You are on page 1of 36

Capítulo 2

La realidad personal del ser humano

Y nosotros p o r qué estamos?


¿ Y q u ié n es somos?
¿ Tendrá el universo un alma
Y somos nosotros esa
Con todo el cosm os p o r cuerpo,
aun los gases más distantes, nuestro cuerpo?
A sí el cosmos se conoce a sí mism o p o r nosotros.
‘Conócete a ti m ism o’.
Conciencia de uno mismo, uno también lo es del todo
(Ernesto Cardenal)

E n te n d e re m o s p o r h u m a n is m o a q u e l p e n s a m ie n to q u e c o lo c a la
re a lid a d d e la e x p e rie n c ia h u m a n a c o m o c e n tro de su in te ré s re
fle x iv o . D e s d e e s ta p e rs p e c tiv a , n o s p a re c e q u e el le n g u a je de
las n e u ro c ie n c ia s re s u lta in s u fic ie n te p a ra d a r c u e n ta d e la s e x
p e rie n c ia s p ro fu n d a m e n te h u m a n a s : c o n c ie n c ia , c o m u n ic a c ió n ,
e x p e rie n c ia e s té tic a o m ís tic a , s e n tid o m o ra l, c re a tiv id a d , a m o r,
son irre d u c tib le s a u n a s im p lific a c ió n q u e s u p o n e d e s c rib irla s en
té rm in o s d e a c c ió n d e n e u ro tra n s m is o re s y re a c c io n e s b io q u ím i
cas. Si c o n c e d e m o s q u e la m a ra v illa d e l c e re b ro h u m a n o e s lo
q ue h a c e p o s ib le ta le s v iv e n c ia s , d e s c rib irla s en e s o s té rm in o s
no n o s a y u d a ría a p ro fu n d iz a r en su s ig n ific a d o ; p o r ello, e s p re
ciso a d o p ta r un le n g u a je filo s ó fic o c u y a s c a te g o ría s n o s p e rm i
ta n c o m p re n d e r y d e s e n tra ñ a r a lg u n a s de su s im p lic a c io n e s .

De a h í q u e u n a v e z c o n s id e ra d a la d im e n s ió n b io ló g ic a del se r
h u m a n o , a b o rd e m o s e n e s te c a p ítu lo s u d im e n s ió n p e rs o n a l.
P a rtim o s de la c o n c e p c ió n de p e rs o n a q u e , en c u a n to u n id a d
b io p s ic o s o c ia l y e s p iritu a l, e s tá d e s tin a d a al a u to d e s a rro llo y
c o n s tru c c ió n d e sí m is m a a lo la rg o d e su e x is te n c ia , s ie m p re en
in te ra c c ió n co n su re a lid a d c irc u n d a n te , e s p e c ia lm e n te co n sus
s e m e ja n te s .
2.1 La dimensión de la corporalidad

En el c a p ítu lo a n te rio r to m a m o s c o m o b a se lo s a p o rte s de la b io


lo g ía y las n e u ro c ie n c ia s para la c o m p re n s ió n del s e r h u m a n o y,
p o r ta n to , no d u d a m o s , c o m o D e s c a rte s , d e la e x is te n c ia de
n u e s tro p ro p io c u e rp o . Al co n tra rio , s o s tu v im o s q u e la prim era
e v id e n c ia de n u e s tra p ropia re a lid a d h u m a n a es n u e s tra e x is
te n c ia fís ic a . M e d ia n te el cu e rp o , el s e r h u m a n o se re a liza en el
m u n d o y con los de m ás, de tal m a n e ra q u e el v e rd a d e ro h o m o
es el h o m o c o rp ó re o . Pero, ¿ qué e s el c u e rp o ? , ¿ a c a s o es s o
la m e n te el c o n ju n to de fu n c io n e s fis io ló g ic a s q u e c o n s titu y e n la
b a se m a te ria l de nu e stra vid a y q u e a c tú a n de m a n e ra c o o rd in a
da para m a n te n e rla ? Jo se p h G e v a e rt1 se ñ a la qu e la a n tro p o lo g ía
he b re a utiliza v a rio s té rm in o s pa ra re fe rirs e al s e r h u m a n o , ta le s
co m o basar, n e fe s y ru a h ; éstos indican la vive n cia del sujeto com o
u n id a d , sin u n a d is tin c ió n ta ja n te e n tre el e s p íritu y la re a lid a d
m a te ria l. P o r e je m p lo , b a s a r s ig n ific a c a rn e o c u e rp o , no co m o
algo o p u e sto al alm a espiritual sino in clu id o d e n tro de lo in m a te
rial. N efes, q u e se ha tra d u cid o p o r p s iq u e (g rie g o ) o an im a (latín),
sign ifica a lie nto vital o vida, p ero no co m o no ción a bstracta, sino
com o el se r vivie n te c o n creto en qu ie n flu y e la sa ngre, el a lien to
de la vida; p o r eso el ho m b re es nefes, es un s e r vivie n te . R uah,
que se tra du ce al griego por p n e u m a y al latín po r spiritus, significa
en heb re o re sp ira ción o viento, e in dica “a q u e llo qu e en el ho m b re
lo hace ca p a z de e s cu c h a r a D io s” ;2 p o r tan to, R u a h indica cierta
ca pa cidad h u m a na para e s ta b le c e r u na re la ció n e s p e c ial con D ios
en la m ed id a en que se le m a n ifie ste ; es la e sfe ra en la que la d i
vinidad es c a p a z de influir en el su je to y no ta n to una fu n c ió n in
herente al p ro pio sujeto.

P ara la a n tro p o lo g ía se m ita c ie rta s fu n c io n e s , q u e p o r lo g e n e ra l


se a trib u y e n al cu erpo, so n c o n c e b id a s c o m o fu n c io n e s de la
p s iq u e (n e fe s), po r e je m p lo , el d e s e o de b e b e r, d e c o m e r, etc.
P or o tro lado, el p e n s a r o el a m a r tie n e n s ie m p re un e le m e n to
co rp o ra l; p a ra la tra d ic ió n h e b re a el c u e rp o m is m o c o n s titu y e la
p re se n cia de la p e rso n a . La s e x u a lid a d no es s ó lo la un ió n de
los c u e rp o s, ta m b ié n es el e n c u e n tro de las p e rs o n a s , y p o r e n

1 Joseph Gevaert, El problema del hombre. Introducción a la antropología fi


losófica, Trad. de Alfonso Ortiz, Salamanca, Sígueme, 10a. ed., 1995.
2 Ibidem, p. 73.
de no es n e g a tiv a ni p e c a m in o s a , s in o b u e n a , ya q u e h a c e p o s i
ble la fe c u n d id a d , la a p a ric ió n d e m á s p e rs o n a s . El c u e rp o no e s
e n to n ce s el centro del pecado; p or el contrario, el p e ca d o es c o m e
tid o p o r el s e r h u m a n o to ta l, y el p e rm a n e c e r en el p e c a d o s ig n i
fic a v iv ir (b io ló g ic a y p s íq u ic a m e n te ) a p a rta d o d e D ios.

P o r el c o n tra rio , en la a n tro p o lo g ía g rie g a , e s p e c ia lm e n te con


P la tó n , se a ce n tú a un d u a lis m o q u e o p o n e al a lm a con el cuerp o ,
y s u b ra y a q u e e s te ú ltim o no es sin o un o b s tá c u lo , u n a c á rc e l
q u e tie n e p ris io n e ra al a lm a , y d e la cual el s e r h u m a n o se v e rá
lib re en el m o m e n to de su m u e rte . S ó lo c u a n d o el a lm a se s e p a
re del cu e rp o , p u rifica d a a tra v é s de una se rie de re e n c a rn a c io n e s
(m e te m p s ic o s is ), se rá c a p a z de lle g a r a la p le n itu d de la c o n
te m p la c ió n de la v e rd a d .

El d u a lis m o a n tro p o ló g ic o de P latón tie n e sus ra íce s en la religión


ó rfic a , la cu a l a firm a la n e c e s id a d de la re e n c a rn a c ió n — é s ta es
un p ro c e s o de p u rific a c ió n del a lm a cu yo o b je tiv o ú ltim o e s lib e
ra rs e del c u e rp o — . P o r o tro lado, ta m b ié n es v e rd a d q u e , a c o rd e
co n su c o n te x to c u ltu ra l, P la tó n s u b ra y a la im p o rta n c ia de la d i
m e n s ió n c o rp o ra l del s e r h u m a n o en su s re fle x io n e s s o b re la
e d u c a c ió n , a s e n ta d a s en d iá lo g o s co m o La R e p ú b lic a (o b ra de
m a d u re z ) y L a s L e y e s (o b ra de su v e je z). En e lla s le da un p a p e l
p re p o n d e ra n te a a q u e lla s a c tiv id a d e s , c o m o la g im n a s ia y las a r
te s m a rc ia le s , q u e c o n trib u y e n a m a n te n e r el c u e rp o á g il, s a n o y
be llo . S in e m b a rg o , la in te rp re ta c ió n d u a lis ta q u e d e s p re c ia al
cu e rp o es la q u e se tra n s m ite al p e n s a m ie n to c ris tia n o de los
p rim e ro s sig lo s, en e s p e c ia l c u a n d o san A g u s tín de H ip o n a le da
fo rm u la c io n e s te o ló g ic a s q u e le o to rg a ca rta de c iu d a d a n ía en la
fe c ris tia n a , y q u e h a b ría de s e r el d is c u rs o d o m in a n te en la c u l
tu ra o c c id e n ta l. D u ra n te m u c h o s sig lo s, y h a sta la fe c h a , el c ris
tia n is m o ha e n fre n ta d o u na lu ch a en su in te rio r c o n tra el in flu jo
n e g a tiv o de e ste d u a lis m o .

El d u a lis m o a n tro p o ló g ic o de la c u ltu ra o c c id e n ta l se v e fo r ta le


cid o c o n la filo s o fía de R e n é D e s c a rte s (1 5 9 8 -1 6 5 0 ), c o n s id e
ra do c o m o el fu n d a d o r d e l p e n s a m ie n to filo s ó fic o m o d e rn o ,
e s p e c ia lm e n te con su o b ra E l d is c u rs o d e l m é to d o . En e ste lib ro
p la n te a la n e c e s id a d de lle g a r a una ve rd a d in c u e s tio n a b le , pa ra
lo cu al se p ro p o n e d u d a r m e to d o ló g ic a m e n te de to d o a q u e llo
que no se p re s e n te a su e n te n d im ie n to co m o e v id e n te . A sí, tra s
h a b e r d u d a d o de la in fo rm a c ió n d e los s e n tid o s y, p o r e n d e , de la
e xiste n c ia del m u n d o m a te ria l, D e s c a rte s q u e d a “a tra p a d o ” en el
so lip s ism o del cogito, p o r lo q u e se ve ló g ic a m e n te o rilla d o a a fir
m a r q ue la ún ica v e rd a d e v id e n te es q u e p ie n s a : “P ien so, lu e g o
e x is to ” . D e s p u é s de fo rm u la r e s ta fa m o s a c o n c lu s ió n , el filó s o fo
fra n c é s se ve en s e rio s p ro b le m a s p a ra d e m o s tra r la e x is te n c ia de
su p ro p io c u e rp o 3 y d e l m u n d o real. P a ra D e sca rte s, el c u e rp o es
ra d ica lm e n te d is tin to del a lm a , y a q u e e x is te y fu n c io n a so b re la
base del m o v im ie n to m e c á n ic o d e la re a lid a d m a te rial. El a lm a
id e ntificada con la c o n c ie n c ia , “c u y a e s e n c ia y n a tu ra le za to d a es
p e n sa r” ,4 no d e p e n d e d e n in g u n a c o sa m a te ria l.

El d u a lis m o c a rte s ia n o c o n tin u ó s ie n d o d e fe n d id o p o r el ra c io n a


lism o d e p e n s a d o r e s p o s te r io r e s c o m o L e ib n iz (1 6 4 6 - 1 7 1 6 )
y M alebranche (1 6 3 8 -171 5 ). Sin e m b a rg o , a c tu a lm e n te no e n cu e n
tra un fu n d a m e n to s u fic ie n te en la e x p e rie n c ia p e rs o n a l ni en la
cie n cia , q u e c a d a d ía tie n e m a y o re s c e rte z a s s o b re la in te rd e
pendencia en tre los fe n ó m e n o s p síq u ic o s y los fe n ó m e n o s fis io ló g i
cos del c u e rp o , ta l c o m o lo s e ñ a la m o s en el p rim e r c a p ítu lo . A
p a rtir de n u e stra e x p e rie n c ia p e rs o n a l n o s v iv im o s c o m o s u je to s
cu ya s a c c io n e s e s p iritu a le s y c o rp o ra le s e s tá n p ro fu n d a m e n te
im b rica d a s; no s o m o s d o s s e re s s in o un s o lo se r, un o rg a n is m o
viv ie n te q u e cre c e , d u e rm e , s u e ñ a , a m a co n su m e n te y con su
c u e rp o de m a n e ra s im u ltá n e a .

3 Descartes divide tajantemente la realidad en res cogitans y res extensa, es


decir, en pensamiento y materia; él tiene como verdad evidente sólo la realidad de
pensamiento. Para demostrar la existencia de la res extensa, a la que per
tenece el cuerpo, y de cuya existencia había dudado al invalidar el conoci
miento sensorial, tuvo que recurrir a la demostración de la existencia de
Dios, y para ello retomó el argumento de San Anselmo sobre la idea de per
fección. Dios, como ser bueno y perfecto, no quiere engañarnos y, por lo
tanto, la realidad material (extensa) existe. René Descartes, Discurso del
método, Trad. de Jorge Carrier Vélez, Barcelona, Educomunicación, 1998.
4 Ibidem, p. 71. La cita completa de Descartes es la siguiente: “conocí con
eso, que yo era una sustancia cuya esencia y naturaleza toda es pensar, y
que no necesita, para ser, de ningún lugar ni depende de ninguna cosa ma
terial; de manera que este yo, es decir, el alma por la cual yo soy lo que soy,
es enteramente distinto del cuerpo e incluso más fácil de conocer que éste,
y, que, aun cuando éste no fuese, aunque el cuerpo no fuese, el alma no
dejaría de ser todo aquello que es”.
N o s e x p e rim e n ta m o s en u n id a d co n n u e s tro p ro p io c u e rp o , y no
c o m o un e s p íritu q u e “ h a b ita ” en un s e r e x tra ñ o a n o s o tro s m is
m o s, p o r lo q u e no p u e d e d e c irs e q u e “te n e m o s ” un c u e rp o , sin o
m á s b ie n q u e “s o m o s ” n u e s tro c u e rp o . E s v e rd a d q u e n u e s tro
cu e rp o , c u a n d o se c o n v ie rte en o b je to d e e s tu d io d e la s c ie n
cias, ta le s c o m o la q u ím ic a , la a n a to m ía o la fis io lo g ía , se a n a li
za d e s d e un p u n to d e v is ta o b je tiv o : el c u e rp o s e c o n v ie rte en
o b je to de co n o c im ie n to científico, pero e n to n ce s ya no es m i c u e r
po, ta l c o m o lo v iv o y lo e x p e rim e n to d e s d e d e n tro d e m í. E dith
S te in , en su te s is d o c to ra l, a b o rd a d e m a n e ra b rilla n te las re la
c io n e s e n tre el y o y el c u e rp o v iv o , en e sta e x p e rie n c ia de a lte ri-
d ad y d e u n id a d .5 D ic h a v iv e n c ia in te rn a d e l p ro p io c u e rp o lo
e le v a a la c a te g o ría d e “ h u m a n o ” , co n lo cu a l s e q u ie re in d ic a r la
p o s ib ilid a d c o n c re ta q u e te n g o d e e x is tir y c o m u n ic a rm e co n los
d e m á s : “ El c u e rp o e s lo q u e p e rm ite s e r co n lo s d e m á s y re a li
z a rs e en el m u n d o . E s el p u n to de in s e rc ió n en el m u n d o ”

