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Via glicolítica

Camilla Ribeiro de Oliveira

Inicialmente, a glicose vai para a oxidação pela via glicolítica para formar piruvato, este vai para a
cadeia de Krebs para produzir ATP. Quando produz muito e há excesso de ATP, a glicose é
direcionada para a oxidação pela via das pentoses fosfato para formar ribose-5-fosfato e formar
ribose e desoxirribose para síntese de DNA e RNA. Depois, a glicose pode ser desviada, em terceiro
lugar, para a produção de glicogênio no fígado e armazenamento. Em quarto lugar, ela é desviada
para a produção de lipídios.
A via glicolítica é a maneira pela qual a glicose (frutose e galactose) é degradada pelos
organismos vivos para produzir energia.
Inicia-se com uma glicose de 6 carbonos que quebra no citoplasma e produz 2 moléculas de
piruvato de 3 carbonos cada.
Toda glicose, independentemente do seu destino, será fosforilada.
A glicose-6-fosfato não consegue sair da célula, sai apenas como glicose.
GLUT1 – Hemácias
A GLUT1 não é insulinodependente. A via glicolítica dentro da hemácia é anaeróbica, pois
nessa organela não há mitocôndrias. Portanto, o piruvato se transforma em lactato. O lactato pode
promover acidose, por isso ele vai para o fígado.
GLUT3 – Células do tecido cerebral
GLUT4 – Células do tecido muscular e coração
A GLUT4 é insulinodependente tanto no tecido muscular esquelético como no cardíaco. A
glicose é fosforilada e pode ser guardada no músculo como glicogênio pela insulina. O piruvato pode
ir tanto para a via aeróbia quanto para a via anaeróbia. Ainda, pode ser feita as pentoses fosfato.
A câimbra é o sinal químico para a presença de ácido lático no músculo, derivado do lactato.
INSULINA É HIPOGLICEMIANTE.
GLUT4 – Células do tecido adiposo
Principalmente, a acetil-coenzima A que está em excesso formará ácidos graxos e triglicerídios
que serão armazenados no tecido adiposo.
GLUT2 – Células do fígado
O GLUT2 não é insulinodependente. A glicose pode ser armazenada como glicogênio, pode ir
para a via das pentoses, pode fazer via glicolítica aeróbia e anaeróbia e pode produzir ácido
glicurônico. Então, no fígado tem enzimas metabolizadoras que são capazes de fazer todos os
caminhos possíveis para a glicose.

