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Técnico de

Enfermagem
Módulo I
Farmacologia

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

SUMÁRIO
Aplicação profissional da farmacologia ............................................................................................... 4

Conceitos básicos de farmacologia ...................................................................................................... 5

Tipos de ação e efeito dos medicamentos ............................................................................................ 6

Formas de apresentação dos medicamentos......................................................................................... 6

Definição de farmacologia, farmacodinâmica e farmacocinética ........................................................ 7

Parâmetros farmacocinéticos do sistema ladmer ................................................................................. 8

Vias de administração de farmacos ...................................................................................................... 9

Fatores que alteram o efeito dos fármacos e os parâmetros farmacocinéticos .................................. 11

Mecanismos gerais de ação dos fármacos.......................................................................................... 11

Mercado farmacêutico........................................................................................................................ 13

Métodos de classificação de fármacos ............................................................................................... 13

Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios não entorpecentes ..................................................... 15

Hipoanalgésicos/psicofármacos ......................................................................................................... 18

Anestésicos......................................................................................................................................... 20

Cardiotônicos/antiarrítmicos/antianginosos ....................................................................................... 21

Interações medicamentosas entre os fármacos................................................................................... 26

Diuréticos ........................................................................................................................................... 28

Agentes hematológicos ...................................................................................................................... 31

Drogas anticonvulsivantes específicas ............................................................................................... 34

Hormônios do pâncreas ...................................................................................................................... 34

Hormônios corticóides/corticosteróides ............................................................................................. 36

Hipoglicemiantes orais ....................................................................................................................... 37

Vitaminas ........................................................................................................................................... 38

Antibióticos antineoplásicos “ – quimioterapia ................................................................................. 38

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Drogas vasoativas/neurotransmissores químicos ............................................................................... 40

Drogas adrenérgicas/simpatomiméticas ............................................................................................. 41

Drogas colinérgicas/parassimpatomiméticas ..................................................................................... 42

Drogas anti-adrenérgicas/ bloqueadores adrenérgicos/simpatolíticos .............................................. 42

Drogas anti-colinérgicas/bloqueadores colinérgicos/parassimpatolíticas .......................................... 43

Antibióticos ........................................................................................................................................ 43

Penicilinas .......................................................................................................................................... 45

Tetraciclinas ....................................................................................................................................... 46

Drogas que atuam no aparelho respiratório ....................................................................................... 47

Drogas que atuam no aparelho digestivo ........................................................................................... 48

Cálculo de medicação ........................................................................................................................ 50

Soluções ............................................................................................................................................. 53

Bibliografia ........................................................................................................................................ 55

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

APLICAÇÃO PROFISSIONAL DA FARMACOLOGIA

Introdução

O conhecimento dos fármacos, e o domínio de suas propriedades terapêuticas e tóxicas


vieram transformando o uso da farmacologia através dos séculos. Inicialmente servindo como
instrumento de pagés, feiticeiros e outros chefes sacerdotais, as drogas foram ganhando importância
como principal arma dos profissionais da área da saúde.
Sendo a Farmacologia uma ciência vasta e complexa, já na década de 50 e 70 progrediu ao
seu auge como instrumento terapêutico em medicina, odontologia e medicina veterinária. Ao final
do século XX, especialmente na América do Norte e na Europa, todos os profissionais de saúde
tornaram-se peças chaves responsáveis pelo cuidado dos medicamentos e pelas suas aplicabilidades
aos pacientes em diversos estados patológicos.
O uso adequado dos medicamentos repousa em dois tipos de ações básicas:

1) A indicação
Deve ser conseqüência do diagnóstico e avaliação do paciente, e indicação terapêutica
medicamentosa, feita pelo médico, dentista ou médico veterinário.

2) O uso
Requer o correto seguimento das instruções, quanto à dose e ao esquema posológico, que
deve ser feito pelo próprio paciente ou responsável pelos seus cuidados. Os pacientes internados e
que, em muitos casos, requerem supervisão especializada, quanto ao uso do produto e a evolução de
seu estado, necessitam de cuidado do profissional da ENFERMAGEM.
É exatamente neste momento que toda a equipe clínica multiprofissional, inclusive os
técnicos e os demais auxiliares de enfermagem atuam de maneira efetiva e eficaz, uma vez que já
detêm os conhecimentos básicos da FARMACOLOGIA.

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CONCEITOS BÁSICOS DE FARMACOLOGIA

Fármacos/Medicamentos/Drogas/Remédios

Fármacos e Medicamentos

Podem aqui ser considerados sinônimos. São substâncias ou associação de substâncias de


estrutura química bem definida, introduzida no organismo que tem finalidade terapêutica e também
ação profilática através de vacinas, prevenido surgimento de doenças e ajudando nos exames como
tomografia, através de contraste.

Os medicamentos podem ter origem:

a) Animal- são extratos fundamentais retirados de tecidos de animais, temos por exemplo a
insulina obtida do pâncreas de suínos e bovinos.
b) Plantas- são obtidas das diversas partes das plantas: flores, folhas, frutos, raízes, como exemplos
têm a folha da digitalis roxa que estimula o coração e óleo de oliva ou rícino
c) Minerais- São usadas na medicina de maneira purificada, como exemplos têm, o enxofre que
após um cuidadoso processo, usa-se como parte de medicamentos da família das sulfas para tratar
infecções, temos também iodo e ferro.
d) Vitaminas- são fontes de vitaminas as plantas e animais, fundamentais ao organismo,
encontrados em sua grande maioria nos alimentos naturais.
e) Drogas sintéticas- Embora preparados com o auxílio de matéria-prima natural, são resultados
exclusivamente do trabalho de laboratório. Alguns não têm correspondente na natureza, outros são
a reprodução exata de drogas naturais, obtidas à custa de processos artificiais.

Posologia – são doses indicadas para aplicação dos medicamentos por dia ou por período.

Efeitos colaterais- São efeitos indesejáveis ao fazer uso dos medicamentos.

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TIPOS DE AÇÃO E EFEITO DOS MEDICAMENTOS

As drogas utilizadas na terapêutica farmacológica podem de acordo com o lugar de ação,


atuar de duas maneiras:

Drogas de ação local: são aquelas que tem os efeitos restritos a uma pequena porção do organismo
onde foi aplicada, pode ser na pele ou mucosa.

a) Na pele. Através da aplicação de pomada em uma ferida, toque com nitrato de prata, lavagem de
uma ferida.

b) Na mucosa. Colocação de supositório retal, aplicação vaginal ou instilação na conjuntiva (olho).

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS

Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados ; sólido, líquido e


gasoso.
Sólido Os medicamentos sólidos podem se apresentar sob as seguintes formas:
pó, frascos, comprimidos, drágeas, cápsulas, pílulas, supositório ou óvulo vaginal
e lápis.

Líquido Os medicamentos líquidos podem se apresentar como: solução,


xarope, elixir,emulsão, suspensão, colírio e ampola.

Gasoso São medicamentos administrados por inalação, vapores e gases inalantes.

Semi-sólidos É representado pelas pomadas, cremes e geléias em geral.

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Drogas

São substâncias com estrutura não tão bem definida quanto os fármacos/ medicamentos,
utilizadas com ou sem a intenção de benefício, ou como instrumento auxiliar em investigação
científica.

Remédio
É tudo aquilo que é aplicado com a intenção de combater a dor, a doença Exemplos:
Tratamento dietético, cirurgia, psicologia, alteração de hábitos, higiene, crenças.

DEFINIÇÃO DE FARMACOLOGIA, FARMACODINÂMICA E


FARMACOCINÉTICA

Farmacologia

É a ciência que estuda os fármacos e os medicamentos, suas propriedades físico-químicas,


efeitos terapêuticos fisiológicos e bioquímicos, reações adversas, etc.
É uma ciência que se subdivide em dois outros grandes ramos de estudo: a Farmacocinética
e a Farmacodinâmica.

Farmacocinética

É o estudo quantitativo, absoluto ou relativo dos processos de Liberação, Absorção,


Distribuição, Metabolismo/Biotransformação, Excreção de drogas e ligação da droga ao Receptor
específico. Determina a quantidade de fármaco no sítio de ação em diferentes tempos após a sua
administração, através de modelos e cálculos matemáticos. Estuda a ação do organismo sobre a
droga.

Farmacodinâmica

Estuda a ação dos fármacos, assim como os efeitos terapêuticos objetivos e subjetivos que
eles provocam em organismos sãos e doentes. Estuda a ação da droga sobre o organismo.

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PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS DO SISTEMA LADMER

Ao se estudar os parâmetros abordados pela ciência da farmacocinética, tem-se grande importância


os seguintes:

Liberação
Parâmetro farmacocinético caracterizado pela liberação do princípio ativo da droga que
será responsável pelo efeito terapêutico

Absorção
Trata-se de um parâmetro que se caracteriza quando ocorre a passagem do princípio ativo de
um determinado compartimento do corpo humano para a corrente sanguínea. Só então pode-se
falar que o medicamento foi absorvido.

Distribuição
Caracteriza-se quando, logo após o principio ativo cair na corrente sanguínea (absorção),
este é rapidamente seqüestrado por proteínas específicas denominadas proteínas plasmáticas que se
ligam aos princípios ativos específicos e o levam ou o distribui ao longo de todo o corpo humano,
geralmente até o órgão alvo, porém antes, realiza uma passagem pelo fígado.

Metabolismo ou Biotransformação
É no fígado, que todos os princípios ativos capturados pelas proteínas plasmáticas são
ativados (metabolizados ou biotransformados), onde parte será enviada para o sistema renal e parte
continuará a ser distribuído pelos órgãos alvos. O fígado é o principal órgão de biotransformação
de fármacos por apresentar um imenso sistema de enzimas específicas e habilitadas para bioativar e
alterar quimicamente a droga.

Excreção
Excreção; é o processo de eliminação de determinadas substâncias para fora do organismo.
O processo de excreção pode ser feito por várias vias e será variável de acordo com a substância a
ser excretada.
As vias são - urinárias, fezes, suor, saliva, leite materno, ar expirado e outras secreções corpóreas.

Receptor (ligação aos receptores específicos)

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Os princípios ativos absorvidos da droga, uma determinada porcentagem é eliminada pelas


vias de excreção e outra porcentagem continua sendo distribuída pelas proteínas plasmáticas até o
órgão alvo.
Ao se chegar neste órgão alvo, os princípios ativos se conectarão aos receptores específicos
para cada tipo de principio ativo, que se localizam na superfície dos órgãos alvos, promovendo o
Efeito Terapêutico desejado, reações adversas e etc.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FARMACOS


As formas pelas quais os medicamentos podem ser administrados depende de alguns fatores:
Condição do paciente
Forma farmacêutica na qual o medicamento é encontrado
Grau de absorção desejado.

