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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
DOCENTE: FERNANDO RAUL DE ASSIS NETO
DISCENTE: ANDREÉ CORREIA DE OLIVEIRA

DISCIPLINA: FILOSOFIA DA CIEÊ NCIA

QUAL O OBJETIVO DO ARTIGO (OS DOIS DOGMAS DO EMPIRISMO) E O QUE QUINE


ARGUMENTA EM CADA UM DOS 5 TOÉ PICOS DO ARTIGO EM PROL DE SUA TESE? EM
SUMA, UM RESUMO QUE CONTEMPLE A ESTRUTURA DE ARGUMENTAÇAÃ O DO
TEXTO.

William Van Orma Quine, nascido em Akron em 25 de junho do ano de 1908,


Quine era filoó sofo, matemaó tico e loó gico, um dos mais influentes do seó culo XX.
Podemos afirmar, inclusive, que ele teve muitas influeê ncias do cíórculo de Viena -
grupo que se juntou informalmente na Universidade de Viena de 1922 a 1936 e que
em reunioõ es semanais procuravam reconceitualizar o Empirismo a partir das novas
descobertas cientíóficas e demonstrar as falsidades da Metafíósica - e sua influeê ncia
positivistas pode ser encontradas facilmente em suas obras, em principal na - talvez
- mais famosa delas "Os dois Dogmas do Empirismo" que veremos agora.

Quine inicia sua argumentaçaõ o nos Dois Dogmas do Empirismo, afirmando


que o empirismo vivenciado em sua eó poca se fundamentava em dois pilares, aos
quais Quine chama de dogmas. O primeiro dogma seria a crença em uma suposta
divisaõ o entre enunciados que saõ o analíticos - ou aqueles que se fundamentam em
seu significado independente das questoõ es de fato no mundo - e enunciados
sintéticos - ou aqueles que se fundamentam apenas nas questoõ es de fato. O segundo
dogma seria o dogma do reducionismo a crença de que enunciados significativos
equivale a alguma construçaõ o loó gica com base em termos que se referem a
experieê ncia imediata, em outras palavras, eó a crença de que se pode reduzir frases
complexas a experieê ncias, sendo essas naõ o redutivas. Ambos os pilares(dogmas)
afirma Quine, saõ o mal fundados e uma das consequeê ncias do abandono de tais
dogmas escureceria a fronteira entre metafíósica especulativa e cieê ncias naturais
aleó m de levar a um direcionamento rumo ao pragmatismo.

I- O Pano de Fundo da Analiticidade. Quine demonstra aqui que naõ o existe


apenas as palavras e as coisas. Existem tambeó m um intermediaó rio que eó o
significado. Palavras saõ o entidade linguíósticas, as coisas saõ o os objetos no espaço-
tempo de fato no mundo e o significado eó uma entidade intermediaó ria entre as
palavras e as coisas. Significado eó aquilo que se torna esseê ncia quando ela - esseê ncia
- se divorcia do objeto de refereê ncia e se une a palavra. O pano de fundo da
analiticidade seria o significado, pois este, eó quem dar fundamento ao que eó
analíótico. No entanto, Quine nos avisa que significar eó diferente de nomear, e
demonstra que dois termos particulares podem nomear a mesma coisa e ter
significados totalmente diferente - como no exemplo que Quine usa que eó "A estrela
da manhaõ " e a "Estrela da Tarde" que nomeiam a mesma estrela/ "Scott" e "O autor
de Waverley" que nomeiam a mesma pessoa-. Neste toó pico, o filoó sofo fala sobre as
duas classes de enunciados analíóticos. A primeira seriam as verdades lógicas como
"Nenhum homem naõ o casado eó casado". E a segunda saõ o aquelas que dependem do
uso de sinonímia - ou uso de sinoê nimos para definir um enunciado-.

II- Definição. Aqui o Quine se encontra preocupado com a classe de


analiticidade que depende da sinonímia. A definiçaõ o de "solteiro" eó "homem naõ o
casado", no entanto, Quine problematiza: Como sabemos tal definiçaõ o? Quem definiu
assim, e quando? Ele usa o exemplo de lexicoó grafo, que estabelece relaçoõ es de
sinoníómia entre as palavras recorrendo a termos preó -existentes em uma
comunidade linguíóstica. A definiçaõ o naõ o eó apenas o trabalho de um filoó logo, filoó sofos
e cientistas teê m tambeó m a oportunidade de definir entidades e objetos. Mas a
definiçaõ o de um filoó logo eó pura lexicografia, depende do uso e conhecimento de
sinoníómia anterior a tal definiçaõ o. Existem casos como a explicação em Carnap -
atividade definitoó ria sem limitaçaõ o do uso de palavras preó -existentes -, no entanto
tal meó todo foi construíódo para outro direcionamento que naõ o cabe ao uso para um
entendimento do que seja analiticidade. Entaõ o descobre-se que a definiçaõ o - exceto
em casos extremos de introduçaõ o convencional explíócita de uma nova notaçaõ o -
depende de relaçoõ es anteriores de sinoníómia. Desta forma compreende-se que um
termo eó analíótico naõ o em virtude de seu significado, mas porque noó s decidimos
arbitrariamente que saõ o sinoê nimos.

