You are on page 1of 20

Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p.

1 – 18 jan – jun (2012)

http://dx.doi.org/10.5935/1981-2965.20120001 Artigo Científico


http://www.higieneanimal.ufc.br

Principais Microrganismos envolvidos na deterioração das características sensoriais de


derivados cárneos
Principal Microorganisms involved in the decay of sensory characteristics of meat products

Marcela de Alcantara1, Isabela Cristina Lobo de Morais 1, Cyllene de Matos Ornelas da Cunha
Corrêa de Souza2
_________________________________________________________________________________________________________________

Resumo: Os produtos cárneos são facilmente contaminados por microrganismos


durante a manipulação e o processamento. Após ter sido contaminado, se o alimento oferecer
condições para que os microrganismos se multipliquem, estes podem alterar as características
físicas e químicas dos alimentos, podendo causar, assim, a sua deterioração. Os tipos de
deterioração variam de acordo com as condições atmosféricas que envolvem os produtos e
com a temperatura de armazenamento. Os principais microrganismos envolvidos na
deterioração das características sensoriais dos derivados cárneos são as bactérias
Pseudomonas, Acinetobacter/Moraxella, Shewanella putrefaciens, Brochotrix thermosphacta,
Lactobacillus e algumas espécies da Família Enterobacteriaceae, as leveduras e os bolores. E
que as condições inadequadas de higiene dos manipuladores e do ambiente favorecem o
crescimento destes microrganismos e algumas medidas podem ser tomadas para minimizar as
alterações provocadas nos produtos cárneos. Este presente trabalho tem por objetivo
apresentar as principais alterações sensoriais que podem ocorrer em derivados cárneos devido
à ação de microrganismos deteriorantes.
Palavras-chave: microrganismos deteriorantes, produtos cárneos, características
sensoriais.
Abstract The meat products are easily contaminated by microorganisms during
handling and processing. After being contaminated food is to provide conditions for the
microorganisms multiply, they may change the physical and chemical characteristics of food,
causing thus damage. The types of deterioration vary depending on weather conditions which
involve the products and the storage temperature. It is concluded that the main
microorganisms involved in the deterioration of the sensory characteristics of meat products
are the bacteria, Pseudomonas, Acinetobacter / Moraxella, Shewanella putrefaciens,

1
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

Brochotrix thermosphacta, Lactobacillus and some species of the Family Enterobacteriaceae,


yeasts and molds. And that inadequate hygiene of food handlers and the environment favor
the growth of microorganisms and some steps can be taken to minimize the changes caused in
meat products. This present work aims at presenting the main sensory changes that can occur
in meat products due to the action of spoilage microorganisms.
Keywords: microbiological spoilage, meat products, sensory characteristic
__________________________
Autor para correspondência. E. Mail:* isabelalobo@petrobras.com.br
1
UFRRJ- Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos
1
UFRRJ- Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos
2
Diretora da Alimentação Legal Consultoria, Auditoria e Treinamento em Segurança Alimentar

Introdução nestes produtos dependem dos fatores


ante e post mortem como: alimentação,
A carne é considerada um
genética, idade, condições de abate,
excelente meio de cultura para os
resfriamento após o abate, maturação,
microrganismos, pois apresenta fatores
métodos de cocção, entre outros. (FELÍCIO,
intrínsecos e extrínsecos que favorecem o
1993, SALES & PORTO, 2007).
crescimento microbiano. Sendo alguns
destes: alta atividade de água; pH favorável A deterioração da carne e dos
para a maioria dos microrganismos e produtos cárneos é fortemente
elevado teor de nutrientes. Além disso, não determinada pelo crescimento de bactérias
possui constituintes antimicrobianos na superfície da carne, pois o tecido
(FRANCO & LANDGRAF, 2008). interno do músculo é considerado estéril
até o momento do corte. Os tipos de
As condições satisfatórias em
microrganismos deterioradores que se
nutrientes presentes nas carnes são um
desenvolvem em carnes resfriadas são
excelente meio para o desenvolvimento de
determinados pelas condições de
bactérias deteriorativas e organismos
estocagem. As baixas temperaturas
patogênicos (HOLLEY & GILL, 2005).
prolongam o tempo de estocagem das
Os microrganismos contaminam carnes, porém as mais baixas temperaturas
facilmente carne e os seus derivados são possíveis sem causar o congelamento (-
durante a manipulação e o processamento. 1,5°C) ainda são mais altas que a
Com isso, a quantidade e os tipos de temperatura mínima para o crescimento
microrganismos que se desenvolvem de algumas bactérias psicrotróficas
2
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

(HOLLEY & GILL, 2005). Pardi et al. (1993), o referido processo tem
duração variável, podendo conduzir a
Os tipos mais comuns de
carne à elementarização, dependendo dos
deterioração de produtos cárneos podem
métodos de conservação utilizados.
ser classificados de acordo com a
atmosfera que envolve os produtos. A O processo de conversão do
temperatura é outro fator de importância músculo em carne, com diferentes graus
que influencia no tipo de deterioração de degradação enzimática e desnaturação
(FRANCO & LANDGRAF, 2008). de proteínas, pode resultar em marcantes
variações nas propriedades da carne.
Com base nisto, um dos maiores
Algumas destas podem ser descritas a
desafios para a indústria de carnes é
seguir: capacidade de retenção de água,
oferecer produtos macios, suculentos e
cor e firmeza da carne fresca, maciez,
com cor e sabor agradáveis, de forma que
sabor e suculência da carne preparada para
características de frescor permaneçam
consumo, capacidade de emulsificação das
estáveis durante toda a sua vida de
matérias primas, rendimentos de processo
prateleira, com a maior segurança e o
e cor dos produtos processados (FELÍCIO,
menor custo possível (MATHIAS et al.,
1993).
2010; AZEVÊDO et al., 2008).
Características Sensoriais
Este artigo tem por objetivo
apresentar as principais alterações As características sensoriais da
sensoriais que podem ocorrer em carne são os atributos que impressionam
derivados cárneos devido à ação de os órgãos do sentido, de maneira mais ou
microrganismos deteriorantes. menos apetecível, e que dificilmente
podem ser medidos por instrumentos
Propriedades Físicas da Carne
(QUIDUTE, 2006). É o caso dos atributos
Logo após o abate do animal, tem cor, aroma, maciez, frescor, firmeza e
início, na musculatura estriada, uma série palatabilidade. Sendo o primeiro
de transformações químicas e físicas, que envolvendo a aparência visual, o segundo a
tornará a carcaça rígida. Este processo é aparência tátil, o terceiro envolvendo uma
denominado rigor mortis e, consiste na apreciação da aparência visual e olfativa; o
conversão do músculo em carne que quarto uma apreciação visual e tátil, e o
prossegue com degradações enzimáticas e último, resultante de uma combinação de
desnaturação protéica, tornando a carcaça impressões visuais, olfativas e gustativas
menos rígida. (FELÍCIO, 1993). Segundo que se manifestam a partir da cocção,
3
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

