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Padrões de Herança e

Determinação do sexo

Griffiths et al., 2009. Introdução à Genética (9ª ed.)


Nussbaum et al. 2008. Genética médica (7a ed.)
Pierce, 2011. Genética: um enfoque conceitual (3ª ed.)
Problema:
Um camundongo de pelagem clara foi cruzado com três
fêmeas.
• No cruzamento com a fêmea I, de pelagem escura, foi
gerado um filhote de pelagem clara.
• No cruzamento com a fêmea II, de pelagem escura, foi
gerado um filhote de pelagem escura.
• No cruzamento com a fêmea III, de pelagem clara, foi
gerado um filhote de pelagem escura.

Proponha uma hipótese para explicar esses resultados.


Problema:
Um camundongo de pelagem clara foi cruzado com três
fêmeas.
• fêmea I = pelagem escura  filhote de pelagem clara
• fêmea II = pelagem escura  filhote de pelagem escura
• fêmea III = pelagem clara  filhote de pelagem escura
I II III
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa Aa

aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa Aa aa

aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa Aa aa AA/Aa

aa Aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa Aa aa A_

aa Aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa Aa aa A_ aa aa

aa Aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa Aa aa A_ aa aa

aa Aa ???
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

aa Aa aa A_ aa aa

aa Aa ???
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

A_ aa

Aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

A_ aa Aa aa

Aa aa
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

A_ aa Aa aa Aa Aa

Aa aa aa
recessivo
Problema:
Herança mendeliana – pelagem escura é um caráter
dominante ou recessivo?
I II III

A_ aa Aa aa Aa Aa

Aa aa aa
Análise de heredogramas: casamento

deduções sobre padrões de herança família

casamento
consanguíneo

propósito ou probando

falecido aborto

gêmeos
monozigóticos

gêmeos
dizigóticos
sexo masculino sexo não identificado
portadora de
sexo feminino Indivíduo afetado
caráter ligado ao X
Padrões de Herança Monogênica

• Localização cromossômica do gene


– Cromossomos autossômicos
– Cromossomos sexuais

• Tipo de interação gênica


– Dominância
– Recessividade
Herança autossômica dominante

• Homozigotos dominantes e heterozigotos


apresentam o fenótipo afetado

• Homozigotos recessivos apresentam


fenótipo normal

• Um indivíduo afetado sempre


tem um dos genitores também
afetado
Casal Aa x aa Genitor normal

Genitor afetado
Genitores a a
Aa Aa
A
A = alelo Afetado Afetado
dominante aa aa
para o fenótipo a
Não-afetado Não-afetado
anormal

a = alelo Aa aa Cada filho desse


normal
casamento:
Afetado Não-afetada
•50% chance de receber
Filhos
o alelo anormal (A) 
afetado (Aa)

•50% chance de receber


Aa Aa aa aa
apenas o alelo normal
Afetado Afetada Não-afetado Não-afetada (a)  não afetado (aa)
Herança autossômica dominante
Características:

• Fenótipo aparece em todas as gerações

• Qualquer filho de genitor afetado tem um risco


de 50% de herdar o fenótipo

• Familiares fenotipicamente normais não


transmitem a característica

• Homens e mulheres têm a mesma


probabilidade de transmitir o
fenótipo aos filhos de ambos
os sexos
Herança autossômica dominante
• Doença de Huntington
– doença neurodegenerativa
progressiva: movimentos
involuntários e perda da
capacidade cognitiva
– aparecimento dos sintomas aos
30-50 anos
– incidência: 3-7:100.000 (europeus)
– mutação no gene HTT
Herança autossômica dominante
• Acondroplasia
– distúrbio esquelético (nanismo)
– encurtamento dos membros, crescimento anormal do
crânio
– incidência: 1:15.000 – 1:40.000
– mutações no gene FGFR3
Herança autossômica dominante
• Neurofibromatose tipo 1
– distúrbio do sistema nervoso
– manchas café-com-leite,
tumores fibromatosos
cutâneos e oculares
– incidência: 1:3.500
– mutações de perda de função
no gene NF1 (proteína
neurofibrina)

Probando apresenta
mutação nova, já que seus
genitores não são afetados
Herança autossômica recessiva
• Somente os homozigotos recessivos apresentam o
fenótipo afetado
 um alelo mutante herdado de
cada um dos genitores (afetados ou
portadores do alelo recessivo)

