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, cuja situação da crise vem sendo
insistente e constantemente discutida pelas autoridades , formadores de opinião
e sociedade civil organizada, nesses estados brasileiros não podemos só
definir a questão natural como a causa raiz da problemática, mas também a
parte organizacional e planejamento governamental uma vez que cabe aos
governos, segundo o que garante a constituição de 1988 onde fica definido que
os estados devem gerir e distribuir esse recurso.
Hoje o estado que mais vem enfrentando a escassez da água é o
estado de São Paulo, o baixo nível do reservatório da Cantareira, que é o
principal reservatório que abastece a capital do estado e algumas cidades do
entorno, fez com que desde o ano passado (2014), a rotina dos paulistas
mudasse completamente, os cidadãos entraram em um regime de economia de
água parecido com o racionamento de energia que ocorreu 2001, inclusive
sendo penalizados com multas em caso de desperdício, além de haver dias
específicos para que seja fornecida água pela companhia que gere os recursos
no estado que é a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(SABESP), que se faz necessário uma nova reorganização do sistema hídrico
no estado, assim como em outros lugares do país.
“A crise decorre de décadas de mau
comportamento em relação ao uso da água e
do solo, e também de uma relação cultural
equivocada que nós, brasileiros, temos com
os recursos naturais. Vivemos uma cultura de
abundância de água. Ninguém pensa em
seca em região de Mata Atlântica, que é uma
área de abundância de rios, cachoeiras e
florestas. Mas viemos perdendo as florestas,
por meio do uso do espaço urbano de forma
completamente desordenada. Isso causou
dois problemas graves: concentração do
consumo da água [na região metropolitana] e
aumento da poluição em praticamente oito
vezes. A falta de água hoje na Grande São
Paulo é muito mais decorrente da poluição e
do desperdício do que do clima. Os eventos
climáticos extremos potencializaram a crise,
mas eles não são os culpados.”
Malu Ribeiro
Entretanto podemos enfatizar que a falta de água não somente afeta
diretamente as residências com a necessidade desse líquido tratado, mas
também há preocupação com a água para o consumo das indústrias, empresas
e principalmente da agricultura e pecuária, setores que fazem o uso direto dela.
Em 2014, o nível de atividade industrial medido pela Federação das Indústrias
do estado de São Paulo (FIESP), recuou 5,9%, o número de horas trabalhadas
caiu 6,6%, em Janeiro de 2015 o declínio foi de 5,7% em comparação com
mesmo período de 2014. No setor agrário os prejuízos não seriam diferentes,
cerca de 72% da água capitada no país vai para a produção agrícola segundo
a Agência nacional de Águas (ANA), em São Paulo que é responsável por 30%
da economia do país, o setor do agronegócio vem sofrendo consecutivas
baixas na produção, em 2014 somente a produção de cana-de-açúcar teve
uma quebra de mais de mais de 10%, e no setor de hortifruti tiveram baixa de
30% em sua produção e demissões já existem.
A crise hídrica provoca retração do crescimento industrial em todos os
seguimentos, causando desemprego, aumentando os preços finais dos
produtos, afetando diretamente a economia do país, nota-se que as indústrias
que são consumidoras de grande percentual de água no Brasil, é também a
esfera que vem sofrendo de maneira grave os efeitos da falta desse bem, seria
ironia dizer então que estão “colhendo o que plantaram”.

2.3 A importância hídrica da Amazônia e a relevância do


conhecimento sobre o consumo no município de Juruti/PA.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente o Brasil possui cerca de 12%
de água doce disponíveis no mundo, sendo que a Bacia Amazônica concentra
70% desse volume, porém, ela é habitada por menos de 5% da população do
país, cerca de 6.687.893 pessoas, em quanto cerca de 95% da população
divide os 30% restantes distribuídos entre outras bacias existentes, isso indica
uma incompatibilidade na distribuição geográfica e demográfica desse recurso,
ou seja, enquanto pequena parte da população usufrui da maior quantidade da
água doce a maior densidade populacional tem dificuldade no acesso. Porém
nem todo o recurso disponível na Amazônia é direcionado de maneira correta
para os habitantes, o que significa que assim como em outras partes do
planeta há deficiência na distribuição de água tratada para essa população.
Tendo por base o pensamento de que há lacunas no sistema distributivo
Mundial e Brasileiro, viu-se a necessidade de abordar essa realidade através
de pesquisa de campo em um dos municípios da região amazônica mais
precisamente localizado no oeste do Pará região norte do Brasil, Juruti com
aproximadamente 47 Mil habitantes não difere do panorama das regiões mais
pobres do país, onde ocorrem problemas na distribuição de água para
consumo.
Em pesquisa de campo realizada pelos autores deste artigo no referido
município, iniciada e concluída no dia 08 de novembro de 2015, foi possível
evidenciar e analisar os seguintes resultados com relação ao uso e distribuição
de água para consumo.
Gráfico 1. Resultados do questionário aplicado na cidade de Juruti/PA,
nos bairros Centro, Maracanã, Bom Pastor, Palmeiras e Nova Jerusalém
realizada no mês de Novembro de 2015.