A glicose fará a via glicolítica aeróbia até chegar em CO 2 quando tiver glicogênio e não tiver ATP,
porque a principal função da via glicolítica é sintetizar ATP. A glicose fará a via glicolítica anaeróbia
quando não tiver oxigênio. A via das pentoses será feita quando o organismo precisar de DNA e
RNA, pois a glicose faz pentoses para produzir bases púricas e pirimídicas, ou quando precisar de
NADPH. O NADPH ajuda na redução de radicais livres. Sendo assim, quando precisar de NADPH
para reduzir radicais livres para fazer biotransformação, a glicose é desviada para a via das
pentoses. A glicose é desviada para a via das pentoses, faz o que precisa e volta para a via
glicolítica.
O diabetes geralmente causa diminuição na secreção de insulina e resistência periférica.
Resistência periférica é quando há a diminuição do uso de glicose no músculo e no tecido adiposo.
Quando falta insulina ocorre uma diminuição de GLUT4 no músculo e no tecido adiposo. Se
diminui a secreção de insulina, consequentemente, tem redução de GLUT4, porque é a insulina que
estimula as vesículas de receptores para formar GLUT4.
A insulina liga no receptor e ativa uma cascata de mediadores de quinases. Então, quando a
insulina liga no receptor, ela ativa uma série de segundos mensageiros (inositol, a proteína quinase
C, a proteína quinase A e outros). Um ativa o outro e fazem com que a vesícula saia do citoplasma e
vá para a membrana formar os GLUTs. Sendo assim, ao aumentar a insulina, aumenta a quantidade
de GLUT no músculo e no tecido adiposo que capta a glicose. Se ocorrer a diminuição da secreção
de insulina, o número de GLUTs é reduzido e tem-se a resistência periférica. Isto ocorre porque sem
a insulina, os GLUTs permanecem no citoplasma e não vão para a membrana, onde precisam estar
para captar e internalizar a glicose. Como consequência da resistência periférica, a glicose não entra
na célula e aumenta a quantidade de glicose no sangue.
Vários fármacos antidiabéticos da classe das biguanidas podem levar a toxicidade pancreática.
Surgiram casos de câncer pancreático em indivíduos que tomaram esses remédios para emagrecer.
São necessários, entretanto, maiores estudos.
No músculo, a insulina se liga, ativa o inositol, ativa a proteína quinase B e esta estimula o GLUT
a ir para a membrana (aumenta a via glicolítica e diminui a neoglicogênese). Todavia, se tem muito
ácidos graxos e lipídios, eles inibem o mecanismo de liberação de GLUT, porque ativam a proteína
quinase C e essa proteína inibe a proteína quinase B responsável pelo estímulo do GLUT. Em
decorrência, há a diminuição da quantidade de GLUT na membrana. O excesso de lipídios acarreta
não só na diminuição de GLUT na membrana, como também na inativação dos GLUTs já presentes
na membrana. Sendo assim, excesso de lipídios diminui GLUT na membrana e inibe o GLUT que a
membrana já possui, levando a resistência periférica. Se falta insulina no organismo, a via da
proteína quinase B não é ativada, o GLUT não é estimulado para ir para a membrana, levando a
hiperglicemia. Isso ocorre no diabetes.
No fígado, a insulina se liga, ativa o inositol, ativa a proteína quinase B e essa proteína quinase B
aumenta a via glicolítica e diminui a neoglicogênese. Quando falta insulina, a insulina não se liga, a
proteína quinase não é ativada (o mecanismo da cascata de mediadores não é ativado) e ocorre a
diminuição de via glicolítica e aumento de neoglicogênese. Quando há excesso de lipídios, eles
ativam a proteína quinase C e ela inibe o mecanismo, aumentando a neoglicogênese e diminuindo a
via glicolítica. Tudo isso leva a aumento de lipídios. Este mecanismo ocorre em todos os diabetes.
Mecanismo da síndrome metabólica: sobrepeso, muitos ácidos graxos, muitos fatores de necrose
tumoral e inflamação, isto leva a uma resistência à insulina. Esta situação faz com que pâncreas
tente compensar, aumentando a secreção de insulina e levando a insulite (aumenta o peptídeo C e
aumenta a insulina). Porém chega um momento que isso começa a cair, porque as células beta
pancreáticas começam a entrar em falência devido ao grande trabalho e inicia-se a pré-diabetes. O
médico indica o remédio (metformina), dieta e exercícios para que as células beta pancreáticas não
sejam todas destruídas e o paciente não tenha diabetes. Todas as vezes que tiver obesidade terá um
fator inflamatório. Se tem insulina: ativa a glicólise/via glicolítica e inibe a neoglicogênese. Se tem
glucagon: inibe a glicólise e ativa a neoglicogênese. Quando tem glucagon (não tem ATP, falta
energia e glicose), o organismo faz neoglicogênese para produzir glicose e diminui a glicólise. Isto
ocorre porque o organismo guarda glicose para as hemácias e para o sistema nervoso central, o
fígado para de usar glicose.
Se a pessoa é diabética: ela tem menos insulina, faz mais neoglicogênese e menos via glicolítica,
levando a uma hiperglicemia. No músculo de uma pessoa diabética, a glicose não consegue entrar
devido a falta e inativação dos GLUTs e no fígado dela terá uma maior síntese de glicose e ela irá
para o fígado.
O músculo é egoísta, não tem glicose-6-fosfatase e não sai glicose. A glicose fica como glicose-6-
fosfato e não sai da célula.

Caminhos da glicose:
A glicose se torna piruvato e este piruvato pode ter 3 destinos:
- Este piruvato pode ir para a via anaeróbia e se tornar etanol;
- Este piruvato pode ir para outra via anaeróbia e produzir ácido lático, lactato;
- Este piruvato, quando tiver oxigênio, irá para a via aeróbia.
Quando tem oxigênio, o metabolismo oxidativo, que acontece na mitocôndria, transforma glicose
em piruvato e este em acetil-coenzima A, vai para o ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico, produz
NAD e FAD que vão para a cadeia respiratória e produzem ATP.

Para produzir etanol:


Glicose libera dois ATPs e dois piruvatos. A piruvato descarboxilase tira 1 CO2 de cada piruvato
e eles se tornam acetaldeídos. O acetaldeído é reduzido por NADH e se transforma em etanol.

No organismo, quando não tem oxigênio e produz lactato:


Glicose vira piruvato no citoplasma e libera dois ATPs. Este piruvato, se não tiver oxigênio e
não for para a mitocôndria, será reduzido pela lactato desidrogenase e se tornará lactato pela
redução do NADH (ΔG negativo: via catabólica, liberadora de energia).
Então, no nosso organismo o piruvato tem dois caminhos:
- Na via glicolítica anaeróbia, o piruvato é reduzido a lactato;
Não tem oxigênio, não foi para a mitocôndria: faz lactato, reduz o piruvato a lactato.
- Na via glicolítica aeróbia, o piruvato sofre uma descarboxilação oxidativa e vira acetil-
coenzima A e vai para o ciclo de Krebs.
Tem oxigênio e vai para a mitocôndria: piruvato sofre descarboxilação oxidativa e vai para o
ciclio de Krebs e cadeia respiratória
- Na via da neoglicogênese, o piruvato sofre uma descarboxilação e vira oxalacetato.
Não tem insulina e falta glicose: organismo faz neoglicogênese, o piruvato é descarboxilado e
se torna oxalacetato para produzir glicose.
- Na transaminação, o piruvato ganha um NH3, se torna uma alanina e, assim, um aminoácido.
Único lugar que pode fazer neoglicogênese é no fígado.

