ANÁLISE ECONÔMICA DO GOVERNO DILMA: PILARES MACROECONÔMICOS
E POLÍTICAS ECONÔMICAS ADOTADAS
O Brasil é a sétima economia mundial, depois de ter experimentado um
crescimento excepcional, a economia brasileira mostrou sinais de esgotamento em 2011, o que se relaciona com a estagnação dos preços das matérias-primas de exportação, a estagnação do consumo interno (devido aos endividamentos) e a baixa dos investimentos. Afetado pela baixa do consumo interno, da atividade industrial e os investimentos, a economia brasileira vem estando em recessão desde 2014, e isto se prorrogou até o terceiro trimestre (-3,5% em 2015). Conforme as projeções, a recessão deveria se aprofundar em 2016, por causa da política monetária mais estrita que tem como objetivo controlar a inflação, e também como consequência da falta de confiança dos investidores devido à incerteza política. Em 2015, a economia brasileira afundou ainda mais na recessão, ao mesmo tempo em que os problemas orçamentais pioraram. a popularidade da presidenta Dilma Rousseff foi derrubada e, em 2015, enfrentou um juízo político com encargos de manipulação de contas públicas. As tentativas de ajustes e de controle da inflação em grande parte fracassaram. A classificação do crédito soberano do Brasil foi degradada pelas duas agências de classificação de crédito, levando o país a perder sua cobiçada qualidade de crédito de grau de investimento. O déficit fiscal disparou e chegou a mais de 9% do PIB, e a dívida pública chegou a cerca de 70% do PIB. Em dezembro de 2015, o ministro da fazenda, Joaquim Levy, que havia tentado reequilibrar as finanças públicas, renunciou. O objetivo de conseguir um superávit orçamentário primário foi abandonado e a presidente vetou mais de 50 modificações introduzidas no Orçamento 2016, incluídas as reduções em seu programa social Bolsa Família, e a proibição de financiamento exterior do Estado para alguns projetos. Um número de fatores segue como obstáculo no potencial econômico do país, incluindo a forte desvalorização do real brasileiro, a má qualidade da infraestrutura, as desigualdades sociais e geográficas e um fraco sistema educativo. Além do mais, as reformas estruturais – incluindo a modernização do sistema fiscal e a racionalização do sistema de pensões – são muito necessárias. Apesar destes problemas, o Brasil tem uma série de multinacionais eficientes, uma indústria de elaboração de alimentos altamente eficaz, uma grande quantidade de reservas monetárias e um poderoso banco de desenvolvimento. Os problemas sociais são importantes, o país segue como sendo um dos mais desiguais do mundo, existem fortes disparidades regionais e houve um aumento da delinquência e da violência criminal. A taxa de desemprego aumentos para 7,5% em 2015, e o emprego informal segue sendo um problema. Segundo Carneiro e Salles (2015) apesar dos grandes problemas, como grande potência agrícola, o Brasil é o maior produtor mundial de café, cana-de- açúcar, laranja, e um dos primeiros produtores de soja. O país atrai um grande número de empresas multinacionais na indústria de alimentos e de biocombustíveis. O Brasil tem o maior volume de gado comercial do mundo. Ainda assim, a contribuição da agricultura para o PIB é relativamente baixa: representa apenas 5,6%, embora este setor garanta 40% das exportações. As florestas cobrem metade do território nacional, tendo a maior floresta tropical do mundo na bacia amazônica. O Brasil é o quarto maior exportador de madeira. Carneiro e Salles (2015) ainda discorrem que é também um grande país industrial. A exploração de minerais ricos o coloca como o segundo maior exportador de ferro e um dos principais produtores de alumínio e carvão. Como país produtor de petróleo, o Brasil pretende se tornar autossuficiente no curto prazo (suas reservas poderia tornar-se um dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo). O país está se tornando cada vez mais proeminente nos setores têxtil, aeroespacial, farmacêutico, automotivo, aço e químicos. A maioria das grandes montadoras criaram unidades de produção no país. O setor industrial representa mais de um quarto do PIB, mas registou um acentuado abrandamento, que tenta parar o plano "Brasil Maior". O setor terciário responde por mais de 70% do PIB e emprega três quartos da população ativa. O país tem desenvolvido nos últimos anos, a produção de serviços de alto valor agregado, especialmente no domínio da aeronáutica e telecomunicações. Brasil tem uma dívida bruta equivalente a 74% do PIB atualmente, e vem subindo de forma bastante acelerada desde 2014 (em 2013, antes do início da recessão, foi de 60%). E isso é o fato de que a economia está em recessão e que foi também o aumento da taxa de juros ao qual o Brasil é financiado. Também foi elevado o custo da dívida atrelada à taxa Selic, porque o banco central está elevando essa taxa como parte de sua estratégia para combater a inflação e