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Nenhum vínculo.
Sem conexões.
Eu não me afastei.
Eu simplesmente existia.
O seu início.
França
-
1
Balir:Grito de ovelha ou de cordeiro.
Eu faria maravilhas durante o tempo que levassem para
descobrirem que não estive hospedado lá.
Eu ri.
Foi antes de Connor ser pego pelo Vault. Ele agora era
um de nós, com um pouco de coerção, é claro. Nunca pensei
que eu fosse dar uma porra para quem Vault torturou,
manipulou ou condicionou, porque eu fui um deles. Mas
London mudou isso. Ela mudou tudo.
Eu dei de ombros.
— Ela deve ter sido boa na cama para você vir aqui e
implorar por sua vida.
— Eu não imploro.
London era tudo menos fraca; pelo menos ela não era
até os homens violentos e cruéis e Jacob Alfonzo, destruí-la.
Estava na hora de acabar com essa besteira. Eu teria uma
chance se o destino de London já não estiver selado.
— Nós vamos...
— Obrigado.
Suspirei.
Eu sabia disso.
— E se eu passar?
Estava feito.
Eu estava.
Sem emoção.
Dividido.
Oh, merda.
Pai, vamos lá, atenda. Mas era habitual para ele não ter
seu telefone. Era por isso que se precisasse dele, eu vinha
direto para seu laboratório porque ele sempre estaria aqui.
Oh Deus.
— Bom. Eu também.
Engoli em seco e a pressão da faca aumentou enquanto
acariciava minha garganta com ela. Eu vi como cortou
facilmente a alça da minha bolsa. Eu sabia que com pouco
esforço ele teria cortado minha pele delicada.
Ele riu.
Ele suspirou.
— Você está deixando sua imaginação brincar com você.
Eu não tenho nenhuma intenção de ferir você — a menos que
você me machuque em primeiro lugar.
Eu poderia correr.
Merda.
Oh Deus.
Mais próximo.
Sufoquei um grito quando seu braço enganchou na
minha cintura.
Ele riu.
— Eu trouxe.
Eu endureci.
— Nada.
Eu bufei.
Eu endureci.
Ele suspirou.
Ele sorriu.
— Eu decido isso.
Era ele.
— Eu não entendo.
— Não há nada para entender. Vá para casa, London. —
O ar em torno dele era perigoso, como se no momento em que
eu me aproximasse não haveria o suficiente para escapar dele
e do que ele quisesse.
Merda.
E desliguei.
London
Três noites.
E pairava no ar.
— Kai.
— Não.
Engoli em seco.
— Sim.
— Kai...
— Sim. — sussurrei.
— Shh, relaxe. Não farei isso até que você esteja pronta.
E você não está pronta. — Ele continuou a acariciar a área
até que lentamente descontraí. — É isso aí. — Ele arrastou
seu dedo para baixo ainda mais para a umidade e, em
seguida, voltou novamente.
E era.
Se apertou.
Tremeu.
Ele parou.
Tudo parou.
Por que ele iria lavar meus lençóis? Olhei por cima do
meu ombro para minha cama e vi o lençol branco de
reposição agora perfeitamente encaixado sobre o colchão. Ele
tinha mesmo cuidadosamente dobrado o edredom no lado da
cama que eu sempre dormia.
Droga.
Café?
Como ele sabia que era o meu favorito? Como ele sabia,
que era onde eu ia todas as manhãs antes das aulas e pegava
meu café e um croissant? Mas começou a fazer sentido. Kai
me conhecia porque ele esteve me observando.
Eu ri.
O dia todo.
Kai controlava.
— Kai, — eu sussurrei.
— Mmm.
Fiquei onde estava, sem olhar para ele, mas ouvi passos
através do quarto, em seguida, a luz do banheiro acendeu e
ligou a torneira por um minuto, em seguida, desligou.
— Levante-se.
— Deixe o lençol.
— Encoste-se.
— Fique quieta.
Eu fiquei.
Jesus Cristo!!
Onde eu me meti?
Deitei na cama sentindo-me estúpida, fraca e
completamente vulnerável.
E por que deveria seguir sua regra? Isso não fazia parte
do acordo.
— Kai.
Ele disse isso com tanta certeza que acreditei nele. Ele
manteve sua palavra até agora e não havia nenhuma razão
para isso. Ele, obviamente, trabalhava para algumas pessoas
poderosas que não tinham escrúpulos em ferir ou matar
ninguém. Mas Kai estava me protegendo. Eu sabia com cada
parte de mim.
