You are on page 1of 18

COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS

Sumário Noções introdutórias


ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 2
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
O ESTADO BRASILEIRO CONSTITUCIONAIS 2
ELEMENTOS DO ESTADO QUANTO A NATUREZA 2
FORMA DE ESTADO QUANTO A FORMA: 2
Federalismo QUANTO A EXTENSÃO 2
CARACTERÍSTICAS DO Exclusiva:
FEDERALISMO BRASILEIRO: 3
Privativa
TIPOS DE FEDERALISMO: 3
COMUM
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS 3
CONCORRENTE
UNIÃO 3
Competência reservada, residual ou
CAPITAL FEDERAL - BRASÍLIA remanescente dos Estados 4
BENS DA UNIÃO Competência dos Municípios 4
ESTADOS INTERVENÇÃO 5
AUTO-ORGANIZAÇÃO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 5
AUTOGOVERNO Tipos de intervenção: 5
REGIÕES METROPOLITANAS Competência para determinar a 6
FUSÃO – INCORPORAÇÃO – intervenção
SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – INTERVENÇÃO FEDERAL
CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS 6
PRESSUPOSTOS MATERIAIS –
BENS DOS ESTADOS HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO 6
MUNICÍPIOS FEDERAL 7
AUTO-ORGANIZAÇÃO ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL7
AUTOGOVERNO 7
ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA:
FUSÃO – INCORPORAÇÃO –
SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO –
CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS PROVOCADA 7
FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS DOS O decreto interventivo
MUNICÍPIOS Controle Político do Congresso Nacional 8
DISTRITO FEDERAL Dispensa de controle político 8
AUTO-ORGANIZAÇÃO Suspensão da tramitação das emendas 8
AUTOGOVERNO: constitucionais 9
AUTOADMINISTRAÇÃO INTERVENÇÃO ESTADUAL 9
AUTOLEGISLAÇÃO PRESSUPOSTOS MATERIAIS – 9
HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO
TERRITÓRIOS ESTADUAL 10
CRIAÇÃO Decreto e execução 10
ORGANIZAÇÃO 10
DIVISÃO EM MUNICÍPIOS 10
EXECUTIVO 10
LEGISLATIVO 11
Territórios com mais de 100.000
habitantes 11
composição geral do Estado, a estrutura do
ORGANIZAÇÃO DO poder, sua unidade, distribuição
competências no território do Estado.
e

ESTADO 
Existem duas formas de Estado relevantes:
Simples ou Unitário: nessa forma de
BRASILEIRO Estado um Poder único e centralizado é
exercido sobre todo o território sem as
O ESTADO BRASILEIRO limitações impostas por outra fonte de poder.
De forma geral, Estados com menor extensão
ELEMENTOS DO ESTADO territorial costumam adotar esse modelo de
Estado, no qual existe uma unidade de poder
Estado é uma sociedade política dotada de
político interno, com exercício centralizado. Ex:
características próprias, elementos essenciais,
França, Paraguai, Uruguai.
que as diferenciam das demais sociedades,
 Composto ou Federação: Essa forma de
quais sejam:
Estado é organizada por mais de um poder
 POVO: é o elemento humano do
político, existe uma pluralidade de poderes
Estado e se refere as pessoas que mantém
políticos internos, ou seja, ocorre uma
vínculo jurídico-político com o Estado, se
repartição de poderes autônomos. Ex: Brasil,
tornando parte dele, em outras palavras,
EUA.
integra o conceito de povo aqueles indivíduos
CONFEDERAÇÃO segundo a doutrina atual
que possuem a nacionalidade, trata-se de um
majoritária não é considerada uma forma de
conceito jurídico-político.
Estado, mas tão somente uma reunião de
O conceito de povo não se confunde com o
entes soberanos, para tanto o vínculo
conceito de população, nem com o conceito de
confederativo é definido através de Tratado
nação.
Internacional, sendo esse vínculo dissolúvel.
População é um conceito numérico e engloba o
O BRASIL adota a forma de Estado
conjunto de pessoas que se encontram em
Federativa!
determinado território de um Estado, aqui
incluídos não apenas os nacionais de um
estado, mas também os estrangeiros ali
residentes. Federalismo
Nação por sua vez é um conceito sociológico e
Federalismo é uma aliança (união) entre
se refere ao conjunto de pessoas ligadas que
estados-membros para a formação de um
formam uma comunidade unida por laços
Estado Federal, em que as unidades federadas
históricos, culturais, linguísticos.
(os estados) preservam autonomia política,
 TERRITÓRIO: é o elemento material
enquanto a soberania é transferida para o
do Estado e refere-se ao espaço território
Estado Federal.
sobre o qual o Estado exerce de modo efetivo
O Federalismo nasceu com a Constituição
e exclusivo o seu poder de império, sua
norte-americana de 1787. No Brasil a forma
supremacia sobre pessoas e bens, trata-se de
federal de Estado foi adotada provisoriamente
um conceito jurídico e não meramente
em 1889, junto com a proclamação da
geográfico.
República, mas foi consolidada com a
 SOBERANIA ou Governo Soberano: é o
Constituição Republicana de 1891.
elemento formal do Estado e refere-se ao
O pacto federativo é CLÁUSULA PÉTREA, ou
poder de autodeterminação plena, não
seja, não pode haver propostos de Emenda
condicionado a nenhum outro poder, externo
Constitucional para extinguir, abolir a
ou interno.
Federação.
O art. 18 da CF define a Organização Político-
administrativa do Estado brasileiro:
FORMA DE ESTADO
Art. 18. A organização político-administrativa
Por forma de Estado entende-se o modo de da República Federativa do Brasil compreende
exercício do poder político em função do a União, os Estados, o Distrito Federal e os
território de um dado Estado, ou seja, a Municípios, todos autônomos, nos termos
existência, ou não, de repartição de poderes desta Constituição.
autônomos, leva em consideração ainda a
(bicameralismo do Poder Legislativo da
República Federativa do Brasil: é o nome do União).
Estado Federal brasileiro, do país Brasil e  Possibilidade de intervenção federal.
representa o todo, esse ente é dotado de  Controle Jurisdicional de
soberania. Classifica-se como pessoa jurídica Constitucionalidade.
de direito público internacional.
União, Estados, municípios e o DF: são os
entes federativos dotados de AUTONOMIA TIPOS DE FEDERALISMO:
POLÍTICA, que significa a capacidade de:  Federalismo por AGREGAÇÃO ou por
auto-organização, autoadministração, DESAGREGAÇÃO
autogoverno, autolegislação e autonomia  Federalismo DUAL ou COOPERATIVO
financeira. Classifica-se como pessoa jurídica  Federalismo SIMÉTRICO ou
de direito público interno. ASSIMÉTRICO

