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CENTRO DE EDUCAÇÃO – CE
CURSO DE PEDAGOGIA
NATAL-RN/2016
1
CARLA CAROLINE SILVA DE MELO
NATAL-RN
2016
2
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS DIRECIONADAS AO ALUNO COM
AUTISMO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Por
Carla Caroline Silva de Melo
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Dra. Géssica Fabiely Fonseca (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Me. Pedro Luiz dos Santos Filho
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Me.Cláudia Roberto Soares de Macêdo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
NATAL/RN
2016
3
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS DIRECIONADAS AO ALUNO COM
AUTISMO NO ENSINO FUNDAMENTAL
RESUMO
O Autismo é um transtorno caracterizado por diferenciações no comportamento
do sujeito, especialmente na área da comunicação e das interações sociais
desde os primeiros anos de vida. O presente artigo tem o objetivo de analisar
as concepções e estratégias pedagógicas na escolarização de alunos com
autismo na cidade de Natal/RN. A metodologia deste trabalho se insere na
modalidade da pesquisa qualitativa e o ponto de partida para a investigação
dessa temática é a observação participante da pesquisadora enquanto
estagiária em uma instituição de ensino regular no acompanhamento de uma
criança com autismo contribuindo para a construção de uma rotina no ambiente
escolar estabelecendo percepções que se articulam aos instrumentos para a
coleta de dados. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada, na qual participaram
duas professoras que lecionam alunos com autismo, cujos relatos descrevem
como acontece o processo de ensino e aprendizagem dessas crianças em
classe comum. Os resultados mostram, de maneira geral, como são aplicadas
as estratégias utilizadas na escolarização desses alunos, suas interações com
outras crianças e com o ambiente com o qual convive, promovendo a
construção de uma rotina que contribua para o seu desenvolvimento social,
cognitivo e motor. O estudo conclui que as estratégias pedagógicas podem
favorecer ou minimizar a participação e aprendizagem de alunos com autismo.
ABSTRACT
Autism is a disorder characterized by differences in the behavior of the subject,
especially in the area of communication and social interactions from the earliest
years of life. This article aims to analyze the conceptions and pedagogical
strategies in the schooling of students with autism in a regular school of
education in the city of Natal / RN. The methodology of this work is part of the
qualitative research modality and the starting point for the investigation of this
subject is the participant observation of the researcher as trainee in a regular
teaching institution in the accompaniment of a child with autism contributing to
the construction of a routine in the school environment. The instrument for the
data collection was the semi-structured interview, in which two teachers who
taught students with autism participated, whose reports describe how the
teaching and learning process of these children in common class happens. The
results show, in a general way, how the strategies used in the schooling of
these students are applied, their interactions with other children and the
environment with which they coexist, promoting the construction of a routine
contributing to their social, cognitive and motor development. The study
concludes that pedagogical strategies can favor or minimize the participation
and learning of students with autism.
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Sumário
1.INTRODUÇÃO........................................................................................................... 6
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O AUTISMO ................................................................ 8
3. O ALUNO COM AUTISMO NA ESCOLA REGULAR .............................................. 10
4. ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS UTILIZADAS NO ENSINO DE ALUNOS COM
AUTISMO ................................................................................................................... 15
5. METODOLOGIA ..................................................................................................... 19
6. RESULTADOS ....................................................................................................... 20
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 34
8.REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 36
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1.INTRODUÇÃO
6
sujeito, e que os alunos inseridos nesse processo, independente das
dificuldades, sejam beneficiados com as propostas educacionais. Portanto, faz-
se necessário organizar propostas pedagógicas condizentes com as
especificidades dos alunos com vistas ao desenvolvimento de suas habilidades
e potencialidades.
Desenvolver um estudo sobre autismo e identificar maneiras de como
trabalhar esse transtorno dentro da escola regular não é tarefa fácil, mas
também não é uma prática que está fora do alcance das instituições de ensino.
Nesse sentido, é de grande relevância o estudo dessa temática,
considerando a perspectiva da inclusão e suas implicações para os processos
de ensino e aprendizagem (PEREIRA, 2006).
Para que a inclusão seja uma realidade, é preciso rever políticas
públicas e práticas pedagógicas, além de outras barreiras não só arquitetônicas
como também atitudinais. Nessa perspectiva, é importante ressaltar, caminhos
para contribuir com os alunos autistas na organização do seu dia a dia, bem
como na tarefa de se comunicar com os outros e de ingressar em qualquer
espaço social.