De acordo com estes parâmetros as vias de administração classificam-se em:

Oral (líquidos e sólidos)


Apresenta absorção na mucosa gastrointestinal.

Pulmonar (gases e vapores inalantes)


Esta via é comumente empregada para inalação de substâncias voláteis como gases
(oxigênio e anestésicos gerais) e aerossóis para o tratamento de alergias pulmonares ou
fluidificantes de secreções brônquicas.

Sublingual (líquidos e comprimidos)


A absorção ocorre na mucosa oral.

Nasal (soluções)
As formas farmacêuticas de apresentação mais comuns por esta via são as soluções com
finalidade de obtenção de efeito local e constituem exemplos de drogas mais utilizadas por essa via
os antissépticos e os vasoconstritores.

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Conjuntival (colírios e pomadas)


Os colírios, em forma líquida ou de pomada e de creme constituem as formulações mais
utilizadas por esta via. Graças a sua facilidade de absorção, as drogas ali depositadas atuam tanto
no local da aplicação como também penetram no interior do globo ocular.

Retal
As formas farmacêuticas mais comuns são os clisteres (forma liquida) e os supositórios
(forma sólida), que podem ser de ação local ou de ação sistêmica .

Vaginal
As drogas de administração por esta via destinam-se exclusivamente à obtenção de efeitos
locais. Entretanto, graças ao revestimento mucoso da vagina, sempre ocorre absorção, que se torna
maior na vigência de processos inflamatórios. As formas farmacêuticas mais comuns são os cremes
e os óvulos vaginais.

Tópica
A aplicação tópica de medicamentos é destinada geralmente a ação local.

Intratecal/intra-raquidiana
Por esta via administra-se medicamentos injetáveis no espaço subaracnóide espinhal, por
onde circula o líquor.

Intravenosa/Endovenosa/Parenteral
Presta-se principalmente à obtenção de concentrações sanguíneas elevadas e de efeitos
imediatos. Pelo fato dos medicamentos que utilizam esta via serem introduzidos diretamente na
corrente sanguínea, dizemos que não há absorção.
Intra-Arterial
É ocasionalmente utilizada, em particular quando se deseja efeito em determinado órgão ou
tecido. Assim, pode ser administradas por essa via agentes antineoplásicos para o tratamento de
tumores localizados, drogas vasodilatadoras em moléstias vasculares periféricas e contrastes radio-
radiológicos.

Intramuscular

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A absorção ocorre no endotélio dos capilares vasculares e linfáticos.

Subcutânea
Utilizada para administração de vacinas e tipos diversos de insulinas. A absorção ocorre no
endotélio dos capilares vasculares e linfáticos.

FATORES QUE ALTERAM O EFEITO DOS FÁRMACOS E OS


PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS
Os fatores que podem de alguma maneira alterar o efeito desejado ou esperado de um
fármaco ou medicamento são dois. Estas alterações estão intimamente ligadas ao paciente ou ao
medicamento propriamente dito.

Vejamos então, quais são estes fatores:


Fatores intrínsecos
São aqueles fatores relacionados com o organismo do paciente:
- Genética
- Sexo
- Variabilidade individual
- Espécie humana
- Peso
- Idade
- Estado nutricional
- Estado patológico
- Estado fisiológico, etc

Fatores extrínsecos

Trata-se daqueles fatores relacionados aos fármacos/medicamentos:

- Formulações farmacêuticas
- Força de compressão de um comprimido
- Quantidade de excipiente
- Solubilidade
- Afinidade por proteínas plasmáticas
- Forma farmacêutica, etc

MECANISMOS GERAIS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS


Fases Envolvidas na Resposta Terapêutica

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É fato perfeitamente conhecido que a resposta de pacientes às drogas é extremamente


variável.
Tais variações dependem de muitos fatores como já foi visto no item anterior, como dose,
gravidade, severidade da doença, alterações nas funções cardíacas, hepática e renal, motilidade do
tubo gastrointestinal, velocidade de biotransformação e excreção e outros fatores farmacocinéticos.
Entretanto, todos os medicamentos apresentam praticamente o mesmo mecanismo de ação
conforme segue abaixo, lembrando que o esquema abaixo corresponde a entrada de uma droga na
circulação geral, após sua administração por uma via diferente da intravenosa:

Esquema

Fases Envolvidas na Resposta Terapêutica

Fase Fase Fase


Farmacêutica Farmacocinética Farmacodinâmica
Liberação

Dose Desintegração. Absorção Integração ou


Administr. da formulação Distribuição Ligação do
Dissoluçao do Metab/Biotran binômio
princípio ativo Excreção Droga-receptor

Efeito Terapêutico

Fase Farmacêutica
É aquela na qual ocorre a liberação do fármaco para ser absorvido. Ocorre a desintegração
(no caso de um comprimido, por exemplo) e a dissolução em meio aquoso, do princípio ativo.
Pontos chaves: quantidade liberada e velocidade de liberação.

Fase Farmacocinética
O nível eficaz do fármaco nos líquidos e tecidos do organismo é determinado pela absorção,
distribuição, biotransformação/metabolismo e pela excreção/eliminação. Pontos chaves: velocidade
de absorção e de excreção e modalidade de biotransformação.

Fase Farmacodinâmica
É a fase em que tem lugar a indução e a emissão da resposta farmacológica, em base aos
níveis de fármaco ativo no plasma e nos tecidos. Trata-se da quantidade do principio ativo que se
ligará aos receptores específicos no Órgão Alvo, que é diretamente proporcional ao efeito
terapêutico alcançado.

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Pontos chaves: concentração do fármaco na biofase (local de ação).

MERCADO FARMACÊUTICO

No mercado brasileiro de medicamentos podemos atualmente encontrar três classes de


medicamentos:
- Genéricos
- Marca ou Nome fantasia (inovadores)
- Similares

Genéricos

São medicamentos que passaram por ensaios de bioequivalência e biodisponibilidade e são


registrados como tal na ANVISA/MS. Devem ter os parâmetros técnicos (farmacocinéticos)
comprovados, que garantem que o produto tenha disponibilidade ao produto original ou inovador
(primeiro no mercado e patenteado). Deve ser comercializado apenas com o nome dos princípios
ativos e apresentar a frase: Medicamento Genérico – Lei Nº 9.787/99.

Marca ou nome fantasia


É o medicamento de referência e inovador, primeiramente comercializado e patenteado pelo
laboratório fabricante, com proteção patentária (exclusividade).

Similares
Medicamentos produzidos por qualquer laboratório, após a expiração de patente pelo 1º
fabricante. Deverá ser comercializado apenas pelo nome ou denominação genérica (nome do P.A)
o que está longe de ser um medicamento Genérico.
Sabe-se que no futuro, os similares deverão receber um nome de marca ou fantasia, sendo o
Genérico, o único medicamento comercializado pela DCI – Denominação Comum Internacional ou
pela DCB – Denominação Comum Brasileira, ou seja, pelo nome do principio ativo principal.

MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO DE FÁRMACOS


Os medicamentos podem ser classificados de acordo com diversos critérios. Geralmente são
classificados segundo a:
- Estrutura química
- Ação farmacológica
- Emprego terapêutico
- Mecanismo de ação a nível molecular

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A classificação mais utilizada é através do Emprego Terapêutico e Ação Farmacológica, ou


seja, a classificação FARMACOLÓGICO-TERAPÊUTICA.

Classificação Farmacológico-Terapêutica

Fármacos que Atuam no Sistema Nervoso Central


- Anestésicos gerais
- Hipnóticos e sedativos
- Anticonvulsivantes
- Hipoanalgésicos
- Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios
- Antitussígenos
- Agentes psicotrópicos
- Agentes bloqueadores intraneuronais centrais
- Estimulantes do Sistema Nervoso Central
Fármacos que Atuam Sobre o Sistema Nervoso Periférico (Autônomo)
- Transmissores químicos ou drogas vasoativas
- Anestésicos locais
- Histamina e agentes anti-histamínicos
- Agentes colinérgicos
- Agentes anticolinérgicos
- Estimulantes adrenérgicos
- Agentes bloqueadores adrenérgicos

Fármacos que Atuam Sobre os Sistemas Cardiovascular, Hematopoiético e Renal


- Agentes cardiovasculares diversos
- Agentes hematológicos
- Diuréticos

Fármacos Quimioterápicos
- Agentes anti-helmínticos
- Agentes anti-maláricos
- Agentes anti-protozoários
- Agentes anti-sépticos, anti-fúngicos, anti-bacterianos
- Sulfonamidas
- Antibióticos
- Agentes antineoplásicos
- Agentes antivirais

Vitaminas
- Vitaminas Hidrossolúveis
- Vitaminas Lipossolúveis

Hormônios
- Hormônios da hipófise, tireóide, paratireóide, pâncreas
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- Hormônios corticóides
- Hormônios sexuais

Agentes Diversos
- Auxiliares de Diagnósticos

ANALGÉSICOS, ANTIPIRÉTICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS


Definição

São medicamentos que atuam sobre a termorregulação provocando queda na temperatura


febril, resultante de infecções bacterianas, vírus e protozoários. São capazes de aliviar a dor de
origem superficial: cefaléias, mialgias, artralgias, além de apresentarem, na sua maioria, atividade
antiinflamatória.
Diferem dos Hipoanalgésicos por não terem ação nas dores profundas, cólicas renais e
biliares e não produzem hipnose.
A temperatura corporal é controlada por um mecanismo regulador situado no hipotálamo,
que controla a produção e a perda de calor. O hipotálamo é, por assim dizer, o “termostato” do
organismo.

Classificação

São classificados em:


- Derivados do ácido salicílico ou salicilatos
- Derivados do ácido para-aminofenol
- Derivados da pirazolona
- Derivados do ácido arilalcanóicos
- Corticóides/Corticosteróides

Sinais Básicos do Processo Inflamatório


Os fatores etiológicos da maior parte das doenças inflamatórias são ainda desconhecidos,
entretanto, conhecem-se os seus sinais característicos.
Existem 4 sinais fundamentais de todo processo inflamatório, que são:
- Dor
- Calor
- Rubor
- Edema

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Processo Bioquímico da Inflamação

Toda inflamação caracteriza-se por uma cascata enzimática que ocorre no interior da
corrente sanguínea, envolvendo substâncias específicas. Vejamos o desenho esquemático de todo
processo inflamatório:

Liberam na corrente sanguínea substâncias:

Célula afetada

Estímula químico, elétrico Fosfolipídeos de Membrana


mecânico, térmico, etc.