GRÁFICO DEMONSTRATIVO SOBRE O CONSUMO DE ÁGUA NO MUNICIPIO DE JURUTI/PA

Nao há desperdício na rua


100% 3 4 3 4
5 Há deperdício na rua
2 2
90% 0 1 1
4 2 2 3 Não há desperdício na vizinhança
80% 5
1 3 3
0 2
Há desperdíco na vizinhança
70% 5 2 3 3 2
60% 2 2 Há desperdício na residência
1 3 3
5 0 2
50% 1 1
Não há desperdício na residencia
1
0 5
40% 4 4
5 4 1 Origem da água - Poço artesiano
30% 4
3 4 5 Qualidade da água considerada Ruim
5
20%
4 5 5 4 4 Qualidade da água considerada média
10%
0
Utilizada para fins comerciais
0%
Utizada para fins domésticos

Qualidade da água considerada Boa

Origem da água - rede pública

Na data descrita a cima foram entrevistadas o total de 25 (vinte e cinco)


famílias, sendo entrevistadas 05 (cinco) famílias em cada um dos 05 (cinco)
bairros mais populosos na zona urbana do município, foram realizadas
perguntas relativas ao consumo, qualidade da água, origem da água e
destinação da utilização. A pesquisa nos trouxe a percepção numa visão
técnica sobre o assunto, ao percorrer e entrevistar os moradores dos bairros
acima descritos foi presenciado a realidade social de cada um, além de ter
proporcionado um melhor contato com as opiniões dos mesmos.
O que podemos analisar através do gráfico a cima que em se tratando
do item desperdício, vemos que nos bairros onde há maior índice, são bairros
onde não há asfaltamento em todas as vias públicas ou em nenhuma delas, ou
ainda ocorrem em virtude de, a região amazônica estar enfrentando um
extenso período de estiagem, período que ocorre durante 06 (seis) meses no
ano, e sendo assim os moradores tentam de maneira equivocada umectar o
perímetro da rua correspondente a sua residência. No quesito desperdício na
vizinhança chamou atenção o bairro Nova Jerusalém, que é oriundo de uma
ocupação desordenada ocorrida no ano de 2008 e que não possui
pavimentação e nem saneamento básico. Nota-se que em nenhuma das
residências vizinhas a entrevistada, foi relatado à presença de desperdício de
água por parte da família vizinha, isso ocorre por que não há distribuição pela
rede pública, fator que diferencia dos outros bairros, onde existe essa
atribuição, a população precisa instalar poços particulares, em algumas
situações os vizinhos que não possuem condições financeiras para arcar com
os custos da confecção desses poços, pagam uma taxa para obterem esse
recurso, ou seja, por utilizarem bombas elétricas ocasiona custos na conta de
energia paga mensalmente.
Quando falamos em qualidade da água, notamos que apenas uma
família no bairro centro, fez referencia a qualidade da água ruim, isto por que
no local onde foi construída a residência a tubulação existente é antiga, sendo
uma das primeiras a ser instaladas. Porém, a grande maioria afirmou que água
é de qualidade considerada boa, pois foram construídos poços pelo poder
público que fazem o fornecimento às famílias, e estes relataram ainda que é
feita a manutenção das caixas d água, só não sabem informar quanto a
frequência, bem como colocação de cloro nesses recipientes antes da
distribuição.
É perceptível nesta pesquisa, que o município de juruti não diverge de
outros municípios brasileiros, quando o assunto é relativo à distribuição,
consumo e qualidade da água, pois vale enfatizar que apesar do município
estar situado as margens do maior rio do planeta e sobre um dos maiores
mananciais de água doce do mundo, ainda existem famílias com dificuldades
no acesso a esse recurso, tudo por que o sistema público apresenta falhas em
sua estrutura, ao ponto de prejudicar o usuário final.