P or o tro lado, lo q u e p u e d e d a r p ie a las p o s tu ra s d u a lis ta s es


q u e a la e x p e rie n c ia d e id e n tific a c ió n co n m i p ro p io c u e rp o ta m
bié n d e b e n a ñ a d irse e x p e rie n c ia s de no id entificación; é sta s tienen
lu g a r c u a n d o el sí m is m o p e rc ib e q u e en él e x is te u n a d im e n s ió n
q u e no s e d e ja o b je tiv a r d e n in g u n a m a n e ra . U n a d e e s ta s e x p e
rie n c ia s e s la v iv e n c ia d e l sí m is m o c o m o c e n tro d e d e c is io n e s
lib re s, es d e c ir, c o m o c o n c ie n c ia . J e a n P a u l S a rtre c a p ta con
a g u d e z a e s ta e x p e rie n c ia d e s d e u n a v ía n e g a tiv a c u a n d o a d
v ie rte q u e e x is te n m ira d a s q u e in te n ta n c o s ific a rn o s , a p re s a rn o s
c o m o o b je to s d e d e s e o o c o m o in s tru m e n to s m a n ip u la b le s . La
m ira d a de l o tro q u e o b je tiv a al c u e rp o s e c o n v ie rte en un in fie r
no; d e s d e ahí e s e x p lic a b le la c o n o cid a fra s e sa rtria n a “el infierno
so n los o tro s ” .7 P e ro la re a lid a d p e rs o n a l, en c u a n to fu e n te d e
la s p ro p ia s a c c io n e s y c a p a c id a d d e re fle x ió n , e s a q u e llo q u e
h a ce p o s ib le lo q u e H a n n a h A re n d t lla m a la “to m a d e in ic ia tiv a ” ,
el p o d e r d e in a u g u ra r,8 q u e só lo s e e x p lic a si a firm a m o s la lib e r
ta d c o m o c e n tro c la v e p a ra la c a p ta c ió n d e l s ig n ific a d o d e s e r

5 Edith Stein, Sobre el problema de la empatia, Madrid, Trotta, 2004.


6 Joseph Gevaert, El problema del..., op. cit., p. 86.
7 Véase la conocida obra de teatro de Jean Paul Sartre, A puerta cerrada,
Trad. de Aurora Bernárdez, Buenos Aires, Losada, 8a. ed., 1997.
8 Hannah Arendt (1958), La condición humana, Trad. de Ramón Gil Novales,
Barcelona, Paidós, 1998. En el capítulo 5 del presente trabajo se abordará
con mayor detalle este tema.
p e rso n a . A u n en c o n d ic io n e s de s u p re s ió n de la lib e rta d física o
corporal persiste la ca p a cida d de m a n te n e r la “libertad interior” ; ex
perien cia s com o las relatadas por V íc to r Frankl9 en los c a m p o s de
c o n c e n tra c ió n dan c u e n ta de e s te fe n ó m e n o .

E x is te a d e m á s o tra s itu a c ió n en la q u e el c u e rp o se c o n v ie rte en


el v e h íc u lo q ue nos tra n s p o rta a un a d im e n s ió n no m a te ria l; se
tra ta de la e x p e rie n c ia h u m a n a de la c o m u n ic a c ió n de un yo
fre n te a un tú, la cual re v e la un a c o n e x ió n de c a lid a d in m a te ria l,
qu e no c o in c id e con el c u e rp o y q u e n o s lle va a v iv e n c ia r n u e s
tra p ro p ia u n ic id a d fre n te al o tro q u e se re ve la ta m b ié n c o m o
ú n ico y con una d ig n id a d d is tin ta d e la q u e p u e d e n te n e r las c o
sas, las p la n ta s o los a n im a le s . U n a te rc e ra e x p e rie n c ia de n o -
c o in c id e n c ia del y o co n su c u e rp o e s la v iv e n c ia del a m o r, el a c
to de q u e re r el bien d el o tro y d e s e n tirs e u n id o (re lig a d o ) a
o tro (s ) a p e s a r de la d is ta n c ia g e o g rá fic a o te m p o ra l.

S in e m b a rg o , e s ta s v iv e n c ia s de lib e rta d in te rio r, qu e tra s c ie n


d e n las c o o rd e n a d a s e s p a c io -te m p o ra le s en la s q u e se h a ya in
s e rto el c u e rp o , no s e ría n p o s ib le s si no se p a rtie ra de la
v iv e n c ia p rim o rd ia l d e l p ro p io c u e rp o . La p e rs o n a h u m a n a v iv e
en y a tra v é s de su c u e rp o , el c u a l tie n e v a rio s s ig n ific a d o s : es
e x p re s ió n , le n g u a je , p re s e n c ia e in s tru m e n to , y ta m b ié n lím ite .
En c u a n to p re s e n c ia , 0 el c u e rp o e s tá o rie n ta d o h a cia lo s d e m á s
y es p e rc ib id o p o r e llo s c o m o h u m a n o ; e s tá d e d ic a d o a la c o m u
n ic a c ió n y m e re c e re c o n o c im ie n to c o m o in te rlo c u to r p o s ib le de
to d o s los d e m á s : “tie n e d e re c h o a s e r tra ta d o c o m o s e r h u m a n o
y no c o m o c o s a ” .11

C o b ra m o s c o n c ie n c ia d e l s ig n ific a d o d e la p re s e n c ia h u m a n a ,
c o m o d ife re n te de l s im p le “e s ta r a h í” d e la s c o s a s , e x a c ta m e n te
c u a n d o s e n tim o s la a u s e n c ia d e u n a p e rs o n a . La m u e rte del s e r

9 Víctor Frankl, El hombre en busca de sentido, Trad. de Diorki, Barcelona,


Herder, 6a. ed., 1985.
10 El cuerpo como presencia ha sido objeto de reflexión para Gabriel Marcel,
quien en su obra Homo viator sostiene que la presencia es algo más que sim
plemente el “estar ahí” propio de las cosas. La presencia se refiere al hecho de
que el sujeto humano es reconocido por los demás como humano. Gabriel Mar
cel, Homo viator. prolégoménes a une metaphysique de íespérance, París, Au-
bier Montaigne, 1944.
11 Joseph Gevaert, El problema del..., op. cit., p. 95.
a m a d o es la e x p e rie n c ia m á s ra d ica l de e s te fe n ó m e n o , c u a n d o
el c a d á v e r no es ya u na p re s e n c ia , sin o u na a u s e n c ia ; a lg o q u e
e s tá fís ic a m e n te , p e ro d a d o q u e su c a p a c id a d d e in te rlo c u c ió n
ha sid o c a n c e la d a , ha p e rd id o su c a lid a d h u m a n a y se e n c u e n tra
“fu e ra ” d el m u n d o .

El c u e rp o e s p re s e n c ia p o rq u e es el c a m p o d e e x p re s ió n de la
p e rs o n a . C o n tra rio a los p rin c ip io s del d u a lis m o , h o y en d ía no
p o d e m o s h a b la r de un s u je to h u m a n o re a liz a d o c o m p le ta m e n te
en la in te rio rid a d de su c o n c ie n c ia d e b id o a q u e é s ta no se da
n u n c a d e u n a fo rm a p u ra , a is la d a d e l m u n d o , sin o q u e s ie m p re
a p a re c e y e v o lu c io n a g ra c ia s al c o n ta c to c o n c re to y real co n las
p e rs o n a s y las c o s a s . En re a lid a d , el p e n s a m ie n to no p u e d e
fo rm a rs e sin la p a rtic ip a c ió n del cu e rp o , e s d e c ir, sin el fu n c io
n a m ie n to de to d o el o rg a n is m o , de la s a n g re q u e a lim e n ta los
c irc u ito s n e u ro n a le s y de to d o s los p ro c e s o s fís ic o s y m e ta b ó li-
c o s q u e h a ce n p o s ib le la a c tiv id a d c e re b ra l. N o e x is te , c o m o c re
ía D e s c a rte s , un p e n s a m ie n to s e p a ra d o del cu e rp o .

En c u a n to al le n g u a je , el c u e rp o es en sí m is m o u n a fo rm a de
le n g u a je ; s u s d iv e rs a s p a rte s p a rtic ip a n en el ju e g o d e la c o m u
n ic a c ió n : las m a n o s, la e x p re s ió n del ro s tro , la p o s tu ra de la c o
lu m n a v e rte b ra l, el m o v im ie n to de la c a b e z a , son un le n g u a je :
“en el fo n d o to d o s los le n g u a je s no ha ce n m á s q u e d e s a rro lla r y
e s p e c ific a r el le n g u a je fu n d a m e n ta l q u e es el p ro p io c u e rp o ” .12
T a m b ié n la m a n e ra de v e s tir del c u e rp o in d ic a su fu n c ió n s o c ia l,
c o m o la necesidad de pertenencia, de protesta, de reivindicación,
etc. El s ig n ific a d o c o n c re to del le n g u a je del v e s tid o , así c o m o del
le n g u a je de la e x p re s ió n c o rp o ra l, e s tá n s ie m p re in flu id o s p ro
fu n d a m e n te p o r el c o n te x to c u ltu ra l e h is tó ric o en el q u e se vive.
El c u e rp o ta m b ié n es le n g u a je en el tra b a jo : la a c tiv id a d fís ic a es
la m a n e ra en la q u e los s e re s h u m a n o s tra n s fo rm a n la n a tu ra le
za y c re a n la c u ltu ra . P or el tra b a jo e x p re s a m o s la n e c e s id a d de
m a n te n e r un co m p ro m iso co m ú n en el d o m in io de las fu e rza s de la
n a tu r a le z a ; d e a h í q u e el c u e rp o s e a ta m b ié n un in s tru m e n to
de l p ro p io h o m b re . M ich e l F o u c a u lt ha e la b o ra d o un in te re s a n te
a n á lis is del c u e rp o c o m o in s tru m e n to y de lo s m e d io s q u e h is tó
ric a m e n te se ha n e m p le a d o p a ra d is c ip lin a rlo . El d o m in io in s
tru m e n ta l d e l m u n d o re q u ie re un c u e rp o a d ie s tra d o ; e je m p lo de
e llo lo te n e m o s en el e jé rc ito o en el d e p o rte , en a m b o s c a s o s el
c u e rp o se a d ie s tra p a ra a d q u irir d e s tre z a s q u e p e rm ita n la in s e r
ció n de la p e rso n a en la s o c ie d a d c o n c re ta d o n d e e s ta s d e s tre z a s
so n d e m a n d a d a s , d e m o d o q u e la in s tru m e n ta lid a d del c u e rp o
en sí m is m a e stá o rie n ta d a s o c ia lm e n te : el c u e rp o no es s ó lo un
in s tru m e n to p a ra d o m in a r al m u n d o , s in o ta m b ié n p a ra s e r re c o
n o c id o p o r los d e m á s e n e s te m u n d o .

A s im is m o , el c u e rp o s e e x p e rim e n ta c o m o un lím ite d e las p ro


p ia s c a p a c id a d e s d e e x p re s ió n y d e re a liz a c ió n . En E l m a le s ta r
d e la cu ltu ra , F re u d s e ñ a la q u e el s u frim ie n to n o s a c e c h a en el
p ro p io c u e rp o , en el m u n d o e x te rio r y e n la s re la c io n e s in te rp e r
s o n a le s , así:

desde el propio cu e rp o que, co n d e n a d o a la deca de n cia o


a la aniquilación, ni s iq u ie ra puede p re scin d ir de los signos
de alarma que representan el dolor y la angustia del mundo
exterior, capaz de e n ca rn iza rse en n osotros con fue rza s
destructoras o m n ip o te n te s e im placables; p o r fin, de las
relaciones con otros se re s h u m a n o s .14

De h e ch o , los a s p e c to s p o s itiv o s d e n u e s tro p ro p io c u e rp o (su


p re se n cia , su le n g u a je , su in s tru m e n ta lid a d ) va n s ie m p re a c o m
p a ñ a d o s por la c o n c ie n c ia d e l lím ite q u e la m is m a d im e n s ió n
co rp o ra l nos im p o n e . En el nive l d e la e x p re s ió n , a m e n u d o e x
p e rim e n ta m o s n u e s tra in c a p a c id a d p a ra c o m u n ic a r y re a liz a r,
m e d ia n te nu e stro c u e rp o , lo q u e q u e re m o s v e rd a d e ra m e n te e x
presa r. D esde el a s p e c to b io ló g ic o , n u e s tro c u e rp o se e n c u e n tra
sie m p re a m e n a z a d o p o r la e n fe rm e d a d , y en ú ltim o té rm in o s a
bem os que estam os c o n d e n a d o s a la e xtin ció n. P o r su inserción en
el tie m p o y en el e s p a c io , e s d e c ir, p o r su s o m e tim ie n to a las le
yes de la n a tu ra le z a fís ic a , el c u e rp o s e p re s e n ta c o m o u na lim i
ta n te entre el q u e re r y el p o d e r hacer. El cue rp o , d e s d e su sentido
bio ló g ico anim al, se c o n v ie rte en un o b s tá c u lo p a ra la e x p re s ió n

13 Michel Foucault (1975), Vigilar y castigar. El nacimiento de la prisión, Trad. de


Aurelio Garzón del Camino, México, Siglo XXI Editores, 27a. ed., 1998.
14 Sigmund Freud, El malestar de la cultura, Trad. de Luis López Ballesteros,
México, Editorial Iztacíhuatl, 1985, p. 24.
de n u e s tra in te rio rid a d , d e n u e s tra c o n c ie n c ia : la s p u ls io n e s in s
tin tiv a s a m e n u d o re q u ie re n s e r c o n tro la d a s y e d u c a d a s , p u e s
de o tro m o d o no tra s c e n d e ría m o s el e s ta d o a n im a l. D e a h í qu e
d e s d e el p u n to d e v is ta de la e d u c a c ió n e x is ta un a c la ra n e c e s i
d ad d e d is c ip lin a r al c u e rp o de tal m o d o q u e p u e d a c o n v e rtirs e
en u n a e x p re s ió n d e la c o n c ie n c ia h u m a n a . A s í, un a de las p rio
rid a d e s d e la e d u c a c ió n en la e d a d te m p ra n a e s la a d q u is ic ió n
de h á b ito s , m e d ia n te los c u a le s s e a d ie s tra al c u e rp o y se d o m i
nan c ie rta s te n d e n c ia s c o rp o ra le s n e g a tiv a s c o m o la p e re z a , la
g u la , la la s c iv ia y, en g e n e ra l, las p a s io n e s q u e p ro v ie n e n de
n u e s tra c o n d ic ió n c o rp o ra l.

En s u m a , en c u a n to e x p e rie n c ia d e s e r p e rs o n a s en el m u n d o ,
n u e s tro c u e rp o es v iv id o ta m b ié n c o m o u n a e x p e rie n c ia de fra g i
lid a d , lo q u e no s e v id e n c ia la n e c e s id a d q u e te n e m o s d e un a v i
d a en c o m ú n , d o n d e los o tro s so n el a p o rte p a ra s u b s a n a r y
a p o y a r n u e s tra s p ro p ia s lim ita c io n e s en un a c o n tin u a re la c ió n de
in te rd e p e n d e n c ia .