 Observe que os TERRITÓRIOS não


integram a organização político- VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS
administrativa do Estado brasileiro.
A CF em seu artigo 19 estabelece proibições
destinadas aos Entes da Federação, vejamos:
Como frisado essa organização é baseada na
Autonomia Política desses entes federativos, Art. 19. É vedado à União, aos Estados,
que permite que esses possam ter: ao Distrito Federal e aos Municípios:
 Auto-organização: que é a capacidade I - estabelecer cultos religiosos ou
dos entes criarem suas próprias constituições igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com
ou no caso dos Municípios e do DF de se auto
eles ou seus representantes relações
organizam através de lei orgânica; de dependência ou aliança, ressalvada,
 Autonomia legislativa, que é a na forma da lei, a colaboração de
capacidade dos entes terem competências interesse público;
legislativas próprias; II - recusar fé aos documentos públicos;
 Autoadministração, que é a capacidade III - criar distinções entre brasileiros ou
dos entes terem competências administrativas preferências entre si.
próprias, servidores próprios;
O inciso I consagra o Princípio da Laicidade
 Autogoverno, que é a capacidade dos
do Estado Brasileiro, ou seja, o Brasil não
entes elegerem seus próprios representantes.
adota uma religião oficial, na medida em que
 Autonomia financeira, que é a
afasta a relação entre Estado e Igreja, com
capacidade dos entes terem competências
exceção da colaboração de interesse público
tributárias próprias, recursos próprios para
(ex: distribuição de cestas básicas).
manterem a sua estrutura.
O inciso III estabelece o Princípio da
Isonomia Federativa, na medida em que não
CARACTERÍSTICAS DO se pode estabelecer tratamento diferenciado
FEDERALISMO BRASILEIRO: entre brasileiros, nem entre os entes da
Federação.
 Soberania do Estado federal:
 Autonomia dos entes federativos:
 Caráter indissolúvel do vínculo UNIÃO
federativo: não há direito de secessão.
 Formalização por meio de uma A União ente federativo que compõe a
constituição rígida e escrita. República Federativa do Brasil possui
 Repartição de competências entre o competência tanto para atuar em nome próprio
poder central e os entes parciais: como para atuar em nome da Federação.
 Direito de participação das vontades Assim, podemos afirmar ainda que a União
parciais na vontade central possui um duplo papel, um interno e um
externo ou internacional:

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 3
 No plano interno atua como entidade
Federativa dotada de autonomia –
Pessoa jurídica de direito público
interno, podendo agir em nome da BENS DA UNIÃO
Federação (ex. Intervenção) ou podendo Os bens da União estão previstos no art. 20 da
agir em nome próprio (ex. Organiza a CF, em rol exemplificativo, sendo que para as
Justiça Federal) provas é necessária a memorização:
 No plano externo ou internacional a
União é órgão de representação da
Art. 20. São bens da União:
República Federativa do Brasil– pessoa
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe
jurídica de direito público externo, vierem a ser atribuídos;
exercendo competências de natureza II - as terras devolutas indispensáveis à
internacional, em nome de toda a defesa das fronteiras, das fortificações e
Federação. Por exemplo: art. 21, I e II construções militares, das vias federais de
CF. comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei;
Art. 21. Compete à União:
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água
I - manter relações com Estados
em terrenos de seu domínio, ou que banhem
estrangeiros e participar de
mais de um Estado, sirvam de limites com outros
organizações internacionais;
países, ou se estendam a território estrangeiro
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas
CAPITAL FEDERAL - BRASÍLIA limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
A Capital Federal é BRASÍLIA, que também é excluídas, destas, as que contenham a sede
sede do Governo do Distrito Federal. de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
Art. 18 § 1º - Brasília é a Capital ao serviço público e a unidade ambiental federal,
Federal. e as referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma
continental e da zona econômica exclusiva;
Brasília é a Capital Federal, mas não goza de VI - o mar territorial;
autonomia, pois não é um município, é uma VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
região administrativa que fica dentro do ente VIII - os potenciais de energia hidráulica;
federativo Distrito Federal, mas não se IX - os recursos minerais, inclusive os do
confunde com o DF. O DF, por outro lado, subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os
possui autonomia.
sítios arqueológicos e pré-históricos;
Destaca-se inclusive que Brasília não possui XI - as terras tradicionalmente ocupadas
prefeito, mas sim um Administrador Regional. pelos índios.
A CF prevê a possibilidade de transferência § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos
temporária da sede do Governo Federal para Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
outra cidade, se a situação assim o exigir, bem como a órgãos da administração direta da
cabendo esta decisão ao Congresso Nacional, União, participação no resultado da exploração
com a sanção do Presidente da República, de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
conforme art. 48, VII da CF: para fins de geração de energia elétrica e de
outros recursos minerais no respectivo território,
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, plataforma continental, mar territorial ou zona
com a sanção do Presidente da econômica exclusiva, ou compensação
República, não exigida esta para o financeira por essa exploração.
especificado nos arts. 49, 51 e 52, § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros
dispor sobre todas as matérias de de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
competência da União, especialmente designada como faixa de fronteira, é
sobre: considerada fundamental para defesa do
VII - transferência temporária da sede território nacional, e sua ocupação e utilização
do Governo Federal; serão reguladas em lei.
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 4
Tribunais de Contas, processo
 TERRAS DEVOLUTAS: são terras legislativo; (iii) princípios
públicas sem destinação pelo Poder Público e constitucionais estabelecidos:
que em nenhum momento integraram o estabelecem preceitos centrais de
patrimônio de um particular, ainda que estejam observância obrigatório pelos
irregularmente sob sua posse. O termo estados. Por ex. Art. 37 da CF ou
"devoluta" relaciona-se ao conceito de terra as competências dos estados e
devolvida ou a ser devolvida ao Estado. municípios.
Será da União apenas se essas terras forem Desse modo, as Constituições Estaduais
indispensáveis à defesa das fronteiras, das devem adotar um modelo simétrico ao
fortificações e defesas militares, das vias estabelecido na CF – esse é o chamado
federais de comunicação e à preservação princípio da simetria, que estabelece algumas
ambiental, as demais pertencem, em regra, normas de observância e reprodução
aos ESTADOS. obrigatória pelos estados nas CE.
 Destaca-se a decisão do STF que  Hierarquicamente podemos dizer que as
entendeu que os terrenos de marinha, Constituições Estaduais estão abaixo da
mesmo que localizados em ilha com Constituição Federal e acima das leis
sede de município, são bens da União. estaduais e municipais do respectivo
Estado.