Era isso.
— Puta merda.
— Vizinhos. — eu ofegava.
Não tinha ideia do que ele quis dizer com isso e eu não
tive tempo para contemplar ou perguntar porque uma batida
soou na minha porta.
Mais batidas.
— Senhorita Westbrook, tentei ligar, mas não houve
resposta.
O telefone tocou?
Namorado? O jogo?
— Certo, docinho?
— Namorado?
— Jogo?
— Quatro.
Eu olhei.
Cruzei os braços.
Eu estava irritada.
— Olá?
— London.
— Kai.
Ele continuou:
— Perderei uma noite se você fizer o que eu pedir.
— Combinado?
Ele riu.
— Bem.
— Pegou?
Eu balancei a cabeça.
— London?
— Sim.
— Você tentou?
— Não preciso provar algo para saber. Meu corpo sabe,
— Joguei de volta nele.
— Sim, mas você não estava até que eu disse para você
no telefone.
— O que mais?
— No hall de entrada.
— Certo.
Não tive certeza do que ele quis dizer, mas quando abri
minha boca para perguntar, ele disse:
— Pegue-o, London.
Olhei para o vibrador, caído entre as minhas pernas.
Corajosa. Eu era corajosa. Não tinha medo de tentar novos
alimentos. Saltei de bungee jumping com um grupo de
amigos da escola, da minha aula de química, há alguns anos.
Merda.
— Porra.
Ele saiu das sombras e estava na cama dentro de
segundos. Pegou o brinquedo e atirou-o pelo quarto com
tanta força que fez uma marca na parede.
Horas adiantado.
Se ele não quisesse falar, estava bom para mim. Não era
como se tivéssemos algo para falar, de qualquer maneira.
Ele fez uma careta, quando procurei por uma fuga, mas
ele bloqueou a única saída e por sua expressão inflexível, eu
não ia ter nenhuma.
— A faca.
— Sim.
— Boas pessoas?
— Isso importa?
— Sim.
2
Uma maneira de convidar alguém a ir à casa de outro alguém e terem relações sexuais.
Tentei olhar para baixo, mas ele não me deixou. Seus
dedos agarraram os fios do meu cabelo e puxaram
firmemente minha cabeça para trás.
Eu bufei.
— Lave-me.
A faca.
Era por isso que ele carregava uma, porque uma faca
causou estragos em seu corpo? Mas algumas cicatrizes
pareciam de queimaduras e outras eram mais amplas do que
as de uma faca. Tortura. Era impossível todas as cicatrizes
serem de um acidente. Deus, quem iria machucá-lo assim?
— Porra, baby.
Então, eu entendi.
E isso me aterrorizou.
Ele deve ter visto isso. Visto a realização. Visto algo nos
meus olhos, porque ele fez o que nós dois sabíamos que era a
única opção.
Tive que sair e nunca voltar, mais por causa dela do que
por minha causa. Já tinha arriscado muito por estar com ela.
Egoísta. Isso era o que eu fui. Mas não fui capaz de resistir a
ela depois de senti-la debaixo de mim, no capô do meu carro,
depois de finalmente tocá-la.
Xinguei e amaldiçoei.
E não parei até que cheguei à casa. Dirigi direto através
do muro de trás, onde usei o capô do meu carro para
alcançar a beirada da sua janela e me puxar até onde seu
quarto estava localizado. Ouvi os caminhões dos bombeiros
gritando enquanto eles se aproximavam, mas o crepitar do
fogo rugia na minha cabeça, muito mais alto. Enrolei minha
mão na camisa e quebrei sua janela com meu punho direito.
— Ernie.
Eu sabia.
Nenhum vínculo.
A Mãe estava certificando-se de que, agora, London
estava pagando o preço.
— Vai se foder! — Eu gritei.
Seu braço musculoso levantou e, em seguida, sua mão
me deu um tapa no rosto com tanta força que caí de joelhos.
Coloquei a palma da minha mão na bochecha latejante, o
impacto foi como se tivesse sido atingida com uma pá de
madeira.
— Mova-se.
Oh Deus.
— Deite.
Oh Deus. Ajude-me.
— O que você vai fazer? Por que você está fazendo isso?
Não mais.
— Aproxime-se.
Kai.
Talvez eu estivesse errada ao supor que ele estava aqui
para me salvar. Talvez tenha sido o mais estúpido
pensamento que eu já tive. Mas era tudo que eu tinha.
Raul riu.
— Mmm, talvez.
— Decepcionante.
