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projeto de edifícios
New demands for building design firms
Nathália de Paula
Mônica Emiko Uechi
Silvio Burrattino Melhado
Resumo
esempenho, sustentabilidade ambiental de edifícios e BIM (Building
Abstract
Performance, environmental sustainability of buildings and BIM (Building
Information Modeling) are topics in evidence in the Buildings subsector. Our aim
is to analyze the characteristics and positioning of a group of seven building
design firms in São Paulo city, participating in a management development
program for design firms, regarding the new demands for performance,
environmental sustainability and BIM, in their interaction with the market and
clients. The research was conducted in two phases. Phase 1 aimed to verify if the
demands were being considered by firms and to act in order to highlight the
Nathália de Paula
Universidade de São Paulo
importance of considering them strategically in their preparation to meet the
São Paulo – SP – Brasil market. The research method used in this phase was the action research. Phase 2
consisted in the application of a questionnaire via webmail to carry out a post
Mônica Emiko Uechi
intervention analysis by researchers about the firms positioning in relation to these
Universidade de São Paulo demands. Despite the recognizing the work points related to the demands, some
São Paulo – SP - Brasil firms persist in a passive behavior regarding them. We recommended that firms
work their strategic planning and define their core business, considering their
Silvio Burrattino Melhado
strengths and weaknesses, threats and opportunities. Also, it is recommended that
Universidade de São Paulo firms assess whether they are prepared to meet the demands and verify the need of
São Paulo – SP - Brasil change in their processes, staff qualification, internal training and equipment, as
well as partnership with clients.
Recebido em 15/04/13 Keywords: Performance standards. Environmental sustainability. Building information
Aceito em 17/09/13 modelling. Management. Design firms.
DE PAULA, N.; UECHI, M. E.; MELHADO, S. B. Novas demandas para as empresas de projeto de edifícios. Ambiente 137
Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 137-159, jul./set. 2013.
ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 137-159, jul./set. 2013.
Introdução
Desempenho, sustentabilidade ambiental de Segundo o CBIC (CÂMARA..., 2013), os
edifícios e BIM (Building Information Modeling) projetistas devem estabelecer e indicar nos
são assuntos em evidência no subsetor Edificações. respectivos memoriais e desenhos a vida útil de
A norma NBR 15575 Edificações Habitacionais – projeto (VUP) de cada sistema que compõe a obra,
Desempenho (ABNT, 2013) entrou em vigor especificando materiais, produtos e processos que
recentemente no Brasil; edifícios com exigências isoladamente ou em conjunto venham a atender ao
sustentáveis são cada vez mais frequentes no desempenho requerido. Para que a VUP possa ser
mercado; e o BIM tem sido apontado como a atingida, o projetista deve recorrer às boas práticas
grande solução aos agentes, que permite o trabalho de projeto, às disposições de normas técnicas
integrado, a fácil identificação de prescritivas, ao desempenho demonstrado pelos
incompatibilidades entre as disciplinas de projeto, fabricantes dos produtos contemplados no projeto
a simulação ambiental do edifício, a extração de e a outros recursos do estado da arte mais atual
quantitativos, etc. (CÂMARA..., 2013).
As entidades de classe estão reconhecendo a Conforme o CBIC (CÂMARA..., 2013), quando as
importância desses assuntos. Recentemente, os normas específicas de produtos não caracterizarem
Manuais de Escopo para Contratação de Projetos e desempenho, quando não existirem normas
Serviços para a Indústria Imobiliária (SECOVI, específicas ou quando o fabricante não tiver
2013) foram revisados e passaram a mencionar publicado o desempenho de seu produto, compete
esses aspectos. O RIBA (Royal Institute of British ao projetista solicitar informações ao fabricante
Architects) realizou revisões em seu Plan of Work para balizar as decisões de especificação. Quando
de 2007, incorporando sustentabilidade em 2011 e valores de VUP maiores que os mínimos
BIM em 2012. Em 2013, o Instituto reformulou o estabelecidos na norma forem considerados, esses
plano e reviu seus estágios de trabalho. O Plan of valores deverão constar dos projetos e/ou
Work é um documento de referência para os memorial de cálculo (CÂMARA..., 2013).
agentes envolvidos nos processos de concepção,
Neste artigo, entende-se que a gestão das empresas
projeto, construção do edifício e pós-ocupação
de projeto pode auxiliar em sua preparação para
(ROYAL..., 2013).
atender à norma de desempenho, pois essa
A tendência atual é a de que os projetos de preparação envolve seus diversos processos:
edifícios sejam concebidos com enfoque em
(a) planejamento estratégico, considerando que a
desempenho, o que significa considerar os
discussão da norma não é nova e deveria estar
requisitos de desempenho desde a fase de
inserida no planejamento;
concepção, nas definições das exigências do
programa de necessidades. Cada vez mais a prática (b) gestão de pessoas, pela necessidade de
de projetar com enfoque em desempenho deve ser capacitação; e
incorporada ao processo de projeto, principalmente (c) gestão financeira, pelo investimento em
em razão das crescentes preocupações com capacitação, softwares e equipamentos, entre
durabilidade e sustentabilidade (OLIVEIRA; outros.
