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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-204100-05.2008.5.06.0143

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A C Ó R D Ã O
7ª Turma
GDCMEN/acg/csn

RECURSO DE REVISTA. JOGO DO BICHO.


CONTRATO DE EMPREGO. NULIDADE. OBJETO
ILÍCITO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº
199 DA SBDI-1 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO. I. O Pleno do Tribunal
Superior do Trabalho, no julgamento do
Incidente de Uniformização de
Jurisprudência (IUJ), suscitado nos
autos do Processo nº
TST-E-RR-621145/2000, decidiu manter o
entendimento consubstanciado na
Orientação Jurisprudencial 199 da
SBDI-1 do TST, no sentido da nulidade do
contrato de trabalho celebrado para o
desempenho de atividade inerente à
prática do jogo do bicho, ante a
ilicitude de seu objeto. II. Acórdão
regional proferido em dissonância ao
entendimento consubstanciado na
aludida orientação jurisprudencial.
III. Recurso de revista que se conhece
e a que se dá provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso


de Revista n° TST-RR-204100-05.2008.5.06.0143, em que é Recorrente BANCA
DE JOGO DE BICHO MONTE CARLOS LOTERIAS ON LINE e Recorridos ANA PATRÍCIA
DA SILVA e CELINA LÚCIA BANDEIRA DE MELO.

Irresigna-se a Reclamada, mediante a interposição de


recurso de revista, contra o acórdão proferido pelo Tribunal Regional
do Trabalho da Sexta Região.
Contrarrazões não apresentadas (fls. 524/531 da
numeração eletrônica).
Não houve intervenção do Ministério Público do
Trabalho.

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É o relatório.

V O T O

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA

1. CONHECIMENTO

O recurso de revista é tempestivo, está subscrito por


advogado regularmente habilitado e cumpre os demais pressupostos
extrínsecos de admissibilidade.

1.1. JOGO DO BICHO. CONTRATO DE EMPREGO. NULIDADE.


OBJETO ILÍCITO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 199 DA SBDI-1 DO TRIBUNAL
SUPERIOR DO TRABALHO

O TRT da 6ª Região negou provimento ao recurso


ordinário da Reclamada Banca de Jogo de Bicho Monte Carlos Loterias On
Line, no particular, mantendo, assim, a sentença que reconheceu a relação
de emprego entre a Reclamante e a Reclamada Banca de Jogo de Bicho Monte
Carlos Loterias On Line e, por corolário, a condenou ao pagamento de
diversas verbas trabalhistas.
Eis os fundamentos consignados:
“Inconformada com a sentença que reconheceu o vínculo
empregatício entre as partes, decorrente da prestação de serviços em
atividade de jogo de bicho, a recorrente busca sua reforma, alegando
que a decisão contrariou o disposto na Orientação Jurisprudencial 199,
da SDI-1 do C.TST, e na Súmula Vinculante n. 2, editada pelo Excelso
STF, em razão da ilicitude do objeto do contrato.
Inicialmente, cumpre-nos, à guisa de argumentação, explicitar que o
denominado “jogo do bicho” é amplamente tolerado na sociedade brasileira,
não só pelos cidadãos em geral, mas também pelas autoridades constituídas.
Os indivíduos, em sua maioria, jogam ou já jogaram “no bicho”. Tais agentes
públicos, salvo raras exceções, por um lado, não inibem a ação dos

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respectivos banqueiros e, de outro, não patrocinam a exclusão da atividade
do rol das Contravenções Penais.
Nesse passo, a conduta defensória, sugere acinte, porque a atividade é
ilícita, o empreendedor tem ciência da irregularidade, mesmo assim não se
intimida, contrata, assalaria, não concede os mínimos direitos inerentes,
despede sem nada pagar e, depois, atende a chamado judicial - é verdade que
trabalhista - e pontualmente defende-se, buscando auferir nítida vantagem -
mais uma - em detrimento da força humana contratada de modo clandestino,
que, assim, ficaria ao desabrigo de qualquer plano de seguridade e ao largo
do recebimento de direitos trabalhistas, restando violados inúmeros
regramentos legais imperativos e de caráter de proteção.

