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Introdução
3. A industrialização retardatária
Entre os anos de 1961 e 1964 o Produto Interno Bruto (PIB) teve um declínio
expressivo, aproximadamente de 4,2%, enquanto as taxas de crescimento da população
ficaram em torno de 3%.
Por causa das dificuldades econômicas enfrentadas no período, Roberto Campos
e Octávio de Bulhões, juntamente com a nova equipe econômica, elaboraram o Plano de
Ação Econômica do Governo (PAEG), que tinha por objetivo, dar as diretrizes gerais da
política econômica entre os anos de 1964 e 1966, e apontava como o principal problema
a taxa de inflação, que se mantida sua tendência de aumento, atingiria 144% ao final do
ano.
A nova equipe atribuiu o aumento da inflação, ao excesso de demanda e aos
demagógicos aumentos salariais. Portanto, algumas hipóteses de solução do problema
foram elaboradas, tais como: corte no gasto público, aumento da carga tributária,
contenção de crédito e arrocho salarial (foi criado um sistema de cálculo de modo que
os salários fossem sempre reajustados abaixo dos índices efetivos da inflação). Foram
criados o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional, a fim de tirar o controle
monetário do Banco do Brasil.
A política de estabilização resultou imediatamente no aprofundamento da crise,
sucedendo-se uma onda de liquidações de empresas pequenas e médias, que foi
acompanhado pelo alargamento das margens de capacidade ociosa das grandes
empresas. O corte drástico no gasto público penalizou a indústria de bens de produção
(são aquelas que transformam matéria-prima ou energia em produtos que serão usados
por outras indústrias. Costumam ficar perto da matéria-prima e dos meios de transporte
que permitem o escoamento das mercadorias). A taxa de investimento das empresas
públicas do setor declinou substancialmente, e o governo, deliberadamente, bloqueou
sua expansão.
A política salarial, caracterizada pelo chamado arrocho, cumpriu um papel
importante no que se refere à indústria como um todo, o de rebaixar os custos primários.
Este papel foi crucial para impedir a quebra generalizada de pequenas e médias
empresas, por serem incapazes de pagar salários maiores.
Com relação à dívida externa, pode-se afirmar que seu enfrentamento por parte
do governo se constitui, no início dos anos oitenta. Observou-se, ainda na década de
setenta, um enorme crescimento do volume da dívida, pois nessa época ocorreu a
crescente “estatização” das tomadas diretas realizadas junto ao sistema financeiro
internacional. Enquanto no período de 1972-1973 o setor privado respondia por cerca de
60% do total captado, no final do período de 1975 o setor público possui 77% das
captações totais.
O novo Comitê Assessor do FMI, que exerceu a supervisão e o controle sobre a
economia brasileira, conseguiu que houvesse relativa estabilização nas linhas de crédito
interbancário. No final de 1983 o Congresso aprovou um plano de desindexação parcial
dos salários, recebeu o aval do FMI e pôde, com a liberação das parcelas dos
empréstimos até então retidos, começar a saldar os pagamentos atrasados.
As exportações brasileiras alcançaram um bom desempenho (US$ 21,9 bilhões
em 1983 e US$ 27 bilhões em 1984), permitindo a reposição das reservas internacionais
no país.
Desde 1984, o Brasil mantinha um saldo da balança comercial pouco superior a
US$ 1 bilhão por mês. Devido à política do Plano Cruzado, esse saldo começou a
diminuir a partir de maio de 1986; em ainda era de US$ 950 milhões, em setembro caiu
para US$ 544 milhões e, em outubro, tornou-se negativo, permanecendo nessa situação
até o fim do ano. A tendência ao rápido esgotamento das reservas cambiais e as
complexa relações com o FMI levaram o governo brasileiro à moratória, iniciada em
fevereiro de 1987.
Nos últimos anos, observou-se um longo período de incertezas na economia
brasileira, em que se tentou quase tudo com resultados pouco significativos:
congelamento temporário de preços e salários; salários reajustados mensalmente;
retomada dos contatos com o FMI propondo alternativas inovadoras de renegociação;
estímulos às exportações; elevação da carga tributária; tentativa do estabelecimento de
um pacto social, reunindo representantes do governo, dos empresários e dos
trabalhadores. Como a maioria dessas tentativas fracassou, a convivência incômoda com
uma alta crescente dos níveis de preços tornou-se realidade, o dragão da inflação venceu
a parada com muitos corpos de vantagem e o PIB quase a zero rondou o país
constantemente durante aquele período.
Conclusão
http://ocavirtual.wordpress.com/2008/05/11/o-desenvolvimento-do-capitalismo-
nacional-brasileiro-e-sua-relacao-com-o-capitalismo-mundial/
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2006/09/360094.shtml
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/o-capitalismo-no-brasil-no-inicio-
do-seculo-xx/
http://www.essaseoutras.xpg.com.br/tipos-de-industrias-bens-de-producao-
capital-e-consumo-exemplos/
http://www.ufrgs.br/decon/publionline/textosdidaticos/textodid14.pdf