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Nos últimos anos, face à renovação dos estudos históricos em nosso país,
procura-se mostrar que a História não é apenas fruto da ação isolada de
grandes homens - os heróis nacionais, mas que ela se tece no cotidiano,
onde emergem diferentes atores sociais. Todos nós fazemos História!
Ricardo Oriá
Historiador
Consultor Legislativo
MAIS UMA HISTÓRIA NÃO CONTADA
Luciana Scanapieco
Curadora
O Preciso, IAHGP
AVANTE PATRIOTAS! 200 ANOS DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA 7
CAUSAS DA
REVOLUÇÃO
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A CIRCULAÇÃO
DE IDEIAS
O clima de descontentamento permitiu a difusão de ideias
políticas iluministas e liberais, que nortearam movimentos como a
Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.
O contato com essas ideias dava-se por intermédio dos alunos
que iam estudar na Europa ou em seminários religiosos como o
Seminário de Olinda e também por intermédio das Academias
e da Maçonaria. As ideias libertárias foram progressivamente
aceitas pela elite dominante que, por esse espírito, via surgir
uma motivação política capaz de promover-lhe a liberdade da
dominação portuguesa, mas mantendo os direitos e privilégios da
ordem colonial.
Seminário de Olinda, Manoel Bandeira, APEJE AVANTE PATRIOTAS! 200 ANOS DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA 13
“Revolução dos Padres”
Criado em 1800 pelo bispo José da Cunha de Azeredo
Coutinho, o Seminário de Olinda baseava seu ensino em
doutrinas racionalistas cartesianas. Alguns dos professores do
Seminário, como os padres João Ribeiro Pessoa de Melo
Montenegro e Miguelinho, foram revolucionários de destaque
em 1817. Estima-se que cinquenta padres e cinco frades
participaram do movimento.
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AVANTE
PATRIOTAS!
O Estado de Alerta e as prisões
O governador de Pernambuco, Caetano
Pinto de Miranda Montenegro, a
princípio ignorou os boatos de levantes e
agitação de tropas, mas finalmente decidiu
agir, no dia 6 de março de 1817, ao emitir
estado de alerta e pedir ordem de prisão Caetano Pinto de Miranda
para os supostos conspiradores. Montenegro, Manoel
Bandeira, IAHGP
O início da Revolução
O capitão Barros Lima, o Leão Coroado, não aceitou a ordem
de prisão dada pelo brigadeiro português Barbosa de Castro e
o matou. Os grupos rebelados tomaram o quartel do regimento de
Artilharia e saíram às ruas. Começava a Revolução.
Palácio Campo das Princesas - Governo de Pernambuco AVANTE PATRIOTAS! 200 ANOS DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA 19
Espada e óculos do Leão Coroado, IAHGP
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A REPÚBLICA
PERNAMBUCANA
A Composição
O Governo Provisório era
composto por cinco membros,
cada um representando
um segmento das classes
dominantes:
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“Era em casa do sr. Domingos
José Martins que se realizavam
os jantares brasileiros de que já
falei; reunia ali os oficiais dos
regimentos e emprestava-lhes
dinheiro. Considero-o como
um dos principais autores da
Revolução.”
Domingos José Martins (Herói
L. F. Tollenare Nacional), IAHGP
A Lei Orgânica
Estabeleceu-se que dentro de um ano deveria ser convocada uma
Assembleia Constituinte, a qual teria três anos para elaborar
a Constituição. Até lá, ficaria vigente a chamada Lei Orgânica,
de autoria atribuída a Frei Caneca. Inspirada na Declaração dos Gate & Slave Market at Pernambuco, a partir de Augustus Earle, © Trustees of the British Museum
Direitos do Homem e do Cidadão, o documento estabelecia uma
série de direitos e garantias individuais, tais como:
- liberdade de imprensa
- liberdade de consciência
- tolerância às demais religiões cristãs (apesar de o catolicismo ser
a religião oficial).
As Contradições
Embora inovador em alguns aspectos, o primeiro governo Frei Caneca (Herói Nacional)
Manoel Bandeira, IAHGP
republicano instalado no Brasil foi marcado por contradições.
Propunha ideias como a igualdade racial e social, mas defendia
a manutenção da escravidão, como estratégia para manter o apoio
O Preciso, IAHGP
dos proprietários de terra.
Carta de exposição dos motivos da Revolução, redigida
Além disso, mostrava-se um movimento aristocrático, com pouca por José Luís Mendonça. Sua impressão foi um ato de
participação popular. rebeldia à lei que impedia a liberdade de imprensa.
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“Disse, há poucos dias, ao padre João Ribeiro que
deveria publicar uma gazeta para doutrinar o povo, que
nada compreende do que se vai fazer. Assegurei-lhe que
um grande número de indivíduos da classe média não
se considerava em revolta contra o rei, crendo somente
haverem expulso um mau governador, e esperavam receber
um melhor da corte do Rio de Janeiro.
‘Convém-nos deixá-los neste erro’, respondeu-me o padre.”
L. F. Tollenare
A Nova Bandeira
Paz;
Força e energia de Pernambuco;
Bênção das Bandeiras Republicanas, Antônio Parreiras, APEJE AVANTE PATRIOTAS! 200 ANOS DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA 27
APOIO INTERNO
E NO EXTERIOR
Aderiram ao movimento: Paraíba e Rio Grande do Norte
Paraíba
Levante na Vila de Itabaiana organizado por Manuel Clemente
e João Batista do Rego. Revoltosos marcharam sobre Pilar e
Cidade da Paraíba.
Formaram uma junta governativa republicana que se aliou a
Pernambuco.
Bahia
Padre Roma, enviado como representante da
Revolução, foi preso ao desembarcar e fuzilado Tinteiro do Padre
por ordem do governador (Conde dos Arcos). Roma, IAHGP
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O LEGADO
Seus atores são lembrados hoje com orgulho e dão nomes a ruas,
edifícios e pontes.
ALBUQUERQUE, A. Tenório d’. A maçonaria e as revoluções MELLO, Evaldo Cabral de. A outra independência: o federalismo
pernambucanas. Rio de Janeiro: Aurora, 1970. pernambucano de 1817 a 1824. São Paulo: Ed. 34, 2004.
ANDRADE, Breno Gontijo. A Revolução dos Padres. In: Diálogos - Revista QUINTAS, Amaro. A revolução de 1817. 2 ed. Rio de Janeiro: J. Olympio;
do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação Recife: Fundarpe, 1985.
em História, vol. 15, núm. 1, enero-abril, 2011, pp. 243-248 Universidade
Estadual de Maringá Maringá, Brasil. Disponível em: http://www.dialogos.uem. SOUSA, Alberto. Os Andradas. São Paulo: Typographia Piratininga, 1922
br/index.php?journal=ojs&page=article&op=view&path%5B%5D=488&pa
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Educação e Cultura, 1978.
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Pernambucana de 1817. OPSIS, Catalão, v. 10, n. 1, p. 169-186, jan-jun, ________
2010. Disponível em: https://revistas.ufg.br/Opsis/article/viewFile/9519/8477
LEI Nº 13.056, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2014 - Inscreve o nome de Bárbara
ANDRADE, Manuel Correia de Andrade. Guerras e Revoluções Brasileiras: Pereira de Alencar no Livro dos Heróis da Pátria.
A Revolução Pernambucana de 1817. São Paulo, 1995, pp. 32.
LEI Nº 12.488, DE 15 DE SETEMBRO DE 2011 - Inscreve o nome de Domingos
AQUINO, Rubim Santos Leão de. Pernambuco em chamas: revoltas e Martins no Livro dos Heróis da Pátria.
revoluções em Pernambuco. Recife: Massagana, 2009.
LEI Nº 11.528, DE 11 DE OUTUBRO DE 2007 - Inscreve o nome de Frei
CARVALHO, Gonçalo de Barros; MOURÃO, Mello. A Revolução de 1817 Caneca no Livro dos Heróis da Pátria.
e a História do Brasil: um estudo de história diplomática. Brasília:
Fundação Alexandre de Gusmão, 2009
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200 ANOS DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
Nº 1
A Batalha do Jenipapo
no processo de independência do Brasil
Nº 2
Dois de Julho
A independência do Brasil na Bahia
Nº 3
Nas Trilhas da Cabanagem
1835 - 1840
Disponíveis em:
www.camara.leg.br/centrocultural
Este catálogo foi impresso em couché fosco 115g/m² (miolo) e couché fosco 250g/m², com laminação BOPP fosco, frente e verso (capa).
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Secretaria de
Centro Cultural Comunicação Social