ESTADOS AUTOGOVERNO
Os Estados-membros são entes federativos
O autogoverno está relacionado com a
dotados de autonomia política, podendo-se
capacidade dos entes elegerem seus
destacar:
representantes nos poderes executivo e
legislativo.
AUTO-ORGANIZAÇÃO  Poder Executivo Estadual é exercido
pelo Governador do Estado auxiliado pelos
Quanto a auto-organização os estados regem- Secretários de Estado.
se por suas Constituições Estaduais, nos O processo eleitoral do Governador é idêntico
termos do art. 25 da CF: ao do Presidente em virtude do principio da
simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo
Art. 25. Os Estados organizam-se e sistema majoritário absoluto (segundo turno).
regem-se pelas Constituições e leis que Especialmente para concursos estaduais a
adotarem, observados os princípios leitura dos artigos seguintes é fundamental
desta Constituição.
A organização dos estados nas suas Art. 28. A eleição do Governador e do
Constituições deve observar os princípios Vice-Governador de Estado, para
estabelecidos na CF, ou seja, encontram-se mandato de quatro anos, realizar-se-á
limitadas aos princípios constitucionais. no primeiro domingo de outubro, em
Essas Princípios Constitucionais são primeiro turno, e no último domingo de
classificadas em três espécies: outubro, em segundo turno, se houver,
(i) princípios constitucionais do ano anterior ao do término do
mandato de seus antecessores, e a
sensíveis, previstos no art. 34 da
posse ocorrerá em primeiro de janeiro
CF; do ano subseqüente, observado, quanto
(ii) princípios constitucionais ao mais, o disposto no art. 77.
extensíveis que consagram § 1º Perderá o mandato o Governador
normas de organização da que assumir outro cargo ou função na
União que devem administração pública direta ou indireta,
obrigatoriamente serem aplicadas ressalvada a posse em virtude de
nos estados Ex. Sistema eleitoral, concurso público e observado o
composição e organização dos disposto no art. 38, I, IV e V.

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 5
§ 2º Os subsídios do Governador, do Os Estados poderão criar regiões
Vice-Governador e dos Secretários de metropolitanas, aglomerações urbanas e
Estado serão fixados por lei de iniciativa microrregiões visando melhorar as questões
da Assembleia Legislativa, observado o envolvendo a política urbana, através de lei
que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, complementar.
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Art.25 CF
 Poder Legislativo Estadual, é exercido § 3º Os Estados poderão, mediante lei
pela Assembleia Legislativa que é complementar, instituir regiões
composta por Deputados Estaduais, metropolitanas, aglomerações urbanas
eleitos segundo o sistema proporcional, e microrregiões, constituídas por
de forma idêntica aos deputados agrupamentos de municípios limítrofes,
federais. para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.
Art. 27. O número de Deputados à
Assembléia Legislativa corresponderá
ao triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados e, atingido o FUSÃO – INCORPORAÇÃO –
número de trinta e seis, será acrescido
de tantos quantos forem os Deputados
SUBDIVISÃO –
Federais acima de doze. DESMEMBRAMENTO – CRIAÇÃO
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos DE NOVOS ESTADOS
Deputados Estaduais, aplicando- sê-
lhes as regras desta Constituição sobre A CF estabelece dois requisitos para
sistema eleitoral, inviolabilidade, incorporação, fusão, subdivisão,
imunidades, remuneração, perda de desmembramento e criação de novos Estados.
mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados ART. 18,
Estaduais será fixado por lei de § 3º - Os Estados podem incorporar-se
iniciativa da Assembléia Legislativa, na entre si, subdividir-se ou desmembrar-
razão de, no máximo, setenta e cinco se para se anexarem a outros, ou
por cento daquele estabelecido, em formarem novos Estados ou Territórios
espécie, para os Deputados Federais, Federais, mediante aprovação da
observado o que dispõem os arts. 39, § população diretamente interessada,
4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, através de plebiscito, e do Congresso
I. Nacional, por lei complementar.
§ 3º Compete às Assembléias Requisitos:
Legislativas dispor sobre seu regimento
 Plebiscito da população diretamente
interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e
interessada, deve ser entendida como a
prover os respectivos cargos. população tanto da área desmembrada
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa do Estado-membro como a da área
popular no processo legislativo remanescente, de acordo com a
estadual. interpretação do STF1.
 Oitiva das Assembleias Legislativas,
sem caráter vinculativo. (art. 48, VI)
 Poder Judiciário Estadual, é formado  Lei Complementar Federal.
pelos Tribunais de Justiça e juízes
estaduais e a sua organização e
composição será melhor estudada na
nossa aula sobre Poder Judiciário.
1
ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno,
julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011
REGIÕES METROPOLITANAS PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ
VOL-00220-01 PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p. 465-508
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 6
BENS DOS ESTADOS AUTOGOVERNO
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos  Poder Executivo Municipal é exercido
Estados: pelo Prefeito auxiliado pelos Secretários
I - as águas superficiais ou Municipais, atendidas as regras do art.
subterrâneas, fluentes, emergentes e 29 CF.
em depósito, ressalvadas, neste caso, O sistema eleitoral é majoritário simples
na forma da lei, as decorrentes de obras (único turno), como regra, podendo ser
da União;
majoritário absoluto (segundo turno) nos
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e
costeiras, que estiverem no seu municípios que tenham mais de duzentos mil
domínio, excluídas aquelas sob domínio eleitores.
da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não Art. 29. (...)
pertencentes à União; I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e
IV - as terras devolutas não dos Vereadores, para mandato de
compreendidas entre as da União. quatro anos, mediante pleito direto e
simultâneo realizado em todo o País;
INICIATIVA POPULAR NOS ESTADOS: II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito
realizada no primeiro domingo de
outubro do ano anterior ao término do
Art. 27 § 4º A lei disporá sobre a mandato dos que devam suceder,
iniciativa popular no processo legislativo aplicadas as regras do art. 77, no caso
estadual. de Municípios com mais de duzentos
mil eleitores;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito
no dia 1º de janeiro do ano subsequente
ao da eleição;
MUNICÍPIOS
A figura dos Municípios como entes federativos Foro Prefeito:
dotados de autonomia é uma criação brasileira Merece destaque o art. 29, X que vai
não existindo em outros Estados. Inclusive a determinar que os Prefeitos devem ser
autonomia municipal é principio constitucional julgados perante o TJ do Estado, essa regra só
sensível. (art. 34, VII, c) vale para as infrações penais comuns, não se
aplicando para ações de natureza cível etc:

AUTO-ORGANIZAÇÃO X - julgamento do Prefeito perante o


Tribunal de Justiça;
Os municípios se auto-organizam não através
Entretanto, merece destaque a Súmula 702 do
de Constituições, mas sim de Lei Orgânica, nos
STF:
termos do art. 29 da CF e deve observar tanto
os princípios estabelecidos na Constituição “A competência do tribunal de justiça
Federal quanto na Constituição dos Estados para julgar prefeitos restringe-se aos
crimes de competência da Justiça
comum estadual; nos demais casos, a
Art. 29. O Município reger-se-á por lei competência originária caberá ao
orgânica, votada em dois turnos, com o respectivo tribunal de segundo grau.”
interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros
da Câmara Municipal, que a  Poder Legislativo Municipal é exercido
promulgará, atendidos os princípios pela Câmara Municipal composta por
estabelecidos nesta Constituição, na vereadores, eleitos pelo sistema
Constituição do respectivo Estado e os proporcional.
seguintes preceitos: Ressalta-se que o número de Vereadores é
estabelecido pela CF de acordo com o número

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 7
de habitantes do Município variando de 9 a 55 destacada – desmembrada quanto da área
vereadores, nos termos do art. 25, IV da CF. remanescente.

