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Tema: Aneurisma cerebral

1- Introdução ao aneurisma:

Os estudos de autópsia indicam que os aneurismas cerebrais são relativamente comuns


em adultos, com uma prevalência variando entre 1% e 5%. A prevalência de aneurismas
intracranianos em adultos submetidos à angiografia cerebral é de 0.5% a 1%. Portanto, 1
a 12 milhões de norte-americanos carregam aneurismas intracranianos. A incidência de
relatos de aneurismas rotos é de cerca de 10 em cada 100,000 pessoas por ano (cerca de
27,000 pacientes por ano nos EUA).
Os aneurismas cerebrais podem ocorrer em qualquer idade, mas são mais comuns em
adultos e em mulheres. Estudos epidemiológicos mostram que 7% a 20% dos pacientes
com hemorragia subaracnóide aneurismática têm um parente de primeiro ou segundo grau
com aneurisma intracraniano.

2- Tipos de aneurisma

2.1-Aneurismas rotos:
A causa mais frequente de hemorragia subaracnóidea não traumática clinicamente
importante é a ruptura de um aneurisma sacular (ou berry).
Trata-se de uma das grandes emergências neurológicas e neurocirúrgicas. Os pacientes
devem ser levados de imediato à emergência, e internados em UTI, se possível em
hospitais com experiência no tratamento de aneurismas cerebrais.
Cerca de 90% dos aneurismas saculares ocorrem na circulação anterior perto dos
principais pontos de ramificação arterial.
Além dos aneurismas saculares, os aneurismas ateroscleróticos, micóticos, traumáticos e
dissecantes também ocorrem intracranialmente.
Os três últimos tipos (como os aneurismas saculares) são encontrados com mais
frequência na circulação anterior, enquanto os aneurismas ateroscleróticos
frequentemente são fusiformes e envolvem mais comumente a artéria basilar.

Aneurismas não rotos: São aqueles que não se rompem. Geralmente são encontrados
durante exames de rotina ou quando o paciente vem com queixas de outros problemas
neurológicos que não seja o aneurisma. Eles geralmente são assintomáticos, e de
pequeno diâmetro, mas deve haver o acompanhamento para a evolução.

3- Vasoespasmos:
Com a liberação sanguínea pelo rompimento do aneurisma, o encéfalo realiza
uma resposta de proteção, ou seja, o vasoespasmo na tentativa de reverter o processo.
Mas, isso leva a mais complicações, pois apesar de reduzir a hemorragia no local de
ruptura, temos redução do fluxo sanguíneo para outras áreas, gerando isquemia que pode
evoluir para necrose .

Incidência e risco: A ruptura de aneurisma sacular, portanto um aneurisma roto e que é


o tipo mais comum de aneurisma, é a causa mais frequente de hemorragia subaracnoide,
que também pode ser causada por tumores, distúrbios hematológicos, entre outros. A
etiologia desses aneurismas é desconhecida, mas sabe-se que há fatores genéticos
relevantes na patogênese, pois parentes de 1° grau tem maior incidência de aneurismas.
Há também aumento em portadores de Distúrbios mendelianos, como doença renal
policística autossômica dominante e doença de Marfan (síndrome que causa fragilidade no tecido
conjuntivo e pode facilitar o rompimento de vasos). Tabagismo e HAS → presente em 50% dos
pacientes com aneurismas saculares; são fatores predisposição. Os aneurismas são congênitos,
mas não estão presentes ao nascer; eles se desenvolvem com o tempo por um defeito subjacente
na camada média dos vasos.

 A ruptura é mais frequente na 5ª década de vida:


o Atinge mais mulheres;
 O risco de rompimento depende do tamanho do aneurisma:
o 25-50% dos pacientes falece na 1ª ruptura;
 Sobreviventes: sangramentos frequentes → pior prognóstico;

4- Sintomas:

A maioria dos aneurismas cerebrais só dão sintomas quando rompem, e causam o


sangramento intracraniano. O principal sintoma da ruptura de um aneurisma cerebral é a
cefaleia intensa, e sempre súbita, geralmente descrita pelos pacientes como “a pior dor de
cabeça da vida”, ocorrendo muito intensa de um minuto para o outro, muitas vezes
associada a uma sensação de mal-estar, suores frios, náuseas e vômitos, ou até desmaio na
hora da dor (hora exata da ruptura do aneurisma). Muitas vezes a dor é tão forte ou
o sangramento é tão grande que a pessoa simplesmente desmaia e entra imediatamente em
coma, na exata hora da ruptura do aneurisma.
Menos comumente, pode haver alguma paralisia focal, de um lado do corpo,
convulsões, alteração da visão, queda de uma das pálpebras (sem conseguir abri-la
espontaneamente). Como dito acima, boa parte dos pacientes podem ter um mal-estar
súbito com coma, imediatamente após o rompimento do aneurisma. Daí a importância do
reconhecimento rápido nos casos mais leves, para a internação, identificação e correto
tratamento da doença. Quando ainda não romperam, apenas os aneurismas cerebrais
maiores podem, às vezes, comprimir alguma estrutura do cérebro e causar alguma
paralisia, mais comumente do olhar, do fechamento e abertura das pálpebras, ou do tipo
tontura ou fala enrolada, ou até mesmo dores de cabeça intermitentes, fortes e rápidas, que
surgem aos esforços físicos. São casos mais raros de acontecer. É raro um aneurisma
cerebral causar dores de cabeça como as que podemos ter no nosso dia-a-dia, daquelas
dores que tomamos remédios e logo a dor passa.
Ultimamente, muitos pacientes descobrem, sem querer, que apresentam um
aneurisma cerebral, em exames de rotina para investigar outros problemas (vide abaixo –
Aneurismas não-rotos).

 Iniciam quando ocorre ruptura:


o Cefaleia intensa;
o Suores frios, náuseas e vômitos;
o Desmaio → coma;
 O rompimento está, em geral, associado ao aumento abrupto de pressão arterial →
evacuação, orgasmo sexual;
 Casos raros → sintomas sem haver rompimento;

O sangue sob pressão arterial é forçado para dentro do espaço subaracnóideo, e o paciente
é acometido de uma dor de cabeça súbita lancinante (descrita classicamente como a “pior
dor de cabeça que eu já tive”) e perde rapidamente a consciência. Cerca de 25-50% das
pessoas afetadas morrem no primeiro sangramento, e os sangramentos recorrentes são
comuns nos sobreviventes. Não é de surpreender que o prognóstico piore com cada
episódio de sangramento.
5- Diagnóstico

O diagnóstico precoce do aneurisma cerebral não é muito frequente porque os exames


que detectam essa doença não são exames de rastreamento ou rotina. A maioria dos
diagnósticos é feito quando o aneurisma se rompe e causa uma dor de cabeça súbita e
perda de consciência. Dentre os exames podemos citar:
 Angiografia cerebral (exame padrão ouro para o diagnóstico de aneurisma);
 Tomografia computadorizada da cabeça;
 Ressonância magnética (utilizada para diagnóstico de aneurismas não rotos) .

Tratamento: Em geral, o tratamento é cirúrgico. O tipo de procedimento escolhido vai


depender das características do aneurisma (forma, tamanho e localização) e das
condições clínicas do paciente. A meta é excluir o aneurisma preservando a artéria que
nutre aquela região do cérebro, pois, qualquer lesão no cérebro pode causar uma grande
morbidade para o paciente.
Geralmente, realiza-se:
 Clipagem: o neurocirurgião realiza uma craniotomia e insere um clipe no colo
do aneurisma com técnicas microcirúrgicas;
 Embolização: é inserido um cateter na artéria femoral, na região inguinal, que
alcança os vasos do cérebro. Dentro desse cateter passam fios de platina que são
inseridos no local do aneurisma formando uma malha, chamada de coils,
impedindo o rompimento do mesmo. Além disso, em alguns casos são inseridos
stents (rede tubular de platina) para manter a integridade dos vasos. Esse método
tem um tempo de recuperação mais rápido. O procedimento é feito por
acompanhamento de monitor e raio-x.
É importante ressaltar que nem todo aneurisma precisa de tratamento cirúrgico imediato
como os aneurismas pequenos com pouca probabilidade de rompimento. Pessoas com
alguma contra-indicação para realizar procedimentos cirúrgicos podem optar por outro
tratamento:
 Repouso total e restrições a atividades físicas;
 Medicamentos específicos para evitar convulsões;
 Medicamentos para controlar dores de cabeça e a pressão arterial.

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