A inclusão escolar do autista é para escola um desafio ainda maior, uma
vez que a manifestação dos comportamentos estereotipados tem maior
proporção no âmbito social, representando uma dificuldade significativa para se
estabelecer relações comunicativas e afetivas do sujeito e seus pares.
O professor tem papel central nos processo de inclusão escolar. Faz-se
necessário que esse profissional visualize as diferentes necessidades dos
alunos e organize práticas com vistas a garantir o acesso, permanência,
participação e aprendizagem do aluno com deficiência (COSTA, 2006).
No próximo tópico serão apresentadas as concepções teóricas acerca
do autismo, a partir de uma breve retrospectiva histórica, explicitando
elementos como conceitualização e diagnóstico do transtorno do espectro do
autismo.
7
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O AUTISMO
1
O termo utilizado associa-se as ações que são desenvolvidas comumente pela maioria das crianças na
faixa etária em que se encontra os sujeitos com autismo observados nessa pesquisa.
8
automático quando desenvolviam a linguagem, mostravam-se alheios aos
processos de socialização e contato interpessoal (MACIEL; FILHO. 2009).
Mais tarde, novos estudos foram realizados nessa área. Rutter (1997),
ao estudar o assunto, define o autismo, como uma síndrome comportamental
própria de um quadro orgânico do ser. Esta análise deu outra direção aos
estudos nessa área, tendo em vista que até então, o autismo estava sendo
considerado na categoria de psicose infantil. O sujeito com esse transtorno
apresenta um déficit cognitivo que atinge a linguagem e os processos centrais
de codificação, implicando seu comportamento social (RUTTER, 1997).
Em linhas gerais, o autismo é um transtorno global do desenvolvimento
que geralmente é diagnosticado na criança por volta dos três anos de idade,
como um distúrbio neurológico que compromete a habilidade da criança nos
campos da comunicação, da interação social com outra criança na maneira de
se relacionar. Além disso, também é caracterizado por comportamentos,
atividades e interesses restritos, apresentando movimentos repetitivos e
estereotipados. Essas manifestações, a respeito do desenvolvimento da
criança com autismo, variam dependendo do nível e da idade do sujeito.
(SILVA E ALMEIDA, 2012).
No que se refere ao diagnóstico do autismo, os registros documentais
sinalizam que tem como parâmetro primordial a observação do comportamento
da criança. Essa observação tem como foco especialmente as áreas de
comunicação, socialização, movimentos focalizados e repetitivos. Caso o
sujeito apresente diferenciação na socialização, na comunicação e evidenciar
comportamentos estereotipados pode ser diagnosticado com o TEA. (MACIEL;
FILHO, 2009).
Nessa perspectiva, pela necessidade de saber lidar com pessoas
autistas nos mais diversos espaços foi-se entendendo a importância de estudar
o transtorno e assim refletir sobre estratégias de inclusão que pudessem
contribuir para o seu desenvolvimento no âmbito social, cognitivo e motor, bem
como refletir sobre os processos de escolarização do aluno com autismo.
Quanto à nomenclatura e a determinação de características próprias do
transtorno em estudo, a iniciativa foi da Associação Psiquiátrica Americana
(APA) que por intermédio de uma aplicação clínica, havia um interesse em
9
categorizar os transtornos mentais, a fim de promover um diagnóstico mais
seguro e facilitar as pesquisas empíricas realizadas. O documento remete-se a
um Manual de Diagnóstico Estatístico de Transtornos mentais (DSM) que
contém uma lista de diagnósticos categorizados junto à descrição clínica de
cada categoria apresentada (ARAÚJO; NETO. 2014).
A mais atual publicação desse documento é a DSM-5, que objetiva a
distinção entre os transtornos, a fim de estimular uma avaliação mais completa
e detalhada do paciente. No caso do Autismo, do Transtorno Desintegrativo da
Infância e das Síndromes de Asperger e Rett foram levantadas algumas
modificações na nomenclatura, antes do DSM-5. Anteriormente, tais
transtornos eram incluídos dentro do termo “Transtornos Globais do
Desenvolvimento”. Após a mais nova publicação, esses transtornos foram
concentrados em um único diagnóstico, classificado como Transtorno do
Espectro Autista. A visão científica compreende todos esses em uma mesma
condição, com gradações dos seguintes sintomas: déficit na comunicação e
interação social; padrão de comportamentos, interesses e atividades restritos e
repetitivos (ARAÚJO; NETO, 2014).