MITIDIERI FILHO, 2012).
Assim como desempenho, a sustentabilidade
No que se refere ao desenvolvimento de projetos, ambiental de edifícios também se configura em
os agentes – projetistas, consultores, construtores e uma demanda de mercado. Como resultado
fornecedores – terão de modificar suas práticas principalmente de processos de certificação
atuais (OLIVEIRA; MITIDIERI FILHO, 2012). ambiental, novos requisitos passam a compor os
De acordo com Trinius e Sjöström (2005), os parâmetros técnicos exigíveis de cada disciplina de
projetistas deverão garantir que o projeto, projeto, inclusive pela presença de novos agentes
considerando os produtos e os componentes no processo de projeto, tais como os consultores
escolhidos, atenda aos requisitos de desempenho, ambientais e os especialistas em diversas áreas
diferentemente de quando se trabalha com (MELHADO, 2012; DE PAULA; MELHADO,
requisitos prescritivos. 2012).
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção A produção de edifícios sustentáveis requer:
lançou um guia orientativo para atendimento à
norma de desempenho (ABNT, 2013), que contém (a) a introdução de novos métodos e ferramentas
um resumo das incumbências dos projetistas, para a avaliação de edifícios, com abordagem do
referentes às ações que visam atingir e manter os edifício como um todo e melhor entendimento
níveis de desempenho dos edifícios pretendidos. sobre a interação de componentes e seu
desempenho geral;
(b) o uso de novos materiais e novas soluções trabalhados para que a evolução ocorra de um
técnicas; estágio para o outro. O volume e a complexidade
das mudanças identificadas nos estágios BIM,
(c) a integração de novos agentes;
tanto organizacionais como industriais, são
(d) melhor arranjo e interação de incorporadores, transformacionais e não podem ser implementadas
projetistas e construtoras; sem uma evolução incremental (SUCCAR, 2009).
(e) novas competências e entendimento sobre Analisando os pontos a serem trabalhados,
construção sustentável por agentes envolvidos; e apresentados pelo autor, observa-se que muitos
deles possuem relação com a gestão das empresas,
(f) novos procedimentos, tais como caminhos envolvem seus diversos processos: gestão
para a certificação ambiental e controle da financeira, pelo investimento em software e
qualidade (REKOLA; MÄKELÄINEN; hardware; gestão de pessoas, pela capacitação;
HÄKKINEN, 2012). gestão do processo de projeto, pelas mudanças nas
Para Salgado, Chatelet e Fernandez (2012), práticas de projeto; planejamento estratégico, pela
mudanças na organização e gestão do processo de necessidade de acompanhamento da evolução do
projeto são necessárias a fim de atender aos BIM, entre outros.
requisitos de desempenho ambiental do edifício, e Muitos autores (OLATUNJI, 2011;
sua melhoria depende do estabelecimento de um KHOSROWSHAHI; ARAYICI, 2012; GU;
sistema de gestão que auxilie os profissionais a LONDON, 2010; ARAYICI et al., 2011)
lidar com esses requisitos. Segundo os mesmos discorrem sobre os aspectos não técnicos e
autores, as condicionantes da produção de edifícios técnicos relacionados à implementação do BIM:
que considerem os princípios da qualidade definição de objetivos, custos, cultura
ambiental podem ser divididas em técnicas e organizacional, gestão da informação, processo de
organizacionais. As técnicas se relacionam à projeto, práticas de trabalho, software, hardware,
qualidade ambiental do produto edifício em todo treinamentos, projeto piloto, gestão do
seu ciclo de vida, traduzida pelas soluções de conhecimento, entre outros. Entretanto, esses
projeto. Já as organizacionais se relacionam às autores não fazem uma clara relação desses
práticas adotadas no dia a dia das empresas, que aspectos com a gestão das empresas.
precisam ser analisadas e adaptadas, para que os
profissionais possam atender positivamente às O potencial do relacionamento entre BIM e
demandas do projeto integrado – fundamental para sustentabilidade ambiental deve ser destacado
a construção sustentável. (PARK et al. 2012; AZHAR et al., 2011).
Conforme Bynum, Issa e Olbina (2013), devido ao
Somando-se ao desempenho e à sustentabilidade aumento anual da demanda pela adoção do
ambiental de edifícios, o conceito BIM é conceito BIM e incorporação dos requisitos de
considerado uma demanda de mercado. Segundo sustentabilidade, o desenvolvimento de
Eastman et al. (2008, p. 13), BIM é “[...] uma plataformas mais sofisticadas e robustas se mostra
tecnologia de modelagem e um grupo associado de necessário. Medidas sustentáveis devem ser
processos para produção, comunicação e análise aprimoradas a fim de melhorar os resultados dos
do modelo de construção [...]”. edifícios em relação a suas metas ambientais. O
O compartilhamento de informações de projeto por BIM deve evoluir para integrar as análises
meio de um modelo digital traz restrições ambientais e melhorar a interoperabilidade. O
adicionais para cada agente participante da equipe avanço da tecnologia auxiliará a sustentabilidade e
de projeto. Para isso, os projetistas devem rever o BIM no estabelecimento de padrões de
sua organização interna para trabalhar sobre uma excelência no futuro. No entanto, o setor e os
mesma estrutura de dados do projeto, de uma empreendedores devem estar dispostos a
forma transversal, utilizando a mesma metodologia implementar essas ferramentas de desempenho em
e trabalhando com elementos compartilhados: suas práticas. Além disso, as partes interessadas
elementos topográficos, de arquitetura, devem estar dispostas a cooperar uma com a outra,
especificações de materiais, dados de custos, de modo a empregar um esforço colaborativo na
elementos estruturais, projeto do canteiro de obras, produção de edifícios sustentáveis.