Fosfolipase A2

Ácido Aracdônico
Lipoxigenase Cicloxigenase

Metabólicos diversos Prostaglandina - PGG2

Ligados a receptor específico Ligadas a receptor específico


gerando dor crônica gerando dor aguda

Mecanismo de ação:

Derivados do Ácido Salicílico ou Salicilatos


Agem no SNC, inibindo a produção de prostaglandinas, através da inibição da enzima
fosfolipase A2 e, portanto, impedem a sensibilização do receptor da dor e da temperatura, pois não
há formação de ácido aracdônico e nem do restante da cascata.
Exemplos de drogas: AAS, Aspirina.

Derivados do Ácido Para-aminofenol


Agem no SNC, provocando grande dissipação de calor através da vasodilatação cutânea. São
geralmente utilizados em dores de pós-operatório e cefaléias.
Exemplos de drogas: Tylenol (paracetamol), Cibalena, Mioflex, Asafen, Fenacetina.
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Derivados da Pirazolona
Apresentam o mesmo mecanismo de ação que os derivados salicilatos.
Exemplos de drogas: Conmel, Novalgina, Magnopyrol (dipirona magnésica)

Derivados do Ácido Arilalcanóide


Apresentam o mesmo mecanismo de ação dos derivados salicilatos, entretanto, são mais
utilizados nos casos de dores crônicas, inibindo uma quantidade muito maior de enzima fosfolipase
A2.

Exemplos de drogas:

Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Dipirona Novalgina,Anador Quando VO, procure


administrar sem o
uso de alimento para
Paracetamol Tylenol
não retardar a
absorção do
Ácido mefenânico Ponstan medicamento.Quando
Granulocitopenia, EV ( dipirona ), dilua
choque e em AD e administre
Ácido AAS, Aspirina hipersensibilidade. lentamente.
acetilsalicílico

Metamizol Dorflex, Adegrip

Propifenazona Saridon

Efeitos Adversos

Estes podem variar de acordo com os fatores intrínsecos e extrínsecos já estudados,


entretanto, seguem aqueles efeitos colaterais mais observados:

- Náuseas
- Vômitos
- Urticária
- Gastrite

Antiinflamatórios não esteróides

Medicamentos que reduzem um ou mais componentes da reação inflamatória.

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Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Diclofenaco Voltaren Disturbios A aplicação do


gastrointestinais, Voltaren IM
Naproxeno Naprosyn hepatotoxicidade. somente no glúteo,
Síndrome de profundamente.
Stevens Johnson. Sua aplicação é
Tenoxicam Tilatil contra-indicada
na região do
Cetoprofeno Profenid deltóide.Atenção
a pacientes com
Rofecoxib Vioxx história prévia de
crise de asma ou
Celecoxib Celebra rinite aguda que
poderão ser
desencadeadas
pela droga.
Cuidado com
pacientes com
antecedente de
úlcera péptica.

HIPOANALGÉSICOS/PSICOFÁRMACOS
Definição

Estes fármacos são estudados pela Psicofarmacologia, ramo da Farmacologia que estuda a
ação direta ou indireta dos medicamentos sobre o psiquismo, visando a melhora de quadros
mentais.
Os hipoanalgésicos são muito utilizados pelo clínico geral e outros especialistas como uma
forma de intervir a nível psicológico, através do medicamento.
São os analgésicos ENTORPECENTES que apresentam três propriedades farmacológicas
fundamentais como:
- Aliviar a dor
- Induzir ao sono
- Induzir ao vício
(toxicomania com dependência física e psíquica).

O uso destes medicamentos em doses inferiores é tão nocivo quanto às doses excessivas,
pois expõem os pacientes aos riscos de efeitos colaterais, sem o benefício dos efeitos terapêuticos,
por esta razão, devem ser utilizados em dose e posologia adequadas.

Classificação

Os esforços realizados para catalogar todos os hipoanalgésicos levaram à classificação


daqueles medicamentos psicofarmacológicos, como segue:
- Hipnóticos

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- Psicotrópicos
- Anticonvulsivantes
De modo geral agem como depressores do SNC – Sistema Nervoso Central, produzindo
analgesia e sonolência, embora, a intensidade varie de acordo com o tipo e a posologia.

Hipnóticos

São medicamentos que combatem a insônia, induzindo ao sono semelhante ao fisiológico.


Subdividem-se em:
- Benzodiazepínicos
Midazolan – Dormonid
- Barbitúricos
Fenobarbital - Gardenal

Psicotrópico

São medicamentos que atuam sobre estados ou distúrbios psicóticos, neurológicos e


depressivos.
Subdividem-se em:
- Antipsicóticos
Haloperidol - Haldol
Clorpramazina – Amplictil

- Ansiolíticos
Diazepan - Valium/Ansilive/Diempax/Kiatrium
Bromazepan – Lexotan/Somalium/Bromazepan
Lorazepan – Lorax/Lorium

- Antidepresivos
Imipramina – Tofranil
Clomipramina – Anafranil
Amitriptilina – Tryptanol

- Anticonvulsivantes
São medicamentos que atuam sobre a epilepsia ou crise convulsiva. Deprimem
seletivamente o SNC sem deprimir a respiração. Utilizados principalmente em pacientes
portadores de epilepsia.

Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Fenobarbital Gardenal Sonolência, O Diazepam,,


hipotonia, quando EV, não
Fenitoína Hidantal irritabilidade, deve ser diluído,
dependência, faça-o diretamente
Diazepan Dienpax hipersensibilidade na veia. Quando
potencializada vier apresentado
Carbamazepina Tegretol

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com o álcool, sob a forma de


Ácido valpróico Depakene insônia. suspensão, agite
vigorosamente o
frasco antes do
uso.

ANESTÉSICOS

Anestésicos Locais

Definição
A anestesia local, também conhecida como anestesia regional ou bloqueio de condução, é a
perda da sensibilidade parcial ou de um território do organismo obtida pela aplicação de uma
substância capaz de bloquear localmente a condução dos impulsos nervosos provenientes de uma
determinada área corporal.
Os anestésicos locais são fármacos capazes de anestesiar os nervos periféricos parcialmente
de uma determinada região, sem a perda da consciência. São amplamente utilizados em anestesia
de mucosa (tópica), espinhal (região lombar), epidural (para grandes intervenções no abdômen e
pelve), e de infiltração (suturas de feridas traumáticas).
Mecanismo de Ação
Atuam bloqueando o potencial de ação das membranas excitáveis.

Principais Exemplos de Drogas


Marcaína - Bupivacaína
Xylocaína - Lidocaína
Procaína - Fonergin
Efeitos Adversos
A superdose de anestésicos locais e a absorção sistêmica rápida podem provocar:
No SNC: vômitos, náuseas, euforia, tontura, e na pior das hipóteses, coma, convulsão,
parada cardíaca, parada respiratório e óbito.
No Sistema Cardiovascular: bradicardia, hipotensão.
No local: dores, edemas, alergias e dermatites.
Todas estas condições podem ser aliviadas com a administração de barbitúricos de ação
ultra-rápida ou rápida, ou então com a administração de relaxantes músculo esqueléticos.

Anestésicos Gerais

Definição
São fármacos que produzem analgesia, perda da consciência, relaxamento muscular e
redução da atividade reflexa, deprimindo, não seletiva, mas reversivelmente o sistema nervoso
central.

Classificação
Classificam-se, de acordo com a forma farmacêutica e via de administração em:
- Inalantes
- Venosos.

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Mecanismo de Ação
Atuam bloqueando o potencial de ação das membranas excitáveis. Pode-se utilizar a mesma
teoria da despolarização de membranas neuronais excitáveis utilizada para os anestésicos locais.

Principais Drogas Utilizadas:

Inalantes
- Halotano – Fluotane/Halothane
- Enflurano – Ethrane
- Éter – Éter anestésico
Venosos
- Tiopental - Thionembutal
- Cetamina – Ketalar
- Geralmente, a título de Adjuntos à Anestesia se utilizam alguns analgésicos potentes
como o Fentanil e a Morfina.

Efeitos Adversos
Anestésicos inalantes podem causar parada circulatória, arritmias, depressão ventilatória,
dano hepático, e por serem carcinogênicos não devem ser administrados a pacientes grávidas
durante o primeiro trimestre de gravidez.

CARDIOTÔNICOS/ANTIARRÍTMICOS/ANTIANGINOSOS

Cardiotônicos ou Digitálicos

Definição
Os digitálicos são substâncias da mais alta importância dentro da farmacologia
cardiovascular, não somente porque já vêm sendo empregados pelo homem há milhares de anos,
mas principalmente pela capacidade que têm de alterar profundamente o funcionamento da célula
cardíaca.
Os digitálicos são extraídos da planta Digitalis lanata e Digitalis purpúrea, por isso recebem
este nome, e por serem tônicos para o coração, são também chamados de Cardiotônicos.
São fármacos capazes de aumentar a força de contratilidade cardíaca nos doentes com
insuficiência cardíaca, não acompanhada de taquicardia ou mesmo de consumo de oxigênio pelas
células cardíacas.

Mecanismo de Ação
Efeito direto sobre a fibra cardíaca, aumentado a contração cardíaca. Agem a nível
molecular como inibidores da enzima ATPase da membrana, desta forma, inibe o transporte de Na

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e K para fora da membrana do miocárdio, e também a saída excessiva de cálcio, equilibrando suas
quantidades.

Esquema da célula do miocárdio


Ca+

Ca+

ATPase Na+ e K+
Bomba

ATPase é um carreador e ativador.

Principais Drogas Utilizadas

Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Digoxina Digoxina, Lanitop Intoxicação Evitar a ingestão


e Lanoxin digitálica de alimentos ricos
(arritmia, mal estar em fibras.
Digitoxina Digitoxina gástrico, anorexia, Monitorizar o
vômitos, apatia, pulso.Atenção aos
fraqueza e sinais de
Deslanosídeo Cedilanide Desacil
depressão). intoxicação
digitálica.

Intoxicação Digitálica

Uma vez feito o diagnóstico da intoxicação digitálica, deve-se agir imediatamente. Entre as
medidas a serem seguidas são mais importantes as citadas a seguir:
- Suspensão imediata da administração de digitálicos.
- Aplicação de cloreto de potássio, pois melhora significativamente as arritmias produzidas
pelos digitálicos.
- Correção da Hipercalcemia.

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Farmacologia

- Uso de bloqueadores beta adrenérgicos, como o propanolol pois diminui as taquiarritmias.


Todavia, devido a sua atividade depressora cardíaca, deve ser administrada com cuidados.