No tópico a seguir serão apresentados elementos acerca da inclusão do
aluno com autismo na escola refletindo sobre os processos de ensino e
aprendizagem desses sujeitos.
10
A Educação Especial foi contemplada dentro da legislação (LDB
9.394/96), como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades
do sistema educacional brasileiro. Esse foi um marco significativo na história da
Educação Especial, pois, foi concebida como modalidade de ensino destinada
a pessoas com deficiência em instituições de ensino regular (BAPTISTA;
BOSA, 2002).
Na atual organização das políticas públicas de educação especial, o
atendimento educacional especializado se materializa como um dos serviços
pedagógicos complementares ou suplementares a escolarização, uma vez que
estará trabalhando diretamente com as singularidades específicas de cada
criança, embora apresentem o mesmo diagnóstico, são únicas em todos os
âmbitos de suas vidas, precisando, portanto, de uma atenção diferenciada
(GOMES E MENDES, 2010; BAPTISTA, 2011).
As propostas de educação inclusiva vêm, historicamente, se
estruturando em maior proporção, convidando a escola brasileira a rever sua
organização interna a partir da avaliação de suas metas na escolarização de
pessoas com deficiências. Na perspectiva de viabilizar o acesso ao
conhecimento do aluno com o TEA, é imprescindível uma organização
pedagógica sistemática, como também a preparação de quem está à frente da
instituição de ensino, ministrando esses conhecimentos, a fim de atingir uma
grande quantidade de alunos. (BAPTISTA, 2011).
A escola enquanto instituição que contribui para o desenvolvimento
integral do sujeito teve que começar a preocupar-se com suas estruturas
internas quanto à qualidade do ensino e, sobretudo, com o seu corpo físico a
fim de dar as condições necessárias ao acesso, uma vez que as pessoas com
deficiência estariam amparadas legalmente pelo direito a educação em rede
regular de ensino.
A escola é um espaço no qual ocorrem vários relacionamentos, aluno-
professor, professor-aluno, aluno-aluno e dessa forma, pode contribuir para a
constituição de laços de afetividade e socialização. Esses aspectos são
essenciais para a construção uma rotina escolar no caso dos alunos com
autismo. A respeito dessa reflexão, alguns estudiosos já desenvolveram
11
estudos que indicam a necessidade dessas relações sociais para o pleno
desenvolvimento do ser (VYGOTSKY, 2010).
A abordagem vygotskyana ressalta a interação humana precisamente
como contribuição no desenvolvimento do sujeito. As capacidades psicológicas
se constituem a partir da interação com a cultura e com os pares. Segundo
Vygotsky (2010, p.16),
12
Essas estratégias de mediação estão relacionadas à comunicação e
apropriação de um código linguístico. Silva e Almeida (2012) destacam que:
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A respeito disso, Deliberato (2008) ressalta as estratégias de
comunicação alternativa e aumentativa como recursos para o desenvolvimento
da linguagem e, portanto, interfere na escolarização dos alunos com TEA.
Quanto aos recursos que podem contribuir para a comunicação de
alunos com TEA é conhecida como prancha de comunicação alternativa ou
ampliada e se propõe sua utilização na sala de aula como uma ferramenta que
auxilia a criança na tarefa de se comunicar. Esse recurso dá oportunidade de o
aluno estabelecer um viés de comunicação com outras pessoas a partir de
imagens ou objetos em miniaturas. Para a sua construção deverão ser levadas
em consideração a rotina da criança com suas necessidades básicas, bem
como os horários de atividades permanentes. O material de sua confecção
pode ser de sucata e deve reunir objetos de interesse da criança
(DELIBERATO, 2008).
Nesse sentido, a escola pode apresentar intervenções na vida da
pessoa autista tomando como base o desenvolvimento de suas
potencialidades. Dentre elas, a prioridade é entender que esse sujeito
apresenta condições para aprender, apenas reage ao mundo de maneira
diferente, não sendo esse um indicador que inviabilize a construção de uma
vida social igual a outras pessoas que edificam suas famílias, se
profissionalizam (MACIEL; FILHO, 2009).
As pessoas são seres diferentes muito embora tenham características
semelhantes em seu modo de ser, de pensar, de se expressar. Nesse
contexto, se destacam as crianças autistas que também apresentam
características distintas em seu comportamento mesmo apresentando muitas
atitudes e características do transtorno. Dessa maneira, é necessário, antes de
qualquer coisa, enxergar o autista como pessoa, que se apresenta no mundo
como um ser, que tem vontades próprias, desejos particulares que o
caracteriza no meio social como alguém diferente de outro alguém. (SILVA;
ALMEIDA, 2012).