Via glicolítica:
A via glicolítica ocorre no citoplasma e é uma via catabólica.
A glicose não pode liberar a sua energia toda de uma vez. Então, ela libera gradativamente até
que a sua energia seja toda liberada. A primeira etapa (amarela) consiste em gastar energia e
colocar ainda mais energia na glicose, ou seja, irá energizar a glicose colocando fosfato nela. A
segunda etapa (azul) é quando terá o pagamento, liberação de toda a energia.
1- Gasta um ATP para energizar a glicose e transforma-la em glicose-6-fosfato. Isto ocorre com a
ajuda da enzima hexoquinase, do magnésio como seu cofator (para ativar a hexoquinase) e da
insulina como hormônio estimulador. Então, se não tem magnésio ou insulina, não ocorre
transformação de glicose em glicose-6-fosfato. A TRANSFORMAÇÃ DE GLICOSE EM GLICOSE-
6-FOSFATO OCORRE COM TODA GLICOSE QUE ENTRA NA CÉLULA,
INDEPENDENTEMENTE DO CAMINHO QUE ELA IRÁ SEGUIR. Ademais, existem quatro tipos
de hexoquinases, duas dessas são as glicoquinases hepáticas e pancreáticas que só fazem
fosforilação da glicose. O restante fazem fosforilação de outros carboidratos. A hexoquinase do
fígado (glicoquinase hepática) só irá fosforilar a glicose e utilizá-la como energia quando tiver
excesso de glicose. O fígado produz glicose, guarda glicose, porém é o último órgão a usar a
glicose. Isto porque ele pode usar lipídios, proteínas, corpos cetônicos e outras substâncias para
conseguir energia. O fígado deixa a glicose para a hemácia e para o sistema nervoso que não
consegue utilizar outra fonte de energia. O fígado é o responsável por manter normal a nossa
glicemia no intervalo das refeições.
Essa reação de glicose em glicose-6-fosfato é irreversível. A hexoquinase não consegue quebrar
o fosfato e fazer com que a glicose-6-fosfato volte a ser glicose.
Se não tiver insulina, como ocorre no Diabetes tipo 1, essa etapa não ocorre, porque precisa da
insulina como estimulante.
2- A glicose-6-fosfato se torna frutose-6-fosfato pela enzima fosfoglicoisomerase. Teve uma
isomerização, uma cetose virou uma aldose. Esta reação ocorre porque só a frutose pode ser
quebrada em dois açucares de 3 carbonos, se fosse glicose isso não ocorreria. Esta etapa não
gasta energia e é reversível (esta mesma enzima consegue transformar frutose-6-fosfato em
glicose-6-fosfato de volta).
3- A frutose-6-fosfato necessitará de uma enzima chamada fosfofrutoquinase, do magnésio e de ATP
para se transformar em frutose-1,6-bifosfato. A fosfofrutoquinase é a principal enzima da
regulação da velocidade da via glicolítica. Esta enzima que será ativada ou inibida quando
precisar aumentar ou diminuir a velocidade da via glicolítica. PORTANTO, ESSA ENZIMA
FOSFOFRUTOQUINASE É O MARCAPASSO DA VIA GLICOLÍTICA. Esta etapa gasta energia e
é irreversível.
4- Acabando a fase de energizar a glicose. Uma enzima chamada aldolase irá quebrar a frutose-1,6-
bifosfato em dois compostos de 3 carbonos: gliceraldeído-3-fosfato e diidroxicetona-fosfato. Esta
etapa é reversível. O único que continua caminhando na via glicolítica é o gliceraldeído-3-fosfato.
5- Enquanto isso, a diidroxicetona-fosfato é transformada no seu isômero e se torna gliceraldeído-3-
fosfato por causa da enzima triose fosfato isomerase. Etapa também reversível.
O gliceraldeído-3-fosfato é mais tóxico que a diidroxicetona-fosfato, sendo, então, mais prejudicial
o seu acumulo no organismo. Porém, não há acumulo porque a enzima nunca é deficiente e a via
só acontece quando tem falta de glicose.
6- Tem DOIS gliceraldeído-3-fosfato entrando na via glicolítica agora. O gliceraldeído-3-fosfato pela
gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase é transformado em 1,3-bifosfoglicerato. O NAD oxidado é
utilizado como coenzima para a enzima fazer essa etapa. As enzimas desidrogenases necessitam
de coenzimas porque fazem reações de redução e oxidação. Nessa etapa, a coenzima dessa
desidrogenase é o NAD que é reduzido, ganha elétrons e prótons do gliceraldeído-3-fosfato e se
torna NADH. Esse NADH sai reduzido e forma um 1,3-bifosfoglicerato. Esse NADH é uma forma
de enegia e vai para a cadeia respiratória para liberar essa energia.
7- Agora começa o pagamento. Já pagou um dois NADH (tinha dois gliceraldeído, tudo em dobro
agora) da etapa 6 que vai para a cadeia respiratória produzir dois e meio ATPs cada (cinco ATP).
Na etapa 7, o 1,3-bifosfato se torna 3-fosfoglicerato com a enzima fosfoglicerato quinase e libera
mais um ATP (na verdade, dois ATPs). O fosfato liberado foi para o ADP (adenosina difosfato)
para formar ATP (adenosina trifosfato). Essa formação de ATP chama-se fosforilação oxidativa da
cadeia respiratória, fosforilação a nível de substrato. Etapa não reversível por ser uma reação
muito energética.
8- O 3-fosfoglicerato sofrerá uma mudança na posição do fosfato. O fosfato sairá da posição 3 e irá
para a posição 2 para conseguir formar piruvato. Então, a fosfoglicerato mutase dá o fosfato dela
para o 3-fosfoglicerato, ele se torna 2,3-fosfoglicerato e depois a enzima tira o fosfato da posição 3
e pega para ela, mudando assim 3-fosfoglicerato para 2-fosfoglicerato. Isso é importante porque o
2,3-fosfoglicerato ajudará a hemácia a liberar oxigênio para os tecidos, sem eles o tecido não
recebe oxigênio. Esta reação é reversível.
9- O 2-fosfoglicerato pela enolase terá uma água retirada e formará um fosfoenolpiruvato. Reação
reversível. Reação reversível.
10- Última formação de ATP. O fosfoenolpiruvato terá um fosfato quebrado, ocorrendo uma
fosforilação a nível de substrato e produzindo ATP, e formará o piruvato. Reação irreversível.
Em todas essas etapas: gastou dois ATPs e produziu nove ATPs, tendo um saldo de sete ATPs. A
via glicolítica tem um ΔG de -85 e uma via morro abaixo, uma via exergônica.
O 2,3-bifosfoglicerato liga-se no centro da hemoglobina para que a hemoglobina libere oxigênio
para os tecidos. Portanto, se não tiver esse composto, a hemoglobina não libera oxigênio para os
tecidos. O 2,3-bifosfoglicerato é chamado, então, de efetor alostérico. Depois, esse composto volta
para via glicolítica para continuar o processo.

