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indivíduo que por algum motivo não possa suprir sozinho sua existência, sendo,
portanto, o meio de amparar tais sujeitos em quaisquer momentos de fragilidade
em suas vidas. Trata-se de um instrumento para combater a miséria que atinge
a sociedade, como demonstra Beveridge:
1
William Beveridge. O plano Beveridge. Trad. Amir de Andrade. Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio, 1943.
(artigos 196 a 200 da CF), previdência (artigos 40, 201 e 202 da CF) e assistência
social (artigos 203 e 204 da CF). No qual, a sociedade deve participar das ações
do sistema financiando-a.2
A maior crítica a Seguridade Social é que seu tripé está descalço, sem
cabeça, nem pé. Que mesmo estando constitucionalmente amparado lhe falta
eficácia devido a sua inversão de finalidade, não há de fato a consolidação do
princípio da solidariedade devido a destituição de recursos para garantir o
sistema de privilégios no qual quem ganha mais recebe mais, quem ganha
menos recebe menos privilégios.
2
LEITÃO, André Stuart. Manual de Direito Previdenciário, 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
3
SPOSATI, Aldaiza. Descaminhos da seguridade social e desproteção social no Brasil. Ciênc. saúde
coletiva [online]. 2018, vol.23, n.7, pp.2315-2325. ISSN 1413-8123. http://dx.doi.org/10.1590/1413-
81232018237.10202018.
Destarte, observa-se que a luta coletiva por políticas públicas está
deveras enfraquecida, pela segmentação da seguridade, pela “proteção social
privada” oferecida por empresas, bancos e pelo próprio serviço público através
de seguros sociais privados. Ou seja, o problema persiste e de forma mascarada
capitalizando as necessidades e interesses coletivos mesmo após os
movimentos dos trabalhadores.
4
MOTA, A. E. Seguridade Social Brasileira: desenvolvimento histórico e tendências Recentes. In:
______. et al. (Org.). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2007. p.
40-48.