etc. (FERRIES, 2009). A modelagem do projeto é Segundo Melhado (2012, p. 105),
desenvolvida progressivamente, permitindo
visualizar o avanço ou alterações de projeto
(FERRIES, 2009).
Succar (2009) define os estágios de evolução da
implementação do BIM e os pontos a serem
em seu ‘mundo único’, os projetistas muitas investigação do ambiente interno resulta em uma
vezes se mostram fortemente reativos às visão geral de seus pontos fortes e fracos
necessidades de melhoria da gestão. Até (HOUBE; LENIE; VANHOOF, 1999). As técnicas
certo ponto, mas não abertamente, esses utilizadas se mostram interessantes para trabalhar
profissionais questionam a real demandas de mercado, porém os referidos autores
necessidade de se fazer gestão, mesmo se citam a estrutura das empresas, mas não fazem a
essa necessidade for perceptível em sua relação clara entre gestão e demandas.
própria prática diária. Outro perfil típico É nesse contexto que o presente trabalho se insere:
do profissional de projeto pode ser
considerando a estrutura gerencial das empresas de
denominado gestor ‘autodidata’,
projeto de edifícios, questiona como elas estão se
representado pela adoção de métodos por
posicionando diante das novas demandas de
vezes ineficientes e controles muito mercado. As contribuições do artigo são:
burocráticos.
(a) a descrição do posicionamento e a percepção
As empresas de projeto possuem uma série de
de um grupo de empresas em relação às demandas;
deficiências em suas práticas de gestão. Souza
(2009) aponta as seguintes: (b) a identificação de fatores que influenciam o
posicionamento dessas empresas; e
(a) inexistência de visão e planejamento
estratégico; (c) a análise de sua influência.
(b) produtos e serviços não formalizados e Desse modo, a proposta deste artigo é analisar as
divulgados, dentro e fora da empresa; características e o posicionamento de um grupo de
sete empresas de projeto de edifícios da cidade de
(c) centralização de decisões e de
São Paulo, participantes de um programa dedicado
responsabilidades; ao desenvolvimento gerencial de empresas de
(d) inexistência de um fluxo de trabalho projeto, ante as novas demandas de desempenho,
organizado e ferramentas para controle, análise sustentabilidade ambiental de edifícios e BIM, em
crítica e retroalimentação do processo de projeto; sua interação com o mercado e clientes.
(e) inexistência de um fluxo de informações, O foco deste trabalho não é a implementação de
ferramentas para controle e retroalimentação dos modelos de gestão. Porém, considerações gerais
processos gerenciais; sobre esse assunto e a estrutura de gestão das
empresas de projeto são realizadas no âmbito do
(f) desorganização das finanças (controle de
despesas e receitas por projeto, de despesas gerais programa de desenvolvimento gerencial, devido à
da empresa, planos de investimento, etc.); relação entre a gestão e as demandas. As empresas
estudadas atuam em um contexto específico, que é
(g) inexistência de planos de ação e controles o da cidade de São Paulo. Entretanto, esse artigo se
voltados para a gestão de pessoas; e configura como uma referência para a investigação
(h) desorganização do processo comercial. de como as empresas de outras regiões estão se
posicionando diante dessas demandas.
Internacionalmente, o trabalho de Zhao et al.
(2012) – que apresenta exemplos de estratégias
para as empresas de projeto estrangeiras Metodologia de pesquisa
melhorarem sua competitividade na China – deve O trabalho de pesquisa foi realizado em duas fases,
ser mencionado. Esses autores utilizaram o conforme apresenta a Figura 1, as quais são
Modelo Diamante de Porter e a análise SWOT 1 detalhadas a seguir. A Fase 1 teve como objetivo
(Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats) verificar se as demandas de desempenho,
para definir as estratégias. O Modelo Diamante de sustentabilidade ambiental e modelagem da
Porter é uma técnica para identificar os fatores que informação da construção estavam sendo
a empresa deve considerar na operação do negócio consideradas pelas empresas, e intervir para
e as interações entre esses fatores com sua evidenciar a importância de considerá-las
estrutura organizacional, a concorrência externa e estrategicamente, na busca de sua preparação para
as decisões estratégias (ZHAO et al., 2012). A atender ao mercado. O objetivo da Fase 2 de
análise SWOT contempla as análises ambiental, ou pesquisa foi realizar uma verificação pós-
externa, e interna à empresa. A investigação do intervenção dos pesquisadores sobre o
ambiente externo resulta em uma visão geral das posicionamento das empresas em relação a essas
oportunidades e ameaças para a empresa, e a demandas.