Antiarrítmicos

Definição
São fármacos que agem especificamente nas arritmias, diferentemente dos cardiotônicos e
digitálicos.
As arritmias cardíacas decorrem principalmente de alterações de dois sistemas de comando
dos batimentos cardíacos: 1) a origem rítmica de impulsos e, 2) a condução destes impulsos pelas
fibras do miocárdio em intensidade e tempo apropriado. Trata-se de uma anormalidade na iniciação
ou propagação dos estímulos cardíacos gerados pelo Nodo Sino-atrial.

Mecanismo de Ação
Apresentam diversos mecanismos de acordo com a droga utilizada:

Drogas do Grupo I
São os medicamentos que atuam alterando a membrana celular bloqueando a corrente rápida
de entrada de sódio no momento da despolarização. Estabiliza ou deprime a membrana.

Drogas do Grupo II
São os medicamentos que têm a capacidade de bloquear os receptores adrenérgicos do tipo
Beta, portanto são drogas anti-adrenérgicas, simpatolíticas.

Drogas do Grupo III


São os medicamentos que têm a capacidade de alongar a duração do potencial de ação com
aumento do período refratário efetivo.

Drogas do Grupo IV
São os medicamentos que têm a ação de bloquear a entrada de cálcio e não a de Sódio na
célula cardíaca.

Principais Drogas Utilizadas


Grupo I : Quinidina - Quinidine
Grupo II : Propanolol - Propanolol/Inderal
Grupo III: Amiodarona - Ancoron
Grupo IV: Verapamil - Dilacoron

Antianginosos (Vasodilatadores)

Definição
Os antianginosos são fármacos que agem nas crises anginosas.
Na angina do peito nos vasos coronários o fluxo sanguíneo, o suprimento de oxigênio para
os tecidos são inadequados, gerando isquemia. .

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Farmacologia

Mecanismo de Ação
Atuam por ação direta, promovendo o relaxamento da musculatura lisa dos vasos arteriais,
sem a interferência de mediadores químicos (neurotransmissores). Causam a queda da resistência
periférica, promovendo o esvaziamento ventricular e vasodilatação.
A absorção sublingual gera efeito 1 minuto após a sua administração. Apresenta uma
passagem extremamente rápida pelo fígado, por esta razão considera-se a não participação deste
órgão na biotransformação.
A administração via oral promove efeito logo após 20 a 30 minutos.

Principais Drogas Utilizadas


Dinitrato de isossorbida – Isordil
Cinarizina – Stugeron
Nifedipina – Adalat
Butilsimpatol - Fludilat
Diltiazem – Cardizem/Diltizem/Angiolong/Balcor

Anti-hipertensivos

Definição
São medicamentos que agem e regulam a pressão arterial. Todos os fármacos anti-
hipertensivos atuam por inibição de algum dos sistemas do organismo responsáveis pela
manutenção da pressão arterial (normal ou elevada), independentemente de sua origem.

Classificação
Como a terapêutica da hipertensão arterial é feita usualmente com a associação de duas ou
mais drogas, cumpre conhecer detalhadamente o mecanismo de ação dos diversos anti-
hipertensivos, para se obterem resultados terapêuticos mais satisfatórios, associados a um equilíbrio
hemodinâmico adequado e um mínimo de efeitos colaterais.
A classificação dos anti-hipertensivos para fins didáticos é extremamente difícil, pela
complexidade do mecanismo de ação farmacológica, envolvendo várias estruturas e porque nem
sempre o mecanismo principal de ação está bem esclarecido.
Mesmo assim, baseados no estado atual de conhecimento, conseguiu-se chegar a seguinte
classificação de acordo com os seus respectivos mecanismos de ação farmacológica:
1. Redutores de noradrenalina liberada
2. Estimulantes ou bloqueadores Alfa-adrenérgicos
3. Bloqueadores B-Adrenérgicos
4. Bloqueadores ganglionares
5. Vasodilatadores diretos (sobre a parede vascular)
6. Os que exercem ação no Sistema Renina-Angiotensina

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7. Diuréticos (será abordado em capítulo próprio).


Mecanismos de Ação
Apenas com o conhecimento dos fatores envolvidos na regulação da tensão arterial é
possível compreender-se o mecanismo de ação dos diversos produtos anti-hipertensivos.
A hipertensão caracteriza-se com P. Sistólica acima de 160 mmHg e P. Diastólica acima de
95 mmHg, sendo a pressão fisiológica normal de 120mmHg x 80 mmHg.
A ação de grande maioria destes fármacos atuam através do SNA Simpático, agindo
principalmente no volume plasmático e sódio e quase sempre ao nível da musculatura lisa vascular.

1. Redutores de Noradrenalina liberada.


Agem como um falso neurotransmissor da noradrenalina (vasoconstritor), não havendo
vasoconstrição, pois há uma diminuição da produção de NOR .

2. Estimulantes ou bloqueadores Alfa adrenérgicos pós-sinápticos.


Age como vasodilatador pois causa diminuição de renina.

3. Bloqueadores beta adrenérgicos.


Bloqueiam os receptores beta adrenérgicos pré-sinápticos, induzindo um bloqueio na liberação
neuronal de NOR (retrógado positivo). Esquematizar a liberação neuronal da NOR.

4. Bloqueadores Ganglionares.
É um tratamento abandonado: Bloqueia a transmissão sem modificar os potenciais de membrana
das células ganglionares.
Por liberar histamina deve ser administrado apenas em hospitais e por médicos experientes.

5. Vasodilatadores diretos sobre a parede vascular.


Age na redução da resistência vascular periférica, diretamente na musculatura lisa das
arteríoloas periféricas; Interfere com a mobilização de cálcio na fibra muscular; relaxa os vãos
arteriolares de resistência.

6. Os que exercem ação no Sistema Renina-Angiotensina.

Renina Angiotensinogênio

Rins Sangue

Angiotesina I

ECA - Enzima Conversora de Angiotensina

Angiotesina II

A angiotensina II é um potente vasoconstritor responsável pelo aumento e pela manutenção


da pressão arterial.

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Principais Drogas Utilizadas:

1. Redutores de Noradrenalina liberada.


Aldomet, Hidromet (alfametildopa)

2. Estimulantes ou bloqueadores Alfa adrenérgicos pós-sinápticos.


Minipress (prazosin)

3. Bloqueadores beta adrenérgicos.


Inderal, Propanolol (propanolol)

4. Bloqueadores Ganglionares.
Arfonad (trimetafan)

5. Vasodilatadores diretos sobre a parede vascular.


Apressina (hidralazina), Minoxidil (minoxidil), Nipride (Nitroprussionato de Sódio)

6. Os que exercem ação no Sistema Renina-Angiotensina.


Capoten, Captropila (captropil).

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ENTRE OS FÁRMACOS


Definição

A administração sucessiva ou simultânea de duas ou mais drogas com o objetivo de


potencializar efeitos, constitui uma abordagem terapêutica bastante comum na prática clínica. Tal
condição requer especial atenção, visto que os medicamentos tanto podem interagir e desencadear
efeitos úteis e benéficos, como indesejáveis e imprevisíveis.
A importância de uma interação deve ser analisada caso a caso levando-se em consideração
sua conseqüência clínica, isto é, a relação risco-benefício para o paciente. Em algumas patologias a
interação medicamentosa é necessária para que o efeito terapêutico seja maximizado. É o caso, por
exemplo, da hipertensão, câncer e certas infecções .
Para que as associações medicamentosas possam ser feitas com maior segurança, é
necessário que se tenha conhecimento dos princípios farmacológicos das drogas envolvidas.
Portanto, é importante saber que a administração conjunta de dois ou mais fármacos podem resultar
em efeito favorável, mas em alguns casos em terapia ineficaz, ou mesmo em reações adversas com
diferentes graus de gravidade.

Classificação das Interações Medicamentosas


Farmacêuticas
Também conhecidas como físico-químicas, são aquelas que ocorrem no frasco-ampola, no
frasco de soro, na seringa, portanto, fora do paciente. Geralmente são reações de precipitação,
alteração de coloração, turvação e outras.

Terapêuticas
São aquelas que ocorrem dentro do organismo, após a administração do medicamento.
Podem ser ainda:

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Farmacocinéticas: São aquelas interações que acontecem antes que as drogas atinjam o
sítio de ação (receptores específicos no órgão alvo), em uma das seguintes etapas: absorção,
distribuição, metabolismo ou biotransformação, e excreção.
Vejamos alguns exemplos daquilo que pode vir a ocorrer:

Absorção
Formação de substâncias insolúveis
Alteração de pH
Alteração da motilidade gastrintestinal

Distribuição
Competição pela ligação a proteínas plasmáticas

Biotransformação
Indução enzimática
Inibição enzimática

Excreção
Filtração glomerular
Secreção tubular
Reabsorção tubular

Sinergismo: Adição
Somação
Potenciação
Farmacodinâmicas

Antagonismo

Alimentar
Tetracilinas c/ leite Complexo insolúvel de Cálcio

Exemplos Clássicos de Interações


Farmacêutica (físico-química)
Frademicina e Voltaren Flocula.

Farmacocinéticas
pH ácido + anestésicos locais Absorção
Adrenalina + anestésicos locais Distribuição c/ ↓
ação anestésica
Aspirina + anuovulatório Distribuição c/ ↓
ação anuovulat
Álcool + drogas Metabolismo c/ ↓
ação drogas.

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Probenecide + Penicilinas Excreção. Impede excreção da penicilina

Farmacodinâmica Sinergismo de Potencialização


Codeína + Paracetamol Efeito analgésico superior como dose dobrada da Codeína
Opióide Não opióide

Obs.: O Diazepan potencializa o álcool e não o contrário, dando sono e hipotonia.

Farmacodinâmica Antagonismo
Heparina + Sulfato de cálcio Complexo insolúvel de cálcio anulando ambos os
efeitos

DIURÉTICOS

Definição

Definidos, muitas vezes impropriamente, como substâncias que aumentam o volume


urinário, os diuréticos são fármacos que atuam primariamente estimulando a excreção de íons
Sódio, Cloreto e HCO3, principais eletrólitos do fluído extracelular. Eles também diminuem a
reabsorção tubular, processo que compreende o transporte ativo de eletrólitos e outros solutos da
urina tubular para as células tubulares, e a seguir, para o fluído extracelular.
Entretanto, são os medicamentos que aumentam o fluxo urinário, sim. São utilizados
principalmente no alívio de edemas e como coadjuvantes no tratamento da hipertensão, bem como
em outros distúbios, a saber: para combater edemas, principalmente os provenientes da ICC, da
insuficiência renal crônica, oligúria aguda, glaucoma, hipercalcemia e cálculos renais.
Visa eliminar principalmente íons sódio (água), às vezes íons cálcio e potássio.