 Poder Judiciário Municipal não existe. Requisitos:


 Lei complementar Federal: período.
INICIATIVA POPULAR NOS MUNICÍPIOS:  Estudo de Viabilidade Municipal.
 Plebiscito;
Art. 29. XIII - iniciativa popular de
projetos de lei de interesse específico  Lei Ordinária Estadual;
do Município, da cidade ou de bairros, Não deixe de ler os artigos 29, 29-A, 30 e 31
através de manifestação de, pelo CF.
menos, cinco por cento do eleitorado;
FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS
DOS MUNICÍPIOS
FUSÃO – INCORPORAÇÃO –
Art. 31. A fiscalização do Município será
SUBDIVISÃO – exercida pelo Poder Legislativo
DESMEMBRAMENTO – CRIAÇÃO Municipal, mediante controle externo, e
DE NOVOS MUNICÍPIOS pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da
A CF estabelece QUATRO requisitos para lei.
incorporação, fusão, subdivisão, § 1º O controle externo da Câmara
desmembramento e criação de novos Municipal será exercido com o auxílio
Municípios. dos Tribunais de Contas dos Estados
ou do Município ou dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios,
Art. 18 § 4º A criação, a incorporação, a onde houver.
fusão e o desmembramento de § 2º O parecer prévio, emitido pelo
Municípios, far-se-ão por lei estadual, órgão competente sobre as contas que
dentro do período determinado por Lei o Prefeito deve anualmente prestar, só
Complementar Federal, e dependerão deixará de prevalecer por decisão de
de consulta prévia, mediante plebiscito, dois terços dos membros da Câmara
às populações dos Municípios Municipal.
envolvidos, após divulgação dos § 3º As contas dos Municípios ficarão,
Estudos de Viabilidade Municipal, durante sessenta dias, anualmente, à
apresentados e publicados na forma da disposição de qualquer contribuinte,
lei. para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos
termos da lei.
O desmembramento de município ocorre § 4º É vedada a criação de Tribunais,
quando esse ente cede parte do seu território Conselhos ou órgãos de Contas
para formação de um outro Município. A CF Municipais.
estabelece quatro requisitos para o
desmembramento de Municípios, quais sejam:
a) edição de lei complementar federal definindo
o período em que o desmembramento poderá
DISTRITO FEDERAL
ocorrer; b) a realização de estudo de O Distrito federal é ente federativo dotado de
viabilidade municipal; c) plebiscito a população autonomia, não é nem Município e nem um
diretamente interessada; d) edição de lei estado-membro, (sui generis), foi criado para
estadual. ser um espaço neutro onde pudesse abrigar a
sede do Governo Federal que é Brasília (art. 18
Quanto a realização do plebiscito no caso de § 1o).
desmembramento, entende o STF que a
consulta popular deve ser feita a toda a
população do Município, tanto da área AUTO-ORGANIZAÇÃO

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 8
O DF reger- se-á por lei orgânica, votada em  Poder Judiciário Distrital, é formado
dois turnos com interstício mínimo de dez pelos Tribunais de Justiça e juízes
dias, e aprovada por dois terços da Câmara distritais e a sua organização e
Legislativa, que a promulgará, atendidos os composição será melhor estudada na
princípios estabelecidos na Constituição, nos nossa aula sobre Poder Judiciário.
termos do art. 32 da CF:
AUTOADMINISTRAÇÃO
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua
divisão em Municípios, reger- se-á por Compete à União organizar e manter o Poder
lei orgânica, votada em dois turnos com Judiciário, o Ministério Público do Distrito
interstício mínimo de dez dias, e Federal e dos Territórios, a polícia civil, a
aprovada por dois terços da Câmara polícia militar e o corpo de bombeiros militar do
Legislativa, que a promulgará, Distrito Federal, bem como prestar assistência
atendidos os princípios estabelecidos financeira ao Distrito Federal para a execução
nesta Constituição. de serviços públicos, por meio de fundo
próprio.
É vedada a divisão do Distrito Federal em O DF possui autonomia assim como os demais
Municípios. Entretanto, isso não impede que entes federativos, contudo algumas instituições
ele seja dividido em regiões administrativas são organizadas e mantidas pela União, como
com vistas à descentralização administrativa, à se observa no art. 21, XIII da CF, são elas:
utilização racional de recursos para  Poder Judiciário;
o desenvolvimento socioeconômico e à  Ministério Público;
melhoria da qualidade de vida.  Polícia Civil;
 Policia Militar;
 Corpo de Bombeiros;
AUTOGOVERNO:  Prestar assistência para a execução de
 Poder Executivo Distrital é exercido serviços públicos, por meio de fundo
pelo Governador do Distrito Federal auxiliado próprio.
pelos Secretários de Estado.
O processo eleitoral do Governador é idêntico Art. 21. Compete a União:
ao do Presidente em virtude do principio da XIII - organizar e manter o Poder
simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo Judiciário, o Ministério Público do
sistema majoritário absoluto (segundo turno). Distrito Federal e dos Territórios e a
Defensoria Pública dos Territórios;
(Redação dada pela Emenda Constitucional
Art. 32. § 2º A eleição do Governador e nº 69, de 2012)
do Vice-Governador, observadas as XIV - organizar e manter a polícia civil, a
regras do art. 77, e dos Deputados polícia militar e o corpo de bombeiros
Distritais coincidirá com a dos militar do Distrito Federal, bem como
Governadores e Deputados Estaduais, prestar assistência financeira ao Distrito
para mandato de igual duração. Federal para a execução de serviços
públicos, por meio de fundo próprio;