Dessa maneira, se faz necessário que dentro da sociedade e, sobretudo,
dentro da escola, sejam consideradas as especificidades, o tempo e maneira
de desenvolver-se de cada sujeito, pois cada um tem ritmos e estilos de
aprendizagem diferenciados. No caso de algumas condições de alunos com
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TEA, serão utilizadas estratégias especializadas com a finalidade de
desenvolver habilidades necessárias para a aprendizagem dos conhecimentos
acadêmicos da escola.
É bem verdade que o ensino regular tem competência de promover a
construção do conhecimento sobre as várias ciências, todavia, a escola precisa
moldar-se a fim de contemplar também o atendimento de crianças que não
acompanham de maneira convencional o grupo, mas que está aprendendo em
um tempo diferente dos outros.
No próximo tópico serão apresentadas estratégias pedagógicas que
podem contribuir para os processos de ensino e aprendizagem de alunos com
autismo.
15
percepção inicial, o professor terá condições de indicar práticas de ensino que
favoreçam a diversidade dentro de sala de aula.
A construção de propostas inclusivas deve ser condizente com a
realidade de cada criança em seu contexto escolar específico, posteriormente o
professor deve estabelecer um viés de comunicação com a família a fim de
identificar os interesses do seu aluno, como também o que o deixa mais irritado
ou insatisfeito.
Maciel e Filho (2009) destacam em sua abordagem a experiência de
uma mãe que desenvolveu com seu filho autista métodos pedagógicos
favorecendo a sua aprendizagem a partir daquilo que ele mais gostava de
fazer. O comentário abaixo retrata um pouco dessa vivência:
16
vida social com outras pessoas, bem como podem ser o ponto de partida de
algumas estratégias utilizadas na sala de aula (MACIEL; FILHO, 2009).
Outros estudos realizados em escolas da rede municipal de Belo
Horizonte, indicam como a escolarização de crianças com autismo vem
ocorrendo e que a prática nessas salas de aula não tem viabilizado uma
educação inclusiva de qualidade a partir da perspectiva de professores, pois
embora se tenha uma alta porcentagem de estagiários para o
acompanhamento de alunos com autismo, alguns fatores impedem o sucesso
desse exercício. Esse fator implica diretamente na aprendizagem dos
conteúdos pelas referidas crianças, pois há uma baixa participação nas
atividades e pouca interação com os colegas (GOMES; MENDES, 2010).
Ou seja, a vinda desse “professor auxiliar” deveria dar condições do
professor “titular” da turma articular melhor o trabalho de inclusão, uma vez que
otimizaria seu tempo quando orientasse o estagiário segundo a sua proposta
de trabalho e este daria prosseguimento as atividades, auxiliando
especialmente aquelas que os alunos autistas mais sentissem dificuldades. No
entanto, o que acontece é que não dominam os conhecimentos básicos para
estarem onde estão.
Com base no estudo de Gomes e Mendes (2010), os estagiários não
tinham formação pedagógica de nível superior na atuação da prefeitura de Belo
Horizonte. A presença dos estagiários está associada ao acesso e
permanência dos alunos com autismo na escola regular. Porém, não foram
levadas em consideração as necessidades das crianças nos processos de
ensino e aprendizagem restringindo o papel do auxiliar ao mero
assistencialismo (GOMES; MENDES 2010).
A sala de aula precisa ser um espaço atrativo, inovador em que a criança
autista possa sentir-se a vontade para o estabelecimento de mínimas relações
de confiança para com o grupo do qual é integrante. Nesse ambiente, precisa
conter objetos que lhe chamem atenção e que lhe despertem o desejo de ter
um contato aproximado, possibilitando a perda do medo com a experiência com
o manuseio de objetos diferenciados. Sem dúvidas, a organização da sala de
aula, a disposição das coisas, também contribui para que sejam aplicadas pelo
professor várias possibilidades de aprendizagem.
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Conforme Silva e Almeida (2012, p.72), as estratégias pedagógicas
direcionadas a alunos autistas devem:
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confortável neste espaço, em seguida, a estrutura interna de sala de aula exige
a organização docente, ou seja, um educador sensível na identificação das
limitações e, sobretudo das potencialidades do sujeito.