III- Intersubstitutibilidade. Neste toó pico Quine deixa de lado a definiçaõ o e


examina mais afundo a sinoníómia. Aqui se analisa o fato de duas formas linguíósticas
serem substituíóveis entre si sem a alteraçaõ o do seu valor verdade como "Nenhum
solteiro eó casado" e "Nenhum homem naõ o casado eó casado". Entretanto, se em
"Todos e somente os solteiros saõ o homens naõ o casados" eó um enunciado analíótico,
entaõ o "Necessariamente todos e somente os solteiros saõ o homens naõ o casados" eó
verdadeiro e aíó caíómos em uma armadilha, que a condiçaõ o da intersubistitutibilidade
salva veritate varia em força da variaçoõ es na riqueza da linguagem dada. O que
percebemos neste toó pico eó que naõ o podemos aplicar a substituiçaõ o em todos os
casos de maneira a salvar o seu valor verdade. Quine entaõ o recorre a explicar a
analiticidade sem recorrer a sinoníómia.

IV- Regras Semânticas. EÉ aqui o "golpe final" que Quine dar no primero
dogma. Neste toó pico, se verifica que tais regras que estabelecem a analiticidade saõ o
oferecidas em caraó ter pragmaó tico e que mesmo que explicaó ssemos a analiticidade
segundo as "Regras Semaê nticas" de um determinado sistema, ainda assim teríóamos
o mesmo problema que seria definir o significado de Regras Semânticas. E a esta,
Quine afirma "-Regras Semânticas só são reconhecíveis pelo fato de aparecerem numa
página sob o título de "regras semânticas" e este título é, ele mesmo, sem significado".
Aqui percebe-se que a definiçaõ o de analiticidade naõ o pode ser primitiva, ela decorre
da proó pria praó tica da linguagem. Com base nos argumentos que Quine apresenta, ele
eó levado a duvidar que eó possíóvel delimitar verdades fundamentadas em significados
independentemente das questoõ es de fato. Com efeito, se torna impossíóvel traçar uma
linha entre enunciados analíóticos e sinteó ticos, crença que antes era fundamento
pressuposto nas teorias empiríósticas loó gicas ironiza denominando tal dogma de "-
Um metafísico artigo de fé".

V- Teoria Verificacionista e o Reducionismo. Neste toó pico Quine


demonstra que se por um lado na teoria Verificacionista a unidade de significaê ncia
empíórica eó o todo da cieê ncia - O significado do enunciado eó o meó todo de confirmaó -lo
(ou naõ o) empiricamente. Deste modo a cieê ncia abarca a realidade como um todo
conexo, conjugando holisticamente o analíótico e o sinteó tico, linguagem e
experieê ncia-. Por outro, o reducionismo, de uma forma ou de outra, eó considerado
traduzíóvel e um enunciado (verdadeiro ou falso) sobre a experieê ncia imediata. Uma
concepçaõ o ingenua da relaçaõ o ( experiencia e linguagem) eó que esta, se encontra em
uma relaçaõ o de constataçaõ o direta. Quine chamou isso de Reducionismo Radical.

Com a quebra da crença sobre a dinstinçaõ o fundamental entre verdades que


saõ o analíóticas e sinteó ticas, o segundo dogma naõ o eó mais consequeê ncia do primeiro.
Ao recusarmos uma natureza especíófica aà analiticidade a ideia de enunciados
sinteó ticos cai por terra, uma vez que uma era definida em virtude da outra. Quine
aqui nos afirma que naõ o haó uma relaçaõ o indutiva entre as frases e a experieê ncia.

Cada sentença, soó tem sentindo dentro do seu contexto e naõ o isoladamente.
Em consequeê ncia, a sentença estaó vinculada tanto ao analíótico quanto ao sinteó tico do
corpo teoó rico que o inclui.
Quine como empirista, objetivava um empirismo mais radical, mais longe da
metafíósica e mais ontoloó gico. Isso o direciona a um Empirismo sem dogmas
influenciado por pensadores como Carnap e Lewis. Com seus trabalhos ele se torna
o maior loó gico analíótico da segunda metade desse seó culo, e sua influeê ncia sobre o
empirismo saõ o, ateó hoje as maiores conhecidas na era conteporaê nea.

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