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RESUMO Keywords
Este artigo apresenta uma nova metodologia de construção Adaptive interfaces; Ergonomic principles; Human factors;
automática de interfaces homem-computador adaptativas. Automatic generation.
Esta metodologia integra fatores humanos no processo de
1. INTRODUÇÃO
desenvolvimento das interfaces, a fim de diminuir a Os problemas de desenvolvimento dos sistemas interativos
complexidade do projeto das interfaces e melhorar a são, em grande parte, devido à complexidade da
usabilidade das interfaces construídas. Fatores humanos modelagem das especificações conceituais (dados e funções
considerados aqui, são relativos ao comportamento dos de um sistema). Os métodos de desenvolvimento e/ou
usuários, estudado pelos modelos cognitivos e às linguagens de modelagem, que apóiam esta modelagem,
recomendações ergonômicas, encontradas em guias de apresentam uma grande quantidade de diagramas com
concepção de interface. Mais precisamente, realizamos extensivas notações ((Foley 1991), (Shneiderman 1992)
estudos sobre o comportamento do usuário tanto para (Ujita 1992)). Além disto, aspectos interativos relativos ao
facilitar a modelagem de suas necessidades, como para controle do diálogo homem-computador (tais como, de
definir um mecanismo de adaptação das interfaces tratamento de eventos, de manutenção da coerência entre
construídas. As recomendações ergonômicas são usadas os dados mostrados na interface e os dados gravados na
para deduzir automaticamente aspectos relativos à base de dados) não são fáceis de modelar nem de
interação homem-computador. implementar. Ferramentas computacionais que construam
Palavras chave interfaces automaticamente, a partir de especificações
Interfaces adaptativas; Recomendações ergonômicas; conceituais, visam atenuar estes problemas. No entanto, a
Fatores Humanos; Geração automática. usabilidade (fácil de usar e de aprender) das interfaces
construídas fica comprometida, caso elas se adaptem mal
ABSTRACT
às necessidades do usuário (Hartson 1993). Os usuários
This work is focused on presenting a new method to build
possuem necessidades diversas em função de suas
automatically adaptive user interfaces. This method
diferenças individuais. A maioria das ferramentas de
integrates human factors into development process of
desenvolvimento existentes não tratam as diferenças
interfaces in order to both decrease the interface design
individuais durante a modelagem de um sistema interativo.
complexity and to ensure the design of more effective
human-computer interactions. Human factors are closed Nosso programa de pesquisa concerne o desenvolvimento
linked on the one hand, to the user's behavior studied by de um método para construir interfaces automaticamente a
the cognitive models and on the other hand, to the partir de especificações conceituais de sistemas de
ergonomic principles found into documents, such as user supervisão, mais precisamente, de seus sistemas de
interface guidelines. More specifically, cognitive models assistência. Um sistema de assistência determina as
are considered to help the designer both to define the assistências (por exemplo, alarmes, planos de ações,
user´s needs and to design interfaces that could be able to diagnósticos, etc.), que ajudam o operador a solucionar um
adapt themselves to the user's informational needs. problema de funcionamento no sistema, quando ocorre
Ergonomic principles are considered to deduce uma falha qualquer. No nosso trabalho, as interfaces
automatically some aspects of human-computer construídas que mostram estas assistências, são capazes de
interactions. se adaptarem às necessidades do operator durante a
solução de um problema. Nós desenvolvemos um identificar uma situação anormal, em seguida, efetuar uma
mecanismo que controla a adaptação das interfaces, a correção imediatamente. Quando isto acontece, pode
partir de um modelo conceitual do domínio (modelo de significar, por exemplo, que ele agiu baseado nos seus
tarefa), descrito em função do comportamento do operador. automatismos adquiridos por um treinamento excessivo
Além disto, as interfaces respeitam várias recomendações diante das situações passadas. Já um operador novato pode
ergonômicas. As recomendações ergonômicas permitem verificar todas as assistências oferecidas a ele, antes de
determinar a melhor maneira que as informações devem tomar uma decisão. Tal situação acontece, quando ele tem
ser mostradas ao usuário durante sua interação com o que raciocinar sobre as diferentes alternativas diante de
sistema (por exemplo, o fato de mostrar somente as novas situações. É importante destacar, que um operador
informações mais necessárias, de permitir ao usuário pode ser experiente diante do tratamento de uma
controlar o diálogo com o sistema, ...) determinada falha e novato no tratamento de um outro tipo
Neste artigo, depois de uma exposição sobre os trabalhos de falha.