Posteriormente, um preparo maior direcionados aos profissionais que
trabalharão no acompanhamento direto desses alunos, para que estes
compreendam a diferença de um atendimento especializado frente a um
atendimento assistencialista para com o referido público.
A seguir, será exposta a metodologia do trabalho. Esse tópico mostrará
as características da pesquisa, os instrumentos utilizados, bem como o
percurso pelo qual caminhou o estudo e ainda como se deu a busca dos
resultados.
5. METODOLOGIA
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A entrevista semi-estruturada (APÊNDICE 1) foi utilizada como
instrumento para coleta de dados no segundo semestre de 2016. Essa
modalidade permite uma maior flexibilidade para o alcance dos resultados, pois
não determina uma estrutura padrão, um modelo pronto e acabado que deve
ser adotado fielmente pelo pesquisador. Assim, este último tem mais
autonomia para organizar um roteiro de questionamentos mais aberto para o
entrevistado, levando em consideração, sobretudo, que outras dúvidas
pertinentes podem surgir no desenrolar da conversa. Dessa forma, o trabalho
desenvolve-se com mais naturalidade, deixando o diálogo ocorrer entre
entrevistado e entrevistador de maneira saudável e dinâmica.
Por meio da entrevista é possível identificar as percepções dos sujeitos
sobre determinado fenômeno. A partir de tal vivência, explicitam através do
discurso oral, as particularidades de suas experiências. O entrevistado
apresenta suas concepções e os significados aos processos sociais e
educativos (FRASER; GONDIM; 004).
A análise dos resultados é extremamente focalizada na fala do
entrevistado, desconhecendo a possibilidade de que esta foi elaborada por
meio de uma influência mútua e das interações que entrevistado e
entrevistador estabeleceram entre si. Nas entrevistas realizadas
individualmente, o mapeamento será obtido pela posterior análise comparativa
de cada uma das entrevistas transcritas, para os procedimentos analíticos
(FRASER; GONDIM; 2004).
Nessa perspectiva, foram entrevistadas duas professoras que trabalham
diretamente com crianças autistas na sala de aula regular. Depois de ter feito a
transcrição dos relatos, será agora realizada a análise daquilo que foi relatado
pelas educadoras acerca da sua prática.
6. RESULTADOS
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família e a escola, as quais pôde ajudá-la a organizar uma rotina, cujo processo
é de fundamental importância na vida do sujeito com autismo.
A primeira categoria dos conhecimentos acerca da educação especial
no âmbito da formação inicial, Rosa e Maria tiveram experiências diferentes.
Maria teve a oportunidade de estudar disciplinas obrigatórias e aprofundar
algumas temáticas sobre educação inclusiva nas experiências de iniciação
científica voltadas a essa área. Rosa ressalta as lacunas na formação inicial no
que se refere ao trabalho pedagógico direcionado aos alunos com autismo, ou
outras deficiências. No discurso de Rosa percebe-se a relevância das
experiências pedagógicas direcionadas as pessoas com deficiência como
elemento de aprendizagem profissional, estas que por sua vez são de fato
adquiridas com o contato real que a prática proporciona:
Ela comenta:
Pouquíssimo, muito pouco mesmo e o pouco que eu tive não
deu pra aprender o que sei agora, eu vim aprender aqui, depois
que comecei a trabalhar, com a prática, mas na faculdade não
(ENTREVISTA COM A PROFESSORA ROSA).
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de sistematização das séries iniciais. A prática docente acontece de forma
coletiva entre as duas professoras e a estagiária que atua como professora
auxiliar, pois no grupo das duas turmas somente uma aluna é diagnosticada
com o TEA, portanto, ambas apresentam fatos não de uma mesma
experiência, mas com um mesmo sujeito, centro desse estudo. No decorrer da
conversa informal, a professora Rosa relatou experiências com outras crianças
com TEA, no período que está na escola, que inclusive foi a mesma criança
alvo do estágio realizado pela pesquisadora.
Os discursos a seguir apresentam a questão das interações do aluno
com TEA e seus pares, bem como a adaptação das atividades como um dos
caminhos para motivar a participação dos alunos nos processos de ensino e
aprendizagem da colega autista:
Aqui dentro da sala a gente trabalha atividades que geralmente
é em grupo e a gente já faz de propósito, a gente faz
justamente pra incluir esse aluno, porque como eles estão
trabalhando em grupo e ela (a criança autista) está dentro do
processo, então ela está aprendendo também só que de outra
maneira, o mesmo conteúdo, o mesmo assunto só que com os
amigos e aí eu sempre oriento as crianças que estão no grupo
da criança com autismo pra eles sempre se dirigirem a ela,
sempre trabalharem com ela, explicar o que ela tem que fazer,
explicar o que o grupo está fazendo e assim ela consegue
compreender a proposta. (ENTREVISTA COM A
PROFESSORA ROSA).
