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Resumo
Objetivou-se desenvolver modelos capazes de estimar a dinâmica da demanda de mão-de-
obra, em um sistema de produção de carne e pele ovina, identificando as épocas de maior
emprego desse componente e seu custo. Utilizou-se para tal, o programa Vensim,
produzido pela Ventana Systems®. Os resultados mostram que a mão-de-obra destinada às
estações de monta e nascimento, foram as que mais influenciaram a dinâmica. Nestas
épocas o custo com a mão-de-obra tende a aumentar. Neste caso, o produtor poderá optar
pela contratação de diaristas. Em relação ao número de animais, o que se observou foi que
ao se optar por trabalhar com dois lotes de produção os custos tendem a aumentar, todavia
esse sistema possibilita ao produtor planejar melhor a produção, ou seja, a disponibilidade
do produto no mercado. Isso faz com que a sazonalidade diminua, uma vez que a oferta
estará mais bem distribuída ao longo do ano. O uso dessa metodologia pode diminuir a
vulnerabilidade e o risco da propriedade, possibilitando atingir as metas pretendidas, além
de tornar visível a dinâmica dos eventos do sistema. Todavia para o uso dessa metodologia
é importante o conhecimento da relação das variáveis do sistema e para que as simulações
possam representar uma realidade, é essencial utilizar dados consistentes e confiáveis
provenientes de uma adequada escrituração zootécnica.
Palavras-chaves: Custo, dinâmica de sistema, mão-de-obra, planejamento, simulação.
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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o sistema de produção. Por exemplo, a utilização de raças exóticas1 ovinas especializadas
em carne sem que haja o conhecimento zootécnico destas, só por apresentar resultados
excelentes no seu local de origem, é um risco que o produtor não deve correr
principalmente no mercado atual.
OBJETIVO DO
PRODUTOR
Aumento do
Bem Estar
ALTERNATIVAS DECISÃO
PROBLEMA DE SOLUÇÃO Definição AÇÕES
Identificação Identificação Objetivos
Relevância Execução
Relevância Tipos
Definição Definição Estratégia
INFORMAÇÕES
CONSEQUENCIAS
Organização
Análise Análise
1
Entende-se por raça exótica aqueles animais trazidos de outras regiões (países) com o objetivo principal de
melhorar o rebanho nativo.
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FIGURA 1 – Esquema do processo de decisão do produtor
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Apesar de inúmeras definições para sistema, pode-se defini-lo como sendo um conjunto de elementos inter-
relacionados, conforme Meadows et al, 1992; Randers, 1980 apud Guimarães, 2007. Ou ainda, um conjunto
de elementos em interação dinâmica, organizados em função de um objetivo. (ROSNAY, 1975 apud
MARZAL, 1999).
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O termo modelagem é utilizado quando se faz uso de modelos para ilustrar uma situação ou objeto, ou o
simplesmente a prática do ato de modelar.
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Os primeiros trabalhos na área de Dinâmica de Sistemas foram realizados pelo
engenheiro e cientista computacional, Jay W. Forrester, no Sloan School of Management
no Massachusetts Institute of Technology – MIT, quando em 1956, começou a aplicar os
princípios do controle de feedback a problemas de gerenciamento de corporações
(FORRESTER, 1989 apud GUIMARÃES, 2007).
Um diferencial na produção é poder testar as estratégias (ações) predefinidas em
um ambiente de experimentação para não colocar em risco o negócio, além de avaliar o
comportamento da atividade frente a um novo cenário e conhecer relações de causa/efeito
da organização.
IV. Teste
k) Comparação com modos de referência: o modelo reproduz o comportamento do
problema de acordo com seu propósito?
l) Robustez sob condições extremas: o modelo se comporta realisticamente
quando submetido a condições estremas?
m) Sensibilidade: como o modelo se comporta com a incerteza de parâmetros,
condições iniciais, limites do modelo e agregação?
3. MATERIAL E MÉTODOS
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Contorno
Estoque de Atividade
Inputs Produto (s) Output
recursos Biológica
Subproduto (s)
Limite do sistema
FIGURA 2 – Esquema geral de um sistema de produção (adaptado de Wadsworth, 1997).
Onde:
Limite – define a extensão e as partes relevantes para o estudo;
Contorno – ambiente externo (físico e econômico) e fatores limitantes externos;
Componentes – partes principais (pode-se incluir subsistemas);
Interações – conseqüências e efeitos entre os componentes;
Recursos – componentes de dentro do sistema;
Inputs e Outpus – compreendem todas as entradas no sistema (insumos) e os
principais produtos que saem do sistema, respectivamente;
Subprodutos – produtos da atividade biológica que permanecem dentro do sistema
para uso e/ou conversão em outro processo.