El s ig u ie n te e s q u e m a re s u m e las id e a s s e ñ a la d a s en e s te a p a r
ta d o :
Expresión

Lenguaje

/ El cuerpo como realización

[Experiencia del bien


Presencia

"Instrumento"

Nuestro cuerpo

\ Dolor físico
j Experiencia del mal

Discapacidad
El cuerpo como límite
Vejez

Enfermedad

Muerte

2.2 La dimensión de la conciencia

Si bien p u e d e a c u s a rs e a D e s c a rte s d e h a b e r c o n s tru id o filo s ó fi


c a m e n te un d u a lis m o in a c e p ta b le q u e re b a ja al c u e rp o a la c a
te g o ría de u na s im p le m á q u in a , p o r o tro la d o , le d e b e m o s el
é n fa s is q u e p o n e en la re a lid a d d e la c o n c ie n c ia , p u e s d e s d e
é s ta nos e x p e rim e n ta m o s c o m o s u je to s p e n s a n te s . La c o n c ie n
cia es la a c tiv id a d m e d ia n te la c u a l el s u je to s e da c u e n ta ta n to
de la re a lid a d “e x te rio r” c o m o d e su p ro p ia p re s e n c ia “ in te rio r” : al
m is m o tie m p o q u e tie n e c o n c ie n c ia de lo o tro q u e no es él, s e da
c u e n ta de q u e él e s q u ie n c o n o c e , e s d e c ir, q u ie n p e rc ib e , e n
tie n d e , ju z g a , v a lo ra , e tc. B re n ta n o y lu e g o H u s s e rl (su d is c íp u lo )
a firm a b a n q u e la c o n c ie n c ia no es a lg o v a c ío , m á s bie n es
s ie m p re un a c o n c ie n c ia d e a lg o ; e s in te n c io n a l, en el s e n tid o de
q u e e stá d irig id a , q u e a p u n ta a un o b je to :
N uestro se r hum ano se despliega prop ia m e n te en el cam
po de la in te n cion a lid a d que es lo que llam am os nuestra
s u b je tiv id a d : N u e stra s e x p e rie n c ia s , d e se o s, im á g e n e s ,
conceptos, creencias, juicios de valor, sentimientos. Las acti
vidades in tencionales tienen dos características: son co ns
cientes y sie m p re se refieren a un o b je to .15

E s ta r c o n s c ie n te e s d a rs e c u e n ta de q u e s o m o s n o s o tro s q u ie
n e s p e n s a m o s , sin im p o rta r el c o n te n id o d e n u e s tro s p e n s a
m ie n to s . En la a c tiv id a d c o g n o s c itiv a , re fe rid a a los o b je to s del
p e n s a m ie n to , a p a re c e de m a n e ra c o n c o m ita n te el s u je to c o m o
fu e n te d e esa a c tiv id a d ; tá c ita m e n te , el yo e s tá p re s e n te a sí
m ism o : e s to e s lo q u e se lla m a a u to c o n c ie n c ia .

B e rn a rd L o n e rg a n ha a h o n d a d o en el s ig n ific a d o de la c o n c ie n
cia y ha d is tin g u id o v a rio s n iv e le s de c o n c ie n c ia q u e re v is a re
m o s m á s a d e la n te . P a ra e s te a u to r, el s u je to es “ un a s u b s ta n c ia
q u e e stá p re s e n te a sí m ism a , q u e e stá c o n s c ie n te ” .16 La p re
s e n c ia del s u je to a sí m is m o es c o n s ta n te a lo la rg o d e los p e n
s a m ie n to s q u e flu y e n en la c o n c ie n c ia , q u e no es u na re a lid a d
e s tá tic a , sin o d in á m ic a ; e s c o m o un río p o r el cu a l c o rre n m u
c h o s o b je to s d e p e n s a m ie n to : re c u e rd o s , p ro y e c to s , p re o c u p a
c io n e s , en fin , in te re s e s . E ste flu jo , a p a re n te m e n te c a ó tic o de la
co n c ie n c ia , en re a lid a d e s tá o rie n ta d o p o r el in te ré s del su je to ,
p o r a q u e lla s c o s a s q u e le o c u p a n o p re o c u p a n y q u e c o n s titu y e n
su m u y p a rtic u la r u n iv e rs o d e s e n tid o . Es c ie rto q u e la c o n c ie n
cia no es to ta lm e n te a u tó n o m a , y a q ue los e v e n to s del “ m u n d o
e x te rio r” p u e d e n a c a e c e r s o b re e lla de m a n e ra in e s p e ra d a , y
o b lig a r al p e n s a m ie n to a a te n d e r las d e m a n d a s q u e le h a ce la
re a lid a d ; a s im is m o , las e n fe rm e d a d e s p s íq u ic a s , c o m o la d e p re
sió n , la n e u ro s is y, en el e x tre m o , la s d iv e rs a s fo rm a s de p s ic o
sis, im p o n e n c la ro s lím ite s a la a u to n o m ía del s u je to c o n s c ie n te .
A p e s a r de e sto , b a jo c o n d ic io n e s n o rm a le s , en la c o n c ie n c ia los
p e n s a m ie n to s flu y e n en u n a e s p e c ie d e “u n id a d e s tru c tu ra d a ” ,
en el s e n tid o de q u e la s c o s a s q u e se p ie n s a n no so n a rb itra ria s ,

15 Francisco Galán, “Humanismo y educación: una propuesta para las Uni


versidades en el umbral del siglo xxi”, en Revista de Filosofía, núm. 100,
Uia, México, 2001, p. 12.
16 Bernard Lonergan, Filosofía de la educación. Las conferencias de Cincin-
nati en 1959 sobre aspectos de la educación, Trad. de Armando Bravo,
México, Uia, 1998, p. 131.
p u e s el s u je to c o n tro la im p e rc e p tib le m e n te el flu jo d e su c o n
c ie n c ia , e s d e c ir, s e le c c io n a a q u e llo s d a to s q u e re s u lta n im p o r
ta n te s p a ra él d e a c u e rd o c o n su in te ré s . A q u í “ in te ré s ” tie n e el
s ig n ific a d o a trib u id o p o r H e id e g g e r a S o rg e , e s d e c ir, “c u id a d o ” :

H ay toda clase de im p re sio n e s que afectan n uestros apa


ratos sensitivos, nuestros ó rg anos de los sentidos, pero no
todos ellos pe netran en nuestra co n ciencia . Lo que pen e
tra en nuestra con cie ncia es a que llo en lo que están inte
resados. La co ncie ncia s elecciona; flota por encim a de
todas las series de d e m a n d a s de aten ció n . En el flujo de la
conciencia no sólo está el a sp e cto subjetivo, el interés, lo
que “m e ” im porta, sino que está su correlativo , el m undo
— no “el” mundo— , sino el propio mundo [...] Y ese mundo que
uno vive co rre sp o nd e al interés propio. 7

L o n e rg a n to m a los a p o rte s d e la fe n o m e n o lo g ía de H usserl para


a b o rd a r la noción de m u n d o en cu a n to “h o rizo n te de h o rizo n te s” . Si
un ho rizo nte es una o rg a n iza ció n de se le c cio n e s qu e hace la co n
ciencia de a c u e rd o con c ie rto s ca m p o s de inte rés (digam os, por
ejem p lo , la fam ilia, el tra b a jo , los a m ig o s, el arte, etc.), el con junto
de h o rizo n te s co n s titu y e el “ m u n d o ” de ca d a p ersona. De m anera
se m e ja n te , E m erich C o re th ta m b ié n sig u e la idea h usserliana del
m u n d o , a la q u e califica de “fe n o m e n o ló g ic a -a n tro p o ló g ic a ” , y se ñ a
la con K a n t que: ‘“ el m u n d o en g e n e ra l’ no es un objeto de e x p e
riencia p osible para el h om bre , sino só lo en la m e d id a en que se
co n stitu ye c o m o m u n d o pa ra el h o m bre, es decir, co m o c a m p o de
intelección en el q u e e n tra el ju e g o el in te ré s ” .18

P a ra C o re th el m u n d o e s “ n u e s tro e s p a c io v ita l y n u e s tro h o ri


z o n te in te le c tiv o c o n c re to ” .19 En e s te s e n tid o , en un n ive l fe n o -
m e n o ló g ic o , c a d a s u je to h u m a n o tie n e su p ro p io m u n d o , el cual
en p a rte c o in c id e y en p a rte d ifie re d e l m u n d o d e los d e m á s . La
c o in c id e n c ia se d e b e a “ la s c o n s ta n te s a n tro p o ló g ic a s ”20 q u e

17 Ibidem, pp. 132-133.


18 Emerich Coreth, ¿Qué es el hombre? Esquema de una antropología fi
losófica, Trad. de Claudio Gancho, Barcelona, Herder, 1976, p. 88.
19 Ibidem, pp. 88-89.
20 Coreth sigue a Plessner y señala tres leyes como constantes antropológi
cas: a) la inmediatez mediada, b) la artificialidad natural y c) el puesto utópi
p e rm ite n , en un n ivel b á s ico , la c o m u n ic a c ió n y la ig u a ld a d de
lo s s e re s h u m a n o s e n tre sí. U na d e e s a s c o n s ta n te s a n tro p o ló
g ic a s e s el h e ch o d e la e x p e rie n c ia c o m o el e le m e n to fu n d a m e n
tal q u e c o n fig u ra n u e s tro m u n d o . El p rim e r d a to q u e n o s a p o rta
la e x p e rie n c ia e s q u e no s e n c o n tra m o s co n o tro s s e re s en m e
d io de u n a re a lid a d q u e n o s c o n tie n e y q u e no s s u p e ra ; d e ahí
q u e “e x p e rie n cia ” no qu ed e re ducida a la m era ca p ta ció n sensible,
s in o q u e “e s s ie m p re su p e n e tra c ió n e s p iritu a l co n el p e n s a m ie n
to y la in te lig e n c ia ” ,21 p o r lo ta n to , re su lta im p o s ib le d a r cu e n ta del
m u n d o u tiliza n d o só lo los d a to s s e n s o ria le s . En n u e s tra p e rc e p
ción s ie m p re se e n cu e n tra im p lic a d a la “tra d u c c ió n ” q ue h a c e m o s
de la re a lid a d en las c a te g o ría s in te le c tu a le s re c ib id a s so cia l y cu l
tu ra lm e n te . La p ru e b a m á s o bvia de e ste p ro c e s o e s el le n g u a je ,
el cual m e d ia tiza la re a lid a d . En el c o n ta c to a c tiv o q u e g u a rd a m o s
con los d e m á s y con las c o s a s de m a n e ra socia l y cu ltu ra l, el le n
g u a je e s el q u e nos po sib ilita c o m p re n d e r re la c io n e s de s e n tid o y
fin a lid a d , lo q u e im p lica la c a p ta c ió n de s ig n ific a d o s y v a lo re s:
“T o d o e sto e ntra en n u e stro m u n d o e x p e rim e n ta l y c o n s titu y e el
h o riz o n te para una c o m p re n s ió n u lte rio r” .22

N u e stro m u n d o se po d ría d e fin ir c o m o el h o riz o n te de los h o riz o n


tes, si e n te n d e m o s p o r él lo q u e s e ñ a la m o s a n te rio rm e n te : a q u e llo
qu e d e lim ita un ca m p o de in te ré s del su je to . D e a h í que, pa ra lo
g ra r la e x p a n s ió n del m u n d o del sujeto, se a in d is p e n s a b le a lc a n
z a r el “d e s c e n tra m ie n to del in te ré s ” , e sto es, tra s c e n d e r el nivel de
s e n tid o co m ú n y la o rie n ta c ió n fu n c io n a lis ta p a ra lle g a r a lo que
Lo n e rg a n lla m a “p atró n in te le c tu a l” d e la e x p e rie n c ia . T al c o s a no
resu lta fá cil de lo gra r, pues, c o m o bien se ñ a la R ic h a rd P e te rs ,23 el

co. Las tres se basan en el “distanciamiento originario” del hombre respecto


de la realidad que lo circunda, Ibidem, pp. 109-112.
21 Ibidem, p. 90.
22 Ibidem, p. 91. Aparentemente, tal afirmación sería opuesta a la afirmación
de Lonergan de un primer nivel “experiencial" separado del intelectual. Sin
embargo, no es así; lo que en realidad hace Lonergan es tratar de distinguir
los niveles de conciencia para explicar mejor el proceso de conocer, pero
de hecho estos niveles aparecen implicados unos con otros en un solo acto de
conocimiento.
23 Richard Peters, “La razón y la pasión”, en Dearden, Hirst y Peters (eds.),
Educación y desarrollo de la razón. Formación del sentido crítico, Trad. de
Guillermo Solana y Víctor Peña, revisión de la versión en español de José
Manuel Esteve Zarazaga, Madrid, Editorial Narcea, 1982. Las ideas de Pe
ters se discutirán con mayor detalle en el capítulo 3 del presente trabajo.
p e n sa m ie n to ra cio n a l no es alg o q u e a p a re z c a e s p o n tá n e a y fre
cu e n te m e n te ; de hecho, la d e te rm in a c ió n d e d e s c u b rir la verd a d
tie n d e a d e s a rro lla rs e c u a n d o los s u je to s se e n c u e n tra n e d u ca d o s
para ello. E so sig n ific a que, en té rm in o s de h o riz o n te de c o n c ie n
cia, lo p rim e ro y m á s c o m ú n es q u e el in te ré s p o r la re a lid a d sea
a u to rre fe re n cia l: con el yo c o m o ce n tro , las c o sa s se valo ra n
según su utilidad o fu n c io n a lid a d p ara e se yo; é s te e s el nivel del
se n tid o com ú n . La b ú s q u e d a de la v e rd a d p o r la v e rd a d m ism a, y
so b re to d o a co sta de s a c rific a r los p ro p io s in te re s e s , im plica una
am pliación del ho rizo nte de la con cie ncia ; en le n g ua je de Lonergan,
un a “c o n v e rs ió n ” . E s ta s a firm a c io n e s e n c u e n tra n s u s te n to en la
p sico lo g ía g e n é tica de P iaget, q u ie n a p a rtir de sus in v e s tig a c io
nes so b re el d e s a rro llo de la in te lig e n c ia en los n iñ o s e sta b le c e
las fa s e s e v o lu tiv a s de la in te lig e n cia h u m a n a , así c o m o el s u rg i
m ie n to de las n o rm a s m o ra le s. La te o ría p ia g e tia n a so stie n e que
d u ra n te el p ro c e s o d e m a d u ra c ió n in te le c tu a l, lo s n iñ o s p a sa n
p o r d ife re n te s e ta p a s e n la s q u e s e va a m p lia n d o su c a p a c id a d
d e a b s tra c c ió n , a s a b e r: la p re o p e ra c io n a l, la d e re a liz a c ió n de
“operaciones co ncre ta s” y, finalm ente, la realización de las operacio
nes fo rm a le s. E sta ú ltim a o cu rre a lre d e d o r de los d o ce años, que
e s c u a n d o la in te lig e n c ia a lc a n z a la c a p a c id a d d e a b s tra c c ió n
q u e caracterizará en adelante la vida adu lta .24 A esta etapa la aco m
paña, en el á m b ito de la “m a d u ra c ió n m o ra l” , la h a b ilid a d de “s i
tu a rse en los z a p a to s del o tro ” , o se a, la co n d ic ió n d e p o sibilid a d
de a p re h e n sió n de la “ R e g la de O ro ” ,25 q u e a su v e z co n s titu y e el
re q uisito fu n d a m e n ta l p a ra la a c tu a c ió n m o ral de una perso n a . A

24 Piaget desarrolló esta teoría en varias obras, entre ellas, El nacimiento de la


inteligencia en el niño, Trad. de Pablo Bordonaba, Barcelona, Editorial Crítica,
2a. ed., 1990. Para una explicación más sintética se recomienda el ensayo de
Rafael García Ross, Esteban Pérez Delgado y Rafael García Martínez, “La
psicología sociocognitiva del desarrollo moral: de Jean Piaget a Lawrence
Kohlberg”, en Esteban Pérez Delgado y Rafael García Ross (comps.), La psi
cología del desarrollo moral, Madrid, Siglo XXI Editores, 1991, pp. 51-70.
25 La Regla de Oro es tan antigua como la civilización occidental. Su formulación
negativa es “No hagas a los demás lo que no quieras que te hagan a ti”, mien
tras que la positiva reza “Trata a los otros como quieres ser tratado”. Es la tra
ducción de la “Golden Rule”, como es conocida en la lengua inglesa desde
mediados del siglo XVI, y aparece de distintas maneras en los evangelios de
Mateo 7 y Lucas 6, 31. Sin embargo, no es exclusiva del cristianismo, pues apa
rece también en el Antiguo Testamento: Deuteronomio y Tobías, así como en
pensadores como Platón, Aristóteles, Isócrates y Séneca. Enciclopedia Británi
ca, Estados Unidos, William Benton Publisher, vol. 10,1968, p. 542.
fin de qu e la in te lig e n cia se a c a p a z de re a liz a r o p e ra c io n e s fo rm a
les, el in te ré s del su je to d e b e “d e s c e n tra rs e ” , es decir, d e b e se r
ca p a z de e n c o n tra r m o tiv a c ió n e inte ré s en algo, p o r e je m p lo , en
la s o lu c ió n de p ro b le m a s m a te m á tic o s o de c u a lq u ie r índole
sie m p re y c u a n d o no le sig n ifiq u e n la s a tis fa c c ió n de a lg u n a ne
ce sid a d in m e d ia ta , sin o a q u e lla del “g o ce in te le c tu a l” de e n c o n tra r
la v e rd a d .

