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O povo que ocupava a região das Antilhas (região na qual Cristóvão

Colombo aportou) possuía uma língua pertencente ao grupo arawak


(conhecida como Taino), estes intitulavam seus chefes de kaisik que originou o
termo cacicazgo, que qualifica uma região subordinada ao cacique. Sua
variante em inglês chiefdom foi empregada pela primeira vez em 1955 por
Kalervo Oberg como uma categoria tipológica em seu artigo referente a
estrutura social dos povos da América do Sul e Central. Em seu estudo Kalervo
Oberg procurou classificar as estruturas politicas e as dividiu em seis
classificações: tribos homogêneas, tribos segmentadas, chiefdoms organizados
politicamente, estados de tipo feudal, cidades-estados e impérios teocráticos

Os chiefdoms se caracterizavam pela presença de um chefe máximo


que controlava hierarquicamente os distritos e aldeias subordinadas, no
entanto não contava com um órgão de funcionários administrativos. A este
chefe ainda provinha o direito de requisitar homens e provisões em tempos de
guerra. A sociedade possuía uma estratificação social com distinção entre
nobreza (composta pelos chefes e seus familiares e também pelos grandes
guerreiros), os comuns e os escravos. (segundo as crônicas da época os
europeus identificaram apenas duas classes nitaino e naboria que significam
nobreza e comuns respectivamente, não existindo portanto escravos)

Em 1492 este povo Taino dominava a região das Antilhas (Cuba,


Jamaica, Porto Rico e Hispaniola) e possuía cidades com cerca de 1 a 2 mil
pessoas que organizavam suas casas (de 20 a 50 casas) em torno da praça
central na qual erguia-se a residência do chefe. A organização da cidade ainda
contava com uma área coletiva para praticas culturais (o jogo de bola é um
esporte praticado até hoje por alguns grupos indígenas no estado do Mato
Grosso, Brasil). Segundo William Denevan haviam cerca de 1 milhão de
pessoas em Hispaniola e 2 milhões para as demais ilhas.

Registros tomados na época relatam que as aldeias estavam


organizadas em distritos, os quais eram governados pelo cacique local de
maior prestigio; os distritos aliados formavam cacicados locais que possuíam
fronteiras pouco claras. Os chefes se distinguiam dos demais por utilizarem
adereços de ouro e mascará humana como forma de status. Com a morte do
cacique suas mulheres e principais ornamentos poderiam ser enterrados com
ele.

Esta região volvia em torno de divindades intituladas zemi “termo que se


aplicava também aos ídolos e fetiches que os representavam” (FAUSTO, 2007
p. 39). Estas divindades eram representadas em troncos de madeiras
decorados muitas vezes com ouro (associados aos tronos europeus) nos quais,
os nobres recebiam visitas sentados sobre eles. Havia um ritual ainda para o
zemi do chefe da aldeia anualmente.
A agricultura Taino não se diferenciava dos povos da floresta tropical em
seus produtos, mas em suas técnicas. Estes realizavam a criação de solo
aluvial com troncos. Eram excelentes canoeiros e tiravam amplo proveito dos
rios e mares.

. O termo cacique foi deveras generalizado e passou a designar todo o


chefe indigina, assim como o conceito de chiefdom, sendo utilizado para definir
sociedades com um centro de poder supralocal, mas não um estado. As
evidencias tidas como indicativas (principalmente após os estudos realizados
na década de 60): diferenças entre assentamentos que apontem para a
existência de um centro regional; obras públicas que demonstrem mobilização
de trabalho coletivo; alteração na topografia que indique técnicas agrícolas
envolvendo trabalho intensivo; diferenças no tamanho das habitações; nos
modos de sepultamento, na localização de bens de prestígio ou nas estruturas
do sitio apontem para estratificação social; artesanato refinado que expresse
especialização ocupacional; grande quantidade de produtos exóticos que
evidencie uma rede comercial desenvolvida e integração supralocal (FAUSTO,
2007 p. 40 e 41). Estas características ainda que não definam são fortes
indicações desse modelo de sociedades. Fausto ainda levanta que o uso
dessa categoria para o contexto amazônico pode ser assertivo se
eventualmente indicar algo diferente em escala, complexidade e integração,
devendo atentar-se para não “interpretar as evidencias em um molde
tipológico, paradoxalmente nada complexo” (FAUSTO, 2007 p. 41), advogando
assim para a necessidade de se pensar a América do Sul em outra escala.
“Devemos nos perguntar, ao contrario, como essas áreas e seus povos se
relacionavam e se consituiam mutuamente nessas relações.

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