• O risco de filhos receberem


o alelo recessivo de cada
genitor e serem afetados é
de ¼
Casal Aa x Aa Genitor portador

Genitor portador
A a
Genitores
AA Aa
A
Não-afetado Portador
a = alelo
recessivo para Aa aa
a
o fenótipo Portador Afetado
anormal

A = alelo Cada filho desse


Aa Aa
normal casamento:
Portador Portadora
•25% chance de receber
Filhos dois alelos anormais (a)
 afetado (aa)

•50% chance de receber


um alelo anormal (a)
aa Aa Aa AA
Afetado Portadora Portador Não-afetada
 portador (Aa)
Herança autossômica recessiva
Características:

• Fenótipo é usualmente observado apenas entre irmãos do


probando e “pula” gerações

• O risco de recorrência para cada irmão do probando é de ¼

• Doenças raras: maior


probabilidade de aparecimento
em famílias com casamentos
consanguíneos

• Ambos os sexos são igualmente


afetados
Herança autossômica recessiva
• Fibrose cística
– maior incidência entre europeus
(incidência em populações
brancas: 1:2.000)
– manifestação na infância
– doença pulmonar crônica,
insuficiência pancreática
exócrina, aumento da
concentração de cloreto no suor
– mutações no gene CFTR
(controle da produção de muco)
Herança autossômica recessiva
• Doença de Tay-Sachs
– disfunção dos lisossomos (deficiência da hexosaminidase A)
– cegueira, regressão mental e física, fatal na infância
– incidência alta em judeus Ashkenazi e populações Amish
(1: 3.600) – 100 x maior que em populações européias
Exercícios
1. O caráter W, encontrado nos indivíduos
representados pelos símbolos cheios
(heredograma ao lado), é raro na população
geral. Qual é o padrão de transmissão de W?

2. O albinismo em humanos é determinado por alelo recessivo a.


A partir do casamento de um homem normal, filho de mãe
albina e pai normal, com uma mulher albina:
a) Que proporção das crianças espera-se que sejam albinas?
b) Qual é a probabilidade de nascer um menino normal?
c) Qual a probabilidade de nascer uma menina albina?
Como o sexo de um
indivíduo é
determinado?
Determinação do sexo
• Ambiental

Posição
(Crepidula fornicata) Temperatura (ex.: alguns répteis)
Determinação do sexo
• Genética

– Genótipo determina o sexo do indivíduo  1 ou


mais genes espalhados pelo genoma
(ex.: plantas, protozoários)

– Genes em cromossomos específicos:


cromossomos sexuais (≠ em machos e fêmeas)
Determinação cromossômica do sexo
XX:XY – homogaméticas (X)
heterogaméticos (X ou Y)

Mamíferos, alguns
insetos, plantas e
répteis

Homo sapiens
Determinação cromossômica do sexo
XX:XO – homogaméticas (X)
heterogaméticos (X ou ausente)

Insetos, alguns mamíferos, nematodes

Dichroplus punctulatus (Orthoptera)


Determinação cromossômica do sexo
ZZ:ZW – heterogaméticas (Z ou W)
homogaméticos (Z)

Aves, mariposas e borboletas, alguns


anfíbios e répteis

Pristimantis shrevei (Anura)


Determinação cromossômica do sexo
Haplodiploidia
Número de lotes
haplóides determina
o sexo
Hymenoptera
Determinação do sexo
Determinação do sexo em Drosophila
• Balanço gênico: razão do cromossomo X em relação aos lotes
autossômicos
Complementos cromossômicos e fenótipos sexuais em
Drosophila
Complemento de Conjuntos Proporção Fenótipo
cromossomos haplóides de X:A sexual
sexuais autossomos
XX AA 1,0 Fêmea
XY AA 0,5 Macho
XO AA 0,5 Macho

XXY AA 1,0 Fêmea

XXX AA 1,5 Metafêmea

XXXY AA 1,5 Metafêmea

XX AAA 0,67 Intersexo

XO AAA 0,33 Metamacho


Razão = 1,0  fêmea
Razão = 0,5  macho XXXX AAA 1,3 Metafêmea
Determinação do sexo em humanos

Região
pseudoautossômica
primária

Cromossomo
Y

Região
pseudoautossômica Cromossomo
secundária X
Determinação do sexo em humanos
No correto de cromossomos sexuais: fundamental para o
desenvolvimento normal e fertilidade do indivíduo
Síndrome Síndrome de
de Turner Klinefelter
45, X 47, XXY
48, XXXY
48, XXYY
Determinação do sexo em humanos
Cromossomo X
• ao menos 1 é necessário para o desenvolvimento
(ambos os sexos)
• mulheres necessitam de 2 cópias para serem férteis
• cópias adicionais:
alterações
físicas e mentais