P ara L o n e rg a n , p o r su p a rte , el d e s a rro llo de la c o n c ie n c ia , que


a fin d e c u e n ta s es la e x p a n s ió n del h o riz o n te d e in te ré s de la
co n c ie n c ia , no se m id e p o r los o b je to s e x te rn o s , a p a rtir de los
cu a le s el s u je to e la b o ra c o n s id e ra c io n e s , s in o p o r la o rg a n iz a
c ió n d e s u s p ro p ia s o p e ra c io n e s . S e tra ta d e u na “ in te g ra c ió n
s u p e rio r” q u e se a lc a n z a en la m e d id a en q u e ha ya un d e s c e n -
tra m ie n to del in te ré s, de la S o rg e . En o tra s p a la b ra s , c o m o
a p u n ta F ra n c is c o G a lá n : “ N o se tra ta s ó lo de e n c o n tra r m á s y
m e jo r, se tra ta de c a m b ia r el c rite rio de lo qu e es e n c o n tra r a lg o
y de c ó m o se e n c u e n tra e s e a lg o ” .26 El d e s a rro llo de l s u je to s ig
n ifica d e s p la z a r el in te ré s h a s ta “el p u ro d e s e o de c o n o c e r, el
cu a l fu n d a m e n ta el p a tró n in te le c tu a l de e x p e rie n c ia y e s ta b le c e
lo s e s tá n d a re s p a ra la m o ra lid a d p ro p ia ” .27

P o r la c o n c ie n c ia a c c e d e m o s al m u n d o del s ig n ific a d o , qu e es el
c o n c e p to fu n d a m e n ta l de la p s ic o lo g ía h u m a n a :28 p a ra c o m
p re n d e r al s e r h u m a n o es n e c e s a rio e n te n d e r la m a n e ra en q ue
sus e xp e rie n cia s y su s a ccio n es se encu en tra n m old e a d a s po r sus
e s ta d o s d e c o n c ie n c ia , lo s c u a le s , a su v e z , e s tá n m o ld e a d o s
p o r lo s s is te m a s s im b ó lic o s d e la c u ltu r a e n la q u e e s te s e r
h u m a n o p a rtic ip a . L o s s ig n ific a d o s so n c u ltu ra le s , es d e c ir, tie
nen un a fo rm a q u e es p ú b lic a y c o m u n ita ria , y no in d iv id u a l o
p riv a d a e x c lu s iv a m e n te ; e s to se d e b e a q u e la fu n c ió n s u s ta n c ia l
d e l s ig n ific a d o e s la c o m u n ic a c ió n e n tre los s e re s h u m a n o s : sin
s ig n ific a d o s c o m p a rtid o s no h a y c o m u n ic a c ió n p o s ib le .

26 Francisco Galán, “Humanismo y educación...”, art. cit., p. 11.


27 Bernard Lonergan, Filosofía de la educación..., op. cit., pp. 143-144.
28 Ésta es la convicción que sostiene, entre otros, Jerome Bruner, psicólogo
que pertenece a la corriente de la llamada “psicología cultural”, derivada del
cognitivismo piagetiano y que ha tenido una gran influencia en la teoría de la
educación. Jerome Bruner, Actos de significado, Trad. de Juan Carlos
Gómez Crespo y José Luis Linaza, Madrid, Editorial Alianza, 1990, p. 47.
P e ro así c o m o la c o n c ie n c ia es luz, ta m b ié n p u e d e s e r s o m b ra ,
y de h e ch o a m e n u d o lo es. En el n ive l de la c o n c ie n c ia c o g n o s -
c e n te , e n c o n tra m o s p ro b le m a s p a ra d is tin g u ir la v e rd a d del
e rro r, y con fre c u e n c ia n o s e n c o n tra m o s co n e rro re s de p e rc e p
ción ; en el n ive l d e la c o n c ie n c ia m o ra l, e n c o n tra m o s ta m b ié n
s e ria s p e rtu rb a c io n e s , c o m o la m e n tira y el a u to e n g a ñ o ; la c o n
cie n c ia e s c ru p u lo s a , a to rm e n ta d a p o r la id e a de p e ca d o , y la
c o n c ie n c ia la xa, q u e no a lc a n z a a d is tin g u ir el m al. En el a s p e c to
p s ic o ló g ic o te n e m o s u n a frá g il e s ta b ilid a d y lo s p e lig ro s de la
n e u ro s is y la p s ic o s is n o s a c e c h a n c o n s ta n te m e n te ; de he ch o,
to d o s s u frim o s e n c ie rta m e d id a d e a lg ú n tip o d e n e u ro s is . La
n e g a c ió n , la s fa ls a s p ro y e c c io n e s , la c o n d u c ta h is té ric a , son
só lo a lg u n o s e je m p lo s de los a s p e c to s n e g a tiv o s d e la c o n c ie n
cia, q u e p o n e n de m a n ifie s to la fra g ilid a d d e la re a lid a d h u m a n a .
E sta d e b ilid a d es la q u e d e b e e n fre n ta r la e d u c a c ió n .

2.3 El ser humano como persona

E l s er humano es tanto más persona cuanto más fuerte es


el yo de la palabra básica yo-tú en la dualidad humana
(Martin Buber)

El s e r h u m a n o , c o m o c u e rp o y c o m o c o n c ie n c ia , e s u na re a lid a d
p e rs o n a l. La p e rs o n a se d e fin e p o r d o s c a ra c te rís tic a s a p a re n
te m e n te c o n tra d ic to ria s : su in s u s titu ib le u n ic id a d y su a p e rtu ra
ra d ic a l a lo o tro q u e no e s e lla m is m a . A m b a s c o n s titu y e n el m is
te rio de la re a lid a d p e rs o n a l, c a te g o ría q u e ha m a n e ja d o G a b rie l
M a rc e l p a ra p la n te a r la in c a p a c id a d q u e te n e m o s p a ra c a p ta r la
c o n s titu c ió n p a ra d ó jic a de l s e r p e rs o n a l. A c o n tin u a c ió n re v is a
re m o s c a d a un a de e s ta s c a ra c te rís tic a s .
2.3.1 Unicidad

La p e rs o n a e s un in d iv id u o , y c o m o ta l e s ú n ic o e irre p e tib le .
S u u n ic id a d le v ie n e no s o la m e n te p o r la re a lid a d m a te ria l d e su
c o rp o re id a d ,29 sin o p o r la tra m a de su v id a , e s d e c ir, p o r la h is to
ria q u e te je en su in te ra c c ió n p e rm a n e n te co n el m u n d o . El
c ú m u lo d e e x p e rie n c ia s q u e la p e rs o n a va a d q u irie n d o d u ra n te
su e x is te n c ia la v a n c o n fig u ra n d o en su s in g u la rid a d ; p o r e s o su
p re s e n c ia no es u na a b s tra c c ió n , sin o la de un a lg u ie n , un q u ie n
pa rticu lar y con cre to que lo co n vie rte en insustituible. S ólo cu a ndo
a c c e d e m o s a la d im e n s ió n p e rs o n a l c a p ta m o s e s te c a rá c te r in
sustitu ib le del su je to hum ano. M ie ntra s in te ra ctu a m o s en el nivel de
las re la cio n e s fu n cio n a le s e im p ersonales (las q u e p u e de haber,
por ejem plo, en el m undo laboral), el cará cte r insustituible del otro
nos e s tá v e la d o ; lo s in d iv id u o s no s p a re c e n c o m o p ie z a s inter
cam b ia ble s, peones de un ta b le ro de ajedrez, sin rostro ni pasado.
P e ro en la m e d id a en q u e in te ra c tu e m o s con el o tro , a c c e d e m o s
a n iv e le s m á s p ro fu n d o s ; su d im e n s ió n p e rs o n a l e m e rg e y se
n o s m a n ifie s ta , y a tis b a m o s el m is te rio del o tro q u e ya no es un
otro, s in o un tú. En e s te n ive l las p e rs o n a s ya no p u e d e n s e r in
te rc a m b ia b le s ni p re s c in d ib le s , no se d e fin e n p o r s u s ro le s o el
c o n ju n to d e fu n c io n e s q u e d e s e m p e ñ a n , s in o q u e e m e rg e n c o
m o un c a m p o y un e s tilo de c o m u n ic a c ió n ; s e tra n s fo rm a n en
pre se n cia s, en fu e n te s de e n e rg ía espiritual, p o r lla m arlo de algún
m odo. E ste nivel p ersonal se expe rim e n ta en la vid a de pareja, en
la fa m ilia , en la a m is ta d y, en g e n e ra l, en to d a s a q u e lla s re la c io
ne s en las q u e e s im p o s ib le s e r s u s titu id o s p o r o tro p o rq u e s u
p o n e n s ie m p re un g ra d o d e in tim id a d y a p e rtu ra q u e p e rm ite la
n a rra c ió n a u to b io g rá fic a , g ra c ia s a la cu a l d e ja m o s d e s e r só lo
in d iv id u o s p a ra re v e la rn o s c o m o p e rs o n a s .

Si la u n ic id a d re v e la el c a rá c te r irre p e tib le d e l s e r p e rs o n a , en
cu a n to fu e n te de d ig n id a d in a lie n a b le , n o s m a n ifie s ta , al m is m o
tie m p o , n u e s tra ra d ic a l s o le d a d . C o m o in d iv id u o s ú n ic o s no s es
im p o s ib le tra n s m itir a q u e llo q u e s e n tim o s o p e n s a m o s de tal
m a n e ra q u e el otro, n u e s tro in te rlo c u to r, p u e d a re a lm e n te s e n tir

29 Para Aristóteles la materia es justamente el principio de individuación de los


seres. Aristóteles, Metafísica, Estudio introductorio de Francisco Larroyo, Méxi
co, Editorial Porrúa, Colección Sepan Cuántos, núm. 120, 4a. ed., 1975. Aristó
teles trata este tema especialmente en los Libros Séptimo y Octavo.
y p e n s a r c o m o n o s o tro s .30 El d o lo r fís ic o o el s u frim ie n to m ora l
so n , sin d u d a , e x p e rie n c ia s d e e s ta s o le d a d ra d ic a l q u e es im
p o s ib le s u p e ra r, a u n c u a n d o c o n te m o s c o n la s o lid a rid a d o c o m
p a s ió n d e lo s d e m á s . T o m e m o s c o m o te s tim o n io d e e s ta
s o le d a d ra d ica l las p a la b ra s de O s c a r W ild e (1 8 5 4 -1 9 0 0 ), q uien
en los m o m e n to s m á s d ifíc ile s d e su v id a , p a d e c ie n d o el e n c a r
c e la m ie n to y el d e s p re s tig io s o c ia l, e s c rib e :

D espués de la te rrib le sentencia, cu ando tuve que ve stir el


uniform e de la prisión y la reja de entrada se cerró tras de
mí, pasé m uchas horas se n ta d o en tre las ruinas de mi
fantástica vida, a b ru m ado por la angustia, a p lastado por el
pánico y alucin a do por el d o lo r [...] El su frim ie n to está en
terreno sagrado. A lg ú n día el m undo e n tero com prenderá
lo que esto significa. N adie sabrá lo que es la vida hasta
que lo c o m p re n d a .31

2.3.2 Comunicabilidad

En c o n tra p a rte , la s e g u n d a c a ra c te rís tic a d e la re a lid a d p e rs o n a l


e s su a p e rtu ra . La p e rs o n a e s un s e r q u e n e c e s ita c o m u n ic a rs e ,
in te ra c tu a r co n lo o tro y co n el o tro p a ra p o d e r re a liz a rs e en el
m u n d o . La s o c ia b ilid a d no e s un a c a ra c te rís tic a a c c id e n ta l o
p re s c in d ib le , s in o q u e e s tá en la b a s e d e lo h u m a n o , d e ta l m a
n e ra q u e su fru s tra c ió n im p id e el p le n o d e s a rro llo de la s p e rs o
n a s .32 S e r p e rs o n a e s s ie m p re “s e r co n lo s d e m á s ” ; el m ism o
h e c h o b io ló g ic o d e n u e s tra c o n c e p c ió n , g e s ta c ió n y n a c im ie n to
nos h a ce e v id e n te q u e te n e m o s un a n e c e s id a d fu n d a m e n ta l de
lo s d e m á s . A q u í d e s c u b rim o s la e s tru c tu ra “a b ie rta ” de la re a li
d a d p e rs o n a l, e s d e c ir, d e d ic a d a a la in te ra c c ió n co n el m u n d o .