seguida da mastigação do alimento seu comportamento durante o processo de


(SARCINELI, VENTURINI & SILVA, 2007). cocção, tendo como mérito avaliar a
importância da sua participação na
A cor é a primeira característica
palatibilidade do produto.
sensorial apreciada pelo consumidor. É a
impressão óptica relacionada de imediato Deterioração de Carnes e Produtos
com diversos aspectos ligados a qualidade Cárneos
e ao grau de frescor. Portanto, o aspecto
Segundo FRANCO & LANDGRAF
exterior pode ser associado à validade
(2008), a quantidade e tipo de
comercial, suculência, dureza e
microrganismos que se desenvolvem na
armazenagem (ORDOÑEZ et al., 2005). A
carne dependerão das condições de abate,
cor pode interferir no sabor e na textura
estresse do animal, evisceração correta,
das carnes bovina, suína e ovina (MILLAR et
entre outros. FORSYTHE et al. (2002)
al., 2000).
também observaram que a validade
O aroma também é de grande comercial depende da microbiota inicial do
importância. PARDI et al. (2001) citaram produto, ou seja, quanto maior a carga
que o aroma da carne quando fresca inicial, menor a validade devido ao
lembra o ácido lático comercial. Camargo aumento da atividade microbiana. ABERLE
et al. (1984) citaram que o aroma e o sabor et al. (2001) relataram que em virtude de
da carne são desenvolvidos pelo um pH mais alto da carne, a deterioração é
aquecimento, da transformação de mais fácil de ocorrer pelo desenvolvimento
substâncias hidrossolúveis e lipossolúveis e de bactérias proteolíticas. O grupo de
volatilização de moléculas. psicrotróficos inclui bactérias Gram
negativas, não esporuladas e sensíveis ao
ABERLE et al. (2001) definiram a
calor, as quais têm sido estudadas ao longo
capacidade de retenção de água (CRA)
do tempo.
como sendo a capacidade da carne de
reter sua própria água durante a aplicação Cousin et al. (2001) relacionaram
de forças externas, tais como cortes, que a contagem das bactérias psicrotrófilas
aquecimento, trituração e prensagem. é importante para vários alimentos. Os
gêneros mais encontrados são Aeromonas,
PARDI et al. (2001) afirmaram que
Alcaligenes, Cytophaga, Flavobacterium,
o interesse pelo estudo da CRA pelo
Pseudomonas, Serratia e Vibrio. Algumas
músculo decorre de sua influência no
bactérias são Gram positivas como
aspecto da carne antes do cozimento e no
Arthrobacter, Bacillus, Clostridium e
4
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

Micrococcus. Dentre estas, várias são distribuídos no solo e na água.


responsáveis pela diminuição da validade Ocasionalmente podem causar doenças
comercial de alimentos e conseqüente em humanos, principalmente em
deterioração (LIMA et al., 2010). pacientes com imunodepressão
(TAVARES, 2002).
Entre os microrganismos
O gênero Flavobacterium sp. é
deteriorantes e produtos cárneos
constituído por pelo menos cinco
destacam-se os Gram-negativos como
espécies, que apresentam-se como
Pseudomonas, Acinetobacter e
bastonetes Gram-negativos, finos e
Flavobacterium, que crescem na
imóveis, são proteolíticas, não reduzem
superfície do alimento e os Gram-
o nitrato e produzem pigmentos
positivos como Lactobacillus, que
amarelos em alimentos e meios de
predominam no seu interior. A
cultura. Em certas ocasiões, estes
deterioração pode causar alterações
microrganismos colonizam o trato
físicas, químicas ou organolépticas, isto
respiratório e são normalmente
é, alterações na cor, odor, textura, sabor,
resistentes a vários agentes microbianos
ou aspecto desses produtos,
(TAVARES, 2002).
conseqüentes da atividade metabólica
Lactobacillus sp. são bacilos não
dos microrganismos presentes
esporulados, Gram-positivos retos ou
(TAVARES, 2002).
curvos, ocorrendo isolados ou em cadeias,
As bactérias Pseudomonas são
anaeróbios, geralmente imóveis e catalase
bastonetes Gram-negativos, aeróbios,
negativos, fermentam carboidratos
móveis, não fermentadores de
produzindo ácido lático. Normalmente não
carboidratos, produtoras de pigmentos
são patogênicos e são ubíquos no ser
hidrossolúveis e quase sempre
humano, podendo ser encontrado na boca,
encontradas na microbiota normal
intestino, vagina e outros sítios (TAVARES,
intestinal e cutânea humana
2002).
(TAVARES, 2002).
As espécies de Acinectobacter Em temperaturas de resfriamento

são cocobacilos ou cocos Gram sob condições aeróbias, a microbiota

negativos aeróbios, normalmente deteriorante da carne é dominada por

comensais, porém juntamente com o Pseudomonas spp. e em condições


anaeróbias pelos lactobacillus (LAWRIE,
gênero Pseudomonas são amplamente
2005).