Classificação
Os diuréticos podem ser classificados em seis grupos:
- Inibidores da enzima anidrase carbônica (acetazolamida-Diamox)
- Saluréticos moderados (hidroclortiazida-Clorana; clortalidona-Higroton)
- Saluréticos potentes (furosemida - Lasix)
- Poupadores de potássio (espironolactona-Aldactone,amilorida-Moduretic)
- Osmóticos (sol.manitol 20%: glicose + uréia)
- Mercuriais (sempre associado com a teofilina) s/ fins terapêuticos

Diuréticos

São medicamentos indicados basicamente para aumentar o volume urinário.

Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Furosemida Lasix Distúrbios Atenção se o efeito

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eletrolíticos diurético foi


Hidroclorotiazida Clorana, (polidipsia, suficiente. Se o uso
Moduretic cefaléia, confusão concomitante com
e fraqueza ). outros
Manitol Manitol 10% e mendicamentos,
20% atenção às
incompatibilidades.
Clortalidona Higroton

A classificação atualmente utilizada não é perfeita, deve-se lembrar que os diuréticos


mercuriais e osmóticos são, na realidade, potentes saluréticos, porém, devido aos aspectos
históricos, de mecanismo de ação e de uso prático para o clínico, considera-se mais didático
classificá-lo em separado.

Mecanismos de ação
A compreensão dos mecanismos de ação dos diuréticos foi conseguida através do melhor
conhecimento da fisiologia renal. A utilização racional destas drogas depende, portanto, de um
completo entendimento dos mecanismos normais de reabsorção de água e sódio que se processam
nos rins.

Esquema da fisiologia renal

Glândulas supra - renais ou Adrenais: Cujo córtex produzem


aldosterona, hormônio que apresenta a propriedade de reter íons Na
(sódio) e conseqüentemente água por promover a reabsorção renal
durante a filtração glomerular.

Unidade funcional do rin é o Néfron/Nefrônio.Composto pelos túbulos


contorcidos proximal, distal e coletor, glomérulo de Malpighi e alça de
Henle.

A urina é inicialmente formada no glomérulo (que se localiza no interior da Cápsula de


Bowman) onde é submetida a ultrafiltração, tornando-se isenta de componentes celulares não
filtráveis, como hemácias, leucócitos e proteínas plasmáticas.
Durante sua passagem pelo lume do nefrônio, este fluído praticamente aprotéico é
submetido a diversas alterações na sua composição; alguns de seus componentes são reabsorvidos
quase que integralmente para o interior dos vasos sanguíneos renais. Desta forma, os diuréticos
podem afetar principalmente três processos fisiológicos:
Filtração glomerular
Reabsorção tubular
Excreção tubular
Sabe-se que as diferentes classes de diuréticos atuam especificamente em determinada
região ou específicos sítios dos nefrônios.

Inibidores da Enzima Anidrase Carbônica

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A anidrade carbônica é uma enzima presente em quase toda a extensão do néfron,


responsável por catalizar a reação de formação de H+ e HCO3.
Os diuréticos desta classe inibem esta enzima, diminuindo a geração de H+ HCO3, com isso
estas drogas retardam a troca de íons Na (há sempre uma grande tendência da reabsorção de Na) e
H+ , através do néfron e inibem a reabsorção de HCO3, ocasionando a sua eliminação na urina
(alcalina) com quantidade aumentada de NaHCO3.

Saluréticos Moderados
Inibição da reabsorção de sódio nos túbulos proximais. Mecanismo ainda desconhecido.
Sabe-se também que estes aumentam a excreção de Na e Cl-.

Saluréticos Potentes
Promovem grande aumento da excreção de sódio pela urina, por inibir a reabsorção deste ao
longo de toda a alça de Henle. Age especificamente na alça de Henle.

Poupadores de Potássio
A aldosterona secretada pela glândulas adrenais, ao ligar-se aos receptores específicos
presentes nos túbulos distais, promove a formação e liberação de uma enzima que inicia os
mecanismos do sistema de troca dos ínos Sódio e Potássio.
Existem aqueles que competem com a aldosterona por receptores específicos localizados nos
túbulos distais: Espironolactona, impedindo a formação da enzima e o sistema de troca iônica.
Existem aqueles que agem por inibição direta da enzima em questão: Triantereno e Amilorida
(Moduretic). Estes apresentam ação mais rápida do que a Espironolactona.
Em caso de aldosteronismo secundário, os demais diuréticos podem causar a eliminação
elevada de potássio, por esta razão se associa diuréticos, pois os diuréticos poupadores de potássio,
potencializam a capacidade dos demais diuréticos de eliminar apenas do Na, desta forma poupa-se
K.

Osmóticos
Atuam diminuindo a reabsorção de água e sódio nos túbulos distais e coletor.

Mercuriais (sempre associado com a teofilina) s/ fins terapêuticos


Atuam inibindo a reabsorção de sódio e água agindo em toda a extensão dos túbulos, com
ação predominante na Alça de Henle.

Principais Drogas Utilizadas

Inibidores da Anidrase Carbônica


Acetazolamida – Diamox
Diclorfenamida e a Sulfanilamida

Saluréticos Moderados
Hidroclortiazida-Clorana
Clortalidona-Higroton

Saluréticos Potentes
Furosemida – Lasi

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Poupadores de Potássio
Espironolactona-Aldactone
Amilorida-Moduretic

Osmóticos
Solução de manitol 20%
Solução de glicose
Solução de uréia
Mercuriais
Sempre associado com a teofilina s/ fins terapêuticos
Meralurida
Mersalil
Mercurofilina

AGENTES HEMATOLÓGICOS
Definição/Classificação
São os medicamentos que atuam sobre o sangue. Segundo o tipo de efeito produzido ou
desejado, podem ser classificados em:
Antianêmicos
Anticoagulantes:
- Antitrombóticos ou Antiplaquetários
- Fibrinolíticos
Hemostáticos ou Coagulantes

Noções de Hemostasia
Entende-se por hemostasia o mecanismo completo que bloqueia o sangramento, previne
hemorragias espontâneas e evita e gelificação do sangue no sistema vascular. Trata-se de um
processo biológico com a participação de uma cascata enzimática que envolve 13 fatores de
coagulação.
O conceito atual de hemostasia inclui quatro componentes principais, os quais devem
funcionar harmonicamente para que o sangue circule no interior dos vasos, que são:
- Vasos
- Plaquetas
- Sistema de coagulação
- Sistema fibrinolítico

Os Fatores da Coagulação
Fator Nº Nome
I Fibrinogênio
II Protrombina, trombogênio, trombozima
II a Trombina
III Tromboplastina tecidual, tromboquinase
IV Cálcio iônico
V Pro-acelerina, fator lábil
VI Acelerina
VII Pro-convertina, autoprotrombina I
VIII Fator anti-hemofílico alfa, tromboplastinogênio

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IX Fator de Christmas, fator anti-hemofílico beta


X Fator de Stuart-Prower
Xa Autoprotrombina C
XI PTA (antecedente de tromboplastina plasmática)
XII Fator de Hageman, fator de contato
XIII Fator estabilizante da fibrina

Antianêmicos
São fármacos usados no tratamento de anemias carenciais. São tipos de anemias causados
por níveis inadequados de substâncias químicas específicas no organismo, sobretudo, ferro,
vitamina B12 ou ácido fólico, todas essenciais para a maturação normal dos eritrócitos e outras
células.
Estes fármacos são, portanto, exemplos de terapia de reposição.

Tipos de anemias
- Anemia normocítica (perda de sangue ou defeitos no sangue)
- Anemia hipocrômica microcítica (deficiência de ferro)
- Anemia macrocítica/megaloblástica (deficiência de vit. B12 ou ácido fólico)
Os agentes antianêmicos exercem ação nestes dois últimos tipos de anemias.

Anticoagulantes
São fármacos que prolongam o tempo de coagulação sanguínea. São usados em diversos
distúrbios cardiovasculares, tais como moléstia reumática cardíaca, infarto do miocárdio,
embolismo pulmonar, doença vascular cerebral, doença vascular periférica e trombose venosa. São
também úteis em alguns casos especiais da oftalmologia, otorrinolaringologia, obstetrícia e cirurgia
ortopédica.
Agem por geralmente inibir a ação ou a formação de um ou mais dos XIII fatores da
coagulação.
Os efeitos adversos dos anticoagulantes são de ocorrência rara. Contudo, tais substâncias
são absolutamente contra-indicadas em algumas doenças especiais, tais como a hemofilia, doença
ulcerativa do trato gastrintestinal, doenças hepáticas ou renais graves, feridas ulceradas expostas e
hipertensão intensa.
Uma vez que tais fármacos atravessam a barreira placentária, durante a gravidez devem ser
usados com precaução. Há necessidade de cuidado na sua administração a mães em período de
lactação.
Dividem-se em:

Antitrombóticos ou Antiplaquetários
Fármacos que impedem e previnem a formação de trombos
(coágulos sanguíneos) e inibem a agregação de plaquetas.

Fibrinolíticos
Fármacos utilizados para dissolver os trombos já formados
até 72 horas de formação.

Hemostáticos ou Coagulantes
São fármacos utilizados em doenças hemorrágicas para estancar sangrias anormais (através
da coagulação do sangue) restabelecendo a hemostasia.

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Principais Drogas Utilizadas


Antianêmicos
Sulfato ferroso – Fer-in-Sol
Cianocobalamina
Hidroxocobalamina
Ácido fólico

Anticoagulantes:
Antitrombóticos ou Antiplaquetários
AAS - ácido acetilsalicílico
Dipiridamol - Persantin
Ticlopidina - Ticlid
Heparina - Liquemine,Trombofob,Trom

Bocide, Venalot
Warfarina – Marevan

Fibrinolíticos
Estreptoquinase - Streptase, Kabikinase
Alteplase

Anticoagulantes

São medicamentos que impedem a formação de cágulos, utilizados normalmente na prevenção da


Trombose Venosa Profunda ( TVP ).

Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Enoxaparina Clexane Erupções cutâneas, Recomenda-se a


alopecia, diarréia, suspensão do
sangramentos anticoagulante 12h
Heparina Liquemine e principalmente em antes da
Fraxiparina pós- cirurgia.Atenção
operatórios.Quando às
Varfarina Marevan
administrados por incompatibilidades
via SC: dor, e interação com
hematoma e outros
irritação local. medicamentos.