relacionados às interfaces adaptativas para os sistemas de De acordo com Ujita (1992), um operador realiza muitas
supervisão, nós descreveremos a Metodologia de ações no tratamento de uma falha. Por exemplo, para tratar
Assistência à Concepção e à realização de Interfaces um problema ocorrido em função do desnível da água, é
Adaptadas (MACIA) (Furtado1999a). Concluiremos, necessário abrir a válvula X e diminuir a pressão da
ressaltando nossa contribuição e delineando pesquisas turbina Y. Cada ação corresponde ao processo cognitivo
futuras. (ou ciclo) de resolução de problema do operador, definido
acima.
2. INTERFACES ADAPTATIVAS NOS SISTEMAS DE
SUPERVISÃO Interfaces Adaptativas
A complexidade da estrutura dos processos complexos bem Existem diversos trabalhos no domínio da supervisão (tais
como de suas condições de funcionamento (manutenção, como : Tendjaoui, Moussa, Ujita, Normand (1992), Bodart
intervenção, ...) não param de crescer. Diante deste (1994), Tarby (1993) e Foley (1991), que desenvolveram
problema, sistemas de assistências são sempre implantados ferramentas para controlar a adaptação das interfaces,
nas salas de controle para explorarem dados dos processos usando técnicas de inteligência artificial e modelos
complexos, a fim de fornecer ao operador ajuda ao cognitivos humanos. No entanto, nós constatamos que
diagnóstico, à correção de um evento anormal, etc. Assim, existem problemas com a usabilidade das interfaces. Os
as tarefas do operador de controlar o funcionamento de um problemas são parcialmente porque recomendações
processo complexo e de fazê-lo voltar a uma situação ergonômicas são raramente levadas em consideração.
normal de funcionamento tornam-se cada vez mais Além disto, o processo de adaptação consiste em mudar a
complexas, devido à grande quantidade de assistências que interface tão frequentemente que o operador torna-se
ele pode receber ao mesmo tempo dos sistemas de confuso. A maior parte destas ferramentas constróem um
assistência. modelo do usuário que é atualizado em função de suas
Para melhorar o problema de comunicação entre o interações com o sistema informático. Modelo este, que
operador e estes sistemas, é necessário interfaces que sejam registra as preferências do usuário (cor, tamanho de janela)
capazes de se adaptar às necessidades do operador, para para qualquer comando efetuado. Asim, as adaptações
determinar quais assistências devem ser oferecidas para efetuadas nem sempre são de interesse do usuário.
ele, como e quando elas devem ser mostradas. A fim de No próximo parágrafo, apresentamos o método MACIA,
projetar interfaces adaptativas, nós temos estudados que descreve um processo de construção automática de
modelos cognitivos humanos definidos na psicologia interfaces inteligentes a partir de especificações conceituais
cognitiva. Estes modelos tentam entender o e integrando fatores humanos.
comportamento humano e podem ajudar o engenheiro a
3. MACIA
identificar as diferenças individuais.
MACIA se caracteriza por descrever um processo
Modelos Cognitivos Humanos incremental et iterativo próprio ao desenvolvimento de um
O modelo cognitivo de resolução de problema definido por sistema interativo de supervisão, onde as interfaces são
Rasmussen (1983), e recentemente modificado por Hoc geradas automaticamente a partir do modelo de tarefa feito
(1996) é capaz de modelar o conhecimento usado pelo pelo analista de sistema.
operador quando ele está tentando resolver um problema. A Figura 1 ilustra as cinco fases de MACIA (a citar :
Esse modelo descreve as fases que o operador pode passar análise do domínio, modelagem do domínio, especificação
neste momento, tais como: identificação do evento da interface conceitual, elaboração da arquitetura da
anormal, avaliação da situação do processo complexo, interface real e geração/utilização/adaptação das interfaces
tomada de decisão e execução de ações corretivas do reais) e seus recursos associados (modelos e regras). Uma
problema. As fases seguidas pelo operador dependem de
seu nível de experiência. Um operador experiente pode
interface conceitual é aquela interface com estrutura e comportamento definidos, mas cuja especificação não
ANÁLISE DO DOMÍNIO
Modelo de
tarefa inicial
MODELAGEM DO DOMÍNIO
ESPECIFICAÇÃO DA INTERFACE
CONCEITUAL
Modelo de Regras
Analista de sistema interface ergonômicas
conceitual
ELABORAÇÃO DA ARQUITETURA
DA INTERFACE
Modelo de
agentes da Toolkit
interface
GERAÇÃO/UTILIZACÃO/
ADAPTAÇÃO DAS INTERFACES Processo
REAIS
Operador
Histórico das
interações do
operador
possui nenhuma consideração sobre a maneira como a são representadas no modelo de interface conceitual
interface será mostrada na tela (tais como, a posição das (MIC). Em seguida, regras ergonômicas relativas aos
informações, cor e tamanho das janelas, etc.). A noção de aspectos visuais da interface, são aplicadas sobre a
interface real significa a interface final que será usada estrutura do MIC para gerar as interfaces reais.