5
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

As Pseudomonas spp. utilizam LANGGRAF, 2008).


preferencialmente a glicose disponível.
A ocorrência da limosidade
Quando a glicose é exaurida, os
superficial está relacionada com a
organismos iniciam o catabolismo do
temperatura de armazenamento e com a
aminoácido. Enquanto os produtos do
quantidade de água disponível no produto.
metabolismo da glicose são inofensivos,
Em alimentos com alta atividade de água
aqueles do catabolismo de aminoácidos, mantidos em temperatura de refrigeração,
tais como amônia, aminas e sulfetos a bactéria Pseudomonas Alcaligenes é a
orgânicos, resultam em odores e sabores responsável por este tipo de alteração. Já
questionáveis, mesmo quando em em produtos com menor atividade de
pequenas quantidades (HOLLEY & água, como os embutidos, os causadores
GILL, 2005). deste defeito são os micrococcus e as
Quando a carne é embalada a leveduras, e nos alimentos com menor
vácuo ou é usada uma atmosfera atividade de água, são os bolores
modificada com mais de 20% de CO2, o (BANDEIRA, 2004).
crescimento de Pseudomonas spp. é
Os gêneros Pseudomonas e
suprimido. Sob estas condições as
Achromobacter são os principais
bactérias lácticas (LAB) crescem mais
responsáveis pelas alterações das carnes
rapidamente (Lactobacillus,
refrigeradas e conservadas em condições
Carnobacterium e Leuconostoc) e são
de aerobiose, tendo como espécie típica a
freqüentemente os únicos organismos
Pseudomonas fluorescens (PARDI et al.,
detectáveis durante a armazenagem
2001).
refrigerada de produtos em atmosfera
modificada (HOLLEY & GILL, 2005). Outros microrganismos aeróbios,

Alterações dos Produtos Cárneos em tais como Acinetobacter e Moraxella,

Condições de Aerobiose também estão presentes em carnes


deterioradas aerobicamente (HOLLEY &
Dentre os defeitos causados por
GILL, 2005).
microrganismos em condições de
aerobiose podemos citar: a limosidade Os microrganismos gram-negativos

superficial; alteração na cor dos pigmentos que ocorrem na putrefação superficial são

da carne (hemepigmentos); rancificação; particularmente sensíveis à diminuição da

fosforescência; alterações na cor e odores atividade de água, especialmente as

e sabores estranhos (FRANCO & Pseudomonas (BANDEIRA, 2004).

6
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

As alterações na cor dos pigmentos peróxido de hidrogênio (BANDEIRA, 2004).


da carne são explicadas pela possibilidade
A cor vermelha da carne pode
de pigmentos reagirem com diversos
adquirir tons de verde, marrom ou cinza,
substratos resultando em alterações na sua
devidos à produção, por bactérias, de H2S,
cor. Os pigmentos da carne estão formados
compostos oxidantes, com peróxidos, por
em sua maior parte por proteínas: a
exemplo.
hemoglobina que é o pigmento sangüíneo
e a mioglobina, pigmento muscular que Em carnes vermelhas processadas,
constitui 80 a 90% do total (ROÇA, 2000). dois tipos de esverdeamento podem
ocorrer sendo um causado pelo peróxido
O ciclo da cor em carnes frescas é
de hidrogênio (H2O2) e o outro pelo H2S. No
reversível e dinâmico permitindo constante
caso do esverdeamento por H2O2, que
interconversão das três formas do
ocorre em alguns tipos de salsichas e
pigmento até que a carne seja processada.
outras carnes curadas e embaladas a
Por exemplo, com o cozimento a carne
vácuo, esse defeito geralmente aparece
muda de cor para o marrom. Sob
após a exposição desses produtos ao ar. Na
condições extremas, o pigmento pode ser
presença do ar, há formação de H2O2 que
decomposto, com a separação do grupo
reage com nitroso-hemecromo produzindo
heme da parte protéica. Isto ocasiona a
uma porfirina oxidada esverdeada. O
separação do átomo de ferro da estrutura,
esverdeamento também ocorre em
levando à cor esverdeada e/ou amarelada.
decorrência do crescimento de
(SGARBIERI, 1996; SHIMOKOMAKI et al,
microrganismos no centro do produto,
2006), conforme figura 1.
onde o baixo potencial Redox propicia o
Com isso, alteração da cor da carne acúmulo de H2O2. Apesar de o Lactobacillus
pode ser conseqüência da destruição da viridescens ser o microrganismo mais
mioglobina pelo desenvolvimento comum nesse tipo de esverdeamento,
bacteriano. Ocorre que os microrganismos outros também podem estar envolvidos
utilizam a mioglobina como nutriente, e o como Leuconostocs, Enterococcus faecium
grupo hemo se separa da proteína. Então e Enterococcus faecalis. Essa deterioração
desenvolve-se uma coloração verde, que pode ainda ser causada por bactérias
também pode ocorrer devido ao produtoras de H2O2 como Lactobacillus
crescimento de microrganismos no centro fructivorans e Lactobacillus jensenii. O
do produto, onde o baixo potencial de esverdeamento não torna o produto
óxido-redução propicia o acúmulo de perigoso quando ingerido (FRANCO &

7
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

LANDGRAF, 2008).

Fonte: SGARBIERI, 1996.

Figura 1: Esquema de transformação da mioglobina em diferentes pigmentos

O esverdeamento causado pela coloração verde. Em carnes cujo pH


produção de H2S ocorre geralmente em encontra-se abaixo de 6,0, esse tipo de
carnes vermelhas frescas quando esverdeamento não ocorre. Entre os
armazenadas em embalagens a vácuo ou microrganismos causadores desse defeito,
impermeável a trocas gasosas e mantidas a podem ser citados: Pseudomonas
temperaturas entre 1°C e 5°C reage com mephitica, Shewanella putrefaciens,
pigmento normal de carne (mioglobina) Lactobacillus sake (FRANCO & LANDGRAF,
para formar a sulfomioglobina, de 2008).