 Poder Legislativo Distrital, é exercido A EC 69/2012 transferiu da União para o


por uma Câmara Legislativa e elege Distrito Federal as atribuições de organizar e
Deputados Distritais, eleitos segundo o manter a Defensoria Pública do Distrito
sistema proporcional, de forma idêntica Federal. Com isso, a competência para
aos deputados estaduais. organizar e manter a Defensoria Pública do DF
é do próprio distrito federal (competência
concorrente – art. 24, XIII)
Art. 32. § 3º Aos Deputados Distritais e
à Câmara Legislativa aplica-se o
disposto no art. 27.
AUTOLEGISLAÇÃO
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 9
As competências legislativas do DF serão as Art. 18. § 2º Os Territórios Federais
mesmas dos Estados e dos Municípios. integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou
Art. 32. § 1º Ao Distrito Federal são reintegração ao Estado de origem serão
atribuídas as competências legislativas reguladas em lei complementar.
reservadas aos Estados e Municípios.
Entretanto, algumas matérias que seriam de
competência do DF legislar são de CRIAÇÃO
competência privativa da União, vejamos:
Atualmente não existem Territórios criados no
É competência privativa da União:
Brasil, com a CF/88 os Territórios de Roraima e
 Legislar sobre a utilização, pelo Governo
Amapá foram transformados em estados e
do Distrito Federal, das polícias civil e
Fernando de Noronha foi incorporado ao
militar e do corpo de bombeiros militar.
estado de Pernambuco.
Art. 32. § 4º Lei federal disporá sobre a Apesar de não existirem a CF permite a sua
utilização, pelo Governo do Distrito criação, que deve ser realizado por LEI
Federal, das polícias civil e militar e do COMPLEMENTAR nos termos do art. 18 § 2º e
corpo de bombeiros militar. 3o
 Legislar sobre a organização judiciária e
do Ministério Público do Distrito Federal § 2º Os Territórios Federais integram a
e dos Territórios, bem como organização União, e sua criação, transformação em
administrativa destes; Estado ou reintegração ao Estado de
origem serão reguladas em lei
Art. 22. Compete privativamente à
complementar.
União legislar sobre:
XVII - organização judiciária, do
Ministério Público do Distrito Federal e § 3º Os Estados podem incorporar-se
dos Territórios e da Defensoria Pública entre si, subdividir-se ou desmembrar-
dos Territórios, bem como organização se para se anexarem a outros, ou
administrativa destes; formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da
 Legislar sobre vencimentos dos população diretamente interessada,
membros das polícias civil e militar do através de plebiscito, e do Congresso
Distrito Federal. Nacional, por lei complementar.

Súmula vinculante 39.


Compete privativamente à União
legislar sobre vencimentos dos
membros das polícias civil e militar e do ORGANIZAÇÃO
corpo de bombeiros militar do Distrito A Organização administrativa e judiciária do
Federal.
Território que não se confunde com a sua
criação deve ser feita através de Lei Ordinária,
como destacado no caput do art. 33.
Art. 33. A lei disporá sobre a
TERRITÓRIOS organização administrativa e judiciária
Os Territórios NÃO são entes federativos e, dos Territórios.
portanto, não integrarem a organização político
administrativa do Estado Brasileiro e por isso
não possuem autonomia política.
Os Territórios são descentralizações DIVISÃO EM MUNICÍPIOS
administrativas da União, possuem natureza Curiosamente a CF autorizou a criação de
jurídica de autarquias territoriais e, como se Municípios nos Territórios Federais, aqueles,
vê no art. 18 § 2º da CF: os Municípios, com autonomia política.

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 10
Art. 33. § 1º Os Territórios poderão ser Os Territórios com mais de cem mil habitantes
divididos em Municípios, aos quais se deverão instituir:
aplicará, no que couber, o disposto no  Poder Judiciário de primeira e segunda
Capítulo IV deste Título. instância;
 Ministério Público;
 Defensoria Pública
EXECUTIVO Logicamente que todos mantidos pela União
uma vez que inexiste autonomia financeira dos
A direção do Território será exercida por um
territórios.
Governador, nomeado pelo Presidente, após a
aprovação do nome pelo Senado Federal, ou
seja, não haverá eleição para Governador, nos Art. 33. § 3º Nos Territórios Federais
termos do art. 84, XIV da CF com mais de cem mil habitantes, além
do Governador nomeado na forma
desta Constituição, haverá órgãos
Art. 84. XIV - nomear, após aprovação judiciários de primeira e segunda
pelo Senado Federal, os Ministros do instância, membros do Ministério
Supremo Tribunal Federal e dos Público e defensores públicos federais;
Tribunais Superiores, os Governadores a lei disporá sobre as eleições para a
de Territórios, o Procurador-Geral da Câmara Territorial e sua competência
República, o presidente e os diretores deliberativa.
do banco central e outros servidores,
quando determinado em lei; COMPETÊNCIAS
Inclusive as contas do Governo do Território CONSTITUCIONAIS
devem ser submetidas ao Congresso nacional
após parecer do TCU: Noções introdutórias
Art. 33. § 2º As contas do Governo do É característica indispensável para
Território serão submetidas ao caracterização de um Estado Federativo a
Congresso Nacional, com parecer repartição constitucional de competências. É o
prévio do Tribunal de Contas da União. ponto Central da noção de Estado Federal.
Competência é uma faculdade juridicamente
atribuída a uma entidade.
LEGISLATIVO Essa distribuição de atribuições é norteada
pelo princípio da predominância do
Os Territórios terão uma Câmara Territorial que interesse. Desse modo, assuntos de interesse
funcionará como espécie de “Poder Legislativo” nacional ou predominantemente geral são
com competência deliberativa e os seus atribuídos à União (ex: atividades nucleares de
membros deverão ser eleitos. qualquer natureza, art. 22, XXVI; emigração e
Art. 33. § 3º (...) a lei disporá sobre as imigração, entrada, extradição e expulsão de
eleições para a Câmara Territorial e sua estrangeiros, art. 22, XV), já os assuntos de
competência deliberativa. interesse local são atribuídos aos Municípios
(art. 30, I), restando aos Estados as
competências que sobram para tratar de
assuntos de interesse regional. E o Distrito
Os Território por possuírem povo podem eleger
Federal? O DF em virtude de sua natureza
Deputados Federais, em um número fixo de 4,
híbrida deve tratar, no que tange as
mas atenção eles não elegem senadores
competências legislativas, de assuntos de
justamente porque os Territórios não possuem
interesse local e regional, ou seja, ele cumula
autonomia política.
as competências dos estados e dos municípios
(art. 32, § 1º).
Territórios com mais de 100.000
habitantes  Importante ressaltar que não existe
hierarquia entre as leis, sejam elas