COMO UTILIZAR CORRETAMENTE

O Grande consumo de água no planeta está fazendo com que sejam


repensadas várias formas de como utilizar a água de forma sustentável. Nas
escolas Brasileiras se trabalha como tema transversal a educação ambiental,
tendo por base que se faz referência no sistema de ensino Fundamental, Médio
e Superior. Podemos citar que como se trata de um tema recente pouco se tem
materiais de pesquisa nos meios de comunicação como internet, livros ou
mesmo estudos acadêmicos, porém, as instituições de ensino sejam privadas
ou públicas segundo o que diz a lei N° 9.795 de 27 de Abril de 1999, que afirma
que deverá ser trabalhado nas escolas mesmo que em temas transversais a
questão da educação ambiental, como já vimos há algum tempo esse tema já
vem sendo comentado, mas não debatido com a ênfase necessária para a
solução dos problemas, muito se ouve falar nas instituições de ensino como
sendo uma espécie de salvadora da pátria, como se fosse a única maneira de
resolver os problemas hídricos do Brasil, porém, sabemos que atitudes simples
no dia a dia de cada um, são o melhor meio para galgarmos um melhor
resultado em se tratando de consumo consciente;
Ao escovar os dentes fechar a torneira, ao ensaboar as mãos manter a
torneira fechada, ao tomar banho ensaboar-se com o chuveiro desligado, dar
menos descarga ao utilizar o banheiro, e fazer a manutenção da válvula da
caixa periodicamente, quando estiver ensaboando roupas e utensílios
domésticos mantenham a torneira fechada, verificar se não há nenhum
vazamento ou cano quebrado nas instalações hidráulicas na residência,
estabelecimento comercial, prédios públicos e etc., não lavarem calçadas e
ruas com água limpa e potável (melhor maneira de fazer é usar água resultante
da lavagem de roupas), usar menos água na lavagem de automóveis (utilizar
balde em vez de mangueira), fazer o uso de panos molhadas para limpar o
piso.
No ponto de vista dos autores deste artigo, tão importante quanto as
atitudes ambientalmente corretas de cada um e a educação para o consumo
consciente já tratado nas escolas, são as políticas públicas aplicadas para um
sistema de gestão mais eficaz, principalmente na estrutura de distribuição, e a
destinação de recursos para que sejam implementados projetos para
tratamento da água, além de que sejam definidos órgãos que tratem
especificamente dos assuntos hídricos, mas que o façam de maneira séria e
competente, isso é relevante quando pensamos o que está sendo feito para
mudar essa situação em que cada ano que passa só exacerba mais as
estatísticas do desperdício. Para tornarmos o uso humano sustentável
devemos pensar em três coisas; uso consciente, preservar o que já temos pra
não ser contaminado e poluído, além de buscar tecnologias mais acessíveis
para que se torne possível o reuso da água em todos os sentidos tanto na
esfera industrial ou comercial, e também nas habitações em geral.
Assim, o panorama que vemos é que todos devem fazer sua parte em
todos os níveis da sociedade, pois se o perigo eminente de termos o bem mais
precioso do planeta a beira de entrar em um colapso, não for o suficiente para
que novas formas de pensamento surjam, o que será capaz de mover o ser
humano ao encontro de uma visão ambientalmente adequada? Acreditamos
que está é a visão mais coerente quando se refere aos assuntos envolvendo a
água em nosso planeta, pois sem essa visão não vislumbramos nada a ser
feito em prol de um futuro melhor para sociedade atual.
CONCLUSÃO

A resposta do meio ambiente vem de forma significativa aos seres


humanos pelo modo como o trata, uma dessas repostas é a falta de água para
o consumo humano, o homem como o principal autor de qualquer intervenção
no meio natural vem sofrendo esses efeitos, sendo a crise hídrica mundial um
dos maiores problemas a serem enfrentados no século XXI.
Movidos pelo desafio do conhecimento, seguindo o contexto dessa
problemática, os autores deste artigo se propuseram a mostrar de forma geral
e objetiva, os fatores que contribuíram para que o panorama dos recursos
hídricos chegasse a números preocupantes. A relevância de estudar, elaborar
e redigir um trabalho acadêmico voltado à questão da água se dá pelo simples
fato de dependermos desse recuso natural.
Através de pesquisas feitas sobre o tema foi fácil perceber que as
mudanças climáticas e questões de cunho geográfico, forma apenas
mecanismos de impulsão para desencadear um problema que precisava
apenas de tempo para ser sentido, o crescimento da população mundial, aliado
ao desperdício, poluição e contaminação de corpos hídricos, bem como a falta
de cuidado por parte das autoridades, acarretaram em uma mudança de vida
na sociedade atual. O que podemos entender é que não foram seguidos
conceitos que revertessem o quadro preocupante dos recursos disponíveis
para o consumo humano, apesar dos anúncios feitos pela comunidade
científica em diversas reuniões de líderes ao longo da história, não foram o
suficiente para que atitudes urgentes fossem tomadas por parte dos frentistas
políticos quanto à questão da falta de recursos hídricos para consumo.
Ao nosso entendimento, ainda que todos os métodos recomendados
pelos estudiosos para a diminuição da perda desses recursos fossem
efetuados de maneira fiel, o planeta ainda sofreria com a falta de água potável,
tudo isso devido a um fator natural que não pode ser interrompido, que é a
reprodução da raça humana, o que nos remete a um problema aparentemente
sem solução, restando a todos somente praticar uma cultura racional de
consumo e aplicação de mecanismos desenvolvidos para minimizar as perdas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Livro: água/ Silvia Czapski – Brasília: Ministério da Educação, Secad: Ministério


do Meio Ambiente, Saic, 2008.

arquivos.ana.gov.br>wfa>livro

http://www.idec.org.br/em-acao/revista/bola-fora/materia/a-crise-da-agua

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=665

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/dicas-praticas-uso-
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http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/a-importancia-da-
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http://ecofuturo.blogspot.com.br/2011/02/agua-um-recurso-natural-finito-
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http://www.mma.gov.brport/cgmi/nossoamb/agua/agua/ndx04.html

http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?idh=2862

http://m.brasilescola.com/geografia/origem-agua.html

reduz-impacto-da-falta-de-agua-na-
industria,fe47e7afc2a0c410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

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