Cromossomo Y
• Determina
fenótipo
masculino
Determinação do sexo em humanos

1990:

SRY: responsável pela


diferenciação das
gônadas em testículos
durante a fase
embrionária
Herança ligada
ao sexo:
ligada ao X

ligada ao Y
Herança recessiva ligada ao X

• Mulheres homozigotas recessivas e homens


portadores do alelo mutante apresentam fenótipo
afetado
 Incidência maior no
sexo masculino
XaY XAXA XAY XAXa
Genitores

mutação
a

Pai afetado Mãe não-afetada Pai não-afetado Mãe portadora

Filhos

XAY XAXa XAY XAXa XaY XAXa XAY XAXA

Mãe não-afetada Mãe portadora


XA XA
Pai não-afetado
XA Xa
XAXa XAXa XAXA XAXa
Pai afetado

Xa XA
Portadora Portadora Não-afetada Portadora

Y XAY XAY XAY XaY


Não-afetado Não-afetado Y
Não-afetado Afetado
Herança recessiva ligada ao X
Características:

• Fenótipo afetado tende a “pular” gerações


(mulher portadora  homem afetado  mulher portadora)

• Homens afetados transmitem característica para todas as filhas

• Mulheres heterozigotas: filhos têm 50% de chance de serem


afetados; filhas tem 50% de chance de serem portadoras

• Nunca é transmitida do pai afetado para filhos homens

• Mulheres heterozigotas não são afetadas, mas podem expressar


a característica em graus variáveis
Herança recessiva ligada ao X
• Hemofilia A
– distúrbio no processo de coagulação sanguínea
– mutações no gene que codifica fator VIII  formação defeituosa da fibrina
– “hemofilia real”
Herança recessiva ligada ao X
• Daltonismo
– incapacidade de distinguir entre determinadas cores
– 5-8% dos homens; 0,4% das mulheres
– incidência relativamente alta de mulheres homozigotas afetadas
Herança dominante ligada ao X

• Homens e mulheres com ao


menos 1 alelo mutante são
afetados
 Incidência tende a
ser maior no sexo
feminino

• Fenótipo se expressa regularmente nas mulheres


heterozigotas
XAY XaXa XaY XAXa
Genitores

mutação
A

Pai afetado Mãe não-afetada Pai não-afetado Mãe afetada

Filhos

XaY XAXa XaY XAXa XAY XAXa XaY XaXa

Mãe não-afetada Mãe afetada

Pai não-afetado
Xa Xa XA Xa
XAXa XAXa XAXa XaXa
Pai afetado

XA Xa
Afetada Afetada Afetada Não-afetada

XaY XaY XAY XaY


Y Y
Não-afetado Não-afetado Afetado Não-afetado
Herança dominante ligada ao X

Características:

• Fenótipo afetado não “pula” gerações

• Homens afetados transmitem característica para todas as filhas

• Mulheres heterozigotas podem transmitir característica para


filhos e filhas (ambos têm 50% de chance de serem afetados)

• Nunca é transmitida do pai afetado para filhos homens


Herança dominante ligada ao X
• Raquitismo hipofosfatêmico
(raquitismo resistente à vitamina D)
– túbulos renais incapazes de reabsorverem fosfato filtrado
– alterações ósseas, comprometimento do crescimento

• Síndrome de Rett
– distúrbio neurológico grave
– gene MECP2
– letal em indivíduos do sexo
masculino
Herança ligada ao Y
• Homens afetados
transmitem a característica
para todos os filhos

• Genes holândricos

• Ex.: hipertricose auricular


Exercícios
1. Um gene recessivo ligado ao sexo c produz daltonismo para verde e
vermelho em seres humanos. Uma mulher normal cujo pai era daltônico
casa-se com um homem daltônico.
a) Quais os genótipos possíveis para a mãe do daltônico?
b) Quais são as chances de que o primeiro filho do casal seja um menino
daltônico?
c) Das meninas geradas por esses pais, qual porcentagem se pode esperar
que seja daltônica?
d) De todos os filhos (sexo não especificado), qual proporção pode-se
esperar que tenha visão normal para cores?

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