Hemostáticos ou Coagulantes
Kanakion – Vitamina K
Fitomenadiona – Vitamina K
Aprotinina - Tissucol
Complexo protrombínico humano
Cabazocromo – Adrenoxil
Ácido aminocapróico - Ipsilon

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DROGAS ANTICONVULSIVANTES ESPECÍFICAS


Definição
São fármacos que deprimem seletivamente o SNC e desta forma aumentam ou mantém o
limiar da crise convulsiva. Sua principal aplicação está na supressão de crises, acessos ou ataques
epilépticos sem causar dano ao SNC nem depressão da respiração.
A epilepsia vem do grego e significa ataque, e é conceituada como sendo uma disritmia
cerebral paroxística e recorrente, que se caracteriza por uma descarga eletroencefalográfica (EEG)
anormal e excessiva, ao lado do comprometimento ou perda da consciência. Ela pode ou não estar
associada a movimentos corporais.

Classificação e Principais Drogas Utilizadas


Os anticonvulsivantes são encontrados em várias classes químicas (brometos, barbitúricos,
hidantoínas, oxazolidinodionas, succinimidas, acilureídas, benzodiazepínicos) mas os sete seguintes
são os essenciais:

- Fenobarbital - Gardenal
- Fenitoína - Hidantal
- Carbamazepina - Tegretol
- Etosuximida - Zarontin
- Valproato sódico - Depakene
- Diazepan e Clonazepan (para status epilepticus)(Diempax)(Rivotril)

Mecanismos de Ação Possíveis

Estabilização da Membrana
Diversos anticonvulsivantes, como a Fenitoína e a Carbamazepina, atuam exercendo ação
depressora ou estabilizante geral membranas celulares neuronais excitáveis. De acordo com esta
teoria, a estabilização das membranas seria responsável pelo efeito anticonvulsivante destas drogas.

Elevação do Limiar das Crises


Já no caso dos barbitúricos, o fenobarbital ainda é o mais utilizado. O seu mecanismo
básico de ação ainda está bastante obscuro. Entretanto, sabe-se que exerce um efeito muito
acentuado sobre a atividade neuronal repetitiva em numerosas vias do SNC. Apresenta pouca ação
sobre a descarga provocada pelo estímulo inicial, mas as respostas às descargas subseqüentes são
fortemente deprimidas. Eleva o limiar das crises induzidas pela estimulação elétrica.

HORMÔNIOS DO PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula anexa do Sistema Digestório responsável pela produção de três
hormônios distintos e importantes:
- Insulina
- Glucagon e
- Somatostatina

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Insulina
É um hormônio secretado pelas células beta das Ilhotas de Langherans do pâncreas.
A insulina é classificada como um hormônio hipoglicemiante utilizada em vários tipos do
Diabetis. O tratamento do Diabetis pode ser dar através de:
- Dieta específica
- Terapia com insulinas
- Agentes Hipoglicemiantes Orais

Tipos e Classificação
De acordo com a duração da atividade hipoglicemiante:

Insulina de Ação Rápida


Também conhecida como Regular, Simples ou Cristalina, apresenta-se na forma de solução
aquosa, incolor e transparente como a água.
Indicada principalmente durante as emergências (complicações como o coma).

Vias de administração:
SC, IM e IV (circunstâncias especiais-Soro).
Apresenta efeito 30 minutos após a sua administração, atinge o pico de concentração entre 2
– 4 horas e se esgota entre 6 – 8hs.
Apresentações Comerciais: U20, U40, U80, U100, U500 (USA)

Insulina NPH
O N é de pH Neutro, P de protamina e H de Hagedorn. Apresenta aspecto turvo causado
pelo zinco e pela proteína que existe em seu conteúdo.

Vias de administração:
Somente Subcutânea.
Apresenta efeito de 1-2 horas após a sua administração, atinge o máximo de concentração
entre 8 – 12 hs. Esgota-se entre 24 – 28 hs.
Apresentações Comerciais: U40, U80.

Insulina Monocompetente
É um tipo de insulina extremamente purificada, não tendo atividade antigênica, isto é, não
forma anticorpos, responsáveis por certas reações das insulinas comuns. É muito utilizada em
jovens.
Existem com dois nomes: Actrapid = Simples, Monotard = NPH e são obtidas do pâncreas
do boi e do porco (a insulina que mais se assemelha a insulina humana).

Mecanismo Esquemático de Ação

Sangue

Glicose Glicose

Vaso Sanguíneo
[Glicose]

A insulina transporte a glicose livre na corrente sanguínea para dentro das células,
promovendo hipoglicemia, por isso é conhecida como agente hipoglicemiante.

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Glucagon
Apresenta atividade inversa a da insulina, e é utilizada clinicamente para eliminar a
hipoglicemia provocada por superdose de insulina.

Mecanismo Esquemático de Ação

Sangue

Glicose Glicose

Vaso Sanguíneo
[Glicose]

O Glucagon transporte a glicose de dentro das células para a corrente sanguínea,


promovendo hiperglicemia, por isso é conhecido como agente hiperglicemiante.

Somatostatina
É um potente controlador da produção ou excreção tanto da insulina quanto de glucagon.
Atua como hipoglicemiante e hiperglicemiante.

Mecanismo Esquemático de Ação

Sangue
Glicose Glicose

Vaso Sanguíneo com equilíbrio da Glicose

HORMÔNIOS CORTICÓIDES/CORTICOSTERÓIDES
Definição
São substâncias sintetizadas a partir do colesterol pelo córtex da glândula adrenal ou supra-
renal, cuja atividade é controlada pelo hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) liberado pela
hipófise.

Classificação e Principais Drogas


Dividem-se em glicocorticóides e mineralocorticóides:

Mineralocorticóides
Aldosterona
Desoxicortona - Lipocort
Acetato de fludrocortisona (Panotil, Rinofluimicil

Glicocorticóides
Fluormetolona - Flumex
Flurandrenolida - Drenison
Pivalato de flumetasona - Losalen, Locorten
Cortisona - Rinocortisol
Hidrocortisona - Flebocortid, Meticorten

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Prednisolona - Deltacortril
Metilprednisolona - Depo-medrol, Solu-medrol
Dexametasona - Betnovate, Celestone, Diprospan

Os corticóides são usados tanto na terapia de substituição quanto no tratamento de muitas


condições clínicas, principalmente doenças do colágeno, condições inflamatórias, estados alérgicos
e outros distúrbios. Por exemplo, os glicocorticóides são eficazes em febre reumática aguda, lupo
eritematoso sistêmico, rinite, reações a drogas, soros e transfusões, dermatoses prurientes, certas
doenças oculares, edema cerebral, doenças neoplásicas e outras.

HIPOGLICEMIANTES ORAIS

Definição
São fármacos utilizados para corrigir os níveis de glicemia sérica, diminuindo-a. Geralmente
são indicados para pacientes com o diabetis inicial, cujo início se dê após os 40 anos de idade.

Classificação e Principais Drogas


São classificadas em:

Sulfoniluréias:
- Carbutamina - Nadisan
- Tolbutamina - Rastinon
- Clorpropamida - Diabinese
- Glibenclamida - Daonil
- Glibizida - Minidiab

Biguanidas:
- Metformina - Glucophase, Glucobay
- Fenformina - Debei

Mecanismo de Ação

Sangue

Glicose Glicose

Vaso Sanguíneo
[Glicose]

Sulfoniluréias
Acredita-se que estas estimulam a liberação de insulina das células beta das ilhotas de
Langherans, reduzem a captação hepática da insulina secreta endogenamente e suprimem
diretamente a liberação de glucagon.

Biguanidas
Inibem várias seqüências metabólicas que geram glicose e também inibem a gliconeogênese
hepática, além de diminuir os níveis séricos de triglicérides e colesterol. Agem por outros
mecanismos também, desnecessários citá-los aqui.

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

VITAMINAS

Definição
As vitaminas são compostos orgânicos (carbono) relativamente simples, entretanto, o
organismo humano não é capaz de sintetiza-las, devendo ser fornecidas em quantidades adequadas
na dieta.

Classificação
Vitaminas lipossolúveis - A D E K
Vitaminas hidrossolúveis - Todas do complexo B + vitamina C.

Principais Drogas

Vitaminas lipossolúveis
Vitamina A (retinol) Arovit/Hipoglós pomada
Vitamina D (colecalciferol) Arovit/Hipoglós pomada
Vitamina E (Tocoferol) Ephynal
Vitamina K (Fitomenadiona) Kanakion/Synkavit

Vitaminas hidrossolúveis
Vitamina B1(Tiamina) Benerva
Vitamina B2 (Riboflavina) Betavitina
Vitamina B6 (Piridoxina) Benexol
Vitamina B12 (Cianocobalamina) Cianocobalamina
Vitamina C (Ácido ascórbico) Redoxon
Ácido Nicotínico/Nicotinamida/Niacina Biotina Nicopaverina
Ácido Pantotênico(Pantotenato de Cálcio)

Principais Impactos
A hipervitaminose por vitaminas hidrossolúveis não provoca nenhum dano tóxico ao
indivíduo, pois é sempre muito bem excretada pela urina, salvo casos de nefropatia. Já a
hipervitaminose por vitaminas lipossolúveis causa toxicidade em alto grau.

“ANTIBIÓTICOS ANTINEOPLÁSICOS” – QUIMIOTERAPIA


Definição para Quimioterápicos
São substâncias químicas que exercem ação seletiva sobre os parasitos. São usados no
tratamento ou controle de moléticas causadas por organismos ou células invasoras patogênicas.
Segundo o tipo de parasitos ou invasores sobre os quais atuam podem ser:
- Antihelmínticos
- Antiprotozoários
- Antifúngicos
- Antibacterianos (antibióticos)

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

- Antivirais
- Antineoplásicos(quimioterapia)
Todo o quimioterápico, de acordo com a ação que vai exercer sobre o microrganismo podem
ser:

- Cida Bactericida, Viricida, Fungicida.


- Stático Bacteriostático, Virustático, Fungistático.
- Ou os dois

Definição para Quimioterápicos Antineoplásicos


São quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer. O objetivo do seu emprego é a
destruição seletiva das células tumorais.Visam inibir ou prevenir o desenvolvimento de neoplasias
(crescimento desordenado de células).
Classificação e Principais Drogas

Agentes alquilantes:
- Ciclofosfamida - Enduxan
- Clorambucil - Leukeran
Antimetabólitos:
- Metotrexato - Methotrexate
- Citarabina - Aracytin
- Azatioprina - Imuran
- Fluoruracil - Efurix
Compostos Platínicos:
- Carboplatina
- Cisplatina
Antibióticos Específicos:
- Bleomicina - Blenoxane
- Doxorrubicina - Adriblastina
Derivados vegetais da vinca:
- Vimblastina - Velban
- Vincristina - Oncovin

Mecanismo de Ação
Agentes Alquilantes
Atuam sobre os ácidos nucléicos e proteínas.
Antimetabólitos
Atuam na síntese de ácidos nucléicos.
Compostos Platínicos
Interferem na ação do DNA em processos subseqüentes a sua formação.
Antibióticos Específicos
Reagem com o DNA ou efetuam ligação com ele.
Derivados Vegetais da Vinca
Inibem o processo mitótico (mitose).