— Sim, mestre.
— Porra, London.
Raul riu.
Raul riu.
— Sim.
Raul riu.
— Raven!
Kai riu.
— Hmm.
Kai falou:
— Sempre, baby.
Sempre.
Sempre.
Bang.
Bang.
Bang.
Eu puxei meus olhos para o terraço que dava para os
jardins. Kai levantou-se da cadeira e inclinou para trás.
— Fique aí.
— Não me deixe.
Não.
Não.
Não.
— Parece que ele não quer você. Acho que você vai ficar
com a gente.
Eu me debati.
Eu lutei.
Eu gritei para Kai.
Eu desmaiei.
Eu soluçava.
London.
Os olhos semicerrados e a expressão séria de Ernie dizia
tudo.
Eu fui vê-lo, mas não por escolha. Desde que estive fora
da comissão por semanas, Vault, ou seja, a Mãe, esteve me
observando. Eu ficava fora da rede, muitas vezes quando
estava em missões, por isso, não era incomum eu
desaparecer por um mês, mas ela queria que Dr. Westbrook
fosse checado. Ameaçado era o que realmente ela queria,
porque a droga que ele tinha dado a ela estava causando um
estado zumbi em sua cobaia, Connor, e ela estava chateada.
Então, aconteceu.
Eles a arruinaram.
Eu enlouqueci.
Meus olhos foram para Vic que estava com o corpo mole
de London por cima do ombro, imóvel. Não lutando.
Eu endureci.
Mas eu não podia fazer isso. Deck não era como eu. Ele
tinha moral. Ele era bom e ele estava aqui para levar London
para fora daqui, provavelmente, porque Sculpt ou sua garota
lhe tinham falado sobre ela.
Mas que porra Chaos estava fazendo? Isto tinha que ser
do meu jeito ou Jacob iria escapar com o que ele e Alfonzo
tinham feito com London durante anos.
Jesus Cristo.
Eu dei de ombros.
Alfonzo empalideceu.
Finalmente.
Jacob.
Jacob.
Não esperei para ver se ela fez, porque sabia que ela
faria qualquer coisa que eu dissesse. Eu me mantive
abaixado, quando saí do armazém, parando atrás de uma
corrente de transportadora. Balancei a cabeça para Deck que
estava se aproximando dos fundos do armazém.
— Baby. — eu murmurei.
Porra.
Porra.
Porra.
— Heroína. — eu disse.
Porra, London.
E uma vez que ela não tinha nada, não existia qualquer
pista. Nenhum rastro e isso significava que estava tornando
um trabalho impossível para Ernie encontrá-la. A única boa
notícia com isso era que se eu não pudesse encontrá-la, Vault
não poderia também e eles estiveram olhando por isso,
porque um par de meses antes, minha mãe me pediu para
trazer London. E pela primeira vez, eu não menti quando
disse a ela que não podia encontrá-la.
— Chefe.
— Dois minutos.
— Bouncer diz que ela está no beco. Você não vai gostar,
chefe.
— Entendi.
— Sem mais fugir. Você vai ter que ser minha Coração
Valente, a fim de sobreviver a mim.
Depois de alguns minutos, eu vi a tensão em torno de
seus olhos acalmar e sabia que o sedativo entrou em vigor. A
porta do clube se abriu e Ernie ficou lá.
— Venha aqui.
Porra.
— Responder a você.
Esperei. Paciente.
Anos. Jesus.
— Vá para a cama.
Porra.
— Tudo.
— Você gostou?
— Não.
— Por quê?
— Eu estava amarrada.
Eu dei de ombros.
— Eu posso... sair?
Finalmente. Isso levou cerca de três minutos, não era
mau. Peguei uma toalha do cabide. Ela se levantou e oscilou
um pouco. Rapidamente me aproximei dela, coloquei minhas
mãos sob as suas axilas, em seguida, levantei-a para fora da
banheira. Envolvi a toalha confortável em torno de seu corpo
trêmulo.
— Eu lembro.
— Posso ajudar?
Interessante.
— Já comeu?
— Não.
— Não.
Eu sorri.
— Ok.
Eu sorri.
Eu dei de ombros.
— Nenhuma razão.
London.
— Ambos os lados?
— Você disse?
Eu sorri.
— Foi isso que eles fizeram com você, London? Será que
eles bateram em você? — Sua cabeça balançava, mas isso
não era o que eu estava procurando. Puxei sua camisa para
cima. — Me responda.
— Sim.
— Sim.
— Você gostou?