As professoras explicam:
A gente tem uma parceria muito legal com a orientação da
escola, que nos orientam a como proceder no processo de
aprendizagem dos alunos, por exemplo, tem um aluno com
síndrome de Down (não entra na sua pesquisa, mas é só pra
dá um exemplo) que gosta muito de comida, então nós
procuramos elaborar suas atividades de acordo com o seu
interesse, no caso, palavras e imagens de comida pra que ele
possa associar. Pra que tenha sucesso, buscamos sempre
trazer o planejamento de acordo com o interesse do aluno.
(ENTREVISTA COM A PROFESSORA MARIA).
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salientar que o trabalho vai sendo estruturado a partir do interesse do aluno,
segundo as professoras foi o caminho encontrado para a participação dos
alunos nas práticas até agora vivenciadas. Mas, em determinados momentos, é
necessário trabalhar a dificuldade específica da criança, nesse caso, são
propostas atividades individualizadas para o aluno com TEA.
Quanto ao acompanhamento pedagógico da aluna com TEA em sala de
aula, destaca-se no discurso oral das professoras a quarta categoria
denominada: relevância da professora auxiliar, uma vez que, como já foi
mencionado anteriormente, o planejamento deve comportar todas essas
realidades do grupo, portanto, para o cumprimento das propostas de ensino
planejadas e no desenvolvimento destas, a referida aluna precisará de mais
atenção, pois apresenta limitações no campo cognitivo, as quais solicitam
constantemente a mediação do adulto em fazer coisas diversas. Os
comentários das educadoras esclarecem tal necessidade.
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acompanhamento das crianças com TEA mediando às relações sociais no
meio escolar, no desenvolvimento de sua autonomia e aprendizagem.
É importante compreender como são estabelecidas as relações com os
colegas, a aceitação do espaço e de outras vivências que a escola propõe e
como a criança autista administra essas experiências. A esse respeito as
professoras relatam que a aluna com TEA apresenta boa aceitação e
compreensão acerca do comportamento que deve ter frente a esses momentos
coletivos.
Os discursos das docentes exemplificam a participação da aluna nas
atividades desenvolvidas fora de sala, manifestando o desejo que a aluna
desenvolveu de estar em grupo, participando de atividades extraclasse junto
aos colegas.
Ela adora a Educação Física, participa muito bem, entende muito
bem as regrinhas do jogo, espera na fila, no jogo de basquete
entende que é pra jogar a bola na cesta e joga e muitas vezes
até acerta, os alunos até questionam: ela acertou e eu não
acertei? É uma criança que participa muito. Na sexta feira, no
momento do intervalo, nós temos aqui a Zumba e ela dança
perfeitamente. Ela está sempre interagindo com os colegas,
sempre está perto deles e eles também perto dela. Ela interage
tranquilamente com os alunos da escola. Ela já apresentou
comportamento agressivo, mas hoje em dia é mais a questão de
ficar perto, de querer carinho, mas não presenciei nenhum
momento como esse. Estou na instituição apenas há três meses.
(ENTREVISTA COM A PROFESSORA MARIA).
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empregadas numa frase conseguem comunicar o que quer. Enfatizam,
portanto, a importância de uma atenção especial do professor às ações
permanentes da criança a fim de perceber a sinalização que faz para se
fazerem entendidas.
Maria diz que:
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Quanto aos pontos positivos das experiências das educadoras que
lecionam a criança com TEA, Rosa relata que fica muito feliz quando tem
sucesso no planejamento, quando percebe que suas ideias se materializam
nas práticas pedagógicas:
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uma evolução contínua e processual no seu desenvolvimento social, cognitivo
e motor.
O autista apresenta uma maneira de ser e viver diferenciada
transcendendo seu incomodo diante de situações diversas ao seu redor. Essas
foram, entre muitas outras, características observadas nas atitudes do aluno
acompanhado na observação participante, destacadas principalmente sua
maneira de se isolar do grupo, de evitar o contato com outras pessoas, bem
como sua satisfação em estar distante do barulho e permanecer na presença
daqueles a quem confiava um contato mais aproximado.