Regulação da via glicolítica:


Forma alostérica: a enzima possui um sítio ativo e um sítio regulatório/alostérico.
As vias nunca param totalmente, elas tem uma aceleração ou diminuição da sua velocidade.
Primeira enzima alostérica: hexoquinase ou glicoquinase. É inibida por glicose-6-fosfato. Portanto,
a glicose-6-fosfato se liga no sítio regulatório, muda o sítio ativo e inibe a enzima hexoquinase ou
glicoquinase, não deixando-a fosforilar e continuar o mecanismo. Próprio produto inibe a enzima, se
tem muita glicose-6-fosfato é porque não precisa produzir mais.
Segunda enzima: piruvato quinase. É inibida por ATP, NADH, ácidos graxos, acetil-coenzima A,
alanina e fenilalanina. A velocidade é diminuída quando tem tudo isso porque mostra que já tem
muita energia. A via glicolítica só para quando tem glucagon e diminui via glicolítica com glucagon
quando tem hipoglicemia. Todavia, se tem hipoglicemia, por que tem muita energia? Porque quando
tem glucagon começa a quebrar muito lipídios e lipídios libera muitos ácidos graxos, muita acetil-
coenzima A, muito NADH e muito ATP. Dessa maneira, o excesso de energia mostra que está tendo
uma lipólise e se tem lipólise é porque falta glicose. Estes compostos de inibição mostram que o que
está produzindo energia são os lipídios (produz mais energia que a glicose), o que está agindo é o
glucagon e que está faltando glicose. Então, para a via glicolíticaa. É ativada pela frutose-1,6-fosfato,
o seu substrato. Se tem muito, ativa a enzima porque precisa continuar a via.
INSULINA É HIPOGLICEMIANTE. ELA FAZ LIPÍDIOS E PROTEÍNAS. ELA ATIVA VIA
GLICOLÍTICA E GUARDA GLICOSE.
GLUCAGON, ADRENALINA E TUDO QUE É ANTAGÔNICO FAZEM O CONTRÁRIO. ELES SÃO
HIPERGLICEMIANTES. ELES QUEBRAM LIPÍDIOS E PROTEÍNAS. ELES ATIVAM
NEOGLICOGÊNESE, SINTETIZA GLICOSE, GLICOGENÓLISE.
Terceira enzima: fosfofrutoquinase (MARCAPASSO). É inibida por ATP, citrato (mostra que está
entrando muita coisa na via e não precisa produzir glicose) e corticoesteróides (hormônio antagônico,
é hiperglicemiante, faz o que o glucagon faz e por isso inibe). É ativada por ADP e AMP, frutose-2,6-
bifosfato e insulina. Ativada por ADP e AMP porque mostram que falta energia e precisa produzir.
Ativada por insulina e frutose-2,6-bifosfato. A frutose-2,6-bifosfato ativa a fosfofrutoquinase e ativa a
via glicolítica, a sua ausência inibe a via glicolítica.