Outras alterações na cor dos por bactérias produtoras de pigmentos


derivados cárneos podem ser ocasionadas como, por exemplos, Serratia marcescens

8
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

ou qualquer outra bactéria produtora de gordura, como ácidos graxos, podem ser
pigmento vermelho e, Ps. Syncyanea que responsáveis por sabor e odor estranhos
transmite cor azul à superfície do produto. (FRANCO & LANDGRAF, 2008).
Além de leveduras produtoras de
Outra alteração que pode ocorrer
pigmentos que provocam o surgimento das
em condições de aerobiose nos produtos
seguintes cores no produto: branco, creme,
cárneos é a fosforescência. Apesar de ser
rosa ou marrom. E, por fim, pontos brancos
um defeito raro, pode ser causada por
devido ao crescimento de vários bolores,
bactérias luminescentes ou fosforescentes
sendo o Sporotrichum carnis o mais
que crescem na superfície da carne. Um
comum. Já os esporos verdes de diversas
exemplo de microrganismos que provoca
espécies de Pencillium provocam o
esta alteração é a Photobacterium
aparecimento de pontos verdes (FORREST
(FRANCO & LANDGRAF, 2008). O fenômeno
et al., 1979; GUILHERME et al., 2008).
de fosforescência da carne deve-se à ação
A oxidação lipídica é uma das mais da enzima luciferase, contida nesta
importantes causas da deterioração de bactéria (BANDEIRA, 2004).
alimentos, podendo conduzir à perda de
Alterações dos Produtos Cárneos em
cor, sabor, modificação da textura e
Condições de Anaerobiose
formação de compostos tóxicos. A
oxidação de lipídios e a alteração da cor A deterioração anaeróbia ocorre
causada por reações oxidativas são difíceis no interior da carne, em produtos
de serem controladas, principalmente embalados a vácuo ou em “containers”
devido à complexidade e variabilidade das fechados onde o oxigênio é ausente ou
reações envolvidas. Tais reações são de está limitado. Este tipo de deterioração é
ordem físico-química, podendo ser causado por bactérias anaeróbias e ou
potencializadas por ação microbiológica aeróbias facultativas (SILVA, 1999).
(SHIMOKOMAKI et al, 2006).
Bactérias ácido lácticas
Os principais microrganismos psicrotróficas constituem uma parte
responsáveis pela rancificação de importante da população microbiana em
derivados cárneos são as pseudomonas e produtos cárneos e seus derivados
outros Gram-negativos, Bacillus, leveduras embalados em atmosfera modificada. O
e bolores. Além disso, substâncias crescimento a níveis elevados destas
produzidas durante a oxidação, como bactérias nestes produtos pode provocar
aldeídos e cetonas, e durante a hidrólise da mudanças adversas sensoriais, tais como

9
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

odores ácidos indesejáveis (BORCH et al., todos estes odores e sabores acres devem-
1996). se às bactérias anaeróbias encontradas
originalmente nos nodos linfáticos e
A deterioração dos alimentos por
articulações ósseas.
estas bactérias é favorecida em
alimentos refrigerados, onde as bactérias Quando utilizada a embalagem a
ácido lácticas psicrotróficas têm uma vácuo, as Pseudomonas spp. não
vantagem considerável na taxa de conseguem se desenvolver, devido à
crescimento comparada com os aeróbios e condição de ausência de oxigênio no meio.
anaeróbios facultativos e as Nestas condições, os microorganismos
bactérias gram-negativas (SÄDE, 2011). microaeróbios, como Brochothrix
thermosphacta e lactobacillus, são os que
O odor e o sabor acre,
predominam. Entretanto, já foi
desagradáveis, devem-se, sobretudo, à
demonstrado que, durante tratamentos
acumulação de ácidos orgânicos durante a
tecnológicos, como a irradiação, por
degradação enzimática bacteriana de
exemplo, ocorre uma seleção da
moléculas complexas. Essas alterações
microbiota e, neste caso, há um
ocorrem por causa da produção anaeróbia
crescimento, preferencialmente, de
de ácidos graxos ou ácido lático em ação
Acinetobacter (MANTILLA et al., 2009).
bacteriana e, também, em razão da
proteólise, sem putrefação produzida por Carnes cozidas não curadas
bactérias aeróbias facultativas ou
A deterioração desses produtos
anaeróbias (BANDEIRA, 2004).
ocorre normalmente de três formas:
A verdadeira putrefação consiste viscosidade, acidificação e manchas verdes.
na decomposição anaeróbia das proteínas, A deterioração viscosa ocorre na parte
com a produção de substâncias mal externa do produto, onde forma-se uma
cheirosas como H2S, indol, escatol, amônia, camada cinza viscosa e uniforme.
aminas e outros. Esta se deve, geralmente, Leveduras e bactérias lácticas dos gêneros
as espécies dos gêneros Clostridium, Lactobacillus, Enterococcus, Weissella e
Pseudomonas, Achromobacter e Proteu Brochothrix thermosphacta podem ser
(BANDEIRA, 2004). Porém, sob condições encontradas nesse material. W. viridescens
de anaerobiose, os Clostridium requerem produz tanto viscosidade quanto manchas
temperaturas superiores às de refrigeração verdes. A formação de viscosidade é
para o seu crescimento (PARDI et al., favorecida por superfícies úmidas e
2001). Forrest et al. (1979) afirmam que normalmente se limita à parte externa do
10
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