1
Sobre a aplicação da análise SWOT em uma empresa de projeto
brasileira, consultar Novaski et al. (2012).
O método foi escolhido em função das (d) solicitados diagnósticos para verificar o
peculiaridades do programa no qual a pesquisa estágio dos módulos de gestão nas empresas e a
estava inserida, que proporcionava uma ampla consideração das demandas de mercado. A partir
interação entre os pesquisadores e as empresas desses diagnósticos, as necessidades gerenciais
envolvidas voluntariamente – os pesquisadores foram levantadas (item iii da Figura 3);
tiveram a oportunidade de se aproximar da
(e) solicitadas tarefas, baseadas em Souza (2009),
realidade dos pesquisados. Outro aspecto relevante para promover a aplicação dos conceitos de gestão
na escolha do método relaciona-se ao fato de que o e o trabalho com as demandas, ambos discutidos
objeto de investigação não é constituído somente
nas reuniões (item iv da Figura 3); e
pelas empresas, mas pelo contexto em que estão
inseridas e pelos problemas de diferentes naturezas (f) apresentadas as lições aprendidas pelas
encontrados. empresas, possibilitando a compreensão de suas
dificuldades e benefícios referentes aos módulos
Como já mencionado, a Fase 1 da pesquisa ocorreu
de gestão (item v da Figura 3).
no contexto da quinta edição do PDGEP, ou
“Soluções 5”, a qual teve início em maio de 2011 e Os diagnósticos e as tarefas foram desenvolvidos
finalização em novembro de 2012, com o evento no dia a dia de cada empresa, resultando em
“V Seminário sobre Soluções de Gestão para alterações e desenvolvimento de sua estrutura de
Empresas de Projeto: A Gestão de Empresas em gestão – as tarefas foram apresentadas pelas
Tempos de Crescimento”. A Figura 3 apresenta a empresas nas reuniões mensais. As empresas
sistemática de trabalho utilizada no programa. contaram com o auxílio de um colaborador
dedicado à implementação do modelo de gestão.
A rotina do “Soluções 5” foi composta de reuniões Esse colaborador atuava tanto na empresa como no
mensais com as empresas de projeto. Durante as
grupo de pesquisa de gestão e era responsável por
reuniões, foram:
elaborar relatórios sobre o andamento do trabalho.
(a) realizadas apresentações referentes aos Adicionalmente, foram realizadas visitas às
módulos de gestão, promovendo a discussão sobre empresas (item vi da Figura 3) pela coordenadora
os conceitos implícitos no modelo de Oliveira
do PDGEP, coautora deste artigo, e uma aluna de
(2005) (item i da Figura 3);
Iniciação Científica. Tais visitas consistiram em
(b) realizadas dinâmicas em grupo a fim de reuniões com o objetivo de analisar a evolução das
estimular a troca de experiências entre as empresas empresas em relação aos módulos trabalhados,
nas reuniões (item i da Figura 3); além de constatar problemas de gestão, de modo a
buscar maneiras de resolvê-los, resultando em um
(c) realizadas palestras com especialistas do
plano de ação para cada empresa.
mercado sobre as demandas atuais – desempenho
de edifícios, sustentabilidade ambiental de
edifícios e BIM (item ii da Figura 3);
Dois dos autores deste artigo atuaram como longo período que possibilitou conhecer e observar
coordenadores do programa. Um, com participação as empresas profundamente. Por estarem
geral, realizou as apresentações dos módulos de acostumados com os questionários do PDGEP,
gestão e orientou as empresas durante as reuniões, terem simpatia pelo programa e conhecerem os
contribuindo com sua experiência; outro, com pesquisadores, os titulares e diretores responderam
participação em todos os assuntos do programa, ao questionário, Fase 2 da pesquisa, com afinco e
desde a organização das reuniões, comunicação rapidez, o que permitiu uma boa coleta de dados.
com as empresas, preparação de todo o material A análise das características e do posicionamento
utilizado, orientação dos colaboradores, visita às
das empresas ante as demandas de mercado foi
empresas até a gestão dos arquivos em um
realizada com base em múltiplas evidências,
ambiente colaborativo. Um dos autores atuou
considerando: o comportamento das empresas
como colaborador em uma das empresas e no durante o PDGEP 5; as similaridades e as
grupo de pesquisa, auxiliando os coordenadores e diferenças entre as empresas, percebidas pelos
os outros colaboradores.