— Nenhuma coisa.
Eu ri.
Eu sorri.
— Eu o odeio mais.
— Por que você estava lá? — Sua voz tremeu. — Por que
você foi para o México se iria me abandonar outra vez?
Eu acalmei.
— Não, querida.
— Merda.
Eu sorri.
— E se eu nunca lutasse?
— E agora?
Eu ri.
Levou um segundo e ela fez o mesmo. Ela já sabia a
resposta e foi por isso que ela tinha evitado a cama. Eu fiz
isso pela mesma razão pela qual dormi no sofá. Eu queria
que ela pensasse em mim quando se deitasse sobre os
lençóis.
— Eu sei.
— Eu quero…
Eu sorri.
— Kai.
— Bela. Bela.
— Preservativo, Kai.
Eu me acalmei.
— Como?
— Sempre.
— Sim.
— Kai?
— Sobre?
— Por quê?
— Eu…
— Era mais fácil ser Raven do que lutar para voltar a ser
normal. — Ela assentiu com a cabeça, deixando cair o queixo.
— Sim.
— Kai?
— Sim?
Eu sorri.
— Sim.
Ela bufou. Eu ri. Ela lutou contra mim, mas não por
muito tempo. Logo, meu jeans estava de volta no chão e ela
foi se submetendo a mim e não porque eu a obriguei.
Eu ri.
Eu dei de ombros.
Eu ri.
Ah, querida, você não tem ideia de com quem você está
lidando.
Ela se deitou.
Contenção.
Desamparo.
Vulnerabilidade.
— Mas comigo, você vai ter que ser mais forte do que
nunca. Vou fazer coisas que você não vai gostar e pedir coisas
que você não entende, mas precisa confiar em cada palavra
que sai dos meus lábios.
— Beije-me, Kai.
Foi possessivo.
Foi um julgamento.
Tudo.
Ele sorriu.
— Por quê?
Pensei sobre isso. Estava amarrada em uma cama com
um homem em cima de mim e estava completamente
indefesa, como eu estive por anos, mas era um tipo diferente
de medo.
— Huh?
— Eu sinto. Eu o sinto.
— Lute, London.
Então eu lutei.
Presa.
Não.
Não.
— Não. Não.
Livre.
— Sim.
— Sim.
Foi então que percebi que talvez isto não fosse apenas
sobre mim. Isto era sobre ele. Ele não podia lidar vendo-me
de joelhos. Eu não tinha certeza se era um lembrete do
México ou outra coisa, mas o que quer que fosse, ele estava
lutando contra isso a cada segundo em que eu ficava de
joelhos.
— Mas por que sua mãe faz isso? Por que ela iria enviar
seus filhos para um lugar como esse e por que aprisionar sua
irmã?
— Mas não era medo por mim. Era o medo por minha
irmã. — Ela endureceu. — Eles sabiam disso também e o
usaram contra nós. Foi quando eu soube que o que queriam
era me quebrar até o ponto onde eu não me importasse com
ninguém.
“Você não foge, London. Você faz o que tem que fazer, a
fim de sobreviver. Aprende a jogar o seu jogo por suas
regras”.
— Como agora.
Ela engasgou.
— O que?
— Sim.
— Sim.
— Oh.
Porra.
Isso me prendeu.
Não sabia o que era o amor, mas o que eu sentia por ela
era indescritível com uma única palavra. Isso era mais
poderoso. Era tudo o que consumia.
— Não.
— Sim.
Ela engasgou.
— Sim.
— Impressionante.
Medo.
— Quem é você?
— Isso importa?
Eu olhei.
Eu sorri.
— Vai se foder.
— Entre.
— Para onde você está me levando?
— Vault.
Sem alma.
Agora eu dava.
Eu odiava coincidências.
Parei.
— Não.
Desliguei.
Tique-taque.
Tique-taque.
Tique-taque.
França
Ela riu, mas o som não chegou aos seus duros olhos
safira que outrora foram suaves e gentis.
— Kai?
— É hora, Chess.
— Eu não entendo.
— O quê?
Eu tinha segundos.
— Eu vou matá-la, Chess. Um dia, eu vou matar a Mãe.
Não desista de mim. Não importa o quê. Haverá um momento,
Chess. A hora de acabar com isso.
— Ainda não.
— Kai, ele estará aqui. Sei que ele estará. Sei que ele é o
único que tinha a fazenda quando foi movida. — Eu sabia
exatamente a quem ela estava se referindo — à um membro
do conselho que manteve o rosto escondido. — Talvez eu
possa olhar bem para ele e desenhá-lo. Então, vou ser capaz
de enviá-lo para... — ela parou.