30 Tal vez esta experiencia es la que llevó a Leibniz a formular su ¡dea de


que el ser humano es un “mónada”, una realidad aislada y caracterizada por
la radical incapacidad para comunicarse. Gottfried Wilhelm Leibniz, Mona-
dología: discurso de Metafísica, Trad. de Manuel Fuentes Benot y Alfonso
Castañón Piñán, Madrid, Sarpe, 1985.
31 Oscar Wilde (1916), De Profundis, Trad. de Marta Pérez, México, Fonta-
mara, 6a. ed., 1998, pp. 43-51.
32 Existen numerosas pruebas de que la incapacidad de relacionarse con los
demás causa graves trastornos en el desarrollo psicológico normal. Tal es el
caso de enfermedades psiquiátricas como el autismo o la depresión.
E s te te m a lo han a b o rd a d o m u c h o s a u to re s , e n tre los q u e d e s
ta c a n : G a b rie l M a rce l, M a rtin B u b e r, E m m a n u e l M o u n ie r y E m -
m a n u e l L e vin a s, p o r m e n c io n a r ta n s ó lo a lg u n o s . B u b e r, p o r
e je m p lo , lla m a “e x p e rie n c ia ” a la re la c ió n d e l yo co n la s c o s a s
en ta n to q u e la re la c ió n del yo co n los s e m e ja n te s la lla m a “e n
c u e n tro ” .3 La e x p e rie n c ia e s u n a re la c ió n d e d o m in io , m ie n tra s
q u e el e n c u e n tro p e rte n e c e a u n a c a te g o ría ra d ic a lm e n te d is tin
ta , c a ra c te riz a d a p o r la in m e d ia te z de un tú q u e se m e re v e la sin
n e c e s id a d de ra z o n a m ie n to :

El tú es un m isterio inaferrable que no se som ete a la ex


p eriencia científica. No se puede d isp o n e r del “tú ”. El tú no
es nunca “o b je to ” . El otro no es nunca p le n am e n te “co n o
cid o ”, sino que se im pone, se asom a com o m isterio ina fe
rrable el pa rentesco d ivin o .34

Y es q u e para B u b e r la re la ció n in te rp e rs o n a l yo -tú no e stá s e p a


rada de la re la ció n con D ios, sino q u e m á s bien c o n s titu y e el c a
m in o p o r el cu al se nos re v e la el T ú d iv in o y p e rs o n a l. E m m a n u e l
L e vin as, p o r su parte, a firm a de m a n e ra m á s ra d ical la rela ción
del tú con el “o tro ” ; é ste a d q u ie re p rim a c ía s o b re el tú. El o tro, e s
p e c ia lm e n te el n e c e s ita d o ,3 e x ig e a te n c ió n y re s p u e s ta a su s n e
c e s id a d e s , de tal m a n e ra qu e en la re la ció n in te rp e rs o n a l e xiste
una a s im e tría d o n d e el o tro g u a rd a s ie m p re una s u p e rio rid a d s o
bre el yo. T a m b ié n para L e v in a s el o tro es el lu g a r d o n d e se m a n i
fie s ta el O tro, D ios, c o m o a lg o a b s o lu to y tra s c e n d e n ta l.

El c o n te m p o rá n e o A lfo n s o L ó p e z Q u in tá s 36 s ig u e de c e rc a el
p e n s a m ie n to d e B u b e r y s o s tie n e q u e la p e rs o n a , c o m o s e r de

33 Martin Buber (1962), Yo-Tú, Trad. de Marcelo Burello, Buenos Aires, Tus-
quet Editores, 2006.
34 Joseph Gevaert, El problema del..., op. cit., p. 42.
35 Levinas recurre a las figuras bíblicas clásicas del extranjero, la viuda y el
huérfano para expresar al otro necesitado que constituye la relación ética
fundamental. Emmanuel Levinas (1982), Ética e infinito, Trad. de Jesús
María Ayuso Diez, Madrid, La Balsa de Medusa, 1991, pp. 89-97. También
puede consultarse del mismo autor Totalidad e infinito: ensayo sobre la ex
terioridad, Trad. de Daniel E. Guillot, Salamanca, Sígueme, 1999.
36 López Quintás es actualmente profesor de la Universidad Complutense
de Madrid. Alfonso López Quintás, Análisis literario y formación humanista,
Madrid, Editorial Escuela Española, 1986; Estética de la creatividad. Juego.
Arte. Literatura, Madrid, Editorial Cátedra, 1977.
re la c ió n y en re la c ió n , se v e s ie m p re “o b lig a d a ” a in te ra c tu a r con
lo o tro. El e n to rn o h u m a n o p re s e n ta d o s tip o s d e re a lid a d e s : los
o b je to s qu e c o m o re a lid a d fís ic a se p u e d e n s itu a r en el tie m p o y
en el e sp a c io, y los á m b ito s q u e e v o c a n u n a re a lid a d q u e e s c a p a
de los s e n tid o s y c o n s titu y e n e s p a c io s “ lú d ic o s ” en la m e d id a en
q u e son p o s ib ilid a d e s d e in te ra c c ió n cre a tiv a co n la re a lid a d . P a
s e m o s a e x p lic a r e s to s d o s tip o s d e re la c ió n co n m a y o r d e ta lle .

R e la ció n o b je tiv a n te : se tra ta de una e x p e rie n c ia h u m a n a de rela


ción c a ra cte riza da p o r el e g o ís m o y en la cual la realidad se p o lari
za en to rn o al yo, a su s d e se o s, n e ce sid a d e s, p rio rid a d e s, etc. El yo
m ira la realidad co m o s im p le m e d io p ara o b te n e r lo q ue quiere, ya
se trate de o b je to s o de p e rso n a s. A q u í se fu n c io n a con una “razón
in stru m e n ta l” o utilitaria: la re a lid a d — en c u a n to co sa — se m a n ip u
la, se u s a , sin tra ta r d e “c o m p e n e tra rs e ” con ella, y una ve z q ue se
ha o b te n id o lo q u e se quiere, se o lvid a y el yo p asa a te n e r com o
o b je tivo o tra realidad. G ra c ia s a e ste tip o de in te ra cció n el h om b re
ha p o d ido a v a n z a r en el c o n o cim ie n to del universo. M e dia n te la e x
p e rim e n ta ció n — es decir, la m a n ip u la c ió n — , la cie n cia d e se n tra ñ a
los se cre to s de la rea lid ad física , bio ló g ica , so cia l; la te cn o lo gía nos
p e rm ite un m e jo r control y u na m a y o r e ficie n cia en los pro ce so s de
prod u cció n y de co n s u m o ; asim ism o , la a d m in istra ció n de e sto s
p ro ce so s se vu e lv e m á s e ficie n te y el tra b a jo de los h o m b re s se
c oo rd in a para cu m p lir los o b je tiv o s p ro p u esto s. La relación o b je ti
va n te e s n e ce sa ria para la su p e rv iv e n c ia d e la e sp e c ie hum a n a , pe
ro, si se a bso lutiza, ta m b ié n p u e d e s ig n ific a r su ruina, y a que
b lo quea la v o c a ció n h u m a n a m á s pro fu n d a : la de e n c o n tra rse con
el otro. C u a n do alg u ie n , a nivel p ersonal, re su lta in ca p a z de e n
cu e n tro y se rela cio na c o n tin u a m e n te só lo en té rm in o s objetivantes,
cae en lo q ue Ló p e z Q u in tá s d e n o m in a e xp e rie n c ia de vé rtig o ; ésta
se refiere a la fa sc in a c ió n p ro v o c a d a p o r la “p o s e s ió n ” d e los o b je
tos. El vé rtig o o bliga al in d ivid u o a e n tra r en una d in á m ica d o nd e
sie m p re se quie re “m á s ” , pues el h e ch o d e p o s e e r o c o n s u m ir le
g e n e ra un p la c e r inte n so que, sin e m b a rg o , d e s a p a re c e rá p id a m e n
te, p or lo que se ve im pelid o a e sta b le c e r de n u e vo otra relación de
pose sivid ad . En e ste pun to p o d e m o s c re a r una co n e xió n con los
d e s e o s q ue H o b b e s a trib u y e al h o m b re c o m o la m o tiva ció n m ás
in trínse ca de su acción: el te n e r, el p o d e r y el v a le r.37 Sin em b a rg o,

37 Thomas Hobbes, en su obra Leviatán, afirma que todo hombre busca


siempre la riqueza, el poder o la gloria; éstas son las motivaciones más pro
po r m u y atractivo q ue p u eda parecer, po r e ste c a m in o no existe la
posib ilid ad de sentirse “c o lm a d o ” , pues sie m p re se d ese a más-
n un ca ha y un lím ite para p o se e r riquezas, o b te n e r el re co n o cim ie n
to de los d e m á s o e je rc e r el po d e r sob re ellos. Se trata de “e sp e jis
m o s” , de se n sa cio n e s de fe licida d falsa: el p la c e r que cau sa n nos
“a rra stra ” co m o un im án a la con se cu ció n de m ás riqueza, po d e r o
gloria en una e spira l sin fin. Q u e d a m o s a tra p a d o s en la corrie nte de
n u e stro s d e se o s e g o c é n trico s q ue d e se m b o c a sin re m e dio en la
so le d ad y el va cío existe n cial, pues en este m ism o im pu lso hem os
a n u la d o nue stra po sibilidad de co m u nicación , qu e es la ve rd a d e ra
vocació n de la vid a h um ana.

R e la c ió n de e n c u e n tro : o p u e s ta a la re la c ió n o b je tiv a n te , el e n
c u e n tro — lla m a d o ta m b ié n re la c ió n a m b ita l— e s un a re la c ió n de
d iá lo g o co n la re a lid a d , en la q u e é sta no e s v is ta c o m o un m e
dio, sin o c o m o un c a m p o de ju e g o o un á m b ito d e in te ra c c ió n .
La c a te g o ría d e ju e g o es a q u í fu n d a m e n ta l, p o rq u e im p lic a d o s
e le m e n to s c la ve : la lib e rta d y la c re a tiv id a d . T o d a re la c ió n de
e n c u e n tro se e s ta b le c e s o b re la b a s e del re s p e to p o r lo o tro , del
in te ré s p o r lo q u e e s te o tro e s y no p o r lo q u e p u e d a s ig n ific a r
pa ra n u e s tro u so . El re s p e to e s la c o n d ic ió n d e la lib e rta d y es
un a fo rm a d e d is ta n c ia m ie n to , d o n d e al o tro s e le p e rm ite s e r
sin in v a d irle ni m a n ip u la rle ; el o tro ya no e s v is to c o m o un m e
dio, s in o un fin, u na re a lid a d a re s p e ta r. A su v e z , el re s p e to e s
p o s ib le p o rq u e el s u je to se ha d e s c e n tra d o de sí m is m o : c u a n d o
d e ja s u s in te re s e s e g o ís ta s s e to rn a g e n e ro s o . P a ra L ó p e z
Q u in tá s , a d ife re n c ia d e M a rtin B u b e r, e s p o s ib le e s ta b le c e r con
las c o s a s re la c io n e s de e n c u e n tro , el e je m p lo m á s c a ra c te rís tic o
es la a c tiv id a d del a rtista ; é ste in te ra c tú a co n los m a te ria le s para
c re a r un a p in tu ra o una e s c u ltu ra sin u n a fin a lid a d u tilita ria , sin o
e x p re s iv a , en la q u e las c u a lid a d e s d e la m a te ria so n re s p e ta d a s
p a ra h a c e rla s re s p la n d e c e r en un a fo rm a . L o s in s tru m e n to s m u
s ic a le s so n ta m b ié n un bue n e je m p lo p a ra e s ta b le c e r la d ife re n
cia e n tre u n a re la c ió n o b je tiv a n te y una re la c ió n a m b ita l (de
e n c u e n tr o ): c u a n d o un p ia n o no e s m á s q u e un m u e b le e n el

fundas que, según Hobbes, llevan a ios hombres a establecer relaciones de


dominio de los unos sobre los otros. De ahí que, para este autor, el hombre
sea el “lobo" del hombre. Thomas Hobbes, Leviatán, o la materia, forma y
poder de una república eclesiástica y civil, Trad. de Manuel Sánchez Sarto,
México, FCE, 1940.
q u e m e p u e d o s u b ir p a ra a lc a n z a r o tro o b je to , se tra ta d e una
re la c ió n o b je tiv a n te ; s i, e n c a m b io , e x tr a ig o d e él lo s s o n id o s
d e una m elodía, e s ta b le z c o co n e ste in s tru m e n to una relación de
e n c u e n tro . D e m a n e ra s im ila r, p a ra B a u d rilla rd la s c o s a s p u e d e n
v e rs e c o m o o b je to s d e c o n s u m o , y e n to n c e s e s ta b le c e m o s con
e lla s u n a ló g ic a e c o n ó m ic a d e v a lo r de c a m b io , d o n d e lo s o b je
to s so n in te rc a m b ia b le s c o n tal d e q u e s a tis fa g a n n u e s tra s n e
c e s id a d e s ; o b ie n , p u e d e n v e rs e e n s u d im e n s ió n “s im b ó lic a ” ,
p o r lo q u e s ig n ific a n p a ra n o s o tro s d e un m o d o p e rs o n a l, y e n
to n c e s se e s ta b le c e u n a re la c ió n q u e se rig e p o r la ló g ic a d el in
te rc a m b io s im b ó lic o ;

En el inte rca m b io sim b ó lico, del cual el regalo es para no


sotros el eje m p lo m ás próxim o, el obje to no es objeto: es
in d iso cia b le de la relación co ncreta en la que se in te rca m
bia, del pacto tra n sfe re n cia l que sella entre dos personas:
no es pues, a u to n o m iza b le co m o ta l.38

Lo q u e s u c e d e en el n ive l d e lo s o b je to s se p o te n c ia con la s p e r
so n a s , en tre q u ie n e s la re la ció n a m b ita l llega a su m á xim a e x p re
sión. La s o lid a rid a d , la a m is ta d y el a m o r s o n to d a s e x p e rie n c ia s
d e e n c u e n tro q u e fu n d a n á m b ito s d e s e n tid o y c o n s titu y e n , c o
m o d ijim o s , la v e rd a d e ra v o c a c ió n h u m a n a . A d ife re n c ia d e las
re la c io n e s o b je tiv a n te s q u e lle v a n al s u je to p o r la c o rrie n te del
v é rtig o , la s a m b ita le s c o n d u c e n a la e x p e rie n c ia del “é x ta s is ” ,
u n a s e n s a c ió n d e p le n itu d y fe lic id a d p ro fu n d a q u e b ro ta d e l
d e s c u b rim ie n to d e la re a lid a d p e rs o n a l de l o tro .

S in e m b a rg o , no e s fá c il lle g a r a e s ta b le c e r re la c io n e s de e n
c u e n tro , la s o b je tiv a n te s re s u lta n m u c h o m á s c o m u n e s p o rq u e
las p rim e ra s re q u ie re n c o n d ic io n e s de m a d u re z y d e c re c im ie n to
e s p iritu a l d ifíc ile s d e a lc a n z a r, s o b re to d o en un c o n te x to s o c ia l
q u e p riv ile g ia el c o n s u m o , la p o s e s ió n m a te ria l y el p o d e r c o m o
s ig n o s de “é x ito ” p e rs o n a l, d o n d e la s p e rs o n a s m is m a s se han
c o n v e rtid o en m e rc a n c ía y se e n fre n ta un a d e s p e rs o n a liz a c ió n
c re c ie n te . En la s o c ie d a d , e s p e c ia lm e n te la u rb a n a , v iv im o s un
p ro c e s o d e c o n s u m o irra c io n a l. La m o d a , p o r e je m p lo , o b lig a a
los in d iv id u o s a p o n e r c o n tin u a a te n c ió n a su v e s tu a rio , su a u

38 Jean Baudrillard (1972), Crítica de la economía política del signo, Trad. de


Aurelio Garzón del Camino, México, Siglo XXI Editores, 13a. ed., 2002, p. 54.
to m ó v il, s u s o b je to s p e rs o n a le s , e tc., d e tal fo rm a q u e c o n c e n
tra n s u s e n e rg ía s en el v é rtig o del te n e r. P a ra M a rtin B u b e r e s to
e s “v iv ir en la irre a lid a d ” , q u e es lo m is m o q u e v iv ir en el “e g o ” .
La d in á m ic a del e g o se o rie n ta a p o s e e r y u sa r; la irre a lid a d es
ju s ta m e n te v iv ir en la ilu sió n d e la s e p a ra c ió n del tú. El a b is m o
del a m o r a sí m is m o e s la d ife re n c ia qu e se a b re e n tre la p e rs o
na y el e g o : “ La p e rs o n a c o n te m p la su yo, m ie n tra s q u e el eg o se
o cu p a de su ‘m i’: m i e sp e cie, mi raza, mi a ctiv id a d , mi g e n io ” .39 El
yo, de e n tra d a , se vive co m o a b ie rto al tú; el e go es la c e rra zó n en
sí m ism o. No es q u e e xista n d o s tip o s de se re s h u m a n o s, sino
qu e en ca d a u no d e n o so tro s c o n v ive n las do s d in á m ic a s c o n tra
pu e sta s, la del eg o y la del yo; la de la irre a lid a d y la de la p e rs o
na, de m o d o qu e n a d ie p u e d e s e r ni pura p e rs o n a ni p u ro ego,
a u n q u e sí e x iste una te n d e n c ia d o m in a n te que no p e rm ite qu e la
otra se d e sa rro lle . En la m e d id a en q ue p re d o m in a la s e p a ra c ió n
de su s se m e ja n te s , el se r h u m a n o se d e s p e rs o n a liz a , se cosifica ,
se v iv e c o m o un “e s o ” e n tre los “e s o s ” .