pesquisadores; os tipos de clientes atendidos pelas
O método de pesquisa se mostrou consistente, já empresas, os quais demandam ou não
que está construído em um ciclo que inclui desempenho, sustentabilidade ambiental e BIM
diagnóstico (o que existe na empresa), trabalho do (Figura 1). Essa análise permitiu identificar os
módulo ou demanda e lições aprendidas. Diversas fatores influentes no posicionamento adotado pelas
são as fontes de dados: empresas:
(a) diagnósticos, um por módulo, total de 12; (a) tipo de cliente atendido, se ele demanda
(b) tarefas, uma por módulo, total de 12; desempenho, sustentabilidade ambiental e/ou BIM
ou não;
(c) visitas, duas por empresa, realizadas no meio e
(b) características, se a empresa é inovadora e
no final do programa, total de 14;
dinâmica (promove mudanças e procura se
(d) relatórios dos colaboradores de gestão, um por atualizar por observação do mercado e/ou
módulo, total de 12; e motivação própria), ou conversadora e lenta (evita
(e) lições aprendidas, apresentadas no meio e no mudanças e atualizações, esperando forças
final do programa, total de 14 apresentações. externas para verificar a possibilidade de
ocorrerem) diante das demandas;
Entre reuniões com as empresas e os
colaboradores, visitas e preparação de material, (c) percepção e/ou entendimento sobre as
150 h de trabalho foram investidas. demandas, se a empresa observa o mercado,
percebe tendências e as entende;
Fase 2 da pesquisa – Posicionamento das (d) posicionamento em face das demandas, se a
empresas de projeto em relação às empresa traça estratégias e/ou promove ações para
considerar as demandas em seus projetos;
demandas de mercado
(e) especialidade de projeto desenvolvida, se a
A Fase 2 de pesquisa consistiu em aplicação de um empresa tem um trabalho abrangente (arquitetura)
questionário, via correio eletrônico, para realizar ou focado (esquadrias, ar condicionado, etc.); e
uma verificação pós-intervenção dos pesquisadores
sobre o posicionamento das empresas em relação (f) estrutura de gestão, se permite que a empresa
às demandas de mercado (Figura 1). trabalhe as demandas atuais.
Para compor o questionário aplicado após a O Quadro 8 apresenta a análise da influência
pesquisa-ação, em março de 2013, questões abertas desses fatores no posicionamento das empresas.
sobre as demandas, contidas no material da Fase 1,
foram selecionadas em alinhamento com o Novas demandas para as
objetivo do artigo, ou seja, buscando entender a
postura das empresas diante das demandas. As
empresas de projeto de
questões podem ser verificadas nos Quadros 4, 5, 6 edifícios
e 7; foi aplicado um questionário por empresa, que
foi respondido por seu titular ou diretor. Características das empresas
Sete empresas de projeto da cidade de São Paulo
Análise de dados foram estudadas, as quais estão caracterizadas no
Quadro 2. Três das empresas (empresas A, B e C)
A pesquisa-ação, Fase 1 da pesquisa, teve duração
apresentam uma posição relevante no mercado de
de um ano e meio, ou seja, foi um trabalho de
projetos, o que se comprova pelo grande número
de projetos realizados, características dos clientes, o de gestor da empresa. Esses papéis não estavam
que incluem grandes empresas, e também pelos muito claros para alguns participantes. Destacou-se
aspectos inovadores dos projetos das edificações a importância de gerir o escritório como uma
em que estão envolvidos. As empresas trabalham empresa que possui diversos processos, muitas
com diferentes especialidades de projeto, o que vezes com relação direta pouco perceptível à
não impediu a realização de análises e atividade principal do projetista, que é desenvolver
comparações, uma vez que o foco do artigo está projetos.
em suas estruturas de gestão e em como lidam com O segundo módulo, gestão de pessoas, foi aquele
as demandas de desempenho, sustentabilidade e
em que um maior número de ferramentas de gestão
BIM.
foi criado pelas empresas, manifestando a
dificuldade nesse módulo e sua importância para
Participação das empresas no PDGEP 5 os participantes. As ferramentas criadas se referem
Considerações gerais sobre a à seleção de pessoas, pesquisa de clima
implementação do modelo de Oliveira organizacional, avaliação de colaboradores, etc.
(2005) No que se refere ao módulo de gestão comercial e
marketing, algumas empresas se mostraram
O grupo de empresas do PDGEP 5 apresentou
satisfeitas com seu modo de divulgação, seja por
diversidade em relação a seus nichos de mercado,
meio de websites, portfólio ou revistas; e também
especialidades técnicas e tempo de atuação no
com suas propostas técnico-comerciais, estudadas
mercado (Quadro 2). Entretanto, apesar dessas
e remodeladas. Outras empresas estão trabalhando
diferenças, os problemas de gestão eram, em
de forma a evoluir no que diz respeito a sua gestão
grande parte, os mesmos.
comercial, com a criação de ferramentas e
Ao início do programa, foram apresentados os processos que as ajudarão a atrair mais clientes e
módulos de planejamento estratégico e estrutura atendê-los melhor em suas necessidades.
organizacional. Verificou-se que nenhuma das
Em relação ao módulo de gestão financeira,
empresas possuía um planejamento estratégico
percebeu-se grande preocupação com controle das
formalizado e colocado em prática, então elas
horas despendidas ao desenvolvimento projeto, ou
foram estimuladas a criá-lo. Do mesmo modo, foi
seja, com seu custo e a produtividade de seus
ressaltada a importância de se formalizar a
colaboradores. A maioria das empresas não tem
estrutura organizacional de cada empresa,
controle financeiro adequado, pois os orçamentos
atribuindo funções a seus respectivos cargos e
de seus projetos são feitos apenas com base no
explicitando os papéis de todos os colaboradores.
preço do mercado. As poucas que apresentam uma
Todas as empresas apresentaram dificuldades em boa gestão financeira utilizam softwares
implementar melhorias de gestão em suas rotinas. específicos para essa finalidade.