Ela sussurrou:
— Ele prometeu.
Tristan era o menino que ela falou nesse dia que saiu da
sala de aula.
Eu entendi agora.
— Não.
— Kai.
— Não.
Eu sorri.
Eu balancei a cabeça.
Eu sorri.
— Porta da frente.
Eu dei de ombros.
Chess.
Era alívio.
Era conforto.
— Chess.
— Chess. — eu repeti.
— Não!
— Mas...
Porra.
— A menina de Kai.
Ele apontou sua arma para mim, mas era tarde demais.
Minha lâmina cortou o ar como uma bala. Brice não teve nem
mesmo tempo para puxar o gatilho antes que a minha faca
cravasse em seu pescoço.
— Me dê cinco.
Clique.
Fodido, Cristo.
— Porra. — eu praguejei.
— Lon...
— London. Pare.
— Kai?
— Kai.
Deus, ela era a mais bela vista que eu já vi. O jeito que
ela olhou para mim... Porra, se eu morresse naquele
momento, tudo valeria a pena por ver aquele olhar em seus
olhos. Eu era a razão de ela estar aqui, a razão de toda a sua
dor e ainda assim, eu era egoísta por continuar desejando-a.
Necessitando ela.
— Deck?
— Braços. — insisti.
London era a razão para tudo isso. Ela era a razão pela
qual eu tinha essa ‘semiconfiança’ em Deck. Ela foi a
mudança dentro de mim.
— Não.
Eu bufei.
Deck assentiu.
Eu ri.
Eu dei de ombros.
Ele bufou. Minha irmã fez uma careta para mim antes
de olhar para London. Ela deu um passo para frente,
estendeu a mão e se apresentou.
— O meu também.
— Eu sei. — eu murmurei.
— Pronto?
— Jesus, Kai.
— O que agora?
— Isso é possível?
Ele deslizou a mão pelo meu braço até que seus dedos
ligaram com os meus e me ajudou a sair do capô do carro.
— Nós vamos.
— Sim.
Eu precisava. Desesperadamente.
— Feche a porta.
Eu fechei.
— Quem?
— Não importa.
— E necessário.
— Não vá.
Ele olhou para mim por um segundo, em seguida, seus
olhos percorreram meu corpo e minha barriga embrulhou.
— London. Porra.
— Peter Dorsey.
Vic disse:
— Sim.
Deck assentiu.
— O pai de London.
— Georgie as trouxe.
— Não.
Vic disse:
— Chaos.
Eu sorri.
London endureceu.
— E o meu pai?
Eu o odiava.
O temia.
Desejava ele.
Precisava dele.
E o amava.
Nunca.
— Sempre.
Meu irmão.
Connor.
— Chaos.
— Você fez isso com ele. Isso é culpa sua, seu filho da
puta. Você o destruiu. — Bati em seu peito, enquanto Kai
ficava imóvel. — Ele era bom, caramba. Ele era bom. Ele era
bom. — E agora se foi.
— Não. Ele não vai. Mas ele ainda é seu irmão. E está
vivo e isso significa que há uma chance.
Kai disse:
Kai continuou:
Olhei para seu irmão, que não tinha nada além de dor
devastadora em seu rosto. Eu sabia só de olhar, porque tinha
sofrido também e isso me mudou. Você não esquecia. Você
acabava por aprender a adaptar-se ao horror e sobreviver nas
sombras negras.
Eu balancei a cabeça.
— Você?
Georgie deu de ombros.
Ela bufou.
— Limpo.
Deck também.
— Pistola, London.
Merda.
Eu hesitei.
— Bem eu acho...
Balancei a cabeça.
— Kai...
Isso era tudo que ele tinha a dizer e Deck foi para
Georgie.
— Pai?
Olhei dele para o meu pai e sabia que algo estava errado
e não apenas a preocupação estampada em seu rosto pálido,
mas era como se ele estivesse doente. Linhas pretas pesadas
estavam sob seus olhos e ele parecia dez anos mais velho do
que da última vez que eu o vi.
— Pai. Não.
Kai balançou a cabeça.
— Algo mais?
— Pai?
— Pai?
Tudo mudou.
— Pai!
— Pai...
Engoli em seco.
— Câncer?
Ele assentiu.
Eu balancei a cabeça.
— Responda-me, baby.
— Tudo limpo.
Era Kai.