pelo operador para interagir com o sistema. • Para aumentar a usabilidade das interfaces
MACIA objetiva diminuir o problema da complexidade da construídas, MACIA define um mecanismo de
modelagem das especificações conceituais e aumentar a adaptação das interfaces. A adaptação das interfaces é
usabilidade das interfaces construídas. relativa à assistência cognitiva fornecida ao operador
• Para diminuir o problema da complexidade da no tratamento de um evento anormal, variando as
modelagem, o método integra fatores humanos, que assistências que devem ser mostradas e a maneira
são expressos através do modelo de tarefa inicial e de como elas devem ser mostradas (gráfica e/ou textual
regras ergonômicas. O modelo de tarefa inicial, no e/ou diagrama).
qual é baseado no modelo cognitivo de resolução de Analisemos agora em detalhe cada uma das fases de
problema, é usado para guiar o analista na modelagem MACIA.
das tarefas do operador. As regras ergonômicas, nas
Fase 1 : análise do domínio
quais foram deduzidas de recomendações Esta fase começa por um estudo preliminar do domínio
ergonômicas, são usadas para especificar para identificar os usuários, os problemas que eles
automaticamente as interfaces conceituais, nas quais enfrentam com o sistema existente e seus objetivos com o
novo sistema. No fim deste estudo, o analista já está as tarefas podem ser alternativo ou paralelo. Tarefas
familiarizado com o vocabulário do domínio e pode alternativas são mutuamente exclusivas. Tarefas paralelas
identificar as tarefas realizadas pelos operadores e os são executadas em qualquer ordem, embora elas possam
módulos que determinam as assistências sobre o processo também ser executadas de forma sequencial. A execução
em supervisão. de uma tarefa paralela pode interromper a execução de
outra tarefa paralela e/ou ser interrompida.
Fase 2 : modelagem do domínio
Esta fase é relativa à modelagem das tarefas do domínio da Basicamente, o funcionamento do modelo inicial é o
aplicação. Nesta fase, o analista de sistema deve definir, a seguinte: o operador supervisiona o processo enquanto não
partir de um modelo de tarefa inicial que nós elaboramos, recebe nenhum alarme. Quando uma falha ocorre, a tarefa
o modelo de tarefa da sua própria aplicação, chamado de supervisão é interrompida e o operador entra na fase de
modelo de tarefa projetado. resolução de um problema, provocado pela falha. Neste
momento, o operador faz o diagnóstico do problem e sua
Modelo de tarefa inicial
correção. Entre a tarefa de diagnóstico e a de correção, o
O modelo de tarefa inicial é usado para descrever as tarefas
operador obtém algumas assistências em função de seu
iniciais efetuadas pelo operador de supervisão. As tarefas
nível de experiência.
iniciais são relativas à supervisão do processo industrial e à
resolução de um problema, as quais correpondem ao Usando o modelo de tarefa inicial no processo de
processo cognitivo do operador. O modelo de tarefa inicial adaptação de interface
é um esqueleto, no qual é usado para guiar o analista na Nós temos definido um mecanismo para calcular o nível de
descrição das tarefas de controle de um processo para uma experiência do operador, quando ele está tratando um
aplicação de supervisão. A fim de definir um modelo de evento anormal. Este mecanismo é baseado no modelo
tarefas específico, o analista deve acrescentar outras tarefas definido por Ujita (1992) e implementado graça ao modelo
ao modelo inicial e inicializar ou modificar algumas de tarefa inicial. O modelo de tarefa inicial permite
características das tarefas (tais como, condições de identificar os diferentes ciclos que o operador passa
execução, dados usados durante a execução da tarefa, etc.). quando ele está tratando uma falha. Um ciclo começa
quando a tarefa Identificar alarmes é disparada e é
As tarefas de resolução de um problema são as seguintes:
composto pelas sub-tarefas da tarefa de resolução de um
Identificar alarmes and Resolver Problemas. Esta última
problema. Um ciclo termina quando o operador valida a
tarefa é composta de sub-tarefas, as quais são responsáveis
tarefa de correção. A fim de analisar o comportamento do
por determinar e mostrar as assistências ao operador. Para
operador, todos os ciclos são registrados num arquivo de
definir estas tarefas, nós associamos cada fase do processo
histórico do operador com o sistema. Além disto, as
cognitivo do operador a uma ou mais tarefas. Por exemplo,
preferências do operador com relação às assistências
quando o perador está na fase cognitiva de avaliar uma
recebidas são também gravadas (tais como se ele pediu
situação, ele pode receber como assistência um diagnóstico
uma assistência, ou se recusou uma assistência recebida).