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

DROGAS VASOATIVAS/NEUROTRANSMISSORES QUÍMICOS


Mecanismos de Transferência de Impulsos Neuronais

Definição
São substâncias ou mediadores químicos liberados nas fendas sinápticas, durante a
transmissão do impulso nervoso juntamente com a ocorrência do potencial de ação
(despolarização), envolvendo apenas os SNA simpático e parassimpático.

Noções de Anatomia
SNC: Encéfalo (cérebro, cerebelo e bulbo) e medula espinal.
SNA: Simpático (tóraco-lombar) e Parassimpático (crânio sacral)

Principais Neurotransmissores Tissulares


SNAS Noradrenalina/Adrenalina.
SNAPS Acetilcolina.
SNAS/PS Acetilcolina nos Gânglios

Receptores
SNASimpático/Adrenérgicos Alfa1,Alfa2,Beta1,Beta 2
SNAParassimpático/Colinérgicos Muscarínicos/Nicotínico

Mecanismos de Transferência de Impulsos Neuronais

O estímulo do neurônio pré-ganglionar simpático ou parassimpático promove a liberação de


acetilcolina no gânglio. Esta se liga a receptores ganglionares da acetilcolina (nicotínicos)
provocando despolarização dos neurônios pós-ganglionares.
A despolarização do neurônio pós-ganglionar simpático leva a liberação de noradrenalina, a
qual se liga a receptores adrenérgicos dos tecidos e aí exibe seus efeitos farmacológicos.
A despolarização do neurônio pós-ganglionar parassimpático libera acetilcolina, que se liga
aos receptores colinérgicos muscarínicos do tecido para exercer suas ações.

Desenho Esquemático da Transferência Neuronal

Neurônio Pós-ganglionar
00
00

Neurônio Pré-ganglionar Neurônio Pós-ganglionar


00
00

Receptores Nicotínicos da Acetilcolina

Receptores Muscarínicos da Acetilcolina

Receptores da Noradrenalina

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

DROGAS ADRENÉRGICAS/SIMPATOMIMÉTICAS
Definição
São fármacos que produzem efeitos similares às respostas do estímulo de nervos
adrenérgicos quando estimulados pela Noradrenalina endógena.
Acreditava-se que a droga que produzia tal efeito fosse a adrenalina, por esta razão este tipo
de transmissão recebeu o nome de Transmissão adrenérgica, entretanto, sabe-se hoje que o
responsável é o neurotransmissor Noradrenalina (norepinefrina, epinefrina ou levarterenol).
Outros de menor importância são a dopamina e a efedrina. São chamados de catecolaminas
por apresentarem uma estrutura química com núcleo catecólico.

Classificação
Vasopressores
Dopamina – Revivan
Efedrina ou etilefrina – Efortil
Fenilefrina ou isoprenalina ou noradrenalina
- Norepinefrina

Broncodilatadores
Atuam nos receptores beta adrenérgicos, relaxando as contrações da musculatura lisa.
Efedrina ou epinefrina – Adrenalina
Isoprenalina
Salbutamol – Aerolin
Terbutalina – Bricanyl
Fenoterol – Berotec (muito usado com o broncodilatador Atrovent)

Descongestionantes Nasais
Atuam nos receptores alfa adrenérgicos, promovendo vasoconstrição das arteríolas da mucosa
nasal.
Efedrina
Epinefrina – Adrenalina
Fenilefrina - Coldrin
Fenilpropanolamina – Naldecon (retirado do mercado)
Nafazolina - Privina
Oximetazolina – Afrin
Fenoxazolina - Aturgyl

Midriáticos – Midríase (vasodilatação da pupila) por contração do músculo dilatador da


íris, através da ação nos receptores alfa adrenérgicos.
Epinefrina - Adrenalina
Fenilefrina – Colírio Anestésico
Hidroxianfetamina.

Anorexígenos
Anfepramona
Anfetamina
Femproporex
Fenfluramina

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

DROGAS COLINÉRGICAS/PARASSIMPATOMIMÉTICAS
Definição

São fármacos que produzem direta ou indiretamente os efeitos similares aos causados pela
Acetilcolina endógena. Aqueles de ação indireta são chamados de Anticolinesterásicos. Os
fármacos colinérgicos de ação direta com interesse terapêutico são:
Acetilcolina
Carbacol - Miostat
Metacolina – Frixodon, Polmagex
Pilocarpina – Isopto Carpine, Pilocarpina.
Droga de escolha no tratamento de glaucoma de ângulo aberto.
Muscarina
Já os fármacos colinérgicos de ação indireta (Anticolinesterásicos) são:
Neostigmina - Prostigmine
Piridostigmina - Mestinon
Demecário - Frumtosnil
Fisiostigmina - Leodine
Ecotiopato - Fosfolina
São assim denominados por agirem inibindo a enzima acetilcolinesterase, que atua inibindo
(degradando) a acetilcolina liberada, aumentando a quantidade deste neurotransmissor nos sítios
(receptores).

DROGAS ANTI-ADRENÉRGICAS/ BLOQUEADORES


ADRENÉRGICOS/SIMPATOLÍTICOS
Definição
São fármacos que inibem as respostas e os efeitos produzidos pelas drogas adrenérgicas.

Classificação

Bloqueadores Alfa Adrenérgicos


- Ergotamina - Gynergene
- Diidroergotamina - Iskemil
- Ergometrina - Ergotrate
-Metilergometrina - Methergin

Bloqueadores Beta Adrenérgicos

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

- Isoprenalina
- Sotalol - Sotacor
- Metoprolol - Seloken
- Atenolol - Atenol
- Propanolol - Inderal, Propanolol
- Nadolol - Corgard

DROGAS ANTI-COLINÉRGICAS/BLOQUEADORES
COLINÉRGICOS/PARASSIMPATOLÍTICAS
Definição
São fármacos que bloqueiam a atividade resultante da ação da acetilcolina. Podem ser
antimuscarínicos (bloqueiam receptores muscarínicos), ganglioplégicos, quando inibem e atuam
nas sinápses ganglionares (nicotínicos) e bloqueadores na junção neuromuscular.

Antimuscarínicos principais
- Atropina - Atropina
- Escopolamina - Buscopan
- Homatropina - Novatropina
- Tropicamida - Mydriacyl

Agentes Ganglioplégicos principais


- Mecamilamina - Mecamina
- Cansilato de trimetafano - Arfonad

Agentes Bloqueadores Neuromusculares


- Cloreto de Suxametônio - Quelicin
- Cloreto de Succinilcolina - Taquicurin
- Cloreto de tubocurarina - D-Tubocurarina
- Brometo de pancurônio – Pavulo

ANTIBIÓTICOS

Definição
São fármacos formados de substâncias químicas muito diferentes entre si, produzidas
originalmente por certas espécies de cogumelos ou bactérias, possuindo como característica comum
o fato de exercerem atividade bacteriostática ou bactericida sobre os germes susceptíveis (sensíveis
a determinado fármaco).

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

O descobrimento do primeiro antibiótico deu-se em 1928 com a história de Fleming, da


colônia de Estafilococos lisada pela contaminação acidental pelo cogumelo Penicillium Notatum.
Classificação

Por microrganismo
- Antibacterianos
- Antifúngicos
- Antivirais
- Antinparasitários
- Antiprotozoários
Por origem
- Antibióticos (produzidos por fungos naturalmente)
- Quimioterápicos (sintéticos)
Pelo efeito exercido sobre os microrganismos
- Bactericida, bacteriostático
- Fungicida, fungistático
- Viricida, virustático
De acordo com o espectro de atividade
- Antibióticos de amplo espectro
Canamicina, gentamicina, neomicina, algumas cefalosporinas, cloranfenicol e
algumas penicilinas (ampicilina, cabenicilina) e as tetraciclinas.

- Atividade contra Gram-positivas


Ácido fusídico, bacitracina, algumas cefalosporinas(cefalotina), eritromicina,
lincomicina, e a maioria das penicilinas (benzilpenicilina, oxacilina), tirotricina e
vancomicina.

- Atividade contra Gram-negativas


Polimixina B, sulfomixina, biciclomicina.

- Atividade contra Micobactérias


Ciclosserina, estreptomicina, rifampicina.

- Atividade contra Fungos


Griseofulvina, anfotericina B, nistatina, tricomicina.

- Antiamebianos
Fumagilina, paromomicina, puromicina.

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

- Antibióticos antineoplásicos
Estudado em quimioterapia.

Mecanismo de Ação
Os antibióticos podem atuar de quatro maneiras distintas:
1. Prejudicando a formação da parede celular
2. Desorganizando a membrana celular
3. Impedindo a divisão dos cromossomos
4. Bloqueando a síntese das proteínas

Racionalização de drogas
O uso racional de qualquer droga é fator importante em todos os casos e essencial no que
tange os antibióticos, pois podem desenvolver resistências.

Para explicar como se dá a resistência bacteriana:


t ½ - Meia-vida biológica. Parâmetro farmacocinético. É o
tempo necessário para que a concentração de um de
terminado fármaco se reduza a metade.

Vd - Volume de distribuição. Parâmetro farmacocinético.


Identifica qual a afinidade do fármaco com as proteínas
plasmáticas e também sua afinidade aos receptores específicos.

PENICILINAS

Encontrada em diferentes tipos, a penicilina apresenta-se, em geral, como um sólido


cristalino branco, ou branco amarelado inodoro.
Os vários tipos isolados foram designados pelas letras F, G, K, O e V, sendo as penicilinas G
e V as mais utilizadas.

Mecanismo
Dependendo da concentração podem ser bactericida ou bacteriostática.

Indicações
Infecções graves produzidas por gram-positivos; pré operatório em pacientes portadores de
alterações valvulares cardíacas; pacientes submetidos a tratamento por corticóide.

Vias de Administração: Oral, IV, IM. Outras vias possíveis são: retal, inalações, intratecal (intra-
raquidiana).

Principais penicilinas comercializadas

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Benzilpenicilia (penicilina G) Despacilina


Penicilina G Potássica
Pentid

Ampicilina Ampicil
Ampicilin
Binotal
Policilin

Carbenicilina Carbenicilina
Pyopen

Cloxacilina Bactopen
Cloxacilina

Oxacilina Staficilin N

Fenoximetilpenicilina Pen-Ve-Oral
(penicilina V)

Amoxicilina Amoxil
Amoxilin
Benzoral
Hiconcil
Novocilin

TETRACICLINAS
As tetraciclinas apresentam-se sob a forma de sólido cristalino, de cor amarela inodoro.