E rn e s to C a rd e n a l, d e s d e la fo rm a p o é tic a , e x p re s a id e a s m u y
s im ila re s a las de M a rtin B u b e r:

Las personas son palabras.


Y así uno no es sino un diálogo.
Y así pues to do uno es dos
O no es.
T oda persona es para otra persona.
¡Yo no soy yo sino tú eres yo!
Uno es el yo de un tú.
O no es nada.
¡No soy sino tú o si no no soy!

2.3.3 La persona, ser sexuado: comunicación y amor

H a s ta e s te m o m e n to , de m a n e ra g e n e ra l no s h e m o s re fe rid o al
s e r h u m a n o en c u a n to e s p e c ie b io ló g ica , y a la p e rs o n a en su
d im e n s ió n d e u n ic id a d re la c io n a l, sin h a c e r c o n s id e ra c io n e s e s
p e c ia le s s o b re n u e s tra s d ife re n c ia s y m á s bien d e s ta c a n d o las

39 Martin Buber, Yo-Tú, op. cit., p. 62.


40 Ernesto Cardenal, Canto cósmico, op. cit., p. 31.
s e m e ja n z a s . P e ro el h e ch o es cjue las p e rs o n a s o los se re s
h u m a n o s__no son e n tid a d e s a b stra cta s, sin o in d ivid u alida d es cuya
prim era característica es la diferencia sexual. S om os seres sexuados,
y d e s d e el p rin cip io nos m a n ife s ta m o s al m u n d o y n o s re la c io n a
m o s con él y con los d e m á s d e s d e un a d e te rm in a d a o rie n ta c ió n
sexu al, la cual e stá en la b a s e d e to d a s n u e s tra s in te ra ccio n e s.
C ó m o tra ta r a fo n d o el te m a de la s e x u a lid a d h u m a n a e x c e d e con
m u c h o los lím ite s d e e s te te x to , tan s ó lo e s b o z a re m o s a lg u n a s
ide a s g e n e ra le s q u e n o s p a re c e n im p o rta n te s p ara re fle x io n a r s o
bre el fe n ó m e n o d e la c o m u n ic a c ió n h u m a n a y el e n c u e n tro con el
otro, q u ie n es n u e s tro p rin c ip a l in te ré s.

D esde el punto de vista de su a n a to m ía , el se r h u m a n o se presenta


bajo la d ife re ncia de h o m b re o m ujer. E sta d ife re n cia no se lim ita a
los ó rg anos ge n ita le s qu e posee, sin o q u e a b a rca su c u e rp o entero
y su cerebro. E stán ya m u y e s tu d ia d a s las d ife re n c ia s e n tre el c e
rebro m ascu lino y el fe m e n in o , y a e llas se les a trib u ye n m uch a s de
las com ple jid a d e s p o r las q ue a tra vie sa la c o m u n ic a c ió n entre los
ho m b re s y m ujeres; ca d a u no tie n e su s p ro p io s e stilos de interpretar
los a contecim ientos y el m un d o en general. Le onardo B o ff y R ose
M arie M urara a trib u ye n al su stra to b io ló gico las dife re n cia s entre los
ho m b re s y m ujeres, ta n to en el ce re b ro lím b ico (p a le o có rte x) com o
en la fu nción de las h o rm o n a s:

La sexualidad y el a m o r tie n e n sus raíces p rofundas en el


cerebro lím bico. En cierta form a, éste es el m ás im portante
del ser hum ano, po rque d e trá s de to da p roducción neocor-
tical se e sconden e m o cio n e s del ce rebro lím b ico .41

Las h o rm o n a s tie n e n un p a p e l, e n p a rtic u la r, en la d e fin ic ió n de


lo s ra s g o s c o rp o ra le s y d e la c o n d u c ta q u e d is tin g u e n a los
h o m b re s de las m u je re s . L a s h o rm o n a s m a s c u lin a s , c o m o la te s -
to s te ro n a , p o te n c ia n la a g re s ió n , m ie n tra s q u e las fe m e n in a s ,
c o m o los e s tró g e n o s , la in h ib e n . S in e m b a rg o , e s un h e c h o qu e
ta n to h om bres co m o m u je re s tie n e n las d o s cla se s de ho rm o nas, y
q u e la s c o n d u c ta s s e x u a le s s o n , en b u e n a m e d id a , a p re n d id a s
d e l e n to r n o s o c io c u ltu r a l. D e e s te m o d o , h o y e n d ía s e h a b la

41 Leonardo Boff y Rose Marie Muraro, Femenino y masculino. Una nueva


conciencia para el encuentro de las diferencias, Trad. de María José Gavito
Milano, Madrid, Trotta, 1998, p. 40.
m á s b ie n d e “ ro le s d e g é n e ro ” , en lo s q u e e x is te u n a d ia lé c tic a
e n tre lo b io ló g ic o y lo c u ltu ra l, de ta l fo rm a q u e ya no se p u e d e
h a b la r d e una p ro g ra m a c ió n g e n é tic a fija ni p ro p ia d e c a d a se x o .
La s e x u a lid a d h u m a n a ta m p o c o e stá o rie n ta d a só lo a la re p ro
d u c c ió n d e la e s p e c ie , sin o ta m b ié n al e ro tis m o , c o m o b ú s q u e d a
de p la c e r, y a la c o m u n ic a c ió n p ro fu n d a co n lo s d e m á s ; d e e sta
m anera, p ue d e a d q u irir d ive rsa s m a n ife sta cio n e s y orie nta cio n e s.
L a s v is io n e s m á s a c tu a le s d is tin g u e n en la s e x u a lid a d v a ria s d i
m e n s io n e s (u “ h o lo n e s ” ), ta le s c o m o el e ro tis m o , la re p ro d u c
ció n , la intim idad o el g é n e ro .42 N ue stra se xu a lid a d no tiene un
ca rá c te r d ico tó m ico ho m bre -m ujer; de a lg una m ane ra es un co n ti
nuo en cu yo e sp e ctro cab en m ultiplicidad d e form a s, orienta cion es,
g u sto s y co stu m b re s q ue son m o d u la d a s po r el e n to rn o social.

E s fa c tib le s u p o n e r q u e en la s é p o c a s m á s re m o ta s d e la h u m a
n id a d la s d ife re n c ia s e n tre h o m b re s y m u je re s s irv ie ro n c o m o
s o p o rte p a ra la o rg a n iz a c ió n so c ia l y la d ife re n c ia c ió n de ta re a s .
La in s titu c ió n d el p a tria rc a d o se im p u s o s o b re o tra s fo rm a s m ás
ig u a lita ria s de re la c ió n , y s o m e tió a la m u je r al d o m in io d e l h o m
bre. E s ta a n c e s tra l d e s ig u a ld a d p e rs is te h a s ta n u e s tro s d ía s ,43
ta l c o m o lo d e m u e s tra n m u c h o s e s tu d io s de g é n e ro : en té rm in o s
g e n e ra le s , las m u je re s se e n c u e n tra n en p o s ic io n e s in fe rio re s en
los á m b ito s a c a d é m ic o s , la b o ra le s , p o lític o s e in c lu s o fa m ilia re s ,
a u n e n lo s p a ís e s m á s d e s a rro lla d o s . N o o b s ta n te , e s un h e c h o
q u e las lu c h a s fe m in is ta s p o r la re iv in d ic a c ió n d e los d e re c h o s
de la m u je r han d a d o p a so s m u y im po rta nte s en la co n stru cció n de
la e q u id a d de g é n e ro .

El a s u n to q u e n o s a ta ñ e a q u í es la re fle x ió n s o b re las p o s ib ilid a


d e s d e e s ta b le c e r u n a v e rd a d e ra re la c ió n de e n c u e n tro co n el
o tro , u n a re la c ió n q u e p o s ib ilite la s u p e ra c ió n de las e x p e rie n
cia s c o n flic tiv a s en la s in te ra c c io n e s h u m a n a s , y a q u e é s ta s son
c a u s a fre c u e n te d e la fru s tra c ió n d e esa v o c a c ió n p rim o rd ia l de
a p e rtu ra y c o m u n ic a c ió n , v a lo re s q u e e stá n en la b a s e d e la é ti

42 Respecto del estudio de la sexualidad se recomienda la obra de Eusebio


Rubio y Celia Josefina Pérez (eds.), Antología de la sexualidad humana,
México, Porrúa, 1998, especialmente los tres primeros tomos.
43 Para mayor información sobre historia de la sexualidad, está por ejemplo
el famoso estudio de Michel Foucault, Historia de la sexualidad, México, Si
glo xxi Editores, 28a. ed., 2000.
ca s e x u a l.44 En e s te s e n tid o , p a re c e in te re s a n te re v is a r la ya
c lá s ic a p ro p u e s ta de E rich F ro m m s o b re el a m o r c o m o re s p u e s
ta a la fru s tra c ió n d e la s o le d a d y al v a c ío e x is te n c ia l. P a ra e ste
a u to r, el a m o r no es la m e rc a n c ía en la q u e la s o c ie d a d c a p ita lis
ta lo ha c o n v e rtid o , s in o un a rte q u e d e b e c u ltiv a rs e a tra v é s del
e s fu e r z o , la d is c ip lin a , la p r á c tic a y la r e f le x ió n . 45 A d e m á s ,
F ro m m a ta c a la c re e n c ia c o m ú n d e q u e se tra ta de un s e n ti
m ie n to q u e b ro ta d e m a n e ra “e s p o n tá n e a ” , e s d e c ir, sin in te r
v e n c ió n d e la v o lu n ta d c o n s c ie n te d e l s u je to .46 D e s d e lu e g o q u e
e x is te n m u c h a s c la s e s d e a m o r: d e lo s p a d re s a lo s h ijo s y v ic e
v e rs a , e n tre ig u a le s (fra te rn o ), e n tre u n a p a re ja (s e x u a l) y a D ios
(si se es c re y e n te ). C a d a u n o d e e llo s s e d is tin g u e p o r c a ra c
te rís tic a s e s p e c ífic a s , p e ro to d o s tie n e n en c o m ú n q u e so n la
e x p re s ió n de s e n tim ie n to s , p e n s a m ie n to s y a c c io n e s q u e b u s c a n
e l b ie n d e l o tro : el a m o r tie n e un a o rie n ta c ió n fu n d a m e n ta lm e n te
a lte ro c é n tric a 47

La p rim e ra fo rm a d e a m o r, y la q u e h a ce p o s ib le las d e m á s , es
el a m o r a u n o m is m o ; é s te e s d is tin to d el e g o ís m o y se c a ra c te
riza p o r u n a s a n a a u to e s tim a , e s d e c ir, p o r u n a im a g e n “o b je tiv a ”
d e sí m is m o : un re c o n o c im ie n to d e lo s p ro p io s d e fe c to s y v irtu
d e s, y un a c o n fia n z a en la c a p a c id a d p a ra lo g ra r lo q u e u n o se
p ro p o n e . El e g o ís m o , p o r o tro la d o , e s ju s ta m e n te la fa lta de
a m o r a sí m is m o , la d e b ilid a d d e un y o q u e p s íq u ic a m e n te no
p u d o s u p e ra r la e ta p a n a rc is is ta in fa n til y q u e re q u ie re c o n ti
n u a m e n te la a u to a firm a c ió n , p o r lo q u e m u e s tra d e m a n e ra p e r
s is te n te u n a o rie n ta c ió n e g o c é n tric a .

Es posible d istin g u ir el v e rd a d e ro a m o r del falso , ya q ue en to d o s


lo s tip o s de a m o r v e rd a d e ro e x is te n c ie rta s c a ra c te rís tic a s cla ve :

44 Para profundizar en la ética sexual desde el punto de vista del cristianis


mo, se recomienda la obra de Benjamín Forcano, Nueva ética sexual, Ma
drid, Trotta, 1996.
45 Erich Fromm (1959), El arte de amar. Una investigación sobre la naturaleza
del amor, Trad. de Noemí Rosenblatt, México, Paidós, Biblioteca Fromm, 2002.
46 Este sentimiento espontáneo es más bien el fenómeno del enamoramien
to, que Fromm distingue del sentimiento de amor verdadero.
47 Aun en el caso del amor a sí mismo, el alterocentrismo está presente en
la forma de una actitud de objetividad interior que permite tener una imagen
de sí mismo equilibrada, en la que se consideren las propias virtudes y de
fectos. Éstas son las características de una autoestima sana.
el c o n o c im ie n to , el c u id a d o , el re s p e to y la re s p o n s a b ilid a d .48 El
c o n o c im ie n to d e la p e rs o n a a m a d a es la p rim e ra c o n d ic ió n para
ace p ta rla tal c o m o e lla es, con s u s v irtu d e s y con s u s d e fe c to s , de
m o d o q u e sin c o n o c im ie n to no h a y a m o r po sib le . El c o n o c im ie n to
im plica la c a p a c id a d d e b u s c a r c o n tin u a m e n te la o b je tiv id a d , es
decir, la v o lu n ta d de tra ta r de v e r la re a lid a d “tal cu al e s ” , de m a
nera in d e p e n d ie n te d e n u e s tro s d e s e o s o c a p ric h o s s u b je tiv o s .49
Esta p re te n sió n de o b je tiv id a d no d e b e c o n fu n d irs e , en m o d o a l
guno, con el e s ta b le c im ie n to de u na re la c ió n “o b je tiv a n te ” , d o n d e
el o tro se c o n v ie rte en u na c o s a /m e d io p a ra los p ro p io s fin e s. De
hecho, la c a p a c id a d d e c a p ta r la re a lid a d de m a n e ra o b je tiv a es
para F ro m m u n a im p re s c in d ib le c o n d ic ió n de p o s ib ilid a d del am or,
ya q u e im p lic a la s u p e ra c ió n del p ro p io n a rc is is m o , el cual ve c o
m o real só lo lo q u e e x p e rim e n ta en su in te rio r:

El polo o p u e sto del n a rcisism o es la obje tivid a d; es la ca


pacidad de v e r a la g e n te y a las cosas ta l com o son, o b je
tiva m e n te, y po d e r se p a ra r esa im agen ob jetiva de la
im agen fo rm a da por los propios d eseos y te m ores. En to
das las fo rm as de psicosis hay una in capacidad extrem a
para se r o b je tiv o .50