envoltório. A remoção dessa camada com têm um alto teor de água e são
água quente praticamente não altera o armazenados sob alta umidade, eles
produto (JAY, 2005). tendem a se deteriorar pela ação de
bactérias e leveduras. A deterioração por
A acidificação ocorre normalmente
bolores ocorre mais facilmente quando a
na parte interna desses produtos e é
superfície do produto se torna seca ou
resultado do crescimento de Lactobacillus,
quando este é armazenado sob condições
Enterococcus e microrganismos
que não favorecem o crescimento de
relacionados. A acidez resulta da utilização
bactérias ou leveduras (JAY, 2005). Já o
de lactose e outros açúcares pelos
mecanismo da deterioração por manchas
microrganismos e também da produção de
verdes foi explicado anteriormente quando
ácidos (JAY, 2005).
se discutiu as alterações em carnes em
O Lactobacillus sake tem sido condições de aerobiose. Para aumentar a
relatado como um dos organismos mais vida útil de carnes cozidas embaladas a
importantes na deterioração dos carnes vácuo ou em atmosfera modificada, a
cozidas. A deterioração se dá, primeira medida é reduzir a contaminação
principalmente, devido à sua capacidade pós-aquecimento, principalmente com
de formar limo viscoso ou H2S. (PEXARA; bactérias ácido lácticas. Com isso, a
METAXOPOULOS & DROSINOS, 2002). qualidade da higiene na sala de corte e
embalagem é de vital importância uma vez
Produtos cozidos e embalados a
que quanto maior a contaminação, nesta
vácuo permitem o crescimento de
fase (PEXARA; METAXOPOULOS &
Brochothrix thermosphacta. As linguiças
DROSINOS, 2002).
normalmente apresentam uma biota mais
variada do que outras carnes processadas, Carnes cozidas curadas
o que ocorre devido aos condimentos
As carnes curadas constituem uma
utilizados. O Brochothrix thermosphacta é
grande variedade de produtos que são
considerado por muitos autores como o
geralmente cozidos até uma temperatura
microrganismo mais predominante na
interna final de 65-75ºC. Os produtos são
deterioração de linguiças (JAY, 2005).
tratados com NaCl (HOLLEY & GILL, 2005).
Embora a deterioração por bolores
As carnes curadas podem ser
não seja muito comum nesses tipos de
fabricadas a partir de cortes inteiros
carne, ela pode e realmente acontece sob
(presunto com ou sem osso, língua,
condições favoráveis. Quando os produtos
pastrami, jerked beef); podem ser
11
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

processadas a partir de pedaços de carne método de manipulação após o tratamento


ligados entre si por uma matriz com alto térmico e a qualidade de barreira ao
teor de proteína cárnea (ex. presunto sem oxigênio da embalagem a vácuo afeta
osso reestruturado); podem consistir de significativamente a vida de prateleira do
uma mistura de pedaços de carne e produto. O processamento térmico desses
partículas que são embutidos em produtos destrói a maioria dos
envoltórios de vários diâmetros e microrganismos presentes na matéria-
composição (ex. lingüiças curadas de várias prima, entretanto, alguns estreptococos e
espécies); ou podem ser altamente esporos de Clostridium podem
desintegrada (emulsionada) como poderia ocasionalmente sobreviver e causar
ser o caso de mortadelas ou salsichas. problemas de deterioração (descoloração
Afiambrados para lanches e pastas de ou odor de osso em presuntos,
carnes (patês) são exemplos de produtos respectivamente). Outro organismo
curados cozidos. A maior parte dos termorresistente, Weissella viridescens,
produtos contem carne suína, muitos são pode sobreviver a 68ºC por 40 minutos e
elaborados a partir de misturas de carne juntamente com Aerococcus viridans e
suína e bovina e alguns (pastrami) Carnobacterium viridans, que são
processados somente com carne bovina. contaminantes do meio, produzem H2O2
Os produtos podem ser defumados com durante o armazenamento sob
fumaça natural ou artificial (fumaça refrigeração e descoloração verde na
líquida) (HOLLEY & GILL, 2005). abertura da embalagem a vácuo (HOLLEY &
GILL, 2005).
O sucesso do processo de cura de
uma peça de carne depende da sua carga Os microrganismos que sobrevivem
microbiana e do fato de apresentar ou não ao processo térmico são naturalmente
deterioração incipiente. Qualquer controlados pela utilização dos sais de
alteração nos pigmentos da carne pode cura, que enquanto auxiliam na inibição
resultar em um produto curado de dos microrganismos anaeróbios, podem
coloração alterada, assim como a favorecer o crescimento de outras
deterioração incipiente levará a um bactérias gram-positivas (bactérias
produto de aparência, sabor e odor lácticas), bolores e leveduras (GOMES,
alterados (GOMES, 2007). 2007). Quando altas concentrações de
nitritos estão presentes, eles normalmente
A adequação do tratamento
inibem B. thermosphacta e enterobactérias
térmico, da sanitização, da refrigeração, do
psicotróficas, e as bactérias lácticas
12
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