Esse também é o posicionamento da eminente Desembargadora desta


Corte, Eneida Melo, expressado nos autos do Incidente de Uniformização,
adiante citado. Seguem-se suas palavras:
“O Empregador utiliza-se do trabalho do Empregado,
valendo-se da tolerância do Estado, e invoca a ilicitude de seu negócio
para locupletar-se da energia alheia. Nítida má-fé, a frustrar qualquer
beneplácito da lei. Os contratos devem ser celebrados de boa-fé. A
ausência dessa característica no comportamento de uma das partes
acarreta a obrigação de arcar com perdas e danos pela lesão trazida à
vítima.”
E assim tem sido ao longo dos anos, porque os “bicheiros”, como é
público e notório, acumularam, em muitos pontos da Federação, um poder
tal, que conseguem obstruir qualquer demanda, num ou noutro sentido,
sendo certo que o reconhecimento da legalidade da atividade não lhes
interessa, porquanto isso geraria a necessidade objetiva do cumprimento de
obrigações as mais várias, como a regularização de empregados e o
pagamento de impostos, nos moldes de qualquer cidadão comum ou
empreendimento estabelecido.
Da forma como estão hoje, somente têm obrigação com o lucro,
somente têm compromisso com o acúmulo “ilegal” de capital em benefício
próprio ou sem causa. Constituem-se, pois, em casta privilegiada da
sociedade, até porque quando instados a assumir responsabilidades, de logo

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invocam, sem desfaçatez, em socorro próprio, a ilicitude da atividade, como
vimos, neste caso.
E nem mesmo há receio de mencioná-la, tendo em vista que, regra
geral, inexiste atitude marcadamente repressiva estatal, ao ponto de inibir a
arguição ou entrincheirar a atividade em locais incertos e obscuros. A ação é
exercida à luz do dia e em todos os recantos da maior parte das cidades do
Brasil.
A caracterização de tamanha e inconcebível distorção, em prejuízo do
grupamento social maior, acabou por patrocinar a extensão dos seus
tentáculos a outros segmentos da contravenção penal e do mundo do crime,
conforme a todos é dado conhecer, destacando-se, em especial, o que ocorre
no Rio de Janeiro.