Eu não tinha que olhar para minha irmã para saber que
ela estava furiosa com a minha indiferença. Tristan, sem
dúvida, estava impedindo-a de pular no meu rosto.
Ele riu.
— E o que é isso?
Eu ri.
— Estou ouvindo.
— Não por telefone. — disse Dorsey. — Encontre-me.
Em Vegas. Sem o cara ex-JTF2.
— Ok.
Eu sorri.
Deck assentiu.
— Por que ele fez isso? Por que ele levou o tiro? — Mais
uma vez, não havia necessidade de responder e não acho que
ela quisesse. Estas eram perguntas que ela sabia as
respostas. Ele estava morrendo e queria fazer algo que fosse
incapaz de fazer, quando se envolveu com Vault... salvar a
sua filha.
— Obrigada.
— Pelo quê?
— Você acha.
— London...
Eu ri.
— Você é brilhante.
— Sempre, baby.
— Ernie?
Eu sorri.
Ele continuou:
Eu ri.
Eu sorri.
Eu ri.
— Sim. Mas você me conhece melhor do que isso,
Dorsey. Uma confusa execução pública é sua especialidade,
não a minha. — Eu me inclinei para frente abaixando minha
voz. — Nome.
Continuei andando.
Ernie?
Ele mandou uma mensagem de volta.
Seguro.
Não ia acontecer.
— Porraaaaaa!
A porta se abriu.
A menina assentiu.
— Georgie. Não.
— Deck.
Fiquei tenso quando ela disse seu nome. Ele era tão
familiar, mas era como tentar laçar uma nuvem escura.
Minha mente falhou de novo e de novo em encontrar
qualquer razão porque eu o conheceria. Não, eu o conhecia.
Eu a conhecia, também. Mas minha mente lutava contra mim
a cada etapa.
Georgie engasgou.
Sorvete.
— Por quê?
— Kai?
— Ernie?
— Ei, linda.
Eu balancei a cabeça.
— Desculpe?
Eu estava começando a gostar de Tristan, apesar de sua
arrogância. Ele não levaria a merda da minha irmã e minha
irmã ia ser um punhado. Seu coração foi sempre sua
fraqueza e ela desceria para Colômbia e correria no meio de
um tiroteio, a fim de ajudar essas crianças.
— Kai?
Dei de ombros.
— Sem escolha. Eu disse que iria apoiá-lo sobre isso,
Georgie.
— Ernie, me dê dez.
— Porra. Connor.
— Ela não está aqui. Onde ela está? — Sua voz era
áspera e o suor escorria pelo seu rosto. O cara parecia como
se estivesse queimando em febre.
— Deck. Agora.
Mas era tarde demais.
Ok.
Sempre, London.
— Família?
Tyler suspirou.
Tyler continuou:
Tyler assentiu.
— Si. Si.
— Eu estou bem.
Deck acenou com a cabeça, as sobrancelhas baixas,
enquanto continuava a andar até chegar ao lado oposto da
construção.
Deck bufou.
— Porra, não.
Nós fomos nesta posição porque Vic disse que eles eram
uns filhos da puta preguiçosos que fumavam muito e não se
preocupavam em olhar durante a hora que ele estava
assistindo o complexo.
Vic respondeu:
— Limpo.
Tyler repetiu:
— Limpo.
Um.
Dois.
Três.
— No poço. Trick.
— Trick?
— Porra. Tyler.
Nenhuma coisa.
Eu ri.
Então vi o rifle.
Connor.
— Está na hora.
Ele se acalmou.
Ele sorriu.
— Você se lembra?
Perguntou Deck:
— Quem?
Ele bufou.
— Ok.
Olhos fechados.
Corpos fundidos.
— Sempre, baby.
— Meu bem?
— E se você pedir?
Eu tinha-o.
Ele sorriu.
Revirei os olhos.
— Você já é minha.
— Mmmm... — eu murmurei. — Verdade. E agora eu
vou lhe mostrar que você é meu.
— Para felicitá-lo?
— Negócios.
— Você acha que meu irmão não vai fazer tudo ao seu
alcance para acertar as coisas com você? — Ela me puxou em
direção ao bar. — Dou-lhe um mês antes que vocês assinem
toda papelada.
Eu ri.
— Negócios.
Ele assentiu.
Ele sorriu.
Eu ri.
Kai assentiu.
— Oi.
Georgie riu.
— Porra.
Catalina.
Para os leitores,
todos.
Abraços,
Nashoda
Nashoda Rose é uma das autoras mais