tornam-se dominantes devido à sua refrigerado de carnes curadas cozidas


relativa insensibilidade aos nitritos (JAY, embaladas a vácuo, o crescimento de
2005). bactérias lácticas psicrotróficas é
favorecido devido à sua tolerância ao sal. O
Brochothrix thermosphacta é o
nitrito apresenta apenas um pequeno
principal responsável por causar problemas
efeito inibidor no seu crescimento. Em
de deterioração em carnes curadas devido
geral os microrganismos dominantes são
ao seu alto valor de pH, mas estes
Lactobacillus ou Leuconostoc spp (HOLLEY
microrganismos podem ser controlados
& GILL, 2005).
pela manutenção de um ambiente
anaeróbio. As Enterobacteriaceae Os principais defeitos
psicrotróficas como a Serratia, Hafnia e microbiológicos nas carnes curadas são a
Enterobacter podem causar problemas de formação de limo superficial e o
cor e odor em carnes curadas, se a emboloramento. Como descrito
temperatura de estocagem alcançar anteriormente, o limo é resultante da
valores superiores a 7ºC, mas geralmente multiplicação, principalmente de bactérias
estes microrganismos são mantidos sob lácticas (Lactobacillus, Streptococcus,
controle pela combinação de baixa Leuconostoc), Micrococcus ssp. e
temperatura e atividade de água (0,96- leveduras. Esses microrganismos crescem à
0,98) (HOLLEY & GILL, 2005). temperatura de refrigeração, na superfície
dos produtos cárneos curados que
A flora contaminante da carne
apresentam umidade adequada. Não
curada embalada a vácuo é relativamente
crescem se a superfície estiver seca.
similar àquela encontrada em carne fresca
Porém, infelizmente, a umidade necessária
embalada a vácuo ou em MAP com alta
ao crescimento bacteriano é a mesma que
concentração de CO2 e consiste
a superfície necessita para ter um bom
amplamente de bactérias lácticas Gram-
aspecto (FRANCO & LANDGRAF, 2008).
positivas. Isto está em contraste nítido com
a carne fresca não embalada ou carnes A cor é o principal critério de
embaladas com filmes de alta qualidade que os consumidores utilizam na
permeabilidade ao O2 nas quais compra de carne e produtos de carne. Em
predominam as bactérias aeróbias Gram- carnes cozidas e curadas, o lactobacillus
negativas, Pseudomonas, Psychrobacter e viridescens, leuconostocs e Enterococcus
Acinetobacter (HOLLEY & GILL, 2005). produzem peróxido de hidrogênio (H2O2), o
que pode causar coloração esverdeada
Durante o armazenamento
13
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

nestes tipos de produtos. Este defeito é Lactobacillus viridescens, também, está


oriundo da reação do H2O2 com mioglobina comumente associado aos núcleos verdes
em carnes curadas. Devido ao fato destes encontrados no interior dos embutidos.
microrganismos gerarem H2O2 na presença Para ocorre estas alterações, a emulsão da
de oxigênio, a descoloração, geralmente, carne deve estar contaminada com
aparece quando os produtos de carne são bactéria causadoras de esverdeamento. E
expostos ao ar, por exemplo, após a isto pode ser explicado pelo fato do
abertura dos pacotes. Além disso, foram tratamento térmico ser insuficiente para
encontradas manchas amarelas em destruir todas as bactérias deste tipo, e da
produtos curados de carnes causadas pelo temperatura de armazenamento ser
o L. gelidum. No entanto, o identidade favorável para o crescimento das bactérias
química do composto amarelo é sobreviventes (VILAR, 2000).
desconhecida (SÄDE, 2011, MANZI et al.,
O uso de embalagem a vácuo ou
2010).
películas envolventes impermeáveis ao
O lactobacillus viridescens e o oxigênio auxilia no controle do
leuconostocs são bactérias acidolácticas emboloramento. Além disso, o
halotolerantes e heterofermentativas armazenamento em baixas temperaturas
capazes de crescer em baixa temperatura. retarda o crescimento de bolores.
Estas bactérias alcançam a superfície do
As carnes curadas, devido ao efeito
produto durante os procedimentos
inibidor do sal adicionado, nitrito e fumaça,
normais de manipulação após o
possuem uma vida de prateleira mais
processamento térmico, em condições
prolongada do que as carnes frescas
ambientais apropriadas para seu
expostas às condições da maior parte dos
crescimento, ou seja, o esverdeamento
estabelecimentos comerciais. A presença
bacteriano superficial das carnes curadas é
de açúcar nas formulações de carnes
conseqüente de más condições higiênicas
curadas facilita as reações fermentativas,
durante o processamento ou
atrasando mudanças proteolíticas
armazenamento do produto elaborado
indesejáveis (HOLLEY & GILL, 2005).
(FARIA, 2001).
Carnes Fermentadas
Os anéis verdes no interior dos
embutidos curados são causados por ação Os embutidos cárneos
bacteriana, porém é desconhecido o fermentados caracterizam-se pelo seu
mecanismo exato de sua formação. O baixo teor de umidade e

14
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

consequentemente baixa atividade de sakei e L. curvatus, sendo que várias cepas


água, e pela presença de ácido lático em dessas espécies produzem rapidamente
concentração que confere ao produto um H2O2. Culturas starter para a elaboração de
sabor característico e agradável (SANTA, salames devem apresentar pouca ou
2008). nenhuma capacidade de formação de
peróxido de hidrogênio (SANTA, 2008).
A massa cárnea utilizada para
produzir salames por fermentação Carnes salgadas
espontânea deve conter quantidade
Por necessitarem de menos água,
suficiente tanto de bactérias lácticas
mofos e leveduras multiplicam-se mais
(Lactobacillus) como de Micrococcus para o
ativamente do que as bactérias em
desenvolvimento adequado da
produtos cárneos salgados. O bolor mais
fermentação, obtendo assim um produto
freqüente em carnes refrigeradas é o
seguro e com qualidade (COMI et al.,
Penicillium e, entre os menos frequentes,
2005).
encontra-se o Mucor e o Cladosporium. As
Na produção de produtos cárneos leveduras, por sua vez, ocasionam a
fermentados é importante a diminuição decomposição da gordura e consequente
rápida do pH para evitar o aparecimento de sabor amargo
desenvolvimento de microrganismos tanto (BANDEIRA, 2004).
deteriorantes como patogênicos. O
Conclusão
abaixamento do pH é dependente do
rápido desenvolvimento das bactérias A carne é um excelente meio de
lácticas (SANTA, 2008). cultura para os microrganismos, pois
apresenta fatores intrínsecos e extrínsecos
Porém, a grande maioria dos
que favorecem o crescimento microbiano.
Lactobacillus é capaz de produzir peróxido
Por isso, a carne e os seus derivados são
de hidrogênio pela oxidação do lactato. Em
facilmente contaminados por
certos alimentos isso é positivo, pois
microrganismos durante a manipulação e o
resulta na inibição de microrganismos
processamento.
indesejáveis. Entretanto, em produtos
cárneos, os peróxidos levam a O tipo de deterioração varia de
descoloração visto que essas substâncias acordo com as condições da atmosfera que
atacam os hemepigmentos. Em salames envolve o produto e com a tecnologia
produzidos por fermentação espontânea aplicada no processamento. Desta forma o
tem sido verificada a predominância de L. uso de embalagens a vácuo ou atmosfera
15
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

modificada pode retardar o processo de Leiteiros no Brasil: Uma Revisão.