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 11
federais, estaduais ou municipais, de previstas no texto constitucional. No BRASIL
modo que eventual conflito entre elas essa competência é exercida pelos ESTADOS.
deverá ser resolvido através da Para as bancas e alguns doutrinadores a
repartição constitucional de competência reservada ou remanescente
competência. também é chamada de residual.
As competências são repartidas adotando-se Art. 25. (...)
dois critérios: § 1º São reservadas aos Estados as
 Repartição HORIZONTAL: atribuídas competências que não lhes sejam
competências exclusivas ou privativas – vedadas por esta Constituição.
reserva de campos específicos.
 Repartição VERTICAL: atribuídas
competências para diversas entidades, QUANTO A EXTENSÃO
estabelecendo regras para o seu exercício
simultâneo. Ex: comum, concorrentes e Podemos classificar as competências quanto a
suplementares. sua extensão, ou seja, quanto ao alcance das
atribuições, a quais entes federativos destinam-
É objeto certo de prova a repartição das se.
competências constitucionais, especialmente Exclusiva:
as previstas nos artigos: 21-24; 25 e 30 da CF.
Para auxiliar na sua memorização vamos Competência de natureza material é atribuída
estudar a classificação dessas competências e com exclusividade a apenas um Ente da
como elas aparecem no texto constitucional. Federação – não admite delegação, nem
competência suplementar (que outro ente
legisle sobre aquelas matérias). Ex: art. 21 CF:
CLASSIFICAÇÃO DE
COMPETÊNCIAS Art. 21. Compete à União:
CONSTITUCIONAIS I - manter relações com Estados estrangeiros e
participar de organizações internacionais;
QUANTO A NATUREZA II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
Podemos classificar as competências quanto a IV - permitir, nos casos previstos em lei
sua natureza, em: complementar, que forças estrangeiras transitem
 Competência material ou pelo território nacional ou nele permaneçam
administrativa: são atribuições para temporariamente;
elaboração de políticas públicas, atos V - decretar o estado de sítio, o estado de
administrativos, atos de gestão, atividade defesa e a intervenção federal;
predominante do Poder Executivo. No texto VI - autorizar e fiscalizar a produção e o
constitucional aparecem como verbos. comércio de material bélico;
 Competência legislativa: são VII - emitir moeda;
atribuições para legislar sobre o tema, VIII - administrar as reservas cambiais do País e
fiscalizar as operações de natureza financeira,
atividade predominante do Poder Legislativo.
especialmente as de crédito, câmbio e
No texto constitucional aparecem como capitalização, bem como as de seguros e de
substantivos. previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e
QUANTO A FORMA: regionais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
Podemos classificar as competências quanto a X - manter o serviço postal e o correio aéreo
forma, ou seja, como aparecem na CF nacional;
 Enumerada ou expressa – CF atribui XI - explorar, diretamente ou mediante
expressamente as competências para cada autorização, concessão ou permissão, os
entidade. serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
que disporá sobre a organização dos serviços, a
 Reservada ou remanescente: são
criação de um órgão regulador e outros aspectos
aquelas que não estão expressas, as não institucionais;
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 12
XII - explorar, diretamente ou mediante a) toda atividade nuclear em território nacional
autorização, concessão ou permissão: somente será admitida para fins pacíficos e
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons mediante aprovação do Congresso Nacional;
e imagens; b) sob regime de permissão, são autorizadas a
b) os serviços e instalações de energia elétrica e comercialização e a utilização de radioisótopos
o aproveitamento energético dos cursos de para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e
água, em articulação com os Estados onde se industriais;
situam os potenciais hidroenergéticos; c) sob regime de permissão, são autorizadas a
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra- produção, comercialização e utilização de
estrutura aeroportuária; radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a
d) os serviços de transporte ferroviário e duas horas;
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras d) a responsabilidade civil por danos nucleares
nacionais, ou que transponham os limites de independe da existência de culpa;
Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário XXIV - organizar, manter e executar a inspeção
interestadual e internacional de passageiros; do trabalho;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XXV - estabelecer as áreas e as condições para
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o o exercício da atividade de garimpagem, em
Ministério Público do Distrito Federal e dos forma associativa.
Territórios e a Defensoria Pública dos
Territórios;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia Destaques:
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito  Quanto a competência do inciso VI –
Federal, bem como prestar assistência financeira “autorizar e fiscalizar a produção e o
ao Distrito Federal para a execução de serviços comércio de material bélico” –
públicos, por meio de fundo próprio; entendeu o STF ser inconstitucional lei
estadual que autoriza a utilização, pelas
XV - organizar e manter os serviços oficiais de polícias civil e militar de armas de fogo
estatística, geografia, geologia e cartografia de apreendidas, entendendo que essa
âmbito nacional;
atribuição seria apenas da União.
XVI - exercer a classificação, para efeito
indicativo, de diversões públicas e de programas
de rádio e televisão; Privativa
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente São competências de natureza legislativa,
contra as calamidades públicas, especialmente atribuídas a uma entidade, mas não de forma
as secas e as inundações; exclusiva, pois admite a delegação, ou seja, a
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento transferência da competência para outro ente
de recursos hídricos e definir critérios de outorga federativo para tratar de questões especificas.
de direitos de seu uso; Art. 22 da CF:
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento
urbano, inclusive habitação, saneamento básico Art. 22. Compete privativamente à União
e transportes urbanos; legislar sobre:
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o I - direito civil, comercial, penal, processual,
sistema nacional de viação; eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
XXII - executar os serviços de polícia espacial e do trabalho;
marítima, aeroportuária e de II - desapropriação;
fronteiras; III - requisições civis e militares, em caso de
XXIII - explorar os serviços e instalações iminente perigo e em tempo de guerra;
nucleares de qualquer natureza e exercer IV - águas, energia, informática,
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o telecomunicações e radiodifusão;
enriquecimento e reprocessamento, a V - serviço postal;
industrialização e o comércio de minérios VI - sistema monetário e de medidas, títulos e
nucleares e seus derivados, atendidos os garantias dos metais;
seguintes princípios e condições: VII - política de crédito, câmbio, seguros e
transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 13
IX - diretrizes da política nacional de
transportes; A= agrário
X - regime dos portos, navegação lacustre,
fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; P= penal
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e A= aeronáutico
metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; C= comercial
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, E= eleitoral
extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de T= trabalho
emprego e condições para o exercício de
profissões; E= espacial
XVII - organização judiciária, do Ministério
DE = Desapropriação
Público do Distrito Federal e dos Territórios e
da Defensoria Pública dos Territórios, bem
P= processual
como organização administrativa destes;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico
e de geologia nacionais; M= marítimo
XIX - sistemas de poupança, captação e
garantia da poupança popular; Como mencionado, as competências privativas
XX - sistemas de consórcios e sorteios; se destacam nas exclusivas porque permitem a
XXI - normas gerais de organização, efetivos,
delegação, veja o que diz o Parágrafo único do
material bélico, garantias, convocação e
mobilização das polícias militares e corpos de
art. 22:
bombeiros militares; Art. 22. Compete privativamente à
XXII - competência da polícia federal e das União legislar sobre:
polícias rodoviária e ferroviária federais; Parágrafo único. Lei complementar
XXIII - seguridade social; poderá autorizar os Estados a legislar
XXIV - diretrizes e bases da educação sobre questões específicas das
nacional; matérias relacionadas neste artigo.
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer Sobre o exercício dessa competência algumas
natureza; observações são importantes:
XXVII – normas gerais de licitação e  A delegação é de competência
contratação, em todas as modalidades, para as legislativa;
administrações públicas diretas, autárquicas e  A União delega através de lei
fundacionais da União, Estados, Distrito complementar, não pode ser lei
Federal e Municípios, obedecido o disposto no ordinária ou medida provisória;
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e  A União delega questões específicas,
sociedades de economia mista, nos termos do não sendo possível delegações
art. 173, § 1°, III; genéricas;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial,  Apesar de não constar no texto
defesa marítima, defesa civil e mobilização
expresso a delegação também pode ser
nacional;
XXIX - propaganda comercial. dada ao DF, pois ele cumula as
Parágrafo único. Lei complementar poderá competências legislativas dos Estados e
autorizar os Estados a legislar sobre questões dos Municípios em virtude de sua
específicas das matérias relacionadas neste natureza híbrida.
artigo. A delegação deve ser feita a todos os Estados
e DF, e não apenas para um ou outro, isso
Mnemônica art. 22, I, CF - CAPACETE DE PM: porque a CF veda à União, Estados,
Municípios e DF instituírem preferencias entre
COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA
si (art. 19, III) – princípio da isonomia
UNIÃO – CAPACETE DE PM
federativa.
C= civil
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 14
DESTAQUES: convenção ou acordo coletivo de
 Apesar de não elencada no art. 22 da trabalho, nos termos da Lei
CF a competência para legislar sobre complementar 103/2000.
normas de processo e julgamento de
crimes de responsabilidade é  Súmula vinculante 2 sobre a
privativa da União, ou seja, os estados competência para legislar sobre sistema
e municípios não poderão dispor a de consórcios e sorteios: É
respeito de crimes de responsabilidade, inconstitucional a lei ou ato normativo
é o que dispõe a súmula vinculante n° Estadual ou Distrital que disponha sobre
46 do STF: sistemas de consórcios e sorteios,
Súmula Vinculante 46 inclusive bingos e loterias.
A definição dos CRIMES DE
RESPONSABILIDADE e o  Fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento das respectivas expediente bancário é competência
normas de processo e julgamento são privativa da União, contudo o horário de
de competência legislativa privativa da funcionamento de estabelecimentos
União. comerciais é de competência dos
Municípios por ser de interesse local.
 A competência para legislar sobre "A fixação do horário bancário, para
DESAPROPRIAÇÃO é uma atendimento ao público, é de
competência privativa da União, competência da União" (Súmula nº 19,
elencada no art. 22, II, da Constituição STJ).
Federal, ou seja, apenas a União pode
criar uma lei sobre desapropriação,
entretanto, isso não impede que os
outros entes federados realizem o ato COMUM
administrativo de desapropriar.
A competência Comum, cumulativa ou paralela
é uma competência de natureza MATERIAL, e
 A temática envolvendo o PISO
é atribuída a todas as entidades – União,
SALARIAL refere-se a competência
Estados, Municípios e DF, em pé de igualdade,
sobre direito do trabalho. De acordo com
é dizer, o exercício dessa competência por um
o art. 22, I da CF/88 a competência para
ente federativo não exclui o exercício dessa
legislar sobre direito do trabalho é uma
mesma competência por outro ente. É o que
competência privativa da União, logo
dispõe o art. 23:
apenas a União poderia legislar sobre
esse tema, entretanto, as competências
privativas (ao contrário das exclusivas) Art. 23. É competência comum da União, dos
permitem a sua delegação, ou seja, as Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
matérias de competência privativa da I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e
União podem ser delegadas – das instituições democráticas e conservar o
transferidas – para outros entes patrimônio público;
federativos, a saber: para os Estados e II - cuidar da saúde e assistência pública, da
proteção e garantia das pessoas portadoras de
para o DF através de lei complementar,
deficiência;
conforme art. 22, parágrafo único da III - proteger os documentos, as obras e outros
CF/88. bens de valor histórico, artístico e cultural, os
Dessa forma, a União, valendo-se do monumentos, as paisagens naturais notáveis e os
disposto no art. 22, inciso I e parágrafo sítios arqueológicos;
único, da CF/88, delegou aos Estados e IV - impedir a evasão, a destruição e a
ao Distrito Federal a competência para descaracterização de obras de arte e de outros
instituir piso salarial para os bens de valor histórico, artístico ou cultural;
empregados que não tenham esse V - proporcionar os meios de acesso à
mínimo definido em lei federal, cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 15
pesquisa e à inovação; (Redação dada pela U – Urbanístico
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - proteger o meio ambiente e combater a T – Tributário
poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; O - Orçamentário
VIII - fomentar a produção agropecuária e
organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de
moradias e a melhoria das condições F - Financeiro
habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores E – Econômico
de marginalização, promovendo a integração
social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao
concessões de direitos de pesquisa e exploração Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
de recursos hídricos e minerais em seus I - direito tributário, financeiro, penitenciário,
territórios; econômico e urbanístico;
XII - estabelecer e implantar política de educação II - orçamento;
para a segurança do trânsito. III - juntas comerciais;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão IV - custas dos serviços forenses;
normas para a cooperação entre a União e os V - produção e consumo;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do da natureza, defesa do solo e dos recursos
bem-estar em âmbito nacional. naturais, proteção do meio ambiente e controle
da poluição;
Por ser competência de natureza material, não
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural,
autoriza de imediato os entes a legislarem artístico, turístico e paisagístico;
sobre o assunto. VIII - responsabilidade por dano ao meio
Palavra chave do exercício dessa competência ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
é a palavra COOPERAÇÃO, que caracteriza a valor artístico, estético, histórico, turístico e
Federação Brasileira como um federalismo paisagístico;
cooperativo. IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência,
As Leis complementares mencionadas no tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
parágrafo único devem ser elaboradas apenas inovação; (Redação dada pela Emenda
pela União. Constitucional nº 85, de 2015)
X - criação, funcionamento e processo do
juizado de pequenas causas;
CONCORRENTE XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da
A competência Concorrente é competência de saúde;
natureza legislativa atribuída a diversos entes XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
federativos, a saber: União, Estados e o DF. XIV - proteção e integração social das pessoas
Observe que a CF não atribuiu essa portadoras de deficiência;
competência legislativa aos Municípios. Desse XV - proteção à infância e à juventude;
modo, de forma expressa o município não tem XVI - organização, garantias, direitos e deveres
competência concorrente. Está prevista no art. das polícias civis.
24:
Apesar da atribuição das competências
Mnemônica – PUTO FÉ legislativas terem sido dadas a diversos entes,
a CF optou que essas não fossem cumulativas,
estabelecendo algumas regras para o exercício
COMPETÊNCIA dessa competência, que podemos encontrar
CONCORRENTE – PUTO FE nos parágrafos do art. 24, vejamos:
P - Penitenciário

