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Texto: 01_-_A_Poesia_Marginal_-_H._B.

_de_Hollanda_-_Introdução_e_Antologia

- A poesia vive, circula

- Produção e distribuição independente das editoras

- Poemas breves e simples

- O autor está mais próximo do leitor tanto na venda quanto no sentido de relação humana

- A linguagem informal à primeira vista leve e engraçada encurta a distância entre poeta e o leitor

- Essa poesia marginal tira do pedestal da nobreza a poesia, assim como a tropicália fez com a música nos
anos 60

- Subversão dos padrões literários

- Recusa da literatura clássica

- Inspirados pelo modernismo de 22 incorporam uma poética coloquial, ou seja, usam de uma linguagem
informal para criar a ruptura com discurso nobre acadêmico

- O poema marginal se mostra irônico ambíguo e com um sentido critico alegórico

- A poesia então se confunde coma vida, as possibilidades da sua linguagem se desdobram e se diversificam
na psicologia do absurdo cotidiano

- Anotação do momento político e como as circunstancias desse momento são experimentadas como fator
de interferência e limitação vida cotidiana

- Não confundir poesia marginal com literatura marginal

Francisco Alvim (Araxá MG 1938)

- Primeiro livro: Sol dos Cegos, em 1968

- Como diplomata morou em Paris entre 1969-1971 onde escreve parte dos poemas
de Passatempo, de 1974. De volta ao Brasil, integra-se ao grupo Frenesi, que constitui a primeira leva dos
chamados "poetas marginais": Roberto Schwarz (1938), Cacaso (1944 - 1987), Chacal (1951) e Geraldo
Carneiro (1952).

- retoma uma das propostas do Modernismo: a linguagem antiliterária, o poema curto, o poema-piada, a
escrita espontânea e o coloquialismo. Tais procedimentos são baseados no discurso cotidiano, no que o
autor ouve e seleciona, sem intervenção.

- Desejo de salientar problemas da sociedade desde do início da sua poesia

- O eu lírico se coloca como "vazio de tudo o que sou" (A Pedra, em Sol dos Cegos)

- e até mesmo quando se move no plano afetivo busca as implicações do universo histórico-social: "Os
momentos aqui dentro / são bastante iguais aos lá de fora" (Um Poeta de Mansarda, em Passatempo).

- a fala é transcrita sem a identificação do sujeito que a profere, é, contudo, socialmente marcada

- As relações de poder e desigualdade que configuram a sociedade brasileira estão sintetizadas por meio das
cenas flagradas pelo poeta.
Ana Cristina Cesar (Rio de Janeiro RJ 1952-1983)

- Primeiros poemas publicados no jornal Tribuna da Imprensa. Entre 1969 e 1970

- Ingressa, em 1971, na Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ)

- Participa ativamente da cena cultural carioca e do movimento da poesia marginal

- Usa os procedimentos comum da poesia marginal para critica-los

- Simula o discurso confessional a partir de falsas correspondências e diários

- Alcança o tom coloquial parodiando textos da tradição literária.

- Na poética de Ana Cristina, destacam-se dois gêneros marcados pela intimidade, às vezes considerados
menores: a carta e o diário.

- é considerada uma autora na margem da literatura marginal pois não rompe totalmente com os modelos
clássicos e consagrados da literatura nacional e internacional

- Nas reuniões dos poetas marginais, havia exibicionismo e machismo dos escritores: “os
escritores discutiam literatura e produziam seus livrinhos enquanto ficava um grupo de
mulheres em volta, o que indica que as reuniões apresentavam ‘um certo clima ‘narcisista’,
de clube do bolinha’”. Assim, as mulheres eram coadjuvantes, e Ana Cristina Cesar se
sentia à margem no grupo dos marginais

- Durante a trajetória da autora se revela a busca pessoal da expressão poética: os primeiros versos são em
geral líricos, metrificados e rimados.

- Já em A Teus Pés (1982) são longos, apresentando tom de conversa, e frequentemente questionam a
sociedade conservadora e o lugar nela destinado à mulher. É o que se lê em Sete Chaves: "[...] Não sou dama
nem mulher / moderna".