PASTO PASTO
NATIVO CULTIVADO
ÁGUAS
ACABAMENTO
PASTO PASTO
NATIVO CULTIVADO
SECA
CONFINADO P. CULTIVADO
+ IRRIGAÇÃO
SCN SC
FIGURA 3 – Fluxograma dos sistemas de exploração.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Correspondem à quantidade e custo dos fatores de produção empregados na produção, bem como despesas
relacionadas ao funcionamento da atividade.
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Irrigação
48,66 h/H/mês
42%
Manejo
66,2 h/H/mês
58%
Irrigação
24,33 h/H/mês
39,02%
Manejo
38,02 h/H/mês
60,98%
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Mistura
mineral
60,00 kg
Forragem
3.362,34 kg de
MS
Forragem
3.362,34 kg
de MS
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Pencivet Banamine
Iodo (10%) reforçado 6,25 ml
800 ml 4,5 ml 0,1%
14,6% 0,1% Mata bicheira
500 ml
9,1%
Terra-cortril
200 ml
3,7%
Vermífugo
Glicopan
3185 ml
720 ml
58,3% Ferro
50 ml 13,2%
0,9%
Pencivet
Iodo (10%)
reforçado
100 ml
12 ml
3,2% Banamine
Vermífugo 0,1%
25 ml
2245 ml
0,4%
72,8%
Mata bicheira
500 ml
16,2%
Terra-cortril
200 ml
6,5%
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Quantidade de
medicamento -
SCN Quantidade de
(3082,00 ml) medicamento - SC
(5465,75 ml)
Consumo de
energia - SCN
202 kWh/mês
Consumo de
energia - SC
406 kWh/mês
FIGURA 11 – Quantidade (kWh/mês) de energia utilizada no Sistema Cultivado (SC) e em Caatinga
Nativa (SCN).
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4.6. Descrição dos Modelos.
De posse das variáveis e de seus valores, foi determinado qual seria a variável foco
da modelagem do sistema, para que os demais componentes se conectassem e criassem as
relações de dependência. Dentre os fatores de produção analisados percebeu-se durante o
trabalho que a demanda por mão-de-obra apresentou-se como um fator de maior influência
na atividade, sendo assim, classificada como variável foco.
Em seguida, definiram-se as variáveis auxiliares necessárias para simulação dos
eventos, construiu-se o diagrama do fluxo do sistema, utilizando-se para tal, o programa
Vensim5, produzido pela Ventana Systems®.
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O Vensim foi originalmente desenvolvido pela Ventana Systems em meados dos anos 80 para ser utilizado
em projetos de consultoria, tendo sido liberada a primeira versão comercial em 1992.
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produtor poderá optar pela contratação de diaristas, caso o mesmo só desenvolva esta
atividade, o que reduzirá seus custos.
6 14
5 12
10
8
3
6
2
4
1 2
0 0
1 21 41 61 81 101 121 141
Tempo (semanas)
FIGURA 12 – Dinâmica da demanda de mão-de-obra e custo com esse componente.
125 125
100 100
Animais para venda
75 75
(Lote 1)
50 50
25 25
0 0
0 140 280 420 560 700 840 980 11201260 0 140 280 420 560 700 840 980 11201260
T empo (dias) T empo (Dias)
A simulação mostrou que para o sistema de produção estudado a opção que traria
maior retorno econômico em relação às variáveis estudadas, seria o sistema 1, onde o
produtor trabalharia com somente um lote. Todavia, no sistema 2 torna-se possível um
melhor planejamento do sistema, devido o produtor ter um número menor de animais por
estação, o que lhe permite um maior controle. Acredita-se que aqueles produtores optarem
pelo sistema 2, deveria ser melhor remunerado para que compensasse os maiores custos,
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porém permitindo uma oferta mais regular do produto no mercado. Caso isso venha
ocorrer, o sistema 2 poderá passar a ser mais interessante ao produtor.
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5. CONCLUSÃO
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MULEJ, M. et al. 2004. How to restore Bertalanffian systems thinking. Kybernetes 33: 48-
61.
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RODRIQUEZ, J. H. A. et al. A importância da Análise de Gestão na Agropecuária:
controle de Custos e aumento da Rentabilidade. 2007. Disponível em:
<http://www.gestiopolis1.com/recursos8/Docs/fin/control-de-costos-y-aumento-de-la-
rentabilidad.htm>. Acesso: 26 ago 2008.
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