Mecanismo: São bacteriostática de amplo espectro, abrangendo bactérias Gram-positivas e Gram-


negativas.

Vias de administração: Via oral é a mais utilizada, IV, IM e aplicações tópicas.

Principais tetraciclinas comercializadas

Tetraciclina Acromicina
Tetraciclina
Tetrex

Oxitetraciclina Terramicina

Doxicilina Vibramicina

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

DROGAS QUE ATUAM NO APARELHO RESPIRATÓRIO

Definição e Classificação
O sistema energético dos animais é essencialmente aeróbico, isto é, dependente de oxigênio,
e se desenvolve em cadeia regenerativa para a liberação progressiva de energia acumulada.
O aparelho respiratório é responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio
ambiente. É o sistema nervoso central que coordena a ação dos músculos respiratórios que
executam o trabalho necessário para a ventilação pulmonar vencendo as resistências aerodinâmicas
oferecidas pelas vias aéreas.
São fármacos que atuam sobre a tosse de maneira geral, e podem ser classificados em:
- Antitussígenos
- Expectorantes/Mucolíticos
- Broncodilatadores (como os corticóides)
Antitussígenos
São os fármacos utilizados como calmantes da tosse improdutiva, quando não há presença
de secreções nas vias aéreas.
A tosse é um reflexo de defesa do aparelho respiratório e visa à eliminação de substâncias
estranhas que se apresentem nas vias aéreas.Caracteriza-se por uma expiração explosiva,
desencadeada pela abertura da glote após uma fase em que há grande aumento da pressão das vias
aéreas. Algumas vezes, o ato da tosse não é produtivo, não se acompanhando de aumento da
secreção e torna-se extenuante, incomodando muito ao paciente, como resultado de irritação da
mucosa, apresentando fundo nervoso.
A depressão do reflexo da tosse geralmente é conseguido com os derivados da morfina:
codeína e afins.

Expectorantes/Mucolíticos
São os fármacos destinados a fluidificar as secreções brônquicas, muco, por isso
mucolíticos.

Broncodilatadores
São os fármacos que dilatam os brônquios, facilitando a saída das secreções, propiciando
melhor respiração.

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Principais Drogas utilizadas

Antitussígenos
- Codeína - Setux, Belacodid e Resprin
- Dextrometorfano - Silencium
Expectorantes/Mucolíticos
- N-acetilcisteína - Fluimucil
- Iodeto de Potássio - Iodeto de Potássio
- Guaiacol -
- Cloreto de amônio – EACA Balsâmico
- Ipeca – Fenergan Expectorante
Broncodilatadores

São normalmente utilizados para alívio das crises de dispnéias agudas ou prevenção destas. Muito
usados em portadores de asma.

Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Fenoterol Berotec Efeitos Quando


cardiológicos:palpitação, administrados
concomitantemente
Salbutamol Aerolin Taquicardia e tremores a outros
nas mãos. Fadiga e medicamentos,evite
Terbutalina Bricanyl sudorese associação.
Administre-os em
horários
Teofilina Talofilina Marax diferentes.Quando
EV, dilua em SF
0,9% e administre
lentamente

DROGAS QUE ATUAM NO APARELHO DIGESTIVO

Definição e Classificação
São os fármacos destinados a:
- Alterar, em quantidade ou qualidade, as secreções digestivas
- Interferir na motilidade das estruturas do TGI.

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Principais drogas utilizadas

Antiácidos/Antiulcerosos
São medicamentos que neutralizam o ácido clorídrico gástrico. São utilizados no alívio
sintomático de gastrite crônica e úlcera péptica.
Hidróxido de alumínio (Aldrox), Hidróxido de magnésio, Cimetidina (Tagamet), Ranitidina
(Antak).

Antiemético
São medicamentos eficazes contra o vômito.
Metoclopramida (Plasil), Dimenidrinato (Dramin), Clorpromazina.

Antieméticos

Nome genérico Nome Efeitos colaterais Cuidados


comercial

Metoclopramida Plasil Sonolência,sedação,ressecamento Atenção às


da incompatibilidades
boca,inquietação,cefaléia,tontura quando o
Dimenidrato Dramin e erupções cutâneas. medicamento for
administrado
concomitantemente
a outros. Quando
EV, administre-os
lentamente.

Laxantes ou Catárticos
São medicamentos que auxiliam o trânsito do conteúdo intestinal, facilitando a evacuação.
Bisacodil (VO e supositórios) - Ducolax, Picossulfato de sódio, óleo de rícino (forte, portanto,
purgativo, Laxol), supositório de glicerina, fenolftaleína + óleo mineral (Agarol).

Antidiarréicos/Constipantes
São medicamentos que eliminam a diarréia.
Elixir palegórico, Difenoxilato, Ioperamida.

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Antifiséticos/Antigases
São medicamentos usados para impedir o acúmulo de gases no interior do TGI.
Dimeticona (Luftal).

Antiespasmódicos
São medicamentos que tem a capacidade de diminuir o tônus e o peristaltismo intestinal.
Ocorre um retardo no esvaziamento gástrico em tratamento de úlcera péptica duodenal.
Atropina (Atroveran), Hioscina (Buscopan), Hioscina+dipirona (Buscopan Composto).

Antiespasmódicos

Nome genérico Nome comercial Efeitos colaterais Cuidados

Hioscina ou Buscopan Secura na Quando EV,


escopolamina boca,taquicardia,retenção observe
urinária. O Buscopan atentamente a
Homatropina Sedalene Composto devido a apresentação
presença da dipirona, própria
poderá desenvolver (Buscopan
reação de Composto) e faça-
hipersensibilidade. o lentamente. O
Buscopan IM não
deve ser aplicado
no deltóide.

CÁLCULO DE MEDICAÇÃO
Cálculo de Gotejamento
A Bomba de Infusão ( BI ) é hoje um grande auxílio no controle do volume infundido. Porém,
nem sempre ela está disponível para uso. Por isso é importante saber fazer o cálculo de
gotejamento.
Macrogotas / Fórmula
Nº de gotas/min = V
Tx3
V = volume em ml

T = tempo em horas

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Exemplo 1:

Quantas gotas deverão correr, em um minuto, para administrar 1.000ml de soro glicosado
( SG ) a 5% de 6 em 6 horas ?

nº de gotas/min. = V = 1.000 = 55,5 = 56


Tx3 6x3

Resposta: deverão correr 56 gotas/minuto .

Microgotas / Fórmula

nº de microgotas / minuto = V
T

nº de microgotas / minuto = 300 = 75


4

Resposta: Deverão correr 75 microgotas/minuto.

Podemos fazer o cálculo do número de microgotas de uma outra maneira. Como uma gota é igual a
3 microgotas, então temos:

nº de microgotas = nº de gotas x 3

Utilizando a fórmula do exemplo 1:

nº gotas /min = V
Tx3

nº gotas / min = 300 =25


4x3

nº de microgotas = 25 x 3 = 75

Resposta: Deverão correr 75 microgotas / minuto.

Exercícios:
Volume = SG 5% 500ml

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

TEMPO MACROGOTAS MICROGOTAS


8h
6h
12h
4h

Cálculo de Gotejamento em horas

Utilizando a fórmula:

nº de gotas / min = V x 20
nº de minutos

Utilizando os valores conhecidos:

V = 100ml
nº de minutos = 30

nº de gotas / minuto = 100 x 20 = 2.000 = 66,6* = 67


30 30

Utilizar a regra para arredondar.

Resposta: Deverão correr 67 gotas / minuto.

nº de microgotas / min = nº de gotas x 3


ou V x 60
T

Então:
nº de microgotas / min = 67 x 3 = 201

Resposta: O número de microgotas / minuto seria de 201.

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Exercício:
Volume: SF 0,9% 60 ml.

TEMPO MACROGOTAS MICROGOTAS


20 min
40 min
50 min
30 min

SOLUÇÕES

Conceito
Solução é uma mistura homogênea composta de duas partes distintas:

a) Soluto. É a substância a ser dissolvida.


b) Solvente. É o líquido no qual o soluto será dissolvido.

Transformando o Soro

O soro é uma solução injetável e muito utilizado para hidratação e alimentação do paciente. Os mais

freqüentemente utilizados são:

Soro glicosado ( solução de glicose ) – SG 5% e SG 10%


Soro fisiológico ( solução fisiológica ) – SF 0,9%
Soro ao meio ou soro meio a meio – metade do frasco com SG 5% e a outra
metade com SF 0,9%. Ex.: 500ml de soro ao meio ( 250ml de SF 0,9% + 250ml
de SG 5% ).

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

Soro glicofisiológico ( solução glicofisiológica ) - SGF- solução composta com a


mesma quantidade de glicose de 1 frasco inteiro de SG 5% e a mesma
quantidade de cloreto de sódio ( NaCl – sal ) de SF 0,9% em um mesmo volume.
Exemplo:
Mesma quantidade de glicose (25g) do SG 5% - 500ml

SGF – 500ML

Mesma quantidade de NaCl (4,5g) do SF 0,9% - 500ml

O soro também é utilizado como solvente de medicamento. Ex.: penicilina


cristalina 2 milhões diluídos em 100ml de SG 5%. Muitas vezes precisamos
instalar um determinado soro, prescrito pelo médico, mas não temos na unidade.
O que fazer? Pedir para o médico mudar a prescrição?
Não, claro que não, podemos transformar o que temos na unidade para aquele
que precisamos. É só fazer os cálculos.

Vamos lá?
Exemplo 1:

Foram prescritos SG 10% - 500ml e não temos na clínica. Temos somente SG


5% - 500ml e ampola de glicose 50% - 20ml. Como deveremos proceder?

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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Farmacologia

BIBLIOGRAFIA

As obras indicadas e utilizadas para a elaboração desta apostila e para a implementação das aulas da
disciplina de Farmacologia são:

Elaborado por Reginaldo Domingues Chagas - Farmacêutico - Bioquímico - Farmacologista

Silva, Naíma S. e colab. – Manual de Drogas e Soluções, Editora EPU, São Paulo, 1996.

Gilman, A., Goodman – As Bases Farmacológicas da Terapêutica, Editora Guanabara


Koogan, 6 ª ed., Rio de Janeiro, 1995.

Zanini, Oga – Farmacologia, Editora Guanabara Koogan, 7ª ed., Rio de Janeiro,1994.

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