Regulação da via glicolítica ou glicólise e via da neoglicogênese


Essas duas vias não podem ocorrer juntas na mesma célula, porque são duas vias antagônicas: a
via glicolítica é quebra e a neoglicogênese é síntese. Então, todas as vezes que ativa a via glicolítica,
a neoglicogênese é inibida e todas as vezes que inibe a via glicolítica, a neoglicogênese é ativada.
São, portanto, reguladas juntas, pelos mesmos mecanismos.
Em células diferentes as duas podem ocorrer simultaneamente, mas na mesma célula não. O
fígado pode ter a via glicolítica inibida e estar fazendo neoglicogênese, enquanto que o sistema
nervoso central está via glicolítica. O sistema nervoso não faz neoglicogênese, ele só sobrevive com
glicose, então só faz via glicolítica. O sistema nervoso não vive de lipídios e de proteínas. Então, ele
não faz neoglicogênese e só utiliza a glicose, só faz via glicolítica.
O fígado é quem controla a glicemia do nosso organismo. Sendo assim, em casos de
hipoglicemia, a glicoquinase hepática (hexoquinase 3) só vai fosforilar a glicose se tiver alta
concentração de glicose. Caso não tenha muita glicose, a hexoquinase não vai fosforilar, não vai
fazer via glicolítica e vai fazer neoglicogênese. A glicose é feita pela neoglicogênese e a glicemia do
organismo é mantida.
A fosforilação é um mecanismo de regulação de via. O ATP é gasto, ocorre a fosforilação de uma
enzima e tem-se a regulação (regulação: ativa e inibe dependendo da via). O glucagon é responsável
por fosforilar substâncias nas vias. O glucagon fosforila ativando e inibindo vias. Então, ao fosforilar,
o glucagon:
Ativa: glicogenólise, neoglicogênese, lipólise e proteólise.
Inibe: glicólise, glicogênese e síntese de lipídios e proteínas.
Para fosforilar, é necessário ativar os segundo mensageiros. A proteína quinase A é o segundo
mensageiro que estará ativado e promoverá a fosforilação da minha via. Além disso, a proteína
fosfatase é a enzima que estará ativada para quebrar o fosfato e fosforilar a enzima. Então, o
glucagon precisa se ligar no receptor para ativar uma série de segundos mensageiros, ativar a
proteína quinase A e fosforilar a enzima. Assim, o glucagon terá ativado a glicogenólise,
neoglicogênese, lipólise e proteólise. Porém, quando a insulina se ligar no receptor, ela irá ativar a
proteína fosfatase e esta fosfatase quebrará o fosfato, desfosforilando a enzima e ativando a
glicólise, glicogênese e síntese de lipídios e proteínas.
Quando o glucagon se ligar no seu repetor, ele irá ativar a proteína G, que ativará a adenilil
ciclase, que aumentará o AMP cícilico, que ativará a proteína quinase A. A proteína quinase A irá
fosforilar um complexo enzimático utilizando os fosfatos do ATP que foi quebrado. As enzimas que
serão fosforiladas são as fosfofrutoquinase 2 e frutose-2,6-bifosfatase. Ao inibir esse complexo
enzimático, essas duas enzimas inibem a via glicolítica.
Se a insulina se ligar no receptor, a proteína ativada será a fosfatase, esta fosfatase desfosforilará
o complexo enzimático, as fosfofrutoquinase 2 e frutose-2,6-bifosfatase irão produzir frutose-2,6-
bifosfato, a via glicolítica será ativada e a neoglicogênese será inibida. A via glicolítica será ativada
porque a frutose-2,6-bifosfato é o efetor alostérico da fosfofrutoquinase e ativa esta enzima.
No músculo será a adrenalina ou noradrenalina que fará a função do glucagon, porque o músculo
não responde ao glucagon. Então, a adrenalina (epinefrina) se ligará ao receptor β-adrenérgico, este
receptor ativará a proteína G que fará todo o mecanismo. Por isso, quando tem uma parada
cardíaca, os médicos aplicam adrenalina. A adrenalina faz o músculo cardíaco fazer toda a via
glicolítica e promove os batimentos. Nenhum músculo responde ao glucagon.
A proteína quinase fosforilou o complexo, diminuiu frutose-2,6-bifosfato, ao diminuir essa proteína,
por ela ser efetor alostérico da fosfofrutoquinase, a velocidade da via glicolítica é diminuída. A
enzima a frutose-1,6-bifosfatase é uma enzima da neoglicogênese, que ativa a neoglicogênse;
enquanto que a frutose-2,6-bifosfatase é uma enzima da via glicolítica, que ativa a via glicolítica. A
baixa quantidade de frutose-2,6-bifosfato inibe a via glicolítica e ativa a frutose-1,6-bifosfatase,
ativando a neoglicogênese. Ao contrário: entrou insulina, ativou a fosfatase, ativou o complexo,
aumentou a quantidade de frutose-2,6-bifosfato, ativa a via glicolítica e inibe a frutose-1,6-bifosfatase.
Portanto, a frutose-2,6-bifosfato é um efetor alostérico na fosfofrutoquinase e é um inibidor alostérico
na frutose-1,6-bifosfatase.