Em Pernambuco, na prática, há franca tolerância ao uso desse jogo de


azar, que muitos e muitos gostam e dele se valem. O costume tornou letra
morta o artigo 50 da Lei de Contravenções Penais. O “jogo do bicho” aqui é
realizado a céu aberto, em qualquer lugar, inclusive nos de domínio público,
em lojas padronizadas, e bem instaladas, servindo ao homem comum e
chamando a atenção dos passantes, dentre eles fiscais do poder público.
Ademais, existe a AVAL, que é a associação dos “bicheiros”, que,
diariamente, coordena e divulga o resultado das apostas, bem como define
regras comuns ao desenvolvimento da atividade, como, por exemplo,
percentual de comissão pelas vendas efetuadas. Mais recentemente, até
mesmo é possível realizar apostas on line.
Doutro tanto, tais empreendimentos associam atividades proibidas
com outras permitidas - como o jogo de bingo, por exemplo - muitas vezes no
mesmo local.
Em assim sendo e diante da omissão e impotência do Estado,
impossível deixar de concluir que o “bicheiro”, que admitiu para o exercício
de atividade essencial, assalariou, exigiu o cumprimento de obrigações por
parte de trabalhador, é empregador, em nome próprio, nos moldes do artigo
3º consolidado. O seu patrimônio cresceu e houve desgaste psicofísico do
prestador do serviço, sendo impossível o retorno ao status quo ante.
Por importante, destacamos que não há falar em contaminação da
mister do empregado, pela ilicitude da atividade do empreendedor, posto que
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tal entendimento levaria à ignorância dos propulsores fatores econômicos,
sociais, políticos e culturais da nossa sociedade. Exemplificativamente, não
podemos desconhecer o grande contingente de desempregados que a
sociedade abriga e a não rara necessidade de vinculação a subempregos ou
empregos que lhes deem chance de sobrevivência. Admitir essa realidade é
preciso. Rechaçá-la é, à falta de outra alternativa, entregar parte do honesto
contingente de mão-de-obra pátrio nos braços da contravenção e, quiçá, nos
do crime organizado.
Nessa Linha de pensamento, cito os recentes julgados do C.TST, in
verbis:
[…]
Por oportuno, a fim de que sejam visualizados os fundamentos
adotados, transcrevo a integralidade da decisão proferida pela Terceira
Turma do C. TST, em acórdão de lavra da Ministra Maria Cristina Irigoyen
Peduzzi reconhecendo a legalidade da relação empregatícia existente no
“jogo do bicho”, o que tem como consectário objetivo, o acolhimento dos
acessórios implícitos à relação de emprego, in verbis:
[...]
Este Tribunal, pela maioria dos seus membros, segue entendimento
nesse sentido, sendo exemplo o aresto seguinte, da lavra da eminente
Desembargadora Eneida Melo Correia de Araújo, relatora do Incidente de
Uniformização de Jurisprudência, Proc. nº IUJ - 00598-2002-017-06-00-6,
in verbis:
[…]
Nesse sentido, aliás, o verbete aprovado como Súmula na
uniformização de jurisprudência deste E. Regional, em sessão administrativa
realizada em 04 de dezembro de 2008, publicada no D.O.E. em 22/01/09. Eis
o teor do verbete sumular, in verbis:
[…]
Nada obstante, é de ser ressaltado que o Magistrado, ao decidir, não
está jungido a aplicar norma em desuso, e muito menos em caráter de
preferência, a outras que preservam fundamentos identificados com os
princípios gerais de direito e as demais normas de regência, sobretudo a
Constituição Federal, nada sugerindo, no sistema jurídico pátrio, que o
trabalho honesto possa ser alijado em favor de atividade ilícita
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enriquecedora, que desrespeita direitos de cidadania, valores sociais do
trabalho e a dignidade da pessoa humana (artigo 1º da Constituição Federal),
como bem lembrou a eminente Juíza antes citada.
Demais disso, impende destacar que esse posicionamento não encerra
afinamento com tais jogos ou práticas, mas tão somente o reconhecimento do
fato real, predominante, que assumiu esse caráter diante da ineficiência, da
tolerância dos organismos de Estado, encarregados da fiscalização e
repressão a crimes e contravenções. Ademais a espécie não trata do que está
observado na Súmula Vinculante 2 do e. STF.
Com apoio em tais fundamentos e tendo restado incontroversa,
nos autos, a prestação de serviços, através da própria peça de defesa que
também definiu a pessoalidade, subordinação, continuidade e
onerosidade, impõe-se o reconhecimento do liame empregatício
invocado.
Nesse diapasão, a tese defensória baseada na impossibilidade de
reconhecimento de vínculo de emprego, em face da ilicitude do objeto de
suas atividades, não merece prosperar. Como dito alhures, entendo que essa
ilicitude não é suficiente a obstar o reconhecimento do vínculo em questão,
sem que com isso haja violação ao disposto nos arts. 104 e 166 do Código
Civil atual e 82 e 145 do mesmo diploma legal datado de 1.916, na própria
OJ nº 199 da SDI-1 do C. TST e na Súmula Vinculante n. 02 do STF.
Desta feita, mantenho a sentença que reconheceu o liame
empregatício invocado, inclusive quanto à condenação ao pagamento
das seguintes verbas, com acréscimo de 50%: aviso prévio, saldo de salário
do mês de outubro/2008 e quatro dias do mês de novembro/2008; férias
proporcionais (6/12) + 1/3; 13º salário proporcional (6/12) e 40% do FGTS.
E de forma simples, sem acréscimo de 50%: o FGTS e as horas extras e
repercussões.
Nada obstante, observo que, à fl. 42, foram adunados recibos de
pagamento de horas extras - os recibos de pagamento de fl. 41 não dizem
respeito aos meses de salário açambarcados pela condenação -, os quais,
embora tenham sofrido impugnação tempestiva quanto à forma de
pagamento e ao número de horas quitadas (fl. 44), foram efetivamente
percebidos pela autora. Mister, pois, a reforma da sentença, no particular,
para determinar a compensação dos valores comprovadamente pagos a
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idêntico título.” (fls. 190/206 do documento sequencial
eletrônico)