e/ou um plano de ação. A Figura 2 ilustra a notação gráfica
hierárquica do modelo inicial, onde uma tarefa é
representada por um retângulo. Os relacionamentos entre
Conduzir
processo
ALT ALT
Lançar Supervisionar/ Parar
processo avaliar processo
PAR PAR
Supervisionar Identificar Resolver
processo alarmes problema
PAR PAR
Evento Obter ajuda a Obter
Diagnosticar Corrigir
anormal decisão histórico
ALT ALT
Causas Causas ALT - tarefas alternativas
superficiais profundas PAR - tarefas paralelas Histórico do
operador
Processo cognitivo do operador
Figura 2 - Modelo de tarefa inicial
Todas as características das tarefas modeladas devem ser
descritas no formulário mostrado na parte direita desta
figura. Uma tarefa é identificada por um número e um
A análise do arquivo de histórico do operador é usada para nome, associada a um objetivo e possui condições a serem
determinar o nível de experiência do operador. Como é respeitadas antes e depois de sua execução, bem como
difícil saber todas as características do operador relativas parâmetros. Um parâmetro corresponde a uma lista de
ao seu nível de experiência, nós temos escolhido dados da aplicação que vão ser eventualmente modificados
categorizar os operadores, que têm características em na execução da tarefa. Quando o analista vai realizar estas
comum em estereotipos. Os fatores que constituem o definições, ele pode descobrir um dado que ainda não foi
estereotipo são os seguintes : freqüência de tratamento do definido, então ele deve retornar à fase de análise do
evento, preferência do operador, gravidade do evento domínio, a fim de analisar de novo o processo complexo.
tratado e familiaridade do operador com o processo Esta maneira de percorrer as fases de MACIA comprova o
complexo. (Ver mais detalhes sobre este cálculo em seu caráter incremental, onde as fases não são descritas
Furtado (1999b). O operador pode ser novato, experiente numa seqüência muito rígida.
ou especialista dependendo do conhecimento, que ele tinha
quando estava tratando o evento. Após a modelagem de todas as tarefas para uma
determinada aplicação, a organização das interfaces e a
O modelo de tarefa projetado seqüência das interações possíveis são deduzidas
A Figura 3 ilustra um exemplo do modelo de tarefa automaticamente das características das tarefas e
projetado para a tarefa de supervisionar o processo representadas no modelo de interface conceitual.
complexo, chamada Surveiller Procédé. O objetivo desta
tarefa é de mostrar a estrutura hierárquica do processo Fase 3 : especificação da interface conceitual
complexo, para os atributos chaves de uma entidade desse Esta fase de especificação da interface conceitual consiste
processo digitados pelo operador. A estrutura apresentada em gerar o Modelo de Interface Conceitual (MIC) a partir
depende dos modos de pesquisa escolhidos pelo operador e de um modelo de tarefa e otimizar a estrutura do MIC
que são determinados pelas sub-tarefas da tarefa Trouver gerado. Tanto a estrutura do MIC como a maneira de gerá-
procédé. Por exemplo, a sub-tarefa Trouver père encontra lo constitui uma das originalidades de nosso trabalho.
o nó do nível hierárquico superior àquele dos atributos
chaves digitados pelo operador.
Sous-espace Sub-
Entrer attributs janela
d'entité
Texto botão
Entrée Clic
editável
Nom d'entité Trouver fils
Texto botão
Clic
Entrée editável
Trouver
Type d'entité courant
Classe : Entité
Attributs: Nom d'entité, Clic botão
Type d'entité Trouver père
Instance : Entité 1
Nom d'entité: VarMot
Type d'entité: Moteur