Controle da via glicolítica:


Quando uma pessoa tem uma refeição rica em carboidratos ou administra mais insulina do que
necessita, todas as enzimas da via glicolítica são ativadas. Devido a isto, o organismo terá um
aumento da transcrição gênica dessas enzimas. Sendo assim, pessoas que comem muito
carboidratos ou injetam muita insulina terão mais enzimas da via glicolítica do que o normal. Pessoas
que comem mais proteínas terão mais enzimas do metabolismo de proteínas que o normal.

Outra regulação é o transporte de enzimas do núcleo para o citoplasma:


Quando tem muita glicose-6-fosfato na célula, a enzima GK-RP será ativada e fará com que a
hexoquinase saia do núcleo e vá para o citoplasma. Isto chama compartimentalização: a enzima
sairá do núcleo e irá para o citoplasma.

NAD e etanol:
O NAD é um cofator essencial para as desidrogenases. Ele está oxidado e sofre redução no
processo de sua função. Dessa forma, se acabar o NAD, se o NAD não conseguir ser reoxidado, a
via glicolítica para. Para que isso não ocorra, o NAD é reoxidado pela lactato desidrogenase na via
anaeróbia. A lactato desidrogenase utiliza o NADH para reduzir o piruvato a lactato e devolve o NAD
oxidado. Se tiver em aerobiose, a reoxidação será feita pela cadeia respiratória. O NADH vai para a
cadeia respiratória, joga os seus elétrons e prótons para formarem ATP e volta para a via glicolítica
oxidado em forma de NAD. Essa reoxidação do NAD é importante tanto para a via glicolítica quanto
para o ciclo de Krebs. Se não oxidar o NAD, a via glicolítica e o ciclo de Krebs não acontecem e a
pessoa morre.
O etanol quando entra no nosso organismo pode ser biotransformado. Biotransformar é pegar
uma substância que não é própria do nosso organismo lipossolúvel e transformá-la quimicamente
para hidrossolúvel. Como no metabolismo, porém é chamada de biotransformação porque utiliza
uma substância exógena (substância estranha ao nosso organismo). Todos os fármacos, drogas,
etanol, tudo que é diferente ao nosso organismo, ao invés de chamar de metabolismo, recebe o
nome de biotransformação. Essa biotransformação ocorre principalmente a nível hepático. O fígado é
o órgão que possui todas as enzimas necessárias para a biotransformação. A sua função é
transformar uma substância lipossolúvel e transformá-la em hidrossolúvel. Lipossolúvel porque para
entrar no organismo, para ser absorvido, precisa ser lipossolúvel para transpor a membrana por
difusão lipídica. Todavia, se a substância é lipossolúvel, o organismo não consegue excretá-la,
porque ao encontrar uma membrana lipoproteica, a substância volta para o organismo. Portanto,
essa substância necessita ser hidrolisada. Substâncias hidrolisadas não atravessam membrana, não
voltam para o organismo e são excretadas.
O etanol precisa, então, ser biotransformado. Ele possui três mecanismos de biotransformação:
- Citocromo P450, principal mecanismo de biotransformação de todas as substâncias exógenas
do organismo.
- Álcool desidrogenase, mecanismo mais importante.
- Catalase.
Citocromo P450: O etanol se transforma em acetaldeído, usando NAD e formando NADH.
Mecanismo álcool desidrogenase: O etanol precisa de NAD para formar acetaldeído e liberar
NADH.
Catalase: tem importância no sistema nervoso. Usa a água oxigenada para reduzir o etanol a
acetaldeído.
Os três mecanismos dão como produto o acetaldeído. E esse acetaldeído formará ácido acético
ou acetato pela aldeído desidrogenase que utilizará um NAD, formando um NADH. A importância
disso é porque utilizará muitos NADs para essa biotransformação. Terá um desequilíbrio total entre o
NAD oxidado e o NAD reduzido, começando a parar via glicolítica e ciclo de Krebs.
O alto consumo de etanol leva a uma grande produção enzimática (indução enzimática), porque o
organismo produz muito citocromo p450 para quando o álcool entrar, ele fazer biotransformação
rápido. Isto se chama tolerância farmacocinética, a pessoa demora mais para ficar bêbada. Quando
esta tolerância acontece, o indivíduo precisa beber muito mais (porque tem muito mais enzimas
biotransformadoras) para o álcool conseguir chegar ao sistema nervoso e deixar o indivíduo bêbado.