A sociedade costuma se direcionar as pessoas autistas como aqueles
que vivem no mundo de forma ausente, pelo fato de ficarem desatentos as
acontecimentos em sua volta e com o pensamento distante. No entanto, não há
condições desses sujeitos apresentar um comportamento modelo e padrão
para a maioria das pessoas, uma vez que sentem dificuldades em se relacionar
e para se comunicar. As habilidades que permitiriam essas relações “normais”
ainda não foram desenvolvidas fazendo-as reagir de maneira diferente dentro
do contexto social em que estão inseridos. Os autistas estão presentes no
mundo e se sensibilizam a ele correspondendo como podem, conforme
diferenciações cognitivas e motoras. (MACIEL; FILHO, 2009).
No período correspondente a um ano e cinco meses, foi adotada uma
metodologia que atendeu a três grandes momentos, estes imprescindíveis para
a obtenção de resultados satisfatórios na construção da rotina do aluno com
TEA, enfatizando sua maturação motora, cognitiva e, sobretudo, social,
descritos a seguir.
O primeiro momento remete-se a observação do comportamento do
aluno, pela necessidade de conhecer suas características peculiares, suas
estratégias de comunicação e os contextos que o levam a manifestação de
comportamentos estereotipados ou a sinais visíveis a pessoas autistas. Essa
afinidade criada inicialmente com a criança é de suma importância, pois
garante o sucesso de todo o processo a ser desenvolvido, visto que o contato
físico não poderá ser evitado nos encontros entre professor e aluno.
Esse pensamento dialoga com Lemos, Salomão e Agripino Ramos
(2014), quando abordam a importância de estabelecer as relações de
30
confiança com a criança autista em um primeiro momento, se efetivando um
relacionamento que possibilitará uma participação mais efetiva acerca da rotina
escolar, bem como das interações com os colegas. A professora deve observar
nesse primeiro contato com a criança o seu comportamento, a fim de
possibilitar, posteriormente, situações em que o autista possa ensaiar
processos mais autônomos diante das necessidades que lhe forem
apresentadas.
Em seguida, foi necessário fazer uma avaliação quanto ao
comportamento observado diante dos estímulos pedagógicos apresentados,
por meio de registros escritos, tendo como finalidade primordial traçar metas a
curto, médio e longo prazo. A cada encontro, era possível identificar aspectos
relevantes na aprendizagem do aluno, pelas análises das anotações, fazia-se o
levantamento das áreas em que ele precisava ampliar o conhecimento tendo
sempre como ponto de partida o potencial que o aluno expunha. Por parte da
professora existia sempre a iniciativa de buscar estabelecer uma relação de
confiança para que o trabalho continuasse.
Posteriormente, foram realizadas intervenções com ações pedagógicas
que permitiram estabelecer vínculos afetivos, adquirir a confiança e
desenvolver a autonomia do educando. Essas atividades correspondem ao
trabalho com texturas e encaixes nas quais o foco era desenvolver sua
coordenação motora fina, a concentração em diversas situações e as
sensações táteis, fazendo-o distinguir texturas a partir do contato com as
propostas apresentadas, ampliando sua capacidade de comunicação. A
utilização de instrumentos lúdicos é muito válida nesse processo, pois além do
desenvolvimento de várias habilidades de grande relevância para o autista, lhe
é apresentado muitas sugestões de cores e tamanhos distintos que por meio
do manuseio, a criança terá possibilidades de aprender brincando.
Conforme Fantacini e Daguano (2011, p.114):
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contribuindo para desenvolvimento e aperfeiçoamento de
habilidades físicas, intelectuais e morais do indivíduo.
32
de comunicação. Geralmente, pegava na mão da professora e a conduzia
conforme o local onde desejava chegar.
Nas palavras de Lemos, Salomão e Agripino Ramos (2014), o educador
deve estar atento as ações comunicativas que o aluno autista realiza quando
está em grupo, cercado de outras crianças. Observar como fazem para ser
entendidas e quais foram os estímulos que as levaram a isso é imprescindível
na busca sistematizar o seu acompanhamento dentro de sala de aula.
Dentro desse espaço, o aluno não apresentava interesse em estabelecer
relações normais de afetividade para com os colegas, sendo indiferente a eles.
As manifestações dos comportamentos estereotipados aconteciam com
muita frequência, especialmente quando o aluno ficava ocioso ou quando se
sentia contrariado. Eram utilizados por ele, instrumentos que provocassem
sons repetitivos e esses barulhos lhe dava satisfação, pois se acalmava
apenas para escutar.