- Era possível observar em seus textos uma tensão maior entre “vida e linguagem”,
“interioridade e exterioridade”, “confissão e citação” e um diálogo entre “prosa, poesia,
diário, carta e literatura”

- Contradição. A própria originalidade era uma crítica que fazia pois nada era um produto totalmente novo

- Se preocupava com a recriação de canônicos, de anônimos, de intertextualidades diversas

- O cotidiano também está presente em seus escritos, como uma necessidade de escrever

- Um diário de emoções, de invasões à própria alma, o que, às vezes, lhe traz arrependimento
por ter contado o fato, às vezes, reverbera como um alívio por ter-se exposto

- Nos poemas, Ana C. ora revela um aprisionamento de seu corpo, ora uma relação com a natureza que a
liberta

- Nesse sentido, a época em que Ana C. escrevia, já considerada aprisionadora


por si só, historicamente constatada pela ditadura militar
- Para Ana Cristina, o lugar da literatura era um lugar de resistência.
Texto: 04_-_Alfredo_Bosi_-_Situação_e_formas_do_conto_brasileiro_contemporâneo

- O caráter plástico dificulta os teóricos a encaixa-lo em um gênero

a narrativa curta condensa e potência no seu espaço todas as possibilidades de ficção (p.7)

- como muda constantemente de forma consegue abraçar toda temática do romance e coloca em jogo os
princípios da composição

- Visão intensa de uma situação, real ou imaginaria

- Para Edgar Alan Poe toda a palavra do conto deveria se colocar em designo de uma função
pré-estabelecida

- Durante essa busca de invenção o fluxo da experiencia se torna a substancia narrável ou como diz Riobaldo
no Grande Serão: “O narrável vai se formando frase a frase”

- O contista é um pescador de momentos singulares cheios de significados [...]explora no discurso ficcional


uma hora intensa e aguda de percepção. (p.9)

- Procura situações históricas vistas na sua tipicidade extrema (p.9)

- A percepção apurada lhe permite reconhecer de vários graus que a sociedade de classe não cessa de
produzir.

- Tem uma relação dramática com passado

- Essa relação da consciência com a memoria produz um intimismo de situações novas, ousadas e
desafiadoras

- Pode também atingir a dimensão metafisica explorando epifanias, folclore, e toda uma gama de imagens e
símbolos mágicos que habitam o imaginário brasileiro

- Só depois da década de 30 é que começaram a desenhar-se a novas fisionomias regionais

- é provável que o conto ainda oscile durante muito tempo entre o retrato fosco da brutalidade corrente e a
sondagem mítica do mundo, da consciência ou da pura palavra.

Rubens Fonseca (Juiz de Fora, Minas Gerais, 1925)

- Inaugurou uma nova corrente na literatura brasileira contemporânea que ficou conhecida, em 1975
através de Alfredo Bosi, como brutalista.

- Em seus contos e romances utiliza-se de uma maneira de narrar na qual destacam-se personagens que são
ao mesmo tempo narradores.

- Várias das suas histórias (em especial, os romances) são apresentadas sob a estrutura de uma narrativa
policial com fortes elementos de oralidade

- é pródigo em deixar as coisas para o leitor completar

- Tem como matéria-prima os dois extremos da nação: os que vivem à margem do sistema e os que
constituem o núcleo privilegiado do mesmo

- Um dos temas dominantes na obra de Rubem Fonseca é a violência que percorre as ruas brasileiras
Aspectos de Feliz Ano novo do Cobrador (anotações do caderno)

- Brutalismo, para criar um choque no leitor

- Focalização. Perspectiva que o autor adota para narrar a história.

- Eliminação da segurança do narrador. O narrador sabe tanto quanto o leitor.

- Inversão da perspectiva do autor. O narrador conta a história de dentro da própria história e não de um
universo diferente.

- Conflito de classes sociais

- Comportamento do novo rico.

Crônicas (anotações do caderno)

- Crônica é para ser lido como uma notícia, de forma rápida.