deterioração dos produtos cárneos e, com Revista Brasileira de Higiene e
isso, aumentar a vida útil dos mesmos. Sanidade Animal. v.1, n. 2, p. 46– 58,
Existem ainda, certas técnicas de 2008. 73p,
processamento que selecionam a carga
BANDEIRA, M. T. P. S. Qualidade
microbiana presente em um determinado
Microbiológica da Carne Bovina.
alimento, como, por exemplo, produtos
Brasília – DF, 2004. Originalmente
curados, facilitando a sua conservação.
apresentada para obtenção do grau de
As condições higiênicas dos especialista no curso de especialização
manipuladores e do ambiente durante a
em qualidade de alimentos, Universidade
manipulação e o processamento dos
de Brasília, 2004.
produtos também são decisivas para
obtenção de produtos processados com BORCH et al., 1996. Bacterial
menor carga microbiana, uma vez que as deteriorationof meat and meat products.
mesmas sendo aplicáveis e praticadas In: International Journal of Food
ajudarão a controlar o processo de Microbiology, v.33 (1996), 103-120 p.
deterioração destes produtos.
COMI, G.; URSO, R.; IACUMIN, L;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS RANTSIOU, K.; CATTANEO, P.;
CANTONI, C.; COCOLIN, L.
ABERLE, E. D.; FORREST, T. C.;
Characterization of naturally fermented
GERARD, D. E.; MILLS, E. W. F.
sausages produced in the North East of
Principles of meat science.
Italy. Meat Science, v. 69, p. 381-392,
4.ed..Dubuque, Iowa: Kendall/Hunt
2005.
Publishing Company, 2001, 353p.
COUSIN, M. A.; JAY, J. M.;
AMARANTE, A. F. T. & SALES, R.O.
VASAVADA, P. C. Psycrotrophic
Controle de Endoparasitoses dos
Microrganisms In: DOWNES, F. P.; ITO,
Ovinos: Uma Revisão.Revista
K. Compendium for methods for the
Brasileira de Higiene e Sanidade
Microbiological examination of Foods.
Animal. v.1, n. 2, p. 14 – 36, 2007. 73p,
4 ed. American Public Health
AZEVÊDO, D. M. M. R. ALVES, A. A. Associatiom – APHA, washington, 2001.
SALES R. O. Principais Ecto e 676p. Cap. 13, p. 159-166.
Endoparasitas que Acometem Bovinos

16
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

FARIA, J. de A. F. Formação e de zootecnia, 2010, Salvador - BA.


estabilidade da cor de produtos cárneos Empreendedorismo e Progresso
curados. Revista Tecnologia de Carnes. Cientifico na Zootecnia Brasileira de
Março, 2001. p. 17-19. Vanguarda. Salvador - BA, 2010. v. 01.

FELÍCIO, P. E. de. 1993. Fatores ante e GUILHERME, C.A. et al. Alterações


post mortem que influenciam na bioquímicas na cor da carne. In: VI
qualidade da carne vermelha. Anais dos Semana de tecnologia em alimentos -
Simpósios da 30a.Reunião Anual da Universidade Tecnológica Federal do
Sociedade Brasileira de Zootecnia. Rio Paraná - UTFPR Campus Ponta Grossa -
de Janeiro-RJ, p.43-52. Paraná - Brasil ISSN: 1981-366X / v. 02,
n. 29, 2008.
FORSYTHE, Stephen J. Microbiologia
da segurança alimentar. Porto Alegre: HOLLEY, R. A.; GILL, C. O. Usos da
Artmed editora, 2002, 424p. embalagem em atmosfera modificada
para carnes e produtos cárneos. Palestra.
FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF,
III Congresso Brasileiro de Ciência e
M. Microbiologia dos alimentos. São
Tecnologia de Carnes, 27 a 29 de
Paulo: Editora Atheneu, 2008. 93-98 p.
setembro, 2005.
GOMES, A. C. R. Processamento
JAY J. M. Microbiologia de Alimentos.
tecnológico de carnes curadas. São
Porto Alegre: Editora Artmed, 2005.
Paulo: 2007. Originalmente apresentado
para obtenção do grau de especialização LAWRIE, R. A . Ciência da carne Porto
no curso de pós-graduação "Lato Sensu" Alegre: Artmed editora, 6aed., 2005,
em vigilância Sanitária, Higiene e 384p.
Inspeção de Produtos de Origem Animal,
MANTILA, S. P. I. et al. Bactérias
Universidade Castelo Branco, 2007.
deteriorantes em filés de frango
MANZI, G.M; SOBRINHO, A.G.S; embalados em ar, vácuo e irradiados:
SALES, R.O. ; ZEOLA, N.M.B.L.Z.; parâmetros bacteriológicos de
NONATO, A.; STIVAL, V.P.. desenvolvimento e prazo comercial.
Características quantitativas da carcaça Pesq. Agropec. Trop., Goiânia, v. 39, n.
de cordeiros alimentados com grãos de 4, p. 271-277, out./dez. 2009.
girassol associados a Vitamina E. In: 47a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira
17
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