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 16
Art. 24. Compete à União, aos Estados Competência reservada, residual
e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
ou remanescente dos Estados
§ 1º No âmbito da legislação Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se
concorrente, a competência da União pelas Constituições e leis que adotarem,
limitar-se-á a estabelecer normas observados os princípios desta Constituição.
gerais. § 1º São reservadas aos Estados as
§ 2º A competência da União para competências que não lhes sejam vedadas por
legislar sobre normas gerais não exclui esta Constituição.
a competência suplementar dos § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
Estados. mediante concessão, os serviços locais de gás
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
gerais, os Estados exercerão a medida provisória para a sua regulamentação.
competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal
sobre normas gerais suspende a
Competência dos Municípios
eficácia da lei estadual, no que lhe for O art. 30 estabelece competências dos
contrário. Municipios que podem ser materiais ou
legislativas
 Como regra geral, a União deverá criar
normas gerais2, enquanto que os estados e DF Art. 30. Compete aos Municípios:
devem legislar criando as suas normas I - legislar sobre assuntos de interesse local;
específicas, por meio da chamada II - suplementar a legislação federal e a estadual
competência suplementar. § 1º e § 2º. no que couber;
 A inexistência de lei Federal (ou III - instituir e arrecadar os tributos de sua
nacional) sobre norma geral em matéria de competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
competência concorrente, autoriza os Estados
contas e publicar balancetes nos prazos fixados
e o DF a legislarem sobre o tema de forma em lei;
PLENA para atender suas peculiaridades. § 3º. IV - criar, organizar e suprimir distritos,
Alguns doutrinadores chamam essa observada a legislação estadual;
competência de competência supletiva. V - organizar e prestar, diretamente ou sob
 A superveniência de Legislação Federal regime de concessão ou permissão, os serviços
contendo normas gerais SUSPENDE A públicos de interesse local, incluído o de
EFICÁCIA da Lei Estadual naquilo que lhe for transporte coletivo, que tem caráter essencial;
contrária, ou seja, não ocorre a revogação da VI - manter, com a cooperação técnica e
lei estadual ou distrital, isso porque não poderia financeira da União e do Estado, programas de
uma lei federal revogar uma lei estadual. Dessa educação infantil e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e
forma a lei estadual permanece existente e
financeira da União e do Estado, serviços de
válida, apenas não produzindo seus efeitos. atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado
 Outra observação importante é a de que ordenamento territorial, mediante planejamento e
os MUNICÍPIOS mesmo não possuindo controle do uso, do parcelamento e da ocupação
competência concorrente poderão do solo urbano;
legislar sobre algumas matérias IX - promover a proteção do patrimônio histórico-
previstas no art. 24 desde que para cultural local, observada a legislação e a ação
suplementar legislação federal ou fiscalizadora federal e estadual.
estadual, como autoriza o art. 30, II da
DESTAQUES:
CF.
 De fato em razão das peculiaridades de
cada Município – interesse local, é atribuição
desse ente fixar o horário de funcionamento de
estabelecimentos comerciais (Súmula
2
Por normas gerais defende a doutrina serem: princípios, vinculante 38), entretanto, de acordo com a
diretrizes, regras jurídicas gerais.
“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 17
jurisprudência tanto do STF quanto do STJ a integração social das pessoas PORTADORAS
fixação do horário de atendimento bancário é DE DEFICIÊNCIA são competências
uma atribuição da União, isso porque a CONCORRENTES.
disciplina do serviço bancário transcende o 3) Diretrizes e bases da educação é
'peculiar interesse' do município, e sua competência privativa da União, porém, em se
disciplina há de ser nacional e não local tratando simplesmente de EDUCAÇÃO a
(Súmula 19 STJ). Veja as súmulas: competência será CONCORRENTE.
4) O mesmo vale para direito comercial e
Súmula Vinculante 38
É competente o Município para fixar o propaganda comercial (ambas competências
horário de funcionamento de privativas) e juntas comerciais (competência
estabelecimento comercial. concorrente).
Súmula 19 STJ 5) Política de Educação para segurança do
A fixação do horário bancário, para Trânsito – COMUM; Legislar sobre Trânsito e
atendimento ao publico, e da Transporte – PRIVATIVA DA UNIÃO.
competência da união.