taxa de crescimento moderado da taxa de câmbio. Conforme Carneiro e Salles (2015) as previsões internacionais dos analistas mostram que, no período de 2011-2015 vem sendo produzido certo esgotamento do crescimento brasileiro, devido às fraquezas inerentes da economia (reavaliação inaceitável taxa de câmbio da moeda local, a inflação alta forçando as políticas macroeconômicas de crescimento, eventual diminuição dos preços das exportações brasileiras, o mercado de trabalho muito duro envolveu um aumento continuado reivindicações salariais, perda de competitividade com outros concorrentes na esfera internacional); e as previsões para o futuro imediato mostra um novo realinhamento da taxa de crescimento do Brasil com todos os países na sua vizinhança imediata (México, Chile) e longe das duas principais referências (China, Índia). Segundo Kanczuk (2014) os impostos são um dos principais mecanismos utilizados pelo governo de um país dentro de sua política macroeconômica para atingir um crescimento estável e sustentado da economia e incentivar o investimento nesses setores estratégicos da política económica do executivo. Ao mesmo tempo a política fiscal é um reordenamento ferramenta da riqueza nacional entre todos os cidadãos, permitindo as transferências para os setores mais necessitados. No caso brasileiro vale salientar, que já está elevada a taxa de tributação, suportados pelo conjunto da economia brasileira, não muito longe do que a de outros países desenvolvidos, isso é explicado em termos de agressividade e as políticas caras seguidas pelo governo para incentivar o crescimento da economia e a situação de um grande segmento da população que havia estado fora do sistema de produção para o consumidor. As primeiras consequências dessa tributação elevada foi alcançar um êxito incontestável em melhorar a economia global e equilíbrio social do país, no entanto, este número também pode ter um meio de leitura negativa no longo prazo. Atualmente, o modelo adotado da política macroecônomica no país é formado por três pilares: a condução da política monetária por intervenção de um regime de metas de inflação; regime de câmbio na qual o mercado é o responsável pela definição da taxa de câmbio nominal e as intervenções do Banco Central encontram- se restritas a impedir movimentos especulativos e, por fim, geração de superávits primários para estabilizar/reduzir a dívida pública como proporção do PIB. Este é um modelo que vendo sendo capaz de manter estável a inflação no país, porém, não tem ajudado nas taxas de crescimento do produto que estão baixas, e isso limita a possibilidade de diminuição do desemprego e avanços nas condições de vida dos cidadãos brasileiros. Para promover a desaceleração da inflação, deve-se implementar um ajuste fiscal pleno. Este ajuste precisa ser conduzido, no entanto, por intermédio da adoção de uma política fiscal no longo prazo, que proporcione limites definidos ao crescimento dos gastos de consumo corrente do governo. O novo modelo macroeconômico estaria, portanto, alicerçado nas seguintes bases: controles a entrada de capitais especulativos, convergência da taxa real de juros para o seu patamar de equilíbrio de longo prazo mediante uma mudança no mix de política econômica, ou seja, combinação entre expansão monetária (por intermédio de uma redução mais rápida da taxa básica de juros) e contração fiscal (por intermédio da introdução de controles a taxa de expansão dos gastos de consumo corrente do governo) e administração da taxa de câmbio, diante de uma política ativa de compra de reservas internacionais, tendo em vista a manutenção da taxa real de câmbio em patamares competitivos. Segundo Carneiro e Salles (2015) as consequências da contínua desvalorização da moeda brasileira pode trazer uma série de riscos que ameaçam o futuro econômico do Brasil. O aumento contínuo do valor do real reduz a competitividade das exportações brasileiras, especialmente se considerar que essa reavaliação é muito maior do que a de outros países emergentes ou ambiente geográfico, que são concorrentes diretos dos produtores brasileiros. A competitividade em declínio de produtos brasileiros, devido à valorização do real tem o efeito indireto, uma redução da importação de produtos estrangeiros que explica a deterioração gradual do balanço de pagamentos brasileiro, o que representa um risco em médio prazo para o equilíbrio das contas do país. REFERÊNCIAS
CARNEIRO, D. D.; SALLES, F.; WU, T. Juros, Câmbio e as Imperfeições do
Canal do Crédito. Economia Aplicada, v. 10, n. 1. p. 7-23, 2015.
KANCZUK, F. Juros Reais e Ciclos Reais Brasileiros. Revista Brasileira de
Economia, v. 56, n. 2, p. 249-267, 2014.
OREIRO, J. L; CURADO, M. L. A Macroeconomia do Crescimento Sustentado e
suas Implicações sobre a Distribuição de Renda. 2015. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/oreiro_curado_set_07.pdf. Acesso em: 21 de nov. de 2016.