El c u id a d o es la a c titu d d e a te n c ió n a la s n e c e s id a d e s del otro;


e ste ú ltim o se c o n v ie rte en un c e n tro de in te ré s , ta l c o m o m e n
c io n á b a m o s en el a p a rta d o a n te rio r s o b re la p e rs o n a c o m o c o n
cie n c ia . M e d ia n te el c u id a d o p e n e tra m o s en el m u n d o de l o tro y
h a c e m o s n u e s tra s s u s p re o c u p a c io n e s e in te re s e s ; a s í a b rim o s
el e s p a c io del co m p a rtir, q u e en té rm in o s de L ó p e z Q u in tá s se ría
un e s p a c io lú d ic o , u n a in te ra c c ió n c re a tiv a q u e fu n d a “á m b ito s
de s e n tid o ” . E n tra r en el m u n d o del o tro no s ig n ific a in v a d irle ; de
ah í q u e el re s p e to se a un in g re d ie n te c la v e del a m o r m a d u ro . El
re s p e to , c o m o ya s e ñ a la m o s , e s u na fo rm a d e d is ta n c ia m ie n to
q u e d e ja s e r al o tro sin fo rz a rle a c a m b ia r p a ra c o m p la c e rn o s .
Es in te re s a n te s e ñ a la r q u e p a ra el c o n te m p o rá n e o S la v o j Z iz e k ,
p o r e je m p lo , el re s p e to b á s ic o c o n s is te en no in v a d ir lo q u e él
lla m a e s p a c io d e l o tro , a q u e lla z o n a in te rio r al s u je to en la q u e
é ste g u a rd a s u s m á s p ro fu n d o s a n h e lo s y p ro y e c to s . D e ta l m o

48 Erich Fromm, El arte de amar..., op. cit., pp. 34-45.


49 En el capítulo 3 del presente trabajo se abunda sobre la objetividad como
condición de la formación del sentido crítico.
50 Erich Fromm, El arte de amar..., op. cit., p. 115.
do, el pecado, d e s d e el p u n to d e v is ta p s ic o a n a lític o , p o d ría d e
fin irse com o “ un a in tru s ió n en el e s p a c io fa n ta s m á tic o del o tro
con la cual d e s tru im o s s u s s u e ñ o s ” .5 S in e m b a rg o , p o r m á s q u e
el respeto al o tro s e a in d is p e n s a b le , no p o d ría c o n s id e ra rs e c o
mo a m o r si no e s tu v ie ra a c o m p a ñ a d o p o r el in g re d ie n te de la
re sp o n s a b ilid a d , ta n e n fa tiz a d a p o r L e v in a s . S e r re s p o n s a b le del
otro es “h a c e rs e c a rg o ” de él, a n tic ip a r s u s n e c e s id a d e s y e s ta r
d isp u esto in c lu s o al s a c rific io p a ra s a tis fa c e rla s .52 El e je m p lo
m ás clá sic o de e s ta c a ra c te rís tic a lo e n c o n tra m o s en el a m o r de
la m adre p or su h ijo, q u e e s el m o d e lo d e l a m o r in c o n d ic io n a l.53

El a m o r m a d u ro e s ta m b ié n la c o n d ic ió n d e p o s ib ilid a d del
pe rd ón , tal c o m o lo p la n te a H a n n a h A re n d t. A b u n d a re m o s en
esta a firm a c ió n en el c a p ítu lo 5 d e e s te tra b a jo , p e ro p o r el m o
m e n to nos in te re s a s u b ra y a r q u e p a ra A re n d t el a m o r se c a ra c
te riz a p o r su “ no m u n d a n id a d ” ,54 y en e s te s e n tid o e s un a fu e rz a
“a n tip o lític a ” q u e no s p e rm ite e s ta b le c e r co n los o tro s un a re la
ción d e c a lid a d d is tin ta . El a m o r e s la fa c u lta d m e d ia n te la cu a l
el q u ie n p e rs o n a l se n o s re v e la e n su s v irtu d e s y d e fe c to s , y es
a c e p ta d o p o r n o s o tro s . El a m o r h a c e p o s ib le q u e las tra n s g re
s io n e s del o tro s e a n p e rd o n a d a s , y p o r a m o r ta m b ié n p o d e m o s

51 Slavoj Zizek (1991), Mirando al sesgo. Una introducción a Jacques Lacan a través
de la cultura popular, Trad. de Jorge Piatigorsky, Buenos Aires/Barcelona/México,
Paidós, 2000, p. 256. Esta definición de Zizek se basa en la teoría psicoa-
nalítica de Lacan.
52 Sin que este sacrificio implique la autodestrucción del sujeto, pues esto
hablaría de una autoestima deficiente.
53 Hasta Freud afirma esta peculiaridad del amor materno, siempre y cuando
se trate de un hijo varón. Según Freud, el instinto agresivo “constituye el se
dimento de todos los vínculos cariñosos y amorosos entre los hombres,
quizá con la única excepción del amor que la madre siente por su hijo
varón”. Sigmund Freud, El malestar de la cultura, op. cit., pp. 67-68. Por otro
lado, Erich Fromm, que también ve el ejemplo más puro de amor en la rela
ción madre-hijo, advierte que se corre el riesgo de graves deformaciones, ya
que se trata de una relación asimétrica, donde la madre tiene el mayor control
y, por ende, la mayor responsabilidad. La posesividad exagerada o la sobre-
protección por parte de la madre repercuten de manera importantísima en la
formación de una baja autoestima en el hijo. La grandeza del amor materno
consiste justamente en su capacidad de desprendimiento, que es requisito in
dispensable para que el hijo adquiera independencia y autonomía.
54 Hannah Arendt, La condición humana, op. cit., p. 261. Esta “no mundanidad”
puede interpretarse como la revelación que tenemos de la realidad espiritual de
la persona gracias a la relación de amor que nos descubre al tú personal.
re c ib ir el p e rd ó n ; de a h í q u e é s te se a el ú n ic o p o d e r c a p a z de
re e s ta b le c e r una re la c ió n fra c tu ra d a .

La p e rs o n a , c o m o s e r de re la c ió n , e s tá lla m a d a a a lc a n z a r la fe
lic id a d en el e n c u e n tro a m o ro s o co n los o tro s y a fu n d a r á m b ito s
de in te ra c c ió n c re a tiv a q u e p e rm ita n el m u tu o c re c im ie n to y u na
a u to n o m ía en in te rd e p e n d e n c ia . El lib a n é s G ib rá n K h a lil G ib rá n
(1 8 3 3 -1 9 3 1 ) e x p re s a en un le n g u a je p o é tic o la s m is m a s id ea s
m a n e ja d a s p o r F ro m m , A re n d t o L ó p e z Q u in tá s :

Del M atrim onio

D e n u e v o A lm itra v o lv ió a h a b la r p a ra p re g u n ta r:
¿ Y q u é p ie n s a s del M a trim o n io , m a e s tro ?
A lo q u e él c o n te s tó :

Juntos habéis nacido y seguiréis así para siem pre,


A u n cuando las bla n cas alas de la m u e rte d isip e n v u e s
tro s días,
y jun to s, tam bién, en la m em oria de Dios.
Mas perm itid que haya e spacios en vuestra unión, y dejad
que los vientos dancen entre vosotros.

A m aos el uno al otro, m as no hagáis del a m o r una prisión:


Es preferible que sea un inquieto m ar e ntre las playas de
vuestras alm as.
Llenad el uno al otro la copa, m as no bebáis de una sola.
De vuestro pan convidaos, em pero, no com á is de la m is
ma hogaza.

C antad y danzad ju n to s, y sed alegres, pero dejad que ca


da uno esté solo,
C om o lo están las cu e rd a s de un laúd, a p e sa r de e stre
m ecerse con la m ism a m úsica.

O freceos el corazón, pero que cada cual sea su fiel gua r


dián, porque únicam ente la m ano de la V ida puede co n te
ner vuestros corazones.
Y erguíos juntos, m as no m uy próxim os: Las colum nas del
tem plo se plantan firm e s y s e p ara da s, ^ el encino y el
ciDrés no crecen uno a la so m b ra del otro.

2.3.4 Labilidad
El a m o r en re a lid a d es un fe n ó m e n o re la tiv a m e n te e x tra ñ o , p o r
q u e e xig e cie rta s c a ra c te rís tic a s q u e no re s u lta n fá c ile s de a l
c a n z a r y que, d e s d e u na v is ió n p e s im is ta d e la p e rs o n a , so n
se n c illa m e n te in a c c e s ib le s . M e n c io n a m o s ya a T h o m a s H o b b es ,
p a ra q u ie n el h o m b re e s un s e r fu n d a m e n ta lm e n te e g o ís ta y a n
tis o c ia l, q u e se u n e a lo s d e m á s m e rc e d al m ie d o y al in te ré s
ca lc u la d o de su p ro p ia s u p e rv iv e n c ia ; m o tiv a d o p o r el a fá n de ri
q u e z a , p o d e r o g lo ria , u tiliz a a los d e m á s p a ra s a tis fa c e r su s
p ro p io s d e s e o s y es in c a p a z de a m o r. S ig m u n d F re u d , q u e ta m
bié n tie n e una v is ió n p e s im is ta d el s e r h u m a n o , s o s tie n e q u e el
a m o r no es m á s q u e u n a ilu s ió n , p u e s en el fo n d o las re la c io n e s
“a m o ro s a s ” e stá n m o tiv a d a s p o r te n d e n c ia s a g re s iv a s , la s c u a
le s so n p ro p ia s d e la n a tu ra le z a h u m a n a . La a g re s iv id a d e s tan
in s tin tiv a c o m o la p u ls ió n lib id in a l, de m o d o q u e al d e s e o d e p la
c e r se a ñ a d e el d e s e o d e h a c e r d a ñ o al o tro : “ D e b id o a e s ta p ri
m o rd ia l h o s tilid a d , la s o c ie d a d c iv iliz a d a se v e c o n s ta n te m e n te al
b o rd e de la d e s in te g ra c ió n ” .56

D e s d e la p e rs p e c tiv a fre u d ia n a , el h o m b re s ie m p re s e v e d e s ti
n a d o a fra c a s a r en su b ú s q u e d a de fe lic id a d , y a q u e las re la c io
nes co n los d e m á s s o n fu e n te d e un d o lo r m á s in te n s o q u e
c u a lq u ie r o tro q u e p u e d a n c a u s a rle la e n fe rm e d a d o los d e s a s
tre s n a tu ra le s : “ja m á s n o s h a lla m o s ta n a m e rc e d d el s u frim ie n to
co m o c u a n d o a m a m o s ; ja m á s s o m o s ta n d e s a m p a ra d a m e n te in
fe lic e s c o m o c u a n d o h e m o s p e rd id o el o b je to a m a d o o su
a m o r” .57 En un d e te rm in a d o m o m e n to c o b ra m o s c o n c ie n c ia del
e g o ís m o h u m a n o : “ lle g a m o s a a b a n d o n a r, c o m o ilu s io n e s , c u a n
ta s e s p e ra n z a s ju v e n ile s h a b ía m o s p u e s to en el p ró jim o ; to d o s

55 Gibrán Khalil, El profeta, versión digital en la biblioteca virtual http://www.


antorcha.net/biblioteca_virtual/literatura/profeta/profeta.html, consultado el 9
de octubre de 2007.
56 Sigmund Freud, El malestar de la cultura, op. cit., p. 66.
57 Ibidem, p. 31.
s u frim o s la e x p e rie n c ia d e c o m p ro b a r c ó m o la m a ld a d de é ste
n o s a m a rg a y d ific u lta la v id a ” .58

A p e s a r d e q u e no p u e d e n e g a rs e la v e rd a d de ta le s a firm a c io
nes, m u e s tra n , sin e m b a rg o , una p e rs p e c tiv a u n ila te ra l d e la re a
lida d hum a n a . A s í co m o resulta ro m á n tica m e n te in genuo a firm a r
q u e el h o m b re e s “ b u e n o p o r n a tu r a le z a ” , c o m o lo c re ía J. J.
R o u s s e a u , ta m b ié n re s u lta e x a g e ra d o in s is tir en la in trín s e c a
m a ld a d h u m a n a . A m b o s ju ic io s c o n tra d ic e n la e x p e rie n c ia c o le c
tiv a y la h is to ria de la h u m a n id a d , d o n d e se h a c e re c u e n to ta n to
de las a tro c id a d e s m á s in s ó lita s c o m o d e a c to s de n o ta b le a l
tru is m o h e ro ic o . La g ra n d e z a y la m is e ria d e l e s p íritu h u m a n o
so n u n a v iv e n c ia c o tid ia n a d e to d o s los p u e b lo s y c u ltu ra s ; de
e s ta fo rm a es n e c e s a rio re c u rrir a u na e x p lic a c ió n sin m a n i-
q u e ís m o s q u e e n tie n d a a la p e rs o n a de u n a m a n e ra m á s ca b a l.
En e s te s e n tid o , re s u lta in te re s a n te y p e rtin e n te la p ro p u e s ta d e
P a ul R ic o e u r, q u ie n en su o b ra F in itu d y c u lp a b ilid a d a b o rd a el
p ro b le m a d e l m al d e s d e la p e rs p e c tiv a d e la fra g ilid a d h u m a n a
en c u a n to p ro p e n s ió n a fa lla r, es d e c ir, a p e c a r. R ic o e u r59 ve en
el c o ra z ó n h u m a n o o tim o s, c o m o le lla m a b a P la tó n , el c e n tro de
la a fe c tiv id a d , d e la s p a s io n e s q u e im p u ls a n los d e s e o s e g o ís ta s
del te n e r, el p o d e r y el v a le r q u e con ta n ta c la rid a d s e ñ a la ra
H o b b e s . E s ta s te n d e n c ia s so n in s a c ia b le s , d e m o d o q u e m ie n
tra s el s u je to se e n c u e n tre p re s o de su ló g ic a , s e rá im p o s ib le a l
c a n z a r un e s ta d o de s a tis fa c c ió n in te rio r. D e a h í la n e c e s id a d de
c u ltiv a r u n a a c titu d de d e s a p e g o ,60 q u e no s ig n ific a ni d e s in te ré s
ni in a c c ió n , s in o un e s ta d o m e n ta l de s e re n id a d , m e rc e d al cual
el s u je to p u e d a c o n tro la r el d e s e o de te n e r, a fro n ta r la fru s tra
c ió n d e la p é rd id a , fre n a r el im p u ls o de e je rc e r el p o d e r s o b re los
d e m á s , e tc é te ra .

P o r o tro la d o , L o n e rg a n a b o rd a el p ro b le m a d e la fra g ilid a d d e s


de la p e rs p e c tiv a del p e c a d o . É ste, c o m o c o n s titu tiv o d e la c o n
d ic ió n h u m a n a , s ig n ific a no s ó lo la tra n s g re s ió n de la n o rm a ,
s in o , m á s p ro fu n d a m e n te , la c e g u e ra d el s u je to p a ra c a p ta r el

58 Ibidem, p. 66.
59 Paul Ricoeur, Finitud y culpabilidad, versión castellana de Alfonso García
Suárez y Luis M. Valdés Villanueva, Madrid, Taurus Humanidades, 1991.
60 El budismo insiste especialmente en lograr un estado de indiferencia ante
la realidad, pues considera que el apego humano es la principal fuente de
sufrimiento.
bie n o los v a lo re s q u e c o n trib u y e n al p ro p io c re c im ie n to p e rs o n a l
y al de lo s d e m á s . La c e g u e ra e s un fe n ó m e n o d e a b e rra c ió n de
la c o n c ie n c ia q u e d e s v ía el in te ré s del s u je to 61 y b lo q u e a su s
a s p ira c io n e s e s p iritu a le s , o la s d e fo rm a o d e s o rie n ta :

Toda cerrazón, bloqueo, ne gación del su jeto consciente


e m p íric a m e n te , in te lig e n te m e n te , ra c io n a lm e n te , lib re y
re spo n sa blem e n te , ta m b ié n es una cerrazón, un bloqueo
del dominio de las aspiraciones superiores del espíritu y del
corazón h u m a n o s.62

Lo q u e el s e r h u m a n o n e c e s ita p a ra a le ja rs e d e la a b e rra c ió n del


p e c a d o e s un s a lto h a c ia la fe , q u e e s la ú n ic a c a p a z — s e g ú n
L o n e rg a n — d e o fre c e r u n a re s p u e s ta e x is te n c ia l al p ro b le m a de
la fra g ilid a d h u m a n a . J o s e p h G e v a e rt, p o r su p a rte , p ro p o n e
fre n te al p ro b le m a d e m a l u n a a c titu d d e c o m p ro m is o co n la e s
p e ra n z a , q u e e s a q u e lla c a p a z d e “c re e r fu n d a m e n ta lm e n te en
las p o s ib ilid a d e s d e l h o m b re y en la s p e rs p e c tiv a s de m e jo ra r las
c o n d ic io n e s e x is te n c ia le s ” ;63 e s a q u e lla q u e im p u ls a la a c c ió n
c o n c re ta y c o n fia d a , y en ú ltim a in s ta n c ia s e b a s a en la fe en un
D io s c re a d o r.

C o m o p u e d e v e rs e , fre n te al p ro b le m a d e l m a l, q u e a lo la rg o de
la h is to ria ha o c u p a d o un lu g a r im p o rta n te en la re fle x ió n de la
m a y o ría d e lo s filó s o fo s , p a re c e no h a b e r u n a re s p u e s ta s a tis
fa c to ria d e s d e el p u n to d e v is ta e x c lu s iv a m e n te ra c io n a l, d e m o
do q u e m u c h o s p e n s a d o re s lle v a n la n a v e d e s u ra z o n a m ie n to
h a s ta las o rilla s d e la fe , m ie n tra s o tro s d e s e m b o c a n en el a b
s u rd o e x is te n c ia l. A u n q u e no e s m o tiv o d e e s te tra b a jo e la b o ra r
u n a in v e s tig a c ió n al re s p e c to , re s u lta im p o rta n te a d o p ta r u na
p o s tu ra q u e e v ite c a e r en c u a lq u ie ra d e lo s d o s e x tre m o s : el de
c o n sid e ra r al s e r h u m a n o c o m o a b s o lu ta m e n te b ueno, o el de p en
sarlo c o m o ra d ic a lm e n te “ m a lo ” . E n to n c e s , p a re c e m á s ra z o n a
ble la p ro p u e s ta d e R ic o e u r, q u ie n c o n s id e ra a la h u m a n id a d
c o m o u n a re a lid a d lá b il, p ro p e n s a a fa lla r, y s u b ra y a a d e m á s
qu e la p rin c ip a l lu c h a q u e el s e r h u m a n o d e b e lib ra r es c o n tra sí

31 Para Lonergan el interés del sujeto está naturalmente orientado hacia lo


que es verdadero, bueno o correcto, pero el pecado bloquea este interés.
3 Bernard Lonergan, Filosofía de la educación..., op. cit., p. 106.
33 Joseph Gevaert, El problema del..., op. cit., p. 292.
m ism o . A q u í e s d o n d e v e m o s un s e n tid o im p o rta n te de la ta re a
e d u c a tiv a : é s ta p u e d e c o la b o ra r en la “ lu c h a c o n tra el m a l” y
p ro p o rc io n a r a las p e rs o n a s a q u e lla s h e rra m ie n ta s c o g n o s c itiv a s
y a fe c tiv a s q u e le s p e rm ita n lib ra r m e jo r e s ta b a ta lla .

D e s d e la p e rs p e c tiv a de la e d u c a c ió n , no q u e d a o tra a lte rn a tiv a


que te n e r fe en la perfectibilidad de la co n d ició n hum a na , c re e r que
en la s p e rs o n a s e x is te una c a p a c id a d in n a ta p a ra a p re n d e r y un
d e s e o de c o n o c e r y de s e r m e jo re s . La e d u c a c ió n p re s u p o n e la
c o n v ic c ió n d e q u e e s p o s ib le s e r m e jo re s p o r m e d io del c o n o c i
m iento, lo qu e im plica una actitud b á s ica m e n te o p tim is ta re sp e cto
de la h u m a n id a d . C o m o d ic e F e rn a n d o S a v a te r, “C o n v e rd a d e ro
p e s im is m o p u e d e e s c rib irs e c o n tra la e d u c a c ió n , p e ro el o p ti
m is m o e s im p re s c in d ib le p ara e s tu d ia rla [...] y p a ra e je rc e rla . Lo s
p e s im is ta s p u e d e n s e r b u e n o s d o m a d o re s p e ro no b u e n o s m a
e s tro s ” .64

2.4. La persona como ser que se construye

En el c a m p o de la e d u c a c ió n re su lta c ru cia l s o s te n e r u n a c o n
ce p c ió n ju s ta d e la p e rs o n a , es d e cir, un a c o n c e p c ió n q u e e v ite
la s im p lific a c ió n de las v is io n e s u n ila te ra le s , y a s e a n p e s im is ta s
u o p tim is ta s , y q u e to m e en c u e n ta la c o m p le jid a d d e la c o n d i
ció n h u m a n a , p u e s en la p rá c tic a e d u c a tiv a se “ a te rriz a n ” las
c o n c e p c io n e s a n tro p o ló g ic a s y, p o r en d e , se re s ie n te n c o n m á s
fu e rz a s u s c o n s e c u e n c ia s . D e a hí que, en c u a n to s a b e r p ru d e n
cia l, la e d u c a c ió n re q u ie ra una fin a c o m p re n s ió n de la re a lid a d
h u m a n a q u e la a y u d e en su a c tu a liz a c ió n .

A c tu a liz a r lo h u m a n o s ig n ific a re a liz a r s u s p o te n c ia lid a d e s , lo


cu a l im p lic a a firm a r, al m ism o tie m p o , el c a rá c te r in a c a b a d o de
la c o n d ic ió n h u m a n a y su p e rm a n e n te n e c e s id a d d e re a liz a c ió n .
E ste c a rá c te r in a c a b a d o fu e s u b ra y a d o d e s d e A ris tó te le s , c u a n
d o con su te o ría del acto y la p o te n c ia d io una e x p lic a c ió n ra z o
n a b le a la p ro b le m á tic a del c a m b io y la p e rm a n e n c ia q u e h a b ía
o c u p a d o a los p rim e ro s filó s o fo s g rie g o s . P a ra A ris tó te le s las
c o s a s so n , a la ve z, a cto (re a lid a d de se r) y p o te n c ia (p o s ib ilid a d

64 Fernando Savater, El valor de educar, México, Instituto de Estudios Edu


cativos y Sindicales de América, 1997, p. 24.
d e se r), y el c a m b io e s ju s ta m e n te la a c tu a liz a c ió n de las p o te n
c ia lid a d e s in s c rita s en el s e r d e las c o s a s . L le v a d a e s ta idea al
te rre n o d e l s e r h u m a n o , la p ro p ia e x is te n c ia se e x p lic a c o m o un
c o n tin u o m o v im ie n to d e re a liz a c ió n d e las p ro p ia s p o te n c ia lid a
de s. E sta id e a a n tig u a e s re to m a d a en el p e n s a m ie n to e x is te n -
c ia lis ta : J e a n P a ul S a rtre , p o r e je m p lo , e s u n o de los p e n s a d o re s
c o n te m p o rá n e o s q u e ha p u e s to m a y o r a c e n to en e s ta c a ra c
te rís tic a , ya q u e p a rte d e la p re m is a de q u e el h u m a n o es el ú n i
co s e r c u y a e x is te n c ia p re c e d e a su e s e n c ia .65 E sto s ig n ific a q ue
ca d a in d iv id u o e s un p ro y e c to de s e r q u e s e va c o n s tru y e n d o a
sí m is m o a tra v é s de s u s e le c c io n e s ; en e llo ra d ic a la g ra n d e z a
h u m a n a y su in trín s e c a d ig n id a d . La lib e rta d h u m a n a es irrenun-
ciable y va irre cu s a b le m e n te unida a la responsab ilida d, es decir, a
la o b lig a c ió n d e re s p o n d e r p o r los p ro p io s a c to s ; de m a n e ra q u e
p a ra S a rtre no h a y e x c u s a s p o s ib le s y c u a lq u ie r in te n to de e lu d ir
e s ta re s p o n s a b ilid a d c o n s titu y e u n a a c titu d d e a u to e n g a ñ o .

S e ha c ritic a d o a S a rtre d e un in d iv id u a lis m o e xce s iv o q u e no to


m a en cu e n ta las c o n d ic io n e s s o c ia le s y cu ltu ra le s en las que se
d e sa rro lla una p e rs o n a y q u e in flu ye n y c o n d ic io n a n su libe rtad , o
in clu so la a n u la n en d e te rm in a d o s c a s o s .66 Si a c e p ta m o s que la
lib e rta d e stá c o n d ic io n a d a p o r las c irc u n s ta n c ia s en las q ue se
d e sa rro lla el s e r h u m a n o , es in n e g a b le qu e la intuición sa rtria n a
resu lta c o n g ru e n te con la e x p e rie n c ia p e rso n a l, la cual p e rm a n e n
te m e n te e stá en c o n flic to con la c a p ta c ió n del bien y del m al y con
la a n g u s tia q u e p ro v o c a to m a r d e c is io n e s im p o rta n te s .67 P rim ero
O vid io y lu e g o S an P a b lo re fie re n e s ta e xp e rie n c ia de libertad,
qu e e s a la p a r u na e x p e rie n c ia d e n u e s tra pro p ia fra g ilid a d , con
la c o n o cid a fra s e : “Y ni s iq u ie ra e n tie n d o lo q u e m e pasa, p o rq u e
no hag o el bien q u e q u is ie ra , sino, p o r el co n tra rio , el m al que d e
te s to ” . 8 E sta cita re fie re la v iv e n c ia de la a n g u s tia , es decir, del

65 Jean Paul Sartre, “El existencialismo es un humanismo”, en Jean Paul


Sartre y Martin Heidegger, Sobre el humanismo, México, Ediciones Peña
Hermanos, 1998.
66 Muchas son las críticas que a este respecto ha recibido Sartre. Para una
explicación sencilla, véase Xavier Ortiz Monasterio, Para ser humano, Méxi
co, Uia, 1987, pp. 67-126.
67 En el capítulo 5 de este trabajo se aborda el problema de la acción huma
na en relación con la libertad y soberanía del sujeto.
68 San Pablo, Romanos, 7-15.
m ie do a n o s o tro s m is m o s al p e rc ib ir q u e p o d e m o s no e s ta r “a la
a ltu ra ” d e n u e s tra s p ro p ia s d e cis io n e s.

El s u frim ie n to q u e p ro d u c e fra c a s a r no s e ría e n te n d ib le si no


c a p tá ra m o s q u e te n e m o s a c a rg o n u e s tro p ro p io s e r: “si a d m iti
m o s q u e el h o m b re es el ú n ico se r, e n tre los s e re s c o n o c id o s ,
que tie n e su s e r c o m o ta re a, e s ta m o s a d m itie n d o la n e c e sid a d de
la é tica co m o algo a b s o lu ta m e n te in d is p e n s a b le pa ra su h u m a n i
z a c ió n ” .69 A prim era vista p u ede pa re ce r e xtrañ o qu e la h u m a n iza
ción, q u e es un in e v ita b le p u n to de p a rtid a , s e c o n v ie rta en una
fin a lid a d . Lo que ocurre es que, en cuanto m iem bros de nuestra es
pecie, n a ce m o s hum anos, p ero eso no es suficien te , nue stra co n d i
ción es de s u y o in a c a b a d a , y to d a n u e s tra v id a e s un p ro c e s o de
a p re n d iz a je , nos v a m o s h u m a n iz a n d o en el c o n ta c to con o tro s
se re s h u m a n o s , p o r eso:

de los hum anos lo m ás que parece prudente d e cir es que


nacem os para la hum anidad. N uestra hum anidad biológica
necesita una confirm ación posterior, algo así com o un se
gundo nacim iento, en el que por m edio de nuestro propio
esfuerzo y de la relación con otros hum anos se confirm e
definitivam ente el prim ero. H ay que n a cer hum ano, pero
sólo llegam os plenam ente a serlo cuando los dem ás nos
contagian su h u m a n id a d .70

La co n ce p ció n de la co n d ició n h u m a n a co m o p ro ye cto de s e r se


e n c u e n tra en p erfe cta c o n s o n a n cia con la idea de q u e la p e rs o n a
es una realida d a bie rta. La a p e rtu ra sig n ifica q u e se e n cu e n tra
vo lca d a a lo o tro y al otro; q u e es fu n d a m e n ta lm e n te un s e r en re
lación. E sta a p e rtu ra es al m ism o tie m p o la co n d ició n q u e h ace
posible su a p re n d iz a je y p o r la q ue tie n e s e n tid o la e d u c a c ió n .

En c u a n to p ro ye cto , la p e rs o n a e stá lla m a d a a la re a liz a c ió n de


sus p o te n c ia lid a d e s ; es p rim o rd ia lm e n te a c tiv a m á s q u e p a s iva .
P or e so dar, m á s q u e re c ib ir, y p ro d u c ir, m á s q u e c o n s u m ir, son
a c titu d e s h u m a n iz a n te s . Al a n im a l la b o ra n s q u e c o n s u m e y se
halla p re o c u p a d o e x c lu s iv a m e n te p o r su s u p e rv iv e n c ia b io ló g ic a ,

69 Víctor Pérez Valera, Deontologia jurídica. La ética en el ser y quehacer


del abogado, México, Oxford University Press, 2002, p. 29.
70 Fernando Savater, El valor de educar, op. cit., pp. 26-27.
se s o b re p o n e el “a n im a l qu e tra b a ja ” , es decir, aquel qu e produce
c o s a s q u e le s o b re v iv e n y es c a p a z de d e ja r hue lla . P ero so b re el
tra b a ja d o r se e n c u e n tra el h o m b re q u e h a b la y q u e a ctú a , el que
se re la c io n a co n lo s d e m á s 71 y fu n d a e s p a c io s d e in te ra c c ió n
s im b ó lic a . El s e r h u m a n o e s tá lla m a d o a e x p re s a rs e y a e xp re sa r
su m undo; a in vo lu cra rse a ctiv a m e n te en su co n stru cció n, de ahí
q u e la c o n d ic ió n p ro p ic ia s e a la d e in te rs u b je tiv id a d y no la de
“in te rp a s iv id a d ”72 (a e s ta ú ltim a no s c o n d e n a u n a s o c ie d a d c u
y o s v a lo re s e s tá n c e n tra d o s en el c o n s u m o ).

La p e rs o n a c o m o p ro y e c to , c o m o s e r ú n ic o e irre p e tib le , c o m o
a p e rtu ra y re la c ió n , lla m a d a al e n c u e n tro c re a tiv o co n la re a lid a d
y el a m o r, e s la n o c ió n q u e u n a e d u c a c ió n h u m a n is ta p re te n
d e p riv ile g ia r en su ta re a , la c u a l s e rá v is ta c o m o una ta re a de
“a p e rtu ra ” , co m o a n tíd o to co n tra la ce rra zó n y el b lo q ue o que a m e
nazan la c o n d ic ió n h u m a n a .

71 Hannah Arendt es la autora de la distinción entre laborar, trabajar y ac


tuar, que se revisa con mayor detalle en el capítulo 5 del presente texto.
72 Para profundizar en el tema de la interpasividad, véase el capítulo “La interpa
sividad y sus vicisitudes”, en Slavoj Zizek, El acoso de las fantasías, Trad. de
Clea Braunstein Saal, México, Siglo xxi Editores, 1999, pp. 125-147.

You might also like