Os titulares possuem dois papéis: o de projetista e
Lições
Relatório do Visita às
Diagnóstico Tarefa aprendidas pela
colaborador empresas
empresa
Falta de
Demanda Apontou a
Os requisitos documentação e
considerada na necessidade de
importantes à ensaio de
Desempenho
Lições
Relatório do Visita às
Diagnóstico Tarefa aprendidas pela
colaborador empresas
empresa
Realizou a Necessidade de
discussão da tirar as dúvidas
Desempenho
Demanda Importância da
norma, encontrou sobre a norma,
considerada na Apontou conflitos entre atualização da
disparidades entre contatando
empresa. normas. empresa em
ela e outras especialista que
Estudo da norma. relação à norma.
normas que ministrou a
utilizam. palestra.
Conhecimento
do Processo
Demanda
Sustentabilidade
AQUA,
considerada na
Trabalhou a permitindo a
empresa. Apontou a experiência Enfoque nos
categoria gestão apresentação de
Participou de da empresa com o módulos de
da água do estudos de
empreendimentos LEED. gestão.
Processo AQUA. viabilidade da
C com requisitos
certificação para
ambientais.
um edifício (caso
real).
Elaborou um
mapa mental
sobre a
Demanda Entendimento
implementação
considerada na dos vários
ideal, Enfoque nos
empresa. aspectos que
BIM
Demanda não
D Realizou apenas certificação ambiental, e
considerada na
leitura do nas poucas vezes em Enfoque nos Importância da
empresa.
Processo AQUA e que tiveram contato, o módulos de gestão para a
Possui
apresentação de projeto não seguiu em gestão. empresa.
conhecimento da
um resumo. frente devido ao custo
existência apenas.
elevado que a
certificação agregou.
Enfoque nos módulos
de gestão.
Demanda não
considerada na
Enfoque nos Importância da
empresa. Enfoque nos módulos
BIM
Necessidade de
considerada na Enfoque nos elaboração de um
treinamentos
empresa. Não realizada. módulos de cronograma para
relacionados à
Nenhuma ação em gestão. se preparar em
norma.
relação à norma. relação à norma.
Necessidades:
busca de
fornecedores
certificados e com
produtos
especificados;
Sustentabilidade
Demanda não
Trabalhou as categorias conhecimento
considerada na
escolha de produtos, Enfoque nos Enfoque nos técnico de
empresa.
gestão da água e módulos de módulos de requisitos
Nenhuma ação em
conforto visual do gestão. gestão. específicos como
E relação à
Processo AQUA. iluminância, normas
sustentabilidade.
de acessibilidade;
conhecimento dos
processos
produtivos dos
materiais para
orientar escolhas.
Definiu estratégias para Definição de
a implementação do estratégias.
Demanda não BIM, considerando Obrigou a pensar no
considerada na análise de softwares, Enfoque nos Enfoque nos futuro, de modo a
BIM
Demanda não
considerada na A empresa está
Enfoque nos Enfoque nos
empresa. afastada do tema,
Não realizada. módulos de módulos de
Nenhuma ação necessidade de
gestão. gestão.
relacionada à reflexão.
F sustentabilidade.
Demanda não
Há dificuldade no
considerada na
aproveitamento das
empresa.
oportunidades do
Utiliza um software
mercado por parte
BIM, trata-se de Apresentou como Enfoque nos Enfoque nos
da empresa, ou seja,
BIM
Realizar
Demanda não
projetos que Necessidade de
Desempenho
módulos de BIM.
Nenhuma ação contato com os módulos de gestão.
gestão. Importância da
em relação ao softwares.
gestão para a
BIM.
empresa.
almejam a certificação LEED; acredita que o atual dois órgãos; os projetos apresentados deveriam
interesse dos empreendedores por sustentabilidade conter sete princípios: mobilidade, eficiência
é mais no aspecto mercadológico do que energética, gestão de água, paisagem, materiais e
filosófico; como a manutenção das instalações é resíduos, evolução e inovação, e responsabilidade
usualmente precária, é difícil saber se a edificação social; ela teve algumas dificuldades devido à falta
e suas instalações manterão suas características de conhecimento aprofundado em itens
originais durante sua vida útil. específicos. Para a empresa E, o interesse por
A empresa C participa de empreendimentos que sustentabilidade ambiental é crescente, entende
que precisa se preparar para essa demanda.