A Reclamada sustenta, em síntese, a impossibilidade


do reconhecimento da relação de emprego nas atividades relacionadas ao
jogo do bicho.
Transcreve arestos.
A Reclamada logra êxito em demonstrar divergência
jurisprudencial.
O aresto retratado na ementa transcrita a fl. 226 do
documento sequencial eletrônico, oriundo da Terceira Região da Justiça
do Trabalho, consagra a tese da impossibilidade do reconhecimento da
relação de emprego em atividade relacionada ao jogo do bicho,
posicionamento divergente daquele adotado no acórdão recorrido.
Assim, reputo configurada a divergência
jurisprudencial nos termos do art. 896, “a”, da CLT, e conheço do recurso
de revista.

2. MÉRITO DO RECURSO DE REVISTA

2.1. JOGO DO BICHO. CONTRATO DE EMPREGO. NULIDADE.


OBJETO ILÍCITO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 199 DA SBDI-1 DO TRIBUNAL
SUPERIOR DO TRABALHO

Cinge-se a controvérsia a respeito da possibilidade


de reconhecimento de eficácia jurídica à prestação de serviços
relacionados ao jogo do bicho.
Ocorre que o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho,
no julgamento do Incidente de Uniformização de Jurisprudência (IUJ),
suscitado nos autos do Processo nº TST-E-RR-621145/2000, decidiu manter
o entendimento consubstanciado na Orientação Jurisprudencial 199 da
SBDI-1 do TST, no sentido da nulidade do contrato de trabalho celebrado
para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante
a ilicitude de seu objeto.

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O acórdão regional, na forma como proferido, contraria
a diretriz consagrada na Orientação Jurisprudencial nº 199 da SbDI-1 do
TST, de seguinte teor:
“É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de
atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o
que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico.”

Ante o exposto, dou provimento ao recurso de revista


da Reclamada para, reconhecendo a nulidade do contrato de emprego, julgar
improcedentes os pedidos.
Invertida a sucumbência, custas pela Reclamante,
isenta (fl. 108 do documento sequencial eletrônico).
Em razão da improcedência dos pedidos, considero
prejudicada a apreciação dos demais temas versados no recurso de revista
da Reclamada.
Emergindo da conotação fática delineada pelas
instâncias ordinárias a prática, em tese, da contravenção penal descrita
no art. 58 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941, determino
que se oficie ao Ministério Público do Estado de Pernambuco para as
providências que entender de direito.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, à unanimidade, conhecer do recurso de revista da
Reclamada em relação ao tema “jogo do bicho - contrato de emprego -
nulidade - objeto ilícito”, por divergência jurisprudencial, e, no
mérito, dar-lhe provimento para, reconhecendo a nulidade do contrato de
emprego, julgar improcedentes os pedidos.
Invertida a sucumbência, fixar às custas pela
Reclamante, isenta (fl. 108 do documento sequencial eletrônico).
Em razão da improcedência dos pedidos, considerar
prejudicada a apreciação dos demais temas versados no recurso de revista
da Reclamada.

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Emergindo da conotação fática delineada pelas
instâncias ordinárias a prática, em tese, da contravenção penal descrita
no art. 58 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941, determinar
que se oficie ao Ministério Público do Estado de Pernambuco para as
providências que entender de direito.
Brasília, 6 de junho de 2018.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


UBIRAJARA CARLOS MENDES
Desembargador Convocado Relator

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