A revelação de tais movimentos repetitivos é constante no
comportamento da criança autista e muitas vezes estão associadas à mudança
na rotina escolar. As principais características apresentadas por esses sujeitos
nesses momentos é o choro intenso, a ausência de senilidade à tentativa de
ajuda, a afeição a determinados locais da escola e a resistência em deslocar-
se quando lhe é orientado. (FILHO, 2010).
No desenrolar dos encontros, o comportamento do aluno foi se
adaptando as regras de rotina da escola quando estas não lhe exigiam muito,
como por exemplo, organizar o que havia desorganizado e compreender que
precisava aguardar sua vez, não agredir fisicamente aos colegas e a outras
pessoas, estas entre outras foram ações que começaram a serem realizadas
pelo educando dentro da escola.
Após os investimentos pedagógicos realizados na prática com esse aluno
dentro da sala de aula, foi possível perceber que o discente desenvolveu a sua
capacidade de escuta na medida em que atendia aos comandos, bem como
obteve sucesso no desenvolvimento de suas habilidades motoras, passando a
manusear objetos menores e mais finos, cujo processo era difícil para ele.
Além disso, passou a permitir o contato mais aproximado das pessoas que o
circundava.
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Em linhas gerais, foi possível acompanhar o desenvolvimento da referida
criança, o suficiente para acreditar na escolarização de pessoas autistas. Na
caminhada, houve momentos que trouxeram inicialmente, sentimento de
impotência, pois a pesquisadora se percebeu frente a uma experiência
intrigante que lhe apresentava inúmeras inquietações. Todavia, a persistência
em buscar melhor conhecer as atribuições desse transtorno foi o que mais
motivou a permanência na área em busca de resultados significativos, além de
ter sido a causa da superação de suas fragilidades nesse fazer docente.
A vivência nessa experiência de pesquisa permitiu ampliar os
conhecimentos e compreender ainda mais a heterogeneidade que está
presente em um grupo de alunos. A escolarização é para todos, mesmo
quando não é possível acompanhar precisamente os padrões convencionais
que a sociedade sugere, pois, esta instituição possibilita trajetórias para além
de aprender a ler e escrever, possibilitando ao indivíduo que não consegue
desenvolver tais competências, desfrute de outros aprendizados que a ela
oferece.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O ponto de partida dessas estratégias é a mediação no processo de
ensino e aprendizagem e o desenvolvimento do senso crítico e criatividade no
planejamento e práticas pedagógicas.
Em linhas gerais, constata-se que as escolas ainda possuem muitas
fragilidades no que diz respeito as práticas pedagógicas direcionadas as
crianças com TEA.
Quanto aos limites da pesquisa, outros estudos podem apresentar
instrumentos diversos diferente do aplicado na nossa pesquisa (entrevista e
observação participante), contribuindo para enriquecer ainda mais a
compreensão da temática de tamanha relevância tanto no âmbito escolar
quanto no social como um todo.
A partir dessa realidade, sugerem-se investigações de natureza
interventiva acerca dos processos de ensino e aprendizagem de alunos com
TEA.
Estudar essa temática foi um momento de grande aprendizado nesse
período de formação, pois despertou uma grande inquietação por conhecer a
necessidade de maior atenção voltada as pessoas com autismo da nossa
sociedade. Ainda há muito a ser pensado, especialmente no que diz respeito
ao verdadeiro papel do professor para um trabalho de qualidade com alunos
autistas.
Existem muitas possibilidades da permanência de estudos nessa área
com vistas a desencadear outras descobertas e trazer muitas contribuições que
possam dar ainda mais visibilidade a esse trabalho.
35
8.REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
36
PEREIRA, Marilu Mourão. A inclusão de alunos com necessidades
educativas especiais no ensino superior. UNIrevista - Vol. 1, n° 2: 2006.
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estratégias inclusivas na sala regular do 1º CEB. Lisboa, 2012.
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 22 nov.
2016
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9. APÊNDICE 1- ROTEIRO DE ENTREVISTA
CURSO DE
PEDAGOGIA
3) O aluno (a) participa das atividades com os demais alunos? Como ocorre
essa participação
4) Como você organiza o planejamento das aulas para a turma tendo em vista
a presença desse aluno na sala?
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6) Quais as atribuições da professora e da professora auxiliar no processo de
escolarização de alunos com autismo
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