O etanol leva a uma diminuição de NAD e aumento de NADH, isto provoca alterações metabólicas. O
etanol é o principal depressor de sistema nervoso central. Metabólitos: os metabólitos ácido acético e
acetaldeído são responsáveis pela degeneração de neurônios, pela cirrose hepática e outros
sintomas. Não é o álcool em si que provoca esses problemas, mas sim os seus metabólitos. O
acetaldeído funciona também como antígeno, podendo atacar o organismo. O NADPH e o oxigênio
podem gerar ânions superóxidos, ou seja, radicais livres, e causar câncer, envelhecimento e outros.
Como o etanol age no sistema nervoso central: ele é um potencializador gabaérgico. O gaba é um
neurotransmissor inibitório, então, quando é liberado, ele diminui a passagem de impulso nervoso no
sistema nervoso central. Porém, essa depressão pode ser muito grande e levar a uma síndrome
alcóolica. O etanol causa uma hiperpolarização na célula e o impulso passa mais devagar, por isso
não pode dirigir quando está bêbado.
Tôxicidade crônica: leva a uma síndrome fetal (aborto, recém-nascido de baixo peso,
malformações faciais: fissuras palpebrais diminuídas e lábio leporino, defeitos de septo ventricular,
malformações de pés e mãos e retardo mental).
Álcool no fígado: olhar primeira e segunda via. Aumenta muito NADH e inibe a gliconeogênse,
tendo uma hipoglicemia (por isso aplica glicose na veia de quem bebe). A gliconeogênese está
inibida porque o piruvato para passar para lactato precisa de NADH e por ter muito NADH, os
piruvatos são transformados em lactatos. O piruvato é um dos substratos para fazer glicólise, então,
o organismo perde piruvato para fazer glicose e lactato para fazer glicose (perde dois substratos para
fazer glicose). Não tem como fazer neoglicogênese, porque o piruvato está se transformando em
lactato e esta reação é irreversível, não consigo fazer o lactato voltar a ser piruvato, então, perde os
dois substratos para fazer neoglicogênese. Dessa maneira, tem uma hipoglicemia porque diminui a
neoglicogênese e uma acidose lática (acidose metabólica) porque aumento o lactato. Quando
aumenta o NADH também vai diminuir a oxidação de ácidos graxos porque eles precisam de NAD
para serem quebrados e liberarem energia. Além disso, o NAD ajuda na síntese de ácidos graxos,
promovendo, então, a diminuição da quebra de lipídios e o aumento da síntese de lipídios, levando a
uma dislipidemia. Todos os dependentes de etanol tem dislipidemia, principalmente
hipertrigliceridemia (aumento de triglicerídios, sintetizados a partir de ácidos graxos). Causa, então,
acúmulo de triglicerídios no fígado e esteatose hepática.
Citocromo P450: sistema microssômico oxidante vai geral acetaldeído e acetato (mesma coisa).
Essa via do citocromo P450 utiliza muito oxigênio e tem muito radical livres, causando
envelhecimento, câncer e outras lesões. Quando aumenta o NADH (todas as vias fazem isso), inibe
duas desidrogenases no ciclo de Krebs: as isocitrato desidrogenase e -cetoglutaratodesidrogenase.
Se diminue o ciclo de Krebs, diminue toda a via e o indivíduo entra em coma alcóolico, além de
deprimir o sistema nervoso central. Portanto, diminui o ciclo de Krebs, aumenta a acetil-coenzima A
que vem dos lipídios e dos carboidratos e forma muitos corpos cetônicos, causando uma cetoacidose
metabólica.
O álcool promove o aumento de acetato e ácido acético que leva a lesões teciduais. Essa lesão
hepática começa com uma esteatose, porque tem uma diminuição de β-oxidação e aumento de
ácidos graxos e triglicerídios. Depois provoca uma hepatite alcóolica (inflamação do fígado) por
causa do acetaldeído e do ácido acético. Em terceiro estágio, tem-se a cirrose, porque quanto mais
inflamação, mais tecido funcional é substituído por tecido fibroso e este tecido fibroso não consegue
cumprir a função, tendo insuficiência hepática e o fígado para de funcionar. Não há a transformação
de amônio em ureia, o indivíduo entra em coma e morre.
Álcool causa um grande desequilíbrio entre o NAD e o NADH porque tem a biotransformação
usando muito NAD pela álcool desidrogenase e a aldeído desidrogenase, causando todas as
alterações do coma alcoólico.