MATHIAS, S. P. et al. Alterações Editora Universitária (Eduff) e Editora


oxidativas (cor e lipídios) em presunto de UFG, Goiânia-Go, p.77.
peru tratado por Alta Pressão
PARDI, M.C. et al. Ciência, Higiene
Hidrostática (APH). Ciência Tecnologia
Tecnologia da Carne. Goiânia: UFG, v.
de Alimentos, Campinas, 30(4): 852-
1, 2001.
857, out.-dez. 2010.
PEXARA, E. S.; METAXOPOULOS, J.;
MILLAR, S.J.; MOSS, B.
DROSINOS, E. H.Evaluation of shelf life
W.;STEVENSON, M.H. The effect of
of cured, cooked, sliced turkey fillets and
ionizing radiation on the colour of beef,
cooked pork sausages—‘piroski’—stored
pork and lamb Meat Science, v. 55, n.5,
under vacuum and modified atmospheres
p.349-360, 2000.
at +4 and +10 _C. In: Meat science, 62
LIMA, N.L.L.; SOBRINHO, A.G.S; (2002) 33–43.
MANZI, G.M.; ZEOLA, N.M.B.L.Z.;
QUIDUTE, P.E. Qualidade sensorial de
SALES, R. O.; ALMEIDA, F.A.. Peso e
carnes bovinas resfriadas e embaladas
Rendimento dos não-componentes da
a vácuo em uma central de distribuição
carcaça de ovinos alimentados com cana-
de uma rede de supermercados no
de-açucar associado a grãos de girassol e
Distrito Federal. Brasília, DF, 2006.
vitamina E. In: 47a Reunião Anual da
Originalmente apresentada para obtenção
Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2010,
do grau de especialista no curso de
Salvador - BA. Empreendedorismo e
especialização em qualidade de
Progresso Científicos na Zootecnia
alimentos, Universidade de Brasília,
Brasileira de Vanguarda. Salvador - BA,
2006.
2010. v. 01.
ROÇA, R.O. Tecnologia da carne e
ORDOÑEZ PEREDA, J.A.;
produtos derivados. Botucatu:
RODRIGUEZ, M. I. C.; ALVAREZ, L.
Faculdade de Ciências Agronômicas,
F.; SANZ, M. L. G.; MINGUILLÓN, G.
UNESP, 2000. 202p.
D. G. F. et al. Tecnologia de alimentos –
Alimentos de origem animal , Porto SANTA, O.R.D. Avaliação da
Alegre: Artmed, 2v., v. 2 , 2005, 279p. qualidade de salames artesanais e
seleção de culturas starter para a
PARDI, M.C. et al. 1993. Ciência,
produção de salame tipo italiano.
Higiene Tecnologia da Carne - Vol. 1.
Curitiba, PR, 2008. Originalmente
18
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

apresentado para obtenção do grau de SALES, R.O.; RODRIGUES, A.C.O.;


doutor em tecnologia de alimentos no AZEVEDO, A.R.; BISERRA, F.J.;
programa de pós graduação em ALVES, A.A. Utilização do nitrogênio de
tecnologia de alimentos, Universidade dietas para ovinos com diferentes níveis
Federal do Paraná, 2008. de silagem biológica de resíduos de
pescado. In: 39º Congresso Brasileiro de
SARCINELI, M. F.; VENTURINI, K. S.;
Zootecnia. Anais.... 2002. Recife – PE,
SILVA, L. C. Características da carne
suína. Espírito Santos, 2007. Disponível SALES, R.O. AZEVEDO. A.R.
em: Avaliation of the fish caught quality
<http://www.agais.com/telomc/b00907_c using physical chemical and sensory
aracteristicas_carnesuina.pdf>. Acesso methodology. Revista Brasileira de
em: 13 jun. 2011, 17:12:30. Higiene e Sanidade Animal. v.4, n. 1, p.
01 – 15, 2010. 16p,
SGARBIERI, V.C.; Proteínas em
alimentos protéicos. Editora Varela. São SALES, R.O. ; SILVA SOBRINO,
Paulo, 1996. AMÉRICO GARCIA DA ; GABRIELA
MILANI MANZI ; NIVEA MARIA
SHIMOKOMAKI, M.; OLIVO, R.;
BRANCACCI LOPES ZEOLA ;
TERRA, N.N.; FRANCO, B.D.G.M.
VIVIANE ENDO ; JOSÉ CARLOS
Atualidades em ciência e tecnologia de
BARBOSA . Características sensoriais do
carnes. Editora Varela. São Paulo, 2006.
músculo Longissimus dorsi de cordeiros
SÄDE, E. Leuconostoc spoilage of alimentados com dieta contendo grãos de
Refrigerated, packaged foods. Helsinki girassol e vitamina E em diferentes dias
– Finland, 2011. Originalmente de maturação. In: 47a Reunião Anual da
apresentada para obtenção do grau de Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2010,
mestre Faculty of Veterinary Medicine, Salvador - BA. Reunião Anual da
University of Helsinki, 2011. Sociedade Brasileira de Zootecnia.
Salvador - BA : SBZ, 2010. v. 01. p. 43-
SALES, R.O. & PORTO, E.
43
Disseminação Bacteriana. Principais
Patogenos e Higienização no Abate de SANTOS, N.F. & SALES. R.O.
Frangos: Uma Revisão. Revista Avaliação da Qualidade Nutritiva das
Brasileira de Higiene e Sanidade Silagens Biológicas de Resíduos de
Animal. v.1, n. 1, p. 14 – 36, 2007. 87p, Pescado Armazenada por 30 dias e 90
19
Alcantara et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.6, n.1) p. 1 – 18 jan – jun (2012)

dias em Temperatura Ambiente. Revista


Brasileira de Higiene e Sanidade
Animal. v.5, n. 1, p. 01 – 11, 2011. 16p,

SILVA, E.N. Contaminação e


deterioração da carne. In: Roteiro de
Aula prática de tecnologia avançada de
carnes e derivados - Universidade
Estadual de Campinas, 1999.

TAVARES, T.M. Avaliação


microbiológica de hambúrgueres de
carne bovina comercializados em
sanduicherias tipo “trailers” no centro
e na periferia de goiânia/GO. Goiânia,
GO, 2002. Originalmente apresentada
para obtenção do grau de mestre em
medicina tropical, Universidade Federal
de Goiás, 2002.

VILAR, I. A survey on the


microbiological changes during the
manufacture of dry-cured lacón, a
Apanish traditional maet product.
Journal of Applied Microbiology. Set.
2000.

20

You might also like