- Texto de fácil leitura e compreensão

- A crônica usa como material eventos e noticias do dia a dia da comunidade.

- A crônica é gênero hibrido. Se aproxima de outros gêneros.

- É um comentário, mas não é uma notícia.

- Expressão lírica e social

Rubem Braga (Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo, 1913 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1990)

- A crônica é definida por Rubem Braga como "essa faculdade de dar um sentido solene e alto às palavras de
todo dia"

- O autor sabe extrair experiências reflexivas universais de fatos cotidianos, fundadas no lirismo

- Clareza e a precisão características de textos jornalísticos

- As crônicas inicialmente assumem o tom do conto oral

- No desenvolvimento das crônicas, não há, portanto, nesse sentido. O apagamento dos limites entre o
subjetivo e o objetivo pode ser exemplificado pela forma como se relacionam memória e história.

- Ao escolher o presente como tempo privilegiado de seu discurso, o narrador aproxima-se da descrição,
eliminando a sucessão cronológica dos eventos,

- O cronista extrai a poesia das coisas simples que não se pode ignorar sua relação com o modernismo. Pois
"a vida é feita de pequenos nadas", escreve o poeta. É nessas miudezas que ambos colhem sua poesia.

Ferreira Gullar (São Luís, Maranhão, 1930 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016)

- Participa da fase inicial do movimento concretista em 1956


- No ano seguinte, rompe com os poetas concretos após ler um artigo de Haroldo no Suplemento Dominical
do Jornal do Brasil, intitulado Da Psicologia da Composição à Matemática da Composição

- Gullar discorda do que considera um racionalismo excessivo da poesia concreta e defende mais
subjetividade, o que resulta na criação do movimento neoconcreto

- No início da década de 1960, escreve poemas de cordel, como João Boa Morte, Cabra Marcado pra Morrer,
em que predomina uma linguagem referencial, de conteúdo político.

- Em 1962, é eleito presidente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC/UNE) e
dois anos depois filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Com a decretação do Ato Institucional nº 5
(AI-5), em 1968, o poeta é preso, juntamente com o jornalista Paulo Francis (1930-1997) e os
músicos Caetano Veloso (1942) e Gilberto Gil (1942)

- Obrigado a exilar-se, em 1971, reside em cidades como Paris, Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires.
Escreve no exílio o seu livro mais conhecido, o Poema Sujo (1976)

- Sua obra é marcada por diferentes fases de pesquisa estética, desde o experimentalismo e o lirismo até a
poesia de cordel e a dicção coloquial.

- No livro A Luta Corporal, de 1954, por exemplo, encontram-se composições intimistas de forte
musicalidade

- Na série Sete Poemas Portugueses, e ainda poemas em prosa

- E ainda textos experimentais que antecipam a poesia concreta, pela espacialização das linhas na página,
fragmentação da palavra e criação de neologismos. Um bom exemplo da arquitetura poética desse livro é o
poema O Anjo:

- Essa peça revela várias características da poesia inicial de Gullar, como a síntese verbal, a geometria, a
mescla de termos concretos e abstratos (como a pedra e o silêncio) e a expressão subjetiva.

- a partir do golpe militar de 1964, que derruba o governo democrático de João Goulart (1918-1976), o
poeta escolhe um novo caminho para sua criação, privilegiando os temas sociais e o diálogo com a cultura
popular, adotando a poesia de cordel,

- Em 1976 publica o Poema Sujo, talvez o seu livro mais conhecido e admirado. Escrito no exílio em Buenos
Aires, esse poema longo é reconhecido pela crítica como obra densa e consistente

- Conjugação dessa fixação carnal com a insistência em cantar o corpo da cidade

- Muitas vezes retoma as obsessões registradas nos livros anteriores, como a cidade natal, a infância, a
família, o cenário urbano do Rio de Janeiro, a realidade social.

Sites visitados:

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa3645/francisco-alvim

https://www.escritas.org/pt/bio/francisco-alvim

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2866/ana-cristina-cesar

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/r00004.htm

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa287/ferreira-gullar

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