Arsênico:
Um dos mecanismos de ação do arsênico é a inibição da geração de ATP pela via glicolítica. A
enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase precisaria pegar um fosfato para formar o
difosfoglicerato, porém quando tiver um arsênico na corrente sanguínea, ao invés de pegar o fosfato,
a enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase pega um arsênico e forma 1-arsenato-3-
fosfoglicerato, inibindo a via glicolítica. Ao inibir a via glicolítica, ocorre uma grande diminuição de
geração de ATP e sem energia, o organismo não consegue trabalhar. Além disso, o arsênico possui
outras inibições, como no ciclo de Krebs.

Fluoreto de sódio:
O fluoreto de sódio leva a inibição da enolase. O fluoreto de sódio é um anticoagulante importante
para conservar a glicose para fazer glicemia. Então, a enolase inibida leva a diminuição bruta de
produção de ATP.

Via glicolítica nas hemácias:


As hemácias são as células mais suscetíveis ao estresse oxidativo, porque elas não possuem
núcleo, não conseguem fazer ressíntese, não produzem radicais livres e necessitam especificamente
do ATP da glicólise por via anaeróbia (porque não tem mitocôndria). Sendo assim, as hemácias não
funcionam sem a glicólise por via anaeróbia. Essa glicólise por via anaeróbia ocorre com a glicose
sendo transformada em piruvato e este piruvato se torna lactato pela lactato desidrogenase. Assim,
qualquer problema nesta via irá afetar toda a produção de ATP pelas hemácias. Se deplectar todo o
ATP terá a anemia hemolítica. Anemia é caracterizada pela diminuição de hemoglobina no sangue. A
hemoglobina é responsável pelo transporte de oxigênio. Um valor abaixo de 11g/dL de hemoglobina
no sangue caracteriza uma anemia. Pode ter uma quantidade de hemácias normal, porém algumas
sem hemoglobina, caracterizando uma anemia hipocrômica (hemácia sem hemoglobina). Anemia
hemolítica é porque a hemácia está hemolizada, está sem ATP, porque perdeu a sua função normal.
Anemia ferropriva devido à falta de ferro e várias outras anemias. Então, todas as hemácias
precisam sintetizar ATP para manter a integridade da membrana e a fosforilação da glicose, formar
NAD reduzido para transformar β-hemoglobina em hemoglobina e formar o 2,3-difosfoglicerato que
regula a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. Esse 2,3-difosfoglicerato irá ligar na hemoglobina
para fazer com que ela libere oxigênio para os tecidos, sem ATP a hemoglobina não consegue fazer
isso. Ademais, a hemoglobina também transporta CO2 e H+.

Anemia:
Existem erros inatos de metabolismo que irão ocorrer na via glicolítica. Um deles é uma
deficiência genética da enolase, levando a esferocitose. Causando a anemia hemolítica grave,
hepatoesplenomegalia (porque o baço é o cemitério das hemácias), toxicidade hepática, icterícia (irá
quebrar muita bilirrubina) e uma grande hemólise. As hemácias serão pequenas e hipercoradas.
Tem-se uma anemia microcítica e hipercrômica. Não pode tomar ferro porque a deficiência nesta
anemia não é devido a falta de ferro (anemia ferropriva), mas sim é uma anemia hemolítica, e ao
tomar ferro , o indivíduo terá uma hematomacrose (deposição de ferro no coração, no pâncreas e no
fígado).

Frutose e galactose na via glicolítica:


A frutose pela frutoquinase dará frutose-6-fosfato e a aldolase quebra essa frutose-6-fosfato em
gliceraldeído e diidroxicetona, entrando, assim, na via glicolítica. Glicerol-3-fosfato pode virar lipídio
ou pode ir para diidroxicetona.

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