 Definição do tempo máximo de espera Art. 31. A fiscalização do Município será


de clientes em filas de instituições exercida pelo Poder Legislativo
bancárias. Competência do Município Municipal, mediante controle externo, e
para legislar. Assunto de interesse local. pelos sistemas de controle interno do
[RE 610.221 RG, rel. min. Ellen Gracie, Poder Executivo Municipal, na forma da
j. 29-4-2010, P, DJE de 20-8-2010, lei.
§ 1º O controle externo da Câmara
Tema 272.]
Municipal será exercido com o auxílio
dos Tribunais de Contas dos Estados
 Os Municípios podem legislar sobre ou do Município ou dos Conselhos ou
direito ambiental, desde que o façam Tribunais de Contas dos Municípios,
fundamentadamente. (...) A Turma onde houver.
afirmou que os Municípios podem adotar § 2º O parecer prévio, emitido pelo
legislação ambiental mais restritiva em órgão competente sobre as contas que
relação aos Estados-membros e à o Prefeito deve anualmente prestar, só
União. No entanto, é necessário que a deixará de prevalecer por decisão de
norma tenha a devida motivação. dois terços dos membros da Câmara
[ARE 748.206 AgR, rel. min. Celso de Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão,
Mello, j. 14-3-2017, 2ª T, Informativo
durante sessenta dias, anualmente, à
857.] disposição de qualquer contribuinte,
para exame e apreciação, o qual poderá
Competência do Município para legislar em questionar-lhes a legitimidade, nos
matéria de segurança em estabelecimentos termos da lei.
financeiros. Terminais de autoatendimento. § 4º É vedada a criação de Tribunais,
[ARE 784.981 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 17- Conselhos ou órgãos de Contas
3-2015, 1ª T, DJE de 7-4-2015.] Municipais.

CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR!!!!!

1) A competência para legislar sobre direito


processual é competência privativa da União,
mas a competência para legislar sobre
procedimentos em matéria PROCESSUAL é
competência CONCORRENTE.
2) Seguridade social é competência privativa
da União, já legislar sobre previdência social;
proteção e defesa da saúde; e, proteção e

“Mesmo que a vida pareça difícil, há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso nela.” Stephen
HawkingPágina 18

You might also like