visam à certificação ambiental; segundo um de
seus diretores, Apesar de não ter participado de empreendimentos
[...] no início, há alguns anos, havia a com exigências ambientais, para a empresa F,
haverá cada vez mais modificações no produto
dificuldade de viabilizar os requisitos de
final, que passará a incorporar os requisitos
sustentabilidade por um problema de
ambientais; apesar desse discurso, a empresa citou
timing. Por vezes os consultores eram
dificuldades, como a falta de tempo para se
contratados no final do projeto,
inviabilizando a implementação de vários capacitar e a necessidade de investimentos para
requisitos. Atualmente, o consultor de trabalhar a demanda. Para a empresa G, “todos
estão se familiarizando com esses termos e estão
sustentabilidade já participa desde o início
tomando consciência da sua real importância”.
do projeto, delineando antecipadamente os
requisitos e facilitando todo o processo O Quadro 6 apresenta os resultados referentes à
[...]. consideração do BIM pelas empresas de projeto.
Em 2012, a empresa D venceu um concurso
nacional para os estudos preliminares da sede de
Conhece o desempenho de seus Como são tomadas as decisões Formaliza seu planejamento
concorrentes no mercado? sobre o futuro da empresa? estratégico?
Como mencionado anteriormente, verificou-se que projetista, sobretudo porque os arquitetos estão
nenhuma das empresas possuía um planejamento muito ligados ao processo criativo do edifício,
estratégico formalizado e colocado em prática; deixando de lado a gestão – Melhado (2012)
então, elas foram estimuladas a criá-lo. As destaca essa dificuldade; inclusão da gestão na
empresas tiveram muita dificuldade em rotina da empresa; entendimento ou aplicação dos
compreender esse módulo de gestão. Observou-se conceitos implícitos no modelo; planejamento e
por meio das tarefas e das visitas que, apesar de o acompanhamento adequado das ações, etc. As
discurso das empresas ser o de que realizam empresas apresentaram um comportamento
planejamento estratégico, elas não o fazem passivo em relação às questões de gestão,
apropriadamente, ou seja, não definem objetivos, postergando as ações necessárias; o programa
não os desdobram em metas, ações e indicadores. exige dedicação, e há muitos conceitos envolvidos;
Apenas a empresa D chegou a estruturar um pela morosidade, as empresas acumulavam as
quadro com esses componentes. atividades; os colaboradores de gestão apoiaram os
participantes, mas não tinham todas as respostas,
Análise de dados e discussão então todos tinham de colaborar na solução dos
problemas gerenciais.
As deficiências nas práticas gerenciais encontradas
O trabalho referente às demandas de mercado foi
nas empresas de projeto corroboram as
parcialmente comprometido pelas dificuldades
deficiências mencionadas por Souza (2009), tais
citadas, já que, muitas vezes, as empresas estavam
como inexistência de planejamento estratégico; um
resolvendo questões estruturais de gestão e
fluxo de trabalho organizado e ferramentas para
entendendo sua importância. Por essa razão,
controle, análise crítica e retroalimentação do
algumas tarefas do programa não foram realizadas
processo de projeto; planos de ação e controles
ou foram alteradas, e muitas visitas dos
voltados para a gestão de pessoas, etc.
pesquisadores tiveram enfoque nos módulos de
As empresas de projeto tiveram dificuldades ao gestão, como pode ser notado no Quadro 3. Apesar
implementar o modelo de gestão, tais como: disso, as empresas apresentaram algumas lições
conciliação dos papéis do titular como gestor e aprendidas.
Deve-se ressaltar que o momento do mercado no Sobre a percepção e o entendimento das demandas,
qual o PDGEP 5 ocorreu foi diferente em as empresas A e C as percebem, as entendem e
comparação com as outras edições; estava bastante procuram trabalhá-las; são demandadas pelos
aquecido, as empresas estavam com um volume clientes, isso faz com que não exista dúvida se
muito grande de trabalho. Ao longo de sua devem considerar as demandas ou não; como são
trajetória, o programa possui casos de sucesso que inovadoras e dinâmicas, elas se preparam de algum
estão descritos nos artigos publicados. A relação modo para atender às demandas por conta própria
de parte deles pode ser encontrada em Souza et al. e, por isso, com certa variação, se posicionam
(2011). diante delas. A empresa B é fortemente “puxada”
pelo cliente, por isso sente as demandas, mas não
Quanto ao diagnóstico apresentado no Quadro 3
há um entendimento com profundidade; B não se
(Fase 1 da pesquisa), as empresas A, B e C
apresentaram algumas ações relacionadas à posiciona diante das demandas, apenas é “levada”
consideração das demandas. É importante destacar pelo cliente; D e F não se importam com as
demandas; como possuem um comportamento
que elas foram demandadas por seus clientes, ao
intermediário, há dificuldade em entender as
contrário das empresas D, E, F e G. Na Fase 2 da
demandas do cliente “de ponta” e estabelecer
pesquisa, observa-se que a empresa D foi induzida
estratégias, ou seja, decidir efetivamente se querem
a considerar sustentabilidade ambiental e BIM por
exigência de um concurso e de um cliente trabalhar as demandas ou não, por isso as empresas
respectivamente. não se posicionam diante delas; E e G possuem
alguma ciência sobre as demandas, mas não as
O Quadro 8 apresenta o resultado da análise da trabalham, nem se posicionam diante delas; as
influência dos fatores que implicam o empresas E e G poderiam trabalhar melhor seus
posicionamento adotado pelas empresas de projeto clientes, propondo a inserção das demandas, de
ante as novas demandas de desempenho, modo a agregar valor para o serviço prestado.
sustentabilidade ambiental de edifícios e BIM, em
As empresas A, B e C são especialistas, o que
sua interação com o mercado e clientes. As
significa que os trabalhos dessas empresas são
empresas que possuem semelhanças foram
focados. Isso facilita, por exemplo, considerar
agrupadas por cor.
requisitos de desempenho e de sustentabilidade
Conforme o Quadro 8, as empresas A, B e C ambiental em suas especialidades 4 ; como são
prestam serviço para clientes que demandam inovadoras e dinâmicas (com certa variação), A e
desempenho, sustentabilidade e/ou BIM; porém, C veem como as empresas parceiras (clientes
A 2 e C podem ser consideradas, com certa internos, empresa de arquitetura, por exemplo) se
variação, empresas inovadoras e dinâmicas, e B comportam e, assim, se preparam para atender às
pode ser considerada conservadora e lenta 3 . A demandas destes e dos clientes “de ponta”; como é
empresa D foi induzida a considerar “puxada pelo cliente” e especialista, B acaba por
sustentabilidade ambiental e BIM recentemente, e considerar as demandas, mesmo sem haver
a F não é demandada por seus clientes, porém entendimento sobre elas. Já D e F são empresas de
possui potencial para atender aqueles que expõem arquitetura, trabalham com criação, o que dificulta,
exigências relacionadas às demandas (uma lição por exemplo, considerar os requisitos, transformar
aprendida por F foi a de que possui dificuldade em conceitos em ações; por terem um comportamento
aproveitar as oportunidades do mercado); possuem intermediário e grande parte de clientes “comuns”,
um comportamento intermediário, com alguma não há consideração das demandas, nem estratégia,
tendência para inovar e o dinamismo. Já E e G apesar do potencial em trabalhar “clientes de
atendem clientes que não demandam e possuem ponta”. As empresas E e G também trabalham com
um comportamento intermediário. criação, mas devido a sua ciência com relação às
demandas, poderiam trabalhar seus clientes atuais.
2
Segundo tarefa do PDGEP, visita e relatório do colaborador, a
empresa A estava passando por uma reformulação, prevendo
novo espaço físico; nova comunicação visual com atualização de
toda papelaria, sites, formulários, etc.; criação de fôlder com
portfólio simplificado para a divulgação da empresa em
congressos, cursos e palestras; prestação de novo serviço –
fiscalização da produção da matéria-prima e da instalação das
esquadrias na obra.
3
O relatório do colaborador de B apontou que, por se tratar de
uma empresa com muitos anos, com uma posição firmada no
mercado, composta de muitos colaboradores antigos e formada
em princípios de gestão também antigos, tende a ter uma
posição mais conservadora. Tanto os titulares como parte dos
colaboradores não estão habituados com tecnologias recentes,
4
trabalhando por vezes “à mão”. Isso foi verificado na realização das tarefas do PDGEP.
Quadro 8 - Análise da influência dos fatores que implicam o posicionamento adotado pelas empresas de
projeto ante as novas demandas, em sua interação com o mercado e clientes
A
Posiciona-se ante as demandas
C
Não se posiciona ante as demandas
B D, F E, G
B
Especialista
A, C
Arquitetura
D, F E, G
G
Estrutura de gestão precisa evoluir
C B D, F E
Sobre a estrutura de gestão, a empresa A possui demandas não são consideradas em sua gestão;
um SIG, porém não há uma conexão entre o SIG como B atua no mercado há muitos anos e se
sistema e as demandas; poderia utilizar melhor, destaca tecnicamente, os clientes a “puxam” para
consciente e estrategicamente, sua estrutura de atender a suas necessidades no que se refere às
gestão, por meio de poucas ações gerenciais. Já a demandas5. D e F possuem uma estrutura de gestão
empresa C possui uma estrutura frágil, que não relativamente jovem, procuram implementar
compreende as demandas; necessita evoluir por mudanças, mas, por não agir estrategicamente,
meio de muitas ações. Como B é uma empresa acabam perdendo oportunidades; possuem
conservadora e lenta, qualquer mudança em gestão potencial para atender outros tipos de cliente; as
é bastante difícil, pois há o pensamento “se até
aqui deu certo, vamos continuar fazendo assim”; as 5
Isso foi o que aconteceu em relação ao BIM: a empresa B
somente iniciou suas práticas devido à parceria com um cliente.
Nathália de Paula
Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica | Universidade de São Paulo | Av. Prof. Almeida Prado, Trav. 2, n.
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