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http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/12/saiba-como-exercer-o-seu-direito-de-
resposta-entenda-lei
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A nova lei do direito de resposta está em vigor desde o dia 11 de novembro deste ano. A
legislação assegura ao ofendido por matéria veiculada pela imprensa o direito de
resposta ou retificação “gratuito e proporcional” à ofensa. O objetivo principal é
garantir um mecanismo de defesa para o lado mais fraco da relação entre cidadão e
imprensa. Caso os veículos não concedam extra-judicialmente o direito de resposta,
então a pessoa poderá acionar a Justiça.
Pela lei, cabe o direito de resposta ou retratação para matérias jornalísticas cujo
conteúdo atente, “ainda que por equívoco de informação, contra a honra, a intimidade, a
reputação, o conceito, o nome, a marca ou a imagem de pessoa física ou jurídica
identificada ou passível de identificação”.
“Este pedido deve ser feito primeiramente ao ofensor, para, somente após a frustração
dessas tratativas, passar ao judiciário, respeitado o prazo de 60 dias da suposta ofensa”,
explica a advogada.
Sim, está previsto no Capítulo I, dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Art.5o,
inciso V: "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem".
Como é feita essa retratação? O espaço da resposta terá que ser o mesmo da matéria
original?
O processo deverá ser ajuizado na cidade onde o ofendido reside, no caso de pessoas
físicas, ou onde a empresa está estabelecida, no caso de pessoas jurídicas. O reclamante
também pode entrar com o pedido no local em que considerar ter ocorrido maior
repercussão sobre a notícia.
O juiz terá 24 horas para citar o veículo de comunicação, que terá igual prazo para
apresentar a justificativa da não publicação da resposta ou retratação, e três dias para
apresentar a contestação. A lei estabelece prazos para os juízes se manifestarem sobre os
casos, garantindo agilidade e efetividade na retratação. Hoje há casos de pedidos de
direito de resposta aguardando há mais de 5 anos por decisão da Justiça.
Para a Secretária-geral, a lei não ameaça a liberdade de imprensa. “Ao passo que uma
lei muito rígida, impede o regular exercício do direito de imprensa, uma lei uma aberta
dificulta a tutela do direito daqueles que sentem sua esfera privada, nas mais diversas
dimensões, de alguma forma invadida”, completa a advogada Lilian Brandão.
A nova lei, apesar de deixar algumas lacunas, como por exemplo, a falta dos limites do
que seja lícito para crônica, críticas e, também, opinião, privilegia a resolução no âmbito
extrajudicial, o que em muito corrobora para a celeridade na resolução do litígio,
explica Lilian.
A OAB Federal entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade, contra o art. 10 da
nova Lei do Direito de Reposta. Conforme o artigo impugnado, o autor tem direito a ter
o seu pedido analisado por um único juiz, enquanto o veículo de comunicação deverá
ter seu recurso apreciado por órgão colegiado, o que feriria o princípio da igualdade.
Mensagem de veto
§ 2o A ação de rito especial de que trata esta Lei será instruída com as provas do
agravo e do pedido de resposta ou retificação não atendido, bem como com o texto da
resposta ou retificação a ser divulgado, publicado ou transmitido, sob pena de inépcia da
inicial, e processada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, vedados:
I - a cumulação de pedidos;
II - a reconvenção;
§ 3o (VETADO).
Art. 7o O juiz, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes à citação, tenha ou não se
manifestado o responsável pelo veículo de comunicação, conhecerá do pedido e,
havendo prova capaz de convencer sobre a verossimilhança da alegação ou justificado
receio de ineficácia do provimento final, fixará desde logo as condições e a data para a
veiculação, em prazo não superior a 10 (dez) dias, da resposta ou retificação.
§ 1o Se o agravo tiver sido divulgado ou publicado por veículo de mídia impressa cuja
circulação seja periódica, a resposta ou retificação será divulgada na edição seguinte à
da ofensa ou, ainda, excepcionalmente, em edição extraordinária, apenas nos casos em
que o prazo entre a ofensa e a próxima edição indique desproporcionalidade entre a
ofensa e a resposta ou retificação.
§ 2o A medida antecipatória a que se refere o caput deste artigo poderá ser
reconsiderada ou modificada a qualquer momento, em decisão fundamentada.
§ 4o Para a efetivação da tutela específica de que trata esta Lei, poderá o juiz, de ofício
ou mediante requerimento, adotar as medidas cabíveis para o cumprimento da decisão.
Art. 10. Das decisões proferidas nos processos submetidos ao rito especial estabelecido
nesta Lei, poderá ser concedido efeito suspensivo pelo tribunal competente, desde que
constatadas, em juízo colegiado prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência
na concessão da medida.
Art. 13. O